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Ana Sofia Antunes: "Eu também vivi situações de estigma e discriminação
no acesso ao emprego, eu superei-as"
Filipa Traqueia
Sic Notícias | 23.12.2021
A secretária de Estado da Inclusão de Pessoa com Deficiência sublinha
que o estigma em contratar pessoas com alguma incapacidade ainda é bem
real. Fala dos apoios que existem para as empresas e dos projetos que
ficaram na gaveta com a queda do Governo. Em entrevista à SIC Notícias,
conta ainda os percurso que fez nos últimos seis anos pela igualdade de
oportunidades e lembra ainda o seu próprio percurso.
SIC Notícias: É a primeira pessoa com deficiência visual a assumir um
cargo no Governo. Considera que o mundo de trabalho está, atualmente,
mais inclusivo para pessoas com deficiência?
Ana Sofia Antunes: Não é uma realidade específica dos últimos dois ou
três anos, acho que é uma realidade que podemos fazer retroagir aos
últimos 20 anos. Temos uma postura diferente em relação à inclusão de
pessoas com deficiência no mercado de trabalho. E não estou a
circunscrever a pessoas com deficiência visual. Houve alguns
instrumentos que foram fundamentais no incentivo a essa maior abertura,
nomeadamente no que diz respeito à administração pública. A legislação
aprovada em 2001 relativa às quotas para pessoas com deficiência no
setor público foi muito importante porque permitiu que um conjunto de
pessoas acedessem a contratos de trabalho em funções públicas. Nós
conseguimos comprovar que existem presentemente na administração pública
18 mil pessoas com deficiência a trabalhar. Outro setor que se foi
progressivamente abrindo e aceitando integrar pessoas com deficiência
foi também o setor social e solidário. Nós regulamentámos recentemente
uma norma que já estava aprovada desde o ano 2004 mas que, na prática,
era como se não existisse porque não estavam definidos os termos em que
devia ser aplicada: a criação de quotas no setor privado. Acreditamos
que este vai ser mais um mecanismo que vai permitir que o mercado de
trabalho se abra ainda mais à contratação destes cidadãos. Não quer isto
dizer que, apenas agora, as empresas vão começar a contratar pessoas com
deficiência, é muito injusto dizê-lo. Nós temos bons exemplos de
contratação de pessoas com deficiência no nosso setor empresarial, seja
de entre grandes empresas, seja a nível local e em empresas mais
pequenas. É inquestionável dizermos que já avançámos bastante em relação
à contratação de pessoas com deficiência. Temos caminho para andar –
certamente que temos – e acreditamos que os mecanismos e os apoios que
vamos criando incentivem mais empresas a recrutar pessoas com
deficiência.
SIC Notícias: Além das quotas, que outros mecanismos estão em vigor na
contratação de pessoas com deficiência?
Ana Sofia Antunes: Temos vários tipos de medidas. Medidas genéricas que,
quando aplicadas a pessoas com deficiência, sofrem majorações. E depois
temos um segundo lote de medidas que são específicas para pessoas com
deficiência. Os estágios para pessoas com deficiência e os contratos de
emprego apoiado para pessoas com deficiência são duas medidas que têm
tido um papel muito importante. Permitem, acima de tudo, quebrar do gelo
e propiciar uma primeira experiência entre quem procura trabalho e a
empresa ou entidade que está disposta a dar essa oportunidade. Estas
medidas têm uma vigência temporária e a ideia é que, depois destas
primeiras experiências, a pessoa possa ser colocada em mercado do
trabalho em termos regulares, como qualquer outra pessoa. Temos também o
contrato de emprego apoiado em mercado aberto, que é uma figura pensada
especificamente para pessoas com deficiência intelectual que, sabemos
existir uma maior dificuldade na sua inclusão no mercado. Esta medida
não está só a ser aplicada a pessoas com deficiência intelectual.
Através da avaliação da funcionalidade do trabalhador com deficiência,
comparativamente com um colega de trabalho a exercer as mesmas funções
sem deficiência, é determinada a percentagem da remuneração do
trabalhador que é comparticipada pelo Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP). Imaginemos que a pessoa é avaliada com o grau de
funcionalidade de 80%, o IEFP comparticipará 20% da remuneração dessa
pessoa sendo a entidade empregadora responsável apenas por 80%. Há ainda
uma outra medida que tem tido também bastante adesão – e que achamos que
é importante e gostaria de ver alargada, se possível – que é a isenção
parcial da Taxa Social Única (TSU), que as empresas pagam à Segurança
Social pelo trabalhador com deficiência. Nesses casos a TSU só é devida
em 50%, o restante é automaticamente assumido e internalizado como custo
próprio da Segurança Social.
SIC Notícias: Considera que estas medidas que estão em vigor são
suficientes para quebrar o estigma que ainda existe na hora de contratar
pessoas com deficiência?
Ana Sofia Antunes: Eu não sei se as medidas, em si, são o que quebra o
estigma. As medidas são no fundo um incentivo adicional para que a
empresa considere a hipótese de contratar uma pessoa com deficiência e
não cinja o seu leque de opções apenas a trabalhadores sem deficiências
ou de incapacidade. É um estímulo. A questão do estigma, eu penso que só
se combate com o exemplo e com a experiência. A empresa quando contrata,
geralmente tem dúvidas. As medidas que possamos dar de apoio funcionam
como um incentivo mas não creio que sejam o fator X que determina se
contratam ou não. As empresas que contratam, inicialmente, fazem-no numa
lógica de experiência, querem ver como vai correr. O que sabemos dos
empresários é que maioritariamente corre bem, que veem nestes
trabalhadores pessoas dedicadas, que valorizam a oportunidade que estão
a ter e que vestem a camisola da empresa e, daí para a frente, são
incluídos pela empresa, pela direção da empresa, pela comunidade geral
de trabalhadores, como um elemento da casa. Eu acho que o estigma, acima
de tudo, se quebra é com o exemplo e com a inserção. Quem contrata um
trabalhador com deficiência fica muito mais apto a voltar a fazê-lo sem
grandes dúvidas nem hesitações.
SIC Notícias: Considera que para as novas gerações, que estão no ensino
superior, esta realidade já está melhor?
Ana Sofia Antunes: Considero que está melhor, que foram dados passos
significativos. Hoje em dia a tecnologia também é uma realidade que já
ninguém questiona, o que não acontecia há 20 anos. Temos muitos passos
para dar? Temos de certeza. Não sei até que ponto vamos conseguir chegar
um dia a uma fase em que podemos dizer que já não temos mais passos para
dar. Acho que temos que continuar sempre a tentar apoiar o mais possível
aqueles que estão, neste momento, a sentir dificuldades, com os
mecanismos que consigamos arranjar para os ajudar – sejam incentivos às
empresas para os contratar, sejam novas medidas de apoio. Como a figura
do “mediador”. A pessoa com deficiência desgasta-se muito quando tem que
fazer esta procura sozinha e, às vezes, acaba por desistir. Porque levar
com muitas portas na cara e com muitos “nãos”, ao fim de um tempo,
desgasta e faz com que a pessoa perca confiança, se resigne, pense que
não é para ela e que nunca vai conseguir. Acho o “mediador” é uma figura
que seria muito importante que conseguíssemos implementar como forma de,
não apenas ajudar a pessoa com deficiência a ter alguém a quem possa
recorrer para ajudar neste processo, mas também haver alguém que possa
intermediar na procura de possíveis vagas, colocações em empresas ou
entidades empregadoras. E que, depois, possa também apoiar na adaptação
do posto de trabalho, possa estar disponível e trazer tranquilidade ao
empregador, uma vez que tem, nos primeiros tempos, alguém a quem pode
telefonar quando as dúvidas surgem, que pode ajudar neste processo de
superar as barreiras que forem surgindo, até se verificar um processo de
inclusão bem sucedido.
SIC Notícias: Esse projeto dos mediadores já foi aprovado?
Ana Sofia Antunes: Ainda não foi aprovado. Era algo que tínhamos
planeado para 2022. Com os acontecimentos políticos mais recentes, não
sei o que sucederá. Neste momento está previsto na nossa estratégia
nacional para inclusão de pessoas com deficiência. Espero que quem venha
a assumir esta pasta concorde comigo no que respeita à utilidade desta
figura e a venha a implementar.
SIC Notícias: Durante o seu percurso profissional encontrou algumas
situações de estigma ou dificuldade devido à sua deficiência?
Ana Sofia Antunes: Sim. Eu gostaria muito de conhecer uma pessoa com
deficiência que consiga dizer já nos dias de hoje que tudo no seu
percurso profissional foi perfeitamente tranquilo e que nunca sentiu
nenhum tipo de diferenciação. Era bom que assim fosse, mas não creio que
essa pessoa exista ainda. Acho que vai existir daqui a uns anos. Eu já
fiz muita coisa, faz parte do meu espírito insatisfeito e que tem sempre
necessidade de descobrir coisas novas. Mas, quando terminei o curso de
direito – e tendo terminado com uma das maiores médias do curso – eu não
consegui colocação. Isto em direito funciona muito assim: os melhores
alunos acabam o ano contratados e com estágios garantidos. Isso comigo
não aconteceu. E não era certamente porque eu era mais ignorante que os
outros, porque as minhas notas demonstravam o contrário. Isso aconteceu
porque eu não via e havia uma grande desconfiança sobre aquilo que eu
seria ou não capaz de fazer num contexto profissional, principalmente
num contexto do exercício de advocacia. Aquela ideia do advogado que
vive mergulhado em calhamaços, códigos enormes com imensas páginas,
muito papel e dossiers de processo gigantes afastava muito e causava
muito receio e muito desconhecimento sobre como é que uma pessoa cega
iria lidar com essa realidade e como ia conseguir ler, estudar e
trabalhar os processos. Acho que mais grave do que esse desconhecimento
era não haver a tentativa de se procurar perceber como é que essa
dificuldade poderia ser superada. Não haver sequer essa curiosidade,
essa tentativa de aproximação, de tentar perceber se esta aluna que teve
uma avaliação tão positiva na frequência do curso, que conseguiu
fazê-lo, não terá também estratégias de adaptação para o fazer agora no
exercício da profissão? Mas perante o desconhecimento, a opção era o
não. Esse percurso, essa fase da minha vida marcou-me bastante, foi uma
fase difícil.
Agora também não posso deixar de dizer, porque é verdade – eu sei que há
muita gente que não gosta de me ouvir dizer isto, mas eu não vou deixar
de o dizer: eu sou por natureza uma pessoa extremamente resiliente e
quando mais me dizem que não, mais eu digo que sim. Portanto, também sei
que essa característica minha me ajudou a continuar, a ir mais à frente,
a não desistir e a saber transformar as dificuldades em vantagens, nas
coisas boas que fui alcançando. Sim, eu também vivi situações de estigma
e de discriminação no acesso ao emprego, eu superei-as, consegui
arranjar o meu estágio, consegui concluir o estágio, exercer advocacia,
estive na Ordem [dos Advogados]. Ao fim de algum tempo percebi que
queria fazer outras coisas – e já fiz muitas coisas. Não acho, de todo,
que termos consciência das dificuldades e deixarmo-nos ficar paralisados
por elas pode ser, de alguma forma, uma coisa boa. Não é, não pode ser.
SIC Notícias: O seu exemplo, como secretária de Estado, pode também ser
visto pelas empresas como um incentivo à contratação de pessoas com
deficiência?
Ana Sofia Antunes: Eu não gosto muito de ser exemplo. Acho que ninguém
gosta. O elemento adicional que se verifica no meu caso, e se calhar não
se verifica tanto noutra situação, prende-se com a visibilidade que o
cargo trouxe. Se isso me permite chegar a mais pessoas que, por alguma
razão, não confiam muito nas suas próprias capacidades, têm receios, têm
medos e puder ser um elemento que as ajude a acreditar, a agarrar
oportunidades e a irem mais além, fantástico. Se isso também puder ser
útil para as empresas encararem as pessoas com deficiência como
trabalhadores como os outros – apenas com o elemento adicional de
precisarem de algumas adaptações nos seus postos de trabalho para
poderem exercer as suas funções com condições –, muito bem. Mas acho que
essencialmente é pela visibilidade adicional que o cargo pode trazer à
temática.
SIC Notícias: Como foi a adaptação do Ministérios do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social? Foram necessárias muitas alterações?
Ana Sofia Antunes: Não. As alterações mais recentes no edifício foi
muito depois da minha chegada. Estou certa que uma pessoa com
deficiência visual não carece de praticamente nenhuma adaptação para
trabalhar num edifício. A principais adaptações que uma pessoa com
deficiência visual precisa para exercer as suas funções são
tecnológicas: ter computador, ter acesso à rede e, acima de tudo, num
contexto empresarial ou de uma entidade pública contar com ferramentas
que sejam acessíveis. Isso é que muitas vezes não é fácil. Eu ainda
continuo a ter bastantes limitações, nem tudo foi resolvido em seis
anos. Se as coisas não são preparadas de raiz para serem acessíveis e
usadas por todos, quando se tenta corrigir o que já nasceu mal feito são
sempre soluções de contingência, que resolvem uma parte do problema mas
não o todo. Mas também tenho a consciência de que outras deficiências há
que exigem maior adaptação do posto de trabalho do que a deficiência
visual. Nós, no decurso desta mandato, fizemos uma série de adaptações a
pensar em tornar o edifício acessível a todos, mormente a pessoas com
deficiências motoras ou dificuldades de mobilidade. Instalámos rampa no
acesso principal ao edifício porque entendemos que não era adequado que
as pessoas com mobilidade reduzida tivessem de entrar pela porta das
traseiras porque era a única porta acessível. A porta principal está
também a ser adaptada para ter dispositivos de abertura automática e
permitir à pessoa com deficiência entrar de forma autónoma, o balcão de
atendimento foi rebaixado para a pessoa com deficiência motora poder
contactar visualmente com a pessoa que está na receção, mudámos os
elevadores, colocamos braille nos botões e voz que diz os andares. É um
conjunto de adaptações pensadas para a plena acessibilidade ao edifício
por parte de pessoas com limitações motoras.
SIC Notícias: Essas alterações também estão a ser feitas ao nível geral
da Administração Interna?
Ana Sofia Antunes: Nós criámos, no ano passado, um programa que tem por
objetivo promover a eliminação de barreiras arquitetónicas em edifícios
da administração pública que tenham atendimento ao público. O que é que
previa? Que se pudessem instalar rampas, adquirir meios mecânicos de
ascensão – por exemplo, elevadores em edifícios que não tinham ou
plataformas elevatórias para suprir desníveis de alguns degraus –,
rebaixamento de balcões de atendimento, instalação sanitárias
acessíveis, um conjunto de adaptações que vão desde o momento em que a
pessoa com deficiência chega ao local até estar na presença do
funcionário que o vai atender, podendo fazê-lo de forma autónoma,
independente, sem necessidade de assistência de terceiros. Essa linha
contou com o valor global de 10 milhões de euros. Desse valor, recebemos
candidaturas no montante de 8,6 milhões e, até à data, temos cerca de
quatro milhões já executados. Ao todo vão ser intervencionados 481
edifícios que têm atendimento ao público, estando divididos entre
serviços da Segurança Social, centros de emprego, centros de saúde,
museus que pertencem à administração central, serviços de finanças,
universidades, politécnicos, etc.
SIC Notícias: Considera que a sua experiência pessoal e o seu percurso
até ao Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social
traz também uma forma de pensar e uma perspetiva diferente sobre estes
assuntos?
Ana Sofia Antunes: Creio que sim. Eu defendo que uma pasta como esta faz
sentido que se faça um esforço para que seja assumida por uma pessoa com
deficiência. Não é uma obrigação que assim seja, mas podemos dizer que
existe uma sensibilidade especial para as questões com as quais
trabalhamos e que sabemos que, de alguma forma, muitas delas já nos
afetaram um dia no nosso percurso. Agora também é preciso não esquecer
que a deficiência é uma realidade muito ampla, muito dispersa. E dizer
que uma pessoa com deficiência – no meu caso – visual compreende tudo
aquilo que são as necessidades dos diferentes tipos de deficiências que
existem. Não. Isso é uma experiência que vem com os anos. Quando aqui
cheguei – já disse isso publicamente e reconheço – sabia muito pouco
sobre uma realidade que hoje em dia é muito presente no nosso dia a dia
e com a qual temos de lidar muito perto, que é o autismo. No entanto,
fui estudar, conhecer pessoas e procurar mais conhecimento sobre essa
matéria. Outras áreas há em que, não tendo a pretensão de saber tudo,
acho que consigo pôr-me no lugar e perceber o que está em causa e o que
pode fazer sentido. Quem está nestas funções tem que sair do seu próprio
corpo, da sua própria realidade para se colocar numa posição transversal
e pensar num conjunto de situações muito diferentes. E, muitas vezes, em
matéria de acessibilidades, aquilo que é bom para uma pessoa com uma
determinada deficiência é mau para outro tipo de deficiência. Há coisas
que são importantes para as pessoas cegas e que depois são muito
atrapalhadoras para quem anda numa cadeira de rodas e vice versa.
SIC Notícias: Uma das situações que me foi relatada durante o contacto
com instituições e pessoas em situação de formação é a questão
burocrática associada aos processos e a demora nas respostas do IEFP, o
que, por vezes, leva as empresas a desistir da contratação. Existe
alguma proposta para agilizar os mecanismos?
Ana Sofia Antunes: Eu sei e tenho relatos que quando as empresas
recorrem à figura do contrato de emprego apoiado em mercado aberto, como
existe esta exigência de uma avaliação da funcionalidade da pessoa com
deficiência, em alguns centros de emprego o processo é demorado. E de
facto não pode ser. Quando nós convencemos uma empresa a dar uma
oportunidade, temos de ter a resposta na hora. Se passam três meses,
quatro, seis meses, a empresa pode repensar e achar que já não faz
sentido. Não, a coisa tem de ser muito rápida. O IEFP diz que isso não
está a acontecer, mas eu acredito que esteja a acontecer em alguns
pontos do país. No que diz respeito aos produtos de apoio para adaptação
dos postos de trabalhos, não tenho reporte de atrasos. Até porque a
verba no IEFP está cabimentada e é mais ou menos certa de ano para ano.
Não tenho relatos de grandes atrasos na atribuição de produtos de apoio
pelo IEFP. Os relatos de maiores atrasos nessa matéria vêm precisamente
da Segurança Social.
SIC Notícias: Qual a percentagem de pessoas com deficiência que estão
atualmente em situação de desemprego em Portugal? E dessa qual a parte
com deficiência visual?
Ana Sofia Antunes: Eu sei quantas pessoas com deficiência em geral estão
neste momento no desemprego. Não tenho esses dados em termos
percentuais, mas em termos unitários. Nós sabemos, de mês a mês, quantos
inscritos temos nos centros de emprego à procura de emprego como pessoas
com deficiência. Nós não temos boa informação estatística sobre
deficiência. Os Censos têm muitas limitações e mesmo os que foram mais
recentemente aplicados, uma vez mais, não foram ao encontro do que nós
defendemos porque não se focam na questão da deficiência tout cour.
Querendo ser tão abrangentes e apanhar tantas situações, acabam por não
nos dar informação fidedigna. O que é questionado não é a caracterização
da pessoa enquanto pessoa com deficiência, mas enquanto pessoa com algum
tipo de incapacidade ou limitação. Isso dá-nos um espetro muito maior de
pessoas. A mim não me interessa saber quantas pessoas temos em Portugal
que dizem ter dificuldades em ver, porque os meus pais têm 70 anos e os
dois têm dificuldades em ver, mas nenhum tem deficiência visual. São
coisas diferentes. Este nível de apuramento na informação que nós
lutámos por ter nos Censos 2021 acabou, uma vez mais, por não acontecer
e perdemos uma excelente oportunidade de conseguirmos ter dados exatos
sobre a caracterização social e económica das pessoas com deficiência em
Portugal.
SIC Notícias: E a falha dessa informação, que peso tem nas medidas para
promover a inclusão?
Ana Sofia Antunes: Tem todo. Se tenho informação mais fidedigna consigo
chegar mais rapidamente a cálculos sobre o custo da implementação de uma
determinada medida. Se estamos a trabalhar uma medida, um dos dados
fundamentais é demonstrar quanto é que ela custa. Se nós não temos
informação precisa, obviamente que estamos a trabalhar por extrapolação
e muitas vezes até extrapolação para cima, que é para tentarmos ser
cautelosos. E isso não ajuda a tentarmos defender algumas medidas.
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MJA |
30.Dez.2021
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"No mar não tenho obstáculos, ao contrário da rua. Sou só eu, a
prancha e a água"
André Cruz Martins
| Diário de Notícias
15 Dezembro 2021
Marta Paço, a recém-consagrada campeã mundial de surf adaptado, falou com o DN
sobre o seu feito e explicou como é que, sendo cega, consegue realizar
manobras tão perfeitas dentro de água.
