Sobre a Deficiência Visual
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Segurança Social: Requalificação de trabalhadores com deficiência 31 de Dezembro de 2014 | Por Lusa
publicado por MJA Novo regime de crédito à habitação para ROSA SOARES 29/12/2014
Pessoas que adquiriram deficiência podem pedir transferência de empréstimos do regime geral para o especial. Novo regime de crédito bonificado não permite a venda do imóvel no prazo de cinco anos.
publicado por MJA Uma em cada duas mulheres
com deficiência
Uma em cada duas mulheres com deficiência é vítima de violência de
género, incluindo abusos sexuais, revela um estudo do Observatório da
Deficiência e Direitos Humanos (ODDH). Os investigadores defendem que a
educação sexual é "absolutamente necessária", opinião partilhada por
quem tem deficiência.
publicado por MJA Pais não percebem cortes no apoio a crianças deficientes Marta F. Reis 5 Dez 2014
Desde 2008 que o ensino especial tem nova legislação. Pressupõe o acompanhamento individualizado dos alunos, que no 1.º ciclo têm direito à escola "a tempo inteiro", ou seja, horário até às 17h30, 30% ocupado com actividades de enriquecimento curricular (AEC) como modalidades desportivas ou artísticas. Nas aulas, podem estar em turmas normais ou em unidades multideficiência (turmas especiais), devendo em ambos os casos ter acompanhamento de professores de Educação Especial. Neste período, os técnicos da escola ou dos CRI fazem a sua intervenção, garantindo as horas de terapias. Se aqui a cobertura das crianças nunca foi ao encontro das
perspectivas dos educadores nesta área, que defendem a intervenção
precoce, Rodrigues salienta que nas AEC o cenário tem vindo a
deteriorar-se. São contratadas pelas autarquias e associações de pais e,
em algumas escolas, não aceitam crianças com deficiência pois os
técnicos não têm formação para tal. "Pedagogicamente são um pouco terra
de ninguém, porque não é a direcção da escola que contrata ou
supervisiona", explica. E se há escolas com este problema, outras nem
AEC oferecem. É o caso da sua filha, de 10 anos: quatro dias por semana
sai às 13h30. Está num ATL mas nas famílias com crianças com
necessidades especiais, isso nem sempre é possível: "Muitos ATL, pelo
simples facto de serem no segundo andar sem elevador, não admitem
crianças de cadeira de rodas", explica.
publicado por MJA Associações dizem que
direitos das pessoas
Várias associações denunciaram, esta quarta-feira, que os direitos das pessoas com deficiência estão num momento de regressão acelerada, alertando para o nível de desemprego, os cortes nas prestações sociais e o ataque aos direitos humanos destas pessoas. Numa conferência de imprensa conjunta, no dia em que se assinala o
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, Associação Portuguesa de
Deficientes (APD), Associação dos Cegos e Ambliopes de Portugal (ACAPO)
e Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) juntaram-se
para denunciar o que consideram que de mal se passa.
publicado por MJA Equipa de oftalmologistas de Coimbra 3 Dezembro
A missão humanitária, subsidiada pela Fundação Champalimaud, contou com uma equipa de Coimbra, uma de Hyderabad, na Índia, e outra de São Paulo, no Brasil, tendo percorrido diversas localidades de difícil acesso na região de Baixo Amazonas (norte do Brasil), onde realizaram entre "400 a 500" cirurgias oftalmológicas, disse à agência Lusa o diretor da Faculdade de Medicina e participante na iniciativa, Joaquim Murta. Para além de cirurgias às cataratas e "pterigium" (crescimento
anómalo de tecido sobre a córnea), a equipa disponibilizou "óculos
gratuitos" às populações, referiu. Nos locais onde operou, "a principal doença é o abandono", tendo encontrado pessoas que "já estavam cegas há dez anos", devido ao não tratamento das suas doenças, disse à agência Lusa o médico de Coimbra. O bloco de operações era montado de madrugada, "com todo o material necessário", com os doentes já preparados uma semana antes por uma equipa brasileira, contou. Segundo Joaquim Murta, "a grande maioria das cirurgias correu muito bem", estando agora a equipa a aguardar dados dos pacientes, que estão a ser acompanhados no terreno. "Foi uma experiência muito enriquecedora", frisou Joaquim Murta. A equipa percorreu os rios Solimões e Amazonas e esteve em
localidades como Urucará, Parintins, Barreirinha e Maués, no norte do
Brasil. Para além de Joaquim Murta, a equipa do CHUC contava com os
médicos João Póvoa e Filipe Rito e a enfermeira especialista em
oftalmologia, Rosário Fernandes.
publicado por MJA REABILITAÇÃO FUNCIONAL DE CEGOS ADULTOS
publicado por MJA 800 oftalmologistas debatem em congresso 25/11/2014 800 oftalmologistas portugueses vão reunir-se no Hotel Tivoli Marina Vilamoura, de 4 a 6 de Dezembro, no 57º
Congresso Português de Oftalmologia, para conhecer as últimas novidades terapêuticas da área, no ano em que a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia assinala 75
anos de existência. Nesta edição do congresso irão participar 16 convidados internacionais e estará em destaque a forte cooperação e intercâmbio de conhecimentos
que é feita com os especialistas brasileiros. Fonte: comunicado de imprensa
publicado por MJA Portugal lidera investigação europeia em oftalmologia 18 Novembro
A Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem (AIBILI), sedeada em Coimbra, está a
coordenar 11 ensaios clínicos em mais de 19 países da Europa, colocando Portugal numa posição de liderança na investigação europeia em doenças oftalmológicas. A
AIBILI é a instituição coordenadora da Rede Europeia de Investigação Clínica – EVICR.net que inclui 91 membros de 19 países europeus e que tem uma infraestrutura
para gestão de ensaios clínicos multicêntricos em oftalmologia.
publicado por MJA Droga contra HIV trata Degeneração macular 22/11/2014 A Degeneração macular é uma das principais causas de cegueira no idoso. Estudo em camundongos também revelou ação anti-inflamatória de droga. Uma pesquisa feita com cobaias demonstrou que uma categoria de antirretrovirais muito usada contra o HIV, vírus causador da Aids, também é eficaz contra a degeneração macular, uma das principais causas de cegueira no idoso. Examinando a estavudina, assim como outros antirretrovirais da mesma classe usados contra o HIV, Benjamin Fowler, pesquisador da Universidade de Kentucky e um dos principais autores do estudo, descobriu que estes remédios neutralizavam um grupo de proteínas, denominado inflamassoma NLRP3. Estudos anteriores mostraram que estas proteínas são responsáveis por inflamações que podem destruir as células da retina e contribuir para a degeneração macular. Os autores deste novo estudo, publicado na revista "Science", descobriram também nos camundongos que estes antirretrovirais podiam impedir algumas inflamações do fígado e doenças causadas pela rejeição aos órgãos transplantados. Estes pesquisadores consideram também que as virtudes anti-inflamatórias destes medicamentos contribuíram para seus efeitos terapêuticos contra o HIV. A degeneração macular associada à
idade é uma doença da retina que surge a partir dos 50 anos e evolui progressivamente, provocando perda da visão central.
publicado por MJA ACAPO reúne com Eurodeputados em Bruxelas ACAPO 12 Novembro 2014
Mais informações em: http://www.euroblind.org/
publicado por MJA Estudo: «acesso negado» a Por: Redação / ISM É necessário eliminar barreiras, através de legislação e implementação de normas e tecnologias existentes Trinta milhões de deficientes visuais europeus continuam a enfrentar «barreiras injustas» no acesso a atividades básicas e
serviços, revela um estudo da União Europeia de Cegos, que apela às instituições europeias para «pôr fim à discriminação» contra estas pessoas.
publicado por MJA Investigadores da Universidade de Coimbra criam 07/11/2014 vídeo de 3m:40 aqui:
https://eden.dei.uc.pt/~jcecilio/videos/SmartGuia_Compressed.mp4
publicado por MJA Desemprego afeta mais quem tem deficiência TVI24 / PP
19 de Outubro 2014
A presidente da Associação dos Cegos e Ambliopes de Portugal alertou hoje que os problemas que normalmente afetam a sociedade têm especial incidência em quem tem uma
deficiência, lembrando que perto de 45% das pessoas invisuais estão desempregadas.
publicado por MJA Cegos no paraíso Diogo Vaz Pinto
i online, 24 Out 2014 Em São Tomé e Príncipe não há oftalmologistas. Equipa portuguesa faz 6 mil quilómetros quatro vezes por ano para recuperar a visão de "muitas pessoas desnecessariamente cegas"
Segunda de manhã, oito quando a equipa deixa o hotel. Num tirinho põe-se no hospital. É difícil engarrafar a marginal, e as distâncias na capital dificilmente aborrecem.
Está bom tempo e por estes dias se chove é só para o sol receber aplausos ao entrar e sair de cena. O protagonista é sempre ele. Chegamos ao recinto numa carrinha
identificada com a Cooperação Portuguesa, Projecto Saúde para Todos: Especialidades. Velhos pavilhões com uma boa folga entre eles. Dividem-se assim as diferentes
especialidades do único hospital da ilha.
publicado por MJA
Tratamento de degenerescência macular com células SHARON BEGLEY (Reuters) Público 22/10/2014
fonte:
Público
publicado por MJA Os membros desta Equipa de Dardos são cegos
20 outubro 2014
O grupo de amigos reúne-se regularmente no bar local da sua pequena aldeia da Cornualha, na Inglaterra, e diz já acertar no alvo em duas de cada três tentativas. Para se guiarem, os membros da equipa usam um fio preso ao centro do alvo. Quando vão jogar, seguram o fio com a mão livre, para saber a direção em que devem atirar, e lançam com a outra mão. A equipa, que se chama os Otimistas, vai agora participar no seu primeiro campeonato regional. Richard Pryor, um dos quatro membros dos Otimistas, explica ao Telegraph: "O senhorio [do bar] disse que o Rotary Club tinha organizado uma competição de dardos nos bares. Perguntou se queríamos formar uma equipa de dardos cega. Depois de três cervejas faço qualquer coisa, e dissemos que sim."
"Ainda ninguém se magoou," ri Pryor. "Mas já há alguns estragos na porta e à volta do alvo."
publicado por MJA
Cientistas identificam novo mecanismo 16-10-2014
Investigadores do Institut de Recherches Cliniques de Montréal (IRCM), afiliado da Universidade de Montreal, no Canadá, publicam na edição de 15 de outubro da revista
científica The Journal of Neuroscience, um estudo em que descrevem um novo mecanismo essencial para evitar a cegueira.
publicado por MJA
Prémio Branco Rodrigues
publicado por MJA Retrato da Cegueira
Amanhã dia 16 de outubro às 20:00H
Rodrigo, Joana e Patrícia ficaram cegos. Caminham na escuridão. Três pessoas, três histórias, um desafio – fotografar o que mais gostam. Rodrigo, médico em tempos, quis fotografar a natureza. Joana, que sonha ser bailarina, escolheu a dança. Patrícia decidiu fazer um retrato do pai. São negativos de saudade e de esperança. Nem só os olhos vêem. Ficha Técnica:
publicado por MJA Transplante devolve a visão a pessoas cegas 15 Outubro 2014 Das 18 pessoas que receberam um transplante de células estaminais na retina, a maioria teve melhorias na visão. Foram tratadas as duas causas mais comuns de cegueira incurável no mundo desenvolvido. Um dos pacientes era criador de cavalos, com a visão muito deterioridada e completamente cego de um dos olhos. Depois do transplante e do tratamento que se lhe seguiu, esse paciente já pode montar a cavalo, e ver mesmo pormenores como os fios de arame farpado. Tem agora uma capacidade de visão de 50% do total, suficiente para poder conduzir, por exemplo. O tratamento consiste num transplante de células estaminais embrionárias na retina. As células estaminais podem transformar-se em células de qualquer tecido do corpo, e neste caso tinham sido transformadas em epitélio pigmentário retinal, o tipo de células que faltavam aos pacientes para que os seus olhos pudessem absorver luz e criar imagens. Dos 18 pacientes que foram tratados, dez tiveram melhorias substantivas, sete melhoraram moderadamente ou estabilizaram, e um sofreu perdas. O estudo, feito por um conjunto de universidades e cientistas americanos e publicado hoje no The Lancet, resulta de um acompanhamento de três anos aos pacientes que receberam o transplante. Dos pacientes, nove tinham degeneração macular e outros nove tinham doença de Stargardt. Steven Schwartz, do Instituto Oftalmógico Jules Strein da Universidade da Califórnia e co-autor do estudo, afirma, citado pelo El País, que a principal
mensagem do estudo é de esperança. Embora sejam ainda precisos muitos testes clínicos, Robert Lanza, chefe científico da Advanced Cell Technologies, arrisca dizer
que, se tudo correr bem, "os transplantes poderão estar em uso a grande escala em 2020."
publicado por MJA
Teatro - Anne Sullivan e Helen Keller: dias 16, 17, 18 e 19 de Outubro de 2014 pela Companhia Internacional de Teatro Arte Livre
Sinopse: A peça de teatro relata a história de Helen Keller e da sua precetora, Anne Sullivan. Uma relação de cumplicidade entre duas mulheres que procuram combater as dificuldades de integração das pessoas com deficiência na sociedade capitalista norte-americana. Helen Keller perdeu a visão e a audição aos 19 meses de idade, e apenas aos 7 anos começa a ganhar autonomia, com a chegada da sua professora – também com deficiência
visual. Assim, Helen Keller tornar-se-ia num dos maiores exemplos de superação, e a maior referência no Mundo, na luta pelos direitos das pessoas com deficiência.
Jornalista, filósofa e ativista política, Helen Keller é, a par de Anne Sullivan, sinónimo da luta pela inclusão social, do combate ao isolamento e da proteção da
dignidade humana.
publicado por MJA Dia Mundial da Bengala Branca em Coimbra 14-10-2014 O Dia Mundial da Bengala Branca será assinalado amanhã (quarta-feira), entre as 09h45 e as 12h00, nos semáforos
junto à Câmara Municipal de Coimbra e junto à estátua de Joaquim António de Aguiar, no largo da Portagem.
publicado por MJA ACAPO comemora o Dia Mundial da Bengala Branca
dia
15 de Outubro de 2014
No dia da visita os participantes devem estar às 9h30 junto ao Bar de Sta. Marta, sendo que a deslocação até ao local será feita em transportes públicos (despesa a cargo do participante).
publicado por MJA
Estudo desenvolvido em Coimbra é capa
As Beiras
13 Outubro
publicado por MJA Criança cega faz 120 km todos os dias para ir às aulas Miguel Cabral 7 Outubro 2014
Uma criança de seis anos de Mirandela é obrigada a fazer 120 quilómetros todos os dias para ir às aulas do ensino especial em Vila Real.
publicado por MJA
Desenvolvido programa no Japão Por Lusa 24.09.2014
A Autoridade de Informação Geoespacial (GSI), sob alçada do Ministério dos Transportes e Infraestruturas, trabalhará na fase de desenvolvimento com especialistas de diversas áreas para que estradas, vias pedonais ou de caminho-de-ferro possam ficar bem diferenciadas no produto final, informa hoje na sua página 'online' o jornal Asahi.
Os dados do mesmo programa vão permitir imprimir as vias em relevo com uma altura de um milímetro para que possam ser facilmente detetadas através do toque.
publicado por MJA "Ver pela Arte" no Dia Mundial da Música 1 de Outubro 2014 | 18.00
Para mais informações/manifestação de interesse: até ao dia 26 de setembro: fonte:
ACAPO
publicado por MJA VER PELA ARTE
O projecto, apoiado pelo programa CIDADANIA ATIVA, é coordenado pelo Centro Nacional de Cultura e conta com a parceria da ACAPO e da Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo, com o apoio da Faculdade de Motricidade Humana. Possibilitará a aprendizagem musical integrada de crianças a partir dos 6 anos, jovens e adultos com deficiência visual na Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo, localizada em Linda-a-Velha. Crianças dos 6 aos 12 anos
Será facilitado o transporte e acompanhamento dos alunos para a escola. A frequência dos alunos no projeto é gratuita.
publicado por MJA Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial
Mais informações: Editora Bubok
publicado por MJA Prémio Maria Cândida da Cunha 2014
O Prémio Maria Cândida da Cunha visa contribuir para o desenvolvimento da informação, formação e investigação sobre deficiência e é dirigido a estudantes de
Ensino Superior, público e privado.
publicado por MJA
Seminário: Mobilidade para Todos
publicado por MJA Cientistas descobrem possível causa do glaucoma 17 de Setembro de 2014
publicado por MJA Filme sobre surfista cego estreia em Portugal por PEDRO SEQUEIRA 17-Set-2014
A Fundação Casa do Século apresenta no próximo sábado, às 20.00 (a entrada é gratuita), no seu auditório em São Pedro do Estoril, a estreia nacional do documentário 'Beyond Sight'. O protagonista é Derek Rabelo, jovem brasileiro de 22 anos que nasceu cego mas conseguiu cumprir o sonho, partilhado com o pai, de aprender a surfar e fazê-lo na mítica Pipeline, na costa norte de Oahu (Havai). O filme, produzido pela Walking on Water, acompanha a vida de Derek e mostra como o brasileiro superou as dificuldades e surfou uma das ondas mais difíceis e desejadas do Mundo. O elenco conta com a participação de vários surfistas de elite, como o norte-americano Kelly
Slater (11 vezes campeão mundial), que apontou o feito de Derek como uma "inspiração". "Apanhar uma onda já é um feito. Colocar-se de pé na prancha e dirigi-la para uma
determinada direção são grandes proezas. Mas o Derek surfar uma das ondas mais pesadas do mundo é inacreditável e uma fonte de inspiração para mim", afirmou Slater.
publicado por MJA Sonia e Anita vêem pela primeira vez 15 de Set. de 2014 |
Duas irmãs que vivem na Índia rural tiveram sua vida totalmente modificada. Sonia e Anita nasceram cegas em uma família de plantadores de arroz muito pobres, que
ganham 17 centavos de dólar por hora de trabalho. As irmãs nasceram com catarata congênita e tiveram o processo da operação de correção do problema registrado em
um vídeo comovente, excutado mais de 139 mil vezes no Vimeo e mais de 40 mil no Youtube. A história vivida pelas irmãs emociona e alerta para o quão evitável é o
problema que atinge 4 a cada dez mil nascidos vivos no Brasil.
Uma das principais causas para a catarata em bebês era a rubéola durante a gestação. Após a obrigatoriedade da vacinação das mulheres, hoje 50% das crianças que nascem com catarata no Brasil têm o problema por conta de uma mutação genética que codifica errado uma proteína e o cristalino, que era para ser transparente, nasce opaco.
— Quando uma criança nasce com um problema de cegueira, ela tem 50% de chance de morrer antes de completar dois anos. Isso acontece porque tem grande probabilidade de ela ter nascido com outros problemas de saúde e o motivo pelo qual ela não consegue tratar a cegueira é o mesmo que dificulta que ela chegue a outros serviços para cuidar das outras síndromes — diz a oftalmologista Andrea Zin, coordenadora do Instituto de Catarata Infantil
A especialista explica que a catarata tem vários níveis de opacidade e pode significar que a criança não consiga perceber detalhes, mas pode ser ainda mais impactante e permita que ela perceba apenas o claro e o escuro. A cirurgia para correção do problema é rápida e troca o cristalino opaco por uma lente. A partir de então a criança recebe um óculos começará a aprender a enxergar.
— Assim como se aprender a comer, andar e falar, o bebê também aprender a enxergar e tornar sua visão cada vez mais sofisticada. Crianças que nascem com catarata e demoram a corrigir o problema demoram e precisam de adaptação para desenvolver a visão — explica a oftalmologista.
Este é o caso de Sonia, menina indiana que aparece no vídeo após a operação feita aos 12 anos. Andrea explica que quanto mais tarde a correção é feita menores são as chances de a criança desenvolver uma visão considerada normal.
— A menina possivelmente terá baixa visão, mais sai de uma situação de isolamento e dificuldade de aprendizagem para começar a frequentar a escola e fazer amigos. O ideal é operar as crianças bem novinhas, mas este já é um enorme ganho de qualidade de vida — pondera Andrea Zin.
Segundo ela, a catarata como causa de
cegueira é absolutamente tratável e a principal dificuldade de cuidar do problema é o acesso de famílias pobres aos serviços de saúde. O Instituto de Catarata
Infantil trabalha há mais de dez anos no suporte de famílias e de crianças que precisam corrigir o problema e não tem recursos, oferecendo gratuitamente não
apenas a cirurgia, mas exames oftalmológicos, lentes corretivas, óculos e os serviços de adaptação pré e pós operatórios.
publicado por MJA
[16.Set.2014]
Terapia para doenças da retina ganha
Prémio de Visão Champalimaud
Virgílio Azevedo
10 de setembro de 2014
Sete cientistas de universidades americanas recebem em Lisboa o maior prémio do mundo na área da visão, no valor de um milhão de euros.
A investigação desenvolvida por sete cientistas de universidades americanas, que levou ao
desenvolvimento da terapia anti-angiogénica para as doenças da retina, acaba de ganhar o Prémio de Visão António Champalimaud 2014, no valor de um milhão de
euros. O prémio, considerado o maior do mundo na área da visão, é entregue hoje ao fim da tarde na sede da Fundação Champalimaud, em Lisboa, numa cerimónia
presidida por Cavaco Silva.
A angiogénese é o mecanismo fisiológico normal que permite que se formem novos vasos sanguíneos a partir dos que já existem no nosso corpo. Mas é também um
processo importante na transição dos tumores de um estado benigno para um estado maligno, que leva a medicina a usar inibidores angiogénicos no tratamento do
cancro.
As doenças que a terapia agora premiada trata, em especial a degenerescência macular relacionada com a idade (DMRI) e a retinopatia diabética, "atingem milhões de
pessoas e são as maiores causas da cegueira na Europa e das maiores no mundo", reconhece um dos sete cientistas premiados, Napoleone Ferrara (ver entrevista
abaixo), que trabalha na Universidade da Califórnia em San Diego (EUA).
A DMRI é uma doença degenerativa da retina que provoca a perda progressiva da visão central e leva à cegueira. A mácula é a zona do centro da retina que permite a
uma pessoa distinguir os detalhes do que vê. A retinopatia diabética é a lesão da retina provocada pela diabetes.
