Pode ser apenas o primeiro de muitos casos. Mas Tiago Varanda, de 28 anos, caminha para ser o primeiro padre cego em Portugal, pioneiro a receber o sexto sacramento da
Santa Igreja. No mundo católico conhecem-se dois casos de padres invisuais já ordenados. Um no Canadá e, mais recentemente, um outro em França.
"Em Deus não existe acepção de pessoas." A citação bíblica acompanhou Tiago Varanda ao longo do seu crescimento. A vontade de servir a Deus nasceu ainda na adolescência,
mas a doença que lhe tirou a visão obrigou-o a virar as costas ao sacerdócio.
Tiago nasceu em Penude, Lamego, a 26 de Agosto de 1984, com glaucoma congénito. Nos primeiros anos de vida ainda viu, mas foi perdendo gradualmente a visão, até que, aos
16 anos, perdeu por completo a capacidade de ver o Mundo.
"Ainda aprendi na escola a ler e a escrever, embora com letras ampliadas. Depois, ainda na escola primária, aprendi Braille. Já no 5º ano, comecei a andar com bengala.
Quando perdi a visão estava completamente adaptado à vida de cego", conta Tiago à Domingo.
Mas a ideia de servir a Deus nunca o abandonou. Embora se tenha "acomodado" ao facto de "não poder seguir o caminho que queria", a dúvida não o largou. "Voltei a
interrogar-me quando já estava na universidade, mas aí já com outro sentido, mais concreto e profundo, pensando que seria possível", recorda, sorrindo timidamente.
Já licenciado em História e depois de ter passado por várias escolas, onde leccionava essa disciplina, Tiago, agora a residir em Cabeceiras de Basto, percebeu que Deus o
chamava "insistentemente".
"Fui percebendo que além do meu papel na sociedade podia ter um papel mais activo na Igreja, fazendo efectivamente parte dos seus servos", diz.
Foi aí que Tiago decidiu "questionar as pessoas certas". Chegou ao seminário pelas mãos de um diácono que estagiava em Cabeceiras de Basto. Depois de um período de
reflexão, a arquidiocese de Braga decidiu aceitar a candidatura de Tiago ao seminário.
"Senti-me logo bem acolhido no seminário, o que me ajudou a ter ainda mais firmeza na minha decisão", sublinhou. E esse acolhimento caloroso é também realçado pelo
reitor, o cónego Vítor Novais: "Desde a primeira hora mostrou com clareza aquilo que queria do seminário. Contactámos a Igreja para ver se havia outras experiências e
percebemos que havia uma abertura muito grande por parte dos clérigos."
O cónego, que tem acompanhado de perto a caminhada do jovem seminarista, fala com prazer das capacidades de Tiago para a espiritualidade. "Há uma visão interior e que
transparece no Tiago que poderá iluminar não só a vida dele, mas a vida de muita gente", conclui.
Sem se sentir um "herói", o candidato a padre sente-se "perfeitamente capaz" de assumir uma paróquia. "Não será nada do outro mundo. Acho que a minha limitação até pode
ajudar as pessoas a compreenderem que o essencial não é a nossa forma física, as nossas limitações ou capacidades, o essencial é que Deus actue, numa perspectiva de fé. E
Deus actua, mesmo nas nossas limitações", explica o seminarista.
‘Micha’, a cadela-guia companheira do seu dia-a-dia há seis anos, passou a viver também no seminário. Atenta a todos os movimentos do dono, a cadela, que o guiava na
escola, quando dava aulas, foi também aceite sem reservas no Seminário Maior, em Braga.
Esta boa recepção a um jovem com deficiência não surpreendeu o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que considera este caso "um exemplo de inclusão na Igreja".
"O que seria incompreensível era que recusássemos a possibilidade de alguém concretizar a sua vocação apenas porque é invisual. Se pode ser professor, porque não poderia
ser padre?", pergunta D. Jorge Ortiga, realçando que "a Igreja deve ser, tanto quanto possível, inclusiva".
O arcebispo de Braga sabe que, pelo facto de ser invisual, Tiago Varanda tem menos autonomia. No entanto, admite, no caso de ser ordenado, vir a atribuir-lhe uma
paróquia.
"Por que não? Hoje nas paróquias temos leigos que fazem a maior parte do serviço, com excepção da celebração eucarística e da confissão, pelo que não vejo qualquer
objecção a que ele venha a ser pároco", afirma o prelado, embora admita colocar o futuro padre Tiago "noutro serviço".
Para Tiago Varanda, essa questão não é, pelo menos para já, importante. "Primeiro tenho de chegar à ordenação e depois, como é natural, estarei ao serviço da Igreja e às
ordens do meu bispo", afirma.
No Seminário Maior de Braga os dias correm como sempre e a ‘Micha’, que guia os passos de Tiago, por corredores e escadarias, já faz parte da família.
O cónego Vítor Novais sublinha a recepção calorosa a Tiago: "Nem houve sequer aquele primeiro período de estranheza. Estamos num seminário maior, com jovens com mais de
18 anos, de elevada formação, o que, naturalmente, facilita as coisas. Os colegas têm muito orgulho em ajudar."
Melhor Museu Português de 2012
é um museu sem barreiras
A Associação Portuguesa de Museologia - APOM - atribuiu no dia 15 de Dezembro, em cerimónia anual, o prémio de Melhor Museu Português
de 2012 ao MCCB – Museu da Comunidade Concelhia da Batalha.
Computadores terão sentidos como
visão e olfato em cinco anos, diz IBM
TechTudo
Filipe Garrett
18 de Dezembro de 2012
Técnicos da IBM afirmam que, em cinco anos, computadores terão sentidos humanos, como olfato, visão e audição. Na perspectiva da empresa, esses avanços serão a "ponta de
lança" da nova revolução da computação. As projeções da IBM fazem parte da tradicional lista “5 in 5″, onde a empresa elege suas cinco perspectivas de avanços
tecnológicos para os próximos cinco anos.
Segundo a IBM, no futuro próximo, poderemos usar nossos equipamentos como extensões de nossos sentidos. Você poderá sentir
detalhes da textura de uma superfície remotamente, através de seu smartphone. Ao comprar uma peça de roupa, por exemplo, poderá usar o aparelho para sentir o tecido na
pele.
ara a empresa, o sentido de visão em nossos celulares e computadores poderá ir muito além daquele que nós, humanos, experimentamos. As máquinas poderiam reconhecer
padrões complexos na pele das pessoas para encontrar indícios de câncer de pele em desenvolvimento, por exemplo.
Até aqui, as tecnologias envolvidas não são muito distantes da realidade atual. A IBM sonha mais alto quando fala sobre capacidades auditivas e de olfato das máquinas do
futuro. Em termos de som, o texto menciona que, no futuro, nossos computadores serão capazes de emitir sons em frequências ultrasônicas para alto-falantes específicos.
Algo assim poderia ser usado em uma multidão: sem fios, um sistema de som ultrasônico enviaria sons ao seu smartphone que só você poderia ouvir, sem uso de fios e redes
wireless.
Em termos de olfato e paladar, a IBM vê um futuro onde nossos aparelhos poderão sentir, literalmente, algo podre no ar. A percepção de ar contaminado poderia ser muito
útil em hospitais, e mesmo no cotidiano, identificando alimentos estragados antes do odor se alastrar. Em termos de paladar, nossos computadores e celulares poderiam ser
usados como ferramentas para a criação de menus adequados ao nosso perfil, preferências e necessidades por determinados nutrientes específicos.
O projecto ‘Os Seus Lindos Olhos’ foi criado por Suren Manvelyan, um professor de física natural da Arménia com um fascínio bastante particular por...olhos. Podem parecer estranhas crateras ou paisagens de outro mundo – à primeira vista, não se parecem sequer com nada humano. Contudo, a verdade é que esta colecção de fotografias tem como único modelo os olhos.
