Cartaz 3
de Dezembro | Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência - Prémio 2018
INR
O Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. (INR,
I.P.) promove, anualmente, um concurso destinado a
premiar o melhor cartaz alusivo à comemoração do dia 3
de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência.
O Cartaz de Ana Beatriz Gouveia e Costa e de André de
Figueiredo e Silva 'Ser humano. Ser Único' obteve o
Prémio 2018.
Os conhecimentos de Braille do Pai Natal estão cada vez
melhores e chegada esta altura do ano ele quer pô-los em
prática.
Se tens deficiência visual, idade até aos 12 anos, e
tal como ele sabes escrever em Braille, ajuda-o a
treinar. Temos uma ideia! Quando lhe escreveres diz-lhe
qual foi o melhor momento que viveste em 2018 e porquê.
Queremos muito receber a tua carta, de preferência em
Braille, ou então para o e-mail
painatal@acapo.pt
, até ao dia 21 de dezembro. Ah! Não te esqueças de nos
dizer a tua morada, pois o Pai Natal gosta sempre de
enviar uma pequena lembrança.
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com
Deficiência defende que a atribuição do grau de
deficiência tem de ser repensado. O de agora, tem
algumas injustiças. "Não faz sentido a cegueira ter uma
atribuição de 90%, por exemplo, e a paralisia 75%."
Ao fim de três anos de mandato, Ana Sofia Antunes faz
um balanço. Em relação às grandes prioridades que tinha,
para as quais olha regularmente, está de consciência
tranquila, sobretudo em relação a algumas áreas muito
específicas, como pobreza, autonomia e trabalho. Para
todas estas há legislação e medidas concretas que estão
já a ser aplicadas para apoiar as pessoas com
deficiência. Mas para trás deixa uma área que diz ter
consciência de que se mexeu, mas pouco. Ou, pelo menos,
"não como gostaria".
Ana Sofia Antunes refere-se ao modelo de atribuição
de deficiência. Para ela, "este modelo tem de ser
repensado". Segundo explicou ao DN, hoje temos um modelo
de atribuição muito assente na incapacidade das pessoas,
mas muitos países estão já a trabalhar esta atribuição
com base na funcionalidade. A questão, salvaguarda, é
que muitos destes países também estão a chegar à
conclusão de que não é a melhor fórmula, alguns estão
mesmo a desistir. Por isso, "vamos ter de encontrar um
meio-termo entre o que são as incapacidades, as
dificuldades da pessoa e a funcionalidade, o que é capaz
de fazer".
O caminho, defende, terá de ser para um modelo misto,
embora saiba que a reavaliação do modelo vai trazer
alguma agitação ou polémica. Isto porque "quem perceba
que sai beneficiado vai ficar satisfeito, quem perceba
que pode ficar prejudicado, comparativamente ao modelo
atual, vai contestar".
O trabalho a fazer terá de ser a nível
interministerial, entre Segurança Social e Saúde, "não
vai depender só de nós", mas, mais uma vez, afirma: "É
algo que tem de ser feito. Eu sei que quem passa por um
cargo destes não pode ter a expectativa de que tem de
fazer tudo. Aliás, hoje olhamos para trás e percebemos
que há coisas que podem ser ajustadas, melhoradas, mas
há coisas que não podem ficar para trás."
De acordo com a secretária de Estado, o modelo atual
de atribuição de deficiência "contém em si algumas
injustiças na forma como estabelece valores muito
díspares para diferentes tipos de deficiências".
Segundo explica, não faz sentido olhar para as
tabelas e vermos que uma situação de cegueira é avaliada
com mais de 90% de incapacidade, enquanto uma situação
de paralisia cerebral é avaliada com 75%. "Não há razão
para isto, não está estudado, mas não há nada que
indique que isto tem de ser assim. Tal só acontece
porque a questão em relação à cegueira surge da ideia
que existia antigamente: nada poderia acontecer pior a
uma pessoa do que ficar cega."
2018 será o ano do Magic Leap e da nova geração de
realidade aumentada? Investigação utiliza o HoloLens da
Microsoft para informar cegos dos obstáculos em seu
redor através de voz.
Cães de companhia ou as simples bengalas são os
auxiliares de pessoas cegas, na sua “luta” pela
autonomia na deslocação. Mas a tecnologia poderá ter
algo, literalmente a dizer, na ajuda a contornar
obstáculos. Pelo menos é essa a ideia de um grupo de
investigadores da Caltech que utilizou o sistema
HoloLens para desenvolver um assistente cognitivo de
realidade aumentada (CARA) em que basicamente fala com
os utilizadores.
O sistema utiliza visão computorizada para
identificar objetos num determinado lugar e diz o seu
nome aos utilizadores. E para que não restem dúvidas, a
tecnologia utiliza som espacial, para projetar as
palavras da direção onde se encontram os objetos, soando
mais alto quanto mais perto estiver dos mesmos.
Para que a informação não se acumule e baralhe os
utilizadores, a equipa criou três modos. O primeiro
condiciona a vocalização dos objetos apenas quando estão
a olhar para os mesmos, o segundo servirá para um
primeiro contacto com a sala e sentir o que existe em
redor. Por fim, o modo “alvo” permite focar-se apenas em
um objeto.
Ainda que o sistema esteja apenas numa primeira fase,
já foram feitos alguns testes com cegos que se
voluntariaram, alertando-os para a presença de escadas,
onde necessitam agarrar o vão da escada ou onde mudar de
direção.
Os investigadores estão a implementar novos esquemas
para identificação em tempo real de objetos e pessoas,
afirmando que o sistema poderá ser utilizado em bancos,
mercearias, museus e outras localizações para ajudar os
cegos a circularem em espaços que não estão
familiarizados.
Numa escola inclusiva, são os professores, com toda a
responsabilidade que lhes está inerente, que ajudam a
regular, a equilibrar as expectativas e as aflições de
muitos pais.
O conceito Inclusão poderá parecer simples, mas no que
toca à Educação tem demonstrado um historial difícil. Um
historial que já revogou duas leis e onde ainda andamos
a tentar perceber o que podemos fazer para que esta seja
uma sociedade inclusiva.
O novo ano letivo trouxe consigo mudanças fortemente
significativas naquilo que se espera ser uma nova
cultura de escola. Uma filosofia que há muito se tem
vindo a apregoar em inúmeros fóruns e conversas e que
permaneceu em fila de espera até agora. O novo
Decreto-Lei 54/2018, que veio substituir o antigo
Decreto-Lei 3/2008 e que tutela as medidas educativas,
consigo traz, também, um manual como documento
orientador para uma Escola Inclusiva.
A sociedade evoluiu para deixar de esconder e não olhar
como parte integrante pessoas com deficiência, para
perceber os seus direitos e deveres enquanto cidadãos.
Mas à revelia do que a evolução nos poderia dar, ainda
precisamos de um Manual para a Inclusão. Ainda estamos
no tempo em que precisamos de, perante o que é
diferente, encontrar respostas que negamos estarem em
nós (de repente esquecemo-nos de ser professores e
focamo-nos apenas na nossa amarra a um currículo, a um
formato único a que historicamente não temos conseguido
escapar). Na falta de tempo e disponibilidade e perante
aquilo a que não conseguimos responder exigimos, única e
exclusivamente, respostas a determinados departamentos.
Saímos de cena e delegamos as Necessidades Educativas
Especiais (NEE) para um espaço específico dentro da
escola.
Ao não compreender e fugir para o nosso mundo, mais
confortável e seguro, tomamos as dores (de longe) dos
“outros” aplicando-lhes toda a nossa condescendência.
Afinal são “NEE”, são diferentes, não aprendem da mesma
maneira. Quando estão na aula deixo-os sossegados, não
chateiam, estão “integrados” numa sala. A colega do lado
ajuda porque não tenho tempo a perder e há matéria para
dar. Esquecemo-nos que, na maior parte dos casos,
“perder” cinco minutos no final da aula com um aluno é
ganhar cinco minutos na relação, essencial para o
sucesso, professor-aluno.
As amarras a um currículo, a um formato e a
condescendência latente aos alunos “NEE”, que ainda não
se safaram dos rótulos, continuam a ser um dos maiores
desafios a ultrapassar. Assumo-me como muito impaciente
no que toca a títulos e mensagens condescendentes. O
palavreado por vezes rebuscado que arranjamos para
denominar qualquer aspeto, quer físico ou intelectual,
com receio de ferir suscetibilidades por parecer menos
socialmente aceite, ou quando suavizamos a postura e
palavras para tornar o nosso discurso “mais fácil” de
ser compreendido pelo “coitadinho”, é no meu entender
uma enorme falta de respeito. É o mesmo sentimento
quando oiço, em reuniões de conselhos de turma, “Como
ele faz (fazia) parte do D.L. 3/2008 e tem um PEI
(Programa Educativo Individual), eu dei-lhe um 3”. Como
se existisse um documento que servisse de um passe livre
para “ir andando” pela escola sem definir objetivos que
devem ser, igualmente, exigentes e rigorosos, dentro do
perfil de funcionalidade de cada aluno. Esta é,
infelizmente, ainda a realidade de muitas escolas, por
muito decreto que se elabore ou organize. Porque ainda
há um desenho de escola que (ainda) não consegue
corresponder à pluralidade existente.
Apontar falhas e fragilidades ao antigo Decreto Lei
3/2008 foi recorrente à medida que foi sendo
implementado. Existiam constrangimentos identificados,
objeto de reflexões contínuas. Este novo projeto
(Decreto Lei 54/2018) pretende não só responder às
fragilidades encontradas como ir mais além,
revolucionando a conceção de currículo e de aluno nas
suas várias valências. Sou favorável a esta nova
legislação, com a salvaguarda de que devem continuar a
existir, como solução possível e não descentralizadora,
outras estruturas e instituições que possam continuar a
responder a casos de fim de linha. Encará-los como
desnecessários não é fechar os olhos à Inclusão, mas sim
fechar os olhos à realidade. Mas sou sobretudo favorável
a um novo paradigma que responsabiliza toda a comunidade
escolar por todos os alunos não se fechando em
gabinetes, em salas e em departamentos e que, acima de
tudo, não assuma todos como Manel e todos como Maria.
A verdade é que, com decreto ou menos decreto, nos temos
vindo a esquecer de ser professores. Temos atualmente
toda uma comunicação social e uma grande parte da
sociedade a querer endireitar os professores, mas
esquecem-se que são os professores, os bons professores,
que nos conseguem endireitar. E que numa escola
inclusiva são os professores, com toda a
responsabilidade que lhes está inerente, que ajudam a
regular, a equilibrar as expetativas e as aflições de
muitos pais e que ajudam a percorrer um caminho que traz
grandes ansiedades a ambos. São os professores que
conversam com os pais regularmente; que estão
disponíveis para ouvir; que sabem avaliar
pedagogicamente um aluno; que sabem aquilo que necessita
e dominam as técnicas e as ferramentas para chegarem a
bom porto. São os professores que nos endireitam quando
ligamos assustados sobre os nossos filhos. São eles que
às vezes chegam a conhecer melhor um filho (sim,
acontece). E são eles que endireitam os pais quando os
chamam a assumir as suas responsabilidades.
A Inclusão não é, nem nunca poderá ser, condescendência.
Pelo contrário. Numa corrida de 100 metros quem é coxo
pode fazê-la na mesma, mas não podemos exigir a mesma
velocidade. Podemos no entanto exigir, como direito e
dever, que o aluno a faça. A Inclusão é um estado. Não
pode nem é decretada, é sentida.
Inclusão é a responsabilidade de perceber e conhecer os
seres humanos por detrás dos alunos, independentemente
do seu background e do seu ponto de partida. É exigir,
dentro do seu perfil, aquilo que percebemos que pode
corresponder, nunca nivelando por baixo, por respeito e
dignidade. Inclusão é o dia em que não me amedronto com
rótulos ou diagnósticos e quando encaro aquele aluno,
todos os alunos, como mais um desafio, já sem manual e
de preferência com amarras menos apertadas.
Enquanto decorre o debate orçamental, “é altura de se
fazer justiça”, dizem os peticionários pela diminuição
da idade da reforma de quem tenha 20 anos de trabalho,
dos quais 15 com incapacidade igual ou superior a 60%.
Os promotores da petição, que conta com o apoio do
deputado Jorge Falcato, defendem que se justifica, “tal
como para algumas profissões consideradas de desgaste
rápido, baixar a idade de reforma para todos aqueles que
tiveram pelo menos 20 anos de trabalho, 15 dos quais
correspondam a uma incapacidade igual ou superior a
60%”.
Os peticionários lembram que “as pessoas que vivem e
envelhecem com uma deficiência de longo prazo têm uma
elevada prevalência de condições de saúde secundárias”,
a somar ao sobre esforço necessário a manter uma
atividade profissional e à “precocidade no
envelhecimento” na maior parte das deficiências.
“Temos direito a gozar a reforma sem que as nossas
incapacidades estejam de tal modo agravadas que nos
impeçam fruir com alguma qualidade de vida esse tempo de
recompensa por uma vida de trabalho”, resume o texto da
petição, recordando que “já por duas vezes foram
recusadas propostas para a diminuição da idade de
reforma para as pessoas com deficiência” no parlamento.
“Pensamos que é altura de se fazer justiça”, concluem
os peticionários, apelando a que os partidos “apresentem
propostas neste sentido ou aprovem as propostas que
forem apresentadas”.
Esta proposta vai ser apresentada a quando da
discussão do Orçamento de Estado na especialidade. Caso
não seja aprovada e havendo as 4000 assinaturas será
discutida novamente em plenário, obrigatoriamente. Por
isso será sempre importante ter muitas assinaturas. Quer
para a discussão em sede de orçamento, quer depois.
Children who spend more time outdoors have a lower risk
of becoming shortsighted, the study found.
Children should be encouraged to spend time outdoors
to reduce their risk of becoming shortsighted, experts
have said.
Shortsightedness is rising around the world, with the
condition said to have reached epidemic proportions in
east Asia: estimates suggest about 90% of teenagers and
young adults in China have the condition.
While genetics are thought to play a large role in
who ends up shortsighted – a condition that is down to
having an overly long eyeball – research also suggests
environmental factors are important.
Several studies have found children who spend more
time outdoors have a lower risk of myopia. While some
report that looking into the distance could be
important, others say exposure to outdoor light is key.
Experts say they have found new factors, and
confirmed others, which could affect a child’s risk of
becoming shortsighted. These include playing computer
games, being born in the summer and having a more highly
educated mother.
“There is not much you can do about when your child is
born … but periods indoors doing indoor activities does
increase your risk of myopia,” said Katie Williams, an
author of the study by King’s College London. “A healthy
balance of time outdoors and a balance during early
education is important.”
Writing in the British Journal of Ophthalmology,
Williams and her colleagues report how they used data
from the twins early development study, which followed
children born in England and Wales between 1994 and
1996. The project tracked their development, behaviour
and education through questionnaires and tests, and
studied their genetics.
Using data from 1,077 individuals for which all the
necessary information was available – and taking into
account factors such as age, sex and family relatedness
– the team found children born by fertility treatment
had a 37% reduced odds of myopia by the time of a sight
test in their mid-teens.
“That wasn’t something we were expecting,” said
Williams. She added that one reason is that such
children have a lower birth weight and gestation, which
might mean they have a slight neurodevelopmental delay.
However, those born in the summer had almost twice the
odds of being shortsighted, which the researchers say is
probably down to starting school earlier in life. In
addition, for every higher level of education the mother
had, the odds of the teenager having the condition rose
by 33%. Williams said the latter could be due to a
genetic link between intelligence and myopia or to
genetic or social factors including class, wealth and
encouragement.
The team learned from previous studies that every extra
hour the child spent on computer games each week
increased the chance of them having myopia by 3%. This
is possibly due to proximity to screens or spending more
time indoors. However, the research was conducted before
widespread use of smartphones.
That said, the researchers noted that the four factors
together only accounted for 4.4% of the overall
variation in shortsightedness, while the study did not
control for any genetic factors.
“We know from previous genetic studies that genetics
plays a high role in population variance,” said
Williams. “But genetics can’t explain [why myopia is
becoming more common] because genes can’t change that
quickly over a couple of generations, so it must be the
pressures of modern-day childhood that is causing a rise
in prevalence.”
James Wolffsohn, a professor of optometry at Aston
University, who was not involved in the research, said
high levels of myopia in Asia might be due to a genetic
predisposition, but agreed that environmental factors
are important.
“More gaming time and a more studious household may
increase the progression of myopia through a mechanism
of less time outdoors,” he said. “But the link with
fertility treatment seems to be new and will help in
targeting treatment for the most susceptible
individuals.