Napoleone Ferrara foi quem iniciou o trabalho de investigação que acabaria por isolar e reproduzir a proteína responsável pelo crescimento dos vasos sanguíneos,
conhecida por factor de crescimento endotelial vascular (VEGF, na sigla em inglês). Depois, desenvolveu uma molécula que bloqueia a ação nociva do VEGF e é
fundamental no tratamento e gestão de vários tipos de tumores que desenvolvem metástases, em especial no cólon, pulmão, mama, rim e ovário.
Envelhecimento da população e crescimento da diabetes
A prevalência daquelas duas doenças dos olhos está a aumentar hoje em todo o mundo, "devido ao
progressivo envelhecimento da população e à crescente epidemia global de diabetes", explica um comunicado da Fundação Champalimaud sobre o Prémio de Visão.
Os outros seis cientistas que partilham o prémio com Napoleone Ferrara - Joan Miller, Evengelos Gragoudas, Patricia D'Amore, Anthony Adamis, George King e Lloyd
Aiello - desenvolvem o seu trabalho de investigação na Harvard Medical School e no Colégio de Medicina da Universidade de Illinois. Eles demostraram o papel
decisivo que o VEGF tem em doenças graves da retina e provaram que o uso de agentes anti-VEGF no seu tratamento pode bloquear esse efeito negativo. Por isso estão
agora disponíveis no mercado mundial medicamentos "que melhoram significativamente a visão das pessoas afetadas por doenças devastadoras e incapacitantes",
assinala o comunicado da Fundação Champalimaud.
A investigação realizada pelos premiados abrange todas as etapas científicas, desde a identificação da molécula que bloqueia o VEGF à descrição do seu papel na
doença retino-vascular, à avaliação experimental de um inibidor e à sua aplicação no tratamento dos doentes afetados.
publicado por MJA
[10.Set.2014]
Vídeogame sem vídeo cria universo para cegos
21-08-2014
Um videogame sem vídeo pode
parecer algo contraditório, mas parte da indústria de games está desenvolvendo produtos para tentar atrair pessoas com deficiência visual.
Os games usam uma técnica de gravação conhecida como microfonação binaural para
construir universos envolventes para o ouvinte, usando exclusivamente áudios. A sensação para o usuário é a de um áudio 3D, no qual ele percebe várias dimensões
através do som.
Os técnicos colocam pequenos microfones ao redor dos ouvidos de um manequim humano. Esses aparelhos simulam a forma como cada ouvido humano capta o som ao redor.
Cada cena do jogo é gravada usando um método, para obter um efeito mais realista para o usuário.
Na França, o jogo A Blind Legend ("Uma Lenda Cega") acabou de ser lançado após uma campanha de arrecadação por crowdfunding que obteve 40 mil euros (cerca de R$
120 mil).
O jogo é rodado em computadores ou aparelhos móveis, sem nenhum gráfico. O jogador usa exclusivamente a audição para se orientar pelo cenário imaginário.
"Nós queríamos colocar os gamers cegos e deficientes no mesmo patamar de qualidade dos gamers com visão. Esse era nosso maior desafio", disse à BBC o criador do
jogo, Nordine Ghachi.
Inclusão
A Blind Legend conta a história de um cavaleiro que perdeu sua visão e precisa atravessar uma floresta para libertar sua mulher de sequestradores
violentos.
O personagem é controlado pelo toque na tela do aparelho móvel ou por mouse, em um computador. Movimentos bruscos com os dedos simulam o uso de uma espada. A tela
fica sem nenhuma imagem o tempo todo.
"É preciso usar fones de ouvido para obter a melhor experiência. É possível ouvir tudo ao redor: os barulhos da floresta, os pássaros voando no céu, o rio
fluindo. O herói também é auxiliado por sua filha. Você usa a sua própria imaginação para criar seus próprios efeitos."
Após vários testes com usuários, o jogo recebeu o apoio de instituições como a Valentin Haüy, que auxilia pessoas com deficiência.
A Blind Legend tenta aperfeiçoar um gênero que ganhou força em 2010 com o jogo Papa Sangre, do estúdio britânico Somethin' Else. O jogo de suspense exclusivamente
em áudio fez tanto sucesso que teve várias sequências.
Para Robin Spinks, do Real Instituto Britânico de Pessoas Cegas, o mercado potencial para esses jogos é gigantesco – engloba mais de 285 milhões de pessoas em
todo o mundo.
"É maravilhosamente inclusivo. A maior parte dos cegos está excluído de games. Esse tipo de jogo estabelece um novo patamar para outros estúdios."
Nathan Edge, um jovem britânico de 20 anos com deficiência visual, diz estar feliz que este mercado esteja sendo ocupado por produtores independentes.
No passado, ele chegou a escrever cartas para os grandes produtores de games manifestando sua frustração, mas nunca foi atendido. Nathan diz que a experiência de
isolamento de cegos pode ser muito frustrante.
"É um mundo que nos isola demais, às vezes. Você quer fazer o que as outras pessoas estão fazendo e jogar o que elas jogam, para poder falar com os amigos."
O jogo estará disponível para downloads gratuitos em inglês e francês no iTunes no ano que vem.
publicado por MJA
[9.Set.2014]
Soluções simples dão segurança
a deficientes visuais em Londres
Mônica Vasconcelos
Sou
repórter da BBC Brasil, radicada em Londres há 20 anos. E tenho uma deficiência visual, sou portadora de uma síndrome congênita chamada Retinose Pigmentar.
Em algumas situações, os efeitos da síndrome sobre a minha visão são menos graves.
Nesses momentos, é como se eu fosse uma pessoa com uma miopia muito forte que perdeu os óculos.
Não consigo ler placas, localizar objetos na prateleira do supermercado ou ler o valor total da conta do restaurante.
Mas há situações em que minha visão fica muito prejudicada. É o caso dos dias claros, com muito sol, ou em ambientes excessivamente iluminados.
O mundo se torna uma névoa esbranquiçada e sem definição. Não consigo ver degraus, subir ou descer das calçadas, ver postes e outros obstáculos, atravessar ruas
com segurança.
Com suas calçadas bem acabadas e trânsito mais disciplinado, Londres já era mais acolhedora para pessoas com deficiências visuais quando aqui cheguei, há duas
décadas.
Mas a cidade vem incorporando uma série de recursos tecnológicos e soluções simples que fazem uma diferença enorme na vida desse grupo.
A propósito, o termo “pessoa com deficiência visual”, convencionado pela ONU e ratificado por movimentos sociais mundiais, engloba cegos e pessoas com baixa visão
– como eu.
Pisos táteis
Andar por uma cidade grande é um desafio diário para mim - a rua pode ser um lugar assustador e perigoso para quem não enxerga bem.
Comecemos por algo simples, como a guia da calçada ou meio-fio. Ela se torna um problema para quem não consegue vê-la. Você pode tropeçar e quebrar o pé – como já
aconteceu comigo.
E quando as calçadas são rebaixadas para facilitar o acesso – a cadeirantes, por exemplo – cria-se um outro problema, já que fica mais difícil, para quem tem uma
deficiência visual, diferenciar calçada e rua.
No início, eu não sabia para quê serviam as protuberâncias arredondadas nos calçamentos londrinos.
Nas ruas brasileiras, são raras. Podem ser encontradas na Avenida Paulista ou nas imediações da Fundação Dorina Novill – ONG de suporte a pessoas com deficiências
visuais, em São Paulo.
Hoje, sinto alívio quando piso nas calçadas táteis – como são chamadas. Elas me dizem para parar – porque tem uma rua na minha frente. E depois de cruzar a rua,
me avisam que posso relaxar, porque já cheguei ao outro lado e estou em território seguro.
O conceito da calçada tátil pode ser levado ainda mais longe.
Em Tóquio, no Japão – país onde essa tecnologia foi inventada - existem faixas de pisos táteis no centro da calçada. Seguindo um princípio semelhante ao de
ciclovias para ciclistas, são faixas para as pessoas com deficiências visuais, que andam sobre elas em segurança, sabendo que o caminho estará livre de
obstáculos.
"Toda calçada em Tóquio tem faixas táteis pintadas em cor amarelo berrante (para que sejam facilmente identificáveis)", disse à BBC Brasil Natalie Doig,
representante do Royal National Institute of Blind People (RNIB), entidade que faz campanha pelos diretos de pessoas com deficiências visuais na Grã-Bretanha.
"As pessoas no Japão vivem mais tempo, por isso, existe mais gente com problemas de visão e uma atitude diferente por parte das população", explicou.
Doig reconhece, no entanto, que a acessibilidade para pessoas com deficiência visual em Londres melhorou muito na última década.
Semáforos
Minimizar seu estresse e garantir sua segurança são parte da estratégia de sobrevivência para quem tem uma deficiência visual.
Quando ando por Londres, escolho trajetos onde existem semáforos para que eu possa cruzar as ruas em segurança.
Mas em dias ensolarados, às vezes não consigo localizar o sinal para pedestres – com o homenzinho verde ou o vermelho.
Alguns semáforos emitem sons para indicar que é sua vez de atravessar, mas esses são menos comuns e, na minha experiência, muitas vezes deixam de funcionar.
Então, muitos sinais são dotados de um outro recurso: um cone giratório que é ativado quando o sinal fica verde para os pedestres.
A pessoa coloca a mão na parte de baixo de uma caixa instalada no poste do semáforo e localiza o cone.
Quando o cone começa a girar, o pedestre sabe que é sua vez de atravessar.
Simples e efetiva, a tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da University of Nottingham, Inglaterra, na década de 1980.
Metrô
O London Underground, o famoso metrô de Londres, está celebrando 150 anos de existência. Com 11 linhas diferentes e 270 estações, o sistema transporta mais de 4 milhões de pessoas por dia.
Todas as plataformas têm pisos táteis para orientar passageiros com deficiências visuais sobre a proximidade dos trilhos. Algumas, mais modernas, são vedadas por vidros e têm portas automáticas que só se abrem quando o trem está estacionado.
Na entrada, catracas amplas permitem o acesso a passageiros acompanhados de cães guias.
A sinalização visual é feita com cores contrastantes e há mapas disponíveis em braille e em letras grandes.
Ainda assim, pessoas com deficiências visuais podem ter dificuldade em achar a direção nesse labirinto. Então o Underground oferece um serviço personalizado para
todos os passageiros com deficiências.
Basta solicitar assistência no portão de entrada. Um funcionário do metrô acompanhará o passageiro até o trem e avisará um colega na estação de destino.
Normalmente, quando o passageiro chega à outra estação, encontra alguém esperando por ele. De lá, será acompanhado até a saída ou até seu próximo trem.
"Somos treinados para lidar com as necessidades de cada um", disse à BBC Brasil o lituano Andreas Zinkevicius, da equipe do London Underground.
O especialista da BBC em deficiência e inclusão, Peter White, que é cego, reservou um elogio especial a esse serviço, por sua flexibilidade.
Funcionários são treinados para não ter expectativas preconcebidas sobre pessoas com deficiências e oferecem assistência sob medida, de acordo com cada caso.
Ônibus
O London Buses, serviço de ônibus londrino, transporta 6,4 milhões de passageiros em dias úteis.
Em princípio, você não precisa acenar para o ônibus. Motoristas são orientados a parar sempre que houver pessoas no ponto. Passageiros com deficiências visuais às
vezes carregam uma bengala branca – símbolo que indica que o portador tem problemas de visão. Isso ajuda a alertar o motorista.
Não uso bengala. Às vezes, não consigo ver a placa com o destino do ônibus, então pergunto ao motorista.
Uma vez dentro do veículo, no entanto, posso relaxar.
Porque quando se fala em tecnologias melhorando as vidas das pessoas com deficiências visuais em Londres, é no serviço de ônibus que se notam as maiores mudanças.
Londres incorporou tecnologias e soluções simples para melhorar vida de deficientes visuais.
Desde 2009, os cerca de 7.500 ônibus que servem a Grande Londres foram equipados com sistemas de localização que anunciam ao passageiro o destino final da jornada
e o nome de cada parada.
O recurso transformou minha experiência como passageira: não perco mais o ponto por não saber onde estou.
Conscientização
Recursos como esses fazem de Londres uma cidade incrivelmente receptiva para quem tem uma deficiência visual, mas vale lembrar que às vezes as
tecnologias - e os homens - falham.
Há pessoas que reclamam dos constantes anúncios das paradas em ônibus e trens, dizendo que perturbam o silêncio e incomodam.
Também houve casos de administrações regionais de bairro que se recusaram a instalar pisos táteis por razões de estética.
E mesmo em Londres, famosa por seu espírito liberal, onde convivem pessoas com os visuais mais excêntricos, ainda tem gente que comenta quando eu passo, em dias
cinzentos e chuvosos, de chapéu e óculos escuros - meu kit de sobrevivência.
Para Natalie Doig, do RNIB, a cidade perfeita em termos de acessibilidade é Tóquio, com suas faixas táteis nas calçadas e lojas que emitem sons - jingles
personalizados - para que clientes com deficiências visuais possam localizá-las.
No entanto, para mim, Londres já oferece um modelo incrível.
Não tenho dúvidas de que a qualidade de vida dos mais de 6 milhões de brasileiros com deficiências visuais seria transformada se o Brasil investisse em alguns dos
recursos disponíveis em cidades como Tóquio e Londres.
Mas de certa forma, resolver a tecnologia pode ser mais fácil.
Ajudar a sociedade a entender a experiência de quem tem uma deficiência visual, isso sim, é tarefa para muitas gerações.
publicado por MJA
[7.Set.2014]
Sensores conectados a smartphones
podem prevenir cegueira
01/09/2014
Cientistas propuseram uma nova forma de monitorar o glaucoma com um dispositivo implantado no olho do paciente. As leituras do dispositivo seriam monitoradas via
smartphone, o que poderia ajudar a prevenir a cegueira causada pela doença.
O que torna o glaucoma uma doença perigosa é o fato de essa perda de visão ser assintomática. Isso ocorre porque o cérebro é capaz de preencher as partes que
faltam da visão e um olho é capaz de compensar o dano do outro. Por enquanto, o único tratamento foca na causa mais comum, que é o aumento da pressão intraocular
(IOP).
Atualmente, o melhor método para medir a IOP é a tonometria de aplanação de Goldmann, em que é medida a força requerida para achatar uma área predefinida da
córnea com um dispositivo de superfície dura. Entretanto, a técnica produz medições variáveis, e nem sempre são suficientes para o gerenciamento de glaucoma.
Porém, um estudo recente realizado por Ismail Araci na Stanford University e seus colegas apresenta um sensor capaz de mensurar a IOP de forma mais precisa. O
dispositivo tem apenas alguns milímetros e pode ser implantado no olho. Isso permitiria um acompanhamento contínuo da doença, o que pode fazer uma grande
diferença para pacientes em estágio crítico.
O pequeno sensor é embutido em lentes sintéticas utilizadas para substituir as lentes naturais de pessoas com catarata. O dispositivo funciona como um barômetro,
a pressão faz com que o fluído do sensor se mova. Esse movimento pode ser acompanhado com uma câmera de smartphone com adaptador óptico especial.
Contundo, ainda há limitações. Os resultados são baseados em estudos feitos em animais. Além disso, a durabilidade do dispositivo ainda não está clara. Se o
monitoramento contínuo é necessário, o sensor deve ser capaz de durar alguns anos. Outra questão é que ele será útil apenas a alguns tipos de glaucoma.
Implantar o dispositivo em humanos também é um dos desafios. Segundo Araci e seus colegas, o sensor vai complementar lentes intraoculares, que já são comumente
implantadas em cirurgias de catarata. O procedimento é simples e alguns pacientes com glaucoma e catarata já se submetem a ele.
Visto que as lentes desempenham um papel importante nos mecanismos que conduzem a uma forma de glaucoma, a extração prévia pode melhorar o controle de alguns
tipos da doença. O procedimento está em fase de testes em seres humanos e pode impulsionar pesquisas em sensores implantáveis, como o de Araci.
publicado por MJA
[2.Set.2014]
Livros em 3D para crianças invisuais
Pedro Esteves
13/8/2014
Chama-se “projeto dos livros de imagens táteis” e pretende fazer chegar
às crianças
invisuais todos os livros infantis que conhecemos.
Como? Usando impressoras 3D.
Ler é uma tarefa que todos os educadores e escolas devem incentivar nos mais pequenos. A leitura estimula a imaginação e o raciocínio criativo, processos fundamentais para a construção intelectual das crianças. E antes das palavras impressas, a “leitura” dos mais pequenos começa precisamente na exploração de cores, formas, sons e texturas. As crianças brincam com o mundo que descobrem, a sua curiosidade é ilimitada, e os livros (e as histórias) infantis são um alimento.
Mas e as crianças com deficiência, as que não conseguem ver ou ouvir? Sabe-se que desenvolvem mais os sentidos que lhes sobram, por engenho e necessidade. Uma criança cega ou surda não é menos inteligente ou não estará menos bem preparada para o mundo e para a vida se tiver a oportunidade e acompanhamento certos. Ela terá as mesmas capacidades cognitivas, mas desenvolvidas com outros trunfos e através de outras estratégias.
Há muito que as letras existem em braile para os cegos e ambliopes, um alfabeto feito de pontos táteis que lhes permite ler um livro com o mesmo nível de compreensão que uma pessoa que vê. Mas e as crianças mais pequenas: o que é que “lêem”, com que desenhos e cores brincam? Desde há muito que existem livros infantis , baseados em texturas e formas, mas também no som das histórias que os acompanham. Agora, uma nova tecnologia está a ser adaptada para tornar os livros infantis adequados às crianças invisuais: a impressão 3D.
Um grupo de investigadores da Universidade do Colorado está a ajudar a desenvolver o “Tactile Picture Books Project” — projeto dos livros de imagens tácteis — através do recurso a impressoras 3D. O objetivo é passar para três dimensões as imagens (digamos, os bonecos) que encontramos nos livros convencionais para crianças. E, entenda-se, “qualquer livro”, já que todas as formas que constam de um desenho em papel podem ser passadas para 3 dimensões, o que faz com que todos os livros infantis que conhecemos possam ser adaptados para as crianças cegas e amblíopes.
A evolução destas impressoras já permite imprimir materiais como o plástico e a borracha, bem como a composição posterior com outros materiais e texturas. Este projeto pretende criar uma base de dados online que possibilite a partilha entre pais e instituições, de modo a criar uma biblioteca virtual de modelos para impressão. Outro dos objectivos é o desenvolvimento de tecnologia que dê aos pais a possibilidade de fotografar (ou fazer um scan) a página de um qualquer livro infantil, envia-la para o computador e daí para a impressora, a um preço reduzido.
Contudo, este processo não é imediato, como explica
Abigale Stangl, uma das investigadoras
deste projeto. Vai ser preciso testar os livros em crianças invisuais, de modo a afinar os modelos, já que a sua percepção tridimensional não é necessariamente a
mesma de uma criança que vê. A resposta/reação das crianças invisuais será determinante na otimização dos modelos e técnicas de impressão. De qualquer maneira,
com os bonecos 3D será possível reconstruir todas as histórias dos livros de infância, dos mais novos (feitos de raiz) aos mais antigos, “os livros dos pais”.
publicado por MJA
[14.Ag.2014]
Concurso de fotografia "A inclusão na diversidade"
pretende "desmistificar a deficiência"
Lusa
08 Ago, 2014
"A inclusão na diversidade" é o nome do concurso de fotografia que o portal digital que se dedica à área da deficiência lançou em parceria com o Centro Português
de Fotografia (CPF), informou hoje fonte ligada ao projeto.
"Captar através de uma imagem o verdadeiro sentido de inclusão ou que denuncie a falta dela" é o objetivo deste concurso de fotografia.
Conforme se lê no regulamento deste concurso - que pode ser consultado em www.pluralesingular.pt
-, a ideia assenta na convicção de que "a verdadeira inclusão deverá abarcar, em igualdade de direitos, de cidadania e participação ativa na vida pública, aqueles
que são tendencialmente excluídos porque fogem ao padrão da normalidade".
O "A inclusão na diversidade" destina-se a todos os fotógrafos, amadores e profissionais de todas as nacionalidades, a título individual ou em representação de
alguma entidade e a participação no concurso é gratuita.
Com esta iniciativa, a Plural&Singular, portal digital que se dedica a tratar temas relacionados com a deficiência e a inclusão, quer marcar, em dezembro, o seu
segundo aniversário, fazendo com que os participantes "reflitam sobre o que é uma sociedade caraterizada pela diversidade".
Já o CPF, numa nota publicada no seu sítio oficial na Internet, conta que "aceitou o desafio lançado pela Plural&Singular para uma iniciativa que visa promover a
reflexão sobre os conceitos de `inclusão` e de `diversidade` no seio de uma sociedade sem barreiras físicas nem psicológicas", inserindo este concurso no âmbito
do projeto "Acessibilidade" que esta instituição tem no terreno.
"Desmistificar a deficiência junto das pessoas sem deficiência e combater os atos discriminatórios associados às "diferenças" são outros propósitos importantes
deste concurso de fotografia promovido em prol de uma sociedade verdadeiramente inclusiva na diversidade", lê-se ainda na página dedicada a esta iniciativa.
O prazo de envio de inscrições já começou, estendendo-se até 30 de setembro.
Os vencedores do concurso são anunciados publicamente com o lançamento da 9.ª edição da revista digital trimestral da Plural & Singular e no dia 03 de dezembro,
numa cerimónia agendada para a noite no CPF, no Porto.
Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/
publicado por MJA
[12.Ag.2014]
Os pequenos milagres do 3D
para as pessoas com visão reduzida
ISABEL VALDÉS
ARAGONÉS
Madrid, 7 AGO 2014 - Ver sua perna pela primeira vez em anos. Foi o que aconteceu para uma das primeiras pessoas que testaram os Smart Glasses, óculos
inteligentes criados para melhorar a qualidade de vida daqueles que têm visibilidade reduzida. A ideia é da Universidade de Oxford, com a colaboração do Real
Instituto Nacional de Cegos do Reino Unido. Ainda que os pesquisadores universitários trabalhem há vários anos no projeto, a instituição se uniu há apenas dois:
“Assessoramos para garantir que os óculos sejam úteis e ajudamos a organizar testes do produto com usuários”.
