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SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL

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ϟ Ana Sofia Antunes: "Eu também vivi situações de estigma e discriminação no acesso ao emprego, eu superei-as"

Filipa Traqueia

Sic Notícias | 23.12.2021


A secretária de Estado da Inclusão de Pessoa com Deficiência sublinha que o estigma em contratar pessoas com alguma incapacidade ainda é bem real. Fala dos apoios que existem para as empresas e dos projetos que ficaram na gaveta com a queda do Governo. Em entrevista à SIC Notícias, conta ainda os percurso que fez nos últimos seis anos pela igualdade de oportunidades e lembra ainda o seu próprio percurso.

SIC Notícias: É a primeira pessoa com deficiência visual a assumir um cargo no Governo. Considera que o mundo de trabalho está, atualmente, mais inclusivo para pessoas com deficiência?

Ana Sofia Antunes: Não é uma realidade específica dos últimos dois ou três anos, acho que é uma realidade que podemos fazer retroagir aos últimos 20 anos. Temos uma postura diferente em relação à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. E não estou a circunscrever a pessoas com deficiência visual. Houve alguns instrumentos que foram fundamentais no incentivo a essa maior abertura, nomeadamente no que diz respeito à administração pública. A legislação aprovada em 2001 relativa às quotas para pessoas com deficiência no setor público foi muito importante porque permitiu que um conjunto de pessoas acedessem a contratos de trabalho em funções públicas. Nós conseguimos comprovar que existem presentemente na administração pública 18 mil pessoas com deficiência a trabalhar. Outro setor que se foi progressivamente abrindo e aceitando integrar pessoas com deficiência foi também o setor social e solidário. Nós regulamentámos recentemente uma norma que já estava aprovada desde o ano 2004 mas que, na prática, era como se não existisse porque não estavam definidos os termos em que devia ser aplicada: a criação de quotas no setor privado. Acreditamos que este vai ser mais um mecanismo que vai permitir que o mercado de trabalho se abra ainda mais à contratação destes cidadãos. Não quer isto dizer que, apenas agora, as empresas vão começar a contratar pessoas com deficiência, é muito injusto dizê-lo. Nós temos bons exemplos de contratação de pessoas com deficiência no nosso setor empresarial, seja de entre grandes empresas, seja a nível local e em empresas mais pequenas. É inquestionável dizermos que já avançámos bastante em relação à contratação de pessoas com deficiência. Temos caminho para andar – certamente que temos – e acreditamos que os mecanismos e os apoios que vamos criando incentivem mais empresas a recrutar pessoas com deficiência.

SIC Notícias: Além das quotas, que outros mecanismos estão em vigor na contratação de pessoas com deficiência?

Ana Sofia Antunes: Temos vários tipos de medidas. Medidas genéricas que, quando aplicadas a pessoas com deficiência, sofrem majorações. E depois temos um segundo lote de medidas que são específicas para pessoas com deficiência. Os estágios para pessoas com deficiência e os contratos de emprego apoiado para pessoas com deficiência são duas medidas que têm tido um papel muito importante. Permitem, acima de tudo, quebrar do gelo e propiciar uma primeira experiência entre quem procura trabalho e a empresa ou entidade que está disposta a dar essa oportunidade. Estas medidas têm uma vigência temporária e a ideia é que, depois destas primeiras experiências, a pessoa possa ser colocada em mercado do trabalho em termos regulares, como qualquer outra pessoa. Temos também o contrato de emprego apoiado em mercado aberto, que é uma figura pensada especificamente para pessoas com deficiência intelectual que, sabemos existir uma maior dificuldade na sua inclusão no mercado. Esta medida não está só a ser aplicada a pessoas com deficiência intelectual. Através da avaliação da funcionalidade do trabalhador com deficiência, comparativamente com um colega de trabalho a exercer as mesmas funções sem deficiência, é determinada a percentagem da remuneração do trabalhador que é comparticipada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Imaginemos que a pessoa é avaliada com o grau de funcionalidade de 80%, o IEFP comparticipará 20% da remuneração dessa pessoa sendo a entidade empregadora responsável apenas por 80%. Há ainda uma outra medida que tem tido também bastante adesão – e que achamos que é importante e gostaria de ver alargada, se possível – que é a isenção parcial da Taxa Social Única (TSU), que as empresas pagam à Segurança Social pelo trabalhador com deficiência. Nesses casos a TSU só é devida em 50%, o restante é automaticamente assumido e internalizado como custo próprio da Segurança Social.

SIC Notícias: Considera que estas medidas que estão em vigor são suficientes para quebrar o estigma que ainda existe na hora de contratar pessoas com deficiência?

Ana Sofia Antunes: Eu não sei se as medidas, em si, são o que quebra o estigma. As medidas são no fundo um incentivo adicional para que a empresa considere a hipótese de contratar uma pessoa com deficiência e não cinja o seu leque de opções apenas a trabalhadores sem deficiências ou de incapacidade. É um estímulo. A questão do estigma, eu penso que só se combate com o exemplo e com a experiência. A empresa quando contrata, geralmente tem dúvidas. As medidas que possamos dar de apoio funcionam como um incentivo mas não creio que sejam o fator X que determina se contratam ou não. As empresas que contratam, inicialmente, fazem-no numa lógica de experiência, querem ver como vai correr. O que sabemos dos empresários é que maioritariamente corre bem, que veem nestes trabalhadores pessoas dedicadas, que valorizam a oportunidade que estão a ter e que vestem a camisola da empresa e, daí para a frente, são incluídos pela empresa, pela direção da empresa, pela comunidade geral de trabalhadores, como um elemento da casa. Eu acho que o estigma, acima de tudo, se quebra é com o exemplo e com a inserção. Quem contrata um trabalhador com deficiência fica muito mais apto a voltar a fazê-lo sem grandes dúvidas nem hesitações.

SIC Notícias: Considera que para as novas gerações, que estão no ensino superior, esta realidade já está melhor?

Ana Sofia Antunes: Considero que está melhor, que foram dados passos significativos. Hoje em dia a tecnologia também é uma realidade que já ninguém questiona, o que não acontecia há 20 anos. Temos muitos passos para dar? Temos de certeza. Não sei até que ponto vamos conseguir chegar um dia a uma fase em que podemos dizer que já não temos mais passos para dar. Acho que temos que continuar sempre a tentar apoiar o mais possível aqueles que estão, neste momento, a sentir dificuldades, com os mecanismos que consigamos arranjar para os ajudar – sejam incentivos às empresas para os contratar, sejam novas medidas de apoio. Como a figura do “mediador”. A pessoa com deficiência desgasta-se muito quando tem que fazer esta procura sozinha e, às vezes, acaba por desistir. Porque levar com muitas portas na cara e com muitos “nãos”, ao fim de um tempo, desgasta e faz com que a pessoa perca confiança, se resigne, pense que não é para ela e que nunca vai conseguir. Acho o “mediador” é uma figura que seria muito importante que conseguíssemos implementar como forma de, não apenas ajudar a pessoa com deficiência a ter alguém a quem possa recorrer para ajudar neste processo, mas também haver alguém que possa intermediar na procura de possíveis vagas, colocações em empresas ou entidades empregadoras. E que, depois, possa também apoiar na adaptação do posto de trabalho, possa estar disponível e trazer tranquilidade ao empregador, uma vez que tem, nos primeiros tempos, alguém a quem pode telefonar quando as dúvidas surgem, que pode ajudar neste processo de superar as barreiras que forem surgindo, até se verificar um processo de inclusão bem sucedido.

SIC Notícias: Esse projeto dos mediadores já foi aprovado?

Ana Sofia Antunes: Ainda não foi aprovado. Era algo que tínhamos planeado para 2022. Com os acontecimentos políticos mais recentes, não sei o que sucederá. Neste momento está previsto na nossa estratégia nacional para inclusão de pessoas com deficiência. Espero que quem venha a assumir esta pasta concorde comigo no que respeita à utilidade desta figura e a venha a implementar.

SIC Notícias: Durante o seu percurso profissional encontrou algumas situações de estigma ou dificuldade devido à sua deficiência?

Ana Sofia Antunes: Sim. Eu gostaria muito de conhecer uma pessoa com deficiência que consiga dizer já nos dias de hoje que tudo no seu percurso profissional foi perfeitamente tranquilo e que nunca sentiu nenhum tipo de diferenciação. Era bom que assim fosse, mas não creio que essa pessoa exista ainda. Acho que vai existir daqui a uns anos. Eu já fiz muita coisa, faz parte do meu espírito insatisfeito e que tem sempre necessidade de descobrir coisas novas. Mas, quando terminei o curso de direito – e tendo terminado com uma das maiores médias do curso – eu não consegui colocação. Isto em direito funciona muito assim: os melhores alunos acabam o ano contratados e com estágios garantidos. Isso comigo não aconteceu. E não era certamente porque eu era mais ignorante que os outros, porque as minhas notas demonstravam o contrário. Isso aconteceu porque eu não via e havia uma grande desconfiança sobre aquilo que eu seria ou não capaz de fazer num contexto profissional, principalmente num contexto do exercício de advocacia. Aquela ideia do advogado que vive mergulhado em calhamaços, códigos enormes com imensas páginas, muito papel e dossiers de processo gigantes afastava muito e causava muito receio e muito desconhecimento sobre como é que uma pessoa cega iria lidar com essa realidade e como ia conseguir ler, estudar e trabalhar os processos. Acho que mais grave do que esse desconhecimento era não haver a tentativa de se procurar perceber como é que essa dificuldade poderia ser superada. Não haver sequer essa curiosidade, essa tentativa de aproximação, de tentar perceber se esta aluna que teve uma avaliação tão positiva na frequência do curso, que conseguiu fazê-lo, não terá também estratégias de adaptação para o fazer agora no exercício da profissão? Mas perante o desconhecimento, a opção era o não. Esse percurso, essa fase da minha vida marcou-me bastante, foi uma fase difícil.

Agora também não posso deixar de dizer, porque é verdade – eu sei que há muita gente que não gosta de me ouvir dizer isto, mas eu não vou deixar de o dizer: eu sou por natureza uma pessoa extremamente resiliente e quando mais me dizem que não, mais eu digo que sim. Portanto, também sei que essa característica minha me ajudou a continuar, a ir mais à frente, a não desistir e a saber transformar as dificuldades em vantagens, nas coisas boas que fui alcançando. Sim, eu também vivi situações de estigma e de discriminação no acesso ao emprego, eu superei-as, consegui arranjar o meu estágio, consegui concluir o estágio, exercer advocacia, estive na Ordem [dos Advogados]. Ao fim de algum tempo percebi que queria fazer outras coisas – e já fiz muitas coisas. Não acho, de todo, que termos consciência das dificuldades e deixarmo-nos ficar paralisados por elas pode ser, de alguma forma, uma coisa boa. Não é, não pode ser.

SIC Notícias: O seu exemplo, como secretária de Estado, pode também ser visto pelas empresas como um incentivo à contratação de pessoas com deficiência?

Ana Sofia Antunes: Eu não gosto muito de ser exemplo. Acho que ninguém gosta. O elemento adicional que se verifica no meu caso, e se calhar não se verifica tanto noutra situação, prende-se com a visibilidade que o cargo trouxe. Se isso me permite chegar a mais pessoas que, por alguma razão, não confiam muito nas suas próprias capacidades, têm receios, têm medos e puder ser um elemento que as ajude a acreditar, a agarrar oportunidades e a irem mais além, fantástico. Se isso também puder ser útil para as empresas encararem as pessoas com deficiência como trabalhadores como os outros – apenas com o elemento adicional de precisarem de algumas adaptações nos seus postos de trabalho para poderem exercer as suas funções com condições –, muito bem. Mas acho que essencialmente é pela visibilidade adicional que o cargo pode trazer à temática.

SIC Notícias: Como foi a adaptação do Ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social? Foram necessárias muitas alterações?

Ana Sofia Antunes: Não. As alterações mais recentes no edifício foi muito depois da minha chegada. Estou certa que uma pessoa com deficiência visual não carece de praticamente nenhuma adaptação para trabalhar num edifício. A principais adaptações que uma pessoa com deficiência visual precisa para exercer as suas funções são tecnológicas: ter computador, ter acesso à rede e, acima de tudo, num contexto empresarial ou de uma entidade pública contar com ferramentas que sejam acessíveis. Isso é que muitas vezes não é fácil. Eu ainda continuo a ter bastantes limitações, nem tudo foi resolvido em seis anos. Se as coisas não são preparadas de raiz para serem acessíveis e usadas por todos, quando se tenta corrigir o que já nasceu mal feito são sempre soluções de contingência, que resolvem uma parte do problema mas não o todo. Mas também tenho a consciência de que outras deficiências há que exigem maior adaptação do posto de trabalho do que a deficiência visual. Nós, no decurso desta mandato, fizemos uma série de adaptações a pensar em tornar o edifício acessível a todos, mormente a pessoas com deficiências motoras ou dificuldades de mobilidade. Instalámos rampa no acesso principal ao edifício porque entendemos que não era adequado que as pessoas com mobilidade reduzida tivessem de entrar pela porta das traseiras porque era a única porta acessível. A porta principal está também a ser adaptada para ter dispositivos de abertura automática e permitir à pessoa com deficiência entrar de forma autónoma, o balcão de atendimento foi rebaixado para a pessoa com deficiência motora poder contactar visualmente com a pessoa que está na receção, mudámos os elevadores, colocamos braille nos botões e voz que diz os andares. É um conjunto de adaptações pensadas para a plena acessibilidade ao edifício por parte de pessoas com limitações motoras.

SIC Notícias: Essas alterações também estão a ser feitas ao nível geral da Administração Interna?

Ana Sofia Antunes: Nós criámos, no ano passado, um programa que tem por objetivo promover a eliminação de barreiras arquitetónicas em edifícios da administração pública que tenham atendimento ao público. O que é que previa? Que se pudessem instalar rampas, adquirir meios mecânicos de ascensão – por exemplo, elevadores em edifícios que não tinham ou plataformas elevatórias para suprir desníveis de alguns degraus –, rebaixamento de balcões de atendimento, instalação sanitárias acessíveis, um conjunto de adaptações que vão desde o momento em que a pessoa com deficiência chega ao local até estar na presença do funcionário que o vai atender, podendo fazê-lo de forma autónoma, independente, sem necessidade de assistência de terceiros. Essa linha contou com o valor global de 10 milhões de euros. Desse valor, recebemos candidaturas no montante de 8,6 milhões e, até à data, temos cerca de quatro milhões já executados. Ao todo vão ser intervencionados 481 edifícios que têm atendimento ao público, estando divididos entre serviços da Segurança Social, centros de emprego, centros de saúde, museus que pertencem à administração central, serviços de finanças, universidades, politécnicos, etc.

SIC Notícias: Considera que a sua experiência pessoal e o seu percurso até ao Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social traz também uma forma de pensar e uma perspetiva diferente sobre estes assuntos?

Ana Sofia Antunes: Creio que sim. Eu defendo que uma pasta como esta faz sentido que se faça um esforço para que seja assumida por uma pessoa com deficiência. Não é uma obrigação que assim seja, mas podemos dizer que existe uma sensibilidade especial para as questões com as quais trabalhamos e que sabemos que, de alguma forma, muitas delas já nos afetaram um dia no nosso percurso. Agora também é preciso não esquecer que a deficiência é uma realidade muito ampla, muito dispersa. E dizer que uma pessoa com deficiência – no meu caso – visual compreende tudo aquilo que são as necessidades dos diferentes tipos de deficiências que existem. Não. Isso é uma experiência que vem com os anos. Quando aqui cheguei – já disse isso publicamente e reconheço – sabia muito pouco sobre uma realidade que hoje em dia é muito presente no nosso dia a dia e com a qual temos de lidar muito perto, que é o autismo. No entanto, fui estudar, conhecer pessoas e procurar mais conhecimento sobre essa matéria. Outras áreas há em que, não tendo a pretensão de saber tudo, acho que consigo pôr-me no lugar e perceber o que está em causa e o que pode fazer sentido. Quem está nestas funções tem que sair do seu próprio corpo, da sua própria realidade para se colocar numa posição transversal e pensar num conjunto de situações muito diferentes. E, muitas vezes, em matéria de acessibilidades, aquilo que é bom para uma pessoa com uma determinada deficiência é mau para outro tipo de deficiência. Há coisas que são importantes para as pessoas cegas e que depois são muito atrapalhadoras para quem anda numa cadeira de rodas e vice versa.

SIC Notícias: Uma das situações que me foi relatada durante o contacto com instituições e pessoas em situação de formação é a questão burocrática associada aos processos e a demora nas respostas do IEFP, o que, por vezes, leva as empresas a desistir da contratação. Existe alguma proposta para agilizar os mecanismos?

Ana Sofia Antunes: Eu sei e tenho relatos que quando as empresas recorrem à figura do contrato de emprego apoiado em mercado aberto, como existe esta exigência de uma avaliação da funcionalidade da pessoa com deficiência, em alguns centros de emprego o processo é demorado. E de facto não pode ser. Quando nós convencemos uma empresa a dar uma oportunidade, temos de ter a resposta na hora. Se passam três meses, quatro, seis meses, a empresa pode repensar e achar que já não faz sentido. Não, a coisa tem de ser muito rápida. O IEFP diz que isso não está a acontecer, mas eu acredito que esteja a acontecer em alguns pontos do país. No que diz respeito aos produtos de apoio para adaptação dos postos de trabalhos, não tenho reporte de atrasos. Até porque a verba no IEFP está cabimentada e é mais ou menos certa de ano para ano. Não tenho relatos de grandes atrasos na atribuição de produtos de apoio pelo IEFP. Os relatos de maiores atrasos nessa matéria vêm precisamente da Segurança Social.

SIC Notícias: Qual a percentagem de pessoas com deficiência que estão atualmente em situação de desemprego em Portugal? E dessa qual a parte com deficiência visual?

Ana Sofia Antunes: Eu sei quantas pessoas com deficiência em geral estão neste momento no desemprego. Não tenho esses dados em termos percentuais, mas em termos unitários. Nós sabemos, de mês a mês, quantos inscritos temos nos centros de emprego à procura de emprego como pessoas com deficiência. Nós não temos boa informação estatística sobre deficiência. Os Censos têm muitas limitações e mesmo os que foram mais recentemente aplicados, uma vez mais, não foram ao encontro do que nós defendemos porque não se focam na questão da deficiência tout cour. Querendo ser tão abrangentes e apanhar tantas situações, acabam por não nos dar informação fidedigna. O que é questionado não é a caracterização da pessoa enquanto pessoa com deficiência, mas enquanto pessoa com algum tipo de incapacidade ou limitação. Isso dá-nos um espetro muito maior de pessoas. A mim não me interessa saber quantas pessoas temos em Portugal que dizem ter dificuldades em ver, porque os meus pais têm 70 anos e os dois têm dificuldades em ver, mas nenhum tem deficiência visual. São coisas diferentes. Este nível de apuramento na informação que nós lutámos por ter nos Censos 2021 acabou, uma vez mais, por não acontecer e perdemos uma excelente oportunidade de conseguirmos ter dados exatos sobre a caracterização social e económica das pessoas com deficiência em Portugal.

SIC Notícias: E a falha dessa informação, que peso tem nas medidas para promover a inclusão?

Ana Sofia Antunes: Tem todo. Se tenho informação mais fidedigna consigo chegar mais rapidamente a cálculos sobre o custo da implementação de uma determinada medida. Se estamos a trabalhar uma medida, um dos dados fundamentais é demonstrar quanto é que ela custa. Se nós não temos informação precisa, obviamente que estamos a trabalhar por extrapolação e muitas vezes até extrapolação para cima, que é para tentarmos ser cautelosos. E isso não ajuda a tentarmos defender algumas medidas.

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MJA | 30.Dez.2021


 

ϟ "No mar não tenho obstáculos, ao contrário da rua. Sou só eu, a prancha e a água"

André Cruz Martins | Diário de Notícias

15 Dezembro 2021


Marta Paço, a recém-consagrada campeã mundial de surf adaptado, falou com o DN sobre o seu feito e explicou como é que, sendo cega, consegue realizar manobras tão perfeitas dentro de água.