“While myopia can easily be corrected by spectacles and
contact lenses, the risk of sight-threatening conditions
increases with the level of the shortsightedness. So
anything that can be done to restrict its progression is
of benefit to the individual.”
O parlamento aprovou esta terça-feira, em votação final
global, o projecto de lei do BE e do PS que impõe quotas
de emprego para pessoas com deficiência no sector
privado, estando abrangidas empresas a partir dos 75
trabalhadores.
Esta iniciativa, que foi inicialmente apresentada pelo
BE e aprovada na generalidade em 11 de Maio, sofreu
depois alterações na sequência de um trabalho conjunto,
na especialidade, entre bloquistas e socialistas, dando
origem ao texto final que hoje foi aprovado no plenário
do parlamento com a abstenção do PSD e CDS-PP e os votos
a favor das restantes bancadas.
Na quarta-feira, na altura da aprovação em votação
indiciária na comissão parlamentar de Trabalho e
Segurança Social, na quarta-feira, o deputado do BE José
Soeiro explicou que o projecto de lei "visa promover a
integração das pessoas com deficiência no mercado de
trabalho".
O deputado bloquista recordou que, "desde 2004, existe
uma lei que tem uma norma genérica que aponta para o
estabelecimento de quotas para pessoas com deficiência
nas contratações que são feitas", mas "nunca foi
regulamentada".
"O que fizemos com este projecto de lei foi criar regras
para concretizar este objectivo que já existia e que
pudessem ser um passo no sentido de ele ter
efectividade. É uma forma de criar regras concretas para
implementar as quotas de emprego no sector privado para
pessoas com deficiência", com um grau de incapacidade
igual ou superior a 60%, concretizou.
Segundo as novas regras, "as empresas a partir de 75
trabalhadores devem admitir anualmente um número não
inferior a 1% do seu pessoal com deficiência, com
diversidade funcional", devendo este número ser de 2%
nas grandes empresas.
"Define-se um regime sancionatório para as empresas que
não cumpram estas quotas. Ficam sujeitas a serem alvo de
contra-ordenações, as que estão definidas na lei, com
coimas. Se houver reincidência podem também ficar
inibidas de concorrer a concursos públicos como sanção
acessória", detalhou ainda o deputado.
O diploma prevê, igualmente, "um prazo transitório para
que essas quotas possam ser cumpridas" e, "também, um
dever de informação obrigatória das empresas quanto ao
número de trabalhadores com deficiência que foram
contratados", assim como a forma de adaptação dos
concursos para as pessoas com deficiência e as excepções
a esta lei, prosseguiu José Soeiro.
Para o deputado do BE, "é importante que se institua
esta cultura de, cada vez que as empresas façam
contratações, possam incluir pessoas com diversidade
funcional", até porque isso "já acontece na
administração pública", que tem a obrigação de ter uma
quota de 5%, apesar do congelamento dos últimos anos nas
novas admissões ter impedido "um avanço tão forte quanto
seria desejável".
"Ainda assim, existem na administração pública cerca de
15.500 trabalhadores que cabem neste critério, ou seja
2,3%. No sector privado estamos a falar de uma realidade
muito inferior, 0,2%", contabilizou.
Uma
retina de grafeno para devolver a vista a 230 milhões de
pessoas
Expresso |
29.10.2018
Retina artificial de grafeno
Projetos como o THEIA são necessários precisamente
para atenuar o sofrimento que a perda de um sentido pode
provocar. Este projeto consiste num implante de grafeno
que está a ser desenvolvido pelos investigadores do BIST
e que será colocado em contacto com a retina para
estimular os neurónios ganglionares através de uma série
de elétrodos.
De acordo com a mitologia grega, Theia (ou Tea) fazia
parte da poderosa raça dos Titãs, que precedeu e gerou
os próprios deuses do Olimpo. Era filha de Gaia (a
terra) e Urano (o céu) e foi mãe de Hélios (o sol), Eos
(a aurora) e Selene (a lua), pelo que os gregos a
consideravam uma deusa de luz, responsável por dar
brilho às pedras e metais preciosos, bem como à sua
própria descendência. Deusa da visão, Theia podia
apertar a venda que cobre os olhos dos humanos para lhes
permitir ver a realidade tal como é, uma capacidade
(devolver a visão aos cegos) que partilha com o moderno
implante que está a ser desenvolvido no projeto com o
seu nome, impulsionado pelo Barcelona Institute of
Science and Technology (BIST). Gabriel Silberman,
diretor geral do BIST, explica a importância deste
projeto em que está a colocar todos os seus esforços. “A
visão é algo muito importante para quase tudo, desde o
desenvolvimento intelectual até às oportunidades
económicas. Se não vês bem, tens um problema muito
grave”.
A complexidade do projeto THEIA encaixa nas aspirações
das instituições que o impulsionam, já que o BIST é uma
iniciativa dos sete maiores centros de investigação da
Catalunha (Centre for Genomic Regulation, Institute for
Bioengineering of Catalonia, The Institute of Photonic
Sciences, Institute of Chemical Research of Catalonia,
The Catalan Institute of Nanoscience and
Nanotechonology, Institute for High Energy Physics e
Institute for Resarch in Biomedicine) cujo objetivo é
colaborar na construção de um projeto científico
conjunto. Graças ao ponto de vista multidisciplinar que
permite a interação de centros dedicados a campos da
investigação tão diversos, é possível enfrentar projetos
tão ambiciosos como o THEIA, com o qual pretendem
devolver a visão a 230 milhões de pessoas em todo o
mundo.
O THEIA combina as capacidades de três centros BIST, o
Instituto Catalán de Nanociencia y Nanotecnología
(ICN2), que coordena o projeto e onde está a ser
elaborado o dispositivo, o Instituto de Ciencias
Fotónicas (ICFO) e o Instituto de Física de Altas
Energías (IFAE), com a contribuição da visão clínica
pelo Centro Oftalmológico Barraquer.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)
publicados em 2017, existem 253 milhões de pessoas com
incapacidade visual no planeta, 36 das quais são
completamente invisuais. Apesar de a OMS assegurar que
80% dos casos poderiam ser evitados ou curados, o número
de pessoas invisuais poderá continuar a aumentar até
alcançar 115 milhões em 2050. Assim, torna-se urgente e
necessário tomar medidas. Neste contexto, a proposta do
projeto THEIA é uma das mais interessantes e
revolucionárias. O implante de grafeno que está a ser
desenvolvido pelos investigadores do BIST será colocado
em contacto com a retina para estimular os neurónios
ganglionares (responsáveis por levar os impulsos ao
cérebro), através de uma série de elétrodos. Atualmente,
os investigadores estão a testar as próteses de vidro
para assegurar que funcionam corretamente mas, muito em
breve, começarão a testá-las em porcos anões, pois os
seus olhos são muito semelhantes fisiologicamente ao
olho humano.
Apesar de as investigações apresentarem resultados
encorajadores, é provável que, dentro de 10 ou 15 anos,
este dispositivo não possa ainda ser distribuído
comercialmente, mas o seu potencial é avultado, pois o
envelhecimento da população nos países ocidentais está a
provocar o aumento da degeneração ocular. Projetos como
o THEIA são necessários precisamente para atenuar o
sofrimento que a perda de um sentido pode provocar. Sem
dúvida, esta é uma das grandes missões da ciência,
porque, como assegurava o próprio Silberman numa
conferência: “Temos a obrigação de dar aos nossos
cientistas as ferramentas necessárias para que possam
mudar o mundo”. Para melhor, obviamente…
-VI Jornadas de Deficiência Visual
& Intervenção Precoce-
10 NOVEMBRO 2018 | Auditório do Hospital Pediátrico de
COIMBRA (CHUC)
09:00 | SESSÃO DE ABERTURA
Maria José Baldaia | Vice-Presidente da ANIP
Guiomar Oliveira | Diretora do Hospital Pediátrico de
Coimbra (CHUC) *
Joaquim Murta | Diretor do Serviço de Oftalmologia,
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) *
Patrícia Valério | Assistente Social do CAIPDV (ANIP)
09:30 | PAINEL I - Défice
Visual Cerebral (DVC): perspetivas na contemporaneidade
Moderadora: MADALENA MONTEIRO - Oftalmologista
Pediátrica | Hospital Pediátrico de Coimbra
09:30 | O crescente número de casos de crianças com
défice visual cerebral: Principais causas
- Ana Cláudia Fonseca, Neuroftalmologista | Grupo
Português de Neuroftalmologia
10:00 | A avaliação de crianças com multideficiência,
investigação e introdução a Escalas de Avaliação da
Visão CVI-PIMD, um instrumento de
observação multidisciplinar [em língua inglesa]
- Marieke Steendam, Terapeuta Ocupacional Pediátrica |
Royal Dutch Visio
- Marjolein Wallroth, Psicóloga Infantil | Royal Dutch
Visio [ Holanda ]
11:00 | Avaliação multidisciplinar de casos com défice
visual cerebral: Constrangimentos e desafios
- Catarina Paiva, Oftalmologista Pediátrica | Consulta
de Baixa Visão do Hospital Pediátrico de Coimbra
11:30 | Coffee break
12:00 | PAINEL II -
Participação e Aprendizagem de Crianças com DVC
Moderadora: Miriam Azevedo – Engenheira Biotécnica |
ANDITEC
12:00 | A comunicação na criança com multideficiência: O
impacto da visão
- Isabel Amaral | Escola Superior de Saúde - Instituto
Politécnico de Setúbal
12:30 | Construir práticas pedagógicas inclusivas:
Desenho universal para a aprendizagem
- Clarisse Nunes | Escola Superior de Educação de Lisboa
13:00 | Pausa para ALMOÇO
14:30 | PAINEL II (cont) -
Participação e Aprendizagem de Crianças com DVC
14:30 | Intervenção em crianças com multideficiência:
uma abordagem tridimensional:
psico-educativa, intervenção direta através de
“diagnostic teching” e utilização
de estratégias compensatórias [em língua inglesa]
- Marieke Steendam, Terapeuta Ocupacional Pediátrica |
Royal Dutch Visio
- Marjolein Wallroth, Psicóloga Infantil | Royal Dutch
Visio [ Holanda ]
15:30 | Recursos de apoio à criança com multideficiência
e défice visual cerebral
- Rui Teles | Escola Superior de Educação do Porto
16:00 | Coffee break
16:15 | PAINEL III - Défice
Visual Cerebral e comunidade
Moderador: Paulo Martins – Pai de uma criança com DVC
16:15 | Intervenção Precoce e défice visual cerebral
- CAIPDV – Centro de Apoio à Intervenção Precoce na
Deficiência Visual
16:45 | Família e Intervenção Precoce: Promover
competências visuais no contexto natural
- Família, Equipa Local de Intervenção e Jardim de
Infância
17:15 | Crianças com multideficiência: O desafio da
inclusão
- David Rodrigues | Pró Inclusão
17:45 | ENCERRAMENTO
Leonor Carvalho | Diretora de Serviços da ANIP
Viviana Ferreira | Diretora Técnica do CAIPDV
Celebra-se, hoje, o ‘Dia da Bengala Branca’ e a
Delegação de Coimbra da ACAPO (Associação dos Cegos e
Amblíopes de Portugal) não deixa passar em branco um dia
tão importante para a consciencialização da população.
Nesse sentido, a Associação vai promover uma
caminhada pela cidade, procurando “estreitar a ligação
com pessoas e/ou entidades e, também, dar enfoque a uma
matéria de abordagem fundamental: as acessibilidades e o
impacto das mesmas na qualidade de vida das pessoas com
deficiência visual”, explica a ACAPO.
A caminhada, que terá início pelas 17h30, parte da
sede da instituição (na rua dos Combatentes) até à
Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, podendo os
participantes observar neste percurso “bons e maus
exemplos em matéria de acessibilidades naquela zona da
cidade”.
No final desta actividade, e em local ainda a
definir, realiza-se um jantar/tertúlia para convidados,
intitulada “As Acessibilidades e o impacto das mesmas na
qualidade de vida das pessoas com deficiência visual”.
Pessoas com incapacidade e carências financeiras já
podem pedir nova prestação. Também os trabalhadores com
longas carreiras contributivas podem a partir desta
segunda-feira requerer o acesso antecipado à pensão de
velhice sem qualquer penalização.
Entra esta segunda-feira em vigor a segunda fase da
Prestação Social para a Inclusão destinada às pessoas
com incapacidade igual ou superior a 60%, com
insuficiência de recursos económicos. Esta prestação tem
por objectivo o combate à pobreza e é calculada tendo
por base o agregado familiar em linha recta e colateral
de primeiro grau, ou seja, cônjuge, filhos, pais e
irmãos.
O montante do complemento pode ter um valor máximo de
431,32 euros mensais e apenas nos casos em que haja
várias pessoas com direito à Prestação Social para a
Inclusão (PSI) a viver no mesmo agregado familiar é que
o montante máximo poderá ser superior.
Somando este valor ao máximo atribuído no componente
base, que é de 269,08 euros, significa que o montante
mais elevado que uma pessoa com deficiência pode receber
é de 700,04 euros.
A secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas
com Deficiência, Ana Sofia Antunes, afirmou
recentemente, citada pela Lusa, que a expectativa é que
este complemento possa beneficiar 86 mil pessoas, entre
83 mil que já recebem o componente base e outras três
mil cujo processo foi diferido, mas o valor base ficou
nos zero euros.
No seguimento da publicação do
Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, e conforme
definido no seu artigo 32.º, a DGE disponibiliza o
Manual de Apoio à Prática cuja finalidade é a de
apoiar os profissionais na implementação do novo regime
jurídico da educação inclusiva, assim como apoiar os
pais/encarregados de educação na sua colaboração com a
escola.
[...] Das festividades fátuas actuais sobressai um
excelente diploma sobre educação inclusiva. O que o
atrapalha é a realidade: as escolas que temos, os meios
que não temos e os alunos que existem com necessidades
educativas especiais severas (assim continuarei a
designá-las). Dito de outro modo, se o modelo tivesse
sido pensado a partir das realidades, que não de
abstracções e de teorias diletantes, teríamos melhorado
o que existia. Assim, retrocedemos. Embora habituados,
custa.
Ter todos dentro da escola é um excelente princípio, que
nenhum civilizado contesta. Mas os demagogos iludem, em
nome do populismo pedagógico, a necessidade de dotar a
escola dos meios, humanos e materiais, para que ela seja
uma via de inclusão. E mais que isso (ou pelo menos a
par disso), a dura realidade da vida impõe que
reconheçamos que uma escola igual para todos é uma
abstracção utópica, inconciliável com a circunstância de
termos muitos, à entrada, que nunca poderão ser iguais
aos outros, lá dentro. Trabalhar a diversidade supõe,
numa escola forçosamente orientada para as massas, sair,
em situações extremas, dos ambientes de homogeneidade,
voltando a eles quando seriamente for viável. Isso é
perseguir a integração possível. Outra via, qual seja a
de fingir que determinados alunos podem dar respostas
que sabemos que nunca poderão dar, pedindo do mesmo
passo aos restantes que fiquem parados, é (afirmação
politicamente incorrecta) promover a exclusão dupla.
Ou a inclusão é pensada a partir das realidades dos
alunos, ou a inclusão é pensada a partir do discurso dos
teóricos. No primeiro caso, cabe à escola descobrir
soluções. No segundo basta-lhe aceitar imposições.
Difere o grau de responsabilidade política quando o que
se faz é por ignorância ou por consciente demagogia. Mas
a consequência para os que nasceram diferentes é a
mesma: ficam para trás, em nome de uma falsa inclusão.
Recentemente, foi tornado público o caso de um aluno do
10.º ano, com problemas do foro físico e psíquico, que
originam dificuldades severas de aprendizagem. Este
aluno, no contexto anterior, estava a tempo inteiro numa
sala de actividades consideradas adequadas ao seu
quadro, na sede do agrupamento a que pertence,
acompanhado por uma equipa de Educação Especial
(terminologia agora proscrita) e só era integrado na
turma correspondente nas aulas de Educação Física. O que
mudou para ele este ano e até ao momento? Foi
“integrado” na turma “normal” do 10.º ano da escola
secundária respectiva, onde o confrontam com disciplinas
que nunca teve, nada lhe dizem, nem podem dizer. O apoio
pedagógico é-lhe agora dado por um professor de Educação
Inclusiva (terminologia do século XXI) que, por mais
competente e esforçado que seja, não pode contar com o
vínculo relacional e afectivo, extremamente crítico
nestes casos, que já ligava a anterior equipa a este
jovem. Deixou de frequentar as anteriores sessões de
equitação terapêutica, determinantes para o seu
equilíbrio psíquico. O aluno está revoltado, chora e
começou a recusar a escola. Eu, do século passado,
compreendo-o bem. Mas os normativos modernos dizem que é
por aqui que vamos.