As lentes, que no Reino Unido são conhecidas como óculos Star Trek –por serem parecidas com o visor de alta tecnologia usado na série de televisão Jornada nas Estrelas pelo tenente comandante da Enterprise, Georgi La Forge– ainda são um protótipo e a equipe dirigida pelo doutor Stephen L. Hicks continua trabalhando para conseguir uma versão final. O modelo provisório já foi testado com sucesso em problemas como a degeneração macular, a retinopatia diabética, a retinite pigmentosa ou as neuropatias óticas. “Apesar disso, ainda falta tempo até que possam estar à venda”, pontua o instituto.
Há nove meses, Hannah Thompson, com cegueira parcial, colocou os óculos pela primeira vez. A segunda foi há pouco mais de um mês. Ela agora acredita não faltar muito tempo para poder caminhar com confiança pela rua. Hannah conta sobre a experiência em seu blog, o Blind Spot: “Sempre gostei do queijo francês, mas ir comprar é frustrante. As etiquetas e os preços são impossíveis de ver e nem sequer sei direito quais produtos me mostram quando peço conselhos." Em junho passado, Thompson pôde decidir, tranquila, a quantidade de Chabichou que gostaria de levar para casa: “Talvez pela primeira vez em minha vida, tomei uma decisão sem ser baseada somente nos conselhos dos demais ao comprar algo, sabia com segurança que estava na minha frente”.
O que Thompson sentiu encaixa com perfeição no objetivo da equipe. “Dar para as pessoas com problemas de visão uma ajuda que aumente sua consciência em relação às coisas ao seu redor. O que significa maior liberdade, independência e confiança, e uma melhor qualidade de vida”, comentou o doutor Hicks em 17 de junho quando, pela primeira vez, os óculos foram testados em espaços públicos.
O funcionamento das lentes ocorre através de uma câmera 3D,
explica o Instituto Nacional de Cegos, “separamos as formas e os objetos próximos e podemos mostrar com mais clareza através de pequenas telas transparentes que
fazem parte dos óculos”. Quem antes se chocava com um poste na rua, agora pode evitá-lo. Quem antes não distinguia quem estava na sua frente, agora pode
reconhecer seus traços. “Aí está você, garota”, disse Lyn Oliver para Jess, sua cachorra guia, quando, ao colocar os óculos, a distinguiu pela primeira vez. O
septuagenário sofre de retinite pigmentosa desde que tinha 20 anos.
Como Hannah e Lyn Oliver, no Reino Unido existem 360.000 pessoas registradas como cegas ou com alguma deficiência visual, segundo o Instituto: “Nós estimamos que
por volta de 300.000 dessas pessoas têm um pouco de visão e pelo menos a metade delas poderia se beneficiar desses óculos. Os Smart Glasses poderiam ajudar
150.000 pessoas aqui e por volta de 15 milhões em todo o mundo”. Cerca de 15 milhões que poderiam se ver no espelho pela primeira vez.
O empurrão do Google
O Google Impact Challenge é um concurso no qual são apresentados projetos que façam "um mundo melhor, mais rápido", como diz o
seu slogan. O de 2014 do Reino Unido foi ganho pelos Smart Glasses, com 600.000 euros (1,83 milhões de reais) para ajudar na produção e distribuição dos óculos.
"Graças ao Google vamos ser capazes de construir 100 pares que vamos emprestar de forma gratuita a 1.000 pessoas no Reino Unido e Europa", informa o Real
Instituto Nacional de Cegos do Reino Unido. Com os resultados desses testes, terminarão de definir as funcionalidades e os detalhes. "É a primeira prova em grande
escala de um projeto como esse", dizem, orgulhosos, na entidade inglesa.
publicado por MJA
[8.Ag.2014]
Flexibilização do crédito à habitação
para deficientes aprovada no Parlamento
ROSA SOARES
25/07/2014
Novo diploma consagra possibilidade de transferência
do crédito à habitação normal para o regime especial.
O novo regime de crédito à habitação para deficientes, que resulta de um consenso alargado entre os
partidos da maioria PSD/CDS, Bloco de Esquerda e Partido Socialista, vai ser aprovado esta sexta-feira no Parlamento, e vem tornar as regras de acesso bem mais
flexíveis.
A nova lei cria um regime especial de raiz, por proposta do PSD/CDS, já que que o acesso dos deficientes ao crédito à habitação bonificado estava até agora
suportado no contrato colectivo dos bancários (que oferece melhores condições aos seus trabalhadores) e repartido por vários diplomas.
Um dos aspectos mais importantes do novo regime, e avançado pelo Bloco de Esquerda, reside na possibilidade de migração de contratos do regime geral para o regime
especial, sempre que o titular do contrato venha a adquirir um grau de deficiência igual ou superior a 60%.
Actualmente, o regime de acesso a crédito bonificado para deficientes, que garante uma taxa de juro menor, só poderia ser feito na fase de contratação do crédito,
excluindo do regime os casos em que a deficiência é adquirida posteriormente.
Entre as vantagens do novo diploma está também a eliminação da exigência de seguro de vida, que era actualmente obrigatório e que, no caso dos deficientes,
representava um custo muito elevado.
Ao isentar o seguro de vida, a responsabilidade do crédito passa, em caso de morte do titular do contrato, para os herdeiros, que decidirão se pagam o
remanescente do crédito e ficam com o imóvel, ou se este fica para o banco, como meio de pagamento.
Para salvaguardar o rácio de cobertura do valor do imóvel face ao crédito concedido, o montante de crédito a conceder nestes casos não pode ultrapassar os 90% do
valor que resultar da avaliação da casa. É ainda estabelecida outra limitação, que é a do valor máximo do imóvel não ultrapassar os 190 mil euros.
Fiscalização do diploma
No crédito bonificado para deficientes, a taxa de juro é livremente fixada entre as duas partes, existindo depois uma
bonificação de uma parte desse valor, a suportar pelo Orçamento de Estado. Neste domínio, não há alterações, mantendo-se uma bonificação da taxa de juro criada
pelo Decreto-Lei n.º 359/89, e actualmente em vigor, e fixada administrativamente pelo Estado.
Neste regime de bonificação, há o risco de os bancos poderem fixar taxas de juro mais elevadas, um risco de que os deputados estão conscientes e que pretendem
colmatar com um acompanhamento da aplicação do diploma. Em declarações ao PÚBLICO, Carlos Silva, deputado do PSD e presidente do grupo de trabalho de que resultou
a nova lei, adiantou que ainda não estão definidos os moldes de acompanhamento, admitindo que pode passar pela já existente comissão para as questões da
deficiência, mas essa será uma matéria a discutir com os restantes partidos.
Recorde-se que as propostas dos partidos de alteração surgiram na sequência de uma denúncia da Deco Proteste sobre o caso de um cidadão que adquiriu uma
incapacidade superior a 60% e viu negada a transferência do seu empréstimo para o regime especial.
publicado por MJA
[4.Ag.2014]
Videoclube NOS integra serviço
de audiodescrição em 30 filmes
21-7-2014
A NOS anunciou hoje que passa a disponibilizar audiodescrição para um conjunto selecionado de filmes disponíveis no videoclube do seu serviço de televisão.
A audiodescrição é uma funcionalidade criada a pensar nos clientes com deficiência visual e será incluída no serviço de videoclube da plataforma de televisão paga
da NOS.
Esta funcionalidade inclui uma locução, que descreve cada cena em termos de cenários, figurinos, expressões faciais, linguagem corporal, entrada e saída de
personagens, entre outras informações relevantes, explica a NOS num comunicado de imprensa.
Os filmes selecionados para integrar a opção de audiodescrição são cerca de 30, que estão acessíveis através do videoclube, através da categoria Cinema em
Português com Audiodescrição.
Incluem-se no leque de filmes com serviço de audiodescrição:
Alice, Porto da Minha Infância, O Milagre Segundo Salomé, Kiss Me, O Querido Lilás, 5 Dias 5
Noites, Odete e Atrás das Nuvens, entre outros.
publicado por MJA
[4.Ag.2014]
Banana transgênica pode ajudar no
combate à desnutrição e cegueira
15/07/2014
Uma banana geneticamente modificada (GM) tem potencial para reduzir drasticamente a mortalidade e a cegueira infantil. A planta transgênica foi desenvolvida por
cientistas australianos para apresentar altos níveis de betacaroteno, precursor da Vitamina A. A carência desse nutriente é a principal causa de cegueira em
crianças – estima-se que entre 250 a 500 mil percam a visão todos os anos por causa da ausência de betacaroteno no organismo. Dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS) também mostram que doenças decorrentes da falta desta vitamina são responsáveis pela morte de mais de dois milhões de pessoas anualmente.
Na África, a banana é um alimento importante, sendo comida crua e cozida. Em Uganda, por exemplo, cerca de 70% da população tem na fruta a base de sua
alimentação. De acordo com o cientista James Dale, líder da pesquisa na Universidade de Tecnologia de Queensland em Brisbane (Austrália), a transformação genética
da banana faz parte de uma nova onda de alimentos transgênicos cujo objetivo é combater a desnutrição em países em desenvolvimento.
O estudo, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, foi bem sucedido em testes de campo. Agora, cerca de 10 kg da "super banana" estão sendo enviados para os
Estados Unidos para o que seja avaliada a biossegurança do alimento para consumo humano. Se for comprovado que o betacaroteno da fruta transgênica se transforma
em vitamina A no organismo, o produto será submetido ao sistema regulatório de países como Uganda para ser aprovado.
Fonte: CIB – Conselho de Informações sobre Biotecnologia
publicado por MJA
[4.Ag.2014]
As deficiências na mídia:
quanto mais lágrimas, melhor?
julho de 2014
Sérgio é expert em tecnologia em uma multinacional. É casado, pai e cego. Já aconteceu de contar a algumas pessoas que tem uma filha e ouvir coisas do tipo: "Mas, como assim, tem uma filha? Como é que você fez?" Gilson, baixa visão, mora próximo a uma entidade assistencialista para cegos que nunca frequentou, passa em frente a ela quase todos os dias para ir à faculdade e, quando está um pouco à frente, é comum alguém gritar: "Você passou, volta! A entrada é mais atrás!" Ele sempre diz que as pessoas parecem acreditar que cego na rua só pode estar indo a três lugares: ou a alguma instituição assistencialista, ou ao médico ou à igreja. E as inúmeras vezes em que tem de explicar que, sim, usa computador e celular e o tempo todo? “Se digo que vou mandar alguma coisa por email, lá vem a pergunta: mas cego manda email?”, conta, rindo.
Já Andreia toma ônibus cheio todos os dias para ir ao trabalho e, quase todos os dias também, alguém oferece a ela um assento, sendo que muitas das vozes gentis são de pessoas maduras. "Sou jovem e saudável, só não enxergo. Não preciso sentar", explica. A coisa é pior quando engata uma conversa com alguém, que ao saber que ela está indo trabalhar, comenta: "É bom, né? Distrai um pouquinho…" (a jornalista Lia Crespo, cadeirante, um dos principais nomes da luta pelos direitos das pessoas com deficiência no país, já ouviu a mesma coisa de um taxista e respondeu que seu trabalho não era distração e que para se distrair preferia fazer muitas outras coisas…)
E tem o Beto, alto e forte,
cego também, que ao visitar um museu e deixar sua mochila no guarda-volumes, ouviu do atendente: "Pode pegar seus remédios, se for precisar, tá?" E um morador de
rua que, bêbado, disse um "Deus te ajude" para o sempre elegante Paulo, assim que viu a bengala branca?
As histórias são muitas e, infelizmente, a dependência, a incapacidade, a pobreza e o sofrimento parecem ser as únicas características que a maioria das pessoas
associa às deficiências. A mesma ideia, fruto da falta de informação, faz com que jornais e emissoras de rádio e TV apenas perpetuem essa imagem.
“Não somos considerados um público consumidor, essa é a razão para tanto desinteresse”, resume o aposentado J.C., cego. Um pouquinho de filosofia ajudaria a compreender como são construídas certas verdades absolutas nos mais diversos campos sociais, há muito tempo arraigadas no imaginário das pessoas e muito, muito difíceis de modificar.
"Hoje já não existem espaços nos jornais para análises, discussões e debates profundos, com textos longos e reflexivos. As matérias são curtas e
superficiais; editores muito jovens querem entender um assunto em cinco minutos e o que vale é a quantidade de informações em detrimento da qualidade", explica
uma respeitada jornalista de São Paulo, dona de uma assessoria de imprensa e de um currículo que inclui alguns dos principais veículos de comunicação do país,
além de uma longa história de luta por causas sociais. "Temas específicos e complexos, ainda que urgentes, como a questão da falta do livro digital acessível no
país ou o descumprimento de outras leis que garantem os direitos de quem tem deficiência, levam tempo só para ser compreendidos e não despertam interesse. O que
atrai e vende mesmo são histórias chorosas de superação com a ajuda da caridade ou aquelas que passem a ideia de novidade e vanguarda, ainda que algumas vezes
estejam muito longe disso", conclui.
Um exemplo gritante de como a avidez por “novidade e vanguarda” pode não dar certo foi a divulgação pelo jornal Folha de S.Paulo do recente e desastroso desfile
de moda para cegos, realizado na capital paulista, que apresentou inacreditáveis calças com elástico na cintura, bolsos com números em relevo e peças com texturas
diferentes na frente e atrás, tudo para “facilitar” a identificação e o vestir! Um festival de bizarrices que provocou imediata e indignada reação de dezenas de
pessoas com deficiência visual em todo o país. Se você, leitor, enxerga e não tem nenhuma dificuldade motora, certamente algum dia já se vestiu no escuro sem
problemas e sem a menor necessidade de roupas especiais, não?
Enquanto publicam matérias como essa ou divulgam praticamente na íntegra textos que chegam das
assessorias dos cachorros grandes da chamada indústria da deficiência, sem jamais questionar suas ações nada inclusivas, a cruel realidade de quem tem algum tipo
de deficiência visual – e qualquer outra - no país continua totalmente desconhecida. Os brasileiros não têm acesso nem mesmo a óculos de grau, o que dificulta
imensamente suas atividades diárias e compromete seriamente a aprendizagem escolar de milhares de crianças. Óticas brasileiras chegam a ter um lucro de 200% a
300% em cima da venda dos óculos e o Sistema Único de Saúde (SUS) não pode fornecê-los à população simplesmente porque não são considerados materiais médicos,
segundo informações apresentadas durante o Simpósio para Prevenção e Diagnóstico da Cegueira, promovido pela USP no início de abril em São Paulo, com a
participação de oftalmologistas da universidade e convidados estrangeiros.
Ainda segundo dados do Simpósio, pesquisas apontam que a cegueira tem tanto impacto na qualidade de vida de uma pessoa quanto o câncer e a diabetes; esse impacto
é ainda maior do que o causado por um AVC com sequelas importantes; muitos dos pacientes com doenças oculares ficam cegos porque não recebem informação nem
orientação adequadas sobre a doença e seu tratamento – como poderiam, em consultas que não duram nem cinco minutos?
Tem mais: somente 50% dos pais brasileiros levam seus filhos a consultas com oftalmologistas; as doenças oculares infantis costumam ter um tratamento longo e
penoso para as crianças, geralmente à base de colírios que devem ser administrados algumas vezes por dia, o que fica inviável quando os pais trabalham o dia todo
e elas ficam em casa, sozinhas ou com irmãos pequenos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de cegueira em todo o planeta ocorrem em
pessoas com 50 anos de idade ou mais, sendo que mais da metade dos casos são evitáveis e recuperáveis com tecnologia. A detecção e o tratamento das principais
doenças oculares que levam à cegueira são rápidos, fáceis e de baixo custo. E o consenso é o de sempre: o que falta no Brasil é vontade política.
Por fim, mais um obstáculo à disseminação de conhecimento e informação da área é o fato de não haver, nos principais veículos de comunicação do país, jornalistas
especializados no tema deficiências, a exemplo do que acontece nas áreas de economia ou educação, para as quais não faltam grandes articulistas com análises
críticas e politizadas. As pautas sobre as deficiências são encaminhadas a repórteres cadeirantes ou com baixa visão, o que sem dúvida ajuda, mas não é nem de
longe o desejável, nem suficiente e muito menos determinante para a produção de bons artigos e matérias.
Para isso, basta o interesse genuíno pelo tema, acompanhado do suporte de consultores éticos, independentes, com sólido conhecimento teórico e experiência no tema
em seus mais variados aspectos, além de entrevistados com deficiência, politizados e não institucionalizados, que possam retratar sua própria realidade com
liberdade, seriedade e coragem. E aí, a maior surpresa certamente será a rápida constatação do mais poderoso obstáculo à inclusão: as próprias pessoas com
deficiência, mais de 45 milhões em todo o país, uma legião de gente historicamente silenciada, manipulada e vitimizada, que dificilmente lutará por direitos que
nem sabe que tem, acostumada que está à dependência trazida pela caridade, eternamente grata a ela e que parece ficar satisfeita somente porque, vez ou outra, a
quantidade de migalhas aumenta. Pensando bem, motivo é o que não falta para sentar e chorar mesmo.
publicado por MJA
[4.Ag.2014]
Os cheiros favoritos de um cego
10 de Julho de 2014
Tommy Edison é já uma pequena celebridade no YouTube. De espírito aberto, disponível e brincalhão, este utilizador da rede social tem ajudado os seus seguidores a saber um pouco mais sobre como é ser invisual.
Tommy Edison é cego. E é também já uma celebridade no YouTube, com os seus vídeos descontraídos, onde explica aos utilizadores como é que um invisual ‘vê’ as cores ou quais é que são os seus sons favoritos.
Desta vez o assunto do dia são os seus cheiros favoritos.
Em poucos minutos fazemos uma pequena viagem pela memória de Edison, que, entre outras coisas, confessa que gosta do fumo passivo – lembra-lhe a infância porque “toda a gente fumava” – e que acha que o cheiro a gasolina já não é a mesma coisa.
"A menina que vivia no País Azul"
dá cor às histórias de cegos
Uma menina que vive num país só com duas cores e que o vai pintar com a ajuda do sol, da lua, do arco-íris, de uma estrela e do vento, é a história de um livro infantil para cegos. A obra surge das brincadeiras que a autora faz com o neto, com quem gosta de pintar e de fazer experiências, para criar cores novas.
À Lusa, a autora, Antónia Rodrigues, disse que se trata da história de uma menina que vive num país só com duas cores, o azul-escuro e o
azul-claro e que o quer pintar.
Com a ajuda do sol, do arco-íris, da lua, do vento e de uma estrela, "A menina que vivia no País Azul" vai conseguir criar novas cores e pintar o país todo.
"A mensagem é para todos os pais. Temos de dar muito tempo e afeto às nossas crianças porque a criança da história vive muito sozinha", contou Antónia Rodrigues,
57 anos.
O livro foi inicialmente escrito e editado em 2012, mas ver na rua uma criança cega levou a autora a questionar-se sobre como é que seria o seu processo de
leitura, como é que percecionaria as ilustrações.
É então que Antónia Rodrigues tem a ideia de adaptar o livro que já tinha escrito num formato acessível a crianças invisuais, tendo para isso contactado a
Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Para a elaboração do livro, a escritora pediu também a ajuda de uma professora do ensino especial, que é cega, e de duas alunas, também invisuais, com o objetivo
de perceber como é que elas liam a história e de que forma a poderia tornar mais interessante.
"Levei dois desenhos em relevo e pedi à professora para ler a parte da história correspondente e ela disse-me que não tinha ideia de como é que as nuvens eram
representadas em desenho", contou Antónia Rodrigues.
Deste contacto, nasceu a ideia de transformar em brinquedo as personagens principais, de modo a que a história ganhe vida nas mãos de quem a lê.
Cada livro traz cinco bonecos, que representam as personagens principais: sol, lua, estrela, arco-íris e gota de água.
A elaboração e edição foram apoiadas por várias empresas, o que permitiu que os 250 livros sejam, na sua maioria, oferecidos e distribuídos entre a Biblioteca
Nacional, o Instituto Português de Oncologia e escolas.
Antónia Rodrigues adiantou que alguns serão vendidos numa livraria e que o valor das vendas irá reverter para a ACAPO.
À Lusa, a presidente da ACAPO destacou a importância que este livro pode ter na formação das mentes mais jovens.
"Estes livros cumprem um desígnio importante que é o da sensibilização porque, a partir do momento que conseguimos chegar a este público numa idade mais tenrinha,
estamos a contribuir para um desenvolvimento destas crianças para que elas conheçam e aceitem o valor da inclusão", defendeu Ana Sofia Antunes.
Segundo a ACAPO, e com base nos Censos 2011, cerca de 18.299 portugueses (com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos) têm muita dificuldade em ver e 644
pessoas, com a mesma idade, não consegue ver.
Titulo: A Menina que vivia no País Azul
Idade: + 6 Anos
Tipo de leitor: Leitor intermédio
Ano: 2012
Páginas: 34
Texto: Antónia Costa Rodrigues
Ilustrações: Antónia Costa Rodrigues
Editora: Chiado Editora
Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/
“Verão em Ação” em Coimbra
Aproxima-se uma época de férias e com ela mais um período em que muitos procuram usufruir de bons momentos de recreação e lazer. Assim, para além da organização
da Colónia de Férias em São Martinho do Porto, a Delegação de Coimbra vai preparar a semana “Verão em Ação” – de 28 de julho a 01 de agosto – com um
programa de atividades inteiramente baseada nos contributos dos seus associados e utentes.
Os interessados poderão dirigir as suas sugestões ao cuidado do colaborador Luís Martins, através de carta ou correio eletrónico (luismartins@acapo.pt) e até ao
próximo dia 30 de maio de 2014.
O contributo de cada um será devidamente analisado, de forma a obtermos um programa de atividades que possa traduzir os interesses e as necessidades de todos.
Oportunamente será divulgado o programa definitivo da semana «Verão em Ação».
O Direito à participação política
das pessoas com deficiência
A Agência Europeia para os Direitos Fundamentais publicou, em Viena, o relatório “O Direito à participação política das pessoas com deficiência: indicadores de
direitos humanos”. O relatório analisa a situação da participação política das pessoas com deficiência em 28 Estados-Membros da União Europeia (UE).
O relatório revela que na maioria dos Estados-Membros da UE , as pessoas com deficiência são cidadãos ativos, mais interessados em participar na vida política
do que a restante população se lhe forem dadas as condições necessárias.
Todavia, os dados revelam também que subsistem desafios significativos que afetam algumas pessoas com deficiência e que surgem agrupados em quatro temas-chave:
- Supressão de obstáculos jurídicos e administrativos;
- Aumentar a consciência dos direitos ;
- Tornar a participação política mais acessível;
- Expandir as oportunidades de participação.