São 16 anos já com muito para contar. Marta Paço nasceu cega, mas isso
não a impediu de praticar desporto de alta competição. Depois de ter
experimentado o goalball, desporto coletivo com bola praticado por
atletas que possuem deficiência visual, aos 12 anos apaixonou-se
perdidamente pelo surf. Dois anos depois já se tinha sagrado campeã
europeia em surf adaptado e no passado sábado conseguiu o título de
campeã mundial, na categoria destinada a competidores com deficiências
visuais, no ISA World Parasurfing Championship, que se realizou em Pismo
Beach, Califórnia, EUA. Natural de Viana do Castelo, Marta contou ao DN
os pormenores da prova, o amor pelo surf e porque o mar é o seu lugar
preferido e símbolo de liberdade. Quer ser exemplo e inspirar outras
pessoas com deficiência, porque o impossível...
Já tinha sido campeã europeia em 2019. Pode-se assim dizer que o título
mundial que agora conquistou não a surpreendeu?
Sim, é verdade que fui campeã europeia em 2019, mas mesmo assim é sempre
uma surpresa alcançar um feito desta dimensão, até porque já passaram
dois anos do título europeu.
O que recorda da prova? A partir de que momento começou a acreditar que
podia ser campeã do mundo?
Havia dois hits em que as duas melhores ondas contavam,
independentemente de serem feitas no primeiro ou no segundo hit. O meu
primeiro hit foi muito bom, o que me permitiu ter alguma segurança para
enfrentar o segundo, pois já tinha duas notas muito altas. O segundo hit
foi decisivo para eu perceber que havia algumas hipóteses de poder
acontecer. No segundo hit tentei melhorar ainda mais, para ficar com uma
segurança a 100%. E felizmente tudo correu conforme o planeado.
Como foram as comemorações em Pismo Beach?
Comemorámos aqui na praia, sobretudo com o meu treinador e com a minha
equipa, mas também com as pessoas que estavam na praia. Mas estou
desejosa de comemorar em Portugal com a minha família e amigos. Eles
estão em Portugal [Marta tinha prevista chegada ao Aeroporto Francisco
Sá Carneiro ao início da madrugada desta quarta-feira].
Chegaram-lhe muitas mensagens de felicitações? Quer destacar alguém em
especial?
Tenho recebido milhares de mensagens e já falei com o ministro da
Educação [Tiago Brandão Rodrigues], que foi das primeiras pessoas a
felicitarem-me.
O Presidente da República também lhe deu os parabéns?
Não, ainda não me disse nada.
Como é que o surf entrou na sua vida?
Tudo começou há quatro anos, quando Viana do Castelo recebeu um meeting
europeu de surf adaptado, que envolvia atletas de Espanha, França,
Itália e Portugal. Fui convidada a experimentar o surf e fiquei logo
completamente apaixonada. Desde então nunca mais parei.
A adaptação foi fácil? Como é que uma pessoa cega consegue realizar
manobras de surf tão perfeitas?
É difícil ter um termo de comparação, pois eu sempre fui cega. Mas
sempre tive uma grande ligação com o mar, pois várias pessoas da minha
família são pescadores e o mar nunca foi um grande obstáculo para mim.
Nunca tive medo do mar e sempre estive à vontade lá. Isso contribuiu
para que a minha adaptação ao surf fosse natural.
O seu treinador Tiago Prieto acompanha-a sempre ao mar quando vai
surfar. Qual costuma ser a vossa estratégia?
Sim, ele vai sempre comigo desde o primeiro dia. Damo-nos muito bem e
confio nele a 100%. Quando o meu treinador avista uma onda que lhe
parece boa para eu surfar, avisa-me para eu começar a remar. A partir do
momento em que estou na onda, fico por minha conta. Ele ajuda-me apenas
no início a entrar na onda.
É no mar que se sente melhor e mais livre?
Sem dúvida. No mar não tenho obstáculos, ao contrário da rua e em todo o
lado. Sou só eu, a prancha e a água.
E tem alguns hóbis?
Gosto muito de andar de skate, de sair com os meus amigos... enfim, o
normal para uma pessoa de 16 anos.
Antes do surf praticou alguma outra modalidade?
Sim, pratiquei goalball, um desporto voltado para as pessoas cegas e fiz
também um pouco de equitação. Também experimentei outras modalidades. O
desporto foi uma parte fundamental no meu crescimento.
Quais são os seus grandes objetivos a curto prazo no surf e um sonho que
deseja concretizar a longo prazo?
A curto prazo gostava de continuar a melhorar o meu surf, para conseguir
ver até onde consigo chegar e desenvolver técnicas com o meu treinador e
com as pessoas que trabalham comigo, de modo a melhorar o meu surf e
ajudar outras pessoas cegas que queiram praticar a modalidade.
Como é a sua relação com os colegas da escola? Eles costumam acompanhar
as suas provas?
Seguem muito as minhas provas e são os meus grandes motivadores. Durante
o Mundial enviaram-me mensagens todos os dias e foram falando comigo.
São super importantes para mim e se não fossem eles eu não estaria tão
pronta para enfrentar um Mundial.
Como tem sido a relação com o Surf Clube de Viana, o clube que
representa?
O Surf Clube de Viana é como se fosse uma família para mim. Alguns dos
seus elementos estiveram nos Estados Unidos a apoiarem-me. Foi super
importante ter as pessoas amigas e com quem convivo todos os dias à
minha volta. Eles são a parte mais importante da minha carreira, pois é
lá que treino e que passo grande parte do dia.
Como é o seu dia-a-dia? Quantas horas, em média, dedica ao surf?
Estudo na Escola Secundária de Monserrate, em Viana do Castelo e por
vezes, nos intervalos, costumo ir à Praia Norte, que é lá muito perto.
Este ano tenho um horário de escola muito bom, pois tenho aulas das
08.30 às 13.30. Da parte da tarde, consigo ir surfar todos os dias e
dedicar-me a outras atividades, nomeadamente aulas de Inglês e de Piano.
A família tem-na apoiado muito nesta carreira desportiva?
Quando comecei a surfar houve algum receio da parte deles, mas hoje em
dia são fãs incondicionais e se as provas são em Portugal apoiam-me
sempre ao vivo. Claro que lhes deve ter custado um bocadinho não estarem
a apoiar-me na Califórnia, mas fomos comunicando sempre. Eles são as
pessoas que estão comigo no dia-a-dia, que me levam aos treinos e me vão
buscar aos treinos. Muitas vezes alteram os planos para me acompanharem
na minha rotina.
Sente que é um grande exemplo para as pessoas que nascem com alguma
dificuldade física, pois demonstra que é possível tornear esses
problemas e alcançar grandes feitos?
Acho que sou um grande exemplo, mas tenho noção de que isso acarreta
muitas responsabilidades. Tenho recebido muitas mensagens de pessoas com
e sem deficiência, dizendo-me que se sentiram motivadas para concretizar
projetos e realizar sonhos que achavam impossíveis de concretizar.
Obviamente que é um motivo de grande orgulho, apesar da grande
responsabilidade que sinto.
E vida fora do surf. Que objetivos tem para os próximos anos?
Gostava de estudar Relações Internacionais, mas prefiro decidir as
coisas no momento. Gosto de deixar as coisas acontecerem.
Como antevê agora o regresso à "normalidade" em Portugal?
Vai ser muito bom. Espero ter algum tempo para estar e conviver
com as pessoas de que gosto e voltar a Viana do Castelo, a minha cidade.
dnot@dn.pt
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MJA |
29.Dez.2021
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Cartaz 3 de Dezembro de 2021
Instituto Nacional de Reabilitação
O Prémio Cartaz 3 de Dezembro, distingue o trabalho gráfico que,
através de um cartaz, sensibilize e mobilize a opinião pública para o
reconhecimento dos direitos das Pessoas com Deficiência, celebrado,
todos os anos, no dia 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas
com Deficiência.
O 1.º Prémio, no valor de 3.000 euros, é atribuído pelo INR em parceria
com o El Corte Inglés, Grandes Armazéns, S.A. Os vencedores deste
Prémio, bem como as Menções Honrosas, recebem também uma peça de arte
oferecida pelo CENCAL - Centro de Formação Profissional para a Indústria
Cerâmica.
O vencedor do Prémio Grafe Publicidade Lda, desenvolveu o cartaz A
DIFERENÇA TEM MUITAS FORMAS, A IGUALDADE É UNIVERSAL. Sobre fundo
azul-claro, vinte círculos alinhados ao centro do cartaz, em quatro
colunas, de cinco círculos. Da esquerda para a direita, há cinco
círculos preenchidos com padrões distintos entre si que representam,
cada um, tipos de deficiência. A maneira como estes estão dispostos foi
inspirada nas palavras “Dia 3” escritas no sistema braille.
Texto: no último terço do cartaz, por baixo dos círculos, da esquerda
para a direita, escrito a branco: “A diferença tem muitas formas, a
igualdade é universal”. Abaixo, em cor diferente, bem maior e num tipo
de letra mais irregular e menos rígida: “3 de dezembro”, abaixo e,
menor, “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”. No canto
inferior direito: QrCode com link para descrição áudio do cartaz. Veja
aqui o cartaz:

A 1ª menção honrosa, Beatriz Costa, utiliza o cartaz com o tema "Vida
que nos Convida". Este cartaz apresenta uma realidade que, embora ainda
não exista na maior parte de Portugal, deve (a meu ver) ser uma visão na
qual possamos acreditar e trabalhar para a tornar real. Uma sociedade
que permita celebrar e conviver; em que a norma não seja impeditiva, mas
realmente inclusiva; em que pessoas com diversos tipos de corpos e
mentes possam habitar e viver em comunidade. Espero quem veja este
cartaz se sinta convidado a sonhar este modo de vida e movido a tentar
concretizá-lo. Veja aqui o cartaz:

A 2ª menção honrosa, da CERCI Lisboa, utilizou o tema "O Normal é Ser
Diferente!!!". Cartaz comemorativo do Dia Internacional da Pessoa com
Deficiência, com apontamentos de aguarela, numa composição onde TODOS
têm lugar e existe um lugar para TODOS!! Veja aqui o cartaz:

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MJA |
3.Dez.2021
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Universidade de Coimbra inaugura biblioteca inclusiva para pessoas com
dificuldades visuais e neuromotoras
2 de Dezembro de 2021 |
Notícias de Coimbra
A Universidade de Coimbra (UC) vai inaugurar amanhã (sexta-feira, 3),
pelas 11h00, uma biblioteca inclusiva para pessoas com dificuldades
visuais e neuromotoras. O conjunto de equipamentos e soluções
tecnológicas, cedido pela Fundação Altice e que visam a inclusão de
estudantes com necessidades educativas específicas, está instalado na
Biblioteca Geral da UC.
Inaugurada em pleno Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
(3 de dezembro), esta sala inclusiva, pioneira nas bibliotecas das
instituições de ensino superior nacionais, oferece várias soluções para
pessoas cegas ou com baixa visão (como lupas digitais portáteis,
softwares de ampliação, contraste de cores e voz sintetizada e leitores
de ecrã que convertem o texto em voz). E também contém várias
ferramentas para pessoas com limitações neuromotoras (como uma câmara
eyetracker, que permite operar um computador através do movimento dos
olhos, e um software que possibilita aceder ao computador de forma
indireta, como alternativa à interação teclado/rato, comunicar através
da voz sintetizada do equipamento e controlar outros aparelhos).
“Esta é mais uma ação no sentido da promoção da equidade e da garantia
da igualdade de oportunidades, marca d’água da matriz identitária da
Universidade de Coimbra. Esperamos que os novos equipamentos possam
contribuir para o sucesso da carreira académica dos estudantes que deles
necessitem”, afirma o Reitor da UC, Amílcar Falcão
“A Fundação Altice tem no seu ADN a tecnologia com grande enfoque na
área da acessibilidade digital, pelo que este espaço na Biblioteca Geral
é uma iniciativa de enorme relevo na promoção da Inclusão de estudantes
com necessidades educativas específicas. O desenvolvimento de projetos
de inclusão digital e de investigação de novas soluções inclusivas, é um
trabalho com continuidade por duas instituições que partilham os mesmos
valores”, refere, por sua vez, a Diretora da Fundação Altice, Ana
Estelita.
Os equipamentos da biblioteca inclusiva vão ser inaugurados pelas 11h00,
no espaço multimédia da Sala de Leitura da Biblioteca Geral da
Universidade de Coimbra (BGUC), numa sessão – de acesso restrito, mas
aberto à comunicação social – com as intervenções do Diretor da BGUC,
João Gouveia Monteiro, e da Diretora da Fundação Altice, Ana Estelita.
À inauguração, segue-se – a partir das 11h30 – a conferência “UC 4 All”,
com a intervenções do estudante Bernardo Alexandre Lopes, Presidente da
Pró-Secção de Boccia da Associação Académica de Coimbra, e de Maria de
Belém Roseira, Conselheira da Fundação Altice e antiga Ministra da Saúde
e Ministra para a Igualdade. A palestra – aberta a toda a comunidade –
decorre na Sala de São Pedro da BGUC, com abertura a cargo da
Vice-Reitora da UC para os Assuntos Académicos e Atratividade de
estudantes pré-graduados, Cristina Albuquerque, e encerramento pelo
Reitor da UC, Amílcar Falcão.
A partir das 15h00, a Sala de São Pedro da BGUC recebe outra iniciativa
associada ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: a
mesa-redonda “À conversa… sobre Recrutamento e Inclusividade”, com a
participação de representantes do Instituto do Emprego e Formação
Profissional, da Critical Software, do El Corte Inglés, da Randstad e do
Santander, sob moderação da Vice-Reitora Cristina Albuquerque. Este
debate, particularmente dirigido a estudantes com necessidades
específicas, encerra a programação dos “Dias da Empregabilidade” da
Universidade de Coimbra, um evento único e diferenciador focado nas
saídas profissionais e na preparação do futuro da comunidade estudantil,
que está a decorrer desde 22 de novembro, incluindo workshops, palestras
motivacionais, job talks e espaços de networking com entidades
empregadoras.
Δ
MJA |
2.Dez.2021
ϟ
Aprovada a redução da idade da reforma para pessoas com deficiência
Cátia Mateus & Sónia Lourenço
| Expresso | 24 Novembro 2021
A Comissão de Trabalho e Segurança Social aprovou esta quarta-feira a
antecipação da idade da reforma para pessoas com deficiência para os 60
anos de idade, desde que tenham um grau de incapacidade igual ou
superior a 80% e tenham uma carreira contributiva de, pelo menos, 15
anos.
Os partidos da esquerda parlamentar tinham apresentado vários projetos
de lei no sentido desta antecipação, mas acabaram por ser introduzidas
alterações pelos socialistas e apenas essas foram aprovadas.
As novas regras só entram em vigor com o próximo Orçamento do Estado, ou
seja, nunca antes da Primavera de 2022. Entre as alterações introduzidas
estão não apenas a redução da idade de acesso à pensão de reforma - que
para os restantes trabalhadores será de 66 anos e sete meses em 2022 -,
mas também a não aplicação do fator de sustentabilidade a essas pensões.
Recorde-se que este fator significa que quem se reformar de forma
antecipada este ano (e não esteja protegido deste fator) sofre um corte
de 15,5% no valor final da sua pensão de reforma.
O acesso à pensão aos 60 anos das pessoas com deficiência fica também
protegido da penalização por antecipação face à idade normal da reforma.
Esta penalização significa um corte de 0,5% (por cada mês de antecipação
face à idade normal), ou seja, 6% por ano de antecipação.
As novas regras serão aplicadas não apenas às pensões que venham a ser
requeridas após a sua entrada em vigor, mas também às pensões de
reformas já requeridas mas ainda deferidas pelos serviços da Segurança
Social a que se possa aplicar o novo regime.
Δ
MJA |
25.Nov.2021
ϟ
"Tateando o Museu" com grupo da ACAPO
no Museu Nacional de Machado de Castro,
Coimbra
O MNMC irá receber esta quinta-feira, 25 de novembro, um grupo de cegos e pessoas com baixa visão da ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal), no âmbito do projeto de inclusão "Tateando o Museu".
A visita, com início às 14h30, terá como objetivo a exploração de materiais em relevo acerca de quatro das nove litografias patentes na exposição “O Vinho” de Paula Rego.
Convidamo-lo a associar-se a esta atividade!
Recordamos que esta exposição realizada em parceria com a Associação Cultura e Risco no âmbito de "O Mundo do Vinho" 2021, estará aberta ao público até 5 de dezembro de 2021, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 17h30, na sala António Augusto Gonçalves (piso 0) do MNMC.
A entrada é gratuita e condicionada à lotação da sala.
Δ
MJA |
24.Nov.2021
ϟ
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência | 3 de Dezembro
António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidos
Quando asseguramos os direitos das pessoas com deficiência, ficamos mais
perto de alcançar a principal promessa da Agenda 2030: não deixar
ninguém para trás. Ainda que haja muito por fazer, temos visto um
progresso importante na construção de um mundo inclusivo para todos.
Quase todos os Estados-membros das Nações Unidas ratificaram a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e apelo
urgentemente aos que ainda não o fizeram que a ratifiquem o quanto
antes.
Em junho, lancei a Estratégia das Nações Unidas para a Inclusão das
Pessoas com Deficiência, com o objetivo de aumentar os nossos padrões e
melhorar o nosso desempenho ao para a inclusão de pessoas com
deficiência em todas as áreas do nosso trabalho e em todo o mundo.
E, pela primeira vez, o Conselho de Segurança adotou a sua primeira
resolução dedicada à proteção de pessoas com deficiência em conflitos
armados.
Estamos determinados a liderar pelo exemplo.
Neste Dia Internacional, reafirmo o compromisso das Nações Unidas de
trabalhar com pessoas com deficiência para construir um futuro
sustentável, inclusivo e transformador, no qual todos, incluindo
mulheres, homens, meninas e meninos com deficiência, possam compreender
o seu potencial.
Obrigado.
Δ
MJA |
23.Nov.2021
ϟ Dia Nacional do Mar
assinalado com distribuição de ecopontos pelas escolas de Viseu
Jornal do Centro | 16 Nov 2021
Os "novos" contentores estão equipados com os códigos Braille e
ColorADD para incluir toda a comunidade escolar na separação de resíduos
A Câmara de Viseu assinalou esta terça-feira (16 de novembro) o Dia
Nacional do Mar com a distribuição de 100 ecopontos pelas sete escolas
básicas e secundárias do concelho. A Escola EB 2,3 de Mundão foi a
primeira a ser premiada com os “novos” ecopontos equipados com códigos
Braille e ColorADD.
Na entrega dos ecopontos, Pedro Ribeiro, vereador com o pelouro do
Ambiente e Educação na Câmara de Viseu, foi convidado pelos alunos a
hastear a bandeira Eco-Escolas 2021 conquistada pela escola e frisou que
se trata de um marco importante que resulta de “um trabalho feito ao
longo do ano que parece simples, mas os coordenadores da Eco-Escolas
sabem bem que têm muito trabalho”.
O objetivo da entrega dos contentores é sensibilizar e incentivar para a
importância da separação de resíduos, englobando toda a comunidade
escolar através de equipamentos preparados para crianças, jovens e
adultos com algum tipo dificuldade visual.
Com o código Braille inserido no ecoponto, as pessoas da comunidade
escolar com alguma deficiência visual vão também conseguir participar na
separação do lixo. Da mesma forma, com o ColorADD, os daltónicos vão ter
uma nova ajuda a identificar as cores dos ecopopontos através da
associação das cores primárias (magenta, amarelo e azul) com formas
geométricas.
“Estamos a contribuir para uma forma de separação mais inclusiva, ou
seja, mais alunos, mais professores, mais funcionários a entender quais
são os ecopontos e contribuir para uma melhor separação dos resíduos”,
sublinhou.
À comunidade escolar, explicou também a ligação entre o Dia Nacional do
Mar e a distribuição dos ecopontos: “os resíduos que aqui são produzidos
se não forem bem tratados, mais tarde ou mais cedo, vão parar ao mar. É
por isso que estamos a assinalar o dia com a entrega de ecopontos para
que se possa melhorar nesta tarefa importantíssima que é a separação
adequada dos resíduos”.
Assim, diz Pedro Ribeiro, que “se menos resíduos forem parar ao chão,
menos resíduos vão entrar nas sarjetas, menos resíduos vão estar nos
ribeiros e nos rios e, portanto, menos resíduos vão parar ao mar”, além
de “que uma das principais causas de morte das espécies e diminuição da
biodiversidade é a poluição dos ecossistemas”.
Para o vereador, “é mais um passo para melhorarmos o ambiente e
continuarmos a ser a melhor cidade para viver”, concluiu.
A distribuição dos contentores também incluiu as escolas do Viso,
Azeredo Perdigão, Grão Vasco, Infante D. Henrique e as secundárias Alves
Martins e Viriato.
No futuro, o município quer implementar este sistema de identificação
por códigos em outros ecopontos existentes no concelho.