Juntos há dois anos, Daniel Iturria, 26 anos, e
Silvina Ibarra, 29 anos, moram em Córdoba, na Argentina,
e são cegos. Há menos de um ano, ficaram a saber que
Silvina estava grávida. No entanto, dados os
condicionalismos dos pais, a gravidez não foi
propriamente normal. Tudo porque Daniel e Silvina não
podiam acompanhar da forma habitual as idas ao médico
quando era altura de fazer as ecografias. Mas nada que
não se tivesse resolvido. Quando Silvina estava grávida
de 29 semanas, tudo mudou. Com o avanço da tecnologia,
muito presente na medicina, foi possível imprimir o
rosto da bebé em 3D, o que permitiu aos pais conhecerem
a filha, Malena, mesmo antes do nascimento.
Mario Pellizari, pediatra, Mario Ledesma,
especialista em diagnóstico por imagem, e Santiago
Nicolini, técnico de impressão 3D, foram os responsáveis
por uma ecografia tão especial. “Como já estávamos a
contar, ela é muito rechonchuda. Tocamos-lhe na cara e a
impressão é muito real”, disse Daniel, comovido.
Os dias passaram e a verdade é que Malena já nasceu,
depois de uma gravidez muito tranquila. “Estamos
felizes. A cesariana não era algo que esperávamos, mas
graças a Deus correu tudo bem. É inacreditável”, relatou
ainda o pai.
Though the Blitab looks like other
tablet-style devices, its glass at the top is perforated
into a grid with holes that allow liquid-based
technology to present content in Braille. Credit:
Jason Henry
When she was a graduate student in her native
Bulgaria about five years ago, Kristina Tsvetanova was
once asked to help a blind friend sign up online for a
class. Understanding why he could not do so opened her
eyes to the lag in technological innovation to benefit
blind and visually impaired people.
“The shock that my friend couldn’t perform this
simple task stayed with me,” Ms. Tsvetanova said in an
interview.
Ms. Tsvetanova, who went on to earn a bachelor’s
degree in industrial management and a master’s in
engineering, knew that she had stumbled onto an untapped
opportunity.
“I realized that there was a gap in the market and a
business opportunity in developing technology to provide
access to content and services for the blind,” she said.
“I am a second-generation entrepreneur, my father taught
me to take risks.”
In 2014, Ms. Tsvetanova, who turned 30 last month,
moved to Vienna to take advantage of its more
sophisticated business culture, where she co-founded the
start-up Blitab Technology (a play on the words blind
and tablet). She is also the company’s chief executive
and has since relocated to San Francisco for proximity
to Silicon Valley investors. Later this fall, she plans
to introduce Blitab’s debut product, a portable tablet
(also called Blitab) designed for blind and visually
impaired people.
“Blitab will soon be available for pre-order on our
website,” Ms. Tsvetanova said. “We plan to ship by the
end of the year.”
Design-wise, Blitab looks like any other tablet-style
device. It is slightly thicker than an iPad, but with
two separate display fields. On the tablet’s bottom
half, a touch screen allows users to select an
application or web browse using their voice.
On the top half, the tablet’s glass is perforated
into a grid with holes, which allow Blitab’s
liquid-based technology to create tactile relief — or
“tixels” — that outputs content in the Braille alphabet
— the touch-reading system that has been the literacy
tool for blind people since 1824. The “smart” liquid
alters the surface of the tablet to convert text, maps
and graphics into Braille, by creating a rising
sensation under the user’s fingertips.
“Blitab can translate any type of content into
Braille using our cloud-based software and displays one
page of content at a time,” Ms. Tsvetanova said.
Priced at around $500, Blitab could be the improved
and affordable alternative to existing portable Braille
readers that blind people have long desired.
“With this tool, the blind can surf the net, connect
with friends and download books, like everyone else,”
she said.
The impact of Blitab on the lives of visually
impaired people is potentially enormous.
In 2017, the World Health Organization estimated that
there were 253 million people living with vision
impairment across the globe, including 36 million blind
people and 217 million with moderate to severe vision
impairment. Those numbers are expected to triple by
2050.
Existing keyboards for the blind mostly operate via
piezoelectric technology, which uses pressure to
generate electricity, allowing them to function as a
Braille reader. The keyboards are often bulky, limited
in functionality and sell for thousands of dollars.
There are also portable Braille readers, which have been
around for two decades, but typically offer only
single-line displays.
“Can you imagine reading Harry Potter one line at a
time?” Ms. Tsvetanova said.
“Only 1 percent of published books is available in
Braille,” she said. “People with sight loss cannot
actually read most books, they can only listen to them
being read.”
Braille illiteracy contributes to high unemployment
rates for blind and visually impaired people, estimated
to be 75 percent in Europe (according to the European
Blind Union) and 70 percent in the United States,
according to Cornell University’s Disability Statistics.
These numbers are even higher on a global scale.
Since Blitab’s founding, Ms. Tsvetanova has been
recognized for its potential to change the lives of
people with sight loss. She won the Rising Innovator
award in 2017 from the European Institute of Innovation
and Technology and was recognized in 2017 by MIT
Technology Review’s Spanish edition as one of its
European Innovators Under 35. Last year, Blitab was
among 56 finalists selected from 1,401 entries in the
Index: Design to Improve Life, a design competition
based in Denmark, which awards about 500,000 euros
(about $580,000) in total prize money.
“This tablet will be especially impactful for the life
progress of young blind persons,” said Mette Laursen, a
former board member of the Index competition.
“Just imagine the first time you used an iPad and the
possibilities it opened for you,” Ms. Laursen said.
“Blitab can do the same for the blind.”
Ms. Laursen was also a member of the jury of the 2018
Cartier Women’s Initiative Awards, an annual
international business plan competition funded by the
luxury jeweler that rewards innovative projects by women
entrepreneurs. At its awards ceremony in April in
Singapore, Ms. Tsvetanova was the top prize winner, or
“laureate,” from Europe.
“Cartier’s prize is a springboard to help our laureates
secure investment from banks and investors who rely on
our due diligence and our assessment that these
businesses are viable,” said Cyrille Vigneron, president
and chief executive of Cartier.
While she awaits closing on a new round of financing
this month, Ms. Tsvetanova is negotiating with a number
of American service providers in the telecom and banking
sectors to integrate Blitab into their businesses.
“With our technology, a visually impaired employee can
review a document unassisted, and a blind client can
read a contract before signing it,” Ms. Tsvetanova said.
“Blitab means literacy,” she said. “Reading it yourself
is a big step toward independence.”
Um novo aplicativo desenvolvido no Brasil promete
auxiliar a vida de pessoas que possuem problemas de
visão. Batizado de EyeFy, o aplicativo utiliza técnicas
avançadas de inteligência artificial e aprendizado de
máquina para reconhecer textos e efetuar a leitura deles
em voz alta, o que permite maior autonomia não só para
pessoas com problemas de visão, como também para aquelas
não alfabetizadas.
De acordo com Jonathan Santos, criador do aplicativo, a
principal motivação para o desenvolvimento do app foi a
chegada ao Brasil de um sistema que, a partir de uma
câmera acoplada na armação do óculos, faz a leitura de
textos e identificação de objetos para pessoas cegas ou
com baixa visão. O problema é o preço disso: ao
pesquisar sobre, Santos descobriu que o sistema custava
R$ 19 mil para ser instalado. Isso fez com que Jonathan
criasse um aplicativo que atua de forma parecida a esse
sistema, mas de forma mais inclusiva. Por isso, Jonathan
garante que o EyeFy será para sempre um aplicativo
gratuito, sem propagandas, e que não necessita de uma
conexão com a internet para funcionar.
O funcionamento dele é bem simples: ao executar o
programa, o app acessará a câmera do celular e então é
só apontar a lente para o texto desejado, segurando o
dedo sobre a tela por alguns segundos. Ao soltar o dedo,
o aplicativo reconhecerá o texto no quadro e o lerá em
voz alta. O EyeFy já está disponível para download na
Play Store e estará na App Store.
A causa genética da doença hereditária conhecida por Amaurose Congénita de
Leber, uma forma de cegueira infantil, foi descoberta por Michael Redmond,
investigador do Instituto Nacional de Visão dos EUA
Sete investigadores do Reino Unido e dos EUA receberam esta terça-feira em
Lisboa o maior prémio do mundo na área da visão, por descobrirem tratamento
genético da cegueira infantil.
A cura através de uma terapia genética de uma doença hereditária conhecida por
Amaurose Congénita de Leber, uma forma de cegueira infantil, acaba de ser
distinguida com o Prémio António Champalimaud de Visão 2018, o maior do mundo
nesta área, no valor de um milhão de euros.
A entrega do prémio vai decorrer esta terça-feira ao fim da tarde na Fundação
Champalimaud, em Lisboa, numa cerimónia presidida por Marcelo Rebelo de Sousa e
onde participará também a presidente desta instituição científica, Leonor
Beleza. Os premiados são investigadores do Instituto Nacional de Visão dos EUA
(Michael Redmond), da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia (Jean
Bennett e Samuel Jacobsen), do Hospital Infantil de Filadélfia (Albert Maguire),
do Instituto de Oftalmologia do University College London (Robin Ali), do
Moorfields Eye Hospital do Reino Unido (James Bainbridge) e da Escola de
Medicina da Universidade da Flórida (William Hauswirth).
A causa genética desta doença foi descoberta por Michael Redmond, e o trabalho
dos outros seis investigadores premiados baseou-se na clonagem prévia do gene
RPE65 deste cientista do Instituto Nacional de Visão americano, assim como no
reconhecimento do seu papel decisivo no metabolismo da vitamina A para a visão.
MUTAÇÃO GENÉTICA TORNA AS CRIANÇAS CEGAS DESDE O NASCIMENTO
Mais concretamente, Michael Redmond “demonstrou que este gene é essencial para
converter a vitamina A na forma ativa nas células foto-recetoras da retina”,
explica um comunicado da Fundação Champalimaud. Depois desta demonstração os
cientistas descobriram “que as mutações deste gene tornam as crianças
funcionalmente cegas desde o nascimento”.
Os outros seis premiados pertencem a três equipas de investigação e
desenvolveram formas de fornecer uma substituição funcional do gene RPE65,
usando uma terapia de reposição do gene do olho, o que permitiu restaurar a
visão não apenas nas crianças cegas como também em adultos.
Como é a primeira vez que uma terapia genética consegue curar uma doença
hereditária, este avanço científico abre caminho ao desenvolvimento de terapias
genéticas para o tratamento de muitas outras doenças de natureza hereditária.
Michael Redmond afirma ao Expresso que “a nova terapia genética foi bem sucedida
muito rapidamente porque tivemos uma boa compreensão da função biológica do gene
RPE65 e usámos excelentes modelos animais para a testar” (ratinhos e cães). Por
outro lado, os enzimas RPE “são uma camada de células relativamente resilientes”
que não pertencem ao grupo de fotorrecetores com tendência “para se danificarem
com facilidade”.
RPE65, A ENZIMA CRUCIAL PARA OS OLHOS
O investigador considera que “o RPE65 é uma enzima crucial no sistema visual”,
porque “converte a forma dietética da vitamina A, através de um processo
bioquímico denominado isomerização, numa forma ativa chamada 11-cis retinal, que
permite às nossas retinas capturar a luz de tal forma que conseguimos ver”.
A identidade da enzima que faz esta conversão “esteve a ser procurada durante
décadas, desde que o processo foi delineado nos anos de 1930 pelo Prémio Nobel
George Wald”, conta Michael Redmond. Nos anos de 1990, Redmond descobriu a
proteína e o seu gene, que tinha as propriedades necessárias para ser esta
enzima. E deu-lhe o nome de RPE65 porque foi encontrada no epitélio pigmentar da
retina (RPE), uma fina camada de células localizada imediatamente atrás dos
fotorrecetores sensíveis à luz. O epitélio é o tecido que cobre os as paredes
dos nossos vasos sanguíneos e dos nossos órgãos.
EXPERIÊNCIAS EM 41 DOENTES
Entretanto, Jean Bennett, a investigadora da Escola de Medicina da Universidade
da Pensilvânia também distinguida pelo Prémio Champalimaud de Visão, revela ao
Expresso que a sua equipa fez testes da nova terapia em 41 doentes. “Hesitamos a
usar a palavra “cura” porque não temos a certeza de quanto tempo poderá durar a
melhoria da visão dos doentes”. Em todo o caso, “se olharmos para os resultados
da fase final dos nossos testes, a visão em 93% das pessoas tratadas melhorou de
forma muito significativa”.
O reagente injetado nos olhos dos doentes testados foi aprovado como medicamento
pelas autoridades dos EUA em dezembro de 2017 e vários centros de investigação
no país resolveram tratar pessoas atingidas pela Amaurose Congénita de Leber.
“Recebemos relatórios de cientistas sobre a administração do tratamento, bem
como dos pais das crianças tratadas, e todas elas estão a sentir melhorias na
visão”, conta Jean Bennett.
Ninguém sabe ao certo quantas crianças têm esta doença em todo o mundo. A
investigadora recorda: “precisámos de desenvolver métodos para demonstrar as
melhorias na função visual resultantes do tratamento desta doença severa e o
facto de estas melhorias serem duradouras”. Agora que a terapia genética foi bem
sucedida, “queremos tratar outras doenças que provocam a cegueira, passando de
uma doença rara como a Amaurose Congénita de Leber para outras mais comuns, como
a degeneração macular nos idosos, a retinopatia diabética ou o glaucoma”. E há
“doenças neurológicas extra-oculares que são excelentes alvos para uma terapia
genética, como a perda de audição ou aquelas que provocam efeitos devastadores
na função cerebral”, adianta Jean Bennett.
Transformar obstáculos em superação é a principal proposta do aplicativo Samsung
Audio Acordes, que ensina pessoas com deficiência visual a tocarem violão de
forma prática e intuitiva. O projeto foi desenvolvido no Brasil e a partir desta
quarta-feira (22) está disponível, no primeiro momento, na Play Store para
tablets e smartphones Samsung, além do site.
Por comando de voz, o aplicativo funciona como um dicionário de acordes. A
escolha por esse sistema inovador se deu pela constatação de dados alarmantes:
apenas 10% dos brasileiros, que têm alguma deficiência visual, sabem ler em
braille. O professor de música Laercio Sant’anna é deficiente visual e foi um
dos consultores para ajudar no desenvolvimento do aplicativo. Ele, amante da
música e especialmente do violão, relata que era muito difícil conseguir tocar e
ler ao mesmo tempo. "Perde a continuidade, a sensação natural da música",
ressalta.
Com promessa de amadurecer, a ferramenta já conta com 30 músicas no repertório,
permitindo salvar as músicas favoritas para compartilhar nas redes sociais. Não
é preciso ser um músico nato, as aulas foram desenvolvidas tanto para iniciantes
quanto para praticantes.
Andréa Mello, Diretora de Marketing Corporativo da Samsung, conta que o grande
diferencial é acreditar no potencial humano e no poder transformador da música e
da tecnologia. "O aplicativo é um esforço da empresa para oferecer às pessoas
com deficiência visual a oportunidade de seguirem com o sonho de aprender a
tocar violão. Seu desenvolvimento foi pensado de forma a oferecer total suporte
e acessibilidade, mesmo para aqueles que estão em seus primeiros acordes",
pontua.
Esse não é o primeiro passo da Samsung na questão acessibilidade. Nos últimos
anos, a empresa tem tomado iniciativas como o #Pracegover nas mídias sociais, o
hand talk - avatar animado em libras no site da Samsung, produtos com função de
acessibilidade para cego e surdo, entre outras.
Congresso Internacional sobre Deficiência e Cidadania
5 e 6 de Setembro 2018
Local: Faculdade de Letras | Universidade do Porto
Programa aqui:
https://sites.google.com/
O Instituto de Sociologia da Universidade do Porto organiza o primeiro congresso
internacional sobre deficiência e cidadania, a ser realizado na cidade do Porto,
em Portugal, nos dias 5 e 6 de setembro de 2018.
O objetivo geral deste encontro passa por reunir invetsigadores, estudantes e
todas as partes interessadas relevantes para analisar os desafios da cidadania
no contexto da deficiência. Serão tópicos abordados neste evento, a mobilidade e
acesso à informação, participação no mercado de trabalho, educação, dinâmicas
familiares, identidades e direitos.
Os oradores convidados já confirmados incluem alguns dos principais
especialistas na matéria: Mark Priesley, da Universidade de Leeds, Paula Campos
Pinto, da Universidade de Lisboa, Ema Loja, da Universidade do Porto, e Fernando
Fontes, da Universidade de Coimbra.