Segundo a entidade, na União Europeia existem 80 milhões de pessoas com deficiência e uma em cada quatro famílias na UE inclui uma pessoa com deficiência .
Fonte: Agência Europeia para os Direitos Fundamentais
Corte nos abonos de família com crianças
deficientes é ilegal, diz Provedoria de Justiça
Por Pedro Sales Dias
21/06/2014
Abonos a famílias com filhos deficientes foram recusados com
base na avaliação de médicos e não de equipas multidisciplinares. Segurança Social diz que está a solucionar a situação e diferiu alguns casos.
A forma como o Instituto da Segurança Social tem cortado a alguns pais, com filhos deficientes, a bonificação do abono de família é “ilegal”. Quem o diz é a
Provedoria da Justiça, após ter analisado várias queixas que lhe chegaram.
Em nove casos analisados em pormenor, a provedoria constatou que os serviços fundamentaram a recusa dos abonos ou a sua continuidade com base na avaliação
negativa de peritos médicos do Sistema de Verificação de Incapacidades quando a lei exige que a avaliação seja feita por “equipas multidisciplinares de
avaliação médico-pedagógica”, refere um parecer da provedoria que não é vinculativo e ao qual o PÚBLICO teve acesso. “Esta actuação dos serviços é
manifestamente ilegal”, sublinha no documento o provedor adjunto, Jorge Miranda Jacob.
A provedoria diz ter sido confrontada com “um número significativo de queixas que denunciam uma actuação dos serviços” em “clara violação com o diploma” que
regula a bonificação por deficiência. Não é a primeira vez que o provedor de Justiça, José de Faria Costa, critica os critérios usados na atribuição das
bonificações. Aliás, já considerou que a legislação é inadequada. Face às irregularidades detectadas, o provedor adjunto considera as decisões “inválidas”. Em
dois casos, a recusa foi feita por os serviços considerarem que não foi feita prova da deficiência quando o médico da criança o atestou.
“Não se compreende como podem os serviços considerar que a prova não foi feita ou não foi apresentada”, destaca o provedor adjunto.
Jorge Miranda Jacob sublinha que a “lei não dá qualquer competência aos serviços para avaliarem a certificação médica da deficiência”.
De acordo com o parecer da provedoria, o instituto tomou igual decisão relativamente “aos seus funcionários abrangidos pelo regime de protecção social convergente”.
Em Janeiro de 2013, os serviços cortaram a bonificação do abono relativo à filha de uma funcionária do Centro de Viana do Castelo. A mãe apresentou prescrições médicas relativas à deficiência e, mesmo assim, a Segurança Social cessou a bonificação.
Noutro caso, foi cessada a bonificação no abono de uma criança com uma deficiência permanente. Os serviços consideraram-na, afinal, “não-permanente” sem justificação. “A lei dispensa a renovação anual da prova de deficiência se esta for permanente”, diz o parecer.
Instituto diz que pedidos de bonificação já foram diferidos
O Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social remeteu para o instituto justificando que a questão não é política. E o instituto admitiu, em resposta ao PÚBLICO, que ao longo dos anos “foram diversas as orientações dos serviços que criaram algumas vicissitudes nesta área de que os casos referidos são exemplo”.
Dos nove casos, contudo, sete já apresentaram documentação e foram, entretanto, diferidos e dois aguardam a apresentação da documentação por parte dos requerentes, segundo aquele instituto.
Aliás, aquela entidade sublinhou
que “após uniformização de orientações em 2013 e, em estreita colaboração com a Provedoria da Justiça, foi solicitada a reavaliação dos processos em causa,
solicitando aos requerentes os comprovativos que justifiquem o acréscimo de encargos decorrentes da situação de deficiência resultantes de apoio pedagógico ou
terapêutico”.
publicado por MJA
[26.Jun.2014]
Um quinto das crianças em
idade escolar usa óculos
Lusa | DN
21-6-2014
Uma em cada cinco crianças em idade escolar usa óculos, devido, entre outras causas, ao aumento de tarefas e uso de computadores, disse hoje o oftalmologista
Paulo Vale, alertando para a importância dos rastreios a partir dos três anos.
"A percentagem de crianças que necessita de óculos tem vindo a aumentar. Na idade escolar (até aos 16/17 anos) temos uma percentagem de 20% e no pré-escolar (até aos 4/5 anos) de 5 a 7%", adiantou à agência Lusa Paulo Vale, da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
O especialista realçou que a tendência mundial aponta para um aumento dos problemas de visão entre as crianças nos últimos anos, havendo inclusive mais com defeitos refrativos, ou seja, passíveis de serem corrigidos com óculos.
No entender do médico oftalmologista, na origem deste aumento estão vários fatores, como o aumento das tarefas escolares nas crianças, o uso crescente de computadores e tablets, o excesso de televisão e a exposição à luz artificial, assim como a componente genética e a prematuridade.
"Estes fatores são causas frequentes do aumento dos problemas refrativos, como a miopia, que tem vindo a subir nos últimos anos", explicou, salientando que o ideal seria que as crianças fizessem um rastreio visual a partir dos três anos.
"Não existe nenhum regime obrigatório para o rastreio, depende da sensibilidade dos pais para os sinais de alerta e do pediatra ou médico de família", declarou.
Paulo Vale sublinhou que os defeitos refrativos quando detetados até aos três ou quatro anos "são tratáveis" e reconheceu que nem sempre é fácil para os pais perceberem se os filhos têm problemas de visão, porque as crianças são muito ativas e curiosas, o que dificulta essa perceção.
"A não ser que seja um defeito muito grande, os pais não percebem. É difícil de perceber se uma criança se aproxima da televisão por curiosidade ou porque vê mal. Quando entram nos infantários ou na escola já é mais fácil", explicou, defendendo que, por este motivo, o rastreio precoce e regular "é tão importante".
O que está preconizado pela SPO, em coordenação com o Ministério da Saúde, é que o rastreio visual das crianças seja feito periódicamente", frisou, acrescentando que "o ideal é ser feito no primeiro ano de vida e depois aos 4 anos", uma vez que "entre os três e os quatro anos vai a tempo de corrigir muita coisa".
Os problemas visuais mais frequentes nas crianças são a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia, mas "existem também doenças oculares como o estrabismo, doenças da retina e das vias lacrimais, o retinoblastoma, o glaucoma congénito e a retinopatia da prematuridade (que tem vindo a aumentar)".
Por
isso, o oftalmologista aconselha os pais a estarem atentos aos sinais de alerta, ou seja, quando as crianças se aproximam demasiado da televisão, quando
lacrimejam, quando apresentam fotofobia (intolerância à luz) e olhos vermelhos.
publicado por MJA
[21.Jun.2014]
Olhos biónicos estão a ajudar na
recuperação da visão, diz especialista
Lusa
20-6-2014
Atualmente, cerca de uma centena de pessoas no mundo usa "retinas artificiais" criadas por três diferentes empresas nos Estados Unidos, Alemanha e França, que desenvolveram um sistema denominado Argus II
Deficientes visuais em várias partes
do mundo estão a recuperar parcialmente a visão graças a olhos biónicos, sistemas eletrónicos implantados diretamente na retina, garantiu hoje o especialista
francês José-Alain Sahel.
Citado pela AFP, o médico assegurou que os sistemas têm permitido muitas pessoas cegas perceberem novas "formas e contrastes brilhantes de objetos de tamanho
médio" e alguns já conseguem ler "letras e palavras grandes".
"Esta não é uma visão natural, mas uma perceção visual útil", disse o especialista, que dirige o Instituto da Visão, um centro de pesquisa do hospital
oftalmológico Quinze-Vingts em Paris.
Atualmente, cerca de uma centena de pessoas no mundo usa "retinas artificiais" criadas por três diferentes empresas nos Estados Unidos, Alemanha e França, que
desenvolveram um sistema denominado Argus II.
De acordo com AFP, atualmente o especialista francês José-Alain Sahel está a desenvolver um outro sistema semelhante chamado Iris, em colaboração com o start-up
Pixium Vision, e pelo menos cinco pacientes já receberam esse olho eletrónico feito na França, um resultado que o especialista considerou encorajador.
Também na Alemanha, outros fabricantes começaram a comercializar um sistema de implantes visando permitir a visão dos cegos.
Paralelamente, equipas médicas estão a estudar novas formas de recuperação da visão dos cegos, uma das quais envolve a injeção de células estaminais na retina
para substituir células defeituosas, refere a agência.
publicado por MJA
[21.Jun.2014]
Especialistas dos olhos discutem
novas terapias em Coimbra
19 Junho, 2014
António Rosado
Autores de trabalhos científicos inovadores nas áreas da retinopatia diabética e da degenerência macular no envelhecimento estão em Coimbra para participarem, amanhã e depois, num congresso internacional de grande relevância. Vêm dos Estados Unidos, França, Espanha ou Irlanda, a convite do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). A discussão promete não ser pacífica, pelos menos tendo em conta o tema das jornadas: “Controvérsias e novas fronteiras da retina”.
O Serviço de
Oftalmologia do do CHUC é, desde há longa data, referência nacional e internacional nestas áreas, nomeadamente através do ICNAS e do AIBILI.
(ver notícia completa na edição impressa de
As Beiras)
publicado por MJA
[20.Jun.2014]
Cientistas portugueses melhoram o
uso de smartphones para os cegos
por Nicolau Ferreira
18/06/2014
HoliBraille e B# são dois utensílios tecnológicos destinados a cegos para facilitar a escrita em Braille. O primeiro tem motores de vibração para ajudar a
escrita, o segundo é um corrector ortográfico.
O alfabeto baseado numa malha de seis pontos, o Braille, inventado pelo francês Louis Braille em 1824, é a
porta de entrada dos cegos para a literacia e o mundo do trabalho. A malha tem dois pontos horizontais por três verticais. Todas as letras do alfabeto têm uma
tradução em pontos na malha do Braille. Por exemplo, o “a” é representado por um único o ponto em cima do lado esquerdo. No papel, graças ao relevo, as palavras
são lidas pelos dedos e escritas com máquinas próprias. Mas nos smartphones e tablets, com visores tácteis, ainda se está a aperfeiçoar uma forma de os cegos os
usarem. Uma equipa internacional com portugueses está a desenvolver um corrector ortográfico e um aparelho para ajudar à escrita do Braille nestes aparelhos.
“O Braille continua a ser vital para os cegos, tem um grande impacto nas suas vidas”, diz ao PÚBLICO Hugo Nicolau, um dos autores do projecto, a trabalhar como
pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Rochester, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Cientistas do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa (FCUL) e do Instituto Superior Técnico também participaram neste trabalho, coordenado por Vicki Hanson, da Universidade de Dundee, na
Escócia.
“Queremos trazer o Braille para as novas tecnologias”, diz. Segundo o investigador de 28 anos, apenas 10% das crianças cegas aprendem Braille nos EUA. Um estudo
de 1998 mostrava que 77% dos cegos que não aprendem este alfabeto estão desempregados, enquanto na população que aprendeu esta percentagem é de 44%. Em Portugal,
existem cerca de 130 mil cegos.
Nos smartphones há programas de voz que lêem o que está nos ecrãs. Mas escrever Braille nestes aparelhos é mais complexo. Tal como as máquinas de escrever
Braille, nos programas para a sua escrita usa-se o dedo indicador, o médio e anelar de cada mão. Cada um dos seis dedos funciona como um dos pontos da matriz do
Braille. O toque só do dedo indicador da mão esquerda é o equivalente, na malha, ao ponto de cima do lado esquerdo, ou seja, a um “a”.
O corrector ortográfico B# desenvolvido por Hugo Nicolau e a equipa é um passo em frente em relação a um corrector normal que analisa palavras e, se a palavra não
está no dicionário, corrige-a. Mas o B# tem em conta os símbolos do Braille. “A nossa solução oferece o dobro de correcções acertadas”, diz Hugo Nicolau. “Um
código Braille que não faça sentido, e que seria por isso descartado, pode ainda ser utilizado para encontrar acordes (combinação de dedos) que sejam parecidos
[com o que foi escrito], e assim encontrar a palavra que o utilizador desejava inserir.”
O sistema consegue sugerir em 72% dos casos a palavra correcta. Segundo o investigador, é difícil prever a palavra certa para 100% dos casos. Mesmo nos casos em
que há apenas um erro numa das letras da palavra, as alternativas podem ser muitas. A palavra mal escrita “brla” pode ser “bela”, “bola”, “bala”, “borla” ou
“burla”. “Estamos a criar modelos de linguagem representativos da língua e que possam dar com maior certeza a palavra pretendida.”
Já o objectivo do HoliBraille é completamente diferente. Este objecto funciona como uma caixa ou capa que se anexa à parte de trás do smartphone. De cada
extremidade desta caixa saem três “actuadores” onde se apoiam os dedos usados na escrita de Braille e que vibram quando se escreve. A ligação entre a caixa e o
telemóvel faz-se por Bluetooth. De uma forma imediata, o HoliBraille sabe quais os dedos que o telemóvel reconheceu enquanto se escreve Braille e dá essa
informação ao utilizador através da vibração (ou ausência dela) de cada um dos “actuadores”.
“O problema dos ecrãs tácteis é que não tem retorno táctil acerca dos elementos que estão a ser activados. O HoliBraille permite que os utilizadores cegos sintam nos dedos qual a letra que está a ser inserida e, assim, evitar erros de escrita.”
Esta tecnologia poderá ajudar as pessoas que estão a aprender Braille. Investigadores na Universidade de Lisboa estão a criar
jogos para a aprendizagem deste alfabeto. “O sistema mostra ao utilizador como escrever a letra, vibrando os dedos correspondentes. Após a letra ter sido
ensinada, pede ao utilizador que a insira”, exemplifica o cientista.
Para testar estes desenvolvimentos, a equipa trabalha com a Fundação Raquel e Martin Sain (FRMS), instituição portuguesa, que faz formação de cegos. “As opiniões
que nos foram dadas [pela FRMS] são essenciais para criar tecnologias úteis e usáveis”, diz Hugo Nicolau.
O HoliBraille ainda está em fase de protótipo e construi-lo custa entre 80 e 100 euros. Tanto este objecto como o B# não têm patentes. A filosofia do grupo é que
as suas criações sejam abertas a todos, frisa Hugo Nicolau: “Pretendemos criar soluções que sejam aplicadas rapidamente. Estamos abertos a novas colaborações.”
publicado por MJA
[18.Jun.2014]
Governo quer separar educação especial
das dificuldades de aprendizagem
2014-06-11
O Governo quer retirar dos apoios da educação especial todos os alunos que não apresentem deficiências permanentes, mas garantido que a escola continua a apoiar
todos os alunos com dificuldades de aprendizagem.
A proposta integra as conclusões do grupo de trabalho que, ao longo dos últimos meses, teve a cargo um estudo para a revisão da legislação relativa à educação
especial, e que hoje apresentou resultados numa sessão no Palácio das Laranjeiras, em Lisboa, que contou com a presença dos secretários de Estado do Ensino Básico
e Secundário, João Grancho, do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida, e da Solidariedade e da Segurança Social, Agostinho Branquinho.
As conclusões do grupo de trabalho apontam para a necessidade de alguma revisão da legislação, sobretudo ao nível da integração num único diploma dos diversos
normativos dispersos, que deve, acima de tudo, clarificar conceitos, em particular no que diz respeito à separação entre necessidades educativas especiais
permanentes ou temporárias ou, dito de outra forma, entre o que realmente se enquadra na educação especial e o que deve apenas ser classificado como dificuldades
de aprendizagem.
"Essa distinção, à partida, da população alvo da educação especial é determinante. É necessário especificar e clarificar que públicos é que são alvos da educação
especial", afirmou João Grancho, que sublinhou que as necessidades educativas especiais se transformaram numa "grande categoria" onde cabe tudo, afirmando que é
preciso rever o que considerou uma "fragilidade ao nível dos conceitos".
"O que nós perguntámos é o que é que está a faltar na escola, para que estes alunos tenham a resposta de que necessitam, e não tenham mais tarde que vir a
integrar a educação especial, porque as suas necessidades se tornaram permanentes, irrevogáveis e, portanto, têm de ser apoiados por técnicos altamente
especializados, em contextos mais segregados, o que não é desejável", referiu Pedro Cunha, coordenador do grupo de trabalho.
A título de exemplo sobre o que podem ser consideradas dificuldades de aprendizagem, Pedro Cunha referiu a dislexia e o défice de atenção.
"Mesmo que venhamos a introduzir alguma diferenciação a este nível, as escolas deverão continuar a prestar os apoios aos alunos que precisarem", frisou o
secretário de Estado.
A propósito da recomendação recente do Conselho Nacional de Educação sobre a educação especial, que apontava para falhas na prestação dos apoios a estes alunos e
para desigualdades territoriais no acesso, João Grancho disse que "esse desatendimento incorre numa lógica de integrar na educação especial todo o tipo de alunos
com dificuldades", o que leva a que "os recursos sejam desviados das necessidades de caráter permanente".
João Grancho declarou que "os recursos necessários" têm de ser afetados "à medida das necessidades que forem detetadas".
"Não há qualquer restrição ao investimento ou orientação no sentido de diminuir o investimento que tem vindo a ser feito", garantiu, sublinhando o crescimento que
houve a este nível nos últimos dois anos letivos, e recusando a ideia de que esta seja "uma área descuidada pelo Governo.
"Temos vindo a incrementar os apoios disponibilizados e os recursos, de uma forma que é resultante da pressão que vai surgindo, deste crescimento quase
descontrolado com necessidades educativas especiais, quando todos nós sabemos que um aluno que integre este quadro das necessidades educativas especiais
dificilmente é retirado, e quando muitas vezes estamos a falar de dificuldades de aprendizagem", afirmou o secretário de Estado.
De acordo com a proposta do grupo de trabalho, um novo quadro normativo deverá manter o âmbito de intervenção dos serviços de educação especial, centrado no que
está previsto no decreto-lei de 2008, que enquadra os apoios a estes alunos e que estabelece que os apoios especializados devem ser prestados a crianças "com
alterações de caráter permanente nas estruturas e funções do corpo".
publicado por MJA
[17.Jun.2014]
"VER COM OS MEUS OLHOS"
Exposição de Pintura Contemporânea
de Carlos Soares
Entre 14 e 17 de Junho
entre as 9.00 e as 19.00h
Delegação de Coimbra da ACAPO
«Ser cidadão com deficiência na visão não é um defeito! É somente uma diferença. Para sentir a vida, o seu pulsar, o seu quotidiano, a sua turbulência, os bons e maus momentos, não temos que ver mas sim SENTIR. Os sentimentos levam-nos a todos os lugares.
Na minha pintura expresso o que mais de belo existe: a VIDA. Pretendo que em cada quadro as vossas mãos possam descobrir a textura, e porque o imaginário é pleno de liberdade, que vejam através de mim o que tento expressar. Desejo que através da minha arte possais desfrutar de momentos de prazer e felicidade, que os meus olhos sejam os vossos olhos e que vos ajude a entenderem a magnitude e a beleza que pode ser expressa num simples traço.»
Carlos Soares
(pintor viseense)
Email: jcccsoares@gmaiLcom
www.artenova2013.comunidades.net
Exposição Solidária: No valor de venda de cada obra, 5€ revertem a favor da ACAPO.
publicado por MJA
[16.Jun.2014]
Jovem cega apresenta programa de viagens
Estreou no dia 11 de maio no canal espanhol TVE, uma série intitulada «Com mis ojos» [Com os meus olhos]. Trata-se de um programa de viagens em que Pili, uma jovem cega descobre Espanha acompanhada pelo seu cão-guia, Kenzie.
O primeiro episódio desta viagem sensorial pode ser acedido através do link:
www.rtve.es/alacarta/videos/con-mis-ojos/ojos-canarias/2557928/.
publicado por MJA
[16.Jun.2014]
Os cegos não são super-heróis, apenas não vêem
por Helena Neves, LUSA
13 Junho 2014
Ricardo perdeu a visão aos 18 anos, mas ganhou a capacidade de "observar muito do que não se vê com os olhos" e faz questão de dizer que os cegos não são
super-heróis, apenas "não vêem, nada mais do que isso".
O jovem, hoje com 31 anos, ficou cego num pós-operatório de uma cirurgia que correu mal. Os primeiros tempos não foram fáceis: "Era um dia de revolta, um dia de frustração, um dia de tristeza profunda, um dia de querer desistir de tudo".
Parou de estudar, parou com tudo. "Tive um período em casa literalmente sem fazer nada, porque a força que existia era zero ou abaixo disso", conta à agência Lusa Ricardo Teixeira, autor do livro "Curva no escuro", recentemente editado.
Depois de um período de revolta interna, já que exteriormente nunca a revelou, Ricardo decidiu que era tempo de recomeçar e apostou num curso de massagem de recuperação na Associação Promotora de Emprego para Deficientes Visuais.
"Não era coisa que alguma vez tivesse pensado fazer", porque a sua formação era na área da multimédia, mas era preciso recomeçar "fosse por onde fosse".
E com "tropeções e uma frustração aqui e além", foi estudando e praticando artes marciais. "Gostei da área e nunca mais parei de estudar", disse, comentando com um sorriso rasgado: "Passei de um pós adolescente que estava em casa sem fazer nada para um tipo que estava metido em dois e três cursos ao mesmo tempo e a trabalhar em dois sítios".
Ricardo terminou os cursos de massagem de recuperação e de osteopatia e começou a estagiar na Escola Superior de Dança, onde está a trabalhar e a ajudar na recuperação das lesões dos alunos. O seu dia-a-dia é uma azáfama, sempre a correr, mas sem necessitar de bengala branca: "Baralho-me mais com ela", diz, com graça.
"Faço a minha rua a correr e não vou contra nada", uma situação que suscita a curiosidade das pessoas, que o questionam sobre como consegue correr, escrever no teclado do computador ou fazer artes marciais sem ver.
"São coisas perfeitamente normais" e dá como exemplo: "As pessoas quando vão à casa de banho durante a noite normalmente nunca acendem a luz e não batem em nada e se for preciso até se desviam do gato que está a dormir no corredor".
"O corpo vê de todas as maneiras. O cérebro fica mais atento ao sentido que está disponível. É tão simples quanto isso", explica. A perceção, a intuição, a imaginação e a sensibilidade também dão informação. "Apesar de não ser fácil", é uma questão de a ler e processá-la.