A iniciativa resulta ainda de um projeto promovido pela Associação
Bandeira Azul da Europa (ABAE), denominado “O mar começa aqui”, em que
as Eco-Escolas do Município de Viseu participaram de uma ação educativa
que lhes permitiu compreender a função, o funcionamento e a localização
das sarjetas e sumidouros existentes nas ruas.
Δ
MJA |
21.Nov.2021
ϟ Mastercard lança cartão acessível para invisuais e amblíopes
Maria Teixeira Alves
Jornal Económico
|
26 Outubro 2021
A empresa de meios de pagamento, no âmbito do seu compromisso com a
inclusão, lançou um cartão que é fácil ler para os 2,2 mil milhões de
pessoas em todo o mundo têm deficiência visual.
A Mastercard lançou esta terça-feira o “Touch Card”, um novo padrão de
cartão acessível para invisuais e amblíopes, no âmbito do seu
compromisso com a inclusão.
“Até ao momento, existiam poucas formas eficazes dos invisuais saberem o
tipo de cartão que estão a utilizar – crédito, de débito ou pré-pago -,
sobretudo porque cada vez mais os cartões apresentam um design plano,
sem relevos no nome e no número. Para dar resposta a este desafio, a
Mastercard apresentou uma inovação simples, mas eficaz”, diz em
comunicado a empresa de meios de pagamento.
A Mastercard lembra que 2,2 mil milhões de pessoas em todo o mundo têm
deficiência visual.
O novo Touch Card da Mastercard vem melhorar o padrão de design atual,
ao introduzir um sistema de “entalhes” na lateral do cartão para ajudar
os consumidores a identificar o cartão certo, apenas através do toque.
“Os novos cartões de crédito Touch Card têm um entalhe redondo; os
cartões de débito um entalhe amplo e quadrado; e os cartões pré-pagos um
entalhe triangular. O padrão foi desenhado de forma a funcionar em
terminais POS e ATMs, tendo também a possibilidade de ser implantado em
escala”.
Raja Rajamannar, responsável de Marketing e Comunicação da Mastercard,
refere na nota, a propósito deste lançamento , que “o Touch Card
proporcionará uma maior sensação de segurança, inclusão e independência
para 2,2 mil milhões de pessoas invisuais, em todo o mundo. A
identificação do cartão de pagamento pode ser uma verdadeira luta para
estas pessoas, e a solução tátil que propomos permite-lhes orientar
corretamente o cartão de pagamento para saber que cartão estão a usar.”
O conceito da Mastercard foi avaliado e apoiado pela organização
nacional de deficientes visuais do Reino Unido – Royal National
Institute for the Blind (RNIB) e pelo Visions/Serviços para invisuais e
amblíopes nos Estados Unidos. O cartão foi co-desenvolvido pela Idemia,
a empresa de tecnologia de identificação que desenvolve cartas de
condução móveis e cartões de pagamento biométricos.
Δ
MJA |
30.Out.2021
ϟ
Oxigenoterapia Hiperbárica uma esperança para a “cegueira súbita”
Maria Luís Gameiro
Direção Centro Hiperbárico Cascais
Hoje, 14 de outubro, dia Mundial da Visão sob o tema internacional LOVE
YOUR EYES em tradução livre “AMA OS TEUS OLHOS” alerto para a
necessidade e importância dos cuidados para a saúde da visão.
A comemoração desta efeméride é uma oportunidade para sensibilizar e
motivar a população para a necessidade de realização de exames e
consultas periódicas, de forma a prevenir e diagnosticar precocemente
problemas da saúde da visão que podem ser facilmente prevenidos e evitar
a deficiência visual e muitas vezes a cegueira!
O propósito da minha reflexão de hoje está relacionado com uma
patologia por muitos desconhecida: A Oclusão da Artéria Central da
Retina (OACR).
A OACR é um bloqueio do fluxo sanguíneo na artéria central da retina,
normalmente decorrente de embolismo, aparecendo geralmente de uma forma
súbita, indolor e unilateral num quadro clínico de cegueira. Ocorre
geralmente em pacientes idosos, mas podem também ocorrer em adultos
jovens e até mesmo em crianças.
Infelizmente, em muitas das situações, os tratamentos disponíveis são
insuficientes para conseguir recuperar a visão do olho afetado, e muitas
vezes, quando o oftalmologista se lembra da Oxigenoterapia Hiperbárica
como alternativa de tratamento, a janela de oportunidade para alguma
recuperação com recurso a esta terapia pode já ter passado, por isso,
quanto a este tema: ter informação prévia é o maior trufo na sua saúde
ocular.
A Oxigenoterapia Hiperbárica provou a sua eficácia e segurança num
conjunto de patologias definidas pela UHMS (Sociedade Médica Subaquática
e Hiperbárica, Americana). No campo oftalmológico em particular, é de
referir o tratamento de doenças vasculares do olho (como a OACR), as
infeções oculares, a retinopatia e neuropatia ótica por radiação e na
retinite pigmentar. Não quero deixar de referir que muitos estudos
merecem ser feitos para que mais e melhores resultados se possam retirar
deste tratamento promissor.
No caso concreto da Oclusão da Artéria Central da Retina a
Oxigenoterapia Hiperbárica, promove o aumento de oxigénio ligado a
hemoglobina e fundamentalmente no plasma, com consequente aumento da
concentração de oxigénio no território vascular da coroideia.
A Oxigenoterapia Hiperbárica deverá ser efetuada nas primeiras horas
após a perda de visão, com manutenção nos dias seguintes, para que seja
útil nos esforços de recuperação visual dos pacientes.
No Centro Hiperbárico de Cascais temos uma equipa altamente
especializada, com competência em Medicina Hiperbárica dada pela Ordem
dos Médicos e ampla experiência nas mais variadas aplicações deste tipo
de tratamento.
Temos sido testemunhas de pacientes que chegaram até nós e cujo
tratamento tem tanto mais probabilidade de sucesso quanto menor for o
número de horas entre a ocorrência e o tratamento. Em resumo: O TEMPO é
muito importante para o eventual sucesso do tratamento.
Tempo é Visão! E caso seja alvo desta fatalidade ou se conhecer
alguém, não se esqueça desta alternativa, consulte e informe-se de
imediato com o seu oftalmologista ou na urgência do Hospital, não espere
para o dia seguinte!
fonte
SAPO
Δ
MJA |
29.Out.2021
ϟ
Pandemia teve efeitos graves na visão de crianças
e jovens
Cynthia Valente |
DN |15 Outubro 2021
Projeto VAN - Vision as Needed realizou 250 rastreios nesta semana, em
vários agrupamentos escolares da cidade. Cerca de 25% das crianças foram
identificadas com problemas de visão. Ensino à distância e o aumento do
uso de ecrãs fizeram aumentar casos de miopia.
A pandemia teve efeitos nefastos na visão de crianças e jovens. O
ensino à distância e o horizonte muito próximo com ecrãs aumentou os
casos de miopia." A afirmação é de Margarida Barata, diretora de
marketing da Fundação VAN - Vision as Needed - Essilor (Europa) e
responsável por um programa de rastreio visual que está a decorrer em
vários agrupamentos escolares, no Porto.
A ação inclui, além do rastreio, "consultas de oftalmologia e a
oferta de óculos (lentes e armações) a alunos do Agrupamento de Escolas
do Cerco, no Porto, que cobre um tecido socioeconómico particularmente
frágil". Ao DN, Margarida Barata explicou que o programa começou no
final de 2019 com o consultório móvel de oftalmologia da Fundação Vision
for Life a marcar presença na Aldeia SOS de Gulpilhares e no Centro
Porta Amiga AMI, de Gaia, tendo sido depois "interrompido devido à
pandemia". "Implementamos o programa no mundo inteiro, desde a China ao
Sudão, e, em Portugal, a nível nacional.
Os problemas de visão são responsáveis por dificuldades de
aprendizagem. Sem ver bem, não se aprende. A título de exemplo, nesta
semana identificámos um caso grave de nistagmo, num aluno que era
considerado um elemento perturbador em sala de aula. A perturbação dele
residia no problema de visão. Não se consegue concentração quando não se
vê bem...", refere. A mesma responsável relembrou que os especialistas
estimam que, em 2050, "metade da população mundial será míope".
Tendo como base a Escola Básica e Secundária do Cerco, onde foram
colocadas as carrinhas móveis de rastreio e consulta, alunos das escolas
de Campanhã, Cerco e São Roque já fizeram uma primeira avaliação. Cerca
de 25% dos estudantes, entre os 6 e os 18 anos, apresentaram problemas
de visão "leves", como miopia ou astigmatismo, mas também foram
identificados problemas graves de córnea ou altas miopias.
"O nosso grande objetivo é voltarmos daqui a dois anos para ver a
evolução dos casos agora diagnosticados", adianta Margarida Barata. Em
março de 2022, a Fundação VAN - Vision as Needed vai levar a cabo mais
uma semana dedicada a rastreios de visão, em três escolas do Agrupamento
do Cerco. "Para muitas crianças, este é o primeiro rastreio que fazem e
pode fazer toda a diferença no seu percurso escolar", sublinha Margarida
Barata. Catarina Mateus, coordenadora do curso de Ortóptica da Escola
Superior de Saúde do Porto, também destaca a importância destas ações de
rastreio. "O nosso objetivo é fazer a diferença na vida destas crianças.
Para muitas, esta é a única forma de obter um diagnóstico. Os nossos
alunos de 3.º ano ajudam no rastreio, supervisionados pelos
professores", adianta.
Δ
MJA |
28.Out.2021
ϟ
Avança regulamentação da profissão de transcritor e revisor de textos em
braille
Da
Agência Senado | 24/08/2021
Profissionais que transcrevem ou revisam textos em braile poderão ter
suas profissões regulamentadas a partir de agora (no Brasil). O
PLS 50/2017 foi aprovado, com duas emendas, pela Comissão de Assuntos
Sociais (CAS) nesta terça-feira (24). O projeto tem o objetivo de
valorizar o trabalho desses profissionais, considerados essenciais para
a vida de pessoas com deficiência visual que dependem da técnica para
ter acesso a conhecimento.
A proposta define que a produção de textos para fins culturais,
educacionais e comerciais deverá ter a participação obrigatória do
transcritor e do revisor de textos em braile. Também exige como formação
obrigatória para a profissão ensino médio completo e certificado de
habilitação expedido por órgãos oficiais ou reconhecidos pelo Ministério
da Educação, ou ainda ter exercido a profissão de transcritor ou revisor
por pelo menos três anos antes da promulgação da lei.
O autor do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), afirma que, ao elaborar
o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 2015), viu a
qualidade e a habilidade desses profissionais, o que o motivou a
elaborar a proposta para valorizar a profissão, que ainda não possui
regulamentação jurídica e inexiste no sistema legal brasileiro.
“Além de proteger os profissionais dedicados a esse trabalho
fundamental, a aprovação do presente projeto — e sua posterior conversão
em lei — representará, também, proteção para a sociedade, garantindo que
apenas os profissionais qualificados tenham acesso à profissão, em prol
da qualidade dos trabalhos de transcrição e revisão de textos em
braile”, argumenta Paim na justificação.
Para o relator, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), é oportuno e justo
oferecer aos transcritores e revisores de braile uma base jurídica para
sua regulamentação profissional.
— Estamos vendo cada vez mais no nosso país uma inclusão cada vez maior
e melhor das pessoas com deficiência. É uma política pública que deve
ser olhada com todo zelo e cuidado — reforçou o relator.
Emendas
Uma das emendas do relator mudou a carga horária de trabalho dos
profissionais. O texto original estabelecia jornada máxima de trabalho
de 6 horas diárias e 30 horas semanais, com intervalo de repouso de 10
minutos a cada 2 horas contínuas de trabalho. A alteração elimina a
previsão da jornada máxima de trabalho diária, mas mantém a garantia de
intervalo de repouso de 10 minutos a cada 2 horas contínuas de trabalho,
além da pausa para alimentação e repouso fixada pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452, de 1943).
A outra emenda eliminou a exigência de aprovação prévia em prova oficial
de certificação dos transcritores que tenham exercido o ofício por pelo
menos três anos antes da transformação do projeto em lei. O relator
afirma que isto não é possível pois a prova oficial ainda não foi
regulamentada.
“Até que isso aconteça boa parte desses profissionais ficaria fora do
mercado de trabalho, razão pela qual apresentamos emenda para corrigir
essa distorção”, explicou Nelsinho no parecer.
— Uma lei como essa naturalmente vai melhorando o espaço deles atuar na
sociedade — comemorou Paim.
Como foi aprovado em decisão terminativa, PLS 50/2017 será enviado
diretamente para a Câmara dos Deputados, a não ser que haja recurso para
votação pelo Plenário do Senado.
Fonte: Agência Senado
Δ
MJA |
8.Set.2021
ϟ
Pós graduação - Deficiência, Cidadania e Inclusão Social
ANDITEC
A pós-graduação em Deficiência, Cidadania e Inclusão Social, a
primeira do género em Portugal, visa proporcionar formação avançada,
interdisciplinar e abrangente sobre a situação das pessoas com
deficiência em Portugal e sobre modelos e respostas inovadoras, baseados
em direitos humanos, promotoras da inclusão social deste grupo. Neste
sentido, constituem objetivos específicos desta pós-graduação:
• Proporcionar a aquisição de competências teóricas que permitam o
aprofundamento de conhecimentos avançados sobre deficiência, direitos
humanos e inclusão social;
• Promover a apropriação de competências e ferramentas práticas nestas
temáticas;
• Desenvolver o entendimento da interdisciplinaridade da área da
deficiência;
• Desenvolver a análise crítica de forma orientada, fomentando o debate
e a partilha de experiências entre estudantes e docentes.
+ informações em
ANDITEC.
Δ
MJA |
7.Set.2021
ϟ
Exposição recria pinturas famosas para serem
sentidas pelos visitantes cegos
Reuters | 18 de Agosto de 2021 |
PÚBLICO
Exposição recria pinturas famosas para serem sentidas pelos visitantes
cegos — mas não é destinada exclusivamente a pessoas cegas. Todos os
visitantes são convidados a colocar os (outros) sentidos à prova.
Os visitantes de uma exposição nos Países Baixos, intitulada
Blind Spot, podem achar o nome pouco original – mas é suposto ser um
elogio. O Museu Central de Utrecht lançou o projecto este mês, numa
tentativa de tornar as suas ofertas mais acessíveis e agradáveis para
pessoas com deficiências visuais.
A exposição recria pinturas existentes, mas com dimensões extra, como
som e olfacto – o que inclui o cheiro a queijo apodrecido. E, pela
primeira vez, os visitantes do museu podem tocar nas obras. Pessoas com
visão também são incentivadas a participar, utilizando uma venda
enquanto experimentam os trabalhos, incluindo uma versão de 1610 de
Natureza Morta com Frutas, Nozes e Queijo, de Floris van Dyck.
“A primeira coisa que me surpreendeu foi o cheiro”, disse Farid el
Manssouri, que é cego, sorrindo depois de passar as mãos sobre queijo,
uvas e um rolo de pão que foram transformados em objectos reais a partir
da obra original de Van Dyck. “Eu consegui sentir o cheiro do queijo e
também toquei nele”, diz o visitante. El Manssouri questionou-se como a
mesa estava inclinada, mas a comida não caiu: “Foi realmente
surpreendente de sentir... Suponho que tenha sido muito bem colado.”
O artista Jasper Udink ten Cate e o designer Jeroen Prins explicam que a
ideia surgiu quando serviam comida para acompanhar uma obra de arte e
uma mulher cega que visitou a exposição ficou muito comovida. “Aquele
momento foi o ponto de partida”, diz Ten Cate. Steffie Maas, responsável
do museu para a inclusão, revela que Blind Spot foi uma experiência no
caminho para a melhoria, com mais acessibilidade e instalações tão
importantes quanto a exposição.
“Acho que é uma experiência incrível e é, a meu ver, bastante única nos
Países Baixos”, disse Bas Suurland, outro visitante do museu. “(A
experiência) activa outros sentidos, para além do visual.”
Δ
MJA |
23.Ago.2021
ϟ O
corrimão em Braille num miradouro de Itália que descreve aos cegos como
é a paisagem
NIT | Patrícia Naves | 19/08/2021
Existe há mais de quatro anos, mas chegou a todo o mundo e tornou-se
viral esta semana pelos melhores motivos. Em Nápoles, no Sul da Itália,
o Castelo de Santo Elmo viu nascer, em janeiro de 2017, um trabalho
inclusivo de um artista local, que consiste num enorme corrimão metálico
com inscrições em Braille que percorre todos os caminhos e escadarias da
sua Praça das Armas.
Segundo noticiava então o “Globo“, “Follow the Shape” é o nome do
trabalho do artista italiano Paolo Puddu, formado na Academia de Belas
Artes napolitana. Nesta fortaleza da Idade Média por onde passam
normalmente milhares de turistas todos os anos, a vista do topo da
colina é de 360 graus para toda a cidade e envolvente, com o imponente
Monte Vesúvio sempre por perto e no horizonte,
A iniciativa, que ganhou um concurso chamado “Uma obra para o castelo”,
cujo tema era “Apenas um olhar — relações e encontros”, permite a todos
os deficientes visuais que visitam o Santo Elmo que entendam toda a
história e paisagem, num momento a puxar ainda à poesia e à imaginação,
através da experiência de seguirem o corrimão com os seus dedos.
Nele estão então em braille breves descrições das vistas deslumbrantes
do castelo, bem como citações de poetas e autores em italiano e inglês,
nomeadamente frases do livro de 1919 “A Terra e o Homem”, do escritor
napolitano Giuseppe De Lorenzo.
Os leitores de braille são encorajados a “seguir a forma” à medida que
descobrem versos do romance.
Durante os primeiros quatro anos de vida, a importante iniciativa passou
despercebida a muitos, mas eis que em agosto de 2021 uma imagem da grade
do Castelo de St. Elmo se tornou viral.
Segundo noticiava a “Euronews” esta quarta-feira, 18 de agosto, tudo
começou como normalmente se iniciam estas histórias: alguém que reparou
no detalhe e o partilhou, e por algum motivo — o tema da inclusão, o
timing, o que seja — a imagem viralizou instantaneamente no Twitter e no
Instagram.
Além da descrição do corrimão, quem partilhou pedia “mais disto, por
favor”, o que poderá ter ajudado à dimensão que ganhou.
Segundo explicou entretanto à agência de noticias Dimitrios Buhalis,
professor da Universidade de Bournemouth, normalmente as “pessoas com
deficiência têm sido discriminadas e excluídas de muitas partes da
sociedade, especialmente de coisas que não são essenciais para a vida,
como o lazer”.
Por isso, este autor de vários livros sobre gestão de turismo acessível
acredita que os cidadãos precisam mudar sua atitude em relação à
inclusão e que passos como estes ajudam. “Muitas pessoas vêm como preto
ou branco, acessível ou não acessível … na realidade, nada é
absolutamente acessível a todos”, acrescenta.
Todas as pequenas intervenções são privilégios necessários para as
pessoas com deficiência, explica, sendo este corrimão um exemplo de uma
iniciativa com uma intervenção muito baixa em termos de custos mas que
na verdade “faz uma grande diferença para as pessoas que são cegas ou
amblíopes”.
Especulações de utilizadores no Twitter sugerem que o artista Paolo
Puddu decidiu ativamente não revelar o texto exato citado em braille
para aqueles que não podem lê-lo. Um esforço, pensam alguns, para negar
aqueles que já podem ver a vista deslumbrante de Nápoles com seus
próprios olhos.
Tal como noticiava em 2017, aquando da inauguração do corrimão, um
jornal napolitano, o próprio Castelo de Santo Elmo não é novo neste tipo
de iniciativas. Juntamente com o Museu Arqueológico Nacional,
Capodimonte e outros museus napolitanos, faz parte da rede “Nápoles nas
suas mãos”, um projeto sem grandes financiamentos mas que tem tido
“excelentes resultados”.
Nascido em dezembro de 2013, o memorando de entendimento reúne
universidades, espaços de arte e associações, com o objetivo de
incentivar a utilização do património cultural por pessoas com
deficiência. Assim, em cada um dos locais participantes da iniciativa,
são criados roteiros turísticos acessíveis.
Δ
MJA |
21.Ago.2021
ϟ Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência aprovada em
Conselho de Ministros
Agência Lusa
22 jul 2021 |
Observador
A Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025 foi
esta quinta-feira aprovada em Conselho de Ministros, tornando-se Portugal no
primeiro país europeu a fazê-lo depois da aprovação da estratégia europeia, em
março.
Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Inclusão das
Pessoas com Deficiência reconheceu que foi um processo difícil, mas salientou
que o documento está “finalmente” aprovado. “É oficial, está aprovado, há de
estar publicado em Diário da República, eu espero, dentro de uma semana”, disse
Ana Sofia Antunes.
Com a aprovação esta quinta-feira do documento, Portugal torna-se no primeiro
país europeu a aprovar uma estratégia nacional para as pessoas com deficiência,
depois de a estratégia europeia ter sido aprovada em março, no decorrer da
presidência portuguesa da União Europeia, algo que a secretária de Estado
valoriza pelo facto de mostrar que o trabalho está a ser feito e que o Governo
está “em cima dos acontecimentos“.