São 16 anos já com muito para contar. Marta Paço nasceu cega, mas isso não a impediu de praticar desporto de alta competição. Depois de ter experimentado o goalball, desporto coletivo com bola praticado por atletas que possuem deficiência visual, aos 12 anos apaixonou-se perdidamente pelo surf. Dois anos depois já se tinha sagrado campeã europeia em surf adaptado e no passado sábado conseguiu o título de campeã mundial, na categoria destinada a competidores com deficiências visuais, no ISA World Parasurfing Championship, que se realizou em Pismo Beach, Califórnia, EUA. Natural de Viana do Castelo, Marta contou ao DN os pormenores da prova, o amor pelo surf e porque o mar é o seu lugar preferido e símbolo de liberdade. Quer ser exemplo e inspirar outras pessoas com deficiência, porque o impossível...

Já tinha sido campeã europeia em 2019. Pode-se assim dizer que o título mundial que agora conquistou não a surpreendeu?
Sim, é verdade que fui campeã europeia em 2019, mas mesmo assim é sempre uma surpresa alcançar um feito desta dimensão, até porque já passaram dois anos do título europeu.

O que recorda da prova? A partir de que momento começou a acreditar que podia ser campeã do mundo?
Havia dois hits em que as duas melhores ondas contavam, independentemente de serem feitas no primeiro ou no segundo hit. O meu primeiro hit foi muito bom, o que me permitiu ter alguma segurança para enfrentar o segundo, pois já tinha duas notas muito altas. O segundo hit foi decisivo para eu perceber que havia algumas hipóteses de poder acontecer. No segundo hit tentei melhorar ainda mais, para ficar com uma segurança a 100%. E felizmente tudo correu conforme o planeado.


Como foram as comemorações em Pismo Beach?
Comemorámos aqui na praia, sobretudo com o meu treinador e com a minha equipa, mas também com as pessoas que estavam na praia. Mas estou desejosa de comemorar em Portugal com a minha família e amigos. Eles estão em Portugal [Marta tinha prevista chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro ao início da madrugada desta quarta-feira].

Chegaram-lhe muitas mensagens de felicitações? Quer destacar alguém em especial?
Tenho recebido milhares de mensagens e já falei com o ministro da Educação [Tiago Brandão Rodrigues], que foi das primeiras pessoas a felicitarem-me.

O Presidente da República também lhe deu os parabéns?
Não, ainda não me disse nada.

Como é que o surf entrou na sua vida?
Tudo começou há quatro anos, quando Viana do Castelo recebeu um meeting europeu de surf adaptado, que envolvia atletas de Espanha, França, Itália e Portugal. Fui convidada a experimentar o surf e fiquei logo completamente apaixonada. Desde então nunca mais parei.

A adaptação foi fácil? Como é que uma pessoa cega consegue realizar manobras de surf tão perfeitas?
É difícil ter um termo de comparação, pois eu sempre fui cega. Mas sempre tive uma grande ligação com o mar, pois várias pessoas da minha família são pescadores e o mar nunca foi um grande obstáculo para mim. Nunca tive medo do mar e sempre estive à vontade lá. Isso contribuiu para que a minha adaptação ao surf fosse natural.

O seu treinador Tiago Prieto acompanha-a sempre ao mar quando vai surfar. Qual costuma ser a vossa estratégia?
Sim, ele vai sempre comigo desde o primeiro dia. Damo-nos muito bem e confio nele a 100%. Quando o meu treinador avista uma onda que lhe parece boa para eu surfar, avisa-me para eu começar a remar. A partir do momento em que estou na onda, fico por minha conta. Ele ajuda-me apenas no início a entrar na onda.

É no mar que se sente melhor e mais livre?
Sem dúvida. No mar não tenho obstáculos, ao contrário da rua e em todo o lado. Sou só eu, a prancha e a água.

E tem alguns hóbis?
Gosto muito de andar de skate, de sair com os meus amigos... enfim, o normal para uma pessoa de 16 anos.

Antes do surf praticou alguma outra modalidade?
Sim, pratiquei goalball, um desporto voltado para as pessoas cegas e fiz também um pouco de equitação. Também experimentei outras modalidades. O desporto foi uma parte fundamental no meu crescimento.

Quais são os seus grandes objetivos a curto prazo no surf e um sonho que deseja concretizar a longo prazo?
A curto prazo gostava de continuar a melhorar o meu surf, para conseguir ver até onde consigo chegar e desenvolver técnicas com o meu treinador e com as pessoas que trabalham comigo, de modo a melhorar o meu surf e ajudar outras pessoas cegas que queiram praticar a modalidade.

Como é a sua relação com os colegas da escola? Eles costumam acompanhar as suas provas?
Seguem muito as minhas provas e são os meus grandes motivadores. Durante o Mundial enviaram-me mensagens todos os dias e foram falando comigo. São super importantes para mim e se não fossem eles eu não estaria tão pronta para enfrentar um Mundial.

Como tem sido a relação com o Surf Clube de Viana, o clube que representa?
O Surf Clube de Viana é como se fosse uma família para mim. Alguns dos seus elementos estiveram nos Estados Unidos a apoiarem-me. Foi super importante ter as pessoas amigas e com quem convivo todos os dias à minha volta. Eles são a parte mais importante da minha carreira, pois é lá que treino e que passo grande parte do dia.

Como é o seu dia-a-dia? Quantas horas, em média, dedica ao surf?
Estudo na Escola Secundária de Monserrate, em Viana do Castelo e por vezes, nos intervalos, costumo ir à Praia Norte, que é lá muito perto. Este ano tenho um horário de escola muito bom, pois tenho aulas das 08.30 às 13.30. Da parte da tarde, consigo ir surfar todos os dias e dedicar-me a outras atividades, nomeadamente aulas de Inglês e de Piano.

A família tem-na apoiado muito nesta carreira desportiva?
Quando comecei a surfar houve algum receio da parte deles, mas hoje em dia são fãs incondicionais e se as provas são em Portugal apoiam-me sempre ao vivo. Claro que lhes deve ter custado um bocadinho não estarem a apoiar-me na Califórnia, mas fomos comunicando sempre. Eles são as pessoas que estão comigo no dia-a-dia, que me levam aos treinos e me vão buscar aos treinos. Muitas vezes alteram os planos para me acompanharem na minha rotina.

Sente que é um grande exemplo para as pessoas que nascem com alguma dificuldade física, pois demonstra que é possível tornear esses problemas e alcançar grandes feitos?
Acho que sou um grande exemplo, mas tenho noção de que isso acarreta muitas responsabilidades. Tenho recebido muitas mensagens de pessoas com e sem deficiência, dizendo-me que se sentiram motivadas para concretizar projetos e realizar sonhos que achavam impossíveis de concretizar. Obviamente que é um motivo de grande orgulho, apesar da grande responsabilidade que sinto.

E vida fora do surf. Que objetivos tem para os próximos anos?
Gostava de estudar Relações Internacionais, mas prefiro decidir as coisas no momento. Gosto de deixar as coisas acontecerem.

Como antevê agora o regresso à "normalidade" em Portugal?
​​​​​​​Vai ser muito bom. Espero ter algum tempo para estar e conviver com as pessoas de que gosto e voltar a Viana do Castelo, a minha cidade.

dnot@dn.pt

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MJA | 29.Dez.2021


 

ϟ Cartaz 3 de Dezembro de 2021

Instituto Nacional de Reabilitação

O Prémio Cartaz 3 de Dezembro, distingue o trabalho gráfico que, através de um cartaz, sensibilize e mobilize a opinião pública para o reconhecimento dos direitos das Pessoas com Deficiência, celebrado, todos os anos, no dia 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

O 1.º Prémio, no valor de 3.000 euros, é atribuído pelo INR em parceria com o El Corte Inglés, Grandes Armazéns, S.A. Os vencedores deste Prémio, bem como as Menções Honrosas, recebem também uma peça de arte oferecida pelo CENCAL - Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica.

O vencedor do Prémio Grafe Publicidade Lda, desenvolveu o cartaz A DIFERENÇA TEM MUITAS FORMAS, A IGUALDADE É UNIVERSAL. Sobre fundo azul-claro, vinte círculos alinhados ao centro do cartaz, em quatro colunas, de cinco círculos. Da esquerda para a direita, há cinco círculos preenchidos com padrões distintos entre si que representam, cada um, tipos de deficiência. A maneira como estes estão dispostos foi inspirada nas palavras “Dia 3” escritas no sistema braille.

Texto: no último terço do cartaz, por baixo dos círculos, da esquerda para a direita, escrito a branco: “A diferença tem muitas formas, a igualdade é universal”. Abaixo, em cor diferente, bem maior e num tipo de letra mais irregular e menos rígida: “3 de dezembro”, abaixo e, menor, “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”. No canto inferior direito: QrCode com link para descrição áudio do cartaz. Veja aqui o cartaz:


A 1ª menção honrosa, Beatriz Costa, utiliza o cartaz com o tema "Vida que nos Convida". Este cartaz apresenta uma realidade que, embora ainda não exista na maior parte de Portugal, deve (a meu ver) ser uma visão na qual possamos acreditar e trabalhar para a tornar real. Uma sociedade que permita celebrar e conviver; em que a norma não seja impeditiva, mas realmente inclusiva; em que pessoas com diversos tipos de corpos e mentes possam habitar e viver em comunidade. Espero quem veja este cartaz se sinta convidado a sonhar este modo de vida e movido a tentar concretizá-lo. Veja aqui o cartaz:

A 2ª menção honrosa, da CERCI Lisboa, utilizou o tema "O Normal é Ser Diferente!!!". Cartaz comemorativo do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, com apontamentos de aguarela, numa composição onde TODOS têm lugar e existe um lugar para TODOS!! Veja aqui o cartaz:
 


 

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MJA | 3.Dez.2021


 

ϟ Universidade de Coimbra inaugura biblioteca inclusiva para pessoas com dificuldades visuais e neuromotoras

2 de Dezembro de 2021 | Notícias de Coimbra


A Universidade de Coimbra (UC) vai inaugurar amanhã (sexta-feira, 3), pelas 11h00, uma biblioteca inclusiva para pessoas com dificuldades visuais e neuromotoras. O conjunto de equipamentos e soluções tecnológicas, cedido pela Fundação Altice e que visam a inclusão de estudantes com necessidades educativas específicas, está instalado na Biblioteca Geral da UC.

Inaugurada em pleno Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro), esta sala inclusiva, pioneira nas bibliotecas das instituições de ensino superior nacionais, oferece várias soluções para pessoas cegas ou com baixa visão (como lupas digitais portáteis, softwares de ampliação, contraste de cores e voz sintetizada e leitores de ecrã que convertem o texto em voz). E também contém várias ferramentas para pessoas com limitações neuromotoras (como uma câmara eyetracker, que permite operar um computador através do movimento dos olhos, e um software que possibilita aceder ao computador de forma indireta, como alternativa à interação teclado/rato, comunicar através da voz sintetizada do equipamento e controlar outros aparelhos).

“Esta é mais uma ação no sentido da promoção da equidade e da garantia da igualdade de oportunidades, marca d’água da matriz identitária da Universidade de Coimbra. Esperamos que os novos equipamentos possam contribuir para o sucesso da carreira académica dos estudantes que deles necessitem”, afirma o Reitor da UC, Amílcar Falcão

“A Fundação Altice tem no seu ADN a tecnologia com grande enfoque na área da acessibilidade digital, pelo que este espaço na Biblioteca Geral é uma iniciativa de enorme relevo na promoção da Inclusão de estudantes com necessidades educativas específicas. O desenvolvimento de projetos de inclusão digital e de investigação de novas soluções inclusivas, é um trabalho com continuidade por duas instituições que partilham os mesmos valores”, refere, por sua vez, a Diretora da Fundação Altice, Ana Estelita.

Os equipamentos da biblioteca inclusiva vão ser inaugurados pelas 11h00, no espaço multimédia da Sala de Leitura da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), numa sessão – de acesso restrito, mas aberto à comunicação social – com as intervenções do Diretor da BGUC, João Gouveia Monteiro, e da Diretora da Fundação Altice, Ana Estelita.

À inauguração, segue-se – a partir das 11h30 – a conferência “UC 4 All”, com a intervenções do estudante Bernardo Alexandre Lopes, Presidente da Pró-Secção de Boccia da Associação Académica de Coimbra, e de Maria de Belém Roseira, Conselheira da Fundação Altice e antiga Ministra da Saúde e Ministra para a Igualdade. A palestra – aberta a toda a comunidade – decorre na Sala de São Pedro da BGUC, com abertura a cargo da Vice-Reitora da UC para os Assuntos Académicos e Atratividade de estudantes pré-graduados, Cristina Albuquerque, e encerramento pelo Reitor da UC, Amílcar Falcão.

A partir das 15h00, a Sala de São Pedro da BGUC recebe outra iniciativa associada ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: a mesa-redonda “À conversa… sobre Recrutamento e Inclusividade”, com a participação de representantes do Instituto do Emprego e Formação Profissional, da Critical Software, do El Corte Inglés, da Randstad e do Santander, sob moderação da Vice-Reitora Cristina Albuquerque. Este debate, particularmente dirigido a estudantes com necessidades específicas, encerra a programação dos “Dias da Empregabilidade” da Universidade de Coimbra, um evento único e diferenciador focado nas saídas profissionais e na preparação do futuro da comunidade estudantil, que está a decorrer desde 22 de novembro, incluindo workshops, palestras motivacionais, job talks e espaços de networking com entidades empregadoras.
 

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MJA | 2.Dez.2021


 

ϟ Aprovada a redução da idade da reforma para pessoas com deficiência

Cátia Mateus & Sónia Lourenço | Expresso | 24 Novembro 2021


A Comissão de Trabalho e Segurança Social aprovou esta quarta-feira a antecipação da idade da reforma para pessoas com deficiência para os 60 anos de idade, desde que tenham um grau de incapacidade igual ou superior a 80% e tenham uma carreira contributiva de, pelo menos, 15 anos.

Os partidos da esquerda parlamentar tinham apresentado vários projetos de lei no sentido desta antecipação, mas acabaram por ser introduzidas alterações pelos socialistas e apenas essas foram aprovadas.

As novas regras só entram em vigor com o próximo Orçamento do Estado, ou seja, nunca antes da Primavera de 2022. Entre as alterações introduzidas estão não apenas a redução da idade de acesso à pensão de reforma - que para os restantes trabalhadores será de 66 anos e sete meses em 2022 -, mas também a não aplicação do fator de sustentabilidade a essas pensões.

Recorde-se que este fator significa que quem se reformar de forma antecipada este ano (e não esteja protegido deste fator) sofre um corte de 15,5% no valor final da sua pensão de reforma.

O acesso à pensão aos 60 anos das pessoas com deficiência fica também protegido da penalização por antecipação face à idade normal da reforma. Esta penalização significa um corte de 0,5% (por cada mês de antecipação face à idade normal), ou seja, 6% por ano de antecipação.

As novas regras serão aplicadas não apenas às pensões que venham a ser requeridas após a sua entrada em vigor, mas também às pensões de reformas já requeridas mas ainda deferidas pelos serviços da Segurança Social a que se possa aplicar o novo regime.

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MJA | 25.Nov.2021


 

ϟ "Tateando o Museu" com grupo da ACAPO

 no Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra


O MNMC irá receber esta quinta-feira, 25 de novembro, um grupo de cegos e pessoas com baixa visão da ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal), no âmbito do projeto de inclusão "Tateando o Museu".

A visita, com início às 14h30, terá como objetivo a exploração de materiais em relevo acerca de quatro das nove litografias patentes na exposição “O Vinho” de Paula Rego. Convidamo-lo a associar-se a esta atividade!

Recordamos que esta exposição realizada em parceria com a Associação Cultura e Risco no âmbito de "O Mundo do Vinho" 2021, estará aberta ao público até 5 de dezembro de 2021, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 17h30, na sala António Augusto Gonçalves (piso 0) do MNMC. A entrada é gratuita e condicionada à lotação da sala.

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MJA | 24.Nov.2021


 

ϟ Dia Internacional das Pessoas com Deficiência | 3 de Dezembro

António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidos


Quando asseguramos os direitos das pessoas com deficiência, ficamos mais perto de alcançar a principal promessa da Agenda 2030: não deixar ninguém para trás. Ainda que haja muito por fazer, temos visto um progresso importante na construção de um mundo inclusivo para todos.

Quase todos os Estados-membros das Nações Unidas ratificaram a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e apelo urgentemente aos que ainda não o fizeram que a ratifiquem o quanto antes.

Em junho, lancei a Estratégia das Nações Unidas para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, com o objetivo de aumentar os nossos padrões e melhorar o nosso desempenho ao para a inclusão de pessoas com deficiência em todas as áreas do nosso trabalho e em todo o mundo.

E, pela primeira vez, o Conselho de Segurança adotou a sua primeira resolução dedicada à proteção de pessoas com deficiência em conflitos armados.

Estamos determinados a liderar pelo exemplo.

Neste Dia Internacional, reafirmo o compromisso das Nações Unidas de trabalhar com pessoas com deficiência para construir um futuro sustentável, inclusivo e transformador, no qual todos, incluindo mulheres, homens, meninas e meninos com deficiência, possam compreender o seu potencial.

Obrigado.

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MJA | 23.Nov.2021


 

ϟ Dia Nacional do Mar assinalado com distribuição de ecopontos pelas escolas de Viseu

Jornal do Centro | 16 Nov 2021

 

Os "novos" contentores estão equipados com os códigos Braille e ColorADD para incluir toda a comunidade escolar na separação de resíduos

A Câmara de Viseu assinalou esta terça-feira (16 de novembro) o Dia Nacional do Mar com a distribuição de 100 ecopontos pelas sete escolas básicas e secundárias do concelho. A Escola EB 2,3 de Mundão foi a primeira a ser premiada com os “novos” ecopontos equipados com códigos Braille e ColorADD.

Na entrega dos ecopontos, Pedro Ribeiro, vereador com o pelouro do Ambiente e Educação na Câmara de Viseu, foi convidado pelos alunos a hastear a bandeira Eco-Escolas 2021 conquistada pela escola e frisou que se trata de um marco importante que resulta de “um trabalho feito ao longo do ano que parece simples, mas os coordenadores da Eco-Escolas sabem bem que têm muito trabalho”.

O objetivo da entrega dos contentores é sensibilizar e incentivar para a importância da separação de resíduos, englobando toda a comunidade escolar através de equipamentos preparados para crianças, jovens e adultos com algum tipo dificuldade visual.

Com o código Braille inserido no ecoponto, as pessoas da comunidade escolar com alguma deficiência visual vão também conseguir participar na separação do lixo. Da mesma forma, com o ColorADD, os daltónicos vão ter uma nova ajuda a identificar as cores dos ecopopontos através da associação das cores primárias (magenta, amarelo e azul) com formas geométricas.

“Estamos a contribuir para uma forma de separação mais inclusiva, ou seja, mais alunos, mais professores, mais funcionários a entender quais são os ecopontos e contribuir para uma melhor separação dos resíduos”, sublinhou.

À comunidade escolar, explicou também a ligação entre o Dia Nacional do Mar e a distribuição dos ecopontos: “os resíduos que aqui são produzidos se não forem bem tratados, mais tarde ou mais cedo, vão parar ao mar. É por isso que estamos a assinalar o dia com a entrega de ecopontos para que se possa melhorar nesta tarefa importantíssima que é a separação adequada dos resíduos”.

Assim, diz Pedro Ribeiro, que “se menos resíduos forem parar ao chão, menos resíduos vão entrar nas sarjetas, menos resíduos vão estar nos ribeiros e nos rios e, portanto, menos resíduos vão parar ao mar”, além de “que uma das principais causas de morte das espécies e diminuição da biodiversidade é a poluição dos ecossistemas”.

Para o vereador, “é mais um passo para melhorarmos o ambiente e continuarmos a ser a melhor cidade para viver”, concluiu.

A distribuição dos contentores também incluiu as escolas do Viso, Azeredo Perdigão, Grão Vasco, Infante D. Henrique e as secundárias Alves Martins e Viriato.

No futuro, o município quer implementar este sistema de identificação por códigos em outros ecopontos existentes no concelho.