Ricardo escreveu o "Curva no escuro" para esclarecer dúvidas, desmistificar alguns assuntos e "lutar contra a noção de espetacularidade" que existe em relação a quem não vê.
O cego é "uma pessoa com as outras, apenas não vê. Não se transformou nem num super-herói, nem numa pessoa que é incapaz de fazer seja o que for", insiste.
"Eu conheço pessoas que têm um grau de visão baixa e fazem dança aérea e não são de outro planeta", sustenta, considerando que as pessoas questionam porque não estão habituadas a lidar com a situação. Para Ricardo, se o Estado criasse condições e se "tudo fosse encarado como sendo normal", as pessoas deixariam de encarar os cegos como sendo especiais ou diferentes, passando a vê-los de "forma normal e igual".
Mas não é isso que acontece: "A situação já tem o peso que tem, não precisa de um nível de dramatismo acrescido de uma espetacularidade. É encarar as situações com realismo, como elas são".
publicado por MJA
[14.Jun.2014]
Novo implante biodegradável pode auxiliar no
combate à perda de visão de portadores de diabetes
12-06-2014
Um novo implante biodegradável chegou ao Brasil recentemente; ele tem como principal função
fazer a liberação de um medicamento, no interior dos olhos, de maneira gradativa; a função pode ser utilizada por um período que chega a seis meses; esse novo
implante pode auxiliar no combate a perda de visão de pessoas que tem diabetes.
O medicamento contido no implante é a dexametasona que é um anti-inflamatório que é da mesma classe dos corticosteroides, este tem a capacidade de agir
contra o edema macular que é a acumulação de liquido na mácula, que é a parte do centro da retina ocular, que fica localizada na parte posterior do olho.
Para pessoas com diabetes o edema macular representa uma complicação grave e pode levar à perda total da visão, esse edema é mais comum dentre os pacientes
que não tem a glicemia controlada, a variação dos níveis de açúcar no sangue causam inflamações nos vasos sanguíneos, isso pode levar o líquido a vazar para a
parte de fora dos vasos.
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, somente no Brasil existem atualmente 6 milhões de pessoas que possuem baixa visão e
585 mil pessoas cegas, a diabetes é a principal causa de cegueira entre pessoas adultas com idades que variam de 20 até 65 anos.
Atualmente o tratamento para pessoas que possuem o edema macular é realizado com injeções que são dadas a cada dois meses e também com laser, mas de acordo com
especialistas esses medicamentos que compõem o tratamento não são tão eficazes quanto a dexametasona, segundo o oftalmologista Paulo Augusto Mello a dexametasona
não tem sua utilização nas injeções porque a ação do medicamento é muito rápida e com isso seria necessário que o paciente tomasse mais doses da injeção.
Segundo o oftalmologista que também é consultor da Allergan, fabricante do implante, que tem o nome de comercialização como Ozurdex, a principal vantagem da
utilização do implante é justamente o fato de esse permanecer liberando o medicamento até um período de seis meses sem que haja a necessidade de uma outra
aplicação.
O implante é colocado sem a necessidade de cortes serem realizados, o paciente toma uma anestesia local e o implante é inserido por meio de uma injeção, o
procedimento para colocação dura em média 30 minutos e não é necessário que o paciente remova o implante já que ele é feito de um material que é absorvido pelo
organismo.
publicado por MJA
[13.Jun.2014]
Conselho Nacional de Educação aponta
várias falhas ao Ensino Especial
por Andreia Sanches
06/06/2014
Sem recursos, a inclusão de alunos com necessidades especiais é mera “retórica”. Formação de professores continua a ser frágil.
A actual legislação sobre educação especial “deixa
desamparado um conjunto considerável de alunos e alunas que manifestam necessidades educativas especiais e para os/as quais não é possível construir respostas
educativas ajustadas”, diz o Conselho Nacional de Educação (CNE) numa recomendação tornada pública nesta sexta-feira. Os conselheiros sugerem várias alterações
legais e sublinham a necessidade de garantir recursos, que por vezes falham – desde o apetrechamento das escolas até à afectação de profissionais.
A pedido da Assembleia da República, o CNE debruçou-se sobre as respostas dadas aos alunos com necessidades educativas especiais – no ano lectivo de 2012/2013
havia cerca de 62 mil, dos quais quase 61 mil frequentavam escolas do ensino regular.
Das audições e análises feitas resultam algumas preocupações. O CNE diz, por exemplo, que, embora as políticas públicas neste sector adoptem “o princípio da
educação inclusiva”, e até sejam objecto de reconhecimento internacional, “a atitude voluntarista do legislador não encontra respaldo” na capacidade de mobilizar
recursos. Exemplos: por vezes, os estabelecimentos de ensino só têm técnicos muito depois do ano lectivo começar; há escolas de referência para alunos cegos e de
baixa visão que apenas têm acesso aos manuais em Braille no final do ano lectivo; há tecnologias de apoio que só chegam aos alunos quando já não são adequadas...
Em suma: existem escolas que têm na sua população escolar alunos com necessidades especiais mas que não têm, “em tempo útil, os recursos e profissionais que
permitam dar resposta apropriada” a essas crianças e jovens.
“Estas situações representam um desperdício de recursos, mas sobretudo de tempo, essencial e irrecuperável num processo de aprendizagem”, lê-se no texto do CNE.
“A existência destas respostas, nomeadamente no que concerne aos meios e profissionais que servem na e com a escola, em toda a extensão do ano lectivo, é condição
fundamental, sem a qual o princípio da inclusão não passa de mera retórica.”
Por isso, entre as recomendações enumeradas pelos conselheiros, está a de que é preciso clarificar e adequar os critérios de atribuição de recursos e
profissionais aos estabelecimentos de ensino.
O CNE acha ainda que o Sistema Nacional de Intervenção Precoce funciona, mas que há zonas do país que não estão abrangidas, o que põe em causa a equidade. Por
outro lado, há o risco de meninos com necessidades especiais “transitórias” não terem acesso a “intervenção especializada”, o que pode levar a que essas
necessidades se tornem “crónicas”. O CNE entende que a legislação deve ser alterada de forma a que seja possível desenvolver “medidas educativas temporárias”, que
contemplem aquelas situações.
Formação duvidosa
A qualidade da formação dos docentes de educação especial que, em anteriores pareceres, já tinha sido apontada como uma fragilidade não está a melhorar, prossegue
o CNE. Os conselheiros sugerem que seja desenvolvido, “com urgência”, um plano de formação contínua.
De resto, há cursos de educação especial no mercado com qualidade duvidosa, diz-se. E as próprias motivações dos professores que escolhem esta via nem sempre
serão as mais indicadas. “Em alguns casos, a apresentação a concurso em educação especial não decorre da escolha intencional de um percurso profissional, mas
antes da possibilidade de obtenção de emprego ou de aproximação à residência.”
Na sua recomendação, o CNE sugere, entre outros, que “sejam desenvolvidos processos urgentes e rigorosos de regulação dos cursos de formação especializada”, que
seja dada especial atenção à “qualidade científica” das formações e que se clarifique o “perfil” e as “competências” dos docentes de educação especial. Mais: é
preciso definir critérios rigorosos de recrutamento. Recomenda-se ainda que se desenvolvam mecanismos legais que permitam ter professores com estabilidade nas
escolas, a trabalhar com estes alunos.
Exames desadequados?
As dúvidas do CNE estendem-se à forma como estes alunos são avaliados. “A existência de avaliação externa das aprendizagens” – exames – “tendo como referência
os curricula e as metas de aprendizagem”, sem que estes estejam adaptados às condições especiais dos alunos do ensino especial, “poderá pôr em causa a qualidade e
a equidade na possibilidade de obtenção de sucesso”.
Dúvidas são também levantadas em relação à forma como estará a decorrer a transição para a vida activa. O CNE acha que parece não estar a ser garantida uma “plena
integração social e laboral depois de concluída a escolaridade obrigatória”. E diz que é preciso “repensar a certificação decorrente deste percurso escolar”.
O alargamento da escolaridade obrigatória é referido mais do que uma vez no texto do CNE – porque veio aumentar o período de permanência de alunos com
necessidades especiais nas escolas, “alargando a sua frequência às escolas secundárias, as quais, na sua maioria, se debatem com dificuldades, ao nível da prática
e das condições necessárias, para responder a este novo desafio”. Esta situação é ainda mais premente nas escolas profissionais, onde não existe resposta no
âmbito das necessidades educativas especiais.
De acordo com a Constituição da República Portuguesa, é da responsabilidade do Estado “promover e apoiar o acesso dos cidadãos portadores de deficiência ao ensino
e apoio ao ensino especial, quando necessário.”
O CNE é um órgão independente, com funções consultivas, que emite opiniões, pareceres e recomendações sobre todas as questões relativas à educação, por iniciativa
própria ou em resposta a solicitações apresentadas pela Assembleia da República e pelo Governo. O seu presidente é eleito pela Assembleia da República.
Actualmente, o cargo é ocupado pelo ex-ministro da Educação David Justino.
Governo apresenta resultados
Já durante esta tarde de sexta, o Ministério da Educação e Ciência e o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social convocaram os órgãos de comunicação
social para a apresentação, na quarta feira, das conclusões de um grupo de trabalho criado em Janeiro com a missão de estudar a revisão da legislação que regula a
Educação Especial.
“Tendo presente a avaliação desenvolvida pelo Governo e a opinião de escolas e de outras entidades sobre os instrumentos legais e orientações existentes,
tornou-se evidente a necessidade de realizar uma análise abrangente e sustentada da Educação Especial e das dimensões que implica e mobiliza, tendo também em
consideração o contexto mais amplo das medidas de promoção do sucesso escolar oferecidas pelo sistema educativo”, lê-se no comunicado enviado às redacões.
O Governo recorda que foram auscultados especialistas, instituições de ensino superior, organizações representativas de professores, pais e encarregados de
educação, de pessoas com deficiência, de instituições particulares e cooperativas de educação especial, dos órgãos de administração e gestão de escolas, e outras
entidades com reconhecido trabalho nesta área. “Pretende-se assim um consenso o mais alargado possível em torno desta matéria”, remata o comunicado.
publicado por MJA
[9.Jun.2014]
Aplicação informática promove
turismo inclusivo nas Caldas da Rainha
7 Junho 2014
Criada com o objetivo de "disponibilizar aos turistas percursos e informações sobre os eventos e pontos de interesse do concelho".
A Câmara das Caldas da Rainha lançou uma aplicação informática para iPhone e Android que promove o turismo inclusivo, estando já preparada para utilizadores
invisuais e que até ao final do ano será complementada com linguagem gestual. A aplicação, denominada 'City Guide' (guia da cidade), foi criada com o objetivo de
"disponibilizar aos turistas percursos e informações sobre os eventos e pontos de interesse do concelho", tendo, segundo o vice-presidente da câmara, Hugo
Oliveira, "uma importante componente inclusiva". O 'City Guide', que pode ser descarregado gratuitamente "nos hotéis e locais com 'wi-fi', permite o acesso a um
mapa interativo da cidade, que "avisa o utilizador dos pontos de interesse e disponibiliza informação sobre os mesmos", com a particularidade de a mesma poder ser
lida ou ouvida, "facilitando a utilização por invisuais", explicou à Lusa o responsável pela aplicação, Pedro Manuel.
publicado por MJA
[7.Jun.2014]
Declaração de Salamanca:
20 anos pela educação para todos
DAVID RODRIGUES
05/06/2014
Para se construírem sociedades abertas e solidárias
é preciso construir antes de mais uma Educação Inclusiva.
Dia 7 de Junho próximo, faz vinte anos que se iniciou em Salamanca uma Conferência
promovida pela UNESCO. Desta conferência saiu uma Declaração que foi subscrita por 92 países – entre os quais Portugal – e mais 25 organizações
não-governamentais. Esta Declaração tem uma importância seminal no aprofundamento de uma perspetiva de “educação para todos”.
Antes de 1994, existiam já documentos internacionais que proclamavam o direito de todas as pessoas à Educação. Por exemplo, a Declaração Universal dos Direitos do
Homem (DUDH) de 1948, afirma no seu artigo 26º que “Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita pelo menos a correspondente ao ensino
elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório (…)”. Na decorrência da DUDH muitas foram as declarações e convenções que confirmaram este direito
universal à Educação. Mas então o que há de novo, de original, na Declaração de Salamanca? É, talvez, a forma como este direito deve ser concretizado. Senão
vejamos:
Ainda no preâmbulo da Declaração de Salamanca se diz (e vale a pena voltar a ler):
“(…) as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma
pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades,
(…) as escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades
abertas e solidárias ,construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos; além disso, proporcionam uma educação adequada à maioria das crianças
e promovem a eficiência, numa ótima relação custo-qualidade, de todo o sistema educativo.”
Estes dois parágrafos têm um alcance ético e implicações práticas extraordinárias. Quando se afirma que as escolas regulares se devem adequar às necessidades dos
alunos, está a traçar-se uma linha divisória muito clara entre uma conceção de educação que está “lá em cima” (e que os alunos têm que “escalar”) e outra conceção
em que a escola não está nem em cima nem abaixo dos alunos: está ao seu lado. Está ao lado dos alunos porque os conhece, conhece o seu contexto, conhece os
valores que lhe foram transmitidos até então, conhece a forma como o aluno aprende melhor, conhece a forma como ele se relaciona, enfim, conhece o tempo que ele
precisa para aprender o que é necessário para ser um cidadão útil e ético. Afirmar numa Declaração Internacional que a escola tem a obrigação – sob pena do seu
insucesso como instituição pública – de servir competentemente a todos os alunos, é original e, mais do que isso, é uma referência que devia ser tomada como
princípio inspirador de toda a pedagogia que se pratica na escola.
No segundo parágrafo afirma-se que as escolas regulares são os meios mais eficazes de combater as atitudes discriminatórias e de criar comunidades abertas e
solidárias (…). De novo as escolas regulares são convocadas para serem aquilo que por vezes esquecem que são: escola para todos sem qualquer exceção, Escolas
Públicas. É certo que existem forças, atitudes e opiniões que querem que a escola pública se esqueça daquilo que deve ser: há normas que encorajam a seleção e a
segregação dentro da escola, há opiniões que barram e desencorajam que todos os alunos se possam matricular e ter sucesso na escola da sua comunidade, há
professores que acham que não há qualquer alternativa a cumprir o “sacrossanto” currículo (e “daquela” forma), há pais que desconfiam das escolas que são
frequentados por alunos pobres ou com deficiências, etc. etc.
Mas Salamanca aqui está. Vinte anos depois a dizer, a proclamar e a apontar o caminho que é preciso fazer e trilhar para se construírem sociedades abertas e
solidárias. E avança com os meios que são necessários para isso: construir antes de mais uma Educação Inclusiva.
Dia 7 de Junho uma associação de professores “Pró-Inclusão” e uma associação de Pais “Pais em Rede” vão realizar às 10h00 no auditório 3 da Fundação Calouste
Gulbenkian uma sessão comemorativa da Declaração de Salamanca. Uma sessão aberta e inclusiva.
E gostava de deixar aqui uma sugestão a todas as escolas e em particular aos colegas que têm responsabilidade na sua gestão: afixem na entrada da escola um cartaz
grande, bonito e bem visível que diga: “O compromisso desta escola é educar os nossos alunos o melhor que todos sejamos capazes”.
Foi isto que nos ensinou a Declaração de Salamanca que esta semana faz vinte anos.
publicado por MJA
[5.Jun.2014]
Chinês quase fica cego por usar
demais o celular no escuro
Saúde.terra
03 de junho de 2014
Médicos alertam que uso exagerado de
tablets e celulares tem
aumentado casos de descolamento de retina entre os jovens
Um chinês de 26 anos correu o risco de ficar cego depois de forçar os olhos ao usar demais o smartphone para mandar mensagens de celular no escuro durante a noite. Ele foi diagnosticado com deslocamento de retina e teve que passar por uma cirurgia de emergência, já que o tratamento apropriado é o melhor caminho para evitar a cegueira. As informações são do site inglês Daily Mail.
A retina, que é sensível à luz e se comunica com o nervo óptico, se desloca quando começa a se afastar dos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes ao olho. O problema não é raro, pelo contrário, é até "comum", mas em idosos com idades entre 50 e 70 anos, e não em adultos jovens. Aliás, os médicos têm se preocupado com o aumento da condição entre pessoas mais novas e elegem o uso demasiado do celular como o culpado.
David Allamby, fundador da Focus Clinics, concluiu que houve um aumento de 35% no número de pessoas com miopia avançada desde a popularização dos celulares, em 1997.
Apesar do caso do chinês ser extremo, os especialistas explicam que a luz emitida pelo celular e por tablets
causa uma pressão desnecessária aos olhos, principalmente quando usado no escuro. "Nossos olhos evoluíram para uma visão tridimensional. Mas acabamos forçando-os
demais para focar e encontrar uma imagem 3D em uma tela 2D", explica Andrea Thau, oftalmologista de Nova York.
publicado por MJA
[4.Jun.2014]
Tabagismo interfere na visão e aumenta a
probabilidade de doenças que causam cegueira
1 Junho 2014
O tabagismo é considerado fator de risco na incidência e na evolução de uma série de problemas oculares: Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), catarata,
glaucoma, Doença de Graves (causada por distúrbios hormonais da tireoide) e doenças oclusivas venosas e arteriais.
O hábito de fumar aumenta em pelo menos duas vezes o risco de desenvolver Degeneração Macular Relacionada à Idade, que é uma das doenças que mais causam cegueira no mundo. Fumadores têm mais propensão a essa degeneração, pois o cigarro acelera a oxidação do organismo e favorece o acúmulo de substâncias nas camadas mais profundas da retina. Com a diminuição de mecanismos antioxidantes, ocorre a "intoxicação" dessa parte do olho.
Esse problema se desenvolve a partir do envelhecimento na parte da retina chamada mácula, que é diretamente ligada ao sistema nervoso central, onde a visão é processada e são definidas as formas, cores, rostos e leitura. "Toda a retina tem origem no tecido nervoso, suas células não se regeneram nem se multiplicam. Por isso, é importante preservá-las", afirma Dr. Cláudio Dalloul, especialista em retina e vítreo do D'Olhos Hospital Dia de Rio Preto.
Estudos também indicam que o tabagismo pode contribuir para o agravamento do glaucoma. O cigarro isoladamente não causa a doença, mas está associado a um maior risco de piora da patologia. O conjunto de fatores que causam má circulação sanguínea no corpo também podem prejudicar a saúde do nervo óptico, pois, assim como em outras partes do corpo, o nervo óptico recebe nutrientes e oxigênio pelo sistema vascular. “O cigarro não eleva a pressão intraocular, mas pode prejudicar a circulação do nervo óptico. Os efeitos de alterações vasculares na evolução do glaucoma têm sido tema para muitas pesquisas", disse Dr. Kássey Vasconcelos, especialista em glaucoma do D'Olhos Hospital Dia.
O fumo do cigarro também tem efeito irritativo
na parte anterior do globo ocular, principalmente na conjuntiva e na córnea. Isso faz com que as pessoas idosas - que produzem menos lágrimas - sejam muito mais
sensíveis e alérgicas. O cigarro também piora quadros de síndrome do olho seco, alergias oculares e promove desconforto àqueles que usam lentes de contato.
publicado por MJA
[2.Jun.2014]
Cegos vão poder "ver" o céu
por Lusa | DN Ciência
28 Maio 2014
Mais de 40 telescópios são instalados no fim de semana em Moimenta da Beira, para participar numa concentração onde, pela primeira vez, cegos poderão observar o céu em tempo real.
A concentração de telescópios de Moimenta da Beira -- que tem como ponto alto a observação noturna do céu no sábado à noite - vai na sua quarta edição e é organizada pelo Clube das Ciências da Escola Básica e Secundária do concelho.
"As expectativas são bastante grandes. Atendendo ao número de pré-inscrições feitas, que não são obrigatórias, vamos ultrapassar as anteriores edições em número de pessoas e de telescópios", disse à agência Lusa Paulo Sanches, coordenador do Clube das Ciências.
Até hoje, já mais de 150 pessoas de fora de Moimenta da Beira, de norte a sul do país, fizeram a pré-inscrição.
"Mas há muitos astrónomos que aparecem sem fazer a pré-inscrição. Por isso, a expectativa é que ultrapassaremos os 42 telescópios da primeira edição", afirmou.
Segundo Paulo Sanches, há cerca de três semanas, numa conversa com uma colega, surgiu a ideia de, durante a concentração de telescópios, possibilitar uma observação do céu, em tempo real, a invisuais.
"Percebi que íamos precisar de 'webcams', computadores, impressoras normais e impressoras térmicas, porque o objetivo é imprimir em papel com relevo o que estamos a observar no momento", explicou.
Na terça-feira, o docente conseguiu reunir as condições e dessa forma, no sábado à noite, será possível alguns cegos participarem na observação noturna do céu. A iniciativa "O céu nas tuas mãos - astronomia tátil" será dinamizada em parceria com Lina Canas, do NUCLIO - Núcleo Interactivo de Astronomia.
A concentração de telescópios de Moimenta da Beira realizou-se pela primeira vez em 2009, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Astronomia.
"Foi uma ideia que tive. Pensei: se se faziam concentrações de motas, porque não haveria de fazer uma concentração de telescópios?", contou Paulo Sanches, acrescentando que "era uma atividade apenas para esse ano", mas o seu sucesso levou à continuidade.
Na sua opinião, o céu de Moimenta da Beira, no interior norte de Portugal, é ideal para a iniciativa.
"Não há tanta poluição luminosa e como vamos para um sítio alto (o recinto do Santuário de São Torcato, em Cabaços) e temos o cuidado de desligar a iluminação pública, ainda mais escura fica a noite", sublinhou.
Nesta iniciativa, cujo programa integra a realização de várias palestras durante a tarde de sábado, participam sobretudo astrónomos, mas também professores de outras escolas e pessoas que sentem curiosidade pela astronomia.
"Mas, além das pessoas que participam no programa
todo, a partir das 21:30 chegamos a receber lá em cima (no recinto do santuário) 200 pessoas que não se inscreveram", para a observação noturna, acrescentou.
publicado por MJA
[28.Mai.2014]
Investigadores desenvolvem
óculos guia para invisuais
20-05-2014
Óculos dotados com lentes inteligentes desenvolvidas para pessoas com incapacidades visuais ajudam a seguir caminhos, a evitar obstáculos estáticos ou em
movimento e até a reconhecer cor de roupas. O produto comercial poderá ser lançado em 2015.