O professor de 36 anos utiliza como técnica a fotografia macro, que consiste em imagens drasticamente ampliadas para realçar detalhes que geralmente passam despercebidos.
“Eu não tinha consciência que eles [os olhos] tinham uma aparência tão complexa”, contou o professor de 36 anos ao ‘Daily Mail’. “Diariamente nós vemos centenas de olhos, mas nem sequer suspeitamos que eles têm uma estrutura tão bela, como se fossem superfícies de planetas desconhecidos.”
O piso tátil ou ladrilho tátil é um grande aliado das pessoas com deficiência visual e baixa visão. Ele é um dos recursos utilizados para garantir total acessibildade nos
trajetos em ruas, estabelecimentos, residências e prédios públicos ou privados.
A sinalização tátil no piso pode ser de dois tipos: de alerta ou direcional. As duas devem ser de cores contrastantes com a do piso, podendo ser sobrepostas ou integradas
ao já existente.
A sinalização de alerta, conhecida pelo formato de "bolinhas", tem como função alertar a pessoa com deficiência de que, à frente, há algum obstáculo, uma escada, uma
rampa, a porta de um elevador, o rebaixamento de uma calçada ou um desnível, como uma plataforma de embarque e desembarque.
Já a sinalização direcional, que tem linhas verticais, serve para orientar o trajeto e deve ser usada em áreas de circulação. A aplicação deve indicar o caminho a ser
percorrido, funcionando como uma trilha.
O piso tátil é fundamental para oferecer segurança e autonomia às pessoas com deficiência visual.
“O Sr. Conselheiro António Luís de Sousa Henriques Seco legou a sua livraria à câmara de Coimbra. É um acto patriótico e que honra a memória do ilustre cidadão
falecido. (…) Chegou enfim a ocasião de se realizar o antigo projecto de se criar em Coimbra uma biblioteca municipal”
(Conimbricense, 10 de Dezembro de 1892)
*
Acaba de ser distribuido o 4.º número da revista mensal "Jardim da Sereia" - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-Cultural, com edição
áudio,braille e digital (pdf e Word. A revista será facultada, a título gratuito, pela Biblioteca Municipal de Coimbra.
Coordenação Editorial: José Guerra
Arranjo gráfico: M. C. Bastos
Locução: Maria José Alegre
Sonoplastia: Emanuel Laça
Impressão Braille: Serviço de Leitura para Deficientes Visuais da BMC
Índice:
Editorial - Maria José Azevedo Santos
Coimbra tem mais encanto:
BIBLIOTECA MUNICIPAL DE COIMBRA - Alexandra Augusto
- A longa gestação duma biblioteca pública
- Das instalações provisórias ao edifício atual
90 Anos: Nascidos em 1922 - Maria José Miranda
Tiflologia: Os Serviços de Leitura Pública para Pessoas com Deficiência Visual em Portugal
- José Guerra
- A rede nacional de leitura pública e as pessoas com deficiência.
- O discurso politicamente correto e o quotidiano dos cidadãos com deficiência.
- Algumas Indicações de Boas práticas de acessibilidade nas bibliotecas.
- A Biblioteca Municipal de Coimbra no contexto das bibliotecas para pessoas com deficiência da visão
Quando os cegos são a personagem:
A CEGUEIRA - Jorge Luis Borges
Livros & Leituras: Novos Audiolivros e novos livros em braille.
A Viajar Pelas Letras: Dia de Natal - António Gedeão
Quase metade dos deficientes visuais dependem de uma prestação social, valor que aumenta para mais de 80% quando estão em causa pessoas em isolamento social, revela um
estudo da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
O estudo, sobre a “Prestação de serviços e a promoção da vida independente”, foi feito entre os sócios e utentes da ACAPO com mais de 16
anos, tendo sido validados 1.325 questionários.
Da totalidade das pessoas inquiridas, 58% são cegos e 42% têm baixa visão e mais de metade (55,7%) são homens. A idade média das pessoas com baixa visão é de 44 anos e
das pessoas cegas é de 53 anos, sendo que 42% adquiriu a deficiência visual até aos cinco anos.
Os dados da ACAPO revelam que para quase metade (49%) dos deficientes visuais em idade activa (16-64 anos) a principal fonte de rendimento é uma prestação da segurança
social, valor que aumenta para 81% entre as pessoas que vivem em isolamento social (22% do total).
A caracterização destes inquiridos revela que em mais de metade (52%) dos casos adquiriram a deficiência visual depois dos 15 anos, têm em média 55 anos, vivem
maioritariamente (59%) em meio urbano, em 95% dos casos não têm ninguém com quem possam sair e 75% não pode estar com familiares ou amigos quando quer.
A nível laboral, o estudo mostra que há uma grande diferença entre a taxa de actividade do conjunto da população e os deficientes visuais com idade activa.
“Em geral, a taxa de actividade da população em geral é 1,6 vezes superior à taxa de actividade dos deficientes visuais inquiridos”, lê-se no estudo, que revela, citando
dados do Eurostat, que no primeiro trimestre deste ano a taxa de actividade da população com idade entre 15 e 64 anos era de 73,8%, contra os 46% entre os deficientes
visuais inquiridos.
Por outro lado, também com base nos dados do Eurostat relativos ao primeiro trimestre, a taxa de emprego dos deficientes visuais em idade activa é metade (32,9%) da taxa
de emprego entre a restante população (62,9%).
Já a taxa de desemprego entre as pessoas com deficiências visuais em idade activa é cerca do dobro (29%) da taxa de desemprego entre a restante população (15,6%), quando
olhando para o mesmo período do ano.
De acordo com a ACAPO, a aquisição da deficiência visual em idade adulta leva a que muitos dos inquiridos tenham saído do mercado de trabalho, sendo que 79% dos
deficientes visuais que adquiriram a deficiência depois dos 30 anos e têm menos de 64 anos não fazem parte da população activa.
“O nível de vida de mais de três quartos dos inquiridos que não são deficientes visuais de nascença piorou muito desde que se tornou deficiente”, refere o estudo.
Em termos de saídas profissionais, o estudo da ACAPO aponta que o “Estado é um agente muito importante no emprego dos deficientes visuais”, onde trabalham 37% dos
deficientes visuais inquiridos que estão empregados.
Revela, por outro lado, que as saídas profissionais dos cidadãos com deficiência visual estão concentradas entre duas profissões: professores, no caso dos
licenciados, e telefonistas, no caso dos níveis escolares mais baixos.
Ao nível da mobilidade, 60% dos deficientes visuais não são autónomos e têm dificuldade ou não conseguem andar em espaços públicos não familiares, não usam transportes
públicos e têm dificuldade ou não conseguem subir ou descer escadas.
O estudo da ACAPO vai ser apresentado segunda-feira, quando se assinala o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Só 10% das pessoas com deficiência
arranjam colocação nos centros de emprego
Quase 3.700 pessoas com deficiência estavam abrangidas por medidas de apoio à empregabilidade no final de Outubro, segundo dados oficiais, que indicam que apenas 10 por
cento (%) dos que vão aos centros de emprego conseguem colocação.
Os dados do Ministério da Solidariedade e Segurança Social mostram que no final do mês de Outubro havia 3.614 pessoas com deficiência a usufruírem dos diversos programas
de apoio à empregabilidade, estando 1.044 em programas de emprego e as outras 2.570 em programas de formação profissional.
Comparativamente com o mês de Setembro, estes números representam um aumento de 11,7%, estando na altura contabilizadas 3.235 pessoas, com 919 em programas de emprego e
2.032 a ter formação profissional.