A iniciativa resulta ainda de um projeto promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), denominado “O mar começa aqui”, em que as Eco-Escolas do Município de Viseu participaram de uma ação educativa que lhes permitiu compreender a função, o funcionamento e a localização das sarjetas e sumidouros existentes nas ruas.
 

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MJA | 21.Nov.2021


 

ϟ Mastercard lança cartão acessível para invisuais e amblíopes

Maria Teixeira Alves

Jornal Económico | 26 Outubro 2021


A empresa de meios de pagamento, no âmbito do seu compromisso com a inclusão, lançou um cartão que é fácil ler para os 2,2 mil milhões de pessoas em todo o mundo têm deficiência visual.

A Mastercard lançou esta terça-feira o “Touch Card”, um novo padrão de cartão acessível para invisuais e amblíopes, no âmbito do seu compromisso com a inclusão.

“Até ao momento, existiam poucas formas eficazes dos invisuais saberem o tipo de cartão que estão a utilizar – crédito, de débito ou pré-pago -, sobretudo porque cada vez mais os cartões apresentam um design plano, sem relevos no nome e no número. Para dar resposta a este desafio, a Mastercard apresentou uma inovação simples, mas eficaz”, diz em comunicado a empresa de meios de pagamento.

A Mastercard lembra que 2,2 mil milhões de pessoas em todo o mundo têm deficiência visual.

O novo Touch Card da Mastercard vem melhorar o padrão de design atual, ao introduzir um sistema de “entalhes” na lateral do cartão para ajudar os consumidores a identificar o cartão certo, apenas através do toque. “Os novos cartões de crédito Touch Card têm um entalhe redondo; os cartões de débito um entalhe amplo e quadrado; e os cartões pré-pagos um entalhe triangular. O padrão foi desenhado de forma a funcionar em terminais POS e ATMs, tendo também a possibilidade de ser implantado em escala”.

Raja Rajamannar, responsável de Marketing e Comunicação da Mastercard, refere na nota, a propósito deste lançamento , que “o Touch Card proporcionará uma maior sensação de segurança, inclusão e independência para 2,2 mil milhões de pessoas invisuais, em todo o mundo. A identificação do cartão de pagamento pode ser uma verdadeira luta para estas pessoas, e a solução tátil que propomos permite-lhes orientar corretamente o cartão de pagamento para saber que cartão estão a usar.”

O conceito da Mastercard foi avaliado e apoiado pela organização nacional de deficientes visuais do Reino Unido – Royal National Institute for the Blind (RNIB) e pelo Visions/Serviços para invisuais e amblíopes nos Estados Unidos. O cartão foi co-desenvolvido pela Idemia, a empresa de tecnologia de identificação que desenvolve cartas de condução móveis e cartões de pagamento biométricos.

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MJA | 30.Out.2021


 

ϟ Oxigenoterapia Hiperbárica uma esperança para a “cegueira súbita”

Maria Luís Gameiro
Direção Centro Hiperbárico Cascais


Hoje, 14 de outubro, dia Mundial da Visão sob o tema internacional LOVE YOUR EYES em tradução livre “AMA OS TEUS OLHOS” alerto para a necessidade e importância dos cuidados para a saúde da visão.

A comemoração desta efeméride é uma oportunidade para sensibilizar e motivar a população para a necessidade de realização de exames e consultas periódicas, de forma a prevenir e diagnosticar precocemente problemas da saúde da visão que podem ser facilmente prevenidos e evitar a deficiência visual e muitas vezes a cegueira!

O propósito da minha reflexão de hoje está relacionado com uma patologia por muitos desconhecida: A Oclusão da Artéria Central da Retina (OACR).

A OACR é um bloqueio do fluxo sanguíneo na artéria central da retina, normalmente decorrente de embolismo, aparecendo geralmente de uma forma súbita, indolor e unilateral num quadro clínico de cegueira. Ocorre geralmente em pacientes idosos, mas podem também ocorrer em adultos jovens e até mesmo em crianças.

Infelizmente, em muitas das situações, os tratamentos disponíveis são insuficientes para conseguir recuperar a visão do olho afetado, e muitas vezes, quando o oftalmologista se lembra da Oxigenoterapia Hiperbárica como alternativa de tratamento, a janela de oportunidade para alguma recuperação com recurso a esta terapia pode já ter passado, por isso, quanto a este tema: ter informação prévia é o maior trufo na sua saúde ocular.

A Oxigenoterapia Hiperbárica provou a sua eficácia e segurança num conjunto de patologias definidas pela UHMS (Sociedade Médica Subaquática e Hiperbárica, Americana). No campo oftalmológico em particular, é de referir o tratamento de doenças vasculares do olho (como a OACR), as infeções oculares, a retinopatia e neuropatia ótica por radiação e na retinite pigmentar. Não quero deixar de referir que muitos estudos merecem ser feitos para que mais e melhores resultados se possam retirar deste tratamento promissor.

No caso concreto da Oclusão da Artéria Central da Retina a Oxigenoterapia Hiperbárica, promove o aumento de oxigénio ligado a hemoglobina e fundamentalmente no plasma, com consequente aumento da concentração de oxigénio no território vascular da coroideia.

A Oxigenoterapia Hiperbárica deverá ser efetuada nas primeiras horas após a perda de visão, com manutenção nos dias seguintes, para que seja útil nos esforços de recuperação visual dos pacientes.

No Centro Hiperbárico de Cascais temos uma equipa altamente especializada, com competência em Medicina Hiperbárica dada pela Ordem dos Médicos e ampla experiência nas mais variadas aplicações deste tipo de tratamento.

Temos sido testemunhas de pacientes que chegaram até nós e cujo tratamento tem tanto mais probabilidade de sucesso quanto menor for o número de horas entre a ocorrência e o tratamento. Em resumo: O TEMPO é muito importante para o eventual sucesso do tratamento.

Tempo é Visão! E caso seja alvo desta fatalidade ou se conhecer alguém, não se esqueça desta alternativa, consulte e informe-se de imediato com o seu oftalmologista ou na urgência do Hospital, não espere para o dia seguinte!

fonte SAPO

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MJA | 29.Out.2021


 

ϟ Pandemia teve efeitos graves na visão de crianças e jovens

Cynthia Valente | DN |15 Outubro 2021


Projeto VAN - Vision as Needed realizou 250 rastreios nesta semana, em vários agrupamentos escolares da cidade. Cerca de 25% das crianças foram identificadas com problemas de visão. Ensino à distância e o aumento do uso de ecrãs fizeram aumentar casos de miopia.

A pandemia teve efeitos nefastos na visão de crianças e jovens. O ensino à distância e o horizonte muito próximo com ecrãs aumentou os casos de miopia." A afirmação é de Margarida Barata, diretora de marketing da Fundação VAN - Vision as Needed - Essilor (Europa) e responsável por um programa de rastreio visual que está a decorrer em vários agrupamentos escolares, no Porto.

A ação inclui, além do rastreio, "consultas de oftalmologia e a oferta de óculos (lentes e armações) a alunos do Agrupamento de Escolas do Cerco, no Porto, que cobre um tecido socioeconómico particularmente frágil". Ao DN, Margarida Barata explicou que o programa começou no final de 2019 com o consultório móvel de oftalmologia da Fundação Vision for Life a marcar presença na Aldeia SOS de Gulpilhares e no Centro Porta Amiga AMI, de Gaia, tendo sido depois "interrompido devido à pandemia". "Implementamos o programa no mundo inteiro, desde a China ao Sudão, e, em Portugal, a nível nacional.

Os problemas de visão são responsáveis por dificuldades de aprendizagem. Sem ver bem, não se aprende. A título de exemplo, nesta semana identificámos um caso grave de nistagmo, num aluno que era considerado um elemento perturbador em sala de aula. A perturbação dele residia no problema de visão. Não se consegue concentração quando não se vê bem...", refere. A mesma responsável relembrou que os especialistas estimam que, em 2050, "metade da população mundial será míope".

Tendo como base a Escola Básica e Secundária do Cerco, onde foram colocadas as carrinhas móveis de rastreio e consulta, alunos das escolas de Campanhã, Cerco e São Roque já fizeram uma primeira avaliação. Cerca de 25% dos estudantes, entre os 6 e os 18 anos, apresentaram problemas de visão "leves", como miopia ou astigmatismo, mas também foram identificados problemas graves de córnea ou altas miopias.

"O nosso grande objetivo é voltarmos daqui a dois anos para ver a evolução dos casos agora diagnosticados", adianta Margarida Barata. Em março de 2022, a Fundação VAN - Vision as Needed vai levar a cabo mais uma semana dedicada a rastreios de visão, em três escolas do Agrupamento do Cerco. "Para muitas crianças, este é o primeiro rastreio que fazem e pode fazer toda a diferença no seu percurso escolar", sublinha Margarida Barata. Catarina Mateus, coordenadora do curso de Ortóptica da Escola Superior de Saúde do Porto, também destaca a importância destas ações de rastreio. "O nosso objetivo é fazer a diferença na vida destas crianças. Para muitas, esta é a única forma de obter um diagnóstico. Os nossos alunos de 3.º ano ajudam no rastreio, supervisionados pelos professores", adianta.
 

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MJA | 28.Out.2021


 

ϟ Avança regulamentação da profissão de transcritor e revisor de textos em braille

Da Agência Senado | 24/08/2021

Profissionais que transcrevem ou revisam textos em braile poderão ter suas profissões regulamentadas a partir de agora (no Brasil). O PLS 50/2017 foi aprovado, com duas emendas, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta terça-feira (24). O projeto tem o objetivo de valorizar o trabalho desses profissionais, considerados essenciais para a vida de pessoas com deficiência visual que dependem da técnica para ter acesso a conhecimento.

A proposta define que a produção de textos para fins culturais, educacionais e comerciais deverá ter a participação obrigatória do transcritor e do revisor de textos em braile. Também exige como formação obrigatória para a profissão ensino médio completo e certificado de habilitação expedido por órgãos oficiais ou reconhecidos pelo Ministério da Educação, ou ainda ter exercido a profissão de transcritor ou revisor por pelo menos três anos antes da promulgação da lei.

O autor do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), afirma que, ao elaborar o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 2015), viu a qualidade e a habilidade desses profissionais, o que o motivou a elaborar a proposta para valorizar a profissão, que ainda não possui regulamentação jurídica e inexiste no sistema legal brasileiro.

“Além de proteger os profissionais dedicados a esse trabalho fundamental, a aprovação do presente projeto — e sua posterior conversão em lei — representará, também, proteção para a sociedade, garantindo que apenas os profissionais qualificados tenham acesso à profissão, em prol da qualidade dos trabalhos de transcrição e revisão de textos em braile”, argumenta Paim na justificação.

Para o relator, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), é oportuno e justo oferecer aos transcritores e revisores de braile uma base jurídica para sua regulamentação profissional.

— Estamos vendo cada vez mais no nosso país uma inclusão cada vez maior e melhor das pessoas com deficiência. É uma política pública que deve ser olhada com todo zelo e cuidado — reforçou o relator.

Emendas

Uma das emendas do relator mudou a carga horária de trabalho dos profissionais. O texto original estabelecia jornada máxima de trabalho de 6 horas diárias e 30 horas semanais, com intervalo de repouso de 10 minutos a cada 2 horas contínuas de trabalho. A alteração elimina a previsão da jornada máxima de trabalho diária, mas mantém a garantia de intervalo de repouso de 10 minutos a cada 2 horas contínuas de trabalho, além da pausa para alimentação e repouso fixada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452, de 1943).

A outra emenda eliminou a exigência de aprovação prévia em prova oficial de certificação dos transcritores que tenham exercido o ofício por pelo menos três anos antes da transformação do projeto em lei. O relator afirma que isto não é possível pois a prova oficial ainda não foi regulamentada.

“Até que isso aconteça boa parte desses profissionais ficaria fora do mercado de trabalho, razão pela qual apresentamos emenda para corrigir essa distorção”, explicou Nelsinho no parecer.

— Uma lei como essa naturalmente vai melhorando o espaço deles atuar na sociedade — comemorou Paim.

Como foi aprovado em decisão terminativa, PLS 50/2017 será enviado diretamente para a Câmara dos Deputados, a não ser que haja recurso para votação pelo Plenário do Senado.

Fonte: Agência Senado
 

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MJA | 8.Set.2021


 

ϟ Pós graduação - Deficiência, Cidadania e Inclusão Social

ANDITEC

A pós-graduação em Deficiência, Cidadania e Inclusão Social, a primeira do género em Portugal, visa proporcionar formação avançada, interdisciplinar e abrangente sobre a situação das pessoas com deficiência em Portugal e sobre modelos e respostas inovadoras, baseados em direitos humanos, promotoras da inclusão social deste grupo. Neste sentido, constituem objetivos específicos desta pós-graduação:


• Proporcionar a aquisição de competências teóricas que permitam o aprofundamento de conhecimentos avançados sobre deficiência, direitos humanos e inclusão social;
• Promover a apropriação de competências e ferramentas práticas nestas temáticas;
• Desenvolver o entendimento da interdisciplinaridade da área da deficiência;
• Desenvolver a análise crítica de forma orientada, fomentando o debate e a partilha de experiências entre estudantes e docentes.


+ informações em ANDITEC.
 

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MJA | 7.Set.2021


 

ϟ Exposição recria pinturas famosas para serem sentidas pelos visitantes cegos

Reuters | 18 de Agosto de 2021 | PÚBLICO


Exposição recria pinturas famosas para serem sentidas pelos visitantes cegos — mas não é destinada exclusivamente a pessoas cegas. Todos os visitantes são convidados a colocar os (outros) sentidos à prova.

Os visitantes de uma exposição nos Países Baixos, intitulada Blind Spot, podem achar o nome pouco original – mas é suposto ser um elogio. O Museu Central de Utrecht lançou o projecto este mês, numa tentativa de tornar as suas ofertas mais acessíveis e agradáveis ​para pessoas com deficiências visuais.

A exposição recria pinturas existentes, mas com dimensões extra, como som e olfacto – o que inclui o cheiro a queijo apodrecido. E, pela primeira vez, os visitantes do museu podem tocar nas obras. Pessoas com visão também são incentivadas a participar, utilizando uma venda enquanto experimentam os trabalhos, incluindo uma versão de 1610 de Natureza Morta com Frutas, Nozes e Queijo, de Floris van Dyck.

“A primeira coisa que me surpreendeu foi o cheiro”, disse Farid el Manssouri, que é cego, sorrindo depois de passar as mãos sobre queijo, uvas e um rolo de pão que foram transformados em objectos reais a partir da obra original de Van Dyck. “Eu consegui sentir o cheiro do queijo e também toquei nele”, diz o visitante. El Manssouri questionou-se como a mesa estava inclinada, mas a comida não caiu: “Foi realmente surpreendente de sentir... Suponho que tenha sido muito bem colado.”

O artista Jasper Udink ten Cate e o designer Jeroen Prins explicam que a ideia surgiu quando serviam comida para acompanhar uma obra de arte e uma mulher cega que visitou a exposição ficou muito comovida. “Aquele momento foi o ponto de partida”, diz Ten Cate. Steffie Maas, responsável do museu para a inclusão, revela que Blind Spot foi uma experiência no caminho para a melhoria, com mais acessibilidade e instalações tão importantes quanto a exposição.

“Acho que é uma experiência incrível e é, a meu ver, bastante única nos Países Baixos”, disse Bas Suurland, outro visitante do museu. “(A experiência) activa outros sentidos, para além do visual.”
 

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MJA | 23.Ago.2021


 

ϟ  O corrimão em Braille num miradouro de Itália que descreve aos cegos como é a paisagem

NIT | Patrícia Naves | 19/08/2021


Existe há mais de quatro anos, mas chegou a todo o mundo e tornou-se viral esta semana pelos melhores motivos. Em Nápoles, no Sul da Itália, o Castelo de Santo Elmo viu nascer, em janeiro de 2017, um trabalho inclusivo de um artista local, que consiste num enorme corrimão metálico com inscrições em Braille que percorre todos os caminhos e escadarias da sua Praça das Armas.

Segundo noticiava então o “Globo“, “Follow the Shape” é o nome do trabalho do artista italiano Paolo Puddu, formado na Academia de Belas Artes napolitana. Nesta fortaleza da Idade Média por onde passam normalmente milhares de turistas todos os anos, a vista do topo da colina é de 360 graus para toda a cidade e envolvente, com o imponente Monte Vesúvio sempre por perto e no horizonte,

A iniciativa, que ganhou um concurso chamado “Uma obra para o castelo”, cujo tema era “Apenas um olhar — relações e encontros”, permite a todos os deficientes visuais que visitam o Santo Elmo que entendam toda a história e paisagem, num momento a puxar ainda à poesia e à imaginação, através da experiência de seguirem o corrimão com os seus dedos.

Nele estão então em braille breves descrições das vistas deslumbrantes do castelo, bem como citações de poetas e autores em italiano e inglês, nomeadamente frases do livro de 1919 “A Terra e o Homem”, do escritor napolitano Giuseppe De Lorenzo.

Os leitores de braille são encorajados a “seguir a forma” à medida que descobrem versos do romance.

Durante os primeiros quatro anos de vida, a importante iniciativa passou despercebida a muitos, mas eis que em agosto de 2021 uma imagem da grade do Castelo de St. Elmo se tornou viral.

Segundo noticiava a “Euronews” esta quarta-feira, 18 de agosto, tudo começou como normalmente se iniciam estas histórias: alguém que reparou no detalhe e o partilhou, e por algum motivo — o tema da inclusão, o timing, o que seja — a imagem viralizou instantaneamente no Twitter e no Instagram.

Além da descrição do corrimão, quem partilhou pedia “mais disto, por favor”, o que poderá ter ajudado à dimensão que ganhou.

Segundo explicou entretanto à agência de noticias Dimitrios Buhalis, professor da Universidade de Bournemouth, normalmente as “pessoas com deficiência têm sido discriminadas e excluídas de muitas partes da sociedade, especialmente de coisas que não são essenciais para a vida, como o lazer”.

Por isso, este autor de vários livros sobre gestão de turismo acessível acredita que os cidadãos precisam mudar sua atitude em relação à inclusão e que passos como estes ajudam. “Muitas pessoas vêm como preto ou branco, acessível ou não acessível … na realidade, nada é absolutamente acessível a todos”, acrescenta.

Todas as pequenas intervenções são privilégios necessários para as pessoas com deficiência, explica, sendo este corrimão um exemplo de uma iniciativa com uma intervenção muito baixa em termos de custos mas que na verdade “faz uma grande diferença para as pessoas que são cegas ou amblíopes”.

Especulações de utilizadores no Twitter sugerem que o artista Paolo Puddu decidiu ativamente não revelar o texto exato citado em braille para aqueles que não podem lê-lo. Um esforço, pensam alguns, para negar aqueles que já podem ver a vista deslumbrante de Nápoles com seus próprios olhos.

Tal como noticiava em 2017, aquando da inauguração do corrimão, um jornal napolitano, o próprio Castelo de Santo Elmo não é novo neste tipo de iniciativas. Juntamente com o Museu Arqueológico Nacional, Capodimonte e outros museus napolitanos, faz parte da rede “Nápoles nas suas mãos”, um projeto sem grandes financiamentos mas que tem tido “excelentes resultados”.

Nascido em dezembro de 2013, o memorando de entendimento reúne universidades, espaços de arte e associações, com o objetivo de incentivar a utilização do património cultural por pessoas com deficiência. Assim, em cada um dos locais participantes da iniciativa, são criados roteiros turísticos acessíveis.

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MJA | 21.Ago.2021


 

ϟ Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência aprovada em Conselho de Ministros

Agência Lusa

22 jul 2021 | Observador


A Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025 foi esta quinta-feira aprovada em Conselho de Ministros, tornando-se Portugal no primeiro país europeu a fazê-lo depois da aprovação da estratégia europeia, em março.

Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência reconheceu que foi um processo difícil, mas salientou que o documento está “finalmente” aprovado. “É oficial, está aprovado, há de estar publicado em Diário da República, eu espero, dentro de uma semana”, disse Ana Sofia Antunes.

Com a aprovação esta quinta-feira do documento, Portugal torna-se no primeiro país europeu a aprovar uma estratégia nacional para as pessoas com deficiência, depois de a estratégia europeia ter sido aprovada em março, no decorrer da presidência portuguesa da União Europeia, algo que a secretária de Estado valoriza pelo facto de mostrar que o trabalho está a ser feito e que o Governo está “em cima dos acontecimentos“.