Ana Sofia Antunes sublinhou que Portugal não é o primeiro país a aprovar uma
estratégia, uma vez que outros países já o fizeram antes, apesar de agora terem
de ser revistas em função da nova estratégia europeia, algo que disse saber que
nenhum país tenha feito até à data.
A secretária de Estado lembrou que a estratégia esteve em consulta pública, da
qual recebeu 102 contributos, mas o documento “não é muito diferente“, uma vez
que foram feitos apenas “ajustes pontuais“.
A estratégia divide-se em oito eixos: cidadania, igualdade e não discriminação;
promoção de um ambiente inclusivo; educação e qualificação; trabalho, emprego e
formação profissional; promoção da autonomia e vida independente; medidas,
serviços e apoios sociais; cultura, desporto, turismo e lazer; conhecimento,
investigação, inovação e desenvolvimento.
Ana Sofia Antunes salientou algumas medidas e, por exemplo, em relação ao
primeiro ponto destacou a revisão da tabela nacional de incapacidades, frisando
que quer ter esse trabalho pronto até ao final do atual mandato, mas também a
obrigação de todos os ministérios em elaborar planos de inclusão para se
adaptarem às necessidades das pessoas com deficiência no contacto com os serviços
públicos.
Em matéria de educação, a estratégia prevê a criação de centros de recursos para
apoio a alunos com deficiência nas instituições de ensino superior, que ainda
não é uma realidade transversal. Segundo a secretária de Estado, o documento
prevê também a criação de uma linha de apoio, não só para melhorar a
acessibilidade à cultura, mas também para possibilitar que as pessoas com
deficiência façam parte da própria produção cultural.
De acordo com a responsável, não há um valor global de financiamento da
estratégia, estando apenas garantido para já o financiamento das medidas que
entrem em vigor em 2021, sendo as restantes aprovadas ano a ano e estando cada
entidade responsável por “garantir que a medida pela qual é responsável está
inscrita em orçamento e tem verba para ser executada“.
Ana Sofia Antunes disse ainda que a aprovação da estratégia nacional mostra que
há um governo que está mobilizado para trabalhar em prol das pessoas com
deficiência, com objetivos muito concretos para todas as áreas.
Δ
MJA |
27.Jul.2021
ϟ
Regime de quotas trava despedimento entre pessoas com deficiência
Human Resources | 29 Jun, 2021
Depois de três anos consecutivos a baixar, está a aumentar o número de
pessoas com incapacidade inscritas no Instituto de Emprego e Formação
Profissional. No final do ano passado, eram 13 420, mais 11,6% do que no
final do ano anterior (12 027), revela o Jornal de Notícias.
No entanto, o desemprego total, com e sem deficiência, subiu quase o
triplo (29,6%) no mesmo período, o que significa que entre os
deficientes não está a aumentar tanto.
De acordo com a publicação, de 2011 a 2016, o desemprego entre os
deficientes subiu sempre. Depois desse ano, até 2019, diminuiu. Com a
pandemia COVID-19, voltou a subir. A atenuar o efeito da subida do
desemprego está a lei das quotas de contratação de pessoas com
deficiência, que vai obrigar as médias e grandes empresas a contratar
colaboradores com incapacidade acima de 60%, até 2024 e 2023,
respectivamente.
Apesar de ter havido um aumento significativo da taxa de desemprego, as
pessoas com deficiência «acabaram por ter uma discriminação positiva com
a lei das quotas a aparecer nesta altura de pré-pandemia», constata
Maria João Figueiredo, coordenadora da delegação do Porto da Associação
Salvador, que trabalha na promoção de oportunidades de empregabilidade
inclusiva para pessoas com deficiência motora em declarações ao Jornal
de Notícias.
A responsável acrescenta que “o mercado está a mexer”, sobretudo devido
à lei das quotas, mas também porque muitas empresas já têm departamentos
de diversidade. Aliás, em 2020, muitos empresários debateram-se com o
dilema de terem de despedir trabalhadores devido à diminuição da
atividade económica, mas por outro lado terem de contratar cidadãos com
deficiência devido à lei das quotas.
Esta legislação entrou em vigor em Janeiro de 2019 e estabelece que as
empresas com 75 ou mais trabalhadores têm de admitir pelo menos 1% de
colaboradores com deficiência até Fevereiro de 2024. Já as empresas com
250 ou mais trabalhadores têm de ter 2% de colaboradores com deficiência
até Fevereiro de 2023. O incumprimento é punível com multas que variam
entre 612 euros e 9690 euros, consoante o volume de negócios da empresa.
Δ
MJA |
26.Jul.2021
ϟ
Projeto Honda: Sistema de navegação avançado facilita vida a pessoas com
deficiência visual
Redacção Autoportal | 20 jul 2021
A Honda anunciou em Tóquio o estabelecimento da Ashirase, Inc. É a
primeira start-up que veio do Ignition, o recente programa de criação de
novos negócios da marca.
O Ashirase é um sistema operativo de navegação avançado instalado em
calçado para ajudar os deficientes visuais a caminhar e, há por parte da
Honda a intenção de iniciar a venda até março de 2023.
Este sistema de navegação consiste numa aplicação para smartphone e
um dispositivo de vibração tridimensional que incluiu um sensor de
movimento dentro do calçado. Os vibradores estão alinhados com a camada
nervosa do pé o que permite sentir facilmente a vibração. A utilização
de um material macio na produção permite conforto na utilização diária.
Com base na rota definida o dispositivo vibra para fornecer os dados de
navegação: se o utilizador for em frente há um sinal vibratório e,
quando o mesmo se aproxima de uma curva, o vibrador do pé correspondente
dará a indicação do sentido, esquerda ou direita. O Ashirase pretende
uma compreensão intuitiva da rota sem a constante necessidade de
atenção, de modo que os utilizadores possam ter segurança e
independência.
Para conseguir orientar de uma forma precisa usa as informações do
movimento do pé juntamente com as do GNSS (Global Navigation Satellite
System).
Pessoas com deficiência visual podem desta forma usar as mãos para
segurar a bengala e, os outros sentidos para percecionar o ambiente.
No Japão estima-se que até 2030 as pessoas com deficiência visual,
incluindo as de baixa visão, atinja quase os 2 milhões de pessoas.
Até ao momento ainda não há mais informações sobre a possibilidade
destes equipamentos poderem vir a estar disponíveis em Portugal.
Δ
MJA |
25.Jul.2021
ϟ
Agência de emprego para deficientes recebe 1.400
candidaturas em menos de três meses
Agência Lusa |
Observador | 22 jul 2021
O projeto Valor T recebeu 1.400 candidaturas ao assumir-se como um
centro de emprego exclusivo na procura de ofertas de trabalho para
pessoas com deficiência, avaliando as suas capacidades.
Cerca de 1.400 pessoas com deficiência inscreveram-se na agência
Valor T à procura de um emprego em menos de três meses de existência, o
que representa uma média de quase 17 pessoas por dia.
A Valor T é um projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML),
desenvolvido em pareceria com o Instituto de Emprego e Formação
Profissional (IEFP) e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR),
que se assume como um centro de emprego exclusivo na procura de ofertas
de trabalho para pessoas com deficiência, avaliando as competências e as
características de cada candidato para encontrar o trabalho que melhor
se lhe adapte.
Qualquer pessoa com deficiência, seja ela motora, intelectual, visual ou
auditiva, e com interesse em tentar encontrar emprego através da Valor T
deve aceder à plataforma (www.valort.scml.pt) e inscrever-se.
Em declarações à agência Lusa, a responsável por esta unidade de missão
da SCML adiantou que desde o dia em que foi divulgada publicamente, a 01
de maio, a plataforma já recebeu cerca de 1.400 candidaturas, o que,
contas feitas, significa que, em média, 17 pessoas com deficiência por
dia fizeram essa inscrição.
“Não fazíamos ideia, abrindo a plataforma, de quantas pessoas se iriam
registar, mas o que aconteceu foi que efetivamente (…) passadas duas,
três semanas nós já tivéssemos cerca de 500 pessoas, número esse que foi
aumentando em cada semana e que fez com que, atualmente, nós tenhamos
cerca de 1.400 pessoas registadas na plataforma”, adiantou Vera Nunes,
salientando que a plataforma foi construída de raiz.
Sublinhou que o objetivo é procurar “a capacidade, do talento, do que a
pessoa tem de competências para exercer” e que é esse o foco do trabalho
que a equipa da SCML está a realizar.
A responsável apontou que desde o início era intenção ter uma plataforma
“muito acessível” para qualquer pessoa, fosse qual fosse a deficiência
que ela tivesse e que toda a gente conseguisse aceder em igualdade de
circunstâncias.
“O facto de em tão pouco tempo termos tantos registos é o primeiro
objetivo concretizado”, salientou, justificando esse fenómeno com a
vontade que as pessoas com deficiência têm em encontrar um trabalho.
De acordo com Vera Nunes, a fase atual é a de analisar candidaturas e
contactar as pessoas que se inscreveram, muitas vezes com recurso a
entrevistas remotas, ao mesmo tempo que estão a analisar os registos das
entidades empregadoras.
“Cerca de metade das pessoas registadas já estão numa fase de avaliação,
estamos agora a iniciar uma fase de dar continuidade ao processo de
conhecimento e avaliação das pessoas, mas sendo certo que já apoiamos
muitas centenas para passarem para esta fase da avaliação”, adiantou.
Entre as pessoas inscritas, “há uma maioria clara na deficiência
motora”, mas também “um registo muito substantivo na área da deficiência
visual, além de pessoas com deficiência intelectual ou casos de
deficiências adquiridas ao longo da vida.
A responsável acrescentou que dentro das cerca de 700 pessoas que já
iniciaram avaliação, a Valor T já fez o contacto com cerca de 200.
Relativamente às empresas, a responsável afirmou que tem havido uma
“muito boa recetividade” de diferentes grupos empresariais e de várias
áreas de negócio, desde a distribuição à hotelaria ou empresas de
Tecnologias de Informação ou seguradoras.
O número de empresas “vai crescendo todos os dias”, não só da parte de
“grandes grupos”, como pequenas e médias empresas, o que leva Vera Nunes
a apelar a todas as empresas a procurarem esta unidade de missão da SCML
para as ajudar “no caminho” da contratação de pessoas com deficiência.
“Temos cerca de cem empresas, e estou a falar de grupos que depois podem
ter dentro várias empresas”, revelou.
Vanda Nunes sublinhou ainda que o apoio da Valor T não termina na
contratação, sendo antes “um novo ponto de partida” para a integração
das pessoas e no apoio à entidade empregadora.
Por outro lado, a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com
Deficiência salientou que o apoio estatal é sobretudo visível através do
trabalho dos centros de recursos ao emprego e a consultoria do INR, por
exemplo no apoio a entrevistas a pessoas surdas ou cegas.
Ana Sofia Antunes disse esperar que esta ferramenta “permita a partir do
final do ano começar a ver os números das pessoas com deficiência
inscritas nos centros de emprego a decrescer“.
“Eles estiveram a decrescer sempre até 2019, em 2020 cresceu por razões
óbvias, e se eu conseguir ver novamente a tendência a inverter e no
final do ano tiver menos pessoas [desempregadas] do que tinha no final
de 2020, eu estarei contente”, afirmou.
Δ
MJA |
25.Jul.2021
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Teatro para todos
Visão | 20 Julho 2021
-
A Santa Casa da Misericórida de Lisboa apoia o Teatro Nacional D.
Maria II no seu projeto de se tornar um espaço acessível e com
oferta cultural inclusiva. Com acessos para pessoas com mobilidade
reduzida e sessões para públicos cegos, com dificuldades auditivas,
condições do espectro autista, entre outros, o teatro faz-se com
todos e para todos
O teatro é uma escola da condição humana. Não só nos ensina a viver,
como nos ensina a viver melhor. Disse-o Aristóteles e nós, 2300 anos
depois, continuamos a concordar. Sentados numa plateia aprendemos, por
exemplo, que matar o pai para casar com a mãe faz mal à saúde. Que uma
vida de ganância dá direito a bilhete de ida num ferryboat que só pára
no Inferno. Ou que ter vingança a correr nas veias em vez de sangue
desgasta o próprio mais do que o alvo.
E se saber viver é algo de essencial para todos, então o teatro tem de
ser para todos e só se faz com todos. Razão pela qual a Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa (SCML) apoia e patrocina o Teatro Nacional D.
Maria II (TNDM II) no projeto de se tornar um espaço cultural totalmente
inclusivo. Com este apoio foi possível garantir, por exemplo, que todas
as áreas do edifício são acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida.
Um feito considerável para um edifício inaugurado em 1846.
E não foi apenas o espaço físico que se tornou mais acessível, mas
também a oferta cultural. O TNDM II tem sessões regulares com
audiodescrição para o público cego ou com deficiência visual. E para que
as pessoas se sintam mais confortáveis, uma hora antes da sessão é
organizado um momento de reconhecimento do espaço e aproximação tátil à
cenografia e figurinos, assim como um encontro com os atores. O teatro
disponibiliza também sessões com interpretação em Língua Gestual
Portuguesa, para o público surdo ou com deficiência auditiva.
Consciente da sua missão de serviço público, o TNDM II oferece aquilo a
que chama Sessões Descontraídas — com uma atmosfera mais acolhedora e
tolerante no que diz respeito a movimento e barulho na plateia –
destinadas, por exemplo, a famílias com elementos com défice de atenção,
com deficiência intelectual, com condições do espectro autista ou com
deficiências sensoriais, sociais ou de comunicação.
O patrocínio da SCML permite também que o TNDM II seja sensível à
acessibilidade económica, com descontos de bilheteira para
desempregados, jovens até aos 30 anos, seniores e grupos escolares –
estes últimos contam com bilhetes a 4 euros, com redução para 1 euro no
caso de situações de carência socioeconómica, reportada pelo professor
acompanhante.
Não foram esquecidos os públicos desprotegidos, como adultos com
percursos de exclusão, públicos jovens em situação de risco, abandono ou
negligência e ainda crianças e jovens em regime de internamento, para
quem o teatro faz sessões regulares dedicadas.
Δ
MJA |
24.Jul.2021
ϟ
Conferência Mundial da Cegueira 2021
Madrid | 28 a 30 de junho 2021
Mapfre News
Neste encontro, organizado pelo Grupo Social ONZE e promovido pela
UMC (União Mundial de Cegos) e o ICEVI (Conselho Internacional de
Educadores de Pessoas com Deficiência Visual), mais de 1.000 pessoas
cegas e com deficiência visual grave, oriundas de aproximadamente 190
países, participaram para falar de uma nova abordagem inclusiva e
inovadora e partilharam experiências e práticas desenvolvidas.
O World Blindness Summit organiza espaços, workshops, palestras e
debates onde as temáticas se centram nos desafios encontrados e o
trabalho necessário desenvolver para garantir que as pessoas com
cegueira possam participar plenamente em qualquer aspeto do
desenvolvimento da vida.
Nesta edição a Fundação MAPFRE esteve presente em três mesas redondas
moderadas por Fernando Riaño, diretor de Relações Institucionais e
Sustentabilidade do Grupo social ONZE:
Colaborações
estratégicas como parte fundamental do movimento das pessoas com
deficiência
Sessão destinada a sublinhar que a deficiência, como um tema
diretamente ligado aos Direitos Humanos, faz parte da agenda global da
Sustentabilidade e faz parte dos denominados critérios ASG (ambientais,
sociais e de boa gestão).
Participação: Anastasia de las Peñas,
Diretora de Experiência
Responsabilidade social e organizações de
pessoas com deficiência
Reunião de ideias e iniciativas que ajudem a
canalizar o desafio da melhor forma possível, bem como vários casos com
melhores práticas ou iniciativas de referência, tanto na agenda local
como global, e que ajudem todas as organizações a entender melhor as
oportunidades que a agenda oferece.
Participação: Clara Bazán, Diretora de Seguro e Providência Social da
Fundação MAPFRE
Responsabilidade social e liderança,
colaboração do setor privado e as organizações de pessoas com
deficiência
Este webinar/workshop teve como objetivo promover e partilhar boas
práticas das alianças estratégicas para a defesa dos nossos direitos e
de como melhorar as relações com as instituições públicas e privadas.
Participação: Daniel Restrepo, Diretor de Ação Social da Fundação MAPFRE
fonte: Fundação MAPFRE
Δ
MJA |
20.Jul.2021
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Guterres aborda inclusão na Cúpula da Cegueira Madrid 2021
Nações Unidas .
UNRIC | 17 Julho 2021
A capital de Espanha acolhe a partir desta segunda-feira a Cúpula da
Cegueira Madrid 2021. De forma presencial ou virtual, mais de 3,5 mil
participantes debaterão temas sobre deficiência visual incluindo o
secretário-geral da ONU.
António Guterres abordará a meta de inclusão de pessoas com deficiência
visual, prevista nos Objetivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento
Sustentável.
Novas tecnologias
Os organizadores preveem que “a maior cimeira global sobre a cegueira
da história” reúna desafios e inquietações de 285 milhões de cegos de
todo o mundo. Entre os pontos a serem levantados estão o acesso às
necessidades básicas de higiene e saúde, os direitos e a inclusão de
novas tecnologias.
Em 2020, o evento da União Mundial de Cegos, UMC, e da Plataforma
Educativa Internacional de Pessoas Cegas, Icevi, foi adiado por causa da
pandemia.
Até esta quarta-feira, a interação junta representantes de 190 países,
em nome de 200 organizações com mais de 300 milhões de membros.
Eles sofrem problemas visuais ou adquiriram deficiências geralmente em
acidentes ou catástrofes.
Crianças
O centro dos debates em torno do lema “Aos olhos de todos” serão
questões relacionadas com a educação do grupo, num mundo onde mais de
metade das crianças cegas não têm acesso ao setor.
Estas barreiras, limitam a participação plena do grupo em áreas
essenciais como formação, emprego, autonomia, tecnologia, leitura,
cultura e desporto que carecem de maior integração de pessoas com
deficiência visual.
A cúpula de Madrid será antecedida de 17 eventos e 45 conferências sobre
o tema.
fonte:
https://unric.org/pt
Δ
MJA |
19.Jul.2021
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Mundo a 3D, “as mãos são os olhos de quem não vê”
SICnoticias.pt | 15 Julho 2021
Contribuir para a inclusão da pessoa deficiente visual na sociedade é o
principal objetivo do projeto “Mundo a 3D” promovido pela Associação dos
Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Para aumentar a informação e o acesso à cultura das pessoas com
deficiência visual, a ACAPO recorre a moldes tridimensionais de
monumentos, imagens, fotografias e objetos, com uma vertente lúdica e
educativa. É o projeto “Mundo a 3D” alargado a escolas, universidades,
entidades públicas, privadas e particulares, “desmistificando a temática
da deficiência visual na sociedade”, explica João Lourenço, diretor do
Centro de Produção Documental da associação.
Considerando que nem só pela visão se conhece o mundo, este projeto
pretende “dotar de conhecimento tátil o que se encontra presente no meio
envolvente, contribuindo para o desenvolvimento social.”
Neste âmbito, serão apresentados pelas delegações da ACAPO e/ou
entidades parceiras, a produção dos monumentos nacionais, procurando ao
mesmo tempo sensibilizar escolas, universidades, lares e infantários. “O
recurso ao 3D é, assim, uma ferramenta importante para o apoio social
desenvolvido pela Instituição, seja nas atividades de vida diária ou
intervenção precoce”, diz João Lourenço. “Pretendemos assim, que este
projeto seja uma resposta complementar ao trabalho das nossas equipas
multidisciplinares e que apoie a inclusão das pessoas com deficiência”,
potenciando o trabalho em rede.
Tornar acessível o que não é
A ideia nasceu no verão de 2015, no Centro de Produção Documental, numa
altura em que se falava muito do potencial das máquinas 3D, fruto do
“trabalho diário da ACAPO, em tornar acessível o que não é, em dar a
conhecer o país e o mundo pelo tato, em vez de ser com os olhos”,
sublinha o responsável da associação.
Hoje, a atividade da ACAPO desenvolve-se em 13 delegações distribuídas
pelo país, 10 das quais com equipas técnicas, envolvendo 150
colaboradores.
É um trabalho que recebe apoios do Estado, através de acordos atípicos,
de programas de financiamento a projetos (públicos e privados).
Com o surgimento da pandemia, não foi fácil prosseguir com o projeto,
sobretudo no início. “O nosso pensamento recaía sobre proteger a nossa
população o mais possível à exposição do vírus. Numa altura em que se
falava em distanciamento social, etiqueta respiratória, em lavar as mãos
e desinfetar com frequência, queríamos era explicar aos nossos
associados e utentes que cuidados deviam ter, uma vez que as mãos são os
olhos de quem não vê”, diz João Lourenço.