Reportagem no primeiro curso de braille e informática para cegos, num país onde
a maioria não tem computador em casa.
Maria da Cruz tem 36 anos e ficou cega aos 28. Um medicamento mal prescrito pelo
médico e que tomou durante meses causou uma alergia que começou por lhe queimar
a pele "da cabeça aos pés" até que chegou aos olhos: "Era como um fogo...",
descreve, emocionada, esta mulher com dois filhos que viu a vida mudar
completamente e passar a estar totalmente dependente de terceiros.
Maria é um dos doze alunos do primeiro curso de braille e informática para cegos
no Centro de Formação Profissional de São Tomé e Príncipe, mais conhecido como
centro Budo-Budo, bairro nos arredores da capital onde está situado. Um centro
que nos últimos 15 anos recebeu 5,2 milhões de euros do Estado português no
âmbito da cooperação para a formação profissional, na luta contra a pobreza,
neste pequeno país ao largo de África onde dois terços das pessoas vivem abaixo
do limiar da pobreza.
As formações dadas neste centro são várias. Por exemplo, técnico de reparação de
aparelhos de frio, cabeleireiro, auxiliar de ação educativa ou contabilidade.
A solução dos teclados de madeira
O último curso, que arrancou na semana passada, é, no entanto, uma novidade:
braille e informática para cegos, num país onde a esmagadora maioria da
população nem tem computador em casa.
Um desafio, como admite o formador de informática, António Assunção, que obrigou
a soluções criativas. Por estes dias andam a desenvolver teclados de madeira,
com as saliências do braille, para que os alunos treinem, em casa, a disposição
das letras nos teclados reais que usam nas aulas e, se tudo correr bem, num
futuro emprego.
Num país onde as ruas estão cheias de buracos e as bengalas dos invisuais têm de
ser grossas e redondas na ponta para evitar armadilhas, este curso é uma
esperança para quem é cego e não tem qualquer rendimento.
Maria da Cruz espera sair daqui com conhecimentos que lhe permitam entrar no
mercado de trabalho. Esperança que se repete nas palavras de Eugénia Neto, aluna
e presidente da Associação de Cegos de São Tomé e Príncipe, que sublinha que o
desejo é ser "uma pessoa formada".
Hoje, detalha Eugénia, os cegos nesta aula "não têm rendimento nenhum. Imagina
como é... Já pensou um adulto a depender a 100% de outra pessoa?"
A TSF viajou até São Tomé e Príncipe a convite do Gabinete de Estratégia e
Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Estudo diz que luz azul emitida por smartphones acelera
degeneração ocular
Cláudio Yuge | 10 Agosto
Que não faz bem ficarmos grudados na tela de quaisquer dispositivos, isso todo
mundo sabe. Acontece que ultimamente estamos ficando mesmo mais e mais viciados
em smartphones e laptops e isso tem aumentado os problemas de saúde relacionados
com tecnologia. Agora, um estudo publicado no periódico Nature revela que a luz
azul emitida pelos aparelhos — que chegou a ser classificada como inofensiva no
passado — pode acelerar o processo de degeneração de nossa visão.
A pesquisa foi realizada pela Universidade de Toledo, em Ohio, nos Estados
Unidos. Uma equipe de cientistas descobriu que o brilho contínuo da luz azul
transforma moléculas vitais em uma versão tóxica capaz de deteriorar mais rápido
o processo de envelhecimento natural dos olhos — e a idade avançada é uma das
maiores razões pela cegueira em todo o mundo.
"Estamos sendo expostos à luz azul continuamente e a córnea e a lente do olho
não podem bloqueá-la ou refleti-la. Não é nenhum segredo que a luz azul
prejudica a nossa visão, danificando a retina. Nossos experimentos explicam como
isso acontece e esperamos que isso leve a terapias que retardem a degeneração
macular, como um novo tipo de colírio", explica Ajith Karunarathne, professor
assistente do Departamento de Química e Bioquímica da universidade.
Problemas de saúde relacionados à tecnologia têm aumentado
Não é somente a degeneração macular que vem preocupando os especialistas. Além
de problemas psicológicos que a vida constante em um ambiente virtual possa
levar, já existe o que os médicos chamam de “Síndrome da Visão Computacional”.
Isso acontece quando a luz dos dispositivos está tão intensa que chegam a ser
capazes de imitar a luz solar e bagunçar nossos hormônios, ao ponto de diminuir
substancialmente a qualidade do sono.
Para evitar os problemas com a luz azul nos olhos, Kaunarathne até recomenda
óculos de sol com filtro ultravioleta — mas muitos dizem que isso também não
surte muito efeito. Certo mesmo é o limite que cada um impõe para evitar
exposição excessiva, especialmente no quarto escuro antes de dormir.
“Todos os anos, mais de 2 milhões de novos casos de degeneração macular
relacionada à idade são relatados nos Estados Unidos. Esperamos encontrar uma
maneira de proteger a visão das crianças que crescem em um mundo de alta
tecnologia”, completa o cientista.
Biblioteca Nacional lança plataforma para partilha de livros acessíveis a
invisuais
LUSA
Existem "14 mil volumes em braille, que podem ser requisitados, em papel,
correspondentes a cerca de quatro mil títulos, dois mil volumes de partituras
musicais, 400 livros em formato digital braille, 2200 livros em registo sonoro,
que correspondem a mais de 20 mil horas de gravação, e cerca de dois mil títulos
em texto digital", como confirma Carlos Ferreira, responsável pela área de
leitura para deficientes visuais da BNP.
A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) lançou nesta segunda-feira uma
plataforma digital que permite a partilha online de livros em formatos
acessíveis a pessoas invisuais ou com visão reduzida, contando já com milhares
de obras disponíveis em braille e áudio.
De acordo com Carlos Ferreira, responsável pela área de leitura para deficientes
visuais da BNP, esta plataforma é o "culminar de um processo para responder a
uma necessidade que, há muitos anos, pessoas com deficiência visual, pais e
técnicos que trabalham com estas pessoas, nomeadamente professores, sentiam".
Trata-se de uma plataforma, designada Repositório Nacional de Objectos em
Formatos Alternativos (RNOFA), que permite saber o que existe em formatos
alternativos, onde existe e como ter acesso, disse à Lusa Carlos Ferreira.
"É uma plataforma simples, funcional que permite que as pessoas possam passar a
ter essa informação à distância de um teclado. O utilizador acede ao site
rnofa.bnportugal.pt e faz a pesquisa por temas", acrescentou.
A partir daí, os utilizadores credenciados — pessoas com deficiência visual, que
tenham feito prova disso — podem fazer reservas de livros em braille, que são
enviados para casa por correio, ou fazer transferência de obras para as suas
máquinas — smartphone, computador, leitor de mp3.
Os "objectos digitais" disponíveis são audiolivros (registo de som), arquivos
digitais RTF, um padrão que permite sincronização de áudio e texto, e um outro
"mais recente", o chamado formato ePub3, que "permite sincronizar num único
ficheiro texto, áudio e imagem", explicou o responsável.
Uma das vantagens desta plataforma é a possibilidade de trabalhar com um
conjunto de parceiros, o que acontece já a partir desta segunda-feira, durante a
sessão de apresentação do RNOFA, com a assinatura de um protocolo com três
instituições: a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), o Instituto
Nacional de Reabilitação e o Centro Professor Albuquerque e Castro, da Santa
Casa da Misericórdia do Porto, responsável por edições em braille.
Carlos Ferreira adianta, contudo, que em breve serão alargadas as parcerias,
estando já prevista a adesão da Biblioteca Municipal do Porto, da biblioteca
inclusiva de Gaia - Espaço Gaia Inclusiva da Biblioteca Municipal e da
Direcção-Geral da Educação.
Podem ser parceiras do RNOFA quaisquer entidades portuguesas, públicas ou
privadas, que sejam produtoras ou detentoras de conteúdos em formatos
alternativos.
Estas entidades parceiras têm acesso autenticado ao back-office do sistema, para
poderem carregar as suas descrições bibliográficas e armazenar os seus objectos
digitais sem qualquer custo.
Para o responsável, este é um "passo muito grande" em relação ao que já existia
na biblioteca, que é um serviço de acesso à leitura por pessoas com deficiência,
através da Área de Leitura para Deficientes Visuais (ALDV), que completará 50
anos em 2019.
Este serviço vai continuar a existir paralelamente à plataforma, porque "nem
todos têm de ser infoincluídos", referiu.
"É uma mais-valia, mas os que não querem, não podem ou não sabem, como por
exemplo pessoas sem alfabetização, podem continuar a usar os nossos serviços."
Segundo Carlos Ferreira, "actualmente existem 14 mil volumes em braille, que
podem ser requisitados, em papel, correspondentes a cerca de quatro mil títulos,
dois mil volumes de partituras musicais, 400 livros em formato digital braille,
2.200 livros em registo sonoro, que correspondem a mais de 20 mil horas de
gravação, e cerca de dois mil títulos em texto digital".
A biblioteca tem registados cerca de "760 leitores com deficiência visual, o que
é um número significativo, atendendo a que a população com deficiência visual
corresponde a 1% [do total] e, neste grupo, a literacia não é elevada".
O RNOFA foi desenvolvido pela BNP, com o apoio da Unidade ACESSO da Fundação
para a Ciência e a Tecnologia.
Para o final deste ano está previsto o lançamento de um jogo que, numa primeira
análise, parece vir a ser bastante interessante. Refiro-me a Another Sight que
está a cargo dos italianos Lunar Great Wall Studios, e que pela sua temática,
promete vir a ser uma aventura… diferente.
Recentemente foi revelado um “Behind the Scenes” no qual Marco Ponte (CEO e
Fundador) e Andrea Basilio (Diretor Criativo) falam um pouco sobre o jogo.
A ação de 'Another Sight' decorre em plena época Vitoriana na cidade de Londres.
É um jogo que aposta claramente na narrativa densa e emotiva e que centra a sua
história em Katherine, uma menina cega, e no seu companheiro de aventura, um
gato chamado Hodge. Ambos percorrem as ruas de Londres e os seus subterrâneos
numa aventura de exploração, descoberta e espiritual.
O ponto de partida da aventura é o London Metropolitan Railway, onde acontece o
acidente que provocou a cegueira de Katherine. Segundo os responsáveis do jogo,
e de uma forma não muito clara, é aqui que ela se apercebe que existe “uma
guerra“. Que guerra será esta? E qual o papel que estes dois companheiros de
aventura irão ter?
O jogo terá ainda um particular interesse na forma como irá descrever o que “um
cego consegue ver através dos sons“. Essa dinâmica, ainda está por se perceber
como irá ser implementada no jogo mas será algo de interessante acompanhar.
Kit e Hodge embarcam desta forma numa aventura por um mundo subterrâneo surreal
e repleto de fantasia utilizando os seus talentos e habilidades próprias para
ultrapassar obstáculos e resolver puzzles e quebra-cabeças.
Segundo os responsáveis do jogo, o universo subterrâneo de Londres teve grandes
influências do Mundo Fantástico de Neil Gaiman onde Kit e Hodge irão descobrir
toda uma sociedade secreta e onde irão encontrar grandes artistas do passado
como Claude Monet, Jules Verne entre outros.
'Another Sight' será lançado ainda este ano para PC, PlayStation 4, Xbox One e
Nintendo Switch.
Sejam cataratas ou problemas de retinopatia existem
doenças de visão que podem ser curadas. Este website
sensibiliza as pessoas a tomarem medidas de apoio.
É difícil interiorizar o sofrimento que as doenças nos
olhos, que podem eventualmente levar à cegueira total,
causam nas pessoas afetadas. Existem doenças que podem
ser curadas, mas os custos elevados das operações enviam
os pacientes para listas de espera intermináveis, e
muitas vezes é tarde de mais…
Para sensibilizar e mobilizar as pessoas a ajudar quem
precisa, a organização See Now
disponibiliza um “simulador de cegueira” para que possa
ver o mundo, de forma virtual, da mesma forma que as
pessoas afetadas por diferentes doenças de visão. A
organização estima que a cada cinco segundos alguém no
mundo fica cega, e quatro em cinco pessoas que enfrentam
a cegueira poderiam ter evitado se recebessem o
tratamento.
O website coloca-o numa perspetiva de Street View do
Google Maps e pode ativar três filtros de visão, das
diferentes doenças associadas: cataratas, retinopatia e
glaucoma, esta considerada uma das principais causas de
cegueira do mundo. Durante a simulação pode regular a
intensidade da doença e verificar a forma como as
pessoas mais afetadas olham para o mundo…
Pensar em maneiras de tornar a moda mais inclusiva é um dos desafios que movem
as jovens Amanda Gotado e Camila Dinapoli, que desenvolveram um sistema de
etiquetas para roupas voltado para o público com deficiência visual.
Parte do projeto Sense, que elas criaram para o Trabalho de Conclusão de Curso
de Design de Moda, do Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo, as
etiquetas trazem, além do braile, QR Codes que podem ser acessados pelo celular.
Assim, os deficientes visuais podem acessar informações como cor, tamanho,
detalhes visuais e instruções de lavagem de forma autônoma.
De acordo com a dupla, as ideias do projeto surgiram a partir de entrevistas com
pessoas cegas, que relataram as principais dificuldades na hora de comprar
roupas. Falta de acessibilidade nas lojas, falta de profissionais aptos a
ajudar, dificuldade para interpretar as peças e a necessidade de ir fazer
compras acompanhado foram os problemas mais apontados.
As etiquetas com braile e QR Code auxiliam nas duas últimas, mas não resolvem
todos os problemas. É por isso que Amanda e Camila também estão desenvolvendo um
treinamento para lojistas, que ajudaria a entender as necessidades específicas
na hora de atender clientes com deficiência, além de um serviço de consultoria
para ajudar cada cliente a encontrar seu próprio estilo e a se expressar através
da forma como se veste.
Nas novas escolas inclusivas, para que a inclusão não passe de uma utopia, vai
ser necessário mais do que o Decreto-Lei nº 54/2018. Vai ser necessária a
continuação do investimento, da reflexão e da construção constantes.
Nas duas últimas décadas, as políticas de educação especial em Portugal levaram
à inclusão da quase totalidade das nossas crianças e jovens com deficiência e
incapacidade nas escolas de ensino regular.
Portugal é um país com leis bonitas, bons especialistas e profissionais sempre
solidários e com capacidade de improviso, por isso chegámos a resultados sem
precedentes na educação especial em Portugal.
Os alunos com Necessidades Educativas Especiais passaram a representar 7% da
população escolar (81 672 alunos, em 2017/ 18) nas escolas públicas.
Modificou-se a escola para acomodar estes alunos e não se esperou o contrário.
Criaram-se agrupamentos de escolas especializados no atendimento a alunos com
deficiência e incapacidade: auditiva, visual, com perturbação do espetro do
autismo e com multideficiência.
A nossa situação tornou-se única. Hoje, a inclusão nas escolas públicas abrange
a maioria das crianças e jovens com deficiência. A passagem destes alunos para
as escolas regulares levou à diluição ou extinção de outros programas sociais e
da saúde a eles dirigidos. As consultas e programas hospitalares especializados
passaram a cobrir quase exclusivamente a idade pré-escolar, muitos serviços
especializados da segurança social foram reestruturados e as respostas para os
alunos com deficiência à saída da escolaridade obrigatória escasseiam.
Comparado com outros países, as nossas práticas e números da educação especial
tornaram-se diferenciados.
Por exemplo, no Reino Unido quando se frequenta uma “escola especial”, é porque
não se consegue ter um acesso comprovado e mínimo aos currículos, estruturas e
aprendizagens oferecidos pelas escolas “regulares”. Beneficia-se da maior
inclusão possível na comunidade circundante à escola especial e todas as
práticas são tuteladas uniformemente e com base em conceitos claros.
Os alunos portugueses com deficiência, independentemente do seu nível de
alteração e de participação não podem escolher frequentar uma escola
especializada, aberta todo o ano, com uma equipa multidisciplinar alargada e com
estruturas e recursos especializados, sem antes terem de passar pela escola
regular e terem de justificar muito bem o seu “pedido de encaminhamento”.
A 6 de Junho deste ano foi publicado em Diário da República o novo regime
jurídico da educação inclusiva em Portugal, acompanhado pela operacionalização
do perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória (Decreto-Lei nº 54/2018 e
Decreto-Lei nº 55/2018, respetivamente).
A “nova escola pública” preconizada na lei vai modernizar-se, centrar-se mais no
aluno e abraçar a diversidade que atualmente a carateriza. Com especial enfoque
na flexibilização curricular (a possibilidade de substituição de até 25% do
currículo obrigatório por projetos da escola), pretende-se criar medidas e
procedimentos mais atuais, dirigidos à promoção da equidade e do sucesso
educativo de todos, “chegando a todos os alunos e aos contextos das suas vidas,
com medidas universais, seletivas ou adicionais de gestão curricular”.