Com recurso a inteligência artificial, geometria computacional, técnicas de GPS e ultrassom, investigadores do Center for Research and Advanced Studies
(CINVESTAV), no México, desenvolvem lentes para óculos que podem vir a revolucionar o dia a dia de pessoas com cegueira ou incapacidades visuais.
Os cientistas desenvolveram toda a ideia até ao protótipo e anunciam que esperam começar a comercializar o produto no início de 2015. O problema para já pode
colocar-se ao nível do preço, já que um par de óculos com lentes inteligentes pode custar entre 700 e 1100 euros.
Os óculos equipados com as lentes especiais consistem num dispositivo de navegação desenvolvido com base em algoritmos de visão estereoscópica, possui sensores de
som stereo, tecnologia de georreferenciação e um tablet através do qual uma voz vai dando indicações ou avisos aos utilizadores.
Graças às técnicas de ultrassom o dispositivo vai ser capaz de reconhecer objetos translúcidos como o vidro e como está dotado de inteligência artificial poderá
guardar informação ao longo do tempo para reconhecer, por exemplo, locais, sinais e objetos.
Por enquanto, os investigadores preveem que o par de óculos, que funciona à base de baterias, terá uma autonomia até quatro horas de utilização contínua.
publicado por MJA
[25.Mai.2014]
Telemóvel com teclado em braille
começa a ser vendido pela OwnPhone
20 Maio, 2014
por ZAP
Anteriormente outros telemóveis com braille já tinham sido inventados, mas a OwnPhone diz que o seu aparelho – cujas faces dianteira e traseira foram feitas em
impressoras 3D e podem ser personalizadas – é o único a ser colocado à venda.
Para deficientes visuais que não conhecerem a linguagem braille, é possível imprimir letras e números em relevo no teclado.
O telemóvel por enquanto está disponível apenas no Reino Unido, por 60 libras (cerca de 74 euros). Segundo o seu inventor, Tom Sunderland, a impressão das capas
em 3D ajuda a baixar o seu custo.
“A impressão é uma forma rápida e economicamente eficiente de criar botões personalizados em Braille”, diz à BBC.
Personalizado
Em 2012, a OwnPhone tinha lançado o primeiro telemóvel parcialmente feito com a ajuda de impressoras 3D. No ano seguinte, desenvolveu uma edição dedicada a
crianças, chamada 1stFone – um aparelho do tamanho de um cartão de crédito com botões programados para ligar para números pré-programados.
O “braille-fone” é baseado nesses aparelhos prévios, mantendo o seu tamanho pequeno e seu design colorido.
“Pode ser personalizado com dois ou quatro botões em braille, pré-programados para telefonar a amigos, parentes, colegas de trabalho ou serviços de emergência”,
explica Sunderland.
Apesar das inovações, a ideia não é completamente original. A start-up indiana Kriyate construiu um protótipo de smartphone preparado com a linguagem Braille e
que usa comandos ligados à vibração do telefone para ajudar o deficiente visual.
Algumas dessas vantagens podem até ser substituídas por aplicações, como o VoiceOver, da Apple, que tem um leitor de ecrã que permite ao utilizador navegar pelo
telemóvel e ouvir o que está no monitor.
Fonte: ZAP / BBC
publicado por MJA
[20.Mai.2014]
Oftalmologia: Portugal participa em ensaio internacional
19 de Maio de 2014
Há uma equipa de especialistas portugueses a participar num ensaio clínico internacional com vista à avaliação do potencial de um novo fármaco no tratamento de
uma doença oftalmológica que afeta a transparência da córnea. Trata-se de um grupo do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra,
numa prestação que se está a revelar "promissora" e com "bons resultados".
Os testes arrancaram há dois meses, encontrando-se a decorrer em 39 centros de nove países europeus até ao final do ano. Até à data, o mesmo está a mostrar-se
"promissor" no que diz respeito à queratite neurotrófica, uma doença oftalmológica que se estima "afetar uma em cada 5.000 pessoas".
A mesma pode levar "à perda de transparência da córnea", podendo, inclusive, haver "uma diminuição acentuada da capacidade de visão". Quem o explica é Joaquim
Murta, líder da equipa do Centro de Responsabilidade Integrado do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospital e Universitário de Coimbra que realiza o ensaio.
Em declarações à Lusa, o responsável adianta que, nas situações mais graves, "a parte da frente do olho fica com um vidro opaco", impedindo o doente de ver mais
do que apenas "algumas luzes e sombras".
De difícil tratamento, a doença chega a implicar, por vezes, um transplante da córnea. Por isso, o especialista salienta que, a comprovar a eficácia do novo
medicamento, este pode ver a tornar possível o tratamento das situações "de forma rápida", evitando chegar "a estados mais avançados".
Além disso, o fármaco em questão ajuda, ainda, a "cicatrizar úlceras na córnea" que, sem o devido acompanhamento e auxílio, "conduzem a consequências irreversíveis na transparência da córnea".
Atualmente, a queratite neurotrófica tem vindo a tornar-se "cada vez mais frequente", devido ao maior número de cirurgias oculares que se fazem, bem como ao
aumento de alergias e medicações locais nos olhos.
publicado por MJA
[20.Mai.2014]
Recuperar visão enfraquecida também sem operação
Stanislav Kalyakin
15 Maio 2014
Na Rússia começou a ser aplicado amplamente um método ímpar de tratamento. Agora deve-se ir à consulta de oftalmologia levando os filmes ou desenhos animados
preferidos. Em uma série de clínicas russas funciona agora o complexo Ambliokor, criado por especialistas do Instituto do Cérebro.
Na base de ação do aparelho está o método de autotreinamento vídeo-computarizado. O paciente vê o filme ou o desenho animado na tela e ao mesmo tempo, por meio de detectores especiais é retirada informação sobre o funcionamento dos olhos. Simultaneamente é feito um encefalograma do cérebro. Sendo que a imagem na tela é preservada somente durante a visão “correta” e desaparece logo que esta deixa de ser nítida. Desse modo o aparelho ajuda o cérebro a elaborar o reflexo de visão contrastante, diz o oftalmologista Vitali Ivanov:
“Em 80% dos casos há efeito depois da primeira sessão. Os restantes 20% podem sentir mudanças positivas depois da segunda ou terceira sessão. Tal como a pessoa aprende gradualmente a andar de bicicleta, treinamos os olhos em centros da visão”.
Depois de algumas sessões quase todos os pacientes tem melhorado consideravelmente a visão. E os pacientes do grau médio e leve de miopia deixam de usar permanentemente os óculos. Em quinze sessões os pacientes com forma grave de miopia recuperam a visão em 2-3 dioptrias, diz o oftalmologista Vitali Ivanov:
“Naturalmente que o Ambliokor não é panaceia para a má visão. Se a pessoa, depois das sessões neste complexo, ficar o dia inteiro ao computador e não fizer ginástica para os olhos, a visão novamente enfraquece muito depressa”.
Os oftalmologistas afirmam que entre os moradores do campo há cinco vezes menos míopes do que entre os moradores das cidades. Tudo porque eles olham com mais
frequência para longe. Por isso os médicos aconselham a olhar para algo de perto mais raramente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, nos últimos 15
anos, com o surgimento dos smartphones a diminuição da visão é observada em metade dos habitantes das cidades do planeta.
Leia mais:
http://portuguese.ruvr.ru/
publicado por MJA
[16.Mai.2014]
Exercícios físicos evitam principais
causas da cegueira em humanos
Vilhena Soares
Correio Braziliense
12/05/2014
Em experiência com ratos, cientistas descobrem que mexer o corpo regularmente reduz a degeneração da área central da retina
A principal arma a favor do emagrecimento também pode render benefícios aos olhos. Cientistas da Universidade de Emory, no Estados Unidos, confirmaram uma
suspeita comum entre os oftalmologistas: a prática de atividades físicas previne contra a degeneração macular, principal causa de perda de visão entre os adultos
mais velhos.
“Esse é o primeiro relatório que mostra como o exercício simples tem um efeito direto sobre a visão. Existem alguns trabalhos relacionando os exercícios e a
melhora da saúde da retina, e estudos que comprovam os efeitos positivos para a memória. Diante disso, nós nos perguntamos: se o hipocampo tem esse benefício, a
retina também teria? ”, conta Machelle Pardue, pesquisadora da Faculdade de Oftalmologia da Universidade de Emory e autora do estudo publicado no Journal of
Neuroscience.
Para responder a essa pergunta, Machelle e a equipe liderada por ela fizeram um experimento com ratos. Os animais praticaram exercícios físicos e, depois, foram
induzidos a ter degeneração macular por meio da reflexão de luz tóxica nas retinas deles. Após semanas de observação, os cientistas notaram que os ratos que
realizaram exercícios mostraram uma menor degeneração de fotorreceptores da retina, responsáveis pela visão, em comparação aos animais que não haviam se
exercitado.
Também foram observados os níveis de NPDF – fator neurotrófico do cérebro responsável pela neuroproteção. As taxas foram maiores nos ratos que se exercitaram.
Para confirmar se o fator era o responsável pela melhora da visão das cobaias, os pesquisadores anularam a função do NPDF nos ratos beneficiados e notaram que,
após a interferência, os efeitos de proteção na retina não permaneceram. “Percebemos que os exercícios físicos parecem diminuir a ‘taxa de morte’ dos
fotorreceptores. Nossos experimentos sugerem que isso ocorre devido a um aumento do NPDF no cérebro”, destaca a pesquisadora.
Rodrigo Brant, oftalmologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), conta que trabalhos na instituição brasileira já haviam detectado os
efeitos positivos das atividades físicas na vascularização dos olhos. “Uma das primeiras coisas que percebemos foi que a prática física também beneficia a pressão
ocular, que precisa ser controlada em quem sofre de glaucoma, por exemplo. Ou seja, essa é uma suspeita que tínhamos. Agora, com esse experimento, há mais dados
apontando para essa melhora”, destaca. [...]
Fonte da notícia: http://sites.uai.com.br/
publicado por MJA
[13.Mai.2014]
Analisar os olhos para diagnosticar diversas doenças
HELENA NORTE
Os olhos são o melhor espelho dos vasos sanguíneos. Há muito que se sabe que a análise de imagens da retina permite o diagnóstico de várias doenças, mas esse conhecimento não está sistematizado para ser clinicamente útil. Um projeto europeu, no qual participa um jovem investigador de Santa Maria da Feira, está a desenvolver um sistema para detetar doenças a partir de imagens do olho.
Há diversas patologias em que se verificam alterações ao nível da rede vascular e o olho é o melhor órgão para as observar sem recurso a cortes, biopsias ou quaisquer métodos invasivos, explica Pedro Guimarães, estudante de doutoramento na Universidade de Pádua (Itália) que integra o projeto REVAMMAD (do inglês: Retinal Vascular Modelling, Measurement and Diagnosis.
Assim, a partir de uma fotografia do olho (retinografia), é possível observar a morfologia dos vasos e diagnosticar doenças como diabetes e hipertensão. Uma
configuração tortuosa, por exemplo, indicia problemas do sistema circulatório.
publicado por MJA
[12.Mai.2014]
Dificuldade dos cegos em aceder
a informação na área da saúde
por Lusa
28/04/2014
Parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro
permitirá produzir informação sobre tumores da mama
A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) considera que a área da saúde tem "falhas" no acesso a informação para cegos, tendo criado uma parceria com
o Núcleo do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) para reduzir "constrangimentos".
José Francisco Caseiro, presidente da delegação da Acapo, explicou nesta segunda-feira que "a área da saúde tem várias lacunas na produção de informação adaptada
a este tipo de utentes", explicando que "num hospital regional, local ou centro de saúde não há este tipo de informação" disponível.
"Há uma falha nos organismos públicos", criticou, considerando que, apesar de "na Internet haver muitos sites que falam de saúde", grande parte da população cega
e amblíope "não acede à informação na Internet e a que existe não está em caracteres ampliados ou em braile".
A parceria com a LPCC foca-se na produção de informação em torno do cancro da mama, podendo continuar "com acções em torno de outros cancros e criar um programa
de educação da saúde" para pessoas com deficiência ou incapacidade visual, afirmou Carlos Oliveira, presidente do núcleo regional. "Há poucas iniciativas neste
âmbito e dirigidas para uma população com características muito particulares", disse.
Foi por isso criado material em "áudio e em braile", assim como a ampliação de letras para "pessoas com grande dificuldade de visão", explicou Carlos Oliveira. A
informação, que se foca na prevenção e factores de risco do cancro, será dirigida "às mulheres, mas também aos familiares", procurando-se também "promover o
rastreio do cancro", que é "a forma de prevenção mais importante", disse o presidente do núcleo da LPCC.
"Estamos convencidos de que parte desta população não faz o rastreio porque não tem acesso à informação", avançou, sublinhando que este projecto é "o primeiro do
género em Portugal e um dos primeiros na Europa", estando integrado na Europa Donna - Coligação Europeia Contra o Cancro da Mama. Segundo Carlos Oliveira, apesar
de a iniciativa ter partido do núcleo do Centro da LPCC, os outros núcleos regionais vão também promover campanhas semelhantes.
Fonte:
http://www.publico.pt/
publicado por MJA
[10.Mai.2014]
ACAPO promove férias para todos
As Delegações da ACAPO promovem, durante os meses de verão, uma semana de férias dirigida especialmente aos seus associados, mas também aberta à participação de
todos os interessados.
Delegação de Aveiro
25 de agosto a 1 de setembro
Praia da Barra – Concelho de Ílhavo, Distrito de Aveiro
Delegação de Coimbra
7 a 12 de julho
São Martinho de Porto – Concelho de Alcobaça, Distrito de Leiria
Delegação do Porto
30 de junho a 7 de julho
Praia da Barra – Concelho de Ílhavo, Distrito de Aveiro
Para obter esclarecimentos adicionais, nomeadamente conhecer os preços de participação ou atividades previstas, contacte as Delegações acima referidas.
Fonte: http://www.acapo.pt/
publicado por MJA
[27.Abr.2014]
SIM da CP tem novas condições
As condições do Serviço Integrado de Mobilidade (SIM) da CP foram recentemente atualizadas. O serviço, orientado para servir clientes com necessidades especiais,
pode agora ser solicitado 24 horas antes da data da viagem (anteriormente 48 horas) e passa a prestar informações relativas a táxis adaptados em Lisboa e no
Porto.
O SIM é um serviço gratuito, que pode ser solicitado pelo cliente com necessidades especiais, através da linha telefónica 707 210 746, permitindo obter informações sobre:
O Serviço apresenta também as seguintes condições de utilização:
Pontos de encontro para efeitos de início de viagem:
Na CP Lisboa a receção ao cliente é feita nas bilheteiras das estações. Na CP Porto a receção nas bilheteiras apenas é possível nas estações de Aveiro e Porto S.
Bento. Nos restantes casos a receção ao Cliente é feita na plataforma de embarque, pelo Operador de Revisão e Venda.
Na CP Longo Curso e na CP Regional, o local de receção do Cliente com necessidades especiais, sempre em espaço ferroviário, é acordado com o próprio aquando do
encerramento do processo por parte da Unidade de Negócio.
Pode encontrar mais informações no
site da CP.
publicado por MJA
[27.Abr.2014]
“Hormona do sono” trata cegueira
Olga Sobolevskaya
26 Abril 2014
A ciência que estuda o envelhecimento, a gerontologia, acumula novos conhecimentos quase todos os dias. Um estudo recente de cientistas siberianos deitou alguma
luz sobre a natureza das doenças que se desenvolvem com a idade.
Elas poderão ser combatidas pelo regulador natural dos ritmos diários, a melatonina ou “hormona do sono”. Sua síntese pelo organismo ou toma como medicamento
ajudam a retardar o desenvolvimento da cegueira e melhorar o funcionamento do cérebro.
Os investigadores do Instituto de Citologia e Genética de cidade de Novosibirsk descobriram como retardar a perda de visão e de memória. Esses fenômenos são uma das indicações claras do envelhecimento do organismo. Esses processos podem ser retardados com recurso à hormona responsável pelo “relógio interno” do organismo, a melatonina. Os cientistas comprovaram esse fato em ratos de laboratório.
Os ratos de laboratório alimentados com um preparado que continha essa hormona começaram a ver melhor e as estruturas do cérebro ficaram mais ativas. Dessa forma, a melatonina foi para eles um medicamento contra a velhice.
As experiências foram feitas com um tipo especial de ratos. Se trata de ratos que envelhecem rapidamente, esse tipo foi selecionado em 2009 no Instituto de Citologia e Genética de propósito para o estudo dos mecanismos do envelhecimento. Esses mecanismos são semelhantes a muitas classes de animais. Os cientistas registraram a redução da secreção de melatonina nos ratos com a idade. Os gerontologistas decidiram compensar sua quantidade através da injeção da hormona sintetizada artificialmente. A observação dos ratos demonstrou que redução da visão provocada pela idade abrandou. As cataratas, o obscurecimento do cristalino, foram observadas num número significativamente reduzido de animais.
Depois, os cientistas decidiram verificar se a melatonina poderia ser não apenas um meio profilático, mas também de tratamento. Eles começaram a administrar a hormona a ratos adultos com indícios claros de cataratas e de retinopatia. Nesta doença, devido a deficiências do sistema vascular, a irrigação sanguínea da retina se degrada. A retinopatia provoca frequentemente a cegueira. No final, os ratos quase cegos que receberam melatonina tiveram uma melhoria da visão meio ano depois.
Além disso, os cientistas siberianos afirmam que a toma do preparado teve outros resultados positivos. Os ratos que tomaram melatonina ficaram menos ansiosos, melhorou sua capacidade de aprendizagem e de memorização de informação.
Fonte:
http://portuguese.ruvr.ru/2014_04_26/Hormona-do-sono-trata-cegueira-1566/
publicado por MJA
[26.Abr.2014]
Olho biônico faz homem enxergar novamente
23 de abr de 2014
MICHIGAN - Um homem cego em decorrência de uma retinite pigmentosa - conjunto de doenças hereditárias que causam a degeneração da retina -, manifestada em sua
adolescência, está reaprendendo a enxergar após anos de cegueira completa. Ele foi um dos quatro pacientes da Universidade de Michigan a receber um olho biônico.
A FDA, agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos, aprovou a retina artificial no ano passado. Roger Pontz, que trabalha em uma fábrica nos EUA, recebeu o implante em janeiro e, desde então, vem se adaptando a enxergar pequenos detalhes novamente.
- Isso não tem preço. Vale muito. Vale tudo para voltar a enxergar novamente - disse Pontz ao "Telegraph". - É excitante, emocionante. Vejo algo novo todo dia.
Com 55 anos, Pontz passou anos da vida cego, já que a retinite pigmentosa causou a perda gradual das células de sua retina sensíveis à luz, chamadas bastonetes e cones.
Como funciona
Para voltar a enxergar, ele teve a retina artificial implantada em seu olho esquerdo e utiliza um óculos com uma pequena câmera de vídeo e um transmissor. As
imagens da câmera são convertidas em uma série de impulsos elétricos, que são transmitidos aos eletrodos existentes na superfície da retina artificial.
Os impulsos do olho biônica estimulam as células saudáveis da retina, que transmitem o sinal para o nervo ótico. Essa informação visual passa, então, para o
cérebro, onde é traduzida em padrões de luz que podem ser reconhecidos e interpretados.
O mecanismo possibilita que o paciente recupere apenas alguma informação visual, mas pode mudar a vida de pacientes que sofrem da doença.
- Isso é uma grande mudança no sentido de alguém que perde toda a visão, e agora tem um tratamento que pode lhe dar uma visão rudimentar - comemorou Thiran
Jayasundera, um dos médico responsáveis pelo implante realizado no Centro Kellogg de Visão da Universidade do Michigan.
publicado por MJA
[24.Abr.2014]
Qualidade de vida dos formandos
deficientes deve ser uma aposta
LUSA |
Público
28/03/2014
O investigador Carlos Veiga defendeu, esta sexta-feira, que as instituições que dão formação a deficientes devem apostar mais em práticas que promovam a qualidade
de vida no dia-a-dia, para que haja uma efectiva inclusão social.
"Devem alterar o paradigma formativo para dar mais atenção àquilo que é a qualidade de vida do quotidiano dos formandos do que, ainda que sem deixar de o fazer,
às questões laborais", disse à Lusa o docente da Universidade do Minho.
Carlos Veiga coordenou um estudo sobre o impacto da integração profissional na qualidade de vida das pessoas com deficiência, hoje apresentado nas instalações da
Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, que nele participou juntamente com outras cinco instituições do país.
O estudo, que partiu de um desafio lançado pela Formem - Federação Portuguesa de Centros de Formação Profissional e Emprego de Pessoas com Deficiência, envolveu
uma amostra de 36 ex-formandos (seis de cada instituição), que estão inseridos no mercado de trabalho e foi feito por uma equipa de cinco investigadores das
universidades do Minho e de Évora.
O estudo mostrou que os ex-formandos têm "muitas vezes dificuldades em construir, manter e dinamizar relações de amizade significantes" e que o convívio extra
laboral é normalmente "esporádico, de curta duração e sem diversificação de locais".
No que respeita às relações amorosas, "sentem muita dificuldade" em entrar nelas, sendo que apenas oito tinham namorada ou companheira. Segundo o estudo, "a
maioria dos relacionamentos é de curta duração e de nível muito elementar", sendo que 78% dos ex-formandos nunca se tinha envolvido em relações amorosas.
Estes resultados levam Carlos Veiga a questionar se as políticas e as práticas das organizações formadoras "estão a cumprir o paradigma mais actual da inclusão
das pessoas com deficiência, que é o acesso à qualidade de vida". "Isso significa ter uma vida autónoma, independente, com participação social e cívica. Não é
entrar no mercado de trabalho, ganhar um dinheiro e a vida permanecer igual. A entrada no mercado de trabalho tem de trazer mais qualidade de vida", defendeu.
O coordenador do estudo referiu que "as grandes tendências apontam para que a qualidade de vida das pessoas não tenha sentido o abalo positivo que seria
desejável". Admitiu que, com a entrada no mercado de trabalho, "há pequenas conquistas, como mais alguns amigos ou pelo menos pessoas que entraram nas suas vidas,
uma melhoria da capacidade financeira que já permite ir almoçar ou jantar fora de vez em quando e comprar um ou outro objecto".