Os números de Outubro representam também um aumento de cerca de 1% face a Dezembro de 2011, ano que terminou com 3.576 pessoas com deficiência inscritas nestas medidas.
Para o presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), estes são números “manifestamente insuficientes”, contrapondo que, com base nos dados do Instituto de
Emprego e Formação Profissional (IEFP), há, em média, 600 a 700 pedidos de emprego por mês e, destes, apenas 10% obtém colocação.
“Há 90% daqueles que vão aos centros de emprego que não conseguem encontrar solução e, portanto, em relação àquele valor [do Ministério da Solidariedade e Segurança
Social] estamos a falar de um valor baixíssimo, quase que residual, não obstante a boa intenção que possa estar por detrás das medidas que ali estão”, considerou Humberto
Santos.
De acordo com o presidente da APD, “o país apenas consegue colocar em mercado de emprego 60 a 70 pessoas [com deficiência] por mês”, algo que considera “manifestamente
insuficiente” porque a maior parte dos programas do Governo são programas de formação que não significam empregabilidade efectiva.
Os dados do IEFP mostram que em Agosto havia seis pessoas com deficiência colocadas em primeiro emprego, 49 desempregados colocados em novo emprego, cinco pessoas
empregadas e uma empregada a tempo parcial.
Por outro lado, havia registo de 11.503 pedidos de emprego feitos até ao fim daquele mês e outros 707 feitos só em Agosto, o que significa que as 61 pessoas colocadas
representam 8,6% dos pedidos de Agosto.
Humberto Santos admite que o período de crise tanto afecta pessoas com deficiência como as pessoas sem deficiência, mas lembra que “é muito mais difícil para as pessoas
com deficiência retornar ao mercado de trabalho”.
Sublinha, por outro lado, que há muitas pessoas que já não acreditam no processo e deixaram de recorrer aos centros de emprego, o que significa que “são muito mais
aqueles que se encontram em situação de desemprego neste momento” e que não é possível contabilizar.
Humberto Santos apontou também que há estudos que mostram que o desemprego entre as pessoas com deficiência é duas a três vezes superior à registada entre as pessoas sem
qualquer deficiência e que as pessoas com deficiência desempregadas estão numa situação de “fragilidade económica”, subsistindo muitas vezes com recurso a pensões “muito
baixas” ou dependendo de familiares.
No dia em que foi ouvido na Comissão da Segurança Social e Trabalho, conjunta com a Comissão do Orçamento e Finanças, em Outubro, o secretário de Estado da Solidariedade
e Segurança Social anunciou que tinha sido celebrado um acordo com a rede social solidária com vista a dar prioridade à empregabilidade das pessoas com deficiência.
Eliminar barreiras para criar uma
sociedade acessível e inclusiva para todos
3 de Dezembro de 2012
FIL – Parque das Nações
15h00:
Recepção dos convidados
Evento Cultural (Coro)
15h30:
Abertura Oficial
Dr. José Madeira Serôdio - Presidente do Conselho Diretivo do INR, I.P.
Dr. José Eduardo Carvalho - Presidente da AIP
Dr. Pedro Mota Soares - Ministro da Solidariedade e da Segurança Social
16h00:
Cerimónia de Entrega dos Prémios
- Prémio Concurso Cartaz DIPD 2012 (2 prémios)
- Prémio de Inovação Tecnológica Eng.º Jaime Filipe
- Prémio Maria Cândida da Cunha
16h15:
Praia Acessível e Prémio Praia + Acessível 2012
16h30:
Assinatura Protocolo SIMPD – Serviço de Informação e Mediação de Pessoas com Deficiência
(CM Torres Vedras)
16h45:
Pausa para Café
17h00:
Painel – Inclusão das Pessoas com Deficiência
Francisco Teotónio Pereira – Televisão Acessível/Serviço Público (15min) e
Dora Alexandre – O CONSIGO como exemplo de uma Boa Prática (15min)
17h30:
Evento Cultural – Paula Teixeira
17h45:
Sessão de Encerramento -
Conselho Diretivo do INR, I.P.
A Prestação de Serviços e a
Promoção da Vida Independente
3 de Dezembro de 2012
Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência
Auditório do ISCTE | Lisboa
O que sabe sobre as pessoas com deficiência visual?
Como acedem à informação? Como se deslocam? Que escolaridade têm? Onde trabalham? Quais as suas principais necessidades? Que barreiras impedem o acesso a uma vida
autónoma e independente? O que têm a dizer sobre os serviços da ACAPO?
Conheça as respostas na apresentação pública dos resultados e
conclusões do estudo “A Prestação de Serviços e a Promoção da Vida Independente”
Programa
09h30 – Receção
10h00 – Sessão de Abertura
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
- José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Diretivo do INR, IP.
- Luís Reto, Reitor do ISCTE-IUL
10h15 às 13h00 – Apresentação dos resultados do estudo proferida por Paulo Pedroso, sociólogo e coordenador do estudo
Para melhor conhecer a população com deficiência visual – caraterização de sócios e utentes da ACAPO
Vida independente e qualidade de vida
Comentadores:
- Ana Salvado, Doutoranda de Sociologia do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ISCTE-IUL
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
13h00 às 14h30 – Pausa para Almoço
14h30 às 17h30 – cont. da apresentação dos resultados
Os serviços e a vida independente
Estratégias da ACAPO de ação para a autorrepresentação
Comentadores:
- Luís Capucha, Professor e Investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ ISCTE-IUL
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
17h30 – Sessão de Encerramento
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
- Rosa Maria Simões, Presidente do Conselho Diretivo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu
- Marco António Costa, Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social (sujeito a confirmação)
ENTRADA GRATUITA
INSCRIÇÕES ATÉ 29 DE NOVEMBRO
em www.acapo.pt
CONTACTOS ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
Av. D. Carlos I, n.º 126 9º andar 1200-651 Lisboa
Telefone: 213 244 500 | Fax: 213 244 501
E-mail: rp.dn@acapo.pt (Relações Públicas)
Website: www.acapo.pt
Prémio BPI para inclusão de pessoas com deficiência
O projeto "floresSER" e "Pela cozinha a inclusão" foram os grandes vencedores da terceira edição do prémio do BPI para inclusão de pessoas com
deficiência e melhoria de qualidade de vida.
O Centro de Educação Especial Rainha D.Leonor, das Caldas da Rainha, e o Centro Comunitário Paroquial da Ramada, de Odivelas, receberam hoje em ex-aequo o Prémio BPI
Capacitar 2012, no âmbito da política de responsabilidade social do banco.
Além destes prémios foram também entregues 16 menções honrosas a outras instituições pelas mãos do presidente do BPI, Fernando Ulrich.
"É com muita honra que estamos hoje a celebrar este prémio, que já vai na terceira edição e que esperemos que seja de uma longa série", afirmou Ulrich, sublinhando que
este é um dos maiores prémios existentes em Portugal com esta finalidade.
O projeto "floresSER" do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor tem como objetivo a criação de uma nova estufa para aumentar a capacidade de produção de flor
de corte e a integração de postos de trabalho para pessoas com deficiência.
Já o projeto "Pela cozinha de inclusão", do Centro Comunitário Paroquial da Ramada, concelho de Odivelas, visa equipar uma cozinha industrial com capacidade para
confecionar 400 refeições diárias, promovendo a inclusão de pessoas com deficiência.
Lançado em 2010, o Prémio BPI capacitar distingue projetos que visam a promoção da qualidade da vida e a integração social de pessoas com deficiência ou incapacidade
permanente. No total, são atribuídos 700 mil euros a diversas instituições privadas sem fins lucrativos que fazem a diferença nestas áreas. A avaliação tem em conta a
qualidade técnica e a sustentabilidade dos projetos.