A inclusão e a diversidade vão ser trabalhadas em cada escola desde a sua base e
incluir todos os adultos e alunos num desenho universal da aprendizagem para
todos. A escola inclusiva vai dominar e lidar com diferentes temas e áreas e vai
incluir todas as seções da sociedade.
Mas no contexto dos alunos tão especiais como os que encontramos nas escolas
portuguesas, a diversidade não deveria continuar a implicar a mobilização de
acessibilidades e recursos significativos, a prestação de cuidados especiais nas
escolas, o desenho de atividades centradas nestes alunos e a transformação de um
conjunto significativo de atividades e estruturas para as tornar suficientemente
inclusivas para quem tem níveis reduzidos de funcionamento e participação?
É possível aplicar um modelo tão lato ao nosso contexto de educação
especial/deficiência e incapacidade tão único?
Para os alunos surdos e cegos, que têm uma apetência natural para a comunicação
e aprendizagem e para quem o novo regime jurídico da educação inclusiva prevê
manter o mesmo atendimento, o desafio está ganho.
Para os alunos com alterações graves nas estruturas e funções do corpo, para
quem a cognição, comunicação ou mobilidade está comprometida, o novo
enquadramento jurídico da educação inclusiva nada diz de específico.
Nas novas escolas inclusivas, para que a inclusão não passe de uma utopia, vai
ser necessário mais do que o Decreto-Lei nº 54/2018. Vai ser necessária a
continuação do investimento, da reflexão e da construção constantes.
E o novo regime jurídico da educação inclusiva ainda não parece dar resposta à
questão já batida na educação especial: a inclusão educativa em Portugal pode
afinal ser uma realidade ou é só uma utopia?
Psicóloga Clínica no CADIn – Neurodesenvolvimento e Inclusão
Que doenças oculares podem ser causadas pela exposição
solar?
“Determinados grupos funcionais [profissionais ou de lazer] com maior exposição
ao sol têm mais problemas oculares”, diz ao Observador Manuel Monteiro Grillo,
presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. E dá como exemplo os
surfistas, que sofrem frequentemente de pterígio — o tecido da conjuntiva cresce
e fica mais espesso do que a córnea (o tecido transparente que cobre a parte da
frente do olho), podendo reduzir a visão. O tratamento do pterígio pode ser
feito com uma cirurgia, mas o problema pode voltar.
A exposição solar prolongada pode ainda estar relacionada com outros problemas
oculares:
Cataratas — Quando o cristalino, a lente do
olho, fica opaco pela acumulação de pigmento. As cataratas podem surgir com o
envelhecimento do olho, que é acelerado pela radiação UV, e são a principal
causa de cegueira em todo o mundo, refere a Organização Mundial de Saúde.
Degenerescência Macular Relacionada com a Idade
— É uma doença degenerativa da área central da retina (mácula), fazendo com que
o olho deixe de ver claramente os pormenores. A visão central fica diminuída de
forma irreversível (e sem tratamento possível), embora a visão periférica seja
conservada. A idade, o historial familiar e o tabagismo são os principais
fatores de risco. A radiação UV também pode ser considerada um fator de risco,
embora de menor relevância, refere a SPO. A luz azul é outro fator de risco,
segundo a Associação Americana de Optometria. É emitida pelo Sol, mas também por
fontes artificiais como lâmpadas LED, computadores e smartphones.
Tumores nas pálpebras — As pálpebras podem
apresentar vários tipos de lesões tumorais, sejam elas benignas ou malignas. Os
principais fatores de risco são os fatores genéticos e a radiação UV. A
alimentação e o tabagismo também podem aumentar o risco de desenvolver tumores.
Os malignos podem ainda ser causados por vírus.
Além destas doenças, a exposição à luz solar intensa também pode ter
consequências mais imediatas, como as fotoqueratites
e fotoconjuntivites, inflamações tratáveis
da córnea e conjuntiva, respetivamente. Este tipo lesões são causadas pela
reflexão da luz, na neve, mar ou areia, por exemplo, e podem ser muito
dolorosas. No fundo, assemelham-se a uma queimadura, como acontece também aos
soldadores que trabalham sem óculos de proteção.
Como se pode prevenir?
As recomendações para os olhos são semelhantes às que nos habituámos a ouvir
para a pele. O médico Manuel Monteiro Grilo recomenda, por exemplo, que as
pessoas evitem a exposição ao sol nas horas de maior radiação ultravioleta,
entre as 11 e as 16 horas. Quando no exterior, devem usar chapéus na cabeça, com
aba ou pala que faça sombra sobre a cara, e óculos cujas lentes tenham proteção
contra as radiações ultravioleta. É melhor esquecer os óculos de sol que não
cumpram estes parâmetros, porque não o protegem da mesma forma. Estas
recomendações são aplicáveis a crianças, jovens e adultos, mesmo nos dias
enevoados, porque a radiação ultravioleta atravessa as nuvens.
Os óculos de sol devem:
Bloquear 99 a 100% da radiação UVA e UVB;
Filtrar 75 a 90% da luz visível;
Ter lentes sem distorções nem imperfeições;
Ter lentes que permitam um reconhecimento de cor apropriado;
Para as pessoas que passam mais tempo no exterior, a parte lateral do óculos
deve estar tapada com uma abas.
A isto acresce um alerta mais específico: “se está a ser medicado, o cuidado
deve ser redobrado, os seus olhos podem estar mais sensíveis à luz solar”,
alerta a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, em comunicado. “São vários os
medicamentos fotossensíveis, mas destacam-se, por exemplo, alguns
anti-histamínicos, antibióticos ou antidepressivos.” Nesses casos, o cuidado
deve ser ainda maior, porque o risco também o é.
Os melanomas podem surgir noutras localizações?
Um melanoma é um tumor com origem nos melanócitos, as células que produzem
melanina (o pigmento escuro que dá cor à pele e protege dos raios ultravioleta).
A quantidade de melanócitos é muito maior na pele do que em qualquer outra
localização, mas a úvea (estrutura do olho que inclui a coroideia, o corpo
ciliar e a íris), o ouvido interno, o epitélio vaginal, os ossos e o coração
também têm melanócitos.
O melanoma da pele é, de longe, a forma de melanoma mais frequente (mais de
90%). O melanoma ocular é muito menos frequente, representando menos de 5% dos
casos. Ainda mais raros são os melanomas noutros tecidos que não a pele, não só
porque têm muito menos melanócitos, mas também porque estão muito menos expostos
— ou nada expostos — à radiação ultravioleta (UV), explica Fernando Ribas.
“Numa manhã de primavera, quando estava a maquilhar-me e a colocar sombra nas
pálpebras, verifiquei que não via do olho direito. Não dei importância,
referindo apenas que teria que usar óculos e que estava a ficar com falta de
visão. Que ignorância a minha… Fui a uma consulta com uma especialista em
oftalmologia e após ter efetuado diversos exames, eis que os resultados
confirmam o diagnóstico.” Susana tinha 23 anos quando lhe foi diagnosticado um
melanoma no interior do olho, conforme testemunhou na página da LPCC.
O melanoma da coroideia (estrutura localizada atrás da retina), como o que
invadiu o olho de Susana, é a forma mais comum de cancro ocular — representa 85%
deste tipo de cancros, segundo um artigo de revisão na Acta Médica Portuguesa.
“O melanoma primário pode afetar diversas estruturas oculares, desde a pálpebra,
conjuntiva, úvea (coroideia, corpo ciliar e íris) e, muito raramente, a órbita,
sendo responsável por cerca de 3 a 5% de todos os melanomas”, escrevem os
autores do artigo.
Mas se o melanoma da pele e até os melanomas oculares são mais ou menos fáceis
de detetar, para os melanomas noutras localizações “é muito difícil conseguir
fazer um diagnóstico precoce”, diz Fernando Ribas. Mesmo quando dão sintomas, é
muito difícil encontrá-los, acrescenta o dermatologista.
“Muitas vezes, o tumor primário é indetetável e só é diagnosticado quando se
encontram metástases”, diz o médico. Estas metástases indicam que se trata de um
melanoma, mas não indicam a origem. Só depois de eliminada a possibilidade de
ser melanoma da pele ou ocular é que se assume que poderá ter outra localização.
Grande parte das vezes, essa localização não chega a ser conhecida. O médico
acrescenta, no entanto, que “estes melanomas são raríssimos”.
Qual a relação entre melanoma da pele e melanoma
ocular?
O melanoma da pele é o único tipo de tumor, entre os tumores analisados no
estudo, que aumenta o risco de aparecimento de melanoma ocular, concluiu Rita
Laiginhas, oftalmologista no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, em
Santa Maria da Feira. O trabalho foi apresentado na conferência da Associação
para a Investigação em Visão e Oftalmologia, que teve lugar no Centro
Champalimaud. Além disso, o risco aumenta após o período de latência — 10 a 15
anos depois do primeiro tumor.
Para este trabalho, a investigadora focou-se nos melanomas oculares que
apareciam como tumores primários, ou seja, que se desenvolviam originalmente no
olho (primeira localização). Esta escolha opõe-se aos tumores oculares que podem
surgir como resultado de metástases de outros tumores, incluindo de melanomas da
pele.
Para chegar a estas conclusões, Rita Laiginhas usou uma base de dados
norte-americana com registos de melanoma ocular de 1973 a 2014. Aqui encontrou
dados de 509 doentes que tiveram melanoma ocular como segundo tumor (como tumor
primário depois de terem tido outro tumor). “Em Portugal é muito difícil fazer
estudos primários [como este] porque temos muito poucos doentes”, diz a
investigadora ao Observador.
Quais os principais fatores de risco para o melanoma
ocular?
No caso do melanoma da pele, é bem conhecido que a radiação UVB é o principal
fator de risco para o aparecimento da doença. Mas, para o melanoma ocular, o
número de casos é tão pequeno que é difícil determinar quais os fatores mais
importantes, explica Rita Laiginhas.
O oftalmologista Manuel Monteiro Grillo aponta que o estilo de vida, a
alimentação e o facto de o doente estar imunodeprimido (ter a resposta
imunitária debilitada) também podem influenciar o aparecimento da doença.
Ao contrário do melanoma da pele, não foi possível estabelecer uma relação entre
a exposição à radiação ultravioleta e o aparecimento do melanoma ocular. Mas,
para uma e para outra doença, as pessoas com olhos e pele clara parecem ter
maior probabilidade de desenvolver a doença.
Como é feito o diagnóstico e tratamento?
“Corria o ano de 2002 e eu, na altura com 37 anos, comecei a sentir dores no
olho esquerdo. Fui ao médico de família que me diagnosticou enxaquecas. A dor
voltou passados poucos meses e aí fui ao hospital, o diagnóstico foi o mesmo”,
conta Vítor Paixão na página da LPCC. “Em maio de 2004, quando estava conduzir
para a praia, com a família, veio uma crise de dor mais forte e reparei que
deixei de ver do olho esquerdo. Fui ao hospital e aí viram que era algo grave
dentro do olho. Alguns dias depois, operaram-me de urgência no IPO, porque o
tumor já tinha 19 milímetros de tamanho (melanoma da coroide).” Mesmo sem olho,
Vítor Paixão estava determinado a fazer uma vida normal e nem as metástases que
apareceram quatro anos depois o impediram de o fazer.
O melanoma ocular é uma doença silenciosa, mas agressiva. Grande parte destes
tumores são assintomáticos e, quando são detetados, já estão numa fase avançada.
“Mais de 50% dos melanomas oculares já estão metastizados quando são detetados”,
refere Rita Laiginhas. E, uma vez metastizado, a probabilidade de se conseguir
um tratamento bem sucedido é menor.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Manuel Monteiro Grillo,
assume que este tipo de tumor é difícil de detetar, mas diz que é possível
fazê-lo durante um exame de rotina, quando o oftalmologista observa o interior
do olho. “Não existe uma campanha de rastreio para esta doença porque a
prevalência é tão pequena que não justifica”, diz o médico. Mas as consultas de
rotina no oftalmologista ou a procura de um médico sempre que existam queixas
ajudam a identificar a doença numa fase tão precoce quanto possível.
Quando detetado atempadamente, o melanoma ocular é tratável. “Até alguns anos,
era preciso tirar o globo ocular, mas, de há uns anos para cá, é possível optar
por uma terapêutica mais conservadora”, diz Monteiro Grillo. Uma das opções é a
braquiterapia, que consiste na aplicação de placas radioativas na parede ocular
junto ao tumor. Este método evita a lesão dos tecidos saudáveis do olho e
permite manter o olho funcional, além das vantagens em termos estéticos para o
doente. As placas são colocadas por meio de cirurgia, são deixadas até se
atingir a dose de radiação necessária e removidas novamente por cirurgia.
“Fazemos muito menos enucleações [remoção do globo ocular] porque a deteção é
muito mais precoce”, refere Monteiro Grillo. Por um lado, os doentes são vistos
com mais frequência. Por outro, os meios de diagnóstico são melhores. Mas se o
tumor já estiver muito avançado, a enucleação pode ser a única opção. Nestes
casos, é provável que o tumor já esteja metastizado (se tiver espalhado as
células tumorais por outros órgãos), sendo muito mais difícil de tratar.
“Estima-se que a taxa de mortalidade do melanoma da coroideia aos 10 anos seja
de 50%, mas, na presença de doença metastática, este costuma ser fatal, em
média, após seis a 12 meses”, referem os autores do artigo na Acta Médica
Portuguesa.
A Lego, que fabrica brinquedos desenvolvidos para despertar sinapses cognitivas,
abraçou a ideia do projeto premiado Braille Bricks depois de dois anos. A ideia
é lançar, globalmente, peças em Braille para ajudar na alfabetização de
deficientes visuais.
O projeto, inicialmente, foi disponibilizado na Creative Commons com a campanha
#braillebricksforall, permitindo, portanto, que qualquer fabricante produzisse
os Braille Bricks sem custos de licença. Com muita repercussão internacional, a
Lego, então, decidiu abraçar o projeto.
De acordo com Felipe Luchi, sócio e CCO da Lew’LaraTBWA (agência de publicidade
envolvida no projeto), "o formato de comercialização ainda não está definido; o
importante é que a marca vai implementar globalmente o projeto, e a Lego vai
usar seu conhecimento para ajudar uma fatia importante da sociedade: crianças
com deficiência visual e escolas".
O ensino do Braille não é nada fácil, e o projeto tem como objetivo principal
incluir socialmente os deficientes visuais por meio de algo que se assemelhe a
uma brincadeira. "Transformar o ensino do Braille em uma brincadeira, com o
respaldo de um brinquedo mundialmente conhecido, deixa a tarefa mais simples,
usual e divertida", opina Luchi.
A produção do projeto levou cerca de seis meses e, para chegar ao resultado,
mantendo as cores clássicas do Lego e seus encaixes, as peças do protótipo, que
foram confeccionadas uma a uma, passaram por etapas variadas, como corte, lixa,
alisamento e posicionamento dos pinos. No total, o projeto, desde a idealização
até a confecção, levou cerca de um ano para ser concluído.
EKUI: o baralho de cartas que se multiplica e cria emprego
Mónica Silvares | 10 Janeiro 2018
Os cartões da EKUI com as quatro
formas de comunicação: grafia comum, braille visual e tátil, alfabeto da Língua
Gestual Portuguesa e alfabeto fonético internacional.
O projecto EKUI, que conjuga quatro
formas de comunicação num baralho de cartas, foi distinguido com o prémio Maria
José Nogueira Pinto. O primeiro lugar permitiu a finalização da app que
transporta esta forma de alfabetização para o meio digital.
EKUI são 26 cartas, cada uma com uma letra do alfabeto, que reúnem quatro formas
de comunicação. O projeto de inovação social é pioneiro a nível mundial.
A ideia surgiu em 2003, mas só chegou ao mercado em 2015”, conta Celmira Macedo.
A professora de educação especial usou o seu trabalho com Francisco, um menino
que não sabia ler nem escrever — e que progressivamente se tornava uma criança
frustrada e conflituosa por não conseguir aprender –, para lançar um produto
inovador a nível mundial que conjuga quatro formas de comunicação diferentes.
Francisco não é caso único, garante Celmira Macedo: que em Portugal há cerca de
500 mil analfabetos (dados da Pordata de 2011) e quase metade da população
portadora de deficiências (47%) é analfabeta e 35% não consegue comunicar com os
outros, o que é “potenciador dos casos de bulling“, explica.