"Mas, e as relações amorosas? Têm parceiro? Poucos deles. Tiram proveito das relações de amizade? Muito pouco. As pessoas conseguem ir a mais espaços,
diversificar as actividades da sua vida? Muito pouco", acrescentou.
Ainda que a formação dê algumas ferramentas aos deficientes para entrarem no mercado de trabalho, o investigador defendeu que as instituições "têm de mudar a
forma como ensinam, como praticam a formação".
Exemplificou que as associações desenvolvem frequentemente actividades como levar os deficientes ao cinema, à praia, ao teatro, a participar nalguns jogos, "mas
não os ensinam verdadeiramente a entrar nessas actividades, não os treinam para isso". "No fundo, mostram-lhe as coisas, mais do que os preparar para poderem
usufruir destas coisas", explicou.
Na sua opinião, tal contribuiu para que "a rotina do quotidiano seja da casa para o trabalho e do trabalho para casa", não estando treinados, por exemplo, para ir
comprar um bilhete para o cinema ou para um jogo de futebol.
Neste âmbito, o treino de mobilidade é uma das sugestões que a equipa deixa às instituições. "Se têm amigos, se até arranjam uma namorada ou um namorado, mas
depois não conseguem ir ter com eles, como é que alimentam a relação?", questionou.
Um livro com os resultados do estudo vai começar na próxima semana a ser distribuído gratuitamente pelas instituições e ficará disponível em formato digital na
página da Formem e do Instituto Nacional de Reabilitação.
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[22.Abr.2014]
Mário Cruz vence Prémio Fotojornalismo 2014
com "Cegueira recente"
PÚBLICO
19/04/2014
O trabalho do fotojornalista Mário Cruz "Cegueira recente", que aborda a vida no Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, é o vencedor deste ano do Prémio
Fotojornalismo 2014 Estação Imagem Mora.
O centro, localizado em Lisboa, acolhe cidadãos dos países da CPLP e dá a autonomia de que precisam para viver. Os pacientes vivem juntos durante um periodo de
três meses e os seus dias são preenchidos com diversas tarefas acompanhadas por apoio psicológico com o intuito de melhorar a sua independência social. Em
Cegueira recente, o trabalho a preto e branco do fotojornalista da Lusa Mário Cruz mostra alguns dos momentos de reaprendizagem de competências básicas como ler,
andar ou cozinhar. A maioria dos pacientes perdeu a sua visão gradualmente mas também existem casos de erros médicos e acidentes que acabaram por causar cegueira.
Mário Cruz, 27 anos, já tinha sido distinguido nos Prémios Estação Imagem Mora 2012 com o terceiro prémio na categoria de Notícias com uma reportagem sobre a
campanha eleitoral de José Sócrates nas eleições legislativas.
Um total de 386 reportagens, da autoria de cerca de 140 fotógrafos, esteve a concurso na edição deste ano. O júri deste ano é presidido por Paolo Pellegrin, da
agência Magnum, autor de vários livros e um dos fotojornalistas mais premiados a nível mundial. Em entrevista ao PÚBLICO, disse ter encontrado nos trabalhos
candidatos ao Prémio Estação Imagem verdadeiras "jóias". Ler +
aqui.
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[21.Abr.2014]
Intervenção artística CEGOS
percorreu hoje a baixa do Funchal
17 de Abril 2014
Paula Henriques
Trinta e oito homens e mulheres, cobertos de argila e de olhos vendados, transportando malas, telemóveis e documentos como se de executivos se tratassem,
caminharam no final desta manhãpelas ruas do Funchal.
Despertando muitos olhares, comentários e fotografias, esta intervenção artística — denominada CEGOS — esteve a cargo do Laboratório de Práticas Performativas da
Universidade de São Paulo e ao Desvio Coletivo, através da Associação dos Amigos da Arte Inclusiva - Dançando com a Diferença, entidade que se associou ao evento
e que o trouxe até à Madeira.
Segundo Henrique Amoedo, presidente daquela associação, a ideia desta performance é a de «despertar o público e mudar a rotina da cidade já que cada um terá a sua
própria leitura sobre estes “cegos”».
De referir que esta performance é inspirada no quadro “A Parábola dos Cegos”, de Pieter Bruegel, datada de 1580, e na qual se vêem cegos conduzindo cegos, cada
qual tentando encontrar algum apoio para avançar pelo caminho.
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[21.Abr.2014]
Tratamento irregular do glaucoma
é a maior causa de cegueira no mundo
Thassiana Macedo
17/04/2014
O uso descontínuo de colírio faz do glaucoma a maior causa de cegueira irrecuperável no mundo. A doença atinge mais de 1 milhão de brasileiros de acordo com a
Organização Mundial da Saúde, mas metade nem desconfia que é portadora em razão da falta de sintomas.
O alto preço do medicamento, cujo frasquinho pode custar mais de R$ 100 pelo programa Farmácia Popular, faz com que 2 em cada 10 pessoas interrompam o tratamento.
É o que demonstra estudo conduzido pelo Instituto Penido Burnier, com 187 pacientes. O oftalmologista Queiroz Neto ressalta que grande parte dos glaucomatosos faz
tratamento através do programa que tem quase 30 mil drogarias credenciadas no país, onde o desconto do colírio chega a 90% do valor de mercado.
O médico explica que o glaucoma é uma doença crônica que acompanha a pessoa para o resto da vida. “Na maioria dos casos, cerca de 90%, está relacionado ao aumento
da pressão intraocular decorrente de um bloqueio ao humor aquoso, fluido que circula na parte posterior do globo ocular. Como nosso olho é um órgão fechado, o
humor aquoso não tem como vazar para fora. Por isso, a pressão interna fica acima do nível normal que é de 21 mmHg. Assim, as células do nervo óptico podem sofrer
danos se não forem usados colírios que mantêm a pressão intraocular normal. Os danos no nervo óptico impedem a transmissão das imagens ao cérebro e diminuem nosso
campo visual até a cegueira definitiva”.
O oftalmologista destaca que o glaucoma pode ocorrer em qualquer idade. “Por isso, toda pessoa deveria fazer um exame oftalmológico periódico para garantir o
diagnóstico das doenças oculares no início, quando a maioria passa despercebida. Os grupos de maior risco para desenvolver glaucoma são pessoas com mais de 45
anos, portadoras de mais de 6 graus de miopia, quem tem parentes próximos com glaucoma, descendentes de negros e asiáticos, pessoas expostas a traumas oculares no
dia a dia, uso prolongado de pílula anticoncepcional ou corticoide e portadores de diabetes”, alerta o especialista.
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[21.Abr.2014]
Menina faz lista de desejos
para ver antes de ficar cega
14 de abril de 2014
Molly Bent, uma menina britânica de seis anos, realizou uma lista de desejos que quer fazer antes de ficar cega, já que ela é portadora de uma doença degenerativa, sem cura, que em breve não lhe permitirá mais enxergar. Os médicos diagnosticaram que Bent tem retinite pigmentosa, uma doença genética que leva a cegueira.
Os pais da menina, que moram com ela em Manchester, lançaram uma campanha para recolher fundos e assim poder ajudar a filha a realizar seus desejos. O primeiro desejo da lista é visitar à Disneylândia para conhecer suas princesas favoritas, já o mais caro é uma viagem para a Austrália. Os outros, como uma visita ao Palácio de Buckingham e ao Museu de Historia Natural de Londres, são mais fáceis de realizar.
A menina também deseja, entre outras coisas, assistir a um jogo de futebol e ir à praia. “Para nós pais tudo isso é devastador, porque Molly é tão inteligente, curiosa e adora o mundo em torno dela. Por enquanto a levamos ao zoológico, à casa das borboletas de Lancaster e ao museu de Manchester para ver as múmias egípcias e os dinossauros”, disse Eve, mãe da menina.
“Não sabemos quando ela ficará totalmente cega, mas temos a sensação que a sua situação piora a cada vez que vamos ao oftalmologista”, acrescentou ela.
A história de menina comoveu o Reino Unido que, como já aconteceu em histórias parecidas, deverá desencadear uma corrida solidária. A retinose pigmentar é uma
doença de origem genética que acomete a retina destruindo as suas células.
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[15.Abr.2014]
Luz azul violeta contida em aparelhos celulares
pode trazer problemas graves, como a cegueira
Uma simples luz a princípio nociva, pode ser a causa de problemas de saúde por conta de seu uso em excesso. A fontes dessa luz são encontradas nos celulares,
tablets, telas de computadores e até TVs de tela plana, o pacote completo que hoje em dia a população usa a todo tempo. De acordo com estudos feitos, a exposição
dessa luz em longo tempo pode ser responsável por uma degeneração macular, desencadeando problemas sérios na retina, podendo levar até a cegueira. A diretora da
Sociedade de Oftalmologia Pediátrica da latina América, Márcia Beatriz Tartarella, afirma que o efeito é cumulativo, o que quer dizer que, não vai acontecer nada
no mês seguinte, mas sim ao longos dos anos.
Já o diretor que é responsável pelo Tranjan Centro Oftalmológico, Alfredo Tranjan, conta que existem dois tipos de luz azul e são classificados como “luz azul
turquesa e azul violeta”, o turquesa é considerada uma luz boa, que não prejudica os olhos. Ela é responsável por organizar o relógio biológico, por conta disso,
já existem estudos que estão sendo feitos para colocar essa luz no painel de carros, para manter o motorista alerta.
Perigo
O grande problema mesmo está contido na luz azul violeta, que pode trazer degenerações maculares e desencadear até a catarata, acredita a diretora da Sociedade de
Oftalmologia Pediátrica da Latino América. Esses problemas geralmente ocorrem em pessoas que passam horas na frente de aparelhos e ficam diretamente ligada nessa
luz, fazendo uso de celulares, TVs, tablets e telas de computadores, por isso, com o tempo elas podem sofrer com esses problemas. Tranjan explica que, se uma
pessoa se expõe durante 7h por dia nessa luz, a partir dos 25 anos, com 40 ela pode ter um problema e ainda ressalta que podem não acontecer logo, mas sim, a
longo prazo.
fonte:
noticiasbr.com.br/
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[14.Abr.2014]
Menina salva de ficar cega
graças a uma foto no Facebook
6 Abril 2014
Uma doença crónica num dos olhos de uma menina de três anos foi detetada graças à publicação de uma fotografia sua na rede social Facebook. Amigos da família
estranharam a forma como o olho direito refletia a luz do "flash" e aconselharam a mãe a levá-la ao médico. Caso não tivesse sido dado o alerta, a menina poderia
ter ficado cega.
A norte-americana Tara Taylor decidiu colocar a foto da sua filha Rylee, de três anos, no Facebook. Os amigos apreciaram a beleza da menina, mas acharam estranha
a luminosidade refletida pelo olho direito. E resolveram deixar um comentário: "De certeza que não deve ser nada, talvez seja mesmo a iluminação, mas o olho da
tua filha brilha e deverias mandar fazer um exame porque pode ser sinal de que existe um qualquer problema na visão".
Tara Taylor decidiu seguir o conselho e levou a filha a um especialista, que lhe diagnosticou a doença de Coats, um mal crónico que se manifesta na
infância ou juventude e que pode causar cegueira ou perda parcial da visão em um dos olhos.
De acordo com os especialistas, se a doença for detetada a tempo, pode-se prevenir a sua progressão. Contudo, os sintomas não são fáceis de detetar. Depois de
afetar um olho, a doença passa ao outro, podendo deixar o doente cego.
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[6.Abr.2014]
Menino viaja pelo Mundo antes de ficar cego
Cátia Carmo
01 de Abril 2014
Louis Corbett, um menino de 12 anos, sofre de uma doença hereditária que vai fazer com que perca totalmente a visão nos próximos quatro anos. Para garantir que a
criança não deixará nada por ver, os pais levaram-no a viajar pelo Mundo. A retinose pigmentar já afetou 50% da visão de Louis Corbett e faz com que, em locais
com pouca luz, o menino veja sempre um cenário muito nublado.
Preocupados com o facto de o filho não poder conhecer verdadeiramente o Mundo devido à
cegueira, os pais já levaram a criança até aos EUA para visitar o Gran Canyon, as Cataratas do Niagara, a sede da Google e as luzes de cidades como Las Vegas, Los
Angeles e Nova Iorque.
"Este ano vamos encher-lhe a memória com o maior número possível de imagens do Mundo maravilhoso em que vivemos", explicou Catherine Corbett, a mãe de Louis, à
'CNN'. A viagem do menino concretizou-se devido à ajuda de um vizinho da família, dono de uma empresa de software com sede em Boston.
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[4.Abr.2014]
A vida atrás dos olhos
Virgílio Azevedo
12 de março de 2014
São 46 fotos do olho humano escolhidas entre três milhões e foram tiradas pelo equipamento de diagnóstico do Centro Cirúrgico de Coimbra, que é dirigido
por António Travassos, um dos maiores especialistas mundiais na cirurgia ocular.
A mostra, chamada "Visões - o interior do
olho humano", tem percorrido várias cidades do país, mas chega agora em versão renovada ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência, na Rua da Escola
Politécnica, em Lisboa, onde vai estar aberta ao público até 29 de junho, entre as 10h00 e as 170hh de terça a sexta-feira e das 11h00 às 18h00 ao fim de semana.
Na exposição foram criados vários percursos do interior do olho humano, é explicada a importância da luz e da cor no processo da visão, são dados a conhecer os
compromissos entre luz, sinais e cérebro humano, enfim, são revelados os códigos do funcionamento dos nossos olhos quando estão saudáveis ou doentes.
As fotos, tiradas graças a tecnologias sofisticadas como a retinografia, a angiografia ou a tomografia de coerência ótica, foram digitalizadas, acopladas à
informática e à luz, emitida ou não por lasers, e associadas a imagens e objetos da natureza ou construídos pelos humanos que nos são familiares.
E tudo isto fazendo uma ponte original entre a ciência e a arte para conhecermos melhor aquilo a que muitos chamam "as janelas da alma".
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[12.Mar.2014]
Governo corta subsidios a crianças com deficiência
Rita Ramos | Sandra Felgueiras | Carla Quirino |
Jaime Guilherme | Miguel Teixeira | Paula Meira
01 Mar, 2014
Este caso já motivou mais de 400 queixas ao provedor de Justiça. O Sexta às Nove investigou e descobriu que o governo está a cortar o subsídio de educação
especial a crianças com deficiência. Nas dezenas de casos a que tivemos acessos constatámos que há pareceres das escolas a por em causa decisões médicas. Sessenta
clínicos que acompanham crianças com deficiência deram voz à revolta e queixaram-se à Ordem dos Médicos. O bastonário, chocado, admite enviar a queixa para o
ministério público por entender que pode estar em causa um crime de usurpação de funções, posto em prática por funcionários mandatados pelo governo. O agora
ministro da Segurança social recusou dar-nos uma entrevista mas há três anos, Pedro Mota Soares, então deputado da oposição, criticava o governo socialista pelos
atrasos na atribuição do subsídio que agora está ele a cortar. Os casos que se seguem são de crianças com deficiência provenientes de agregados familiares pobres
ou muito pobres.
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[4.Mar.2014]
Criado anel 'inteligente' que lê textos para cegos
24 Fev 2014
Um grupo de cientistas norte-americanos criou um anel que tem a particularidade de ler textos para deficientes visuais e que segundo os criadores faz uma análise
em tempo real.
Chama-se ‘FingerReader’ (dedo que lê, em tradução livre) e consiste num anel que, tal como o próprio nome indica, lê textos para cegos em tempo real, como garantem os criadores.
O processo é simples, sendo que basta colocar a câmara do anel virada para o documento para conseguir saber o que contém o mesmo. Depois, ouve-se o respetivo som do que está escrito. Quando termina a linha, o aparelho vibra para avisar.
Este projeto foi criado pelos
cientistas do grupo norte-americano Fluid Interfaces, do Instituto de Tecnologia de Massachussets.
Veja o vídeo para saber como funciona.
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[24.Fev.2014]
Meo lança áudio zapping para ajudar cegos
por Carolina Morais
22-Fev-2014
O serviço de televisão paga da PT, Meo, lançou o Áudio Zapping, que ajuda cegos e amblíopes a tirar proveito da televisão. Uma voz, previamente gravada, indica
cada ação acionada no comando Meo.
Os clientes com limitações ao nível da visão e subscritores do serviço de televisão paga da PT, Meo, podem, a partir de agora, usar o Áudio Zapping que lhes permite retirar melhor proveito da televisão. Uma voz previamente gravada indica as ações efetuadas no comando Meo tais como mudanças de canal, alterações de volume e agendamento de gravações.
"Sendo a televisão uma janela para o mundo, queremos trazer esse mundo do Meo às pessoas que têm este tipo de handicaps e que de uma forma ou de outra não conseguem ter essa experiência", explicou fonte da Meo, diretamente envolvida no processo do novo serviço.
Para usufruir do novo serviço, o cliente deve ir à área de Configurações no menu do serviço Meo, selecionar a opção de Serviços e escolher Áudio Zapping.
O Áudio Zapping, disponível de forma gratuita para todos os clientes Meo IPTV com MeoBox DVR, foi desenvolvido em parceria com a Fundação PT e a Associação dos
Cegos e Amblíopes de Portugal [ACAPO].
publicado por MJA
[22.Fev.2014]
Bolsas e Subsídios para Educação Especial
Fundação Calouste Gulbenkian
»ações de intervenção precoce, reabilitação e integração escolar e social de crianças e jovens com necessidades educativas especiais«
Estão abertas de 3 de Fevereiro a 6 de Março 2014 as candidaturas de apoio a atividades e ações destinadas a promover a educação, no âmbito da intervenção
precoce, reabilitação e integração escolar e social de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, contemplando, especialmente, as seguintes
iniciativas:
As candidaturas devem ser apresentadas por instituições públicas ou privadas, individualmente ou em associação, considerando-se Entidade Beneficiária do
financiamento, a instituição que apresenta a candidatura e que fica responsável pela execução do projeto.
Apenas são admitidas a concurso, as candidaturas apresentadas em formulário próprio, devidamente preenchido, que reúnam os requisitos exigidos no Regulamento do
concurso.
Quaisquer dúvidas respeitantes a este concurso deverão ser dirigidas para o endereço de email: pgqng@gulbenkian.pt
Fonte da notícia:
ANDITEC - Tecnologias de Reabilitação
Alameda Roentgen nº9-C, 1600-757 Lisboa
Tel: 217110170
Email: info@anditec.pt
www.anditec.pt
publicado por MJA
[12.Fev.2014]
BlackScreen: explicar a tecnologia de forma acessível
05 Fevereiro 2014
Da necessidade de difundir conhecimento sobre a utilização de smartphones, tablets ou computadores, um grupo de cidadãos com deficiência visual desenvolveu o
projeto BlackScreen, uma plataforma online que disponibiliza um conjunto de podcasts dedicados à acessibilidade das novas tecnologias.
O projeto surge igualmente com o propósito de realizar debates sobre tecnologia, envolvendo especialistas que partilhem diferentes visões sobre determinado
equipamento, programa ou sistema operativo.
Assim, aproveitando as potencialidades e a facilidade de consulta de podcasts, o projeto demonstra em tempo real e de forma pormenorizada de que forma podem os
utilizadores com deficiência visual executar determinadas tarefas em equipamentos, aplicações ou programas.
“Será que o iPhone é um equipamento útil para mim?”, “Existe alguma aplicação de GPS acessível?”, “Quais as novidades da nova versão do NVDA?” ou “IOS ou Android,
qual o mais acessível?” são exemplos de questões, frequentemente colocadas por utilizadores com deficiência visual, a que o BlackScreen procurará responder.
Este projecto está online desde o dia 21 de dezembro de 2013, em www.blackscreen.pt.
publicado por MJA
[10.Fev.2014]
«Envio para os Cegos»
Desde o passado dia 1 de janeiro de 2014, os CTT alteraram a designação do produto “Cecograma”, passando este a designar-se “Envio para os Cegos”.
Informamos todos os nossos associados desta recente alteração, procurando evitar que enfrentem maiores dificuldades e/ou obstáculos no momento de expedição da sua
correspondência.
Nesta medida, as correspondências de registos sonoros, informações em Braille ou carateres ampliados, devem agora indicar junto ao endereço a
designação “Envio para os Cegos”.
Fonte: http://www.acapo.pt/
publicado por MJA
[2.Fev.2014]
Cegos dão a conhecer Museu da Batalha
Lusa/SOL
27 Janeiro 2014
Dos cinco sentidos, apenas a visão não "entrou" este fim de semana no
Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, onde pessoas
cegas guiaram os visitantes através da audição, do paladar, do olfacto e do tacto.
Quarenta pessoas, crianças e adultos, todas de olhos vendados, conheceram o museu pela visão dos outros quatro sentidos, descobrindo, pelas mãos, algumas das
peças que figuram no espaço, descritas, também, em áudio guias que "colavam" ao ouvido, cheirando ervas aromáticas e degustando iguarias típicas da região.
"Isto é um osso de dinossauro, este é um caracol marinho - tem uma areiazinha -- e depois, à nossa direita, temos um fóssil de uma árvore, que parece um tronco em
madeira", dizia uma das guias, enquanto convidava o grupo que conduzia a conhecer, pelos seus dedos, as origens do território do concelho da Batalha.
Ao lado, um outro grupo de pessoas ouvia uma descrição - até ao mais ínfimo pormenor - do Mosaico do Hipocampo.
Os estímulos sensoriais prosseguiram com a descoberta de cheiros -- do tomilho à salsa, do louro ao alecrim -- e de sabores, como um doce de amêndoa ou a
tradicional morcela de arroz.
Numa outra sala, os visitantes eram convidados a fazer réplicas de fósseis.
"Já perdi de vista o meu barro", exclamou Martim Trindade, de nove anos, enquanto os seus pequenos dedos procuravam, na mesa, o pedaço de barro, do qual, depois
de prensado com um fóssil em forma de caracol, sairia uma réplica em gesso.
Na mesma sala, um outro participante, a manusear o gesso, sugeriu tratar-se de farinha de milho.
A visita "às cegas" culminou com música e bailado, pelo projecto Melodium, tendo o bailado direito a descrição ao vivo, e, no final da actuação, após quase hora e
meia, os visitantes puderam ver, de novo.