As novas medidas para conter a propagação da covid-19, como o
distanciamento social, colocaram limitações ao trabalho da ACAPO, ao
nível da reabilitação com o associados/utente, esclarece.
Os planos para o futuro são, contudo, “sempre muitos, e diários”. E o
que agora mais “enche o coração” dos membros da ACAPO, é a recuperação
do edifício da Rua de São José, em Lisboa que pretendem reabilitar e
tornar um exemplo quanto às acessibilidades físicas e tecnologias para
pessoas com deficiência visual.
fonte:
https://sicnoticias.pt/
Δ
MJA |
19.Jul.2021
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Lei das quotas evitou desemprego acentuado em pessoas com deficiência
Expresso
| 29 Junho 2021
Durante três anos o número de desempregados inscritos no Instituto de
Emprego e Formação Profissional (IEFP) com incapacidade estava a
diminuir, mas o cenário alterou-se em 2020. No final do ano passado,
havia 13.420 pessoas com deficiência inscritas, mais 11,6% do que em
2019. Segundo o “Jornal de Notícias", a lei das quotas evitou uma maior
subida.
A taxa de desemprego aumentou, mas as pessoas com deficiência “acabaram
por ter uma discriminação positiva com a lei das quotas a aparecer nesta
altura da pré-pandemia”, conclui a coordenadora da delegação do Porto da
Associação Salvador, Maria João Figueiredo. A responsável acrescenta que
“o mercado está a mexer”.
A lei obriga as médias e grandes empresas a contratar funcionários com
incapacidade acima de 60%. As empresas com 75 ou mais trabalhadores têm
de admitir pelo menos 1% dos funcionários com deficiência até fevereiro
de 2024 e as empresas com 250 ou mais trabalhadores têm de ter 2% dos
funcionários com incapacidade até fevereiro de 2023. O incumprimento da
lei que entrou em vigor em janeiro de 2019 pode resultar em multas que
variam entre os 612 euros e os 9690 euros.
Δ
MJA |
30.Jun.2021
ϟ
Confinamento abriu portas à miopia. Incidência disparou
40% em crianças e jovens
Expresso
| André Manuel Correia | 17 Junho 2021
O cenário é turvo e a Organização
Mundial da Saúde estima que metade da população global será míope em
2050. Em declarações ao Expresso, o oftalmologista Pedro Menéres, membro
da direção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, adverte para o
crescimento da miopia em grau e para o aumento da incidência deste tipo
de erro refrativo em idades cada vez mais precoces
Entre 2019 e 2020, dispararam os casos de miopia entre crianças e
jovens, dos cinco aos 18 anos. Trata-se apenas de mais um dos efeitos
secundários da pandemia. É que, bem vistas as coisas, a incidência média
deste tipo de erro refrativo cresceu 40% durante o confinamento, período
que abriu as portas a uma tendência já turva, causada pela escassez de
luz natural de que os olhos tanto precisam.
Entrincheirados em casa, com escolas e parques trancados durante meses,
o isolamento instalou-se entre os mais novos, focados ainda mais nos
ecrãs, frequentemente acompanhados na solidão pelos computadores e
smartphones, ao mesmo tempo que perderam conexão com atividades ao ar
livre, ficando privados de uma dose de exposição solar essencial que,
quando bem doseada, permite evitar problemas degenerativos da retina.
A conclusão é de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS),
baseado em pesquisas recentes efetuadas por diferentes universidades da
China, do Canadá e de vários países da América Latina. Os resultados
destas investigações, publicados na revista científica “The Lancet”,
confluem num ponto: a principal razão para a proliferação desta
patologia durante o último ano foi a falta de luz solar,
transportadora de dopamina para a retina, substância que evita que o
globo ocular se torne mais longo. E, no futuro, o cenário pode ficar
muito mais sombrio: a OMS estima que metade da população global será
míope em 2050.
Em declarações ao Expresso, o oftalmologista Pedro Menéres adverte que
“a remoção de horas ao ar livre a crianças e jovens — que estão em
crescimento e é quando a miopia tem mais potencial de variação — tem
certamente um grande risco” que “ainda terá de ser medido a longo
prazo”. Certo é que, acrescenta, “assistimos a um crescimento de miopia
em grau e a um aumento da incidência cada vez mais cedo”.
Para o diretor do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar
Universitário do Porto, o crescimento da prevalência “já se fazia sentir
antes do confinamento” com “um aumento da incidência da miopia durante
os últimos anos nas sociedades ocidentais”.
Pensa-se, diz o especialista, que “essa tendência está relacionada com
atividades de distância curta, ao computador, com maior intensidade”.
Contudo, reconhece, “com a pandemia há o receio de que possa piorar, uma
vez que atividades com menor luz externa condicionam essa probabilidade”
de desenvolver miopia.
O também membro da direção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia deixa
o conselho “para que as famílias cuidem das crianças e jovens que estão
em maior risco, no sentido de estimular o aproveitamento das atividades
ao ar livre e reduzir a exposição aos ecrãs”.
Na opinião do professor de Oftalmologia no Instituto de Ciências
Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, tudo se trata
de uma questão de equilíbrio. “O sol em excesso sempre nos preocupou
porque pode, ao longo dos anos, provocar danos na retina, por ser uma
camada extremamente sensível do olho. Mas, tal como em tudo, os extremos
nunca são bons conselheiros”. Por outras palavras, as do especialista,
“percebeu-se que as pessoas que não têm exposição solar suficiente podem
ter uma maior probabilidade” de desenvolver miopia. “A luz natural acaba
por ser um estímulo e, até determinado ponto, um fator protetor para o
olho (ou globo ocular) que está a crescer nas primeiras décadas de
vida”.
O confinamento transformou os lares portugueses em salas de aula, mas
“há muitas situações em que as condições de habitação não são as
melhores e não ajudam”, defende o presidente da Confederação Nacional
das Associações de Pais (CONFAP). “Muitas crianças vivem nas condições
possíveis que os pais lhes podem oferecer com rendimentos tão baixos e
que muitos até perderam”, frisa Jorge Ascenção ao Expresso.
“Para que as crianças ao estudarem em casa tivessem a luminosidade mais
indicada, seria preciso que tivessem um espaço próprio, que muitas vezes
não existe”, aponta o dirigente da CONFAP.
Até mesmo na escola é preciso ter mais atenção, pede Jorge Ascenção: “As
crianças, muitas vezes, andam à procura de um lugar na sala e ninguém se
apercebe que isso acontece porque veem mal ao longe”. E, concluindo,
assevera que “outras que têm dificuldades na leitura, que os professores
julgam terem dificuldades de aprendizagem, na verdade têm dificuldades
na visão”.
Δ
MJA |
17.Jun.2021
ϟ Governo
cria equipas para avaliar atribuição de apoios a crianças com
deficiência
MadreMedia/Lusa
| 26 mai 2021
O Governo decidiu criar equipas multidisciplinares de avaliação
médico-pedagógica para a atribuição de apoio financeiro a crianças
com deficiência e decidiu também rever, até ao final do ano, os
critérios de atribuição da bonificação por deficiência.
Os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS)
e da Saúde definiram novas regras relativas à atribuição de apoio às
famílias com crianças até aos 10 anos (inclusivé) com deficiência que
foram hoje publicadas em Diário da República.
Uma das novidades é a criação de equipas multidisciplinares, segundo um
despacho conjunto dos gabinetes do Secretário de Estado da Segurança
Social e da Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com
Deficiência.
Estas equipas vão determinar se as crianças têm direito à Bonificação
por Deficiência, procedendo à avaliação da deficiência das crianças e
jovens quanto à perda, por anomalia congénita ou adquirida, de estrutura
ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica.
Estas equipas são compostas por "dois médicos do Sistema de Verificação
de Incapacidades (SVI), propostos pelo assessor técnico de coordenação
(ATC), e um elemento da área de Desenvolvimento Social do Instituto da
Segurança Social com experiência na área da deficiência", explica o
gabinete do MTSSS em comunicado enviado hoje para a Lusa.
Cabe às equipas elaborar um relatório "com conclusões devidamente
fundamentadas de cada situação avaliada”, acrescenta.
A Bonificação por Deficiência pode ser requerida pela primeira vez para
crianças até 10 anos (inclusive), com um valor mensal que varia entre 63
e 85 euros mensais.
Segundo o diploma hoje publicado, não são alteradas as condições de
manutenção dos atuais beneficiários da Bonificação por Deficiência, nem
para quem é titular desde data anterior a outubro de 2019.
Até ao final do ano, serão definidos novos critérios para a atribuição
da bonificação por deficiência a crianças até 10 anos (inclusive),
segundo uma portaria da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, Ana Mendes Godinho, e do secretário de Estado Adjunto e da
Saúde, António Lacerda Sales.
Esta é uma tarefa que caberá à Direção-Geral da Saúde (DGS) que tem como
prazo limite o dia 31 de dezembro de 2021.
Segundo a portaria, a DGS vai definir os referenciais e instrumentos
adequados à aferição do impacto da deficiência no desenvolvimento da
criança e que necessite de apoio individualizado pedagógico e ou de
apoio terapêutico, atentas as especificidades dos diversos tipos de
deficiência e das multideficiências.
A certificação da deficiência será feita em modelo próprio, aprovado
pela Direção-Geral de Segurança Social.
Até à definição e publicação desses referenciais pela DGS, a verificação
das condições de atribuição inicial da bonificação por deficiência será
feita pelas equipas multidisciplinares de avaliação médico-pedagógica.
Δ
MJA |
26.Mai.2021
ϟ
Melhorias nos edifícios e uma nova plataforma. PRR tem 45 milhões para
ajudar pessoas com deficiência
Maria Campos ZAP | 13 Maio, 2021
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem 45 milhões de euros
para acelerar as acessibilidades físicas para pessoas com deficiência ou
incapacidades.
Na terceira componente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)
disponibilizado pelo Governo, lê-se que estão previstos 25 milhões de
euros para criar acessibilidades nos espaços públicos de circulação e
mobilidade, 10 milhões para o fazer em edifícios públicos e outros 10
milhões em habitações.
“O espaço público, sobretudo nos centros históricos, carece de
intervenções. Os serviços públicos, na sua generalidade, encontram-se
instalados em edifícios que refletem as décadas em que as
acessibilidades não integravam a lista de preocupações das agendas
política, técnica, económica e social. O parque habitacional apresenta a
mesma falta de atenção”, lê-se no documento citado pelo jornal Público.
O Governo tem três programas em mente: um Programa de Intervenção nas
Vias Públicas que tem por meta 200 mil metros quadrados; um Programa de
Intervenção nos Edifícios Públicos que tem por meta 1.500 edifícios; e
um Programa de Intervenção em Habitações que tem por meta mil
habitações.
“No caso de melhorias em habitações particulares de pessoas com
deficiência ou incapacidade, caso a habitação seja arrendada, serão
aplicadas as regras do regulamento de minimis ao proprietário da
habitação” – ajudas de reduzido valor concedidas a uma empresa.
“Sempre que aplicável, as regras de contratação pública serão
integralmente cumpridas na contratação de fornecimento de bens e
prestação de serviços junto de entidades terceiras, impedindo qualquer
auxílio de Estado a jusante.”
Além das melhorias físicas dos edifícios, o Governo quer ainda
combate a falta de informação, que “tem sido um dos principais fatores
de exclusão destas pessoas”. “Muitas, por falta de informação, optam por
não se deslocar e/ou tentar entrar nos edifícios, incluindo aqueles onde
se localizam serviços públicos”.
Assim, segundo o plano, a futura plataforma + Acesso deverá congregar
um conjunto de informações, incluindo recursos, medidas de apoio,
legislação em vigor, e permitirá a consulta de informação
georreferenciada de imóveis públicos e privados, com indicação das
características de acessibilidade em espaços exteriores e interiores.
A plataforma deverá conter ainda informação sobre lugares de
estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida, com informação
atualizada sobre a sua ocupação.
Por fim, haverá um “serviço de call-center capaz de assegurar a
comunicação em tempo real, com recurso à interpretação de língua gestual
portuguesa”.
Δ
MJA |
25.Mai.2021
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Com terapia genética, paciente cego recupera
visão parcialmente
por AFP |
24/05/2021
Um homem de 58 anos cego por uma doença genética degenerativa
conseguiu recuperar parcialmente a visão, graças a uma técnica inovadora
que combina terapia optogenética e estimulação luminosa.
É a primeira vez que esta técnica, denominada optogenética, permite
obter a recuperação parcial da função visual, afirmam os pesquisadores
deste ensaio clínico, que envolveu equipes francesas, suíças e
americanas.
O paciente no estudo sofre de retinopatia pigmentosa, uma doença
genética degenerativa do olho que destrói as células fotorreceptoras da
retina. Isso leva a uma perda progressiva da visão que, em geral, evolui
para a cegueira.
Se, antes, ele conseguia perceber apenas a presença de luz, a terapia
permitiu que, agora, ele localize e toque em objetos, de acordo com o
estudo publicado na revista Nature Medicine nesta segunda-feira (24).
Na visão normal, os fotorreceptores da retina usam proteínas capazes
de reagir à energia da luz, as opsinas, que fornecem informações visuais
ao cérebro por meio do nervo óptico.
Para restaurar a sensibilidade à luz, o paciente recebeu uma injeção
com o gene que codifica uma dessas proteínas, chamado ChrimsonR, o qual
detecta a luz âmbar, descreve o estudo.
Caderno grande, caixa pequena
Quase cinco meses depois de receber a injeção, para dar ao corpo
tempo de produzir essa proteína em quantidade suficiente, ele realizou
diversos exercícios, munido de óculos com câmera.
Projetado para a ocasião pelos pesquisadores, estes óculos permitiram
projetar imagens de cor âmbar na retina do paciente.
"Sete meses depois, o paciente começou a relatar sinais de melhora
visual", explicam em nota o Instituto de Visão (Universidade
Sorbonne/Inserm/CNRS) e o Hospital parisiense de Quinze-Vingts,
especializado em oftalmologia.
"Com a ajuda dos óculos, ele agora pode localizar, contar e tocar nos
objetos".
Em um primeiro teste, que consistiu em perceber, localizar e tocar em um
grande livro e em uma pequena caixa de grampos, ele conseguiu tocar no
livro em 92% dos casos e, no caso da caixa, em 36% dos testes.
Um segundo exercício que consiste em contar copos em uma mesa teve
sucesso quase duas em cada três vezes (63%).
Para o terceiro teste, um copo era colocado, ou retirado, alternadamente
da mesa, e o paciente tinha de apertar um botão, indicando se estava
presente, ou ausente. Enquanto isso, sua atividade cerebral era medida
por meio de um capacete de eletrodos.
Um software que interpretou os registros dos eletrodos foi capaz de
dizer, com uma precisão de 78%, se o copo estava presente, ou não,
confirmando "que a atividade cerebral está, de fato, ligada à presença
de um objeto e, portanto, a retina não é mais cega", explicou o
professor Botond Roska, um dos pesquisadores à frente do estudo.
Uma pessoa a cada 3,5 mil
"Se a optogenética, técnica que já existe há 20 anos, revolucionou a
pesquisa fundamental em neurociência (...), esta é a primeira vez,
internacionalmente, que essa abordagem inovadora é usada em humanos e
que seus benefícios clínicos são demonstrados", destacam as duas
organizações francesas, que realizaram o ensaio clínico em associação
com a Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos), o Instituto de
Oftalmologia Molecular e Clínica de Basel (Suíça), a empresa Streetlab e
a francesa GenSight Biologics.
A retinopatia, ou retinite pigmentosa, afeta uma em cada 3.500 pessoas,
segundo o banco de dados Orphanet, e pode começar em qualquer idade. A
faixa etária de maior frequência de ocorrência é entre 10 e 30 anos.
Os genes responsáveis são muito numerosos, mas certas mutações são,
frequentemente, encontradas em pessoas com a doença.
"Cegos com diferentes tipos de doenças neurodegenerativas de
fotorreceptores", mas retendo "um nervo óptico funcional", serão
"potencialmente elegíveis para tratamento", afirma o professor
José-Alain Sahel, fundador em 2009 do Instituto de Visão, dedicado às
doenças retinais.
"Levará algum tempo até que esta terapia possa ser oferecida", ressalta.
Especializada em terapias genéticas para o tratamento de doenças
neurodegenerativas da retina, a Gensight Biologics "pretende lançar, em
breve, um ensaio de fase 3 para confirmar a eficácia desta abordagem
terapêutica", acrescenta.
Δ
MJA |
25.Mai.2021
ϟ
AAC exige no Parlamento mais camas e acessibilidades
para estudantes com deficiência
Notícias de Coimbra | 12 de Maio de 2021
A Associação Académica de Coimbra
exigiu hoje, na Assembleia da República, o aumento de camas em
residências universitárias aptas para estudantes com deficiência, duran
a participação numa comissão parlamentar onde também defendeu melhores
condições de acessibilidade às infraestruturas de ensino superior.
A Associação Académica de Coimbra interveio durante a manhã de hoje
na Audição Parlamentar sobre Desafios de Educação Inclusiva no Ensino
Superior promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência,
Juventude e Desporto.
A AAC assinalou a importância de uma revisão do Plano Nacional para o
Alojamento no Ensino Superior que reconheça a necessidade de aumentar o
número de camas adaptadas a estudantes portadores de deficiência.
“Consideramos fundamental que seja estabelecida uma percentagem mínima
destas camas nas residências universitárias construídas e que este Plano
do Governo seja o mecanismo fundamental na resposta do Estado à
necessidade de adaptar as Academias a todos os estudantes”, disse o
presidente da AAC, João Assunção.
O líder estudantil defendeu ainda o aumento do orçamento público para
que as Instituições de Ensino Superior melhorem as condições de
acessibilidade das suas infra-estruturas, bem como a implementação de
uma formação pedagógica obrigatória para docentes, particularmente
importante para fomentar os recursos de ensino-aprendizagem para
Estudantes com necessidades educativas especiais.
“Este pacote de medidas anunciado pela AAC procura responder aos
desafios que o Ensino Superior português enfrenta na promoção de uma
educação inclusiva, sem limitações de acesso e capaz de ser um pilar
fundamental do desenvolvimento de todos os indivíduos. Enquanto houver
colegas impedidos de entrar nas salas de aula, de ter o acompanhamento
pedagógico necessário para o seu sucesso académico e o acesso a uma
habitação digna, não estará plenamente cumprido o princípio da igualdade
de oportunidades.”, remata João Assunção.
Δ
MJA |
20.Mai.2021
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Pessoas com deficiência já têm agência específica para emprego
Notícias ao Minuto
LUSA | 01/05/21
Todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência vão poder procurar emprego
através da Valor T, uma nova agência que junta empresas e setor social, que
arranca hoje na procura de um trabalho estável e digno.
A apresentação do projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML),
desenvolvido em pareceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional
(IEFP) e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), acontece no Dia do
Trabalhador e, segundo o provedor da SCML, não é por acaso.
"Não é uma coincidência de calendário, é porque queremos de facto dar este
grande tom de que qualquer pessoa tem direito, independentemente das suas
dificuldades, mas em função das suas capacidades, a desenvolver percursos de
trabalho estáveis, [ter um] trabalho digno e no mercado de trabalho regular",
destacou Edmundo Martinho.
A Valor T assume-se como a nova unidade de missão da SCML, funcionando como um
centro de emprego exclusivo na procura de ofertas de trabalho para pessoas com
deficiência, avaliando as competências e as características de cada candidato
para encontrar o trabalho que melhor se lhe adapte.
De acordo com o provedor da SCML, quem esteja interessado em tentar encontrar
emprego através da Valor T deve aceder à plataforma (www.valort.scml.pt),
preencher os campos que permitem definir o seu perfil, entre competências
escolares, profissionais, formações, expectativas em relação ao tipo de
trabalho, que limitações tem, e depois aguardar.
"Contactaremos todas as pessoas para perceber se temos todos os elementos que
são necessários, se há necessidade de fazer formações adicionais e sobretudo
[para] passarmos ao ataque, de dizermos junto das empresas, e em tudo quanto
sejam espaços de anúncio de ofertas de trabalho, (...) as candidaturas de
pessoas que correspondam às expectativas das entidades empregadoras", explicou
Edmundo Martinho.
O projeto é de âmbito nacional e para todas as pessoas com deficiência,
independentemente do tipo de deficiência ou limitação que tenham, não sendo
necessária a apresentação do atestado médico de incapacidade multiúsos.
"Não queremos barreiras nenhumas à entrada, o que não significa dizer que com o
decurso do processo não se possa compreender que nem em todas as situações são
muito fáceis de encontrar uma solução profissional", sublinhou.
Acrescentou que a SCML tem tido ofertas de trabalho em que algumas deficiências
intelectuais se adequam ao ponto de terem "práticas profissionais excecionais",
sendo importante, por isso, "adequar aquilo que é a procura de um posto de
trabalho àquilo que são as condições que a pessoa tem, as capacidades que tem e
as qualificações que tiver.