Em vez de se resignar à situação, a professora deitou mãos à obra. Primeiro
fundou a Leque, uma associação sem fins lucrativos em Alfândega da Fé, e mais
tarde decidiu criar uma linha de material lúdico e didático, a primeira em
Portugal. “A Ekui tem como objetivo alfabetizar e reabilitar pessoas com e sem
necessidades especiais”, explica.
EKUI é o acrónimo de Equidade, Knowledge (conhecimento), Universalidade e
Inclusão. No fundo trata-se de uma espécie de jogo. São 26 cartas, cada uma com
uma letra do alfabeto, que reúnem quatro formas de comunicação: a grafia comum,
braille visual e braille tátil, alfabeto da língua gestual portuguesa e alfabeto
fonético internacional.
Este primeiro projeto começou por ser uma metodologia de alfabetização para
crianças com deficiência (surdos, cegos, autistas, etc.) e com dificuldades de
aprendizagem, como a dislexia. No entanto, rapidamente se mostrou também eficaz
na alfabetização e reabilitação de crianças sem deficiências, bem como de
adultos, conta Celmira Macedo.
Esta é uma iniciativa de empreendedorismo social que conseguiu financiamento do
Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) para passar à fase
seguinte, ou seja, criar novas linhas da EKUI para ajudar a aprender, as cores,
os animais e a família. O apoio conseguido foi de 99 mil euros, sendo que 30 mil
são garantidos pela Fundação Gulbenkian e o restante pelo POISE. “Sem a
Gulbenkian não teria sido possível candidatarmo-nos ao POISE”, explicou fonte
oficial da Associação.
As novas edições da EKUI que estão em
preparação, para ajudar a aprender as cores, a famílias, os animais, etc.
O projeto está montado de forma a que cada caixa de EKUI vendida financie outras
duas: uma para venda e a outra para oferta às escolas ou a uma família
desfavorecida. Cada conjunto de cartas é vendido por 14 euros (mais IVA) e tem
um custo de produção de cinco euros. Um valor baixo porque as cartas são
produzidas nas Caldas da Rainha, mas as embalagens são montadas pela própria
associação. Só esta opção permite reduzir os custos em 30%, mas também dar
emprego a pessoas portadoras de deficiência.
A EKUI pode ser comprada online, em lojas que a têm à consignação ou vendida
diretamente na sequência de ações de formação. Quanto às novas edições ainda não
está definido qual será o preço final, já que o produto ainda está em
desenvolvimento.
Para Celmira Macedo, a ideia de que os projetos sociais não podem ser rentáveis,
gerar dinheiro, é um disparate. “No terceiro setor, dizer que se tem lucro é um
tabu”, lamenta. “Com um euro consigo desenvolver competências muito sérias“,
sublinha orgulhosa, como por exemplo um aumento em 89% da aprendizagem mais
rápida do alfabeto, um aumento de 93% das atitudes inclusivas ou ainda de 67% da
reabilitação de pessoas com deficiências.
A professora de educação especial garante que a EKUI tem “potencial de mercado”,
até porque “Moçambique quer traduzir os cartões para português moçambicano e
Malta quer traduzir para maltês e inglês”, conta. A metodologia EKUI já chegou a
200 escolas e a mais de 2.500 beneficiários: crianças, jovens e adultos com e
sem deficiências. E esta história tem já assegurado um final feliz, porque
começou com Francisco e hoje, o Francisco já sabe ler e escrever e trabalha na
Associação Leque na montagem das embalagens da EKUI.
LOCAL: Convento São Francisco | Welcome Centre
DATAS: 2 Julho - 6 Julho
HORA: 18h00 às 20h30
PÚBLICO-ALVO: M/6 / Invisuais
Gratuito
Nesta oficina as pessoas cegas vão experienciar a criação de música electrónica
através do movimento do corpo. Uma proposta inovadora que possibilita a criação
de uma nova relação com o corpo proporcionada pela imersão sonora. Através do
som, potencia-se a consciência do corpo, a sua relação com o espaço e o
desenvolvimento cognitivo e criativo. Conforme o relato de Joana Gomes que já
realizou o workshop essa foi uma das melhores experiências da sua vida.
O workshop Blind Sounds pretende investigar questões relacionadas ao som
interativo recorrendo a tecnologia de captura de movimento 3D e ao som digital
para pessoas cegas. O projecto foi desenvolvido no âmbito do DMAD - Doutoramento
em Média-Arte Digital da UAb/UAlg e já se realizou um teste piloto contando com
a participação de: a Joana Gomes, o Luís Oliveira e a Maria da Conceição
Romano.O workshop teve a sua primeira edição em Lisboa no âmbito do festival
Lisboa Soa.
BIOGRAFIA
Rudolfo Quintas desenvolve projetos multidisciplinares no
âmbito da new media art/artes digitais, criando instalações audiovisuais
interativas na interseção da performance e software art. Integrou, desde o
início, o movimento internacional da expressão artística da cultura digital com
SWAP (2015), um projeto de cruzamento da dança com as artes digitais
interativas, e outras instalações como Displacement (2004). A reflexão sobre a
expressão do corpo na prática da composição sonora e visual, através da
programação generativa e interativa do software que desenvolve, é também uma
presença constante no seu trabalho. Tem apresentado os seus projetos em
galerias, centros culturais e festivais de arte, em Portugal e no estrangeiro.
Recebeu o Transmediale Distinction Award, pelo festival de arte e cultura
digital Transmediale em Berlim, entre outros prémios e bolsas. O seu trabalho
encontra-se publicado em jornais de investigação e edições de arte.
O passaporte eletrónico português vai incluir uma vinheta em braille,
uma medida inovadora na União Europeia que permitirá aos
cidadãos com deficiência visual identificar nome, número
e data de validade do documento, anunciou esta
quarta-feira o SEF.
Esta nova funcionalidade do passaporte eletrónico
português (PEP) foi hoje apresentada durante uma
cerimónia que assinalou os 42 anos de existência do
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Na ocasião, foi também entregue à secretária de Estado
da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia
Antunes, um PEP com a vinheta em braille.
A secretária de Estado saudou esta iniciativa "em que
uma vez mais Portugal foi pioneiro". "Pequenos passos
como este vão permitir às pessoas mais e melhor
autonomia", disse Ana Sofia Antunes.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita,
afirmou aos jornalistas que há vários países que estão a
trabalhar neste projeto, mas Portugal foi o primeiro
país europeu a ter o passaporte com este tipo de grafia
"em pleno funcionamento".
"A vinheta em braille é decisiva e integra a nossa
política de igualdade de oportunidades. Tem uma dimensão
simbólica, mas é uma garantia de igualdade de
oportunidades entre os cidadãos", sustentou.
Durante a cerimónia foi também lançado o novo portal do
SEF, uma ferramenta digital que faz uma harmonização de
conteúdos e novos serviços online, nomeadamente o pedido
de certidão online e pedido de segunda via do título de
residência, sendo também apresentados publicamente os
portais ARI (dos chamados 'Vistos Gold') e SAPA (Sistema
Automático de Pré-Agendamento).
Sobre estas funcionalidades, o ministro referiu que os
agendamentos podem ser marcados previamente por via
digital e o atendimento pode ser feito em qualquer zona
do país.
Como exemplo, explicou que se um atendimento não for
possível num curto prazo de tempo em Lisboa, onde ainda
há dificuldades, poderá ser marcado para outra zona do
pais onde existirem vagas.
No próximo dia 30 de junho, a Escola Superior de
Educação e Ciências Sociais de Leiria promove um
workshop para ensinar técnicas e estratégias de
fotografia para pessoas cegas, anunciou a instituição.
“A iniciativa promete a partilha de técnicas e
estratégias que permitam que as pessoas com deficiência
visual se exprimam por meio da fotografia, bem como visa
sensibilizar os profissionais da área da comunicação
visual para a necessidade de formação sobre esta
temática”, informa uma nota de imprensa do
estabelecimento de ensino do Instituto Politécnico de
Leiria.
À agência Lusa, a coordenadora do mestrado em
Comunicação Acessível da escola, Carla Freire, declarou
que o ‘workshop’, de seis horas e denominado “Fotografia
para pessoas cegas – técnicas e estratégias”, pretende
“explicar, de uma forma sucinta, como é que pessoas
cegas ou com baixa visão podem utilizar a fotografia
como um meio de expressão”.
“Esta iniciativa vem no âmbito do mestrado, no qual uma
estudante, agora mestre, tem vindo a trabalhar no Brasil
em oficinas para pessoas cegas”, adiantou Carla Freire,
referindo que a aluna, Andrea Gurgel de Freitas, o ano
passado “deu continuidade ao trabalho desenvolvido a
explorar essas técnicas e estratégias”, cujos resultados
serão apresentados na formação no sábado.
A docente Carla Freire referiu ainda que, “tudo correndo
bem, o Instituto Politécnico de Leiria gostaria de
desenvolver este tipo de formação mais vezes”, atendendo
a que “em Portugal existem muitas lacunas nesta área”.
Para já estão inscritas 30 pessoas, incluindo da ACAPO –
Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal e da CEERIA
– Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração
de Alcobaça, sendo que a atividade, “inclusiva e
inovadora, é gratuita e aberta a toda a comunidade”.
“Há pessoas cegas que vão estar presentes, o que vai
permitir uma maior interação entre os participantes,
cruzando as diferentes perspetivas ou diferentes visões,
porque apesar de não verem com os olhos, utilizam outros
sentidos para verem”, salientou Carla Freire.
O melhor artigo científico da Harvard Medical School é (outra vez)
da Inês.
Inês Laíns venceu, pelo segundo ano consecutivo, o prémio de melhor
artigo científico na área da Oftalmologia da Harvard Medical School. A médica e
investigadora dedica-se ao estudo do diagnóstico da principal causa de cegueira
em pessoas acima dos 50 anos
A portuguesa Inês Laíns publicou, pelo segundo ano consecutivo, o melhor artigo
científico na área da Oftalmologia da Harvard Medical School, instituição
norte-americana onde desenvolve investigação há já quatro anos sobre a
degenerescência macular relacionada com a idade (DMI). O prémio — que, no
passado, só por uma vez tinha sido atribuído duas vezes à mesma pessoa — foi
entregue na última sexta-feira, 8 de Junho. “Estamos a tentar desenvolver
biomarcadores que nos indiquem quais as pessoas com maior risco de ter DMI ou de
ficar pior com o passar do tempo”, explica a médica, ao telefone com o P3 a
partir de Boston, onde vive.
A degenerescência macular relacionada com a idade é “a principal causa de
cegueira em pessoas acima dos 50 anos” e, numa fase precoce, é “maioritariamente
assintomática”. “Estudos indicam que 69% dos doentes que nos chegam já estão
numa fase avançada da doença, já perderam a visão e não há muito que possamos
fazer”, diz a médica, para quem urge “identificar as pessoas mais cedo”. A
pensar nisso, a também investigadora de 32 anos está a trabalhar numa “nova
técnica” com “resultados muito encorajadores” que mostram como “as pessoas com
DMI apresentam diferenças numa análise ao sangue, quando comparadas com pessoas
da mesma idade que não a têm”. “E essas alterações variam com a evolução da
doença.”
A conimbricense, formada no Centro Hospitalar e Universitário da sua cidade,
simplifica: “Quando vamos ao médico de família, ele pode pedir análises ao
sangue. Sabemos que se tivermos um nível de colesterol elevado apresentamos um
risco maior de sofrer um enfarte ou um acidente vascular cerebral — e temos que
tentar modificar alguma coisa. E isso é o que nós chamamos biomarcadores.” Na
Universidade de Harvard, Inês está a tentar identificar algo semelhante no
sangue que esteja relacionado com a DMI.
“Potencial e idealmente, este deveria ser um teste feito a todas os indivíduos
com mais de 50 anos”, continua. “Claro que podemos diagnosticar as pessoas que
vão ao oftalmologista, mas o problema é que muitas não vão de uma forma
regular.” Esta doença, com “uma prevalência enorme”, tem consequências terríveis
para a qualidade de vida dos doentes porque “mesmo quem não perde a visão tem
uma distorção e alterações na visão central”. “Imagina o que é viver com uma
zona preta no meio do campo visual.”
Esta doença “muito complexa” precisa de ser estudada, acredita Inês, até porque
é “multifactorial”: “Tanto envolve factores genéticos como ambientais e nós não
compreendemos muito bem como é que esses factores interagem para promover o seu
aparecimento.” A investigação em curso em Harvard — em colaboração com o Centro
Hospitalar e Universitário de Coimbra — foi inicialmente financiada pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo programa Harvard-Portugal. Há
500 doentes envolvidos: 200 dos Estados Unidos, seguidos no Massachusetts Eye
and Ear Hospital, e 300 portugueses, seguidos na unidade de Coimbra.
Existem diferenças entre os pacientes portugueses e os norte-americanos, sim, e
o objectivo da investigação é explorá-las. “Queremos perceber como é que essas
diferenças se relacionam com as diferenças genéticas e com o estilo genético de
ambos os grupos”, refere. Os investigadores têm informações sobre a dieta dos
participantes, bem como estudos genéticos dos mesmos, e o próximo passo é
“voltar a ver os doentes ao fim de cinco anos”. Isto porque as conclusões
publicadas agora resultam de dados colhidos em 2015 e 2016 e a ideia é analisar
o perfil do sangue dos doentes, quer daqueles que sofreram agravamento da DMI,
quer daqueles cujo estado se manteve inalterável.
Em 2017, o artigo premiado pela Universidade de Harvard — Structural Changes
Associated with Delayed Dark Adaptation in Age-Related Macular Degeneration —,
focava-se no teste de adaptação ao escuro, que também é útil para a compreensão
dos mecanismos da DMI. Isto porque existe apenas um único tratamento para a
doença, desenvolvido por Joan Miller. Inês e o grupo de investigação onde está
inserida dedicam-se ao diagnóstico e à compreensão da doença. “Se compreendermos
melhor os mecanismos, vamos conseguir ajudar quem estuda o tratamento.”
Depois de vencer pela segunda vez o Evangelos S. Gragoudas Award — que inclui
uma “gratificação pessoal” de 5000 dólares (4237 euros) — com o trabalho 'Human
Plasma Metabolomics Study Across All States of Age-related Macular Degeneration
Identifies Potential Lipid Biomarkers', Inês prepara-se para repetir a
especialidade médica em Oftalmologia para poder exercer nos Estados Unidos.
“Estive quatro anos só a fazer investigação, tenho saudades de ver doentes.”
Mais anos a estudar contribuem para o aumento da miopia,
concluiu um estudo realizado na Grã-Bretanha e publicado
na revista científica British Medical Journal. Os
investigadores analisaram quase 68 mil pessoas,
estudando o seu ADN para perceber a predisposição
genética para a miopia. Depois, adicionaram à
investigação a variável do número de anos dedicados ao
estudo.
As conclusões, publicadas esta semana, mostram
que frequentar uma faculdade, num total de 17 anos a
estudar, pode contribuir para um grau de miopia
adicional, comparando com quem parou de estudar com 16
anos de idade e cerca de 12 anos de educação.
Os
investigadores assumem que um grau de miopia é
relativamente pouco, mas é suficiente para uma pessoa
precisar de óculos para conduzir, por exemplo.
"Este
estudo mostra que a exposição a mais anos na educação
contribui para o aumento da prevalência de miopia. Um
aumento no tempo dedicado à educação pode,
inadvertidamente, aumentar a prevalência de miopia e a
potencial deficiência visual futura", indicam as
conclusões divulgadas no British Medical Journal.
Os
investigadores consideram que os resultados do estudo
devem estimular uma educação sobre as práticas
educativas, não para reduzir os anos dedicados a
estudar, mas para intervir na prevenção ou interrupção
da miopia na infância.
"O crescimento do olho axial
ocorre predominantemente durante os anos escolares e,
uma vez que os níveis de miopia tendem a estabilizar na
idade adulta, qualquer intervenção para interromper ou
prevenir a miopia precisa de ser aplicada na infância",
referem.
"É possível atrasar o crescimento do olho humano com
dispositivos óticos", apontam investigadores Uma equipa
internacional, que inclui cientistas da Universidade do
Minho (UMinho), conseguiu reduzir em 59% a progressão da
miopia em crianças dos oito aos 12 anos através de uma
"lente de contacto especial", anunciou hoje a academia.
Em comunicado enviado à Lusa, a UMinho explica que o
ensaio clínico com uma nova lente de contacto decorreu
desde 2012 e concluiu que o uso daquela lente na
infância "traz benefícios claros para a saúde pública,
porque é na infância que os valores da miopia mais
agravam, podendo disparar na fase adulta a probabilidade
de problemas severos de visão".