Ana Sofia Antunes sublinhou que Portugal não é o primeiro país a aprovar uma estratégia, uma vez que outros países já o fizeram antes, apesar de agora terem de ser revistas em função da nova estratégia europeia, algo que disse saber que nenhum país tenha feito até à data.

A secretária de Estado lembrou que a estratégia esteve em consulta pública, da qual recebeu 102 contributos, mas o documento “não é muito diferente“, uma vez que foram feitos apenas “ajustes pontuais“.

A estratégia divide-se em oito eixos: cidadania, igualdade e não discriminação; promoção de um ambiente inclusivo; educação e qualificação; trabalho, emprego e formação profissional; promoção da autonomia e vida independente; medidas, serviços e apoios sociais; cultura, desporto, turismo e lazer; conhecimento, investigação, inovação e desenvolvimento.

Ana Sofia Antunes salientou algumas medidas e, por exemplo, em relação ao primeiro ponto destacou a revisão da tabela nacional de incapacidades, frisando que quer ter esse trabalho pronto até ao final do atual mandato, mas também a obrigação de todos os ministérios em elaborar planos de inclusão para se adaptarem às necessidades das pessoas com deficiência no contacto com os serviços públicos.

Em matéria de educação, a estratégia prevê a criação de centros de recursos para apoio a alunos com deficiência nas instituições de ensino superior, que ainda não é uma realidade transversal. Segundo a secretária de Estado, o documento prevê também a criação de uma linha de apoio, não só para melhorar a acessibilidade à cultura, mas também para possibilitar que as pessoas com deficiência façam parte da própria produção cultural.

De acordo com a responsável, não há um valor global de financiamento da estratégia, estando apenas garantido para já o financiamento das medidas que entrem em vigor em 2021, sendo as restantes aprovadas ano a ano e estando cada entidade responsável por “garantir que a medida pela qual é responsável está inscrita em orçamento e tem verba para ser executada“.

Ana Sofia Antunes disse ainda que a aprovação da estratégia nacional mostra que há um governo que está mobilizado para trabalhar em prol das pessoas com deficiência, com objetivos muito concretos para todas as áreas.

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MJA | 27.Jul.2021


 

ϟ Regime de quotas trava despedimento entre pessoas com deficiência

Human Resources | 29 Jun, 2021


Depois de três anos consecutivos a baixar, está a aumentar o número de pessoas com incapacidade inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional. No final do ano passado, eram 13 420, mais 11,6% do que no final do ano anterior (12 027), revela o Jornal de Notícias.

No entanto, o desemprego total, com e sem deficiência, subiu quase o triplo (29,6%) no mesmo período, o que significa que entre os deficientes não está a aumentar tanto.

De acordo com a publicação, de 2011 a 2016, o desemprego entre os deficientes subiu sempre. Depois desse ano, até 2019, diminuiu. Com a pandemia COVID-19, voltou a subir. A atenuar o efeito da subida do desemprego está a lei das quotas de contratação de pessoas com deficiência, que vai obrigar as médias e grandes empresas a contratar colaboradores com incapacidade acima de 60%, até 2024 e 2023, respectivamente.

Apesar de ter havido um aumento significativo da taxa de desemprego, as pessoas com deficiência «acabaram por ter uma discriminação positiva com a lei das quotas a aparecer nesta altura de pré-pandemia», constata Maria João Figueiredo, coordenadora da delegação do Porto da Associação Salvador, que trabalha na promoção de oportunidades de empregabilidade inclusiva para pessoas com deficiência motora em declarações ao Jornal de Notícias.

A responsável acrescenta que “o mercado está a mexer”, sobretudo devido à lei das quotas, mas também porque muitas empresas já têm departamentos de diversidade. Aliás, em 2020, muitos empresários debateram-se com o dilema de terem de despedir trabalhadores devido à diminuição da atividade económica, mas por outro lado terem de contratar cidadãos com deficiência devido à lei das quotas.

Esta legislação entrou em vigor em Janeiro de 2019 e estabelece que as empresas com 75 ou mais trabalhadores têm de admitir pelo menos 1% de colaboradores com deficiência até Fevereiro de 2024. Já as empresas com 250 ou mais trabalhadores têm de ter 2% de colaboradores com deficiência até Fevereiro de 2023. O incumprimento é punível com multas que variam entre 612 euros e 9690 euros, consoante o volume de negócios da empresa.
 

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MJA | 26.Jul.2021


 

ϟ Projeto Honda: Sistema de navegação avançado facilita vida a pessoas com deficiência visual

Redacção Autoportal | 20 jul 2021


A Honda anunciou em Tóquio o estabelecimento da Ashirase, Inc. É a primeira start-up que veio do Ignition, o recente programa de criação de novos negócios da marca.

O Ashirase é um sistema operativo de navegação avançado instalado em calçado para ajudar os deficientes visuais a caminhar e, há por parte da Honda a intenção de iniciar a venda até março de 2023.

Este sistema de navegação consiste numa aplicação para smartphone e um dispositivo de vibração tridimensional que incluiu um sensor de movimento dentro do calçado. Os vibradores estão alinhados com a camada nervosa do pé o que permite sentir facilmente a vibração. A utilização de um material macio na produção permite conforto na utilização diária.

Com base na rota definida o dispositivo vibra para fornecer os dados de navegação: se o utilizador for em frente há um sinal vibratório e, quando o mesmo se aproxima de uma curva, o vibrador do pé correspondente dará a indicação do sentido, esquerda ou direita. O Ashirase pretende uma compreensão intuitiva da rota sem a constante necessidade de atenção, de modo que os utilizadores possam ter segurança e independência.

Para conseguir orientar de uma forma precisa usa as informações do movimento do pé juntamente com as do GNSS (Global Navigation Satellite System).

Pessoas com deficiência visual podem desta forma usar as mãos para segurar a bengala e, os outros sentidos para percecionar o ambiente.

No Japão estima-se que até 2030 as pessoas com deficiência visual, incluindo as de baixa visão, atinja quase os 2 milhões de pessoas.

Até ao momento ainda não há mais informações sobre a possibilidade destes equipamentos poderem vir a estar disponíveis em Portugal.

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MJA | 25.Jul.2021


 

ϟ Agência de emprego para deficientes recebe 1.400 candidaturas em menos de três meses

Agência Lusa | Observador | 22 jul 2021


O projeto Valor T recebeu 1.400 candidaturas ao assumir-se como um centro de emprego exclusivo na procura de ofertas de trabalho para pessoas com deficiência, avaliando as suas capacidades.

Cerca de 1.400 pessoas com deficiência inscreveram-se na agência Valor T à procura de um emprego em menos de três meses de existência, o que representa uma média de quase 17 pessoas por dia.

A Valor T é um projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), desenvolvido em pareceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), que se assume como um centro de emprego exclusivo na procura de ofertas de trabalho para pessoas com deficiência, avaliando as competências e as características de cada candidato para encontrar o trabalho que melhor se lhe adapte.

Qualquer pessoa com deficiência, seja ela motora, intelectual, visual ou auditiva, e com interesse em tentar encontrar emprego através da Valor T deve aceder à plataforma (www.valort.scml.pt) e inscrever-se.

Em declarações à agência Lusa, a responsável por esta unidade de missão da SCML adiantou que desde o dia em que foi divulgada publicamente, a 01 de maio, a plataforma já recebeu cerca de 1.400 candidaturas, o que, contas feitas, significa que, em média, 17 pessoas com deficiência por dia fizeram essa inscrição.

“Não fazíamos ideia, abrindo a plataforma, de quantas pessoas se iriam registar, mas o que aconteceu foi que efetivamente (…) passadas duas, três semanas nós já tivéssemos cerca de 500 pessoas, número esse que foi aumentando em cada semana e que fez com que, atualmente, nós tenhamos cerca de 1.400 pessoas registadas na plataforma”, adiantou Vera Nunes, salientando que a plataforma foi construída de raiz.

Sublinhou que o objetivo é procurar “a capacidade, do talento, do que a pessoa tem de competências para exercer” e que é esse o foco do trabalho que a equipa da SCML está a realizar.

A responsável apontou que desde o início era intenção ter uma plataforma “muito acessível” para qualquer pessoa, fosse qual fosse a deficiência que ela tivesse e que toda a gente conseguisse aceder em igualdade de circunstâncias.

“O facto de em tão pouco tempo termos tantos registos é o primeiro objetivo concretizado”, salientou, justificando esse fenómeno com a vontade que as pessoas com deficiência têm em encontrar um trabalho.

De acordo com Vera Nunes, a fase atual é a de analisar candidaturas e contactar as pessoas que se inscreveram, muitas vezes com recurso a entrevistas remotas, ao mesmo tempo que estão a analisar os registos das entidades empregadoras.

“Cerca de metade das pessoas registadas já estão numa fase de avaliação, estamos agora a iniciar uma fase de dar continuidade ao processo de conhecimento e avaliação das pessoas, mas sendo certo que já apoiamos muitas centenas para passarem para esta fase da avaliação”, adiantou.

Entre as pessoas inscritas, “há uma maioria clara na deficiência motora”, mas também “um registo muito substantivo na área da deficiência visual, além de pessoas com deficiência intelectual ou casos de deficiências adquiridas ao longo da vida.

A responsável acrescentou que dentro das cerca de 700 pessoas que já iniciaram avaliação, a Valor T já fez o contacto com cerca de 200.

Relativamente às empresas, a responsável afirmou que tem havido uma “muito boa recetividade” de diferentes grupos empresariais e de várias áreas de negócio, desde a distribuição à hotelaria ou empresas de Tecnologias de Informação ou seguradoras.

O número de empresas “vai crescendo todos os dias”, não só da parte de “grandes grupos”, como pequenas e médias empresas, o que leva Vera Nunes a apelar a todas as empresas a procurarem esta unidade de missão da SCML para as ajudar “no caminho” da contratação de pessoas com deficiência.

“Temos cerca de cem empresas, e estou a falar de grupos que depois podem ter dentro várias empresas”, revelou.

Vanda Nunes sublinhou ainda que o apoio da Valor T não termina na contratação, sendo antes “um novo ponto de partida” para a integração das pessoas e no apoio à entidade empregadora.

Por outro lado, a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência salientou que o apoio estatal é sobretudo visível através do trabalho dos centros de recursos ao emprego e a consultoria do INR, por exemplo no apoio a entrevistas a pessoas surdas ou cegas.

Ana Sofia Antunes disse esperar que esta ferramenta “permita a partir do final do ano começar a ver os números das pessoas com deficiência inscritas nos centros de emprego a decrescer“.

“Eles estiveram a decrescer sempre até 2019, em 2020 cresceu por razões óbvias, e se eu conseguir ver novamente a tendência a inverter e no final do ano tiver menos pessoas [desempregadas] do que tinha no final de 2020, eu estarei contente”, afirmou.
 

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MJA | 25.Jul.2021


 

ϟ Teatro para todos

Visão | 20 Julho 2021


A Santa Casa da Misericórida de Lisboa apoia o Teatro Nacional D. Maria II no seu projeto de se tornar um espaço acessível e com oferta cultural inclusiva. Com acessos para pessoas com mobilidade reduzida e sessões para públicos cegos, com dificuldades auditivas, condições do espectro autista, entre outros, o teatro faz-se com todos e para todos

O teatro é uma escola da condição humana. Não só nos ensina a viver, como nos ensina a viver melhor. Disse-o Aristóteles e nós, 2300 anos depois, continuamos a concordar. Sentados numa plateia aprendemos, por exemplo, que matar o pai para casar com a mãe faz mal à saúde. Que uma vida de ganância dá direito a bilhete de ida num ferryboat que só pára no Inferno. Ou que ter vingança a correr nas veias em vez de sangue desgasta o próprio mais do que o alvo.

E se saber viver é algo de essencial para todos, então o teatro tem de ser para todos e só se faz com todos. Razão pela qual a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apoia e patrocina o Teatro Nacional D. Maria II (TNDM II) no projeto de se tornar um espaço cultural totalmente inclusivo. Com este apoio foi possível garantir, por exemplo, que todas as áreas do edifício são acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida. Um feito considerável para um edifício inaugurado em 1846.

E não foi apenas o espaço físico que se tornou mais acessível, mas também a oferta cultural. O TNDM II tem sessões regulares com audiodescrição para o público cego ou com deficiência visual. E para que as pessoas se sintam mais confortáveis, uma hora antes da sessão é organizado um momento de reconhecimento do espaço e aproximação tátil à cenografia e figurinos, assim como um encontro com os atores. O teatro disponibiliza também sessões com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, para o público surdo ou com deficiência auditiva.

Consciente da sua missão de serviço público, o TNDM II oferece aquilo a que chama Sessões Descontraídas — com uma atmosfera mais acolhedora e tolerante no que diz respeito a movimento e barulho na plateia – destinadas, por exemplo, a famílias com elementos com défice de atenção, com deficiência intelectual, com condições do espectro autista ou com deficiências sensoriais, sociais ou de comunicação.

O patrocínio da SCML permite também que o TNDM II seja sensível à acessibilidade económica, com descontos de bilheteira para desempregados, jovens até aos 30 anos, seniores e grupos escolares – estes últimos contam com bilhetes a 4 euros, com redução para 1 euro no caso de situações de carência socioeconómica, reportada pelo professor acompanhante.

Não foram esquecidos os públicos desprotegidos, como adultos com percursos de exclusão, públicos jovens em situação de risco, abandono ou negligência e ainda crianças e jovens em regime de internamento, para quem o teatro faz sessões regulares dedicadas.

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MJA | 24.Jul.2021


 

ϟ Conferência Mundial da Cegueira 2021

Madrid | 28 a 30 de junho 2021

Mapfre News


Neste encontro, organizado pelo Grupo Social ONZE e promovido pela UMC (União Mundial de Cegos) e o ICEVI (Conselho Internacional de Educadores de Pessoas com Deficiência Visual), mais de 1.000 pessoas cegas e com deficiência visual grave, oriundas de aproximadamente 190 países, participaram para falar de uma nova abordagem inclusiva e inovadora e partilharam experiências e práticas desenvolvidas.

O World Blindness Summit organiza espaços, workshops, palestras e debates onde as temáticas se centram nos desafios encontrados e o trabalho necessário desenvolver para garantir que as pessoas com cegueira possam participar plenamente em qualquer aspeto do desenvolvimento da vida.

Nesta edição a Fundação MAPFRE esteve presente em três mesas redondas moderadas por Fernando Riaño, diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Grupo social ONZE:


Colaborações estratégicas como parte fundamental do movimento das pessoas com deficiência

Sessão destinada a sublinhar que a deficiência, como um tema diretamente ligado aos Direitos Humanos, faz parte da agenda global da Sustentabilidade e faz parte dos denominados critérios ASG (ambientais, sociais e de boa gestão).

Participação: Anastasia de las Peñas, Diretora de Experiência


Responsabilidade social e organizações de pessoas com deficiência

Reunião de ideias e iniciativas que ajudem a canalizar o desafio da melhor forma possível, bem como vários casos com melhores práticas ou iniciativas de referência, tanto na agenda local como global, e que ajudem todas as organizações a entender melhor as oportunidades que a agenda oferece.

Participação: Clara Bazán, Diretora de Seguro e Providência Social da Fundação MAPFRE

Responsabilidade social e liderança, colaboração do setor privado e as organizações de pessoas com deficiência

Este webinar/workshop teve como objetivo promover e partilhar boas práticas das alianças estratégicas para a defesa dos nossos direitos e de como melhorar as relações com as instituições públicas e privadas.

Participação: Daniel Restrepo, Diretor de Ação Social da Fundação MAPFRE


fonte: Fundação MAPFRE

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MJA | 20.Jul.2021


 

ϟ Guterres aborda inclusão na Cúpula da Cegueira Madrid 2021

Nações Unidas . UNRIC | 17 Julho 2021


A capital de Espanha acolhe a partir desta segunda-feira a Cúpula da Cegueira Madrid 2021. De forma presencial ou virtual, mais de 3,5 mil participantes debaterão temas sobre deficiência visual incluindo o secretário-geral da ONU.

António Guterres abordará a meta de inclusão de pessoas com deficiência visual, prevista nos Objetivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

Novas tecnologias

Os organizadores preveem que “a maior cimeira global sobre a cegueira da história” reúna desafios e inquietações de 285 milhões de cegos de todo o mundo. Entre os pontos a serem levantados estão o acesso às necessidades básicas de higiene e saúde, os direitos e a inclusão de novas tecnologias.

Em 2020, o evento da União Mundial de Cegos, UMC, e da Plataforma Educativa Internacional de Pessoas Cegas, Icevi, foi adiado por causa da pandemia.

Até esta quarta-feira, a interação junta representantes de 190 países, em nome de 200 organizações com mais de 300 milhões de membros.

Eles sofrem problemas visuais ou adquiriram deficiências geralmente em acidentes ou catástrofes.


Crianças

O centro dos debates em torno do lema “Aos olhos de todos” serão questões relacionadas com a educação do grupo, num mundo onde mais de metade das crianças cegas não têm acesso ao setor.

Estas barreiras, limitam a participação plena do grupo em áreas essenciais como formação, emprego, autonomia, tecnologia, leitura, cultura e desporto que carecem de maior integração de pessoas com deficiência visual.

A cúpula de Madrid será antecedida de 17 eventos e 45 conferências sobre o tema.


fonte: https://unric.org/pt

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MJA | 19.Jul.2021


 

ϟ Mundo a 3D, “as mãos são os olhos de quem não vê”

SICnoticias.pt | 15 Julho 2021


Contribuir para a inclusão da pessoa deficiente visual na sociedade é o principal objetivo do projeto “Mundo a 3D” promovido pela Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).

Para aumentar a informação e o acesso à cultura das pessoas com deficiência visual, a ACAPO recorre a moldes tridimensionais de monumentos, imagens, fotografias e objetos, com uma vertente lúdica e educativa. É o projeto “Mundo a 3D” alargado a escolas, universidades, entidades públicas, privadas e particulares, “desmistificando a temática da deficiência visual na sociedade”, explica João Lourenço, diretor do Centro de Produção Documental da associação.

Considerando que nem só pela visão se conhece o mundo, este projeto pretende “dotar de conhecimento tátil o que se encontra presente no meio envolvente, contribuindo para o desenvolvimento social.”

Neste âmbito, serão apresentados pelas delegações da ACAPO e/ou entidades parceiras, a produção dos monumentos nacionais, procurando ao mesmo tempo sensibilizar escolas, universidades, lares e infantários. “O recurso ao 3D é, assim, uma ferramenta importante para o apoio social desenvolvido pela Instituição, seja nas atividades de vida diária ou intervenção precoce”, diz João Lourenço. “Pretendemos assim, que este projeto seja uma resposta complementar ao trabalho das nossas equipas multidisciplinares e que apoie a inclusão das pessoas com deficiência”, potenciando o trabalho em rede.
Tornar acessível o que não é

A ideia nasceu no verão de 2015, no Centro de Produção Documental, numa altura em que se falava muito do potencial das máquinas 3D, fruto do “trabalho diário da ACAPO, em tornar acessível o que não é, em dar a conhecer o país e o mundo pelo tato, em vez de ser com os olhos”, sublinha o responsável da associação.

Hoje, a atividade da ACAPO desenvolve-se em 13 delegações distribuídas pelo país, 10 das quais com equipas técnicas, envolvendo 150 colaboradores.

É um trabalho que recebe apoios do Estado, através de acordos atípicos, de programas de financiamento a projetos (públicos e privados).

Com o surgimento da pandemia, não foi fácil prosseguir com o projeto, sobretudo no início. “O nosso pensamento recaía sobre proteger a nossa população o mais possível à exposição do vírus. Numa altura em que se falava em distanciamento social, etiqueta respiratória, em lavar as mãos e desinfetar com frequência, queríamos era explicar aos nossos associados e utentes que cuidados deviam ter, uma vez que as mãos são os olhos de quem não vê”, diz João Lourenço.

As novas medidas para conter a propagação da covid-19, como o distanciamento social, colocaram limitações ao trabalho da ACAPO, ao nível da reabilitação com o associados/utente, esclarece.