Edmundo Martinho sublinhou que se trata de um projeto assente em três pilares:
as pessoas -- "o mais importante" --, as entidades empregadoras, sejam empresas,
municípios ou outras entidades, e as instituições que, no país, fazem trabalho
de acompanhamento, através dos serviços dos centros de emprego ou os centros de
recursos das instituições de solidariedade social que apoiam as pessoas com
deficiência em todo o território nacional.
Uma tríade que faz o provedor da SCML acreditar que este é um projeto que poderá
alcançar bons resultados, uma expectativa partilhada pela secretária de Estado
para a Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Em declarações à Lusa, Ana Sofia Antunes admitiu que este pode ser um primeiro
passo na procura de um emprego, salientando que a grande novidade e vantagem
está no facto de criar uma ferramenta de âmbito nacional que ajudará a chegar às
grandes empresas e por "toda a gente a trabalhar em conjunto", nomeadamente com
os 61 centros de recursos, em vez de "estar a trabalhar cada um por si".
"A minha expectativa é que consigamos em alguns meses ter um conjunto
substancial de inscritos na plataforma e começar a ver situações práticas de
colocações a acontecer e acho que quando começarmos a divulgar essas colocações,
isto pode ter um efeito de contaminação", defendeu a secretária de Estado.
Ana Sofia Antunes disse estar "disponível e muito mobilizada" para fazer esta
divulgação por todo o lado, nas empresas ou nos centros de recursos, "para que
isto comece de facto a mexer".
A agência Valor T conta já com a participação de 56 entidades, tanto de âmbito
nacional, como regional ou local, além das empresas El Corte Inglés, Grupo
Jerónimo Martins, Santander Totta, Grupo Sonae, Auchan, Altice e Nova Base.
A apresentação acontece hoje, a partir das 16:00, e tem o contributo do
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cuja mensagem será exibida em
vídeo.
Δ
MJA |
2.Mai.2021
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AR recomenda apresentar reforma das pessoas
com deficiência com urgência
Notícias ao Minuto
LUSA | 29/04/21
A Assembleia da República recomendou ao Governo que apresente com
urgência o estudo sobre as condições de acesso das pessoas com
deficiência à reforma antecipada, que deveria ter sido entregue em
finais de março.
A recomendação data de 25 de março, mas foi hoje publicada em Diário da
República e nela o parlamento recomenda ao Governo que "apresente, com
caráter de urgência, o estudo relativo à definição das condições de
acesso à reforma antecipada para as pessoas com deficiência".
Pede também que nesse estudo o Governo defina "as várias hipóteses de
acesso à reforma, resultantes das diversas combinações das diferentes
variáveis, assim como a quantificação financeira das múltiplas
possibilidades".
Em março, no âmbito de uma audição regimental da equipa ministerial do
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a secretária
de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência garantia que o
documento seria entregue até ao dia 26 de março.
Já em abril, o Partido Social Democrata (PSD) questionou o Governo sobre
quando tencionava apresentar o relatório, apontando um "atraso" de
quatro meses, e acusando o executivo de "continuar a falhar" nesta área.
Na altura, os sociais-democratas lembraram que já apresentaram uma
resolução sobre o tema, aprovado por unanimidade no parlamento, para que
o relatório fosse apresentado com caráter de urgência.
O relatório preliminar do Governo, a que a Lusa teve acesso em meados de
fevereiro, prevê pensões até 949 euros, mas remete o impacto na despesa
para a versão final, admitindo poder haver subestimação.
O relatório diz respeito a pessoas com deficiência de idade igual ou
superior a 55 anos e que tenham uma carreira contributiva de, pelo
menos, 20 anos, dos quais, pelo menos, 15 com uma incapacidade igual ou
superior a 60%, lê-se no documento.
Esta versão do estudo foi debatida a 17 de fevereiro com as organizações
representativas das pessoas com deficiência.
Em análise estão três cenários, o primeiro sobre os "beneficiários que,
aos 55 anos de idade, tenham 20 anos de registo de remunerações
relevantes para o cálculo da pensão, 15 dos quais correspondam a uma
incapacidade igual ou superior a 60% e têm acesso à pensão antecipada
sem penalizações".
No cenário dois, "o objetivo é possibilitar a reforma a partir dos 60
anos, aproximando-se, de modo parcial, do regime de reforma antecipada
por carreira muito longa, por reconhecimento do esforço acrescido na
participação laboral, sem prejuízo no valor da pensão".
No último cenário "o objetivo é possibilitar a reforma a partir dos 60
anos, valorizando esforço acrescido nos anos de trabalho com
deficiência, podendo haver redução do valor da pensão".
O relatório identificou o cenário três como o de "maior percentagem
de potenciais beneficiários (25,2%)" e como "estimativa de um valor
médio de pensão atribuído mais elevado, o cenário dois (949 euros/mês)".
Δ
MJA |
1.Mai.2021
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Primeiro semáforo do Mundo para daltónicos chega a Lisboa
Sofia Cristino |
JN | 25 Abril 2021
Equipamento tem agora símbolos que permitem às pessoas com
perturbação visual distinguirem as cores. Novidade vai chegar a várias
cidades portuguesas e mundiais.
Em quatro passadeiras, no centro de Lisboa, sempre que os semáforos
para peões acendem veem-se agora símbolos discretos, que passarão
despercebidos a muitos, mas farão a diferença na vida dos daltónicos que
ali atravessarem. O código ColorADD para pessoas que têm dificuldade em
distinguir as cores começou a ser instalado, na quarta-feira, em alguns
semáforos da capital. São os primeiros com informação para daltónicos,
que deverão chegar ao Porto, Amadora, Loures, Madrid, entre outras
cidades do mundo.
O novo sistema permitirá rapidamente a quem sofre de daltonismo
identificar qual a cor do semáforo. "Uma pessoa que vê bem vê o verde e
arranca, enquanto que um daltónico pode demorar até 90 segundos para
perceber que está verde através das posições dos semáforos. Em termos de
segurança rodoviária faz toda a diferença anular esses 90 segundos e é
uma forma de tornar a cidade mais inclusiva", explicou ao JN Francisca
Ramalhosa, administradora da Empresa Municipal de Estacionamento de
Lisboa (EMEL), no dia em que foi instalado o sistema para daltónicos.
As atuais luzes dos semáforos do cruzamento da Avenida da República
com a Avenida Duque de Ávila, e de mais três cruzamentos naquela zona de
Lisboa, foram substituídas por outras óticas led de peão com os símbolos
para daltónicos. No código ColorADD, criado pelo designer gráfico Miguel
Neiva, é atribuído a cores primárias e à cor que resulta da mistura
destas uma forma geométrica. Nos semáforos, ao vermelho está associado
um triângulo e ao verde uma diagonal por cima de um triângulo.
"Procurei incluir o daltónico e sensibilizar a sociedade de que
existem pessoas que não vêm as cores. Nos semáforos falamos de salvar
vidas e eliminar acidentes", explica Miguel Neiva. O designer alerta
para o facto de ainda existir pouca sensibilização.
"Um daltónico não tem escrito na testa que é um daltónico, o que cria
um juízo de valor muito depreciativo sobre a sua limitação. Se uma
pessoa em cadeira de rodas não conseguir atravessar a passadeira a tempo
de o semáforo mudar de cor, os carros esperam. Se um daltónico confundir
as cores não vai haver essa condescendência e ainda é insultado",
exemplifica.
Estigma
Para Tiago Santos, daltónico, que confunde o verde com o vermelho, a
nova informação é fundamental. "Normalmente consigo perceber as cores
pela posição nos semáforos, o vermelho está em cima e o verde em baixo,
mas tenho de investir algum tempo e nem sempre consigo. O código é
bastante simples e conseguimos associar automaticamente à cor e
atravessar logo", explica ao JN.
Tiago acredita que os semáforos ajudarão ainda a uma maior
sensibilização para esta perturbação visual. "As pessoas vão começar a
ter curiosidade em perceber porque é que o símbolo existe e a serem mais
compreensivas e perceberem que há um estigma. Como não é uma
incapacidade visível, quem passa por mim na rua não sabe que sou
daltónico e é mais difícil compreender", lamenta.
Com este projeto piloto, uma parceria entre a EMEL, a ColorADD e a
fabricante de semáforos ETRA, pretende-se agora "testar a aplicação do
código nos semáforos". "Vamos monitorizar o impacto e os resultados para
depois avaliar se faz sentido expandir para o resto da cidade", explica
Francisca Ramalhosa. Outro dos objetivos da EMEL, acrescenta, "é
instalar as luzes led nos semáforos para condutores, mas ainda não há
previsões por estarmos dependentes de autorizações e certificações".
A ETRA Portugal é responsável pelo investimento e detém a licença que
permite a utilização do código nos semáforos. Maria do Carmo Castro,
diretora geral da ETRA, não avança o valor do investimento, mas explica
que "o custo para as câmaras municipais que aderirem será o mesmo que já
têm a substituir as óticas atualmente".
A ETRA já entrou em contacto com outras câmaras municipais na Grande
Lisboa, como Loures e Amadora, e no Porto, onde a instalação das luzes
com informações para daltónicos nos semáforos deverá ser feita
brevemente. "No Porto estão a decidir a rua onde faz sentido", avança. O
objetivo é chegarem ainda a cidades como Madrid, Valência, Barcelona,
Vigo, e outras da América Latina. "Em Lisboa foi dado o primeiro passo
para levar ao resto do mundo", conclui.
O código ColorADD criado por um designer português está em 135
países. Em Portugal está no metro do Porto, Carris, hospitais de São
João e dos Capuchos, parques da EMEL, estádios de futebol, entre outros.
Δ
MJA |
1.Mai.2021
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'Sentindo' Van Gogh
'Feeling Van Gogh' é um projecto destinado a pessoas cegas e deficientes visuais, assim como
aos seus amigos com visão, familiares e cuidadores que funciona no Museu Van
Gogh em Amesterdão.
Sinta as pinceladas de Van Gogh, aprecie os aromas do sul da França e ouça
citações de cartas de Van Gogh neste programa interativo.
O projecto consiste num Visita interactiva e num Workshop. Durante a
visita, Guias
especialmente treinados falam sobre a colecção permanente e a especial história
da vida de Vincent van Gogh.
No Workshop, pode sentir as pinceladas de Van Gogh em 'Relievos' - as reproduções
de quadros de Van Gogh em 3D de alta qualidade.
Também se pode tocar noutros objetos, como na maquete do quarto e no seu material
de pintura. Poderá sentir o cheiro de erva molhada após uma tempestade e ouvir
as próprias palavras de Van Gogh.
O vídeo é falado em holandês com legendas em inglês.
Mais informação
aqui.
Δ
MJA | 30.Abr.2021
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UE. Estratégia Nacional da Inclusão das Pessoas com
Deficiência aprovada este mês
Lusa |
Expresso - 20 Abril 2021
António Costa diz que a Estratégia Europeia para os Direitos das
Pessoas com Deficiência 2021-2030, no âmbito da presidência portuguesa
da União Europeia, constituirá "um marco na construção europeia"
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta terça-feira que no
final deste mês o Governo irá aprovar a Estratégia Nacional da Inclusão
das Pessoas com Deficiência, e que incluirá medidas de apoio ao emprego
ou da melhoria das acessibilidades.
Na sessão de abertura do segundo dia da videoconferência de alto nível
sobre a Estratégia Europeia para os Direitos das Pessoas com Deficiência
2021-2030, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia,
António Costa considerou a adoção deste instrumento como "um marco na
construção europeia".
O primeiro-ministro destacou alguns dos instrumentos que, desde 2015, os
governos que liderou têm implementado nesta área, como uma prestação
social para a inclusão, o regime jurídico para educação inclusiva ou o
programa de apoio modelo à vida independente.
"No final deste mês de abril, após um trabalho profundo de participação
das organizações não governamentais das pessoas com deficiência, das
várias áreas setoriais da ação governativa e de um processo muito
participado de consulta pública, vamos aprovar também a nossa Estratégia
Nacional da Inclusão das Pessoas com Deficiência no horizonte
2021-2015", referiu António Costa, numa intervenção em vídeo transmitida
na sessão que decorreu a partir do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Das iniciativas previstas, o primeiro-ministro destacou o programa de
apoio ao emprego para pessoas com deficiência, que visa "dinamizar e
reforçar apoios e incentivos à contratação da pessoa com deficiência",
de forma a facilitar a sua assimilação direta no mercado de trabalho,
estando também previstos instrumentos de apoio ao empreendedorismo para
este público-alvo.
"No domínio das acessibilidades, o programa acessibilidade 360 graus vem
reforçar o investimento na melhoria das acessibilidades físicas em todo
o território, contribuindo para mitigar o isolamento das pessoas com
deficiência", disse, acrescentando que este programa prevê intervenções
na via pública, em edifícios públicos e em habitações.
António Costa destacou ainda uma plataforma "Mais Acesso" que vai
agregar informações e soluções digitais úteis na área da inclusão das
pessoas com deficiência e incapacidades.
No domínio das respostas sociais, o primeiro-ministro sublinhou a
criação, em março, da figura dos centros de atividades ocupacionais e
capacitação para a inclusão, destinados às pessoas com deficiência
maiores de 18 anos.
"Na área da autonomia e vida independente, estamos a avaliar as soluções
existentes, e a criar soluções de proximidade na comunidade, ajustadas
às necessidades das pessoas na promoção da autonomia e de acordo com o
ciclo de vida", adiantou.
A estratégia nacional fará ainda, segundo António Costa, a avaliação de
projetos-piloto de assistência pessoal do modelo de apoio à vida
independente de forma a ter uma solução definitiva nesta área em 2023.
"Temos uma estratégia ambiciosa e programas ambiciosos, esperemos que
sejam eficazes para produzir o que ambicionamos: uma sociedade mais
justa, que não deixa ninguém para trás", afirmou.
Ao nível da estratégia europeia, apresentada pela Comissão Europeia em
março, António Costa desafiou as instituições europeias e cada Estado
Membro a ter consciência das necessidades das pessoas com deficiência
"nas políticas, na legislação e em todos os projetos financiados pela
União Europeia".
"Só com consciencialização, governação e monitorização será possível
garantir resultados", defendeu.
Δ
MJA | 23.Abr.2021
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UE/Presidência: Portugal negoceia compromissos sobre
deficiência para a próxima década
LUSA | 15 Abril 2021
Portugal está a negociar a vinculação dos estados-membros à estratégia
europeia sobre os direitos das pessoas com deficiência, pedindo um
"elevado grau de compromisso", revelou hoje a secretária de Estado para
a Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Ana Sofia Antunes interveio hoje na abertura da conferência “O Futuro
da Estratégia Europeia para a Deficiência”, organizada pela Confederação
Cooperativa Portuguesa — Confecoop, em parceria com a Confederação
Europeia das Cooperativas Industriais e de Serviços — CECOP, onde falou
sobre a importância do documento.
Nessa matéria, a secretária de Estado admitiu que Portugal gostaria de
concluir a presidência da União Europeia com a aprovação de um
“documento político, de vinculação política relevante”, que espera ver
aprovado na reunião de junho do conselho EPSCO, que reúne os ministros
ou representantes das áreas do Emprego, Política Social, Saúde e
Consumidores.
“Estamos a negociar um texto de conclusões na área da inclusão das
pessoas com deficiência, conclusões no que diz respeito à vinculação dos
diferentes estados-membros a esta estratégia europeia e vamos pedir que
cada estado-membro, através do seu ministro, possa assumir publicamente,
ao assinar estas conclusões, um elevado grau de compromisso para a
próxima década com a implementação dos compromissos previstos na
estratégia europeia”, adiantou Ana Sofia Antunes.
A governante defendeu que a Estratégia Europeia sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência 2021-2030 “é um documento ambicioso”, que, por
isso, deve mobilizar todos os estados-membros na sua execução, lembrando
que o documento está dividido em três áreas: cidadania, vida
independente e o direito à vida em comunidade e a inclusão e a não
discriminação.
Segundo Ana Sofia Antunes são também estas as três grandes áreas que
estão refletidas na Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com
Deficiência “que já está em Conselho de Ministros para ser aprovada”.
“Tive alguma esperança que pudesse ser hoje, assim não será, será dentro
de 15 dias, mas dentro de 15 dias teremos este documento a ser aprovado
em conselho de ministros”, revelou a secretária de Estado.
Ainda em relação ao trabalho no âmbito da presidência portuguesa da
União Europeia em matéria dos direitos das pessoas com deficiência, Ana
Sofia Antunes disse que o Governo tinha três objetivos, entre a
apresentação da nova estratégia europeia, que aconteceu a 03 de março, a
divulgação do documento e a realização de uma conferência internacional,
entre os dias 19 e 20 de abril, dedicada à avaliação da estratégia
europeia e cuja discussão estará centrada entre quatro temas:
acessibilidades, vida independente, emprego e educação.
Por outro lado, adiantou que no dia 20 haverá um encontro de alto nível
com o primeiro-ministro, António Costa, e os diferentes responsáveis por
esta pasta em cada estado-membro para, não só avaliar o documento, mas
também “consensualizar uma posição no que diz respeito ao compromisso
que cada estado-membro assume perante este documento estratégico e de
importância fundamental”.
Referiu também que nos dias 07 e 08 de maio vai ser discutido o plano de
ação relativo ao pilar dos direitos sociais, na cimeira social, que se
realiza no Porto.
“É um momento fundamental para avaliar e estabelecer compromissos para
implementação de plano de ação”, defendeu Ana Sofia Antunes, apontando
que uma das “metas interessantes” deste plano de ação é a criação de
estatísticas especificas sobre o desemprego das pessoas com deficiência.
SV // HB
Δ
MJA | 18.Abr.2021
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Mochila com Inteligência Artificial permite que
cegos explorem o mundo com mais segurança
Por Liliana Malainho | 7 Abril, 2021
A nova mochila com Inteligência Artificial (IA) é a prova de que a
tecnologia pode ajudar pessoas com deficiência visual a explorarem o
mundo de forma segura.
Um dos maiores desafios dos invisuais é movimentarem-se em espaços
públicos de forma segura. A nova mochila com software de Inteligência
Artificial da Intel foi desenhada especificamente para alertar os
utilizadores com um som cada vez que se aproximam de passadeiras ou
pessoas, por exemplo.
Segundo o The Washington Post, a mochila ativada por voz foi criada por
uma equipa liderada por Jagadish K. Mahendran, investigador do Instituto
de Inteligência Artificial na Universidade da Geórgia, nos Estados
Unidos. O objetivo era desenvolver um sistema capaz de substituir a
bengala ou o cão-guia.
“No ano passado encontrei um amigo que é deficiente visual e apercebi-me
de que já ensinei robôs a ler, mas que ainda existem muitas pessoas que
não veem e precisam de ajuda. Foi o que me levou a criar o sistema de
assistência visual usando o Kit de Inteligência Artificial com
Profundidade da OpenCV (OAK-D), desenvolvido pela Intel”, explicou o
líder da equipa, em comunicado.
O dispositivo fica alojado dentro de uma pequena mochila que contém uma
unidade de computação, semelhante a um computador portátil. Além da
mochila, que tem o sistema principal de GPS, o invisual tem de
transportar uma pequena bolsa que guarda a bateria, que tem uma duração
de cerca de oito horas.
O utilizador tem de usar também uma espécie de colete, com uma câmara
tripla equipada com tecnologia IA espacial OAK-D da Luxonis, que executa
o Movidius VPU da Intel.
Além de ler sinais, a câmara deteta passadeiras e mudanças de elevação
no passeio. A partir do processamento de redes neuronais avançadas, os
dados de visão computacional – como um mapa de profundidade de visão
periférica em tempo real e informações em cores RGB – vão ajudando a
elaborar os caminhos e obstáculos que forem surgindo.
Para passar a informação recolhida ao utilizador, o sistema usa um
comando de voz através de um auscultador Bluetooth. O invisual também
consegue interagir com o sistema – como se estivesse a usar a Siri – e
pedir informações de localização.
A tecnologia foi revelada no final de março, mas pode demorar alguns
anos até ser lançada uma versão no mercado.
Apesar disso, o produto oferece um vislumbre de como a tecnologia
poderia ajudar cada vez mais as pessoas com problemas de visão a
perceber melhor os ambientes onde se movimentam e, desta forma, a viver
com mais independência.
Δ
MJA | 12.Abr.2021
ϟ
Cego volta a ver graças a injeção intraocular
Impala | 5 Abr 2021
Ensaio clínico realizado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados
Unidos, provou que é possível devolver a visão para pacientes cegos ou
com graves problemas visuais que padeçam de uma condição genética rara.
Um ensaio clínico realizado na Universidade da Pensilvânia, Estados
Unidos, provou que é possível devolver a visão para pacientes cegos ou
com graves problemas visuais que padeçam de uma condição genética rara.
Este inovador método é muito pouco invasivo já que não recorre a
cirurgias ou a transplantes. Num dos casos, foi necessária apenas uma
injeção para que um dos pacientes voltasse a recuperar a visão.