A miopia consiste em
ver mal ao longe e deve-se ao crescimento excessivo do
olho, sendo que a cada milímetro que este aumenta,
ganha-se três dioptrias de miopia. A equipa
internacional mostrou que, após três anos, as crianças
com as lentes de contacto especiais tiveram 0,5
milímetros de crescimento ocular, isto é, menos de
metade face às outras crianças do estudo.
"É possível
atrasar o crescimento do olho humano com dispositivos
óticos", aponta no texto diretor do Laboratório de
Investigação em Optometria Clínica e Experimental
(CEORLab) do Centro de Física da UMinho, José
González-Méijome, que trata esta linha de estudo
precursora há 15 anos.
Estas lentes de contacto
"distinguem-se pela distribuição específica da potência,
o seu desenho ótico, que vai alterar a imagem que se
forma na retina, estimulando menos o crescimento do
olho", refere o investigador.
Segundo a UMinho, "a
miopia em menores de dez anos costuma alcançar valores
elevados na idade adulta e pode levar a doenças da
retina e nervo ótico, como glaucoma, desprendimento da
retina, mácula e mesmo a cegueira", sendo que "a
probabilidade de ter estas doenças é dez vezes maior em
míopes com mais de três dioptrias e até cem vezes maior
para aqueles com cinco ou mais dioptrias".
Aquela
"anomalia visual" tornou-se uma pandemia em diversas
partes do mundo e, refere o comunicado, "prevê-se que em
2050 mais de 50% da população mundial tenha este defeito
ocular, 10% da qual com miopia alta".
A UMinho
salienta que as Ciências da Visão são uma área de
"importância extrema a nível social e científico",
referindo que CEORLab tem em curso vários estudos
epidemiológicos, ensaios e parcerias.
Por exemplo,
enumera, "concluiu recentemente que a miopia afeta um
terço dos que ingressaram no ensino superior de 2015 a
2017, com base numa amostra a 2.000 jovens da UMinho",
uma proporção que quase duplicou nos últimos 15 anos.
A equipa liga também a investigação às neurociências,
entendendo melhor os processos de crescimento e controlo
do globo ocular e os mecanismos de ação destes e outros
tratamentos, para desenvolver dispositivos mais
eficazes.
A UMinho explica ainda que "é a única
instituição em Portugal e das raras da Europa com
formação de licenciatura, mestrado, doutoramento e
ensino a distância em Optometria e Ciências da Visão, em
particular na área da miopia".
O ensaio clínico com a
nova lente de contacto envolveu ainda as universidades
de Aston (Reino Unido), de Waterloo (Canadá) e o
Hospital Universitário de Singapura.
iSeaBlind, a
bengala tecnológica que auxilia invisuais
Exame Informática |
06.06.2018
Investigadores do INESC TEC estão a testar uma bengala e
um sistema com tecnologia GPS, Wi-Fi, RFID e visão por
computador para ajudar os invisuais. A bengala liga-se
ao tablet ou ao telemóvel para dar a localização e vibra
em caso de deteção de obstáculos.
Designer cria
fonte que combina a escrita em Braille com a tradicional
Guilherme Dantas
Quantos espaços públicos você conhece que conseguem
implementar a sinalização em Braille de forma realmente
eficiente?
Infelizmente são poucos, não é mesmo?
Pensando numa solução para esse problema, o designer
japonês Kosuke Takahashi criou a
Braille Neue, uma família tipográfica que
une de forma muito inteligente a escrita tradicional e o
alfabeto Braille.
Como
funciona? Os pontos em relevo, que fazem parte do
alfabeto Braille, aparecem integrados aos caracteres do
alfabeto tradicional, tornando qualquer palavra legível
tanto para pessoas de visão normal quanto aos
deficientes visuais.
O designer criou a proposta para os Jogos Olímpicos de
Tóquio em 2020, e defende que a implementação dessa
fonte em espaços públicos não só seria de ajuda para
deficientes visuais como também seria uma ótima forma de
familiarizar o público geral com o alfabeto Braille.
Conhecer projetos como esses aumenta ainda mais nossa
admiração pelo design e seu poder de inclusão na
sociedade, e ver designers trabalhando em prol dessas
coisas é ainda mais satisfatório.
Benefícios
fiscais por incapacidade: quais são e como obter
Júlia Rocha | Ekonomista
Os benefícios fiscais por incapacidade são destinados a
apoiar pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%.
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) prevê
tratamento fiscal diferenciado a contribuintes com
deficiência.
As pessoas com deficiência fiscalmente relevante, ou
seja, que apresentem um grau de
incapacidade, permanente e devidamente comprovado, igual
ou superior a 60%, têm previstos, legalmente,
benefícios fiscais por incapacidade.
Os benefícios
ficais por incapacidade são levados em conta na
tributação para efeitos do IRS, isenção de IVA, IUC
(Imposto Único de Circulação), imposto sobre a
importação de um veículo e no direito a requerer um
Cartão de Estacionamento.
BENEFÍCIOS FISCAIS POR
INCAPACIDADE: COMO COMPROVAR A SITUAÇÃO
Pode comunicar à AT a situação de deficiência
fiscalmente relevante em qualquer Serviço de Finanças ou
no Portal das Finanças. Para fazer o pedido, é
necessário um atestado
médico multiuso, obtido no centro de
saúde da área de residência através de uma junta médica.
No portal das Finanças, terá que seguir os seguintes
passos:
Serviços Tributários > Cidadãos
> Entregar > Pedido > Indicação/Alteração dos dados de
deficiência fisicamente relevante.
Após a submissão do pedido, deverá remeter à Direção
de Serviços de Registo de Contribuintes — DSRC, no prazo
de 15 dias, os seguintes documentos:
Cópia do documento comprovativo do pedido
efetuado no Portal;
Cópia autenticada do atestado médico de
incapacidade multiuso.
BENEFÍCIOS FISCAIS POR INCAPACIDADE: QUAIS SÃO
DEDUÇÕES EM IRS
Os rendimentos brutos dos contribuintes com
deficiência (categorias A, B e H) são considerados,
para efeitos de IRS, apenas por 85% (categoria A –
rendimentos de trabalho dependente e B – Rendimentos
empresariais e profissionais). Apenas por 90% no
caso da categoria H (pensões). A parte do rendimento
excluída de tributação não possa ultrapassar, por
categoria de rendimentos, os 2.500€;
É dedutível à
coleta um montante correspondente a quatro vezes o
valor do indexante dos apoios sociais (IAS), por
cada dependente com deficiência, e uma importância
igual a 2,5 vezes o valor do IAS, por cada
ascendente com deficiência;
É dedutível 30% da
totalidade das despesas efetuadas com a educação e a
reabilitação do sujeito passivo ou dependentes com
deficiência, assim como 25% da totalidade dos
prémios de seguro de vida ou contribuições pagas a
associações mutualistas (a dedução não pode exceder
15% da coleta de IRS);
É, também, dedutível à
coleta, por despesas de acompanhamento, uma
importância igual a quatro vezes o valor do IAS por
cada sujeito passivo ou dependente, cujo grau de
invalidez permanente seja igual ou superior a 90%;
ISENÇÃO NO IVA
Pessoas com benefícios fiscais por
incapacidade beneficiam de isenção no Imposto de
Valor acrescentado na aquisição de triciclos,
cadeiras de rodas, com ou sem motor, automóveis
ligeiros de passageiros ou mistos para uso próprio
de pessoas com deficiência, de acordo com as
condições previstas no Código do Imposto sobre
Veículos (CISV). O reconhecimento depende do pedido
dirigido à AT.
ISENÇÃO NO IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS (ISV)
Isenção nas viaturas destinadas a uso próprio de
pessoas com deficiência motora, maiores de 18 anos,
com grau de incapacidade igual ou superior a 60%
(independentemente da sua natureza); bem como ao uso
(independente da idade) de pessoas com
multideficiência profunda, com grau de incapacidade
igual ou superior a 90%; pessoas com deficiência que
se movam exclusivamente apoiadas em cadeiras de
rodas, com grau de incapacidade igual ou superior a
60% e pessoas com deficiência visual, com grau de
incapacidade de 95%.
É obrigatório que os veículos
possuam nível de emissão de CO2 até 160 g/km, não
podendo a isenção ultrapassar o montante de 7800€.
ISENÇÃO NO IUC (IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO)
Ficam isentas as pessoas com grau de deficiência ou
incapacidade igual ou superior a 60%, em relação a
viaturas da categoria B que possuam um nível de
emissão de CO2 até 180 g/km, ou a viaturas das
categorias A e E.
Por cada beneficiário, a isenção
só pode ser usufruída da seguinte forma: isenção
válida para o IUC de uma viatura por ano, não
podendo o montante ultrapassar os 240€.
A Ford apoiou o desenvolvimento do protótipo "Feel the View" para permitir
que todos os que viajam num automóvel possam desfrutar da paisagem, permitido
aos invisuais perceber as nuances da paisagem e senti-la na ponta dos dedos.
A Ford apoiou o desenvolvimento do protótipo "Feel the View" para permitir que
todos os que viajam num automóvel possam desfrutar da paisagem, permitido aos
invisuais perceber as nuances da paisagem e senti-la na ponta dos dedos.
O desenvolvimento foi realizado pelos italianos da Aedo, uma start-up
especializada em dispositivos destinados a invisuais. O sistema transforma a
superfície de uma janela de automóvel num ecrã transparente e táctil. O "Feel
the View" recolhe a imagem exterior captada por uma câmara e transforma-a em
estímulos sensoriais perceptíveis ao tacto.
O software transforma as imagens numa escala de cinzentos de alto contraste, que
é reproduzida no vidro graças a um sistema de LED’s. O vidro, ao ser tocado pelo
utilizador, emite vibrações perceptíveis, podendo chegar a 225 intensidades
diferentes: quanto menor for a intensidade do cinzento, maior será a intensidade
da vibração. Deste modo, graças à exploração táctil de toda a janela, o cérebro
consegue reconstruir os volumes que formam a paisagem, permitindo que a viagem
possa ficar na memória de um invisual.
Camp Abilities 2018 - Colónia
Inclusiva para Crianças Cegas
A 'Camp Abilities Portugal' é a adaptação de um modelo
americano de colónias de férias para jovens com
deficiência visual, que teve como motor de inovação o
facto de os monitores serem também crianças e jovens,
mas sem qualquer deficiência. Este é um programa único
no nosso país.
A missão desta colónia é a INCLUSÃO, através da
actividade desportiva, de crianças com deficiência
visual e crianças ditas normais. Por um lado, os
participantes com deficiência visual têm oportunidade
de, num ambiente seguro, experimentar diversos
desportos, actividades físicas e interagir em ambientes
diferentes. Por outro lado, os jovens sem deficiência
convivem e ajudam outros com deficiência visual, o que
lhes permite conhecer de uma forma muito próxima as suas
dificuldades, mas, também, o seu enorme potencial.
Divulgue este projeto
junto dos pais de crianças invisuais totais, entre
os 9 e os 16 anos, que saibam ler braille.
Aceitamos inscrições até ao dia 15 de Maio 2018.
Fazer do mundo um lugar onde não haja exclusão depende
de todos. Conceber e lutar pela realização deste projeto
é a nossa contribuição.
Camp Abilities Portugal
Associação de Actividade Motora Adaptada
Junta de Freguesia de Carnide
Largo das Pimenteiras, 6 A
1600-576 Lisboa
Tel. 217 121 330
A versão electrónica do Diário da República ganha
novas ferramentas de acesso no âmbito do programa
Simplex+. Os diplomas passam também a poder ser lidos em
áudio, braille e em letras maiores e com maior
contraste.
O Diário da República Electrónico (DRE) já está
disponível numa aplicação móvel ("app") que promete ser
"uma forma simples" de aceder aos conteúdos do dia e
também de consultar e partilhar todos os diplomas
publicados, "em termos idênticos aos do site.
Numa segunda fase, promete o gabinete da ministra da
Presidência e Modernização Administrativa, Maria Manuel
Leitão Marques, vai ser ainda possível "criar uma área
personalizada para cada utilizador, bem como ser
notificado dos diplomas mais relevantes" publicados
sobre esse assunto.
A "app", que já pode ser descarregada na Google
Play Store ou na App Store, é apenas uma das
três novas funcionalidades divulgadas esta sexta-feira,
13 de Abril. Também no âmbito do programa Simplex+ e
para "facilitar a compreensão dos actos legislativos"
por parte dos portugueses, foi criado um dicionário
jurídico que dá "uma explicação clara e sucinta dos
conceitos jurídicos mais recorrentes e importantes".
O Lexionário,
assim se chama esta ferramenta, é um dicionário de
conceitos jurídicos especialmente dirigido a
não-juristas. "A maioria dos actos legislativos que é
publicada em Diário da República contém expressões e
conceitos jurídicos que, sendo importantes para se
perceber o significado e o contexto do próprio diploma,
não são perceptíveis pela maioria da população, que não
tem conhecimentos jurídicos", admite o Executivo, numa
nota de imprensa.
Links e leitura para
deficientes e idosos
A acessibilidade é o terceiro vector das novidades
agora apresentadas pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Tanta na vertente mais tecnológica – a versão HTLM passa
a apresentar as hiperligações para as remissões feitas
nos diplomas –, como possibilitando a utilização de
ferramentas de apoio à leitura utilizadas, por exemplo,
pelos cidadãos com deficiência visual, como os
sintetizadores de voz.
Os sumários e os textos integrais dos diplomas
publicados no DRE passam a poder ser lidos em áudio, em
braille e também em carateres ampliados e com permissão
para alterar o contraste, com o Executivo a sublinhar
que esta terceira possibilidade é "especialmente
importante para cidadãos com baixa visão ou mesmo para
cidadãos que necessitam de modificações mais ligeiras,
como é o caso dos idosos".
Aprovado Tratado
de Marraquexe para facilitar acesso a pessoas com
deficiência visual
INR | 2018
A União Europeia aprovou o Tratado de Marraquexe para
facilitar o acesso das pessoas cegas, com deficiência
visual ou com outras dificuldades à consulta/leitura de
textos impressos em obras publicadas.
O Tratado de Marraquexe foi adotado em 2013 na
Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI),
com o objetivo de facilitar a disponibilidade e o
intercâmbio transfronteiras de livros e outros materiais
impressos em formatos acessíveis em todo o mundo. Foi
assinado pela União Europeia em abril de 2014.
O Tratado exige que as partes prevejam exceções ou
limitações ao direito de autor e direitos conexos em
benefício das pessoas cegas, com deficiência visual e
com outras dificuldades de acesso a textos impressos e
permite o intercâmbio transfronteiras de cópias em
formato especial de livros, incluindo audiolivros, e
outro material impresso entre os países partes.
A diretiva tem por objetivo disponibilizar obras e
outro material protegido, por exemplo, livros,
publicações periódicas, jornais, revistas e outros
escritos, partituras e outro material impresso,
incluindo sob a forma sonora, em formatos acessíveis às
pessoas beneficiárias.
A referida decisão foi publicada no Jornal oficial da
União Europeia (21.2.2018) e entra em vigor na data da
sua adoção.
Apple
sugere integração de 13 emojis de pessoas com
deficiência
Pedro Fernandes
| 24/03/2018
Ao que tudo indica, a Apple possui planos para integrar um conjunto de
novos emojis no padrão Unicode, tendo recentemente
emitido uma sugestão para a organização que gere este
padrão entre plataformas.
De acordo com o portal
Emojipedia, a empresa terá sugerido a criação de 13
novos emojis que irão incluir pessoas com deficiência
motora, tendo em conta que, atualmente, não existe
nenhuma representação oficial das mesmas nos pacotes de
emojis.
Entre as sugestões apresentadas encontra-se a
representação de aparelhos auditivos, pessoas com
deficiência visual e em cadeira de rodas, prótese de
braço e perna, entre outros.
Há muitas pessoas cegas que vivem fechadas em casa a precisar de ajuda
LUSA | 12 de Março de 2018
O presidente da 'Associação Promotora do Ensino dos Cegos' (APEC), Vítor Graça,
alertou nesta segunda-feira que há muitas pessoas cegas a viverem fechadas em
casa e a precisarem de ajuda para tudo, desde vestir, comer ou andar na rua.
"Segundo o Censos, existem em Portugal cerca de 163 mil pessoas com deficiência
visual e, se calhar, nas ruas não andam mais de 10 mil pessoas. Todas as outras,
muitas delas, estão fechadas em casa e a precisar que alguém os ajude e os
integre", disse à agência Lusa Vítor Graça, no dia em que a associação completa
130 anos.