O presidente de honra do júri foi Artur Santos Silva, presidente do Conselho de Administração do BPI, enquanto António Seruca Salgado, ex-administrador do BPI, foi
presidente do júri. Clara Costa Duarte, professora de Economia na Universidade Nova de Lisboa, António Soares Franco, empresário, Ana Louseiro, técnica de Educação
Especial e Reabilitação e Rui Lélis, ex-administrador do BPI integraram também a equipa que avaliou os projetos.
BPI melhora condições para pessoas com deficiência
"Não chega só ter este prémio. É preciso fazer muito mais", afirmou Fernando Ulrich, sublinhando que o BPI tem feito um esforço para melhorar o acesso a pessoas com
deficiência.
O presidente do BPI revelou que a instituição lançou um projeto piloto em 16 balcões, que inclui a eliminação das barreiras físicas, multibancos com acesso mais fácil,
disponibilização do extrato e outras informações em Braille e ainda Internet com acessibilidade especial.
Ulrich admite, no entanto, que é preciso ter mais pessoas com deficiência inseridas no banco. "Temos poucos casos de integração de pessoas a trabalhar no banco. Aqui
temos que aprofundar, porque estamos longe da situação potencial".
Cegos e pessoas com baixa visão vão poder tocar alguns micro-organismos que visitantes convencionais do Museu de Microbiologia do Instituto Butantan, na zona oeste de São
Paulo, só veem por meio do microscópio ou em reprodução artística.
O espaço conta, desde a semana passada, com modelos táteis, para serem manuseados por deficientes visuais, de quatro grupos de micro-organismos: fungos, bactérias, vírus
e protozoários.
"Museus de todo o mundo têm uma grande preocupação com a acessibilidade e estão procurando maneiras de resolver a questão. Vínhamos notando também a necessidade de
atender o público com deficiência visual", afirmou Viviane Maimoni Gonçalves, diretora do museu.
Os objetos da exposição "Microtoque", desenvolvidos por um grupo especializado, simulam características dos micro-organismos. Cores contrastantes e fortes foram adotadas
para ajudar pessoas de baixa visão a compreenderem melhor os materiais.
Os cegos também poderão percorrer a estrutura do museu com a ponta dos dedos. Foi produzida uma maquete do local para ser tateada.
Além disso, o visitante poderá tocar, dentro da Praça dos Cientistas, os bustos que simbolizam 11 grandes pesquisadores mundiais, de Albert Sabin a Vital Brasil.
As explicações sobre as características dos micro-organismo e a biografia dos cientistas são dadas aos deficientes por meio de áudio-guia.
As visitas para o público com deficiência visual acontecem as sextas-feiras, duram cerca de uma hora e precisam ser agendadas.
"Adorei poder ter contato com os fungos e as bactérias", disse sorrindo a funcionária pública Maria Rita Paiva de Souza, que é cega.
Segundo ela, que é dona de cão-guia e pode entrar normalmente na exposição com o companheiro, "o material é muito bem-feito e vai ajudar, principalmente, estudantes de
biologia e crianças".
MUSEU DE MICROBIOLOGIA DO INSTITUTO BUTANTAN
ONDE: Av. Doutor Vital Brasil, 1.500
QAUNTO: Visitas de deficientes visuais são de graça e devem ser agendadas pelo (11) 2627-9541
O Departamento de Cegos e Amblíopes disponibiliza livros braille, áudio e digitais aos 160 mil deficientes visuais de Portugal. Mas continua a sair caro a um cego ser
letrado.
“As pessoas cegas”, diz Carlos Ferreira enquanto dedilha uma linha de braille para encontrar a aplicação da Batalha Naval no seu iPhone, “são como as outras, às vezes só
querem parar de trabalhar e distrair-se. Mas ainda não percebi bem porquê, têm muito poucos jogos...”
Não é o caso do director do Departamento de Cegos e Amblíopes da Biblioteca Nacional, que tem dezenas de jogos no telemóvel, do xadrez às damas, passando pela forca.
Sentado à secretária do seu escritório, Carlos explora as dezenas de aplicações com destreza e pára na batalha naval – “Sou fã” – para uma demonstração. O iPhone grita
códigos de guerra enquanto se ouvem Splashs. São os tiros do director a acertar na água. “É melhor parar, que isto não está a correr muito bem... [risos] Vou mostrar-lhe
outras aplicações.”
Segue-se o Color Reader: Carlos encosta o iPhone à camisola da jornalista e o telemóvel diz ‘Cor Pre-to’, numa voz feminina robotizada. Muda de programa outra vez, apalpa
a mesa, aponta a câmara do iPhone a um objecto e fotografa-o. “Vamos falando que o resultado ainda demora.”
Carlos tem 50 anos, é cego de nascença e assumiu a direcção deste departamento “a 12 de Dezembro de 2011”. Licenciado em Organização e Gestão de Empresas, trabalhou
muitos anos no Ministério da Educação antes de se mudar para a Biblioteca Nacional, onde hoje lidera uma equipa de cinco funcionários, todos eles cegos ou amblíopes, que
gerem um acervo de mais de 10 mil livros em vários suportes para os leitores inscritos na instituição (eram 639 em Setembro).
“A forma que as pessoas cegas têm de ler difere essencialmente na forma como se acede à informação”, explica-nos, enquanto as mãos passeiam num documento sobre o
centenário do nascimento de Helen Keller, enquanto Louis Braille nos observa congelado num retrato a preto-e-branco pendurado na parede atrás de Carlos. “Quando vocês
olham para uma página impressa têm uma visão global do que lá está. Nós fazemos sempre uma leitura linear através do braille, que dá resposta a quase todas as nossas
necessidades.”
Enquanto o ouvimos somos interrompidos pelo iPhone com o resultado da demanda de há cinco minutos. “So-ny Mu-sic Re-cor-der”, soletra o telemóvel. “Ah! Ouviu?”, diz
Carlos, triunfante. “É o seu gravador, não é?”
TECNOLOGIA As aplicações e o próprio sistema Apple – segundo o especialista Carlos, “a única marca que já percebeu, também por pressão dos utilizadores cegos, que existe este
mercado por desenvolver” – são um sinal dos tempos. Para cegos, como para quem vê.
Foi com o desenvolvimento tecnológico em mente que partimos para a entrevista. O aparecimento de audiolivros e de telemóveis que falam com os utilizadores levanta uma
questão inocente mas legítima, que levamos na ponta da língua ao subir ao primeiro andar da BN: está o braille condenado a desaparecer?
“Tenho alguma dificuldade em dizer que sim ou que não”, responderá Carlos com um suspiro. “No meu tempo de escola não havia nada que substituísse o braille, mas com o
advento das tecnologias de informação isso deixou de ser assim. Discutir isto é um bocado como discutir se os livros em papel vão desaparecer...”
No ano em que nascia o Departamento que hoje dirige, Carlos estava a entrar para a 1.ª classe. Ao contrário do que acontece hoje, em que as crianças com deficiências
visuais são integradas desde o início da escolaridade obrigatória em escolas regulares, Carlos esteve numa escola para cegos até ao antigo 7.º ano.
“Hoje os níveis de literacia estão a reduzir, os miúdos não lêem, preferem ver televisão ou estar na internet, e os miúdos cegos vão nessa onda também. Com a situação
agravada de que o próprio ensino não está qualificado para dar apoio a alunos cegos, com honrosas excepções.”
O que se passa com uns é o que se passa com outros, só que no caso dos miúdos cegos, “se começam a desprezar o braille, depois dificilmente lá chegam”. Por outro lado,
“há também uma culpa grande de alguns adultos cegos”, que estimulam este “facilitismo” tecnológico, acusa Carlos. “A ideia que se transmite aos mais novos é que só com
suportes de voz conseguem ir lá. E não é assim. Nós adultos já adquirimos conhecimentos, mas eles não e é preciso ler muito durante a vida. Não conheço ninguém que
escreva bem sem ter lido muito e o braille é o sistema que temos para ler.”