Os planos para o futuro são, contudo, “sempre muitos, e diários”. E o que agora mais “enche o coração” dos membros da ACAPO, é a recuperação do edifício da Rua de São José, em Lisboa que pretendem reabilitar e tornar um exemplo quanto às acessibilidades físicas e tecnologias para pessoas com deficiência visual.

fonte: https://sicnoticias.pt/

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MJA | 19.Jul.2021


 

ϟ Lei das quotas evitou desemprego acentuado em pessoas com deficiência

Expresso | 29 Junho 2021


Durante três anos o número de desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) com incapacidade estava a diminuir, mas o cenário alterou-se em 2020. No final do ano passado, havia 13.420 pessoas com deficiência inscritas, mais 11,6% do que em 2019. Segundo o “Jornal de Notícias", a lei das quotas evitou uma maior subida.

A taxa de desemprego aumentou, mas as pessoas com deficiência “acabaram por ter uma discriminação positiva com a lei das quotas a aparecer nesta altura da pré-pandemia”, conclui a coordenadora da delegação do Porto da Associação Salvador, Maria João Figueiredo. A responsável acrescenta que “o mercado está a mexer”.

A lei obriga as médias e grandes empresas a contratar funcionários com incapacidade acima de 60%. As empresas com 75 ou mais trabalhadores têm de admitir pelo menos 1% dos funcionários com deficiência até fevereiro de 2024 e as empresas com 250 ou mais trabalhadores têm de ter 2% dos funcionários com incapacidade até fevereiro de 2023. O incumprimento da lei que entrou em vigor em janeiro de 2019 pode resultar em multas que variam entre os 612 euros e os 9690 euros.

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MJA | 30.Jun.2021


 

ϟ Confinamento abriu portas à miopia. Incidência disparou 40% em crianças e jovens

Expresso | André Manuel Correia | 17 Junho 2021


O cenário é turvo e a Organização Mundial da Saúde estima que metade da população global será míope em 2050. Em declarações ao Expresso, o oftalmologista Pedro Menéres, membro da direção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, adverte para o crescimento da miopia em grau e para o aumento da incidência deste tipo de erro refrativo em idades cada vez mais precoces

Entre 2019 e 2020, dispararam os casos de miopia entre crianças e jovens, dos cinco aos 18 anos. Trata-se apenas de mais um dos efeitos secundários da pandemia. É que, bem vistas as coisas, a incidência média deste tipo de erro refrativo cresceu 40% durante o confinamento, período que abriu as portas a uma tendência já turva, causada pela escassez de luz natural de que os olhos tanto precisam.

Entrincheirados em casa, com escolas e parques trancados durante meses, o isolamento instalou-se entre os mais novos, focados ainda mais nos ecrãs, frequentemente acompanhados na solidão pelos computadores e smartphones, ao mesmo tempo que perderam conexão com atividades ao ar livre, ficando privados de uma dose de exposição solar essencial que, quando bem doseada, permite evitar problemas degenerativos da retina.

A conclusão é de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseado em pesquisas recentes efetuadas por diferentes universidades da China, do Canadá e de vários países da América Latina. Os resultados destas investigações, publicados na revista científica “The Lancet”, confluem num ponto: a principal razão para a proliferação desta patologia durante o último ano foi a falta de luz solar, transportadora de dopamina para a retina, substância que evita que o globo ocular se torne mais longo. E, no futuro, o cenário pode ficar muito mais sombrio: a OMS estima que metade da população global será míope em 2050.

Em declarações ao Expresso, o oftalmologista Pedro Menéres adverte que “a remoção de horas ao ar livre a crianças e jovens — que estão em crescimento e é quando a miopia tem mais potencial de variação — tem certamente um grande risco” que “ainda terá de ser medido a longo prazo”. Certo é que, acrescenta, “assistimos a um crescimento de miopia em grau e a um aumento da incidência cada vez mais cedo”.

Para o diretor do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, o crescimento da prevalência “já se fazia sentir antes do confinamento” com “um aumento da incidência da miopia durante os últimos anos nas sociedades ocidentais”.

Pensa-se, diz o especialista, que “essa tendência está relacionada com atividades de distância curta, ao computador, com maior intensidade”. Contudo, reconhece, “com a pandemia há o receio de que possa piorar, uma vez que atividades com menor luz externa condicionam essa probabilidade” de desenvolver miopia.

O também membro da direção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia deixa o conselho “para que as famílias cuidem das crianças e jovens que estão em maior risco, no sentido de estimular o aproveitamento das atividades ao ar livre e reduzir a exposição aos ecrãs”.

Na opinião do professor de Oftalmologia no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, tudo se trata de uma questão de equilíbrio. “O sol em excesso sempre nos preocupou porque pode, ao longo dos anos, provocar danos na retina, por ser uma camada extremamente sensível do olho. Mas, tal como em tudo, os extremos nunca são bons conselheiros”. Por outras palavras, as do especialista, “percebeu-se que as pessoas que não têm exposição solar suficiente podem ter uma maior probabilidade” de desenvolver miopia. “A luz natural acaba por ser um estímulo e, até determinado ponto, um fator protetor para o olho (ou globo ocular) que está a crescer nas primeiras décadas de vida”.

O confinamento transformou os lares portugueses em salas de aula, mas “há muitas situações em que as condições de habitação não são as melhores e não ajudam”, defende o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP). “Muitas crianças vivem nas condições possíveis que os pais lhes podem oferecer com rendimentos tão baixos e que muitos até perderam”, frisa Jorge Ascenção ao Expresso.

“Para que as crianças ao estudarem em casa tivessem a luminosidade mais indicada, seria preciso que tivessem um espaço próprio, que muitas vezes não existe”, aponta o dirigente da CONFAP.

Até mesmo na escola é preciso ter mais atenção, pede Jorge Ascenção: “As crianças, muitas vezes, andam à procura de um lugar na sala e ninguém se apercebe que isso acontece porque veem mal ao longe”. E, concluindo, assevera que “outras que têm dificuldades na leitura, que os professores julgam terem dificuldades de aprendizagem, na verdade têm dificuldades na visão”.

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MJA | 17.Jun.2021


 

ϟ  Governo cria equipas para avaliar atribuição de apoios a crianças com deficiência

MadreMedia/Lusa | 26 mai 2021

O Governo decidiu criar equipas multidisciplinares de avaliação médico-pedagógica para a atribuição de apoio financeiro a crianças com deficiência e decidiu também rever, até ao final do ano, os critérios de atribuição da bonificação por deficiência.

Os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) e da Saúde definiram novas regras relativas à atribuição de apoio às famílias com crianças até aos 10 anos (inclusivé) com deficiência que foram hoje publicadas em Diário da República.

Uma das novidades é a criação de equipas multidisciplinares, segundo um despacho conjunto dos gabinetes do Secretário de Estado da Segurança Social e da Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.

Estas equipas vão determinar se as crianças têm direito à Bonificação por Deficiência, procedendo à avaliação da deficiência das crianças e jovens quanto à perda, por anomalia congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica.

Estas equipas são compostas por "dois médicos do Sistema de Verificação de Incapacidades (SVI), propostos pelo assessor técnico de coordenação (ATC), e um elemento da área de Desenvolvimento Social do Instituto da Segurança Social com experiência na área da deficiência", explica o gabinete do MTSSS em comunicado enviado hoje para a Lusa.

Cabe às equipas elaborar um relatório "com conclusões devidamente fundamentadas de cada situação avaliada”, acrescenta.

A Bonificação por Deficiência pode ser requerida pela primeira vez para crianças até 10 anos (inclusive), com um valor mensal que varia entre 63 e 85 euros mensais.

Segundo o diploma hoje publicado, não são alteradas as condições de manutenção dos atuais beneficiários da Bonificação por Deficiência, nem para quem é titular desde data anterior a outubro de 2019.

Até ao final do ano, serão definidos novos critérios para a atribuição da bonificação por deficiência a crianças até 10 anos (inclusive), segundo uma portaria da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

Esta é uma tarefa que caberá à Direção-Geral da Saúde (DGS) que tem como prazo limite o dia 31 de dezembro de 2021.

Segundo a portaria, a DGS vai definir os referenciais e instrumentos adequados à aferição do impacto da deficiência no desenvolvimento da criança e que necessite de apoio individualizado pedagógico e ou de apoio terapêutico, atentas as especificidades dos diversos tipos de deficiência e das multideficiências.

A certificação da deficiência será feita em modelo próprio, aprovado pela Direção-Geral de Segurança Social.

Até à definição e publicação desses referenciais pela DGS, a verificação das condições de atribuição inicial da bonificação por deficiência será feita pelas equipas multidisciplinares de avaliação médico-pedagógica.

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MJA | 26.Mai.2021


 

ϟ Melhorias nos edifícios e uma nova plataforma. PRR tem 45 milhões para ajudar pessoas com deficiência

Maria Campos ZAP | 13 Maio, 2021

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem 45 milhões de euros para acelerar as acessibilidades físicas para pessoas com deficiência ou incapacidades.

Na terceira componente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) disponibilizado pelo Governo, lê-se que estão previstos 25 milhões de euros para criar acessibilidades nos espaços públicos de circulação e mobilidade, 10 milhões para o fazer em edifícios públicos e outros 10 milhões em habitações.

“O espaço público, sobretudo nos centros históricos, carece de intervenções. Os serviços públicos, na sua generalidade, encontram-se instalados em edifícios que refletem as décadas em que as acessibilidades não integravam a lista de preocupações das agendas política, técnica, económica e social. O parque habitacional apresenta a mesma falta de atenção”, lê-se no documento citado pelo jornal Público.

O Governo tem três programas em mente: um Programa de Intervenção nas Vias Públicas que tem por meta 200 mil metros quadrados; um Programa de Intervenção nos Edifícios Públicos que tem por meta 1.500 edifícios; e um Programa de Intervenção em Habitações que tem por meta mil habitações.

“No caso de melhorias em habitações particulares de pessoas com deficiência ou incapacidade, caso a habitação seja arrendada, serão aplicadas as regras do regulamento de minimis ao proprietário da habitação” – ajudas de reduzido valor concedidas a uma empresa.

“Sempre que aplicável, as regras de contratação pública serão integralmente cumpridas na contratação de fornecimento de bens e prestação de serviços junto de entidades terceiras, impedindo qualquer auxílio de Estado a jusante.”

Além das melhorias físicas dos edifícios, o Governo quer ainda combate a falta de informação, que “tem sido um dos principais fatores de exclusão destas pessoas”. “Muitas, por falta de informação, optam por não se deslocar e/ou tentar entrar nos edifícios, incluindo aqueles onde se localizam serviços públicos”.

Assim, segundo o plano, a futura plataforma + Acesso deverá congregar um conjunto de informações, incluindo recursos, medidas de apoio, legislação em vigor, e permitirá a consulta de informação georreferenciada de imóveis públicos e privados, com indicação das características de acessibilidade em espaços exteriores e interiores.

A plataforma deverá conter ainda informação sobre lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida, com informação atualizada sobre a sua ocupação.

Por fim, haverá um “serviço de call-center capaz de assegurar a comunicação em tempo real, com recurso à interpretação de língua gestual portuguesa”.

fonte: https://zap.aeiou.pt/

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MJA | 25.Mai.2021


 

ϟ  Com terapia genética, paciente cego recupera visão parcialmente

por AFP | 24/05/2021
 

Um homem de 58 anos cego por uma doença genética degenerativa conseguiu recuperar parcialmente a visão, graças a uma técnica inovadora que combina terapia optogenética e estimulação luminosa.

É a primeira vez que esta técnica, denominada optogenética, permite obter a recuperação parcial da função visual, afirmam os pesquisadores deste ensaio clínico, que envolveu equipes francesas, suíças e americanas.

O paciente no estudo sofre de retinopatia pigmentosa, uma doença genética degenerativa do olho que destrói as células fotorreceptoras da retina. Isso leva a uma perda progressiva da visão que, em geral, evolui para a cegueira.

Se, antes, ele conseguia perceber apenas a presença de luz, a terapia permitiu que, agora, ele localize e toque em objetos, de acordo com o estudo publicado na revista Nature Medicine nesta segunda-feira (24).

Na visão normal, os fotorreceptores da retina usam proteínas capazes de reagir à energia da luz, as opsinas, que fornecem informações visuais ao cérebro por meio do nervo óptico.

Para restaurar a sensibilidade à luz, o paciente recebeu uma injeção com o gene que codifica uma dessas proteínas, chamado ChrimsonR, o qual detecta a luz âmbar, descreve o estudo.

Caderno grande, caixa pequena

Quase cinco meses depois de receber a injeção, para dar ao corpo tempo de produzir essa proteína em quantidade suficiente, ele realizou diversos exercícios, munido de óculos com câmera.

Projetado para a ocasião pelos pesquisadores, estes óculos permitiram projetar imagens de cor âmbar na retina do paciente.

"Sete meses depois, o paciente começou a relatar sinais de melhora visual", explicam em nota o Instituto de Visão (Universidade Sorbonne/Inserm/CNRS) e o Hospital parisiense de Quinze-Vingts, especializado em oftalmologia.

"Com a ajuda dos óculos, ele agora pode localizar, contar e tocar nos objetos".

Em um primeiro teste, que consistiu em perceber, localizar e tocar em um grande livro e em uma pequena caixa de grampos, ele conseguiu tocar no livro em 92% dos casos e, no caso da caixa, em 36% dos testes.

Um segundo exercício que consiste em contar copos em uma mesa teve sucesso quase duas em cada três vezes (63%).

Para o terceiro teste, um copo era colocado, ou retirado, alternadamente da mesa, e o paciente tinha de apertar um botão, indicando se estava presente, ou ausente. Enquanto isso, sua atividade cerebral era medida por meio de um capacete de eletrodos.

Um software que interpretou os registros dos eletrodos foi capaz de dizer, com uma precisão de 78%, se o copo estava presente, ou não, confirmando "que a atividade cerebral está, de fato, ligada à presença de um objeto e, portanto, a retina não é mais cega", explicou o professor Botond Roska, um dos pesquisadores à frente do estudo.

Uma pessoa a cada 3,5 mil

"Se a optogenética, técnica que já existe há 20 anos, revolucionou a pesquisa fundamental em neurociência (...), esta é a primeira vez, internacionalmente, que essa abordagem inovadora é usada em humanos e que seus benefícios clínicos são demonstrados", destacam as duas organizações francesas, que realizaram o ensaio clínico em associação com a Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos), o Instituto de Oftalmologia Molecular e Clínica de Basel (Suíça), a empresa Streetlab e a francesa GenSight Biologics.

A retinopatia, ou retinite pigmentosa, afeta uma em cada 3.500 pessoas, segundo o banco de dados Orphanet, e pode começar em qualquer idade. A faixa etária de maior frequência de ocorrência é entre 10 e 30 anos.

Os genes responsáveis são muito numerosos, mas certas mutações são, frequentemente, encontradas em pessoas com a doença.

"Cegos com diferentes tipos de doenças neurodegenerativas de fotorreceptores", mas retendo "um nervo óptico funcional", serão "potencialmente elegíveis para tratamento", afirma o professor José-Alain Sahel, fundador em 2009 do Instituto de Visão, dedicado às doenças retinais.

"Levará algum tempo até que esta terapia possa ser oferecida", ressalta.

Especializada em terapias genéticas para o tratamento de doenças neurodegenerativas da retina, a Gensight Biologics "pretende lançar, em breve, um ensaio de fase 3 para confirmar a eficácia desta abordagem terapêutica", acrescenta.

fonte: noticias.r7

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MJA | 25.Mai.2021


 

ϟ AAC exige no Parlamento mais camas e acessibilidades para estudantes com deficiência

Notícias de Coimbra | 12 de Maio de 2021
 

A Associação Académica de Coimbra exigiu hoje, na Assembleia da República, o aumento de camas em residências universitárias aptas para estudantes com deficiência, duran a participação numa comissão parlamentar onde também defendeu melhores condições de acessibilidade às infraestruturas de ensino superior.

A Associação Académica de Coimbra interveio durante a manhã de hoje na Audição Parlamentar sobre Desafios de Educação Inclusiva no Ensino Superior promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto.

A AAC assinalou a importância de uma revisão do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior que reconheça a necessidade de aumentar o número de camas adaptadas a estudantes portadores de deficiência.

“Consideramos fundamental que seja estabelecida uma percentagem mínima destas camas nas residências universitárias construídas e que este Plano do Governo seja o mecanismo fundamental na resposta do Estado à necessidade de adaptar as Academias a todos os estudantes”, disse o presidente da AAC, João Assunção.

O líder estudantil defendeu ainda o aumento do orçamento público para que as Instituições de Ensino Superior melhorem as condições de acessibilidade das suas infra-estruturas, bem como a implementação de uma formação pedagógica obrigatória para docentes, particularmente importante para fomentar os recursos de ensino-aprendizagem para Estudantes com necessidades educativas especiais.

“Este pacote de medidas anunciado pela AAC procura responder aos desafios que o Ensino Superior português enfrenta na promoção de uma educação inclusiva, sem limitações de acesso e capaz de ser um pilar fundamental do desenvolvimento de todos os indivíduos. Enquanto houver colegas impedidos de entrar nas salas de aula, de ter o acompanhamento pedagógico necessário para o seu sucesso académico e o acesso a uma habitação digna, não estará plenamente cumprido o princípio da igualdade de oportunidades.”, remata João Assunção.

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MJA | 20.Mai.2021


 

ϟ Pessoas com deficiência já têm agência específica para emprego

Notícias ao Minuto

LUSA | 01/05/21

Todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência vão poder procurar emprego através da Valor T, uma nova agência que junta empresas e setor social, que arranca hoje na procura de um trabalho estável e digno.

A apresentação do projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), desenvolvido em pareceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), acontece no Dia do Trabalhador e, segundo o provedor da SCML, não é por acaso.

"Não é uma coincidência de calendário, é porque queremos de facto dar este grande tom de que qualquer pessoa tem direito, independentemente das suas dificuldades, mas em função das suas capacidades, a desenvolver percursos de trabalho estáveis, [ter um] trabalho digno e no mercado de trabalho regular", destacou Edmundo Martinho.

A Valor T assume-se como a nova unidade de missão da SCML, funcionando como um centro de emprego exclusivo na procura de ofertas de trabalho para pessoas com deficiência, avaliando as competências e as características de cada candidato para encontrar o trabalho que melhor se lhe adapte.

De acordo com o provedor da SCML, quem esteja interessado em tentar encontrar emprego através da Valor T deve aceder à plataforma (www.valort.scml.pt), preencher os campos que permitem definir o seu perfil, entre competências escolares, profissionais, formações, expectativas em relação ao tipo de trabalho, que limitações tem, e depois aguardar.

"Contactaremos todas as pessoas para perceber se temos todos os elementos que são necessários, se há necessidade de fazer formações adicionais e sobretudo [para] passarmos ao ataque, de dizermos junto das empresas, e em tudo quanto sejam espaços de anúncio de ofertas de trabalho, (...) as candidaturas de pessoas que correspondam às expectativas das entidades empregadoras", explicou Edmundo Martinho.

O projeto é de âmbito nacional e para todas as pessoas com deficiência, independentemente do tipo de deficiência ou limitação que tenham, não sendo necessária a apresentação do atestado médico de incapacidade multiúsos.

"Não queremos barreiras nenhumas à entrada, o que não significa dizer que com o decurso do processo não se possa compreender que nem em todas as situações são muito fáceis de encontrar uma solução profissional", sublinhou.

Acrescentou que a SCML tem tido ofertas de trabalho em que algumas deficiências intelectuais se adequam ao ponto de terem "práticas profissionais excecionais", sendo importante, por isso, "adequar aquilo que é a procura de um posto de trabalho àquilo que são as condições que a pessoa tem, as capacidades que tem e as qualificações que tiver.

Edmundo Martinho sublinhou que se trata de um projeto assente em três pilares: as pessoas -- "o mais importante" --, as entidades empregadoras, sejam empresas, municípios ou outras entidades, e as instituições que, no país, fazem trabalho de acompanhamento, através dos serviços dos centros de emprego ou os centros de recursos das instituições de solidariedade social que apoiam as pessoas com deficiência em todo o território nacional.