O projecto tem como principal objectivo apresentar "soluções inovadoras" para
dar mais oportunidades de inclusão social, no sentido de "resolver a lacuna
existente em Portugal, relativamente às condições em que vivem as pessoas com
deficiência visual". "A escassez de serviços e respostas sociais de proximidade,
de prevenção da exclusão social e negligência é um problema ainda existente que
aumenta exponencialmente os riscos que vão muito para além das limitações
próprias da perda de visão", sublinha a associação.
Quando uma pessoa está no hospital e os médicos lhe dizem que vai ficar cega "a
pessoa e a família ficam muito perdidas porque não sabe que instituições
existem, não sabem o que fazer, e a família acaba por fechar a pessoa em casa".
"O trabalho que estamos a fazer é estar no hospital para explicar que o mundo
não termina ali", disse Vítor Graça. "É verdade que a pessoa deixa de ver e que
a sociedade está feita para quem vê, mas com o apoio das instituições é
perfeitamente possível a pessoa ser reabilitada e é isso que nós queremos",
defendeu.
O presidente da associação contou que "há muita gente que está fechada em casa
que não sabe cozinhar, não sabe andar na rua, não conhecem as novas
tecnologias". O objectivo da associação é reabilitá-las e capacitá-las
ensinando-lhes, por exemplo, "a andar na rua com bengala, a trabalhar com o
computador, a passar a ferro, a comer, a vestir-se".
Desde Outubro, a associação já apoiou 230 pessoas, mas pretende apoiar muito
mais, estando para isso a fazer o levantamento das necessidades das pessoas com
deficiência junto de várias instituições. "O projecto está a crescer, temos
bastantes pedidos e estamos a responder às necessidades das pessoas", disse
Vítor Graça. "A sociedade está feita para as pessoas que vêem e infelizmente
exclui as pessoas porque são diferentes, mas cabe-nos a nós lutar e dizer que as
pessoas são cegas, mas são capazes de fazer outras coisas", rematou.
A
Associação Promotora do Ensino dos Cegos assinala esta
segunda-feira o seu aniversário com uma cerimónia que
conta com a presença da secretária de Estado da Inclusão
das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes.
Um estudo divulgado pela Associação de Profissionais
Licenciados em Optometria (APLO) nesta segunda-feira
revela que existem mais de 2000 profissionais desta
especialidade a fazer diagnósticos sem terem formação
adequada. Para além dos diagnósticos, estes
profissionais dão ainda consultas de optometria sem
estarem habilitados para tal.
Num país onde "mais de dois milhões de pessoas sofrem
de deficiências visuais", o estudo Saúde da Visão –
Impacto Socioeconómico, conduzido pela Universidade Nova
de Lisboa, pretende “demonstrar o quanto a falta de
legislação e acesso aos cuidados básicos de saúde ocular
custa ao Estado e aos portugueses”, lê-se no comunicado
da APLO.
De acordo com os dados recolhidos pelos
investigadores que assinam o estudo, o tempo médio de
acesso a uma consulta de oftalmologia no Serviço
Nacional de Saúde ronda os seis meses. Dos mais de dois
milhões de portugueses com algum tipo de deficiência
visual, “dois terços dos casos de perda de visão depois
dos 50 anos seriam evitáveis quando diagnosticados a
tempo”, conclui o estudo.
O estudo alerta também que as consequências causadas
pelas deficiências visuais se estendem até à
produtividade laboral. Os custos causados pelas
deficiências visuais ascendem “a valores entre os 203 e
os 722 milhões de euros”, cita o estudo. Já o custo para
contratar mil optometristas para o SNS — que eliminaria
as listas de espera — não ultrapassaria os 28 milhões de
euros no primeiro ano, estima o documento.
Em 2014, Portugal comprometeu-se a reduzir a
deficiência visual e a cegueira evitável em 25% até
2019; no entanto, a associação garante que “até hoje
nenhuma alteração foi implementada com vista à obtenção
das metas estipuladas”. Sem acesso a médico de família
que os possa reencaminhar para uma consulta de
oftalmologia, os utentes têm dificuldades em recorrer ao
Serviço Nacional de Saúde.
Alerta é do Conselho das Escolas, o órgão que representa os directores junto do
Ministério da Educação. Que critica também o pouco temjpo que será dado aos
professores para aplicarem o novo regime da educação inclusiva.
O Conselho das Escolas (CE), órgão que representa os directores junto do
Ministério da Educação, considera que o futuro regime jurídico da educação
inclusiva, que irá substituir a legislação sobre necessidades educativas
especiais, só poderá assegurar a “defesa dos interesses” dos alunos se for
precedido ou acompanhado “de um plano de formação para o pessoal docente e não
docente”.
Esta preocupação é expressa num parecer sobre o diploma, aprovado pelo Conselho
das Escolas (CE) nesta segunda-feira. Ao PÚBLICO o Ministério da Educação
referiu que o novo regime, que esteve em discussão pública em Setembro de 2017,
se encontra ainda “em processo legislativo”, do qual faz parte a recolha de
pareceres junto das entidades que, por lei, têm de ser ouvidas neste âmbito,
como é o caso do CE.
Ou seja, especifica o CE, o novo regime “aplica-se a todas as crianças e jovens
que se encontram na escolaridade obrigatória e que, pontualmente ou ao longo de
todo o seu percurso escolar, venham a encontrar barreiras que não lhes permitam
aceder ao currículo e às aprendizagens”. Existirão três níveis de intervenção,
que não são estanques, mas que terão em conta o tipo de dificuldades dos alunos
e que nos casos mais graves exigirão uma “maior especialização dos recursos
envolvidos”, frisa. É sobretudo nestes casos, para os quais se prevê a aplicação
na sala de aula de medidas ditas “adicionais”, que o CE considera ser necessária
mais formação.
Com o novo regime, deixará de ser aplicada a 'Classificação Internacional da
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde' (CIFIS), uma metodologia da Organização
Mundial de Saúde que avalia o grau de incapacidade de uma pessoa, e que é um dos
instrumentos fundamentais da lei ainda em vigor. Os alunos tinham que passar por
essa avaliação, feita em centros de saúde ou em centros de recursos
especializados, para terem acesso às medidas educativas especiais.
Dependência de terceiros
Apesar deste pressuposto, o CE considera que o articulado do novo regime não
garante um nível adequado de autonomia às escolas para o cumprimento desta
missão, já que “muitas das medidas e dos recursos a disponibilizar dependerão de
vários organismos e entidades exteriores”, de que são exemplo a Administração
Educativa, os serviços de emprego e formação profissional e os serviços de
segurança social e adesão.
E é esta dependência que justifica o segundo reparo do CE ao novo regime. Mais
concretamente, receia que as medidas e recursos dependentes destas entidades
exteriores à escola “possam não ser disponibilizadas, de facto, ou não sê-lo em
tempo oportuno, sempre em prejuízo dos que deles necessitam”.
Pouco tempo
Como o novo regime serão também criadas nas escolas as chamadas equipas
multidisciplinares de apoio à educação inclusiva, que contarão em permanência
com cinco docentes e um técnico. O CE discorda. E esta é a terceira grande
crítica ao diploma: que os professores que vão integrar as estruturas apenas
lhes possam dedicar uma parte reduzida do seu horário.
Das 35 horas de horário semanal dos professores, 22 são destinadas a dar aulas
(componente lectiva), sendo as restantes integradas na componente não lectiva,
que frequentemente é ocupada por actividades de apoio aos alunos e por reuniões.
É deste último bloco que sairão as horas dedicadas às equipas
multidisciplinares.
Alunos com necessidades educativas especiais já são quase 90 mil RUI GAUDÊNCIO
Aumento começou a ser mais significativo a partir do alargamento da escolaridade
obrigatória até aos 18 anos.
O número de alunos do ensino básico e secundário com Necessidades Educativas
Especiais (NEE) voltou a aumentar neste ano lectivo, passando de 81.672, em
2016/2017, para 87.081, em 2017/2018, indicam dados preliminares divulgados pela
Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
Este aumento de 6,6% é superior ao registado no ano anterior (4%), o que se
deve, sobretudo, a uma maior subida do número de alunos do ensino básico
identificados como tendo NEE. Entre 2015/2016 e 2016/2017 a variação neste grupo
foi de 3%, enquanto a registada em 2017/2018 por comparação ao ano anterior foi
de 5,1%. Por lei considera-se que um aluno tem NEE quando apresenta dificuldades
significativas de comunicação, de aprendizagem e participação, entre outras.
O primeiro grupo de alunos abrangido pela nova escolaridade obrigatória chegou
ao ensino secundário em 2012/2013. Nesse ano o número de crianças e jovens com
NEE neste nível de ensino (5426) quase duplicou em relação ao registado em
2010/2011 (2997). Actualmente existem 15.015 alunos sinalizados no secundário, o
que representa um aumento de 14,8% por comparação a 2016/2017.
Também o número de professores afectos ao ensino especial, que têm por missão
acompanhar aqueles jovens, voltou a aumentar neste ano lectivo (de 7264 para
7518). Já o número de técnicos que trabalham com alunos NEE diminuiu: de 1141
para 1016. Entre estes técnicos há, por exemplo, psicólogos, terapeutas da fala
e terapeutas ocupacionais. Apesar de o seu número ter diminuído, há mais horas
mensais de trabalho registadas para estes profissionais. Serão 63.418 quando, no
ano lectivo anterior, com mais técnicos no activo nas escolas, tinham sido
51.333.
Currículo específico individual
Os dados da DGEEC confirmam também a tendência de decréscimo na aplicação do
chamado currículo específico individual, que é a medida para os casos mais
severos de NEE, prevendo a adaptação do currículo às características e
necessidades de cada aluno, substituindo as competências definidas para esse
nível de ensino. Num ano o número de alunos a quem foi determinada esta medida
desceu de 12.994 para 12.563.
O currículo específico individual já não consta aliás das medidas previstas na
revisão da legislação sobre necessidades educativas especiais. Um dos problemas
identificados quando se aplica esta medida tem a ver com o facto de esta ser
fortemente condicionadora quanto ao futuro destes alunos. Os alunos podem
concluir a escolaridade obrigatória sem realizarem exames, porque as suas
limitações os impedem de fazer estas provas, mas esta possibilidade faz com que
fiquem excluídos logo à partida do ensino superior. Vários especialistas têm
alertado que estas possibilidades têm sido aplicadas a crianças e jovens que não
necessitavam delas.
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e
Computadores, Tecnologia e Ciência e da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro criaram um sistema inovador
para aumentar a autonomia dos cegos ou de pessoas com
visão reduzida.
Trata-se de um sistema composto por vários módulos de
informação geográfica, visão artificial e uma bengala
eletrónica e capaz de dar informações de contexto e de
suporte à navegação dos invisuais.
Para aperfeiçoar todas estas tecnologias que no próximo
dia 19 de fevereiro, no edifício da Escola de Ciência e
Tecnologia da UTAD, irão realizar-se testes com
invisuais.
João Barroso, investigador do INESC TEC e docente da
UTAD, explica que “nesta fase do projeto é essencial
fazermos testes com invisuais, porque há por vezes
pequenos detalhes que enquanto visuais não conseguimos
perceber. Foi, nesse sentido, que a Associação dos Cegos
e Amblíopes de Portugal (ACAPO) se juntou a nós na
organização destas demonstrações”.
No que diz respeito aos equipamentos em si, a bengala
eletrónica, por exemplo, foi desenvolvida de forma a
estender a funcionalidade da bengala branca tradicional
(que os cegos não dispensam), adicionando-lhe a
eletrónica necessária para o cego interagir com uma
aplicação móvel (a aplicação de navegação) e, ao mesmo
tempo, ajudar esta aplicação a localizar o utilizador.
“O custo desta bengala que desenvolvemos é relativamente
baixo se compararmos com outras bengalas para cegos que
são muito mais limitadas nas suas funcionalidades. A
produção da nossa bengala, de uma forma isolada e em
termos dos componentes adicionados por nós, ronda os 300
euros. No entanto, é necessário ter em conta que a
bengala não funciona sozinha e a implementação do
sistema envolve outros custos que, em teoria, caem sobre
os instaladores, e não sobre o utilizador”, explica João
Barroso.
A bengala desenvolvida pelos investigadores está
instrumentada com: um punho (impressão 3D) que incorpora
toda a eletrónica, um leitor de etiquetas de
radiofrequência (RFID) e uma antena na ponta (componente
que ajuda a estimar a localização do utilizador), um
joystick de cinco direções (cima, baixo, esquerda,
direita e centro) para fazer o interface com a aplicação
móvel, um emissor de sinais sonoros (beep), um atuador
háptico (emissão de vibrações com várias durações e
frequências), um transmissor Bluetooth (para comunicação
com o smartphone) e uma bateria.
Para a bengala funcionar é preciso que esta interaja com
a aplicação móvel de navegação. É da responsabilidade da
aplicação de navegação: a obtenção da localização do
utilizador recorrendo a outras tecnologias (GPS, Wifi,
Visão por computador, entre outras), o armazenamento da
informação geográfica necessária ao seu funcionamento
(mapas desenvolvidos pelos investigadores numa
plataforma web também desenvolvida por eles), o cálculo
de rotas para pontos de interesse, o alerta sobre a
existência de pontos de interesse na vizinhança do
utilizador e o interface com o utilizador via áudio
(texto to speech) e via háptica (bengala).
Para testar todos estes conceitos, os investigadores
criaram um cenário de demonstração no polo da UTAD que,
para além dos vários equipamentos referidos, vai contar
também com uma maquete 3D do local para que as pessoas
cegas possam utilizar no início da demonstração de modo
a fazer um reconhecimento prévio do espaço dos testes
através do sentido do tato.
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) reconheceu
este projeto com o Prémio Inclusão e Literacia Digital
2015, no valor de 29 mil euros. As demonstrações que
agora estão a ser feitas surgem na sequência deste
reconhecimento.
“No futuro, espera-se que qualquer utilizador consiga
configurar o nível de informação que pretende obter
através do sistema, sendo que a qualidade e a quantidade
são fatores de extrema relevância. Não chega dizer se
existem ou não escadas num determinado edifício, é
preciso informar a pessoa quantos degraus tem a escada,
se existe ou não um corrimão, entre outros”, conclui
João Barroso.
A proposta prevê que
existam boletins de voto com matriz em braille.
O voto em braille
poderá ser uma realidade já em 2019. António Costa
assegurou que só falta a Assembleia da República aprovar
a proposta “em tempo útil” para que o voto em braille
esteja disponível já no próximo ano.
Caso a proposta seja
aprovada a tempo, haverá “condições para, no próximo
ano, poder ter eleições legislativas e europeias com o
boletim de voto com a matriz em braille”, garantiu o
primeiro-ministro no debate quinzenal desta terça-feira.
André
Silva, deputado do PAN, pediu ainda a presença de
intérpretes de língua gestual nos serviços do Serviço
Nacional de Saúde para que os pacientes surdos se possam
expressar.
≡
Tipografia de 1956 não deixa morrer o braille com
produção industrial
André
Gomes e Milene Marques | 04
Janeiro 2018
No Dia Mundial do
Braille, fomos conhecer a única imprensa neste código do
país. O Centro Professor Albuquerque e Castro, da Santa
Casa da Misericórdia do Porto, funciona desde 1956.
4 de Janeiro é a data de nascimento de Louis Braille.
O vídeo 'Jovens Heróis' dramatiza a vida de Louis
Braille, incluindo o acidente que causou a sua cegueira.
Ilustra a sua criação e desenvolvimento do sistema Braille,
com a idade de 15 anos, e como começou por
ser rejeitado no Instituto Real dos Jovens Cegos em
Paris, onde estudou quando criança e mais tarde
foi professor.
O Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. (INR,
I.P.) promove, anualmente, um concurso destinado a
premiar o melhor cartaz alusivo à comemoração do dia 3
de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência.
O Cartaz
de Ricardo Jorge de Brito Ramos 'Por um mundo unido na
diferença' obteve o Prémio 2017.
Serviço de Leitura Especial da Biblioteca Municipal de
Coimbra
Desde 2011 que o Serviço de Leitura para Deficientes
Visuais da Biblioteca Municipal de Coimbra, através de
um projeto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian,
passou a deter os meios para a produção de livros áudio,
ao abrigo do artigo 80.º do Código dos Direitos de
Autor.
Estes livros, cuja leitura é feita por voluntários,
são disponibilizados gratuitamente a pessoas portadoras
de deficiência visual - para serem ouvidos nos seus
leitores de MP3, computadores ou telemóveis - sendo a
sua transferência realizada via plataformas electrónicas
(WE TRANFER e MEO CLOUD) ou através do envio postal das
gravações em CD ou DVD.
Os utilizadores -
nacionais ou estrangeiros - devem efectuar a sua
inscrição, fornecendo, para o efeito, cópia digital do
Atestado Multiusos de Incapacidade e os seus dados de
identificação.