Na realidade, começamos a perceber – já a conversa vai em mais de uma hora – que a tecnologia tem mais para potenciar o braille do que para o eliminar. Quando Carlos
entrou para o secundário, passando do ensino especial para o regular, a direcção do Liceu Pedro Nunes teve de lhe arranjar uma sala para poder guardar os livros: só o
manual de matemática em braille tinha 12 volumes A4.
Hoje, a par dos audiolivros, uma linha de braille ajuda qualquer cego a aceder a uma série de informações, seja via computador seja via telemóvel (com ligação bluetooth).
“Você agarra nisto”, diz Carlos passando-nos o seu pequeno paralelepípedo de 12 caracteres, “e não pesa nada. O meu cartão tem 2GB, meto aqui cerca de 2 milhões de
páginas braille. Não tenho aqui dois milhões, mas tenho uma boa quantidade de livros e se associar este meu equipamento ao iPhone a capacidade aumenta ainda mais”, diz a
sorrir. “A tecnologia tem um potencial enorme para promover o braille.”
Retrato Se o Censo de 2001 mostrava a existência de cerca de 163 mil pessoas com deficiência visual em Portugal, dos quais 25 mil eram cegas, “o de 2011 não tinha questões
que permitissem determinar a evolução ou regressão desses números”, como explica ao i a vice-presidente da ACAPO.
Os estudos mais recentes, na sua maioria norte-americanos, estimam que 1% da população de cada país sofre de algum tipo de deficiência visual. E do total de cegos
portugueses, diz Graça Gerardo, “julga-se que aproximadamente 10% a 15% lêem braille”. Já no universo de mais de 3 mil associados da ACAPO, são cerca de 1800 os que lêem,
o que “também não significa que esse número represente o total de portugueses que conseguem ter um claro domínio deste sistema de leitura e escrita, que é o principal
garante da autonomia e desenvolvimento cultural e social de uma pessoa com deficiência visual”.
Ainda assim, o braille continua a ser um sistema a que é dada pouca atenção por cá. Entre outras razões, pelos custos que envolve. Hoje produzir um livro em braille sai
caro, “mas sai muito mais barato do que saía há 30 anos, porque na altura eram escritos em máquina braille ou à mão”, diz Carlos. Mesmo assim, os custos financeiros e
humanos são altos.
Uma caixa de papel braille com mil folhas custa cerca de 25 euros. E uma impressora como as que existem no departamento, que produz 600 páginas por hora, custa à volta de
15 mil euros. A isto juntem-se os preços das linhas de braille: a que Carlos traz sempre no bolso custa 1800 euros, mas uma mais avançada, de 40 caracteres, pode rondar
os 4 mil euros.
“Como dizia um amigo meu, o iPhone é caro mas só custa 600 euros. E aqui está a diferença”, diz Carlos, antes de largar outro número de cabeça: “O que dizia o último
estudo que li sobre esta matéria é que só 10% dos cegos americanos lêem bem braille e desses 95% têm um emprego considerado bom comparativamente com outras pessoas.”
Sobre o caminho a trilhar para melhorar o acesso a deficientes visuais, Carlos é cauteloso e é o primeiro a dizer que é preciso ter cuidado com as reivindicações, para
não se “ser vítima dos próprios desejos”. Mesmo assim, e apesar de “ser um assunto delicado”, acha que “não existe outro rumo” que não seja o Ministério da Educação e
editoras unirem esforços para melhorar o acesso de deficientes visuais à literatura.
No caso do ministério, onde Carlos trabalhou, as editoras de manuais escolares já os enviam em formato digital à equipa que prepara versões em braille e áudio. No caso
das editoras comuns, o processo tem sido mais moroso, também por causa dos direitos de autor.
Desde 2003 tem havido contactos esporádicos da BN e do Centro Professor Albuquerque e Castro, “o grande produtor de material não didáctico braille em Portugal”, com as
editoras para facilitar o processo, que para já continua por avançar.
Em contrapartida, e graças às tecnologias, já há sistemas de ajuda à navegação dos cegos na sociedade, que vão para lá dos livros. A ACAPO está agora “em fase de
negociações com a equipa ministerial [de Educação] para limar arestas” no “trabalho meritório” do ministério, que já criou as escolas de referência, “dotadas de recursos
materiais e humanos para dar autonomia a alunos com deficiência visual”.
Graças à Lei 33/2008, que entrou em vigor em 2009, os deficientes visuais já podem pedir que informações como o nome de produto e respectiva data de validade sejam
apostas no final das suas compras, o que, diz Graça Gerardo, “já acontece em muitas das grandes superfícies e em todas as compras online”.
Literatura gratuita Num comunicado da ACAPO divulgado no Dia Mundial do Livro, a associação referia que continua a ser difícil os cegos “lerem em pé de igualdade”. Neste caso em mão,
ou não fosse o braille incontornável. Até se desenvolverem alternativas, o departamento da BN é um dos poucos que ajudam os cegos portugueses a acederem à literatura.
O departamento nasceu em 1969, quando a biblioteca se mudou para o edifício que hoje ocupa, no Campo Grande. Na altura, o director Manuel Santos Estevens tinha acabado de
voltar de uma viagem a Washington, onde visitou a Biblioteca do Congresso, “que já tinha um serviço para cegos”, explica Carlos. O que Estevens fez foi transportar a
ideia para Lisboa, pondo em prática o serviço de apoio a leitores cegos, que opera cada vez melhor.
Quatro anos depois da sua fundação, o serviço começou a receber os primeiros voluntários, pessoas sem deficiência que ajudam a reproduzir os livros impressos em vários
suportes. Neste momento, há 28 voluntários no departamento, “essencialmente a trabalhar no registo sonoro de livros, mas também a rever e a corrigir livros digitalizados
para que depois possam ser impressos em braille ou lidos por eles”. Carlos apelida-os carinhosamente “leitores”, a “jóia da coroa” do departamento.
Marta Azenha, figurinista de 25 anos, é um deles. Quando saímos do escritório para conhecer as instalações do departamento, Marta instala-se no estúdio de leitura, abre
“O Décimo Quarto Zero”, de Enzo Russo, aproxima a boca do microfone e começa por dizer o número da página. É uma das muitas diferenças entre os audiolivros para cegos e
os regulares, que editoras como a LeYa já disponibilizam para o leitor comum. “Quando a Marta está a ler”, explica-nos Carlos, “uma das preocupações que tem de ter, para
além de ler o texto, é indicar o número da página. Outra, no caso de ter imagens, é descrevê-las, e quando há palavras em língua estrangeira soletrá-las, para que o livro
não fique pela metade”.
Do outro lado do vidro, um dos funcionários do departamento vai assistindo à leitura, “não porque queira conhecer logo o livro”, brinca Carlos, “mas para assegurar o
registo em formato digital, identificar eventuais falhas e introduzir marcas para depois editar o som e tentar que o produto final fique o melhor possível”.
É esse produto final que é disponibilizado aos mais de 600 leitores inscritos. Os livros em braille – neste momento mais de 3400, além de 4 mil obras musicais – só podem
ser emprestados. “Enviamos pelo correio numas pastas com um cartão que tem a morada do leitor de um lado e, no verso, a nossa morada aqui”, para facilitar a devolução.
Os audiolivros que Marta e os outros voluntários gravam (mais de 2100) e os livros digitais (938) são oferecidos. Estes últimos são enviados por email, depois de o leitor
consultar o catálogo actualizado anualmente e fazer o pedido. Para os outros, o departamento está a tentar pôr em prática um sistema de autenticação no site da BN para
que os leitores possam ter acesso a eles sem sair de casa. Até o processo estar concluído, o departamento usa a Drop Box como “solução intermédia”, onde através da
internet os leitores descarregam os livros no conforto das suas casas.