Uma tríade que faz o provedor da SCML acreditar que este é um projeto que poderá alcançar bons resultados, uma expectativa partilhada pela secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência.

Em declarações à Lusa, Ana Sofia Antunes admitiu que este pode ser um primeiro passo na procura de um emprego, salientando que a grande novidade e vantagem está no facto de criar uma ferramenta de âmbito nacional que ajudará a chegar às grandes empresas e por "toda a gente a trabalhar em conjunto", nomeadamente com os 61 centros de recursos, em vez de "estar a trabalhar cada um por si".

"A minha expectativa é que consigamos em alguns meses ter um conjunto substancial de inscritos na plataforma e começar a ver situações práticas de colocações a acontecer e acho que quando começarmos a divulgar essas colocações, isto pode ter um efeito de contaminação", defendeu a secretária de Estado.

Ana Sofia Antunes disse estar "disponível e muito mobilizada" para fazer esta divulgação por todo o lado, nas empresas ou nos centros de recursos, "para que isto comece de facto a mexer".

A agência Valor T conta já com a participação de 56 entidades, tanto de âmbito nacional, como regional ou local, além das empresas El Corte Inglés, Grupo Jerónimo Martins, Santander Totta, Grupo Sonae, Auchan, Altice e Nova Base.

A apresentação acontece hoje, a partir das 16:00, e tem o contributo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cuja mensagem será exibida em vídeo.
 

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MJA | 2.Mai.2021


 

ϟ AR recomenda apresentar reforma das pessoas com deficiência com urgência

Notícias ao Minuto

LUSA | 29/04/21

A Assembleia da República recomendou ao Governo que apresente com urgência o estudo sobre as condições de acesso das pessoas com deficiência à reforma antecipada, que deveria ter sido entregue em finais de março.

A recomendação data de 25 de março, mas foi hoje publicada em Diário da República e nela o parlamento recomenda ao Governo que "apresente, com caráter de urgência, o estudo relativo à definição das condições de acesso à reforma antecipada para as pessoas com deficiência".

Pede também que nesse estudo o Governo defina "as várias hipóteses de acesso à reforma, resultantes das diversas combinações das diferentes variáveis, assim como a quantificação financeira das múltiplas possibilidades".

Em março, no âmbito de uma audição regimental da equipa ministerial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência garantia que o documento seria entregue até ao dia 26 de março.

Já em abril, o Partido Social Democrata (PSD) questionou o Governo sobre quando tencionava apresentar o relatório, apontando um "atraso" de quatro meses, e acusando o executivo de "continuar a falhar" nesta área.

Na altura, os sociais-democratas lembraram que já apresentaram uma resolução sobre o tema, aprovado por unanimidade no parlamento, para que o relatório fosse apresentado com caráter de urgência.

O relatório preliminar do Governo, a que a Lusa teve acesso em meados de fevereiro, prevê pensões até 949 euros, mas remete o impacto na despesa para a versão final, admitindo poder haver subestimação.

O relatório diz respeito a pessoas com deficiência de idade igual ou superior a 55 anos e que tenham uma carreira contributiva de, pelo menos, 20 anos, dos quais, pelo menos, 15 com uma incapacidade igual ou superior a 60%, lê-se no documento.

Esta versão do estudo foi debatida a 17 de fevereiro com as organizações representativas das pessoas com deficiência.

Em análise estão três cenários, o primeiro sobre os "beneficiários que, aos 55 anos de idade, tenham 20 anos de registo de remunerações relevantes para o cálculo da pensão, 15 dos quais correspondam a uma incapacidade igual ou superior a 60% e têm acesso à pensão antecipada sem penalizações".

No cenário dois, "o objetivo é possibilitar a reforma a partir dos 60 anos, aproximando-se, de modo parcial, do regime de reforma antecipada por carreira muito longa, por reconhecimento do esforço acrescido na participação laboral, sem prejuízo no valor da pensão".

No último cenário "o objetivo é possibilitar a reforma a partir dos 60 anos, valorizando esforço acrescido nos anos de trabalho com deficiência, podendo haver redução do valor da pensão".

O relatório identificou o cenário três como o de "maior percentagem de potenciais beneficiários (25,2%)" e como "estimativa de um valor médio de pensão atribuído mais elevado, o cenário dois (949 euros/mês)".

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MJA | 1.Mai.2021


 

ϟ Primeiro semáforo do Mundo para daltónicos chega a Lisboa

Sofia Cristino | JN | 25 Abril 2021


Equipamento tem agora símbolos que permitem às pessoas com perturbação visual distinguirem as cores. Novidade vai chegar a várias cidades portuguesas e mundiais.

Em quatro passadeiras, no centro de Lisboa, sempre que os semáforos para peões acendem veem-se agora símbolos discretos, que passarão despercebidos a muitos, mas farão a diferença na vida dos daltónicos que ali atravessarem. O código ColorADD para pessoas que têm dificuldade em distinguir as cores começou a ser instalado, na quarta-feira, em alguns semáforos da capital. São os primeiros com informação para daltónicos, que deverão chegar ao Porto, Amadora, Loures, Madrid, entre outras cidades do mundo.

O novo sistema permitirá rapidamente a quem sofre de daltonismo identificar qual a cor do semáforo. "Uma pessoa que vê bem vê o verde e arranca, enquanto que um daltónico pode demorar até 90 segundos para perceber que está verde através das posições dos semáforos. Em termos de segurança rodoviária faz toda a diferença anular esses 90 segundos e é uma forma de tornar a cidade mais inclusiva", explicou ao JN Francisca Ramalhosa, administradora da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), no dia em que foi instalado o sistema para daltónicos.

As atuais luzes dos semáforos do cruzamento da Avenida da República com a Avenida Duque de Ávila, e de mais três cruzamentos naquela zona de Lisboa, foram substituídas por outras óticas led de peão com os símbolos para daltónicos. No código ColorADD, criado pelo designer gráfico Miguel Neiva, é atribuído a cores primárias e à cor que resulta da mistura destas uma forma geométrica. Nos semáforos, ao vermelho está associado um triângulo e ao verde uma diagonal por cima de um triângulo.

"Procurei incluir o daltónico e sensibilizar a sociedade de que existem pessoas que não vêm as cores. Nos semáforos falamos de salvar vidas e eliminar acidentes", explica Miguel Neiva. O designer alerta para o facto de ainda existir pouca sensibilização.

"Um daltónico não tem escrito na testa que é um daltónico, o que cria um juízo de valor muito depreciativo sobre a sua limitação. Se uma pessoa em cadeira de rodas não conseguir atravessar a passadeira a tempo de o semáforo mudar de cor, os carros esperam. Se um daltónico confundir as cores não vai haver essa condescendência e ainda é insultado", exemplifica.

Estigma

Para Tiago Santos, daltónico, que confunde o verde com o vermelho, a nova informação é fundamental. "Normalmente consigo perceber as cores pela posição nos semáforos, o vermelho está em cima e o verde em baixo, mas tenho de investir algum tempo e nem sempre consigo. O código é bastante simples e conseguimos associar automaticamente à cor e atravessar logo", explica ao JN.

Tiago acredita que os semáforos ajudarão ainda a uma maior sensibilização para esta perturbação visual. "As pessoas vão começar a ter curiosidade em perceber porque é que o símbolo existe e a serem mais compreensivas e perceberem que há um estigma. Como não é uma incapacidade visível, quem passa por mim na rua não sabe que sou daltónico e é mais difícil compreender", lamenta.

Com este projeto piloto, uma parceria entre a EMEL, a ColorADD e a fabricante de semáforos ETRA, pretende-se agora "testar a aplicação do código nos semáforos". "Vamos monitorizar o impacto e os resultados para depois avaliar se faz sentido expandir para o resto da cidade", explica Francisca Ramalhosa. Outro dos objetivos da EMEL, acrescenta, "é instalar as luzes led nos semáforos para condutores, mas ainda não há previsões por estarmos dependentes de autorizações e certificações".

A ETRA Portugal é responsável pelo investimento e detém a licença que permite a utilização do código nos semáforos. Maria do Carmo Castro, diretora geral da ETRA, não avança o valor do investimento, mas explica que "o custo para as câmaras municipais que aderirem será o mesmo que já têm a substituir as óticas atualmente".

A ETRA já entrou em contacto com outras câmaras municipais na Grande Lisboa, como Loures e Amadora, e no Porto, onde a instalação das luzes com informações para daltónicos nos semáforos deverá ser feita brevemente. "No Porto estão a decidir a rua onde faz sentido", avança. O objetivo é chegarem ainda a cidades como Madrid, Valência, Barcelona, Vigo, e outras da América Latina. "Em Lisboa foi dado o primeiro passo para levar ao resto do mundo", conclui.

O código ColorADD criado por um designer português está em 135 países. Em Portugal está no metro do Porto, Carris, hospitais de São João e dos Capuchos, parques da EMEL, estádios de futebol, entre outros.
 

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MJA | 1.Mai.2021


 

ϟ 'Sentindo' Van Gogh

 

'Feeling Van Gogh' é um projecto destinado a pessoas cegas e deficientes visuais, assim como aos seus amigos com visão, familiares e cuidadores que funciona no Museu Van Gogh em Amesterdão.

Sinta as pinceladas de Van Gogh, aprecie os aromas do sul da França e ouça citações de cartas de Van Gogh neste programa interativo.

O projecto consiste num Visita interactiva e num Workshop. Durante a visita, Guias especialmente treinados falam sobre a colecção permanente e a especial história da vida de Vincent van Gogh.

No Workshop, pode sentir as pinceladas de Van Gogh em 'Relievos' - as reproduções de quadros de Van Gogh em 3D de alta qualidade.

Também se pode tocar noutros objetos, como na maquete do quarto e no seu material de pintura. Poderá sentir o cheiro de erva molhada após uma tempestade e ouvir as próprias palavras de Van Gogh.

O vídeo é falado em holandês com legendas em inglês.

Mais informação aqui.

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MJA | 30.Abr.2021


 

ϟ UE. Estratégia Nacional da Inclusão das Pessoas com Deficiência aprovada este mês

Lusa | Expresso - 20 Abril 2021

António Costa diz que a Estratégia Europeia para os Direitos das Pessoas com Deficiência 2021-2030, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, constituirá "um marco na construção europeia"

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta terça-feira que no final deste mês o Governo irá aprovar a Estratégia Nacional da Inclusão das Pessoas com Deficiência, e que incluirá medidas de apoio ao emprego ou da melhoria das acessibilidades.

Na sessão de abertura do segundo dia da videoconferência de alto nível sobre a Estratégia Europeia para os Direitos das Pessoas com Deficiência 2021-2030, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, António Costa considerou a adoção deste instrumento como "um marco na construção europeia".

O primeiro-ministro destacou alguns dos instrumentos que, desde 2015, os governos que liderou têm implementado nesta área, como uma prestação social para a inclusão, o regime jurídico para educação inclusiva ou o programa de apoio modelo à vida independente.

"No final deste mês de abril, após um trabalho profundo de participação das organizações não governamentais das pessoas com deficiência, das várias áreas setoriais da ação governativa e de um processo muito participado de consulta pública, vamos aprovar também a nossa Estratégia Nacional da Inclusão das Pessoas com Deficiência no horizonte 2021-2015", referiu António Costa, numa intervenção em vídeo transmitida na sessão que decorreu a partir do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Das iniciativas previstas, o primeiro-ministro destacou o programa de apoio ao emprego para pessoas com deficiência, que visa "dinamizar e reforçar apoios e incentivos à contratação da pessoa com deficiência", de forma a facilitar a sua assimilação direta no mercado de trabalho, estando também previstos instrumentos de apoio ao empreendedorismo para este público-alvo.

"No domínio das acessibilidades, o programa acessibilidade 360 graus vem reforçar o investimento na melhoria das acessibilidades físicas em todo o território, contribuindo para mitigar o isolamento das pessoas com deficiência", disse, acrescentando que este programa prevê intervenções na via pública, em edifícios públicos e em habitações.

António Costa destacou ainda uma plataforma "Mais Acesso" que vai agregar informações e soluções digitais úteis na área da inclusão das pessoas com deficiência e incapacidades.

No domínio das respostas sociais, o primeiro-ministro sublinhou a criação, em março, da figura dos centros de atividades ocupacionais e capacitação para a inclusão, destinados às pessoas com deficiência maiores de 18 anos.

"Na área da autonomia e vida independente, estamos a avaliar as soluções existentes, e a criar soluções de proximidade na comunidade, ajustadas às necessidades das pessoas na promoção da autonomia e de acordo com o ciclo de vida", adiantou.

A estratégia nacional fará ainda, segundo António Costa, a avaliação de projetos-piloto de assistência pessoal do modelo de apoio à vida independente de forma a ter uma solução definitiva nesta área em 2023.

"Temos uma estratégia ambiciosa e programas ambiciosos, esperemos que sejam eficazes para produzir o que ambicionamos: uma sociedade mais justa, que não deixa ninguém para trás", afirmou.

Ao nível da estratégia europeia, apresentada pela Comissão Europeia em março, António Costa desafiou as instituições europeias e cada Estado Membro a ter consciência das necessidades das pessoas com deficiência "nas políticas, na legislação e em todos os projetos financiados pela União Europeia".

"Só com consciencialização, governação e monitorização será possível garantir resultados", defendeu.
 

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MJA | 23.Abr.2021


 

ϟ UE/Presidência: Portugal negoceia compromissos sobre deficiência para a próxima década

LUSA | 15 Abril 2021


Portugal está a negociar a vinculação dos estados-membros à estratégia europeia sobre os direitos das pessoas com deficiência, pedindo um "elevado grau de compromisso", revelou hoje a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência.

Ana Sofia Antunes interveio hoje na abertura da conferência “O Futuro da Estratégia Europeia para a Deficiência”, organizada pela Confederação Cooperativa Portuguesa — Confecoop, em parceria com a Confederação Europeia das Cooperativas Industriais e de Serviços — CECOP, onde falou sobre a importância do documento.

Nessa matéria, a secretária de Estado admitiu que Portugal gostaria de concluir a presidência da União Europeia com a aprovação de um “documento político, de vinculação política relevante”, que espera ver aprovado na reunião de junho do conselho EPSCO, que reúne os ministros ou representantes das áreas do Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores.

“Estamos a negociar um texto de conclusões na área da inclusão das pessoas com deficiência, conclusões no que diz respeito à vinculação dos diferentes estados-membros a esta estratégia europeia e vamos pedir que cada estado-membro, através do seu ministro, possa assumir publicamente, ao assinar estas conclusões, um elevado grau de compromisso para a próxima década com a implementação dos compromissos previstos na estratégia europeia”, adiantou Ana Sofia Antunes.

A governante defendeu que a Estratégia Europeia sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 2021-2030 “é um documento ambicioso”, que, por isso, deve mobilizar todos os estados-membros na sua execução, lembrando que o documento está dividido em três áreas: cidadania, vida independente e o direito à vida em comunidade e a inclusão e a não discriminação.

Segundo Ana Sofia Antunes são também estas as três grandes áreas que estão refletidas na Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência “que já está em Conselho de Ministros para ser aprovada”.

“Tive alguma esperança que pudesse ser hoje, assim não será, será dentro de 15 dias, mas dentro de 15 dias teremos este documento a ser aprovado em conselho de ministros”, revelou a secretária de Estado.

Ainda em relação ao trabalho no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia em matéria dos direitos das pessoas com deficiência, Ana Sofia Antunes disse que o Governo tinha três objetivos, entre a apresentação da nova estratégia europeia, que aconteceu a 03 de março, a divulgação do documento e a realização de uma conferência internacional, entre os dias 19 e 20 de abril, dedicada à avaliação da estratégia europeia e cuja discussão estará centrada entre quatro temas: acessibilidades, vida independente, emprego e educação.

Por outro lado, adiantou que no dia 20 haverá um encontro de alto nível com o primeiro-ministro, António Costa, e os diferentes responsáveis por esta pasta em cada estado-membro para, não só avaliar o documento, mas também “consensualizar uma posição no que diz respeito ao compromisso que cada estado-membro assume perante este documento estratégico e de importância fundamental”.

Referiu também que nos dias 07 e 08 de maio vai ser discutido o plano de ação relativo ao pilar dos direitos sociais, na cimeira social, que se realiza no Porto.

“É um momento fundamental para avaliar e estabelecer compromissos para implementação de plano de ação”, defendeu Ana Sofia Antunes, apontando que uma das “metas interessantes” deste plano de ação é a criação de estatísticas especificas sobre o desemprego das pessoas com deficiência.

SV // HB

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MJA | 18.Abr.2021


 

ϟ Mochila com Inteligência Artificial permite que cegos explorem o mundo com mais segurança

Por Liliana Malainho | 7 Abril, 2021


A nova mochila com Inteligência Artificial (IA) é a prova de que a tecnologia pode ajudar pessoas com deficiência visual a explorarem o mundo de forma segura.

Um dos maiores desafios dos invisuais é movimentarem-se em espaços públicos de forma segura. A nova mochila com software de Inteligência Artificial da Intel foi desenhada especificamente para alertar os utilizadores com um som cada vez que se aproximam de passadeiras ou pessoas, por exemplo.

Segundo o The Washington Post, a mochila ativada por voz foi criada por uma equipa liderada por Jagadish K. Mahendran, investigador do Instituto de Inteligência Artificial na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. O objetivo era desenvolver um sistema capaz de substituir a bengala ou o cão-guia.

“No ano passado encontrei um amigo que é deficiente visual e apercebi-me de que já ensinei robôs a ler, mas que ainda existem muitas pessoas que não veem e precisam de ajuda. Foi o que me levou a criar o sistema de assistência visual usando o Kit de Inteligência Artificial com Profundidade da OpenCV (OAK-D), desenvolvido pela Intel”, explicou o líder da equipa, em comunicado.

O dispositivo fica alojado dentro de uma pequena mochila que contém uma unidade de computação, semelhante a um computador portátil. Além da mochila, que tem o sistema principal de GPS, o invisual tem de transportar uma pequena bolsa que guarda a bateria, que tem uma duração de cerca de oito horas.

O utilizador tem de usar também uma espécie de colete, com uma câmara tripla equipada com tecnologia IA espacial OAK-D da Luxonis, que executa o Movidius VPU da Intel.

Além de ler sinais, a câmara deteta passadeiras e mudanças de elevação no passeio. A partir do processamento de redes neuronais avançadas, os dados de visão computacional – como um mapa de profundidade de visão periférica em tempo real e informações em cores RGB – vão ajudando a elaborar os caminhos e obstáculos que forem surgindo.

Para passar a informação recolhida ao utilizador, o sistema usa um comando de voz através de um auscultador Bluetooth. O invisual também consegue interagir com o sistema – como se estivesse a usar a Siri – e pedir informações de localização.

A tecnologia foi revelada no final de março, mas pode demorar alguns anos até ser lançada uma versão no mercado.

Apesar disso, o produto oferece um vislumbre de como a tecnologia poderia ajudar cada vez mais as pessoas com problemas de visão a perceber melhor os ambientes onde se movimentam e, desta forma, a viver com mais independência.

fonte: https://zap.aeiou.pt/

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MJA | 12.Abr.2021


 

ϟ Cego volta a ver graças a injeção intraocular

Impala | 5 Abr 2021


Ensaio clínico realizado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, provou que é possível devolver a visão para pacientes cegos ou com graves problemas visuais que padeçam de uma condição genética rara.

Um ensaio clínico realizado na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, provou que é possível devolver a visão para pacientes cegos ou com graves problemas visuais que padeçam de uma condição genética rara.

Este inovador método é muito pouco invasivo já que não recorre a cirurgias ou a transplantes. Num dos casos, foi necessária apenas uma injeção para que um dos pacientes voltasse a recuperar a visão.

O tratamento experimental foi testado em pacientes diagnosticados com amaurose congénita de Leber (LCA) e que sofrem de deficiência visual grave, geralmente com início na infância.

Os resultados foram detalhados num artigo publicado na revista científica Nature e mostram que o tratamento levou a mudanças na fóvea, o ponto mais importante da visão central humana.

“Os resultados definem um novo padrão de quais as melhorias biológicas que são possíveis com a tratamento de oligonucleotídeo antisense em LCA causada por mutações CEP290″, explica Artur Cideciyan, professor de oftalmologia e coautor do estudo.