O tratamento experimental foi testado em pacientes diagnosticados com
amaurose congénita de Leber (LCA) e que sofrem de deficiência visual
grave, geralmente com início na infância.
Os resultados foram detalhados num artigo publicado na revista
científica Nature e mostram que o tratamento levou a mudanças na fóvea,
o ponto mais importante da visão central humana.
“Os resultados definem um novo padrão de quais as melhorias biológicas
que são possíveis com a tratamento de oligonucleotídeo antisense em LCA
causada por mutações CEP290″, explica Artur Cideciyan, professor de
oftalmologia e coautor do estudo.
Um mês depois da injeção as melhorias eram significativas
Os pacientes foram submetidos a injeções intraoculares de sepofarsen.
Trata-se de uma curta molécula de RNA (ácido ribonucleico) que aumenta
os níveis da proteína CEP290 nos fotorreceptores do olho. Assim, dá-se
uma melhoria na função da retina em condições de visão diurna.
Ainda em 2019, o mesmo grupo de investigadores já tinha relatado avanços
no estudo. Na altura, descobriram que injeções a cada três meses
resultavam em ganhos contínuos de visão em 10 pacientes.
O 11.º paciente, que recebeu apenas uma dose, antes do tratamento,
apresentava redução da acuidade visual, pequenos campos visuais e
ausência de visão noturna.
Após a injeção, os investigadores notaram que houve uma grande melhoria
na visão, somente um mês após o tratamento. No segundo mês, o paciente
obteve os melhores resultados de acuidade visual. Ao longo de 15 meses,
os resultados da injeção ainda continuavam a ser notórios.
Os próximos passos consistem em desenvolver terapias específicas para
genes com outros distúrbios hereditários que afetam a retina e que
atualmente são incuráveis.
Δ
MJA | 12.Abr.2021
ϟ
Mantenha
os seus olhos saudáveis com estes alimentos
Notícias ao minuto | 16 Março 21
Uma boa saúde visual pode contribuir para a longevidade.
Éimportante cuidar dos olhos para evitar doenças como degeneração
macular relacionada à idade e cataratas. Pesquisas recentes afirmam
ainda que uma boa saúde visual pode contribuir para a longevidade.
De facto, de acordo com um estudo publicado no The Lancet Global Health,
o risco de mortalidade era 29% maior naqueles com deficiência visual
leve em comparação com aqueles com visão normal. O risco aumentou para
89% para aqueles com deficiência visual severa.
Certos alimentos podem desempenhar um papel na prevenção de doenças
oculares e na manutenção da visão aguçada, diz a Eat This, Not That!.
Aqui estão três:
Sumo de laranja: O sumo de laranja contém carotenóides que podem inibir
a inflamação das células. Vários estudos observaram uma redução do risco
de degeneração macular relacionada à idade com o aumento da ingestão de
carotenóides.
Pimentos vermelhos: Alguns estudos associaram a alta ingestão de
vitamina C a um risco reduzido de formação de cataratas. Os pimentos
vermelhos são uma boa fonte.
Sementes de abóbora: As sementes de abóbora são uma boa fonte de zinco,
o que pode ajudar a retardar a progressão da degeneração macular
relacionada à idade e perda de visão, evitando danos celulares na
retina.
Δ
MJA | 11.Abr.2021
ϟ
Projecto InfoVítimas Inclusivo | Informação para vítimas de crimes -
acessível para cegos e surdos
Ser vítima de crime é um acontecimento negativo a que qualquer pessoa
pode ser sujeita ao longo da sua vida. Com o objetivo de promover os
direitos das vítimas de crime, o site Infovítimas
Inclusivo surge numa lógica de inclusão e
de prossecução da igualdade no acesso a informação relevante. Se foi
vítima de crime ou conhece alguém que o foi, este site pode ajudá-lo/a.
Aceda a toda informação em:
http://www.infovitimas.pt/inclusivo/
Δ
MJA | 4.Abr.2021
ϟ
O que acontece ao cérebro após cegueira? Respostas
made in Leiria
Jornal de Leiria | Elisabete Cruz | 4 Março 2021
Joana Carvalho dedica estudo à reorganização do cérebro na perda de
visão. Joana Carvalho foi uma das quatro premiadas com a Medalha de
Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. Também ganhou uma
bolsa Marie Curie.
Cerca de 20% do cérebro humano é dedicado à visão. “O que acontece a
esta parte do cérebro após a perda de visão? Fica inactiva? Vai-se
dedicar ao processamento de outros sentidos ou funções cerebrais?” Estas
são perguntas para as quais Joana Carvalho, natural de Azoia, em Leiria,
pretende encontrar respostas.
Distinguida com a Medalha de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres
na Ciência, a jovem de 28 anos vai receber 15 mil euros para perceber se
o cérebro de um humano se reorganiza depois de perder a visão.
Apaixonada pela técnica da ressonância magnética, pelas neurociências
e pela área da visão, Joana Carvalho vai ter como amostra 12 ratos com
deficiência visual e 12 ratos normais ou com restauração de retina para
verificar que alterações ocorrem quando deixam de ver. “Nos humanos
conseguimos saber que o nosso cérebro se reorganiza, mas ainda não é
possível perceber onde é que está a origem. Como estava mais interessada
em saber quais são os mecanismos que originam estas mudanças e esta
reorganização do cérebro decidi fazer o meu pós-doutoramento na Fundação
Champalimaud, um dos centros que tem as melhores ressonâncias magnéticas
do mundo para animais”, explica ao JORNAL DE LEIRIA.
A razão é simples: a fundação irá receber, este ano, “uma ressonância
magnética de 18 Tesla, a mais avançada do mundo”.
“É mesmo uma oportunidade única para estudar quais são os mecanismos
que originam esta reorganização”, afirma.
Δ
MJA | 13.Mar.2021
ϟ Investigadoras
distinguidas por estudos sobre visão, cancro, cádmio e carbono
Agência Lusa |
Observador | 24 Fev 2021
Quatro investigadoras foram distinguidas com as Medalhas de Honra
para as Mulheres na Ciência 2020 por estudos sobre visão, cancro
hereditário da mama e do ovário, toxicidade do cádmio e captura de
dióxido de carbono, anunciou esta quarta-feira a organização.
Joana Carvalho, Margarida Abrantes, Inês Fragata e Liliana Tomé foram
as premiadas na 17.ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para
as Mulheres na Ciência. Cada uma vai receber 15 mil euros.
As bolsas são copromovidas pela filial portuguesa da multinacional de
cosmética L’Oréal, que financia; pela comissão nacional da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia, que designa o júri que avalia as
candidaturas.
Joana Carvalho (investigadora da Fundação Champalimaud) vai estudar a
relação entre o cérebro e a perda de visão. Após a perda de visão, o que
acontece à parte do cérebro responsável pela visão? Fica inativa? Vai-se
dedicar ao processamento de outros sentidos ou funções cerebrais? A
estas perguntas Joana Carvalho, doutorada em neurociências
computacionais, quer dar respostas.
O seu projeto de investigação visa “perceber de que forma o cérebro
adulto se reorganiza em resposta à perda de visão e estabelecer quais os
fatores, por exemplo a exposição à luz, que facilitam esta
reorganização”, explicou à Lusa, assinalando que “é inútil conseguir
recuperar a função ocular se o cérebro já não conseguir processar a
informação visual”.
Para Joana Carvalho, “é essencial perceber se após perda total ou
parcial da visão o cérebro mantém a capacidade de processar informação
visual, assim como determinar o momento ideal para a aplicação das
terapias de restauração e reabilitação de visão”, como implantes de
retina e olhos biónicos.
No seu trabalho, em que vai usar modelos animais de deficiência visual,
a tecnologia de ressonância magnética e modelos matemáticos, a
investigadora pretende, ainda, definir potenciais biomarcadores para
doenças neurológicas, como Parkinson, Alzheimer, autismo e
esquizofrenia.
Δ
MJA | 13.Mar.2021
ϟ Prémios BPI | Fundação "la Caixa"
O BPI e a Fundação "la Caixa" lançam a 12ª edição do Prémio
Capacitar, um prémio tem como finalidade apoiar projetos que promovam a
melhoria da qualidade de vida, a empregabilidade e a autonomia de
pessoas com deficiência ou incapacidade.
Candidaturas - Abertas, até 15 de março!
Cada entidade promotora só pode apresentar 1 candidatura por Prémio,
candidaturas a 2 Prémios e só poderá ser premiada uma vez em cada
edição. Na edição 2021, são 5 os Prémios que se distinguem entre si,
pelo seu âmbito de atuação - Prémio Capacitar, Solidário, Seniores,
Infância e Rural.
A quem se destina?
A todas as instituições privadas sem fins lucrativos, com sede ou
delegação legalmente constituída em Portugal ou com núcleos com
autonomia comprovada, há pelo menos um ano, com projetos que têm como
finalidade a promoção da autonomia pessoal e melhoria da qualidade de
vida de pessoas com deficiência.
A Avaliação é feita de acordo com os seguintes critérios:
• Qualidade - tendo em conta a experiência da instituição e
programação do projeto;
• Sustentabilidade - com base na solidez económica da entidade e
adequação dos recursos do projeto;
• Relevância - tendo em conta a inovação e impacto social esperado.
Ações prioritárias
São consideradas prioritárias para efeitos de seleção de candidaturas
as ações que visam solução para os seguintes temas:
- - Promoção da autonomia pessoal e apoio às atividades da vida
diária.
- Apoio psicossocial às pessoas com deficiência e transtorno mental
no seu contexto familiar e relacional (lazer e tempo livres; redes
de apoio relacional familiar e comunitário).
- Capacitação e formação para melhorar a empregabilidade e a
inserção laboral.
- Acessibilidade universal e ações para combater o fosso digital.
- Atenção sócio sanitária para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas em situação de doença crónica.
A ANDITEC pode apoiar a candidatura a estes projetos, nomeadamente
através da orçamentação de produtos de apoio que poderão ser usados
pelos utentes das instituições concorrentes. ...
Δ
MJA | 11.Mar.2021
ϟ
Associação reclama prioridade na vacinação a pessoas com deficiência
Vasco Célio |
LUSA
| 13 fev 2021
A FAPPC defendeu que as pessoas com deficiência devem ser prioritárias na
vacinação contra a Covid-19. "Algumas pessoas com deficiência não conseguem
respeitar regras de distanciamento", justifica.
A federação argumenta ainda que a paralisia cerebral "abrange um vasto espectro
de situações clínicas"
A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) reclamou
esta sexta-feira prioridade para as pessoas com deficiência na estratégia de
vacinação contra a Covid-19, envolvendo também no processo aqueles que os apoiam
no quotidiano. Numa carta a que a Lusa teve esta sexta-feira acesso, enviada na quinta-feira à
ministra da Saúde, Diretora-Geral da Saúde, Coordenador do Plano Nacional de
Vacinação Covid-19 e com o conhecimento da Secretária de Estado da Inclusão das
Pessoas com Deficiência, a FAPPC expressa preocupação pelo “facto de as pessoas
com deficiência não estarem incluídas nos grupos classificados como prioritários
— 1.ª ou 2.ª fase”. Sublinhando estar a reclamar um direito para “as pessoas com deficiência e não
em exclusivo para as pessoas com paralisia cerebral”, a federação, considerou
“inegável” que estas, “por limitação física ou mental, correm um maior risco de
contrair Covid-19”.
- É inegável, também, que algumas pessoas com deficiência não conseguem (nem
podem!) respeitar as conhecidas regras de distanciamento e higienização, por
exemplo… Ou que de tais regras nem chegaram a ter conhecimento — pela
dificuldade de comunicação e ausência de informação adequadamente acessível”,
alerta a FAPPC.
A federação argumenta ainda que a paralisia cerebral “abrange um vasto espetro
de situações clínicas”, salientando que “aproximadamente 10% das pessoas com
esta patologia têm um quadro clínico complexo, de extrema vulnerabilidade e com
grave défice neuromotor”. Além disso, um número significativo “tem menos de 50 anos e não reside em
instituições, não estando, assim, abrangidas pelos critérios de priorização
aplicados na vacinação”. “A evidência científica demonstra que, quando infetadas com a Covid-19, as
pessoas com deficiência têm maior probabilidade de desenvolver mais sintomas
graves, com risco de morte”, acrescenta. Desde março de 2020, Portugal já registou 15.034 mortes associadas à Covid-19 e
781.223 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Δ
MJA | 28.Fev.2021
ϟ
Aumento de pessoas com deficiência desempregadas preocupa Governo
Lusa | 18.02.2021 |
SIC
Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência diz que
os números do desemprego para pessoas sem e com deficiência não se
recuperam com a mesma simplicidade porque não funcionam com a mesma
linearidade.
O número de pessoas com deficiência inscritas nos centros de emprego
aumentou com a covid-19, uma realidade preocupante por se tratar de um
trabalho "não tão automático" como o de pessoas sem deficiência, disse
esta quinta-feira a secretária de Estado.
Quando a situação pandémica aliviar, o mercado melhora e,
automaticamente, volta a gerar-se emprego, mas não ao mesmo ritmo para
pessoas com e sem deficiência, afirmou a secretária de Estado para a
Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, no âmbito do
Ciclo de Conversas "Fique em Casa", da empresa municipal
MatosinhosHabit, em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos, no
distrito do Porto.
"O número de pessoas com deficiência inscritas no Instituto de
Emprego e Formação Profissional (IEFP) subiu, uma realidade que nos
preocupa porque não é um emprego com o mesmo grau de flutuação, não é
tão automático como para pessoas sem deficiência", frisou.
Os números do desemprego para pessoas sem e com deficiência não se
recuperam com a mesma simplicidade porque não funcionam com a mesma
linearidade, explicou.
Ana Sofia Antunes abordou ainda o ensino à distância, decidido pelo
Governo para conter os contágios, sublinhando que, se para qualquer
criança ter aulas em casa está a ser um desafio, mais ainda se verifica
em alunos com deficiência.
"O trabalho à distância não é fácil de operacionalizar e de fazer,
trabalhar à distância com uma criança com deficiência visual não é a
mesma coisa do que trabalhar com uma criança que vê porque grande parte
da informação que trocamos com ela tem suporte visual e isso é um
desafio", disse.
A governante ressalvou ainda que a capacidade de foco e concentração
perante o ecrã de um computador por parte de crianças com défice
cognitivo e intelectual não é comparável àquele que existe de forma
presencial.
Ana Sofia Antunes adiantou que as crianças com deficiência estavam
preparadas porque a tecnologia faz parte da sua formação.
Neste segundo confinamento geral, depois de um primeiro em 2020, a
secretária de Estado assumiu que quis garantir "o mais possível"
respostas educativas de retaguarda para as crianças com deficiência,
mesmo estando as escolas encerradas.
"Os centros de recursos para a inclusão receberam instruções
expressas de que as terapias se iriam manter na lógica presencial e
apenas em situações de risco agravado para a saúde da criança é que
poderia ser substituída", contou.
Aquando do primeiro confinamento foi necessário criar respostas e
medidas com "enorme rapidez", mas neste segundo já pudemos tomar
decisões mais conscientes, assumiu.
Δ
MJA | 27.Fev.2021
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'You find a way': Judi Dench on working through sight loss
Mark Brown |
The Guardian | 25 Feb 2021
Dench has age-related macular degeneration, which affects more than 600,000
people in the UK.
Dame Judi Dench has spoken of her determination to carry on working despite
sight loss, even if that means using friends to learn lines and being gently
told to stop delivering speeches to the proscenium arch rather than her fellow
actors. Dench described how she copes with deteriorating eyesight – the challenges, the
unexpected advantages and the funny side – at an online event on Thursday with
Stephen Fry and Hayley Mills for the Vision Foundation, the London sight loss
charity. She explained how she had learned to adapt to her condition, caused by
age-related macular degeneration, which affects more than 600,000 people in the
UK. “You find a way of just getting about and getting over the things that you find
very difficult,” she said. “I’ve had to find another way of learning lines and
things, which is having great friends of mine repeat them to me over and over
and over again. So I have to learn through repetition, and I just hope that
people won’t notice too much if all the lines are completely hopeless!” Her sight loss at least had the occasional funny side, Dench said. “I was doing the Winter’s Tale with Ken Branagh a couple of years ago, playing
Paulina, and after we had been running for three weeks or so at the Garrick he
said to me – I have a long speech at the end – he said: ‘Judi, if you were to
say that speech about eight feet to your right, you’d be saying it to me and not
to the pros’ arch … ’” Laughing, she continued: “I rely on people to tell me!” Dench, 86, said her mother had similar sight loss “and now Finty, my daughter,
goes and has her eyes checked. It is intensely irritating. “But it does enable you to do one thing and that is that you have to get very
close to people before you can recognise who they are. During lockdown I made a
film and I was up close addressing people wearing masks during rehearsals,
nothing to do with any scene I’m in. It’s kind of exquisite if you can do that
and that’s the good side of it, and you have to look at that side of it.” She said she could easily walk past someone she knew well and not recognise
them. “That’s tricky … But you adapt to it. And I don’t want it to interfere.” The Vision Foundation, formerly known as the Greater London Fund for the Blind,
is this year celebrating its centenary and has launched the biggest fundraising
appeal in its history, with the aim of raising £1m.
...
Δ
MJA | 26.Fev.2021
ϟ
Google começa a testar funções "Leia em voz alta" e
Tradução - para Android
Tudo Celular | 13 de fevereiro de 2021
Não é novidade que, nos últimos meses, temos visto o Google trabalhar na
implementação de funcionalidades e melhorias direcionadas aos usuários de
smartphones e tablets, buscando assim ampliar a sua base de instalações e
ativações de aplicativos como o navegador Chrome e o aplicativo principal,
chamado apenas de Google. Uma das mais recentes empreitadas nesse sentido foi a revelação de que a empresa
começa a trabalhar na implementação de uma função chamada "Leia em voz alta" (já
conhecida por aqueles que preferem o Microsoft Edge nos PCs), entregando assim
um leitor de páginas dentro do app principal. Um dos pontos interessantes nessa implementação é que os usuários passam a
contar com a oportunidade de ter uma leitura das páginas exibidas de forma
nativa, podendo inclusive ser utilizado durante deslocamentos, com a tela do
dispositivo desligada. Essa novidade portanto promete ajudar não só Deficientes
Visuais como também,
pessoas que gostariam de seguir consumindo informações que normalmete estão
oferecidas em páginas escritas enquanto realizam alguma atividade ou vão para
algum lugar. Adicionalmente, também temos o inicio da implementação da função "traduzir" no
aplicativo "Google", seguindo a experiência já vista no Chrome, permitindo assim
com que sites de outros países possam ser facilmente traduzidos, reduzindo assim
a dificuldade de consumir informações em outros idiomas. Por enquanto, as novidades citadas acima estão disponíveis apenas para o
aplicativo Google Beta 14.2, devendo ser implementadas nos próximos meses na
versão estável do app. Caso você tenha o interesse em testar antecipadamente as
funções em questão, terá de instalar a distribuição de testes, algo que pode ser
feito com a entrada no programa da Play Store (link abaixo) ou simplesmente
instalando o APK.
Δ
MJA | 24.Fev.2021
ϟ
Governo prepara novo regime para emissão de atestados médicos de
incapacidade
Agência Lusa | 10 fev 2021
O Governo está a preparar um novo regime para a emissão dos atestados
médicos de incapacidade, que trará a possibilidade de fazer avaliações
sem a presença da pessoa com deficiência, revelou esta quarta-feira a
secretária de Estado para a Inclusão.
De acordo com a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com
Deficiência, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
está a “trabalhar num novo regime para a emissão dos atestados médicos
de incapacidade multiusos que trará um conjunto de novidades”.
Ana Sofia Antunes, que, juntamente com a ministra Ana Mendes Godinho e
os restantes secretários de Estado da equipa ministerial, esteve esta
quarta-feira a ser ouvida pelos deputados da Comissão de Trabalho e
Segurança Social, adiantou que uma das possibilidades é “emissão de
atestados médicos de incapacidade multiusos automáticos”.
O novo regime trará também a “possibilidade de fazer algumas avaliações
mais simples sem necessidade de presença física do avaliado na junta
médica”, disse a secretária de Estado. “Para tornar as coisas mais
céleres”, sublinhou Ana Sofia Antunes.
A responsável admitiu que existe um “passivo considerável” no que diz
respeito aos atrasos nas juntas médicas, adiantando que desde o mês de
julho de 2020 até agora foram constituídas 104 juntas médicas que
fizeram 16 mil avaliações, estando agendadas mais 2 mil.
“Sabemos que temos passivo considerável, estamos a fazer os possíveis
para repor normalidade”, disse a governante, lembrando aos deputados que
foi por causa destes atrasos que o Governo tomou a iniciativa de
prorrogar a validade dos atestados que, entretanto, caduquem para dar
prioridade aos novos pedidos.
Relativamente à Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas, a
secretária de Estado disse que já recebeu 98 contributos, que estão em
fase final de análise e que em breve o documento irá para aprovação em
Conselho de Ministros.