A Câmara de Silves promove nos dias 23 e 30 de Novembro as II Jornadas Cinematográficas da Deficiência, com a exibição dos filmes «Ray» e «Uma mente brilhante».
Centradas nas temáticas da deficiência visual e do autismo/esquizofrenia, as sessões estão marcadas para a Biblioteca Municipal de Silves, às 20:00 horas.
Através das películas, as jornadas visam realçar pessoas portadoras de deficiência que se destacaram em várias áreas, como incentivo a outras que enfrentam fases
negativas na sua vida.
O programa Sociedade Civil apresentado por Fernanda Freitas, na RTP2, foi premiado com o Galardão da Inclusão na área dos Media pela Escola
Superior de Educação e Ciências Sociais – Instituto Politécnico de Leiria.
É o 13.º prémio atribuído ao Sociedade Civil, o que faz deste programa o mais premiado da RTP.
A entrega do galardão será feita por Maria Cavaco Silva, a 8 de Dezembro, na III Gala da Inclusão, para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, no Teatro
José Lúcio da Silva, em Leiria.
Há um programa implementado no metro do Porto que ajuda a guiar as pessoas cegas dentro das estações com a ajuda de pássaros a cantar, explica o “Engenharia num
minuto”, uma rubrica feita pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
“As pessoas cegas não têm acesso à informação afixada e não podem
encontrar facilmente o caminho que têm de fazer até à zona de embarque ”, diz Diamantino Freitas, especialista da FEUP em engenharia da reabilitação. O vídeo pode
ser visto aqui:
O “Engenharia num minuto” é uma rubrica produzida pela
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para a divulgação de ciência. O PÚBLICO é parceiro neste projecto e vai, nos próximos meses, publicar duas
edições por semana.
A Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD)
denunciou hoje que a política recessiva do Governo desrespeita
direitos previstos na Constituição para as pessoas com deficiência,
garantindo que muitas "estão a ficar subnutridas" e
"temem pela própria subsistência".
Numa declaração hoje aprovada no 21.º Encontro Nacional de Deficientes, que decorre na Maia por iniciativa da
CNOD, as mais de duas centenas de cidadãos com deficiência presentes alertaram que a actual política "terá consequências dramáticas, em especial para as pessoas
economicamente mais débeis e, em particular, para as pessoas com deficiências mais severas e incapacitantes".
"Muitas pessoas com deficiência encontram-se em muito sérias dificuldades económicas. Não têm dinheiro suficiente para uma alimentação equilibrada e saudável e
estão a ficar subnutridas, com a saúde fragilizada e em situação de manifesta pobreza e exclusão social", lê-se no documento, a que a agência Lusa teve acesso.
Adicionalmente, a confederação denuncia que o direito dos deficientes aos cuidados básicos de saúde e de reabilitação "está fortemente condicionado, especialmente
pelo custo excessivo das taxas moderadoras, consultas médicas, meios auxiliares de diagnóstico e medicamentos".
"Alegadamente por falta de verbas, têm sido negadas a muitas pessoas com deficiência as ajudas técnicas indispensáveis para a qualidade de vida e autonomia a que
têm direito", sustentam, garantindo "temer pela própria subsistência, em especial os que necessitam de medicação diária para suporte de vida".
Os participantes do encontro acusam, por isso, o Governo do "não cumprimento da Constituição da República Portuguesa e das leis aprovadas".
Em causa estão, nomeadamente, as metas previstas no Plano Nacional de Promoção das Acessibilidades para eliminação das barreiras de acesso e comunicação,
nomeadamente nos edifícios públicos", e a lei que obriga a uma quota mínima nas empresas para contratação de pessoas com deficiência, já que actualmente "a
maioria se encontra afastada dos mercados de trabalho".
Também motivo de "grande preocupação" para a CNOD é a "degradação da qualidade da escola pública, designadamente do ensino especial", e as "limitações de acesso
das pessoas com deficiência à cultura, à prática desportiva e ao lazer".
"Acusamos o Governo de rasgar o compromisso que o nosso país assumiu quando se comprometeu a executar a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência",
sustentam.
Entre as principais exigências dos participantes no encontro de hoje, destaque para a "garantia do pagamento de prestações sociais de apoio às pessoas com
deficiência", a "revalorização anual das pensões, designadamente de invalidez", a "revalorização da bonificação do abono de família para crianças e jovens com
deficiência" e a "isenção total de taxas moderadoras nos hospitais e centros de saúde para as doenças crónicas e pessoas com deficiência".
Também reclamada é a "gratuidade na obtenção de atestados multiuso de incapacidade" e dispensa da sua revalidação nos casos de incapacidade permanente, a "criação
de centros distritais de avaliação de incapacidade", a "imediata reactivação do Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais" e a "reposição dos
docentes do ensino especial".
Ainda exigidos são "programas eficazes de apoio técnico e financeiro à contratação de trabalhadores com deficiência", um "número mínimo obrigatório de estágios
profissionais na administração pública para pessoas com deficiência" e "emprego protegido".
Um casal de músicos cegos do Mali vai estar em Lisboa para um concerto que promete
ser inolvidável: vai decorrer na total escuridão, sem luzes ou focos no palco ou fora dele. A intenção de Amadou & Mariam, invisuais desde muito novos, passa por
tentar que a assistência absorva a música da mesma forma que eles a ouvem e sentem. "Se não consegues ver, a tua percepção do som é mais apurada", afirmou Amadou
Bagayoko, cantor de 58 anos cego desde os 16.
O espetáculo intitula-se "Eclipse" e terá lugar no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 18 de Novembro, um domingo, às 19 horas.
Prevê-se uma experiência sensorial assinalável. Até as luzes de "saída de emergência" estarão apagadas. Além da ausência de qualquer luz, os nossos sentidos serão
exacerbados com a propagação de aromas no ar. Consta que a sala será perfumada com um odor que recria o cheiro a terra quente de Bamako, a capital do Mali. Mais
ainda: a percepção da temperatura ambiente também vai oscilar entre 15 e 30 graus celsius.
É claro que um espetáculo desta natureza acarreta medidas exepcionais. Por exemplo, toda a equipa de sala vai estar equipada com um sistema de visão noturna. "Em
caso de emergência, desconforto, indisposição ou desorientação que provoque a necessidade de sair da sala, deverá o espetador agitar o programa no ar. Um
assistente irá imediatamente ao seu encontro e prestará o auxílio necessário", lê-se no site da Fundação. Além disso, e "para garantir o êxito do espetáculo",
afigura-se obrigatório respeitar determinadas regras: sacos, malas e casacos devem ser deixados no bengaleiro; "todos os equipamentos passíveis de emitir luz, som
ou vibração (telemóveis, relógios, etc.) deverão estar desligados e é absolutamente proibido "qualquer dispositivo de gravação vídeo ou som". Após o início do
concerto, não será possível a entrada ou reentrada na sala.
"Eclipse" terá a duração de 75 minutos e apresentará um repertório que pretende contar o trajeto de vida e obra da dupla. Com mais seis músicos em palco (entre os
quais, Mamadou Diabaté, primo do magnífico Toumani Diabaté), não vão faltar as canções mais emblemáticas, que na última década têm conquistado fãs em todo o
planeta. Amadou & Mariam são das mais entusiasmantes propostas do continente africano e já colaboraram com nomes como Manu Chao ou Damon Albarn, dos Blur. Fazem
uma espécie de pop colorida e soalheira temperada com ritmos tradicionais do Mali e aberta a ramificações várias.