Um mês depois da injeção as melhorias eram significativas

Os pacientes foram submetidos a injeções intraoculares de sepofarsen. Trata-se de uma curta molécula de RNA (ácido ribonucleico) que aumenta os níveis da proteína CEP290 nos fotorreceptores do olho. Assim, dá-se uma melhoria na função da retina em condições de visão diurna.

Ainda em 2019, o mesmo grupo de investigadores já tinha relatado avanços no estudo. Na altura, descobriram que injeções a cada três meses resultavam em ganhos contínuos de visão em 10 pacientes.

O 11.º paciente, que recebeu apenas uma dose, antes do tratamento, apresentava redução da acuidade visual, pequenos campos visuais e ausência de visão noturna.

Após a injeção, os investigadores notaram que houve uma grande melhoria na visão, somente um mês após o tratamento. No segundo mês, o paciente obteve os melhores resultados de acuidade visual. Ao longo de 15 meses, os resultados da injeção ainda continuavam a ser notórios.

Os próximos passos consistem em desenvolver terapias específicas para genes com outros distúrbios hereditários que afetam a retina e que atualmente são incuráveis.
 

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MJA | 12.Abr.2021


 

ϟ Mantenha os seus olhos saudáveis com estes alimentos

Notícias ao minuto | 16 Março 21


Uma boa saúde visual pode contribuir para a longevidade.

Éimportante cuidar dos olhos para evitar doenças como degeneração macular relacionada à idade e cataratas. Pesquisas recentes afirmam ainda que uma boa saúde visual pode contribuir para a longevidade.

De facto, de acordo com um estudo publicado no The Lancet Global Health, o risco de mortalidade era 29% maior naqueles com deficiência visual leve em comparação com aqueles com visão normal. O risco aumentou para 89% para aqueles com deficiência visual severa.

Certos alimentos podem desempenhar um papel na prevenção de doenças oculares e na manutenção da visão aguçada, diz a Eat This, Not That!. Aqui estão três:

Sumo de laranja: O sumo de laranja contém carotenóides que podem inibir a inflamação das células. Vários estudos observaram uma redução do risco de degeneração macular relacionada à idade com o aumento da ingestão de carotenóides.

Pimentos vermelhos: Alguns estudos associaram a alta ingestão de vitamina C a um risco reduzido de formação de cataratas. Os pimentos vermelhos são uma boa fonte.

Sementes de abóbora: As sementes de abóbora são uma boa fonte de zinco, o que pode ajudar a retardar a progressão da degeneração macular relacionada à idade e perda de visão, evitando danos celulares na retina.
 

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MJA | 11.Abr.2021


 

ϟ Projecto InfoVítimas Inclusivo | Informação para vítimas de crimes - acessível para cegos e surdos


Ser vítima de crime é um acontecimento negativo a que qualquer pessoa pode ser sujeita ao longo da sua vida. Com o objetivo de promover os direitos das vítimas de crime, o site Infovítimas Inclusivo surge numa lógica de inclusão e de prossecução da igualdade no acesso a informação relevante. Se foi vítima de crime ou conhece alguém que o foi, este site pode ajudá-lo/a. Aceda a toda informação em:

http://www.infovitimas.pt/inclusivo/ 

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MJA | 4.Abr.2021


 

ϟ O que acontece ao cérebro após cegueira? Respostas made in Leiria

Jornal de Leiria | Elisabete Cruz | 4 Março 2021


Joana Carvalho dedica estudo à reorganização do cérebro na perda de visão. Joana Carvalho foi uma das quatro premiadas com a Medalha de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. Também ganhou uma bolsa Marie Curie.

Cerca de 20% do cérebro humano é dedicado à visão. “O que acontece a esta parte do cérebro após a perda de visão? Fica inactiva? Vai-se dedicar ao processamento de outros sentidos ou funções cerebrais?” Estas são perguntas para as quais Joana Carvalho, natural de Azoia, em Leiria, pretende encontrar respostas.

Distinguida com a Medalha de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, a jovem de 28 anos vai receber 15 mil euros para perceber se o cérebro de um humano se reorganiza depois de perder a visão.

Apaixonada pela técnica da ressonância magnética, pelas neurociências e pela área da visão, Joana Carvalho vai ter como amostra 12 ratos com deficiência visual e 12 ratos normais ou com restauração de retina para verificar que alterações ocorrem quando deixam de ver. “Nos humanos conseguimos saber que o nosso cérebro se reorganiza, mas ainda não é possível perceber onde é que está a origem. Como estava mais interessada em saber quais são os mecanismos que originam estas mudanças e esta reorganização do cérebro decidi fazer o meu pós-doutoramento na Fundação Champalimaud, um dos centros que tem as melhores ressonâncias magnéticas do mundo para animais”, explica ao JORNAL DE LEIRIA.

A razão é simples: a fundação irá receber, este ano, “uma ressonância magnética de 18 Tesla, a mais avançada do mundo”.

“É mesmo uma oportunidade única para estudar quais são os mecanismos que originam esta reorganização”, afirma.

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MJA | 13.Mar.2021



ϟ Investigadoras distinguidas por estudos sobre visão, cancro, cádmio e carbono

Agência Lusa | Observador | 24 Fev 2021

Quatro investigadoras foram distinguidas com as Medalhas de Honra para as Mulheres na Ciência 2020 por estudos sobre visão, cancro hereditário da mama e do ovário, toxicidade do cádmio e captura de dióxido de carbono, anunciou esta quarta-feira a organização.

Joana Carvalho, Margarida Abrantes, Inês Fragata e Liliana Tomé foram as premiadas na 17.ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. Cada uma vai receber 15 mil euros.

As bolsas são copromovidas pela filial portuguesa da multinacional de cosmética L’Oréal, que financia; pela comissão nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que designa o júri que avalia as candidaturas.

Joana Carvalho (investigadora da Fundação Champalimaud) vai estudar a relação entre o cérebro e a perda de visão. Após a perda de visão, o que acontece à parte do cérebro responsável pela visão? Fica inativa? Vai-se dedicar ao processamento de outros sentidos ou funções cerebrais? A estas perguntas Joana Carvalho, doutorada em neurociências computacionais, quer dar respostas.

O seu projeto de investigação visa “perceber de que forma o cérebro adulto se reorganiza em resposta à perda de visão e estabelecer quais os fatores, por exemplo a exposição à luz, que facilitam esta reorganização”, explicou à Lusa, assinalando que “é inútil conseguir recuperar a função ocular se o cérebro já não conseguir processar a informação visual”.

Para Joana Carvalho, “é essencial perceber se após perda total ou parcial da visão o cérebro mantém a capacidade de processar informação visual, assim como determinar o momento ideal para a aplicação das terapias de restauração e reabilitação de visão”, como implantes de retina e olhos biónicos.

No seu trabalho, em que vai usar modelos animais de deficiência visual, a tecnologia de ressonância magnética e modelos matemáticos, a investigadora pretende, ainda, definir potenciais biomarcadores para doenças neurológicas, como Parkinson, Alzheimer, autismo e esquizofrenia.

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MJA | 13.Mar.2021



ϟ Prémios BPI | Fundação "la Caixa"


 O BPI e a Fundação "la Caixa" lançam a 12ª edição do Prémio Capacitar, um prémio tem como finalidade apoiar projetos que promovam a melhoria da qualidade de vida, a empregabilidade e a autonomia de pessoas com deficiência ou incapacidade.

Candidaturas - Abertas, até 15 de março!

Cada entidade promotora só pode apresentar 1 candidatura por Prémio, candidaturas a 2 Prémios e só poderá ser premiada uma vez em cada edição. Na edição 2021, são 5 os Prémios que se distinguem entre si, pelo seu âmbito de atuação - Prémio Capacitar, Solidário, Seniores, Infância e Rural.

A quem se destina?
A todas as instituições privadas sem fins lucrativos, com sede ou delegação legalmente constituída em Portugal ou com núcleos com autonomia comprovada, há pelo menos um ano, com projetos que têm como finalidade a promoção da autonomia pessoal e melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência.

A Avaliação é feita de acordo com os seguintes critérios:

• Qualidade - tendo em conta a experiência da instituição e programação do projeto;
• Sustentabilidade - com base na solidez económica da entidade e adequação dos recursos do projeto;
• Relevância - tendo em conta a inovação e impacto social esperado.

Ações prioritárias
São consideradas prioritárias para efeitos de seleção de candidaturas as ações que visam solução para os seguintes temas:

- Promoção da autonomia pessoal e apoio às atividades da vida diária.
- Apoio psicossocial às pessoas com deficiência e transtorno mental no seu contexto familiar e relacional (lazer e tempo livres; redes de apoio relacional familiar e comunitário).
- Capacitação e formação para melhorar a empregabilidade e a inserção laboral.
- Acessibilidade universal e ações para combater o fosso digital.
- Atenção sócio sanitária para a melhoria da qualidade de vida das pessoas em situação de doença crónica.


A ANDITEC pode apoiar a candidatura a estes projetos, nomeadamente através da orçamentação de produtos de apoio que poderão ser usados pelos utentes das instituições concorrentes. ...

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MJA | 11.Mar.2021



ϟ Associação reclama prioridade na vacinação a pessoas com deficiência

Vasco Célio | LUSA | 13 fev 2021


A FAPPC defendeu que as pessoas com deficiência devem ser prioritárias na vacinação contra a Covid-19. "Algumas pessoas com deficiência não conseguem respeitar regras de distanciamento", justifica. A federação argumenta ainda que a paralisia cerebral "abrange um vasto espectro de situações clínicas"

A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) reclamou esta sexta-feira prioridade para as pessoas com deficiência na estratégia de vacinação contra a Covid-19, envolvendo também no processo aqueles que os apoiam no quotidiano.

Numa carta a que a Lusa teve esta sexta-feira acesso, enviada na quinta-feira à ministra da Saúde, Diretora-Geral da Saúde, Coordenador do Plano Nacional de Vacinação Covid-19 e com o conhecimento da Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, a FAPPC expressa preocupação pelo “facto de as pessoas com deficiência não estarem incluídas nos grupos classificados como prioritários — 1.ª ou 2.ª fase”.

Sublinhando estar a reclamar um direito para “as pessoas com deficiência e não em exclusivo para as pessoas com paralisia cerebral”, a federação, considerou “inegável” que estas, “por limitação física ou mental, correm um maior risco de contrair Covid-19”.

É inegável, também, que algumas pessoas com deficiência não conseguem (nem podem!) respeitar as conhecidas regras de distanciamento e higienização, por exemplo… Ou que de tais regras nem chegaram a ter conhecimento — pela dificuldade de comunicação e ausência de informação adequadamente acessível”, alerta a FAPPC.

A federação argumenta ainda que a paralisia cerebral “abrange um vasto espetro de situações clínicas”, salientando que “aproximadamente 10% das pessoas com esta patologia têm um quadro clínico complexo, de extrema vulnerabilidade e com grave défice neuromotor”.

Além disso, um número significativo “tem menos de 50 anos e não reside em instituições, não estando, assim, abrangidas pelos critérios de priorização aplicados na vacinação”.

“A evidência científica demonstra que, quando infetadas com a Covid-19, as pessoas com deficiência têm maior probabilidade de desenvolver mais sintomas graves, com risco de morte”, acrescenta.

Desde março de 2020, Portugal já registou 15.034 mortes associadas à Covid-19 e 781.223 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
 

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MJA | 28.Fev.2021



ϟ Aumento de pessoas com deficiência desempregadas preocupa Governo

Lusa | 18.02.2021 | SIC


Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência diz que os números do desemprego para pessoas sem e com deficiência não se recuperam com a mesma simplicidade porque não funcionam com a mesma linearidade.

O número de pessoas com deficiência inscritas nos centros de emprego aumentou com a covid-19, uma realidade preocupante por se tratar de um trabalho "não tão automático" como o de pessoas sem deficiência, disse esta quinta-feira a secretária de Estado.

Quando a situação pandémica aliviar, o mercado melhora e, automaticamente, volta a gerar-se emprego, mas não ao mesmo ritmo para pessoas com e sem deficiência, afirmou a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, no âmbito do Ciclo de Conversas "Fique em Casa", da empresa municipal MatosinhosHabit, em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto.

"O número de pessoas com deficiência inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) subiu, uma realidade que nos preocupa porque não é um emprego com o mesmo grau de flutuação, não é tão automático como para pessoas sem deficiência", frisou.

Os números do desemprego para pessoas sem e com deficiência não se recuperam com a mesma simplicidade porque não funcionam com a mesma linearidade, explicou.

Ana Sofia Antunes abordou ainda o ensino à distância, decidido pelo Governo para conter os contágios, sublinhando que, se para qualquer criança ter aulas em casa está a ser um desafio, mais ainda se verifica em alunos com deficiência.

"O trabalho à distância não é fácil de operacionalizar e de fazer, trabalhar à distância com uma criança com deficiência visual não é a mesma coisa do que trabalhar com uma criança que vê porque grande parte da informação que trocamos com ela tem suporte visual e isso é um desafio", disse.

A governante ressalvou ainda que a capacidade de foco e concentração perante o ecrã de um computador por parte de crianças com défice cognitivo e intelectual não é comparável àquele que existe de forma presencial.

Ana Sofia Antunes adiantou que as crianças com deficiência estavam preparadas porque a tecnologia faz parte da sua formação.

Neste segundo confinamento geral, depois de um primeiro em 2020, a secretária de Estado assumiu que quis garantir "o mais possível" respostas educativas de retaguarda para as crianças com deficiência, mesmo estando as escolas encerradas.

"Os centros de recursos para a inclusão receberam instruções expressas de que as terapias se iriam manter na lógica presencial e apenas em situações de risco agravado para a saúde da criança é que poderia ser substituída", contou.

Aquando do primeiro confinamento foi necessário criar respostas e medidas com "enorme rapidez", mas neste segundo já pudemos tomar decisões mais conscientes, assumiu.
 

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MJA | 27.Fev.2021



ϟ 'You find a way': Judi Dench on working through sight loss

Mark Brown | The Guardian | 25 Feb 2021


Dench has age-related macular degeneration, which affects more than 600,000 people in the UK.

Dame Judi Dench has spoken of her determination to carry on working despite sight loss, even if that means using friends to learn lines and being gently told to stop delivering speeches to the proscenium arch rather than her fellow actors.

Dench described how she copes with deteriorating eyesight – the challenges, the unexpected advantages and the funny side – at an online event on Thursday with Stephen Fry and Hayley Mills for the Vision Foundation, the London sight loss charity.

She explained how she had learned to adapt to her condition, caused by age-related macular degeneration, which affects more than 600,000 people in the UK.

“You find a way of just getting about and getting over the things that you find very difficult,” she said. “I’ve had to find another way of learning lines and things, which is having great friends of mine repeat them to me over and over and over again. So I have to learn through repetition, and I just hope that people won’t notice too much if all the lines are completely hopeless!”

Her sight loss at least had the occasional funny side, Dench said.

“I was doing the Winter’s Tale with Ken Branagh a couple of years ago, playing Paulina, and after we had been running for three weeks or so at the Garrick he said to me – I have a long speech at the end – he said: ‘Judi, if you were to say that speech about eight feet to your right, you’d be saying it to me and not to the pros’ arch … ’” Laughing, she continued: “I rely on people to tell me!”

Dench, 86, said her mother had similar sight loss “and now Finty, my daughter, goes and has her eyes checked. It is intensely irritating.

“But it does enable you to do one thing and that is that you have to get very close to people before you can recognise who they are. During lockdown I made a film and I was up close addressing people wearing masks during rehearsals, nothing to do with any scene I’m in. It’s kind of exquisite if you can do that and that’s the good side of it, and you have to look at that side of it.”

She said she could easily walk past someone she knew well and not recognise them. “That’s tricky … But you adapt to it. And I don’t want it to interfere.”

The Vision Foundation, formerly known as the Greater London Fund for the Blind, is this year celebrating its centenary and has launched the biggest fundraising appeal in its history, with the aim of raising £1m. ...
 

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MJA | 26.Fev.2021



ϟ Google começa a testar funções "Leia em voz alta" e Tradução - para Android

Tudo Celular | 13 de fevereiro de 2021


Não é novidade que, nos últimos meses, temos visto o Google trabalhar na implementação de funcionalidades e melhorias direcionadas aos usuários de smartphones e tablets, buscando assim ampliar a sua base de instalações e ativações de aplicativos como o navegador Chrome e o aplicativo principal, chamado apenas de Google.

Uma das mais recentes empreitadas nesse sentido foi a revelação de que a empresa começa a trabalhar na implementação de uma função chamada "Leia em voz alta" (já conhecida por aqueles que preferem o Microsoft Edge nos PCs), entregando assim um leitor de páginas dentro do app principal.

Um dos pontos interessantes nessa implementação é que os usuários passam a contar com a oportunidade de ter uma leitura das páginas exibidas de forma nativa, podendo inclusive ser utilizado durante deslocamentos, com a tela do dispositivo desligada.

Essa novidade portanto promete ajudar não só Deficientes Visuais como também, pessoas que gostariam de seguir consumindo informações que normalmete estão oferecidas em páginas escritas enquanto realizam alguma atividade ou vão para algum lugar.

Adicionalmente, também temos o inicio da implementação da função "traduzir" no aplicativo "Google", seguindo a experiência já vista no Chrome, permitindo assim com que sites de outros países possam ser facilmente traduzidos, reduzindo assim a dificuldade de consumir informações em outros idiomas.

Por enquanto, as novidades citadas acima estão disponíveis apenas para o aplicativo Google Beta 14.2, devendo ser implementadas nos próximos meses na versão estável do app. Caso você tenha o interesse em testar antecipadamente as funções em questão, terá de instalar a distribuição de testes, algo que pode ser feito com a entrada no programa da Play Store (link abaixo) ou simplesmente instalando o APK.
 

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MJA | 24.Fev.2021



ϟ Governo prepara novo regime para emissão de atestados médicos de incapacidade

Agência Lusa | 10 fev 2021


O Governo está a preparar um novo regime para a emissão dos atestados médicos de incapacidade, que trará a possibilidade de fazer avaliações sem a presença da pessoa com deficiência, revelou esta quarta-feira a secretária de Estado para a Inclusão.

De acordo com a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social está a “trabalhar num novo regime para a emissão dos atestados médicos de incapacidade multiusos que trará um conjunto de novidades”.

Ana Sofia Antunes, que, juntamente com a ministra Ana Mendes Godinho e os restantes secretários de Estado da equipa ministerial, esteve esta quarta-feira a ser ouvida pelos deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social, adiantou que uma das possibilidades é “emissão de atestados médicos de incapacidade multiusos automáticos”.

O novo regime trará também a “possibilidade de fazer algumas avaliações mais simples sem necessidade de presença física do avaliado na junta médica”, disse a secretária de Estado. “Para tornar as coisas mais céleres”, sublinhou Ana Sofia Antunes.

A responsável admitiu que existe um “passivo considerável” no que diz respeito aos atrasos nas juntas médicas, adiantando que desde o mês de julho de 2020 até agora foram constituídas 104 juntas médicas que fizeram 16 mil avaliações, estando agendadas mais 2 mil.

“Sabemos que temos passivo considerável, estamos a fazer os possíveis para repor normalidade”, disse a governante, lembrando aos deputados que foi por causa destes atrasos que o Governo tomou a iniciativa de prorrogar a validade dos atestados que, entretanto, caduquem para dar prioridade aos novos pedidos.

Relativamente à Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas, a secretária de Estado disse que já recebeu 98 contributos, que estão em fase final de análise e que em breve o documento irá para aprovação em Conselho de Ministros.

Sobre o Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI), Ana Sofia Antunes adiantou que a verba para o programa foi alargada em mais 25% podendo chegar ao valor total de 1.750 mil euros.

Nesse sentido, adiantou que os Centros de Apoios à Vida Independente (CAVI) já podem pedir a alteração para aumentar o número de horas de apoio e aumentar o valor que recebem de apoio ao funcionamento e formação dos assistentes pessoais.