Sobre o Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI), Ana Sofia Antunes
adiantou que a verba para o programa foi alargada em mais 25% podendo
chegar ao valor total de 1.750 mil euros.
Nesse sentido, adiantou que os Centros de Apoios à Vida Independente
(CAVI) já podem pedir a alteração para aumentar o número de horas de
apoio e aumentar o valor que recebem de apoio ao funcionamento e
formação dos assistentes pessoais.
A secretária de Estado disse ainda que há, neste momento, 590
assistentes pessoais ao serviço, mas que são precisas mais tendo em
conta que existem 884 beneficiários e o objetivo é “chegar mais longe”.
Δ
MJA | 22.Fev.2021
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Inclusão de jovens com deficiência e/ou
incapacidade no mercado de trabalho
Notícias de Aveiro | 7 Fevereiro, 2021
Por Ana Lúcia Abrantes
Professora de Educação Especial do Agrupamento de
Escolas de Albergaria-a-Velha, AEAAV
O Contrato Emprego-Inserção+ para Pessoas com Deficiência e
Incapacidade tem a duração de 12 meses, e propõe a realização de
atividades socialmente úteis que satisfaçam necessidades sociais ou
coletivas temporárias, no âmbito de projetos promovidos por entidades
coletivas públicas ou privadas, sem fins lucrativos.
O Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha, em parceria com a
Câmara Municipal de Albergaria, a Misericórdia de Albergaria, e a Casa
da Criança da Associação de Infância Dona Teresa, envidaram esforços
para a inclusão de três jovens alunas, nas respetivas entidades onde
desenvolveram o Plano Anual de Transição, após terem concluído o seu
percurso escolar, 12º Ano, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de
julho, artº10º – alínea b) Adaptações Curriculares Significativas e
alínea c) Plano Individual de Transição.
Um dos objetivos que o Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha
tem procurado dinamizar, nomeadamente através do Grupo de Educação
Especial, é proporcionar a integração de jovens alunos com deficiência e
incapacidade no mercado de trabalho, proporcionando-lhes autonomia,
independência e estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade
de oportunidades e a preparação para uma adequada vida pós-escolar ou
profissional.
Para assegurar a continuidade do Plano Individual de Transição, as
entidades de acolhimento atrás mencionadas submeteram candidaturas, que
foram aprovadas, aos programas do IEFP:
– Estágios Profissionais e Contrato
– Emprego-Inserção+ Profissional, dirigidos a pessoas com deficiência e
incapacidade.
O Contrato Emprego-Inserção+ para Pessoas com Deficiência e
Incapacidade tem a duração de 12 meses, e propõe a realização de
atividades socialmente úteis que satisfaçam necessidades sociais ou
coletivas temporárias, no âmbito de projetos promovidos por entidades
coletivas públicas ou privadas, sem fins lucrativos.
Os Estágios Profissionais têm como objetivo:
- Complementar e desenvolver as competências dos desempregados,
nomeadamente dos jovens, de forma a melhorar o seu perfil de
empregabilidade, através de experiência prática em contexto de
trabalho;
- Apoiar a transição entre o sistema de qualificações e o mercado
de trabalho, nomeadamente, promovendo a inserção na vida ativa dos
jovens com níveis adequados de qualificação;
- Promover o conhecimento sobre novas formações e competências
junto das empresas e promover a criação de emprego em novas áreas;
- Apoiar a melhoria das qualificações e a reconversão da estrutura
produtiva.
O Agrupamento de Escolas de Albergaria-A-Velha congratula-se com a
nova fase da vida destas jovens, considerando ser um impacto positivo
para as suas futuras carreiras profissionais.
Δ
MJA | 21.Fev.2021
ϟ
Parlamento debate acesso à reforma antecipada para
pessoas com deficiência
Carolina Rico com Judith Menezes e Sousa
|
TSF | 3 Fev.2021
Dois projetos de lei defendem regime especial de acesso à reforma
antecipada sem penalizações.
OParlamento debate esta quarta-feira
uma petição e dois projetos de lei, do PAN e do PEV, para permitir a
reforma antecipada e sem penalização a pessoas com deficiência. O
partido ecologista "os Verdes" propõe um regime especial de acesso à
reforma a partir dos 60 anos para pessoas com um grau de incapacidade
permanente igual ou superior a 60%. Em declarações à TSF, o deputado
José Luís Ferreira lembra o desgaste que estes cidadãos enfrentam não
apenas no trabalho, mas também na "transposição de várias barreiras",
também em casa ou nos transportes públicos, por exemplo. "O processo
normal de envelhecimento de pessoas com deficiência é geralmente mais
complexo devido a uma vida inteira de mobilidade reduzida, medicamentos,
cirurgias, pior estado geral de saúde entre outros fatores", nota. O
PEV, defende, por isso, que as pessoas com deficiência tenham "direito a
gozar a reforma enquanto as suas incapacidades não estão agravadas ao
ponto de impedir que possam fruir da mesma com qualidade de vida". Na
mesma linha, o PAN sugere que a reforma antecipada possa ocorrer até
mais cedo: a partir os 55 anos. "O desgaste que efetivamente ocorre é
muito doloroso", reforça a líder parlamentar do PAN Inês Sousa Real. Em
caso de grau de incapacidade permanente igual ou superior a 60%, "não
faz sentido que se aplique qualquer tipo de penalização". Os dois
projetos do PAN e dos Verdes vão ser debatidos a par de uma petição que
defende também a possibilidade de reforma antecipada para cidadãos
portadores de deficiência.
Δ
MJA | 20.Fev.2021
ϟ
Projeto Infovítimas Inclusivo
+ Algarve | 28 Jan 2021
A APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apresenta hoje o Projeto
Infovítimas Inclusivo, o primeiro website em Portugal que disponibiliza, a
pessoas com deficiência visual e auditiva, informação sobre direitos,
processos-crime e seus intervenientes e funcionamento do sistema judicial. A protecção das pessoas com deficiência visual e auditiva, vítimas de crime, a
redução dos efeitos negativos e das consequências da experiência de vitimação, e
a contribuição para que as pessoas com deficiência visual e auditiva tenham na
sua posse o conhecimento e as ferramentas necessárias para agir em caso de
violência ou crime são fundamentais para a promoção da sua autonomia e
capacitação. Com isto em consideração, a APAV, em conjunto com parceiros, desenvolveu o
Projeto Infovítimas Inclusivo, o primeiro website em Portugal que disponibiliza,
a pessoas com deficiência visual e auditiva, informação sobre direitos,
processos-crime e seus intervenientes e funcionamento do sistema judicial. Foram criados materiais informativos, em suporte digital, adaptados às
necessidades de pessoas com deficiência visual e auditiva, dotando-os de
conhecimentos necessários para agirem em caso de crime ou violência. O Projeto Infovítimas Inclusivo vem, assim, colmatar a inexistência, sob
qualquer formato ou em qualquer organismo, de informação adaptada a este grupo
de pessoas, o que as coloca numa posição de maior fragilidade e expostas a uma
experiência de vitimação ainda mais negativa. Estima-se que o Infovítimas
Inclusivo chegue a cerca de 8 500 beneficiários, de todas as faixas etárias. A APAV teve como parceiros a Casa Pia de Lisboa, consultores e a agência Último
Take. O Projeto Infovítimas Inclusivo foi vencedor dos Prémios Caixa Social
2019, promovidos pela Caixa Geral de Depósitos.
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MJA | 9.Fev.2021
ϟ Mais professores a ensinar braille “é tão essencial como ter a palavra escrita”
– Acapo LUSA | 4 Janeiro 2021 Mais professores a ensinar braille e ter este sistema mais divulgado "é tão
essencial como ter a palavra escrita", defendeu hoje o presidente da Acapo, no
dia em que se assinala o Dia Mundial do Braille
Este método de escrita e leitura foi inventado por Louis Braille, um pedagogo
francês, no início do século XIX e, segundo dados das Nações Unidas, estima-se
que seja usado por cerca de mil milhões de pessoas.
Em entrevista à agência Lusa, Rodrigo Santos, que tomou posse como presidente da
direção da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) em 19 de
novembro do ano passado, defendeu a importância de ter mais pessoas a ensinar
este sistema de escrita e de leitura, bem como de ter o braille presente em mais
sítios e em mais produtos, serviços ou soluções: “É tão essencial como ter a
palavra escrita”. “Achamos crucial que mais professores saibam braille [e] também temos de achar
crucial que todos os professores tenham um domínio básico de ensinar a ler e
escrever braille e que o sistema tenha soluções que garanta que há professores
especializados que percebem não apenas do braille, mas também do ensino
específico do braille”, defendeu. Entende, por isso, que “todos os professores” deveriam ter uma “formação
genérica” que os sensibilize para a importância do braille e para a importância
da estimulação tátil, porque é desta forma que as pessoas cegas “percecionam de
imediato a realidade”. “Achamos que é crucial investir na formação específica dos professores de
educação inclusiva”, apontou. A conversa decorre nas oficinas da Acapo, onde a associação tem as impressoras e
os equipamentos necessários à conversão e impressão de documentos em braille,
não só em papel, mas noutros materiais, como acrílico, por exemplo, e onde faz a
certificação de braille. “Nós não só produzimos braille, seja em placas de relevo, seja em cartões de
visita, livros, em todo o tipo de documentos, como, para além disso, também
certificamos braille, isto é, certificamos que a representação do braille é
correta para depois ser impresso nas diversas embalagens de muitos produtos que
nos utilizamos no dia-a-dia”, explicou Eduardo Santos. Aires Alves é um dos responsáveis por este serviço, que faz já há 28 anos, e
que, para si, representa a concretização de um sonho. Contou à Lusa que “quando era miúdo dizia que queria fazer livros para pessoas
cegas” porque no tempo em que andou na escola quase não teve acesso a livros e
sentia que havia muita falta. “Se conseguisse mais tarde fazer livros para quem os não tinha, achava que
estava a comprimir a minha missão”, confidenciou, admitindo que conseguiu não só
concretizar o seu sonho, mas o de muitas outras pessoas: “Ter um livro para
ler”. Para Aires Alves, “hoje é tudo mais fácil” e apontou que quase ninguém quer ler
em braille, já que facilmente têm acesso a tecnologias que, no momento, permitem
ouvir a leitura de um livro. “As pessoas cegas, se calhar, é que não têm aquele empenho em aprender braille
porque hoje sai um livro e ele já está à minha disposição e se eu quiser um
livro em braille é capaz de demorar anos a fazer”, admitiu, lembrando que uma
biblioteca para normovisuais tem “milhões de títulos”, mas apenas cerca de nove
mil publicações para cegos. Lembrou, por outro lado, o espaço que ocupa um livro em braille, já que uma
página em tinta corresponde a cerca de quatro páginas em braille, apontando
também que a produção destes livros é muito cara. Rodrigo Santos, no entanto, acredita que o “braille está vivo” e que não é uma
coisa do passado, mas plenamente do século XXI, capaz de se adaptar e
transformar às novas necessidades, uma ferramenta única, já que só ela permite
às pessoas cegas “acederem a reprodução daquilo que é a palavra escrita”. “Acho que as gerações mais novas, apesar de terem outros mecanismos para
acederem à informação, quando o objetivo é ler, aceder à palavra escrita, com as
letras todas, o braille continua a ser o sistema que preferem e não se pode
dizer que esteja a perder importância”, sublinhou o presidente da Acapo. Nesse sentido, lembrou que a realidade do ensino do braille em Portugal ainda
passa por que muitas crianças sejam obrigadas a sair da sua zona de residência e
do seu meio educativo. Defendeu, por isso, que haja mais formação de professores para ensino de braille
e de outras técnicas essenciais para as pessoas com deficiência visual,
sublinhando que “há ainda um longo caminho a percorrer”. “Enquanto não conseguirmos que aprender braille seja tão natural para qualquer
criança com deficiência visual como é para qualquer criança aprender a ler e a
escrever, por nós a missão ainda não esta cumprida”, rematou. SV // HB
fonte:
Visão
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MJA | 9.Fev.2021
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Celular prejudica visão de bebés e pode até
causar miopia se ultrapassar limite diário
Paulo Nobuo
Quem tem filhos pequenos sabe como é difícil mantê-los longe de telas
de celulares e tablets, mas vários estudos indicam que o uso excessivo
de eletrônicos pelas crianças pode provocar diversos problemas de saúde.
Em seu perfil no Instagram, o oftalmologista Alex Sá alerta para o
aumento no número de casos de miopia entre crianças, justamente por
causa do uso abusivo de tablets, celulares e computadores.
Segundo o médico, a exposição a aparelhos eletrônicos com telas em
períodos maiores do que 2 horas seguidas pode ser um fator prejudicial
para a visão dos pequenos. E como as crianças não identificam a
dificuldade para enxergar, é importante que os pais fiquem atentos ao
comportamento delas.
Celular aumenta casos de miopia em crianças
Durante muito tempo acreditou-se que passar muito tempo diante da
televisão e de aparelhos eletrônicos poderia causar ou piorar o grau de
miopia devido ao esforço dos olhos.
No entanto, segundo um estudo australiano, o aumento no grau de miopia
seria, na verdade, resultado de um fator correlacionado: pouca exposição
à luz solar natural, especialmente entre crianças.
Crianças expostas a menos luz diária ao ar livre apresentaram números
mais elevados de casos de miopia do que crianças que permaneciam mais
tempo fora de casa, algo cada vez menos comum em regiões urbanizadas, de
acordo com a pesquisa.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um guia de
saúde infantil, alertando sobre o tempo que as crianças passam diante
das telas.
De acordo com a organização, crianças de 1 a 2 anos de idade devem ficar
longes de TV e jogos de computador, enquanto crianças de 3 a 4 anos não
devem ultrapassar a média de 1 hora por dia entretida com celulares ou
tablets para evitar sedentarismo, obesidade e doenças associadas ao
longo dos anos.
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MJA | 30.Jan.2021
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Como funciona o primeiro teste de gravidez
acessível para pessoas cegas
Cláudia | 6 jan 2021
O protótipo foi criado no Reino Unido em uma campanha de design
voltada para a acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência.
Testes de gravidez poderão ser consultados por pessoas cegas no Reino
Unido pela primeira vez, já que um protótipo do item foi lançada com
adaptações pensadas na acessibilidade desses clientes.
O resultado é apresentado em forma de bolinhas no lugar dos tradicionais
risquinhos. A partir da urina, um reagente químico detecta se há ou não
hormônios produzidos na gravidez, gerando a reposta tátil. As opções
eletrônicas à venda não possuem esse recurso.
Apresentado pelo Instituto Nacional Real de Pessoas Cegas, organização
referência nas causas de deficientes visuais do Reino Unido, o protótipo
representa um passo urgente na luta pelos direitos dessas pessoas, que
passam a usufruir de uma liberdade cerceada estruturalmente.
“É muito invasivo, é constrangedor ter que pedir a alguém para pegar um
objeto no que eu acabei de urinar e pedir ‘você pode ler isso para
mim?'”, disse Danielle Cleary, que é deficiente visual, ao site Sky
News. Ela já precisou contar com o auxílio da mãe, de amigos e até
vizinhos para ler o resultado de um teste de gravidez.
“Mesmo se eu estiver tentando engravidar ou tentando não engravidar, não
quero que outras pessoas saibam da minha vida e façam julgamentos (…) E
a cada dez pessoas, nove vão dar alguma opinião que eu não pedi. Você
não percebe o luxo que é ter autonomia até ela lhe ser tirada”.
Desenvolvido pelo designer Josh Wasserman, o protótipo foi pensado de
acordo com demandas apontadas por mulheres cegas ou com visão parcial
durante a etapa de pesquisa da campanha “design para todos”, do
Instituto Nacional Real de Pessoas Cegas.
“É importante que todos entendam como o design pode ser usado para
conscientizar a população sobre uma questão e trazer mudanças positivas
em uma indústria”, disse o criador do teste. “Indústrias, principalmente
a de cuidados com a saúde, podem ter mudanças muito lentas. Não sei
quanto tempo vai demorar até vermos esse produto nas prateleiras. Mas o
importante é a conscientização”, apontou o idealizador.
O Instituto ainda divulgou que metade das pessoas que são diagnosticadas
com alguma deficiência visual dependem de terceiros para conseguir
consultar informações pessoais, como exames médicos e dados bancários.
Para Danielle, o produto deve ser uma chave de mudança para o
mercado. “Quero que todos trabalhem junto à comunidade de deficientes
visuais para nos ajudar a conseguir a privacidade que nos foi negada até
hoje”.
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MJA | 29.Jan.2021
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4 Janeiro | Dia Mundial do Braille
A História de Louis
Braille em Animação
O sistema de escrita tátil conhecido como
Braille é uma das formas de comunicação não verbal mais tradicionais,
utilizado por pessoas cegas ou mesmo com baixa visão. Esta animação
busca retratar a história de sua criação, que remete ao século XIX e tem
em sua gênese a participação de figuras importantes como Napoleão
Bonaparte, Charles Barbier e Louis Braille, que desenvolveu o conceito
para o que ele é até os dias de hoje. Conheça mais desta história nesta
animação.
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MJA | 3.Jan.2021
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Comemoração do Dia Mundial do Braille
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva em Braga
Data: De 04/01/2021 a 11/01/2021
Local: Corredor central r/c
Destinatários: Público em geral
Comemoração do Dia Mundial do Braille, com Exposição de equipamentos
específicos para audição e leitura destinados a pessoas cegas e com
baixa visão; mostra de bibliografia em Braille e audiolivros.
Destinatários: público em geral. Entrada livre.
Organização: Serviço Biblioteca no Apoio à Inclusão (BAI) da BLCS
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MJA | 3.Jan.2021
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Implante cerebral para cegos mais perto da
realidade
Diário da Saúde | Dezembro 2020
O implante neural sem fios é parte do dispositivo
que será implantado no cérebro dos voluntários. [Imagem: University of
Texas at Dallas]
Implante visual
Implantar um aparelho no cérebro para gerar uma percepção aproximada da
visão para pessoas com cegueira pode soar como coisa de ficção
científica - mas os pesquisadores estão tentando tornar essa visão uma
realidade.
O projeto envolve a implantação de dispositivos contendo pequenos
eletrodos no córtex occipital, uma parte do cérebro que processa
informações visuais. O dispositivo receberá sinais correspondentes às
imagens captadas por uma câmera que o usuário usará em uma faixa de
cabeça.
Os sinais comandam o implante neural para estimular eletricamente os
neurônios, produzindo uma percepção visual aparente de minúsculos pontos
brancos, chamados fosfenos. Os pesquisadores esperam que essas manchas
brancas possam formar imagens que ajudem as pessoas com cegueira a
reconhecer melhor os objetos e navegar pelo seu ambiente.
O estudo proporcionará a primeira oportunidade para os pesquisadores
aprenderem se, e como, a prótese visual intracortical funciona para
pessoas com cegueira total.
Estimulação neural
Durante o ensaio clínico, a equipe irá monitorar a segurança da
estimulação elétrica neural e avaliar os dados dos eletrodos. Cada
dispositivo tem até 16 eletrodos, cada um com um diâmetro menor do que
um fio de cabelo humano.
Os voluntários do ensaio clínico trabalharão com os pesquisadores para
determinar quão bem a estimulação elétrica produz fosfenos e se esses
fosfenos podem ser usados para interpretar seus arredores.
"O usuário terá a percepção de padrões compostos por pontos de luz ou
fosfenos. Os usuários devem ser capazes de identificar áreas claras e
escuras de uma cena. Há uma expectativa razoável de que a prótese visual
ajudará na navegação pelos espaços, identificando bordas de paredes,
aberturas como portas e janelas e talvez movimento," disse o Dr. Stuart
Cogan, da Universidade do Texas (EUA).
O primeiro participante deverá receber um implante em março do próximo
ano, em uma cirurgia a ser realizada no Centro Médico Universitário
Rush, em Chicago.
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MJA | 1.Jan.2021
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Quando a voz de um se torna os olhos de outro
| Audiolivros para
utentes com deficiência visual
Os utilizadores -
nacionais ou estrangeiros - devem efectuar a sua
inscrição, fornecendo, para o efeito, cópia digital do
Atestado Multiusos de Incapacidade e os seus dados de
identificação.
Audiolivros disponíveis na BMC
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MJA | 1.Jan.2021
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A importância do Braille na atualidade | Ação de
informação
INR | 29.12.2020
A Delegação de Vila Real da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes
de Portugal assinala o Dia Mundial do Braille com a realização de uma
ação de informação subordinada ao tema "A importância do Braille na
atualidade", no dia 8 de janeiro de 2021, às 15h00.
A referida ação irá decorrer com recurso à plataforma Zoom e será aberta
à comunidade. O número de vagas é limitado e as inscrições deverão ser
efetuadas através dos contactos habituais da delegação:
vilareal@acapo.pt | 259338330 | 927558789
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MJA | 1.Jan.2021
Notícias em arquivo:
Maria
José Alegre
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