Ainda há bilhetes à venda no site da
Fundação Calouste Gulbenkian.
Acaba de sair o terceiro número da revista mensal gratuita Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural, com edição
áudio,braille e digital (pdf e word). A revista será facultada, a título gratuito, pela Biblioteca Municipal de Coimbra.
Índice:
Editorial
Bernardo Santareno: A Obra e o Homem
- Entre o Céu e o Inferno - por Vicente Batalha.
- São Bernardo - por Fernanda Lapa.
Tiflologia: Orientação profissional dos cegos e contribuição da Psicologia para a sua formação profissional -
António Martinho do Rosário.
Quando os cegos são a personagem...: Renascer - José Gerra.
Coimbra Tem Mais Encanto: Tradições Académicas.
A Viajar Pelas Letras: Caminhando sobre o sol: o dia que há de ser - Joana Branco.
Vai Acontecer:
Conferências Políticas - A Democracia e o Futuro.
Conversas ao fim da tarde: Teolinda Gersão.
Cada vez mais populares, as telas sensíveis ao toque já foram um empecilho para que pessoas
com deficiência visual utilizassem smartphones e tablets. No entanto, o desenvolvimento de novas tecnologias possibilita maior acessibilidade. É o caso dos
aplicativos VoiceOver, da Apple, e BlackBerry Screen Reader, que facilitam o manuseio de aparelhos móveis por meio de recursos táteis e sonoros. Além dessas
ferramentas, também são disponibilizados apps que auxiliam em tarefas cotidianas. Ainda são poucas as ofertas no idioma português, mas os exemplos
internacionais demonstram as diversas possibilidades na área. A seguir, conheça alguns exemplos.
Por meio da câmera do aparelho, o aplicativo realiza a leitura de códigos de barras. Isso possibilita que o usuário tenha
acesso a informações de produtos. Além disso, o site do app dispõe de um gerador de códigos autoadesivos, que podem ser personalizados com informações sonoras e
em texto. As etiquetas são laváveis e resistentes a alvejantes e secadoras. Disponível em língua portuguesa, o Digit-Eyes também tem versões em inglês, espanhol,
francês, italiano e alemão. À venda no iTunes por US$ 19,99, o app é compatível com alguns modelos de iPhone, iPod Touch e iPad.
Light Detector
Este app identifica a intensidade da luz em ambientes fechados por meio da câmera do celular. Quanto maior for a luminosidade, maior
será o sinal sonoro emitido pelo aplicativo. Além disso, o aplicativo também detecta se uma lâmpada está acesa ou se uma janela está aberta. Para tanto, é
necessário apenas apontar o aparelho para o local em que os objetos estão. Disponível em português, o programa possui ainda versões em espanhol, inglês, francês,
alemão, russo e holandês. À venda no iTunes por US$ 0,99, o app é compatível com algumas versões de iPhone, iPod Touch e iPad.
TypeInBraile
Através de um sistema de gestos o usuário pode escrever em braile com a ajuda deste aplicativo. Cada caractere é representado por meio
de uma sequência de três toques na tela. Apesar de disponível em língua portuguesa, o app utiliza apenas o sistema braille inglês. À venda no iTunes por US$ 4,99,
o programa pode ser utilizado em alguns modelos de iPhone, iPod Touch e iPad.
eSNews
Aplicativo de notícias espanhol que fornece conteúdo de periódicos internacionais. Além de possibiltar que o os usuários acessem uma versão em áudio das
notícias, o app também está interligado ao Facebook e ao Twitter. Disponível apenas em inglês, o programa pode ser baixado gratuitamente no iTunes. Compatível com
iPhone, iPad e iPhone Touch.
AidColors
Por meio da câmera do dispositivo móvel, o aplicativo possibilita a identificação de cores. Indisponível em português, o programa possui versões em espanhol,
inglês, francês, alemão, italiano e norueguês. À venda no iTunes por US$1,99, o app pode ser utilizado em algumas versões de iPhone, iPod Touch e iPad.
BlindSquare
O BlindSquare permite que o usuário identifique o local onde está: disponibiliza informações sobre localização, indica pontos de interesse e fornece
rotas. Por comandos de voz, o usuário pode ter acesso a dados colhidos por meio de um sistema de GPS e bússola. Além disso, assim como no FourSquare, é possível
realizar check-ins virtuais. O programa tem versões em espanhol, inglês, alemão, italiano, sueco, holandês e finlandês. À venda no iTunes por US$14,99, o app é
compatível com alguns modelos de iPhone, iPod Touch e iPad.
Bus Alert
Com base em um sistema GPS, o app fornece dados sobre transporte público. Por meio de comando de voz, o usuário pode se
informar sobre a distância que uma determina linha de ônibus está de um ponto. O aplicativo é disponibilizado de forma gratuita e fornecido nas versões Android e
Java. Por enquanto, o programa funciona apenas nos municípios de Ribeirão Preto e São Carlos (SP).
Os Três Porquinhos é o primeiro título da coleção ”Histórias de sempre para toda a gente”, coleção pensada com muito entusiasmo para ajudar os mais
pequeninos cegos a iniciarem o seu percurso de aprendizagem da leitura e da escrita.
Por isso, são histórias para tocar, sentir e ler com a pontinha dos dedos. Com figuras em relevo para destacar e colar, atividades para explorar e pontinhos mágicos para
ler, criamos um livro dinâmico que se vai criando e explorando.
Um livro para todos, para ler, tocar e cheirar, que irá transformar as primeiras leituras, em momentos mágicos de brincadeira e diversão.
Pais visuais com filhos cegos
As experiências da primeira infância são muito importantes para o desenvolvimento global e harmonioso de qualquer criança e, em particular, para o
desenvolvimento da linguagem. Por isso, a presença dos pais e educadores nestes primeiros tempos promove a capacidade da criança para “ler o mundo” (Rosenketter, 2004:4).
Quando a criança não vê, a informação visual sobre o ambiente à sua volta e as pessoas que dele fazem parte é-lhe inacessível. Assim o maior desafio com
que se deparam os pais destes bebés é dar-lhes a conhecer o mundo que os rodeia, através da estimulação motora e sensorial. A presença e a disponibilidade são
palavras-chave nestes primeiros tempos.
Disponíveis para interagir com os seus bebés, e tendo presente a importância de se focarem no que a criança tem e não no que lhe falta, os pais vão
aprendendo a conhecer o seu bebé e sendo capazes de lhe fornecer pistas importantes para a sua aprendizagem.
Ao longo do dia surgem naturalmente inúmeras oportunidades de aprendizagem: a hora do banho, onde esponjas de diferentes formas e espumas de diferentes
aromas podem fazer da higiene um momento de diversão; a hora da refeição, onde o paladar, o olfacto e o tacto vão ajudar a identificar os diferentes alimentos; ou a hora
de dormir, onde as canções de embalar irão ajudá-los a relaxar com o conforto das músicas que aos poucos se vão tornando familiares.
No âmbito da aprendizagem, o momento de contar ou ler histórias representa uma excelente oportunidade não só de aprendizagem mas também de bem-estar.
Para a criança que não vê, ouvir histórias permite aceder - através de um estímulo que lhe é acessível, a voz - a informações importantes, tais como
rotinas, emoções e sentimentos. Se estimularmos simultaneamente os outros sentidos (tacto, paladar, olfacto), estamos a facilitar a aprendizagem, pois as crianças serão
capazes de reconhecer tudo o que não vêem através de pistas que lhe são acessíveis.
Da mesma forma se associarmos às histórias pistas auditivas, tácteis (por exemplo, elementos tridimensionais que correspondem a objectos da história) e
olfactivas, estamos a facilitar e a promover as oportunidades de descoberta e de compreensão do enredo da história e das suas personagens, que na primeira infância
retratam muitas vezes a vida familiar.