A secretária de Estado disse ainda que há, neste momento, 590 assistentes pessoais ao serviço, mas que são precisas mais tendo em conta que existem 884 beneficiários e o objetivo é “chegar mais longe”.

fonte: https://www.dges.gov.pt/
 

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MJA | 22.Fev.2021



ϟ Inclusão de jovens com deficiência e/ou incapacidade no mercado de trabalho

Notícias de Aveiro | 7 Fevereiro, 2021

Por Ana Lúcia Abrantes
Professora de Educação Especial do Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha, AEAAV


O Contrato Emprego-Inserção+ para Pessoas com Deficiência e Incapacidade tem a duração de 12 meses, e propõe a realização de atividades socialmente úteis que satisfaçam necessidades sociais ou coletivas temporárias, no âmbito de projetos promovidos por entidades coletivas públicas ou privadas, sem fins lucrativos.

O Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha, em parceria com a Câmara Municipal de Albergaria, a Misericórdia de Albergaria, e a Casa da Criança da Associação de Infância Dona Teresa, envidaram esforços para a inclusão de três jovens alunas, nas respetivas entidades onde desenvolveram o Plano Anual de Transição, após terem concluído o seu percurso escolar, 12º Ano, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, artº10º – alínea b) Adaptações Curriculares Significativas e alínea c) Plano Individual de Transição.

Um dos objetivos que o Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha tem procurado dinamizar, nomeadamente através do Grupo de Educação Especial, é proporcionar a integração de jovens alunos com deficiência e incapacidade no mercado de trabalho, proporcionando-lhes autonomia, independência e estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade de oportunidades e a preparação para uma adequada vida pós-escolar ou profissional.

Para assegurar a continuidade do Plano Individual de Transição, as entidades de acolhimento atrás mencionadas submeteram candidaturas, que foram aprovadas, aos programas do IEFP:

– Estágios Profissionais e Contrato
– Emprego-Inserção+ Profissional, dirigidos a pessoas com deficiência e incapacidade.

O Contrato Emprego-Inserção+ para Pessoas com Deficiência e Incapacidade tem a duração de 12 meses, e propõe a realização de atividades socialmente úteis que satisfaçam necessidades sociais ou coletivas temporárias, no âmbito de projetos promovidos por entidades coletivas públicas ou privadas, sem fins lucrativos.

Os Estágios Profissionais têm como objetivo:

  • Complementar e desenvolver as competências dos desempregados, nomeadamente dos jovens, de forma a melhorar o seu perfil de empregabilidade, através de experiência prática em contexto de trabalho;
  • Apoiar a transição entre o sistema de qualificações e o mercado de trabalho, nomeadamente, promovendo a inserção na vida ativa dos jovens com níveis adequados de qualificação;
  • Promover o conhecimento sobre novas formações e competências junto das empresas e promover a criação de emprego em novas áreas;
  • Apoiar a melhoria das qualificações e a reconversão da estrutura produtiva.

O Agrupamento de Escolas de Albergaria-A-Velha congratula-se com a nova fase da vida destas jovens, considerando ser um impacto positivo para as suas futuras carreiras profissionais.

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MJA | 21.Fev.2021



ϟ Parlamento debate acesso à reforma antecipada para pessoas com deficiência

Carolina Rico com Judith Menezes e Sousa | TSF | 3 Fev.2021


Dois projetos de lei defendem regime especial de acesso à reforma antecipada sem penalizações.

OParlamento debate esta quarta-feira uma petição e dois projetos de lei, do PAN e do PEV, para permitir a reforma antecipada e sem penalização a pessoas com deficiência.

O partido ecologista "os Verdes" propõe um regime especial de acesso à reforma a partir dos 60 anos para pessoas com um grau de incapacidade permanente igual ou superior a 60%. Em declarações à TSF, o deputado José Luís Ferreira lembra o desgaste que estes cidadãos enfrentam não apenas no trabalho, mas também na "transposição de várias barreiras", também em casa ou nos transportes públicos, por exemplo.

"O processo normal de envelhecimento de pessoas com deficiência é geralmente mais complexo devido a uma vida inteira de mobilidade reduzida, medicamentos, cirurgias, pior estado geral de saúde entre outros fatores", nota. O PEV, defende, por isso, que as pessoas com deficiência tenham "direito a gozar a reforma enquanto as suas incapacidades não estão agravadas ao ponto de impedir que possam fruir da mesma com qualidade de vida".

Na mesma linha, o PAN sugere que a reforma antecipada possa ocorrer até mais cedo: a partir os 55 anos.

"O desgaste que efetivamente ocorre é muito doloroso", reforça a líder parlamentar do PAN Inês Sousa Real. Em caso de grau de incapacidade permanente igual ou superior a 60%, "não faz sentido que se aplique qualquer tipo de penalização".

Os dois projetos do PAN e dos Verdes vão ser debatidos a par de uma petição que defende também a possibilidade de reforma antecipada para cidadãos portadores de deficiência.

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MJA | 20.Fev.2021



ϟ Projeto Infovítimas Inclusivo

+ Algarve | 28 Jan 2021


A APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apresenta hoje o Projeto Infovítimas Inclusivo, o primeiro website em Portugal que disponibiliza, a pessoas com deficiência visual e auditiva, informação sobre direitos, processos-crime e seus intervenientes e funcionamento do sistema judicial.

A protecção das pessoas com deficiência visual e auditiva, vítimas de crime, a redução dos efeitos negativos e das consequências da experiência de vitimação, e a contribuição para que as pessoas com deficiência visual e auditiva tenham na sua posse o conhecimento e as ferramentas necessárias para agir em caso de violência ou crime são fundamentais para a promoção da sua autonomia e capacitação.

Com isto em consideração, a APAV, em conjunto com parceiros, desenvolveu o Projeto Infovítimas Inclusivo, o primeiro website em Portugal que disponibiliza, a pessoas com deficiência visual e auditiva, informação sobre direitos, processos-crime e seus intervenientes e funcionamento do sistema judicial.

Foram criados materiais informativos, em suporte digital, adaptados às necessidades de pessoas com deficiência visual e auditiva, dotando-os de conhecimentos necessários para agirem em caso de crime ou violência.

O Projeto Infovítimas Inclusivo vem, assim, colmatar a inexistência, sob qualquer formato ou em qualquer organismo, de informação adaptada a este grupo de pessoas, o que as coloca numa posição de maior fragilidade e expostas a uma experiência de vitimação ainda mais negativa. Estima-se que o Infovítimas Inclusivo chegue a cerca de 8 500 beneficiários, de todas as faixas etárias.

A APAV teve como parceiros a Casa Pia de Lisboa, consultores e a agência Último Take. O Projeto Infovítimas Inclusivo foi vencedor dos Prémios Caixa Social 2019, promovidos pela Caixa Geral de Depósitos.
 

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MJA | 9.Fev.2021



ϟ Mais professores a ensinar braille  “é tão essencial como ter a palavra escrita” – Acapo

LUSA | 4 Janeiro 2021

Mais professores a ensinar braille e ter este sistema mais divulgado "é tão essencial como ter a palavra escrita", defendeu hoje o presidente da Acapo, no dia em que se assinala o Dia Mundial do Braille


Este método de escrita e leitura foi inventado por Louis Braille, um pedagogo francês, no início do século XIX e, segundo dados das Nações Unidas, estima-se que seja usado por cerca de mil milhões de pessoas.

Em entrevista à agência Lusa, Rodrigo Santos, que tomou posse como presidente da direção da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) em 19 de novembro do ano passado, defendeu a importância de ter mais pessoas a ensinar este sistema de escrita e de leitura, bem como de ter o braille presente em mais sítios e em mais produtos, serviços ou soluções: “É tão essencial como ter a palavra escrita”.

“Achamos crucial que mais professores saibam braille [e] também temos de achar crucial que todos os professores tenham um domínio básico de ensinar a ler e escrever braille e que o sistema tenha soluções que garanta que há professores especializados que percebem não apenas do braille, mas também do ensino específico do braille”, defendeu.

Entende, por isso, que “todos os professores” deveriam ter uma “formação genérica” que os sensibilize para a importância do braille e para a importância da estimulação tátil, porque é desta forma que as pessoas cegas “percecionam de imediato a realidade”.

“Achamos que é crucial investir na formação específica dos professores de educação inclusiva”, apontou.

A conversa decorre nas oficinas da Acapo, onde a associação tem as impressoras e os equipamentos necessários à conversão e impressão de documentos em braille, não só em papel, mas noutros materiais, como acrílico, por exemplo, e onde faz a certificação de braille.

“Nós não só produzimos braille, seja em placas de relevo, seja em cartões de visita, livros, em todo o tipo de documentos, como, para além disso, também certificamos braille, isto é, certificamos que a representação do braille é correta para depois ser impresso nas diversas embalagens de muitos produtos que nos utilizamos no dia-a-dia”, explicou Eduardo Santos.

Aires Alves é um dos responsáveis por este serviço, que faz já há 28 anos, e que, para si, representa a concretização de um sonho.

Contou à Lusa que “quando era miúdo dizia que queria fazer livros para pessoas cegas” porque no tempo em que andou na escola quase não teve acesso a livros e sentia que havia muita falta.

“Se conseguisse mais tarde fazer livros para quem os não tinha, achava que estava a comprimir a minha missão”, confidenciou, admitindo que conseguiu não só concretizar o seu sonho, mas o de muitas outras pessoas: “Ter um livro para ler”.

Para Aires Alves, “hoje é tudo mais fácil” e apontou que quase ninguém quer ler em braille, já que facilmente têm acesso a tecnologias que, no momento, permitem ouvir a leitura de um livro.

“As pessoas cegas, se calhar, é que não têm aquele empenho em aprender braille porque hoje sai um livro e ele já está à minha disposição e se eu quiser um livro em braille é capaz de demorar anos a fazer”, admitiu, lembrando que uma biblioteca para normovisuais tem “milhões de títulos”, mas apenas cerca de nove mil publicações para cegos.

Lembrou, por outro lado, o espaço que ocupa um livro em braille, já que uma página em tinta corresponde a cerca de quatro páginas em braille, apontando também que a produção destes livros é muito cara.

Rodrigo Santos, no entanto, acredita que o “braille está vivo” e que não é uma coisa do passado, mas plenamente do século XXI, capaz de se adaptar e transformar às novas necessidades, uma ferramenta única, já que só ela permite às pessoas cegas “acederem a reprodução daquilo que é a palavra escrita”.

“Acho que as gerações mais novas, apesar de terem outros mecanismos para acederem à informação, quando o objetivo é ler, aceder à palavra escrita, com as letras todas, o braille continua a ser o sistema que preferem e não se pode dizer que esteja a perder importância”, sublinhou o presidente da Acapo.

Nesse sentido, lembrou que a realidade do ensino do braille em Portugal ainda passa por que muitas crianças sejam obrigadas a sair da sua zona de residência e do seu meio educativo.

Defendeu, por isso, que haja mais formação de professores para ensino de braille e de outras técnicas essenciais para as pessoas com deficiência visual, sublinhando que “há ainda um longo caminho a percorrer”.

“Enquanto não conseguirmos que aprender braille seja tão natural para qualquer criança com deficiência visual como é para qualquer criança aprender a ler e a escrever, por nós a missão ainda não esta cumprida”, rematou.

SV // HB

fonte: Visão

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MJA | 9.Fev.2021



 

ϟ Celular prejudica visão de bebés e pode até causar miopia se ultrapassar limite diário

Paulo Nobuo


Quem tem filhos pequenos sabe como é difícil mantê-los longe de telas de celulares e tablets, mas vários estudos indicam que o uso excessivo de eletrônicos pelas crianças pode provocar diversos problemas de saúde.

Em seu perfil no Instagram, o oftalmologista Alex Sá alerta para o aumento no número de casos de miopia entre crianças, justamente por causa do uso abusivo de tablets, celulares e computadores.

Segundo o médico, a exposição a aparelhos eletrônicos com telas em períodos maiores do que 2 horas seguidas pode ser um fator prejudicial para a visão dos pequenos. E como as crianças não identificam a dificuldade para enxergar, é importante que os pais fiquem atentos ao comportamento delas.

Celular aumenta casos de miopia em crianças
Durante muito tempo acreditou-se que passar muito tempo diante da televisão e de aparelhos eletrônicos poderia causar ou piorar o grau de miopia devido ao esforço dos olhos.

No entanto, segundo um estudo australiano, o aumento no grau de miopia seria, na verdade, resultado de um fator correlacionado: pouca exposição à luz solar natural, especialmente entre crianças.

Crianças expostas a menos luz diária ao ar livre apresentaram números mais elevados de casos de miopia do que crianças que permaneciam mais tempo fora de casa, algo cada vez menos comum em regiões urbanizadas, de acordo com a pesquisa.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um guia de saúde infantil, alertando sobre o tempo que as crianças passam diante das telas.

De acordo com a organização, crianças de 1 a 2 anos de idade devem ficar longes de TV e jogos de computador, enquanto crianças de 3 a 4 anos não devem ultrapassar a média de 1 hora por dia entretida com celulares ou tablets para evitar sedentarismo, obesidade e doenças associadas ao longo dos anos.


fonte: https://www.vix.com/pt/

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MJA | 30.Jan.2021



ϟ Como funciona o primeiro teste de gravidez acessível para pessoas cegas

Cláudia | 6 jan 2021


O protótipo foi criado no Reino Unido em uma campanha de design voltada para a acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência.

Testes de gravidez poderão ser consultados por pessoas cegas no Reino Unido pela primeira vez, já que um protótipo do item foi lançada com adaptações pensadas na acessibilidade desses clientes.

O resultado é apresentado em forma de bolinhas no lugar dos tradicionais risquinhos. A partir da urina, um reagente químico detecta se há ou não hormônios produzidos na gravidez, gerando a reposta tátil. As opções eletrônicas à venda não possuem esse recurso.

Apresentado pelo Instituto Nacional Real de Pessoas Cegas, organização referência nas causas de deficientes visuais do Reino Unido, o protótipo representa um passo urgente na luta pelos direitos dessas pessoas, que passam a usufruir de uma liberdade cerceada estruturalmente.

“É muito invasivo, é constrangedor ter que pedir a alguém para pegar um objeto no que eu acabei de urinar e pedir ‘você pode ler isso para mim?'”, disse Danielle Cleary, que é deficiente visual, ao site Sky News. Ela já precisou contar com o auxílio da mãe, de amigos e até vizinhos para ler o resultado de um teste de gravidez.

“Mesmo se eu estiver tentando engravidar ou tentando não engravidar, não quero que outras pessoas saibam da minha vida e façam julgamentos (…) E a cada dez pessoas, nove vão dar alguma opinião que eu não pedi. Você não percebe o luxo que é ter autonomia até ela lhe ser tirada”.

Desenvolvido pelo designer Josh Wasserman, o protótipo foi pensado de acordo com demandas apontadas por mulheres cegas ou com visão parcial durante a etapa de pesquisa da campanha “design para todos”, do Instituto Nacional Real de Pessoas Cegas.

“É importante que todos entendam como o design pode ser usado para conscientizar a população sobre uma questão e trazer mudanças positivas em uma indústria”, disse o criador do teste. “Indústrias, principalmente a de cuidados com a saúde, podem ter mudanças muito lentas. Não sei quanto tempo vai demorar até vermos esse produto nas prateleiras. Mas o importante é a conscientização”, apontou o idealizador.

O Instituto ainda divulgou que metade das pessoas que são diagnosticadas com alguma deficiência visual dependem de terceiros para conseguir consultar informações pessoais, como exames médicos e dados bancários.

Para Danielle, o produto deve ser uma chave de mudança para o mercado. “Quero que todos trabalhem junto à comunidade de deficientes visuais para nos ajudar a conseguir a privacidade que nos foi negada até hoje”. 

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MJA | 29.Jan.2021



ϟ 4 Janeiro | Dia Mundial do Braille
 

A História de Louis Braille em Animação

->  https://youtu.be/qmjnnMPEcxg

O sistema de escrita tátil conhecido como Braille é uma das formas de comunicação não verbal mais tradicionais, utilizado por pessoas cegas ou mesmo com baixa visão. Esta animação busca retratar a história de sua criação, que remete ao século XIX e tem em sua gênese a participação de figuras importantes como Napoleão Bonaparte, Charles Barbier e Louis Braille, que desenvolveu o conceito para o que ele é até os dias de hoje. Conheça mais desta história nesta animação.

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MJA | 3.Jan.2021



ϟ Comemoração do Dia Mundial do Braille

Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva em Braga

Data: De 04/01/2021 a 11/01/2021
Local: Corredor central r/c
Destinatários: Público em geral

Comemoração do Dia Mundial do Braille, com Exposição de equipamentos específicos para audição e leitura destinados a pessoas cegas e com baixa visão; mostra de bibliografia em Braille e audiolivros. Destinatários: público em geral. Entrada livre.

Organização: Serviço Biblioteca no Apoio à Inclusão (BAI) da BLCS

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MJA | 3.Jan.2021



ϟ Implante cerebral para cegos mais perto da realidade

Diário da Saúde | Dezembro 2020


O implante neural sem fios é parte do dispositivo que será implantado no cérebro dos voluntários. [Imagem: University of Texas at Dallas]


Implante visual

Implantar um aparelho no cérebro para gerar uma percepção aproximada da visão para pessoas com cegueira pode soar como coisa de ficção científica - mas os pesquisadores estão tentando tornar essa visão uma realidade.

O projeto envolve a implantação de dispositivos contendo pequenos eletrodos no córtex occipital, uma parte do cérebro que processa informações visuais. O dispositivo receberá sinais correspondentes às imagens captadas por uma câmera que o usuário usará em uma faixa de cabeça.

Os sinais comandam o implante neural para estimular eletricamente os neurônios, produzindo uma percepção visual aparente de minúsculos pontos brancos, chamados fosfenos. Os pesquisadores esperam que essas manchas brancas possam formar imagens que ajudem as pessoas com cegueira a reconhecer melhor os objetos e navegar pelo seu ambiente.

O estudo proporcionará a primeira oportunidade para os pesquisadores aprenderem se, e como, a prótese visual intracortical funciona para pessoas com cegueira total.

Estimulação neural
Durante o ensaio clínico, a equipe irá monitorar a segurança da estimulação elétrica neural e avaliar os dados dos eletrodos. Cada dispositivo tem até 16 eletrodos, cada um com um diâmetro menor do que um fio de cabelo humano.

Os voluntários do ensaio clínico trabalharão com os pesquisadores para determinar quão bem a estimulação elétrica produz fosfenos e se esses fosfenos podem ser usados para interpretar seus arredores.

"O usuário terá a percepção de padrões compostos por pontos de luz ou fosfenos. Os usuários devem ser capazes de identificar áreas claras e escuras de uma cena. Há uma expectativa razoável de que a prótese visual ajudará na navegação pelos espaços, identificando bordas de paredes, aberturas como portas e janelas e talvez movimento," disse o Dr. Stuart Cogan, da Universidade do Texas (EUA).

O primeiro participante deverá receber um implante em março do próximo ano, em uma cirurgia a ser realizada no Centro Médico Universitário Rush, em Chicago.

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MJA | 1.Jan.2021


 

ϟ  Quando a voz de um se torna os olhos de outro | Audiolivros para utentes com deficiência visual

Os utilizadores - nacionais ou estrangeiros - devem efectuar a sua inscrição, fornecendo, para o efeito, cópia digital do Atestado Multiusos de Incapacidade e os seus dados de identificação.

Audiolivros disponíveis na BMC


CONTACTOS:
Serviço de Leitura Especial
Biblioteca Municipal de Coimbra
telefone: 239.702.630 - ext. 2322 ou 2320
email: leitura.especial@cm-coimbra.pt
Web: http://www.cm-coimbra.pt/biblioteca/b309.htm

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MJA | 1.Jan.2021


 

ϟ A importância do Braille na atualidade | Ação de informação

INR | 29.12.2020

A Delegação de Vila Real da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal assinala o Dia Mundial do Braille com a realização de uma ação de informação subordinada ao tema "A importância do Braille na atualidade", no dia 8 de janeiro de 2021, às 15h00.

A referida ação irá decorrer com recurso à plataforma Zoom e será aberta à comunidade. O número de vagas é limitado e as inscrições deverão ser efetuadas através dos contactos habituais da delegação: vilareal@acapo.pt | 259338330 | 927558789

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MJA | 1.Jan.2021


 

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Maria José Alegre