Manuela Pardal, de 52 anos, cega na sequência de maus-tratos no casamento, expressou satisfação por poder mostrar o museu a quem, naquele momento, via como ela.
"Eu gostei de os guiar e de os ensinar [sobre] as dificuldades que temos, as escadas, sítios que não conhecemos", exemplificou Manuela Pardal.
Salientando a importância da iniciativa para acabar com a discriminação ou o preconceito de que são vítimas as pessoas com necessidades especiais, Manuela Pardal
afirmou-se também "muito útil" nesta tarefa: "No passado, vi como as outras pessoas vêem e pode acontecer a qualquer uma ficar como eu".
Um dos visitantes, Nelson Ascenso, de 38 anos, classificou a experiência de conhecer o museu às escuras como impressionante: "É um misto de vazio, ao mesmo tempo
de tudo perto, tudo longe, é uma coisa muito estranha".
"Acho que o mais incrível que me aconteceu foi quando abri a venda e ver a cara das pessoas, ver as pequenas coisas e tudo era tão bonito", declarou.
À agência Lusa, a vereadora da Câmara da Batalha com o pelouro da cultura, Cíntia Silva, garantiu que iniciativas como esta vão continuar: "Fomos diferenciadores
pela inclusão e pela questão da comunidade, e vamos querer sempre manter este patamar".
O Museu da Comunidade Concelhia abriu em Janeiro de 2011. No ano seguinte, foi eleito Melhor Museu Português 2012 pela Associação Portuguesa de Museologia
e, volvido mais um ano, foi galardoado com o Prémio Kenneth Hudson do Fórum Europeu dos Museus.
Com o slogan "Museu de todos", o espaço, que custou 900 mil euros e já recebeu cerca de 16 mil visitantes, está preparado para ser fruído por pessoas com
incapacidades visuais, auditivas, motoras ou intelectuais.
publicado por MJA
[27.Jan.2014]
VIII Seminário sobre Exclusão Digital
na Sociedade de Informação - na FMH -
a 31 de janeiro e 1 de fevereiro de 2014
Nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro de 2014, decorrerá na Faculdade de Motricidade Humana o VIII Seminário “Exclusão Digital na Sociedade de Informação”.
Com este seminário pretende-se promover a discussão e divulgar trabalhos que possam contribuir para o combate à infoexclusão e fomentar a acessibilidade das TIC.
As anteriores edições deste seminário têm juntado aproximadamente 150 especialistas, sendo cerca de metade dos participantes de origem estrangeira, com
predominância sul-americana.
O evento vai ser transmitido em direto através do link: http://live.fccn.pt/fmh/euromime
Mais informações podem ser obtidas na página do seminário em:
http://www.fmh.utl.pt/semimelisboa.
publicado por MJA
[26.Jan.2014]
Televisões com novas regras de emissão
de programas acessíveis a deficientes
Público
MARISA SOARES
24-01-2014
ERC estipula "quotas" mínimas de programas com legendagem, tradução em língua gestual ou
audiodescrição para as estações pública e privadas, incluindo os canais do cabo. As associações de deficientes aplaudem o plano mas apontam falhas.
As televisões vão ter novas regras que facilitam o acesso à programação por deficientes visuais e auditivos. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)
aprovou um plano até 2017, que estipula os mínimos de horas semanais ou anuais de conteúdos com legendagem em teletexto, tradução em língua gestual portuguesa
(LGP) ou audiodescrição. Ainda não se sabe se os operadores irão contestar judicialmente o documento
A deliberação da ERC aplica-se ao canal público e aos operadores privados generalistas, bem como aos canais regionais da RTP e aos canais do serviço por
assinatura. A RTP, enquanto canal de serviço público, vai ter de antecipar um ano (começando já no próximo dia 1 de Fevereiro) as obrigações definidas, em relação
aos canais privados (que só começam a 1 de Fevereiro de 2015). Um ano depois de adoptarem o plano, os operadores terão de duplicar as "quotas".
Ainda não se sabe se os operadores irão contestar judicialmente o documento, tal como fizeram em 2009, levando à suspensão do plano. Em resposta por email ao
PÚBLICO, o gabinete de comunicação da TVI diz que a estação “cumpre neste aspecto tudo a que a lei obriga e está sempre disponível a, dentro da razoabilidade,
melhorar as condições de recepção dos telespectadores”. A SIC, por sua vez, diz que "determinadas obrigações" são "muito onerosas" para os privados. A RTP não
respondeu em tempo útil.
Ouvidos pela ERC durante a consulta pública, todos os operadores protestaram alegando que o “contexto económico-financeiro” de crise no sector inviabiliza a
concretização do plano. O argumento, porém, não convence as associações de deficientes ouvidas pelo PÚBLICO, que esperavam que a ERC fosse mais além.
Audiodescrição é "inviável"
Segundo a deliberação, RTP1, SIC e TVI ficam obrigadas a emitir, entre as 8h e as 2h, oito horas semanais de “programas
de ficção, documentários ou magazines culturais” com legendagem recorrendo “a qualquer meio técnico ao seu alcance”, e três horas semanais de programas de cariz
informativo, educativo, cultural, recreativo ou religioso com tradução para LGP, incluindo “a interpretação integral de um dos serviços noticiosos do período
nocturno”.
Para a RTP2, a ERC estipula dez horas semanais de programas de ficção com legendagem e seis horas semanais de programas informativos com LGP. Os canais regionais
(RTP Madeira e RTP Açores), têm de garantir, entre as 8h e as 2h, duas horas semanais de programas informativos com LGP. O mesmo para os canais do cabo – como RTP
Informação, SIC Notícias, TVI24, CMTV ou EconómicoTV, mas apenas no período entre as 19h e as 24h.
A ERC obriga também a transmitir as mensagem do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República ou do primeiro-ministro, tal como as
comunicações dos serviços de protecção civil, com legendagem especial ou em LGP.
Uma das medidas mais contestadas pelos operadores é a obrigatoriedade de transmitir programas de ficção ou documentários com audiodescrição - uma ferramenta em
que as imagens que surgem no ecrã são oralmente descritas, útil para cegos e amblíopes. A RTP1 terá de emitir 35 horas anuais; para a RTP2, SIC e TVI, esta
obrigação só entra em vigor em 2016 e resume-se a 12 horas anuais.
Neste domínio, o regulador recuou em relação ao plano de 2009, que previa 1h30 semanais de audiodescrição. “É um objectivo mais realista”, justifica Rui Mota, da
ERC, acrescentando que foi encontrada "uma solução de compromisso entre todas as partes”. Em comunicado, a entidade reforça que procurou "estabelecer metas justas
e proporcionadas, respeitando a realidade dos operadores de televisão e também as legítimas expectativas dos cidadãos com necessidades especiais".
Mesmo assim, os privados queixam-se dos custos. A SIC, por exemplo, fala na necessidade de investir no total mais de 816 mil euros, dos quais 471 mil seriam
destinados à audiodescrição, o que torna "inviável" esta solução. A TVI considera que a audiodescrição terá um "impacte muito reduzido junto do público a que se
destina" e lembra também os custos - no total, "três a quatro centenas de milhares de euros por ano" - exigindo do Estado o pagamento de "contrapartidas".
ERC preferiu ser "cautelosa"
O plano da ERC foi bem recebido pelas associações de deficientes mas estas gostariam que o regulador fosse mais
ambicioso. A vice-presidente da Federação Portuguesa de Associações de Surdos (FPAS), Ângelo Costa, defende que há “melhoramentos a fazer” para garantir “total
acessibilidade” aos surdos, 24 horas por dia. Por seu lado, a presidente da Associação Portuguesa de Deficientes, Ana Sezudo, lamenta que o acesso à
audiodescrição seja “muito reduzido” e critica o facto de o plano não se pronunciar sobre a legendagem em linguagem fácil (método que utiliza palavras simples,
frases curtas), “indispensável para outras pessoas com deficiência” além dos surdos ou cegos.
Ana Sezudo considera ainda que não deveriam ser definidos horário de acesso, uma vez que "as pessoas com deficiência devem ter liberdade na opção quanto ao acesso
à informação".
Outro aspecto que ficou aquém do desejado é o tamanho da janela do intérprete de LGP, ainda demasiado pequeno. A FPAS queria que a janela ocupasse um terço do
ecrã. A ERC remeteu o assunto para o capítulo das recomendações, sugerindo "a escolha de um rectângulo em que a altura deverá ser superior à largura". "Resolvemos
ser cautelosos porque nesse domínio há o risco de colidir com a liberdade editorial dos operadores, mas isso não diminui a importância da medida", afirma Rui
Mota. "Ainda estamos muito longe de atingir o patamar ideal", admite.
Rua Mota lamenta que os operadores não considerem o potencial de mercado existente nestas adaptações. É verdade que ninguém sabe com certeza a dimensão do
público-alvo destas medidas. Estima-se que 15% da população mundial tem uma deficiência e que 10% da população deficiente é surda. Os Censos 2011 não permitem
apurar com certeza o número de pessoas com deficiência em Portugal, mas indicam que 13% dos portugueses têm dificuldade em ouvir. Ou seja, cerca de 1,4 milhões de
pessoas.
Sérgio Gomes da Silva, director do Gabinete para os Meios de Comunicação Social e coordenador do grupo de reflexão Media e Deficiência, aplaude a lógica
progressiva do plano, com períodos de adaptação, bem como o alargamento do plano aos canais regionais e aos do cabo. “É positivo. Aliás, só o facto de já termos
um plano é um progresso”, afirma.
publicado por MJA
[24.Jan.2014]
Deficientes visuais vão identificar
obstáculos à mobilidade em Lisboa
Um grupo de 30 pessoas com dificuldades visuais vai, a partir de Fevereiro, procurar obstáculos à mobilidade em Lisboa.
Trata-se de um projecto da Associação de Retinopatias de Portugal, que acaba de vencer um concurso da Emel, a empresa de mobilidade da capital. Vanda Nunes,
administradora da empresa, explica como se vai desenvolver o projeto vencedor.
O relatório apresentado no final do trabalho de campo irá depois ser incluído no plano de atividades da Emel.
publicado por MJA
[24.Jan.2014]
Mudança da cor da íris e seus perigos
22-01-2014
“O implante de íris artificial é capaz de mudar a cor dos olhos, mas seus efeitos colaterais vão muito além dos benefícios", diz o especialista Leonardo R.
Tibúrcio, especializado em cirurgia refrativa e de catarata, que cita dois casos recentes que recebeu no consultório e que ofereceram alto risco de perda de visão
aos pacientes.
"Os dois pacientes que atendi estavam com a pressão dos olhos altíssima, configurando um caso de glaucoma. Se o implante não tivesse sido removido, o quadro
poderia evoluir para uma doença crónica, com uso de medicamento para o resto da vida. Ou ainda pior: o glaucoma pode causar uma lesão no nervo ótico e cegueira
permanente”, alerta o médico.
Brasileiros que se submeteram ao implante de íris no Panamá apresentaram opacidade da córnea, com necessidade de transplante; e também glaucoma, que pode
levar a lesões irreversíveis no nervo ótico.
Além de glaucoma e cegueira, as consequências do implante passam pelas infecções oculares, aumento da sensibilidade à luz e inflamações. No Panamá, as leis para as chamadas 'cirurgias experimentais' são mais brandas e flexíveis, permitindo que milhares de pessoas realizem a operação. Algumas clínicas nos Estados Unidos também oferecem o método, ainda que sem aprovação.
“Há a possibilidade, já relatada entre pacientes brasileiros, que a pessoa desenvolva uma opacidade da córnea, com perda de células nervosas. Essas células não se regeneram e o tratamento demanda a realização de um transplante. Ainda assim, pode haver perda parcial da visão. E tudo isso por um capricho”, completa Tibúrcio.
Uma preocupação do médico é que, mesmo após
apresentar todos os problemas diagnosticados em seus pacientes, houve resistência para retirada da íris artificial.
publicado por MJA
[22.Jan.2014]
Associação acusa segurança social de
deixar crianças com deficiência sem apoio
SOL
A Associação Nacional de Empresas de Apoio Especializado (ANEAE) acusou hoje a Segurança Social de bloquear os processos de atribuição de subsídio às
famílias de crianças com deficiência e de querer transferir responsabilidades médicas para técnicos de educação.
A Segurança Social (SS) assinou no final do ano passado um novo protocolo que veio transferir para os delegados regionais de educação as competências médicas para
certificar que as crianças e alunos se podem candidatar à atribuição de Subsídio de Educação Especial (SEE), acusou hoje Bruno Carvalho, presidente da ANEAE, em
declarações à Lusa.
"Querem retirar os médicos do processo por uma questão economicista. É mais fácil recusar um apoio quando não há médicos", afirmou o presidente da ANEAE.
Contra o novo acordo, a associação decidiu avançar com uma providência cautelar e, no início deste mês, um tribunal decidiu suspender o protocolo. No entanto,
segundo Bruno Carvalho, a SS deixou pendente todos os processos, "recusando-se ainda a dar qualquer tipo de informação aos pais e encarregados de educação destas
crianças".
O responsável diz que existem processos que deram entrada nos serviços da Segurança Social no verão e que ainda não se sabe se terão direito ao Subsídio de
Educação Especial -- um apoio para que as famílias mais carenciadas possam ter os filhos a frequentar especialistas variados, desde psicólogos, terapeutas da fala
a fisiatras.
Segundo Bruno Carvalho, quando começaram as aulas, em Setembro, as clínicas começaram a dar apoio a quem precisava.
Mas, neste momento, "estão cerca de 10 mil crianças sem apoios e cerca de três mil postos de trabalho em causa", alertou, sublinhando que "os prejudicados são os
mais carenciados, uma vez que as restantes famílias podem pagar as consultas".
A associação lançou entretanto uma petição a pedir a suspensão do acordo que conta neste momento com cerca de 6.500 assinaturas.
A associação diz já ter exposto o problema a vários governantes, desde o Presidente da República, Presidente da Assembleia da República aos grupos parlamentares e
Ordem dos Médicos, Ordem dos Psicólogos e Conselho Nacional de Educação.
A agência Lusa contactou o Instituto de Segurança Social, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
Lusa/SOL
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[21.Jan.2014]
Investigação para tratar cegueira
rara está a ser bem sucedida
Diário Digital
16 Janeiro
Uma experiência inovadora para tratar uma forma rara de cegueira hereditária foi bem sucedida em meia dúzia de voluntários em que o tratamento está a ser testado, segundo anunciaram os médicos que estão a fazer a investigação.
A técnica implica introduzir um gene na retina para corrigir um defeito no DNA, que provoca perda de visão degenerativa, uma doença chamada coroideremia.
Seis meses depois do tratamento, os pacientes mostraram melhorias na visão a baixa luz e dois dos seis doentes conseguiram ler mais linhas na tabela optométrica de Snellen (em que as letras vão diminuindo de tamanho de linha para linha), segundo contaram os investigadores ao jornal médico “The Lancet”.
Um dos pacientes conseguiu mesmo ver as estrelas numa noite de verão pela primeira vez.
«Ainda é cedo para saber se o tratamento vai resultar de forma duradoura», alertou Robert MacLaren, do Laboratório de Oftalmologia Nuffield, na Universidade de Oxford, que está a liderar a investigação.
«Mas podemos dizer que as melhorias na visão se têm mantido durante o período em que temos estado a acompanhar os doentes, que é já de dois anos num dos casos», acrescentou.
A coroideremia é causada pela mutação de um gene chamado CHM que provoca uma alteração na camada de tecido ocular entre a esclera (a zona branca do olho) e a retina (a parte colorida). A doença manifesta-se em cerca de uma em cada 50 mil pessoas e afeta sobretudo homens em idade jovem.
Diário Digital com Lusa
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[16.Jan.2014]
Olhos que vêem sem ver
Gonçalo Portocarrero de Almada*
11 Jan 2014
Na quarta-feira passada, de manhã cedo, fui interpelado por uma mensagem informática de um jovem universitário (NN), que conheço apenas do «chat» de uma rede
social. O NN felicitava-me por um artigo nesse mesmo dia publicado. Agradeci-lhe a amabilidade e estranhei que já o conhecesse. Disse-me então que o texto lhe
tinha sido reenviado por uns amigos cegos. Estranhei o facto, mas o NN confirmou-me que são mesmo cegos e que, graças a uma aplicação, conseguem converter à
oralidade o texto escrito. Com bom humor, acrescentou depois que, embora não desse muito nas vistas, também ele é cego.
De imediato lhe pedi perdão pela minha eventual indelicadeza, mas a sua resposta, recusando as minhas desculpas, não se fez esperar: «Sabe que, para mim, a
cegueira não é sinónimo de dificuldade ou de tristeza. É óbvio que gostava de voltar a ver, mas … aprendi a ver melhor as coisas. Por isso, todos os dias agradeço
a Deus por me ter proporcionado esta experiência. Foi graças a isso que o conheci a Ele. Acho que só isso já justifica o não poder ver com os olhos …».
Desculpem-me a pieguice, mas estas palavras tiveram o condão de me comover, como há tempo não me acontecia. Também agora, sinto-me profundamente tocado pela
grandeza daquela alma à qual foi pedido tamanho sacrifício e onde não há nenhum ressentimento ou revolta, mas apenas gratidão e, até, bom humor. O meu amigo NN,
não vendo, vê muito mais do que eu e do que muitos outros, porque vê com o coração iluminado pelo dom da fé.
Não foi a única bênção desse dia, porque Deus me deu também a imensa alegria de, apesar da minha cegueira, entrevê-Lo nas celebrações eucarísticas e do sacramento
do seu amor e perdão. Obrigado, Senhor!
(*) Padre.
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[12.Jan.2014]
Encontro " A vitalidade do sistema Braille na era digital"
4 de Janeiro 2014: das 10 h às 12.30 h
na Biblioteca Nacional - Lisboa
No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Braille, a 4 de janeiro, a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) promove o encontro «A vitalidade do sistema Braille
na era digital». O evento, que decorrerá entre as 10h00 e as 12h30, contará com a apresentação e lançamento da edição em Braille da obra «A Dividadura - Portugal
na crise do euro», de Francisco Louçã e Mariana Mortágua.
Em paralelo, terá as intervenções de Carlos Ferreira e Maria Aldegundes sobre «O paradigma no
acesso à informação escrita», de António Pinão sobre «O Braille na representação gráfica da mente na pessoa cega» e de Carlos Silveira que abordará o papel do
«Braille na autonomia da pessoa cega» na perspetiva do utilizador».
Programa:
A vitalidade do sistema braille na era digital
10h00 | Abertura
10h10 | Braille: o paradigma no acesso à informação escrita, Carlos Ferreira e Maria Aldegundes (BNP-ALDV)
10h30 | O Braille na representação gráfica da mente na pessoa cega, António Pinão
10h50 | O Braille na autonomia da pessoa cega, perspetiva de um utilizador, Carlos Silveira
11h00 | Lançamento da versão braille e apresentação do livro A Dividadura - Portugal na Crise do Euro de Francisco Louçã e Mariana Mortágua
12h00 | Debate
12h30 | Encerramento
Local
Biblioteca Nacional de Portugal
Campo Grande 83
1749-081 Lisboa
Mais informações:
Serviço de Relações Públicas da BNP
Telefone: 21 798 21 68
E-mail: rel_publicas@bnportugal.pt
Fonte: ACAPO
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[3.Jan.2014]
Conheça a história do 1.º juiz cego
a trabalhar num tribunal brasileiro
Globo.news
01.01.2014
Ricardo Tadeu chegou a ser desclassificado de um concurso. Desembargador, tem pessoas que lhe lêem oralmente os processos e ele dita as decisões.
A história do desembargador Ricardo Tadeu da Fonseca é um exemplo de superação. Ele foi o primeiro juiz cego a trabalhar num tribunal brasileiro. Para se formar na faculdade de Direito, Ricardo contou com a ajuda de colegas. E ao longo da carreira, teve que lidar com vários episódios de preconceito. Chegou a ser desclassificado de um concurso público e não passava de entrevistas, mas deu a volta por cima e conseguiu realizar o sonho de ser juiz.
Ricardo Tadeu da Fonseca é desembargador do TRT de Curitiba. Ele destaca que ainda não existe na sociedade brasileira um preparo para lidar com as diferenças e lembra que teve sorte de contar com o apoio de uma família muito bem estruturada. Sua mãe o alfabetizou, nos anos 60, e ele teve o apoio de professores que ampliavam as letras para ele conseguir ler. Aos 23 anos, perdeu completamente a visão. A partir daí, os colegas da faculdade passaram a gravar as aulas em fitas para que ele pudesse realizar as provas oralmente. Assim, ele se formou e realizou suas atividades profissionais.
O desembargador, que tem que julgar cerca de 400 processos por mês, conta que o braille é muito pouco útil para quem trabalha com Direito. “A literatura em braille é muito limitada e é pouco operoso para quem lida com processos. Ajuda mais para a alfabetização de jovens cegos. Cada pessoa com deficiência desenvolve o seu método”, afirma. O Dr. Ricardo tem pessoas que leem oralmente os processos e ele dita as decisões.
No início da carreira, o currículo de Ricardo era sempre selecionado, mas ele não passava das entrevistas. Para mostrar que também se vê com o
tato, a audição e o olfato, por exemplo, o desembargador citou um trecho da música “Choro Bandido”, de Chico Buarque e Edu lobo, que diz: “Mesmo que você fuja de
mim, por labirintos e alçapões, saiba que os poetas, como os cegos, podem ver na escuridão”.
publicado por MJA
[2.Jan.2014]
Audiolivros gravados na
Biblioteca Municipal de Coimbra
O projecto “Livros para os sentidos, sentido para o livro”, iniciado por José Guerra, na Biblioteca Municipal de Coimbra, em
Janeiro de 2011, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, já garantiu a gravação digital de 106 audiolivros, igualmente distribuídos entre histórias
destinadas a crianças e ficção dirigida a um público adulto.
Estas obras podem ser pedidas, sem encargos, por pessoas portadoras de deficiência visual, para serem ouvidas nos seus leitores de MP3, computadores ou telemóveis.
¯ link para consulta da lista de audiolivros disponíveis. ¯
CONTACTOS:
Serviço de Leitura Especial da Biblioteca Municipal de Coimbra
Rua Pedro Monteiro — 3000-329 Coimbra
telefone: 239.702.630
email: leitura.especial@cm-coimbra.pt
Web: http://www.cm-coimbra.pt/biblioteca/b309.htm
publicado por MJA
[1.Jan.2014]
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