Ao incluirmos algumas palavras em braille estamos a preparar e a facilitar, através deste contacto precoce, a sua futura aprendizagem.
Através das histórias, em particular quando são contadas, é possível trabalhar as expressões faciais (por exemplo, fazendo um sorriso nas carinhas dos
nossos pequeninos) ou até mesmo ajudar as crianças na execução de alguns movimentos, como bater palmas, rodar, andar, correr. Por tudo isto, as histórias infantis
representam uma excelente oportunidade de diversão, interacção, bem-estar e aprendizagem.
Pais cegos com filhos visuais
No caso das crianças visuais, filhas de pais cegos, a comunicação baseada na voz é possível. Por isso o bebé percebe que existe uma resposta associada aos
seus primeiros sons, como o choro e os arrulhos.
No entanto, e porque estes pequeninos respondem igualmente a estímulos visuais, é importante que os pais usem e abusem de toda a linguagem não-verbal quando interagem com
os filhos, nomeadamente expressões faciais e linguagem corporal, ainda que este tipo de estímulo visual seja inacessível para os progenitores.
Na verdade, através das expressões faciais, os bebés também aprendem a conhecer se a mãe está triste, alegre ou até zangada. Desta forma, o bebé está a compreender que as
pessoas têm diferentes sentimentos e emoções, e que isso faz parte da vida.
A percepção do dia e da noite é facilitada pela ausência ou presença da luz. Por isso, o facto de os pais ligarem as luzes nas suas casas ajuda ao desenvolvimento desta
percepção e permite que o bebé continue a receber a informação visual da sua envolvente: das pessoas, dos brinquedos e do seu espaço.
Por outro lado a comunicação é muito facilitada pelos estímulos auditivos (rádio, brinquedos sonoros), bem como pelos sons exteriores que se vão ouvindo durante os
passeios e sobre os quais é possível falar: os pássaros, os carros, etc. Desta forma, o bebé vai associando o som ao nome do objecto e ao objecto em si. E aos poucos, vai
desenvolvendo a sua linguagem.
As histórias infantis, tanto contadas como lidas, são actividades privilegiadas não só para o desenvolvimento da linguagem como para a criança se aperceber do enredo
através dos outros sentidos.
Além disso, através das histórias é possível não só apresentar outras famílias com pais cegos, permitindo que a criança compreenda melhor a sua realidade,
como explicar que através dos outros sentidos é possível receber informação tão importante como a informação visual.
Por um lado, a ilustração fornece pistas visuais importantes para a compreensão da história, mas por outro é possível perceber e colorir ainda mais o
enredo através de descrições olfactivas, gustativas e tácteis.
Quando o braille existe em simultâneo com o texto a negro, permite que a criança e os seus pais partilhem o mesmo livro. Os pequeninos vão aprendendo que,
da mesma forma que as letras todas juntas formam palavras, e estas formam frases e histórias, possíveis de ler, os pontinhos do braille traduzem todas essas palavras e
possibilitam igualmente a leitura, mas… na ponta dos dedos.
A LIPOR - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto – encontra-se a promover o Concurso Nacional de Ideias para a criação de ecopontos
acessíveis a todos.
O concurso, desenvolvido no âmbito do Projeto R+, Equipamentos Amigos das Pessoas, do qual a ACAPO é parceira, tem como objetivos o combate à exclusão social, permitindo
que os cidadãos com deficiência tenham as mesmas oportunidades em aderir à reciclagem multimaterial, e a promoção do debate sobre o tema das
acessibilidades/disponibilidade dos ecopontos para pessoas com deficiência e/ou incapacidade.
Destinado a arquitetos, designers, engenheiros, etc., as candidaturas a este concurso estão abertas até 12 de dezembro, podendo ser submetidas através do
link: www.concursosoasrn.com/concurso.asp?Id=19.
Tornar Lisboa numa cidade mais acessível está à distância de um simples clique.
Através do Orçamento Participativo, a Câmara Municipal de Lisboa dá a oportunidade a todos os cidadãos de votarem até 31 de outubro nos projetos que querem ver
desenvolvidos na sua cidade.
A ACAPO, em conjunto com a ADFA, ANACED, APEDV, FPDD, Associação Salvador e Fundação LIGA e Gulliver, submeteram um dos projetos a concurso. O objetivo do projeto “Lisboa
Acessível” consiste em criar um exemplo do que deve ser uma cidade acessível, atrativa e agradável para TODOS.
Saiba que medidas estão inerentes e como pode votar:
Pretende-se eliminar todas as barreiras à acessibilidade no eixo Entrecampos – Marquês de Pombal, o que inclui:
adaptar as passadeiras (eliminação do ressalto, colocação de pavimento táctil e de sinal sonoro nos semáforos);
adaptar as paragens de autocarro (passeio de acesso à paragem livre e à altura do interior do veículo, espaço de aproximação do autocarro, abrigo com
espaço para permanência de cadeira de rodas);
remover obstáculos dos passeios e relocalizar mobiliário urbano, criando corredores de circulação com a largura exigida por lei;
regularizar o pavimento.
Como votar?
O voto para é feito em exclusivamente através da internet:
3. Após o registo receberá um e-mail para confirmação
(caso demore a recebê-lo, verifique se está no correio eletrónico não solicitado/junk email). Clique no link indicado no email;
4.
Faça o login com e-mail e password (caso já esteja registado, os pontos 1, 2 e 3 não se aplicam);
5. Selecione "projetos cujo
orçamento será de valor superior a 150.000€ e até 500.000€";
6. Pesquise por n.º de projeto e coloque "131";
7. Clique no botão "votar projeto" abaixo da descrição do projeto.
O período de votação encontra-se a decorrer desde o dia 17 de setembro e até 31 de outubro.
Lusa / AO online: Um em cada três invisuais está desempregado e quase um em cada seis vive de uma prestação da segurança social, concluiu um estudo divulgado pela
associação representativa deste grupo.
O trabalho “A prestação de serviços e a promoção da vida independente”, da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), que teve o apoio do Fundo Social Europeu,
foi realizado pela PPLL Consult, e revela ainda que 50,8% dos invisuais em Portugal não consegue ou têm muita dificuldade em movimentar-se em longas distâncias.
Apresentado durante o seminário internacional “Autorrepresentação das pessoas com deficiência visual no século XXI. Que perspetivas, desafios e soluções?”, que hoje
termina, em Lisboa, o documento refere também que 30% dos invisuais tem menos que o 1.º ciclo e 17,8% apresenta formação a nível de ensino médio e superior.
Quando é analisado o modo de vida destes portugueses, a conclusão do estudo, abrangendo 1.325 inquiridos, é que 12,8% dependem da família e 25,8% vivem de rendimentos de
trabalho ou de propriedade.
Questionados sobre o seu interesse político, 69,5% dos cegos disse votar nas eleições.
"De uma forma geral, a população deficiente visual inquirida apresenta dificuldades em movimentar-se em ambientes não familiares", refere uma informação da ACAPO.
Por outro lado, somente 28,9% lê e escreve Braille, sendo a forma digital a mais utilizada como forma de comunicação escrita, atingindo 51,8%.
O coordenador do estudo, o sociólogo Paulo Pedroso, citado pela ACAPO, defende que “a representatividade da população com deficiência visual é de extrema importância e
pela primeira vez em Portugal é possível avaliar quantitativamente o modo de vida dos insuficientes invisuais”.
O trabalho teve como objetivo aferir sobre as reais necessidades dos cidadãos com deficiência visual e a sua relação com os serviços de que beneficiam.
O seminário, que coincide com as comemorações do Dia Mundial da Bengala Branca, conta com a presença de organizações congéneres da área da deficiência visual de Espanha,
Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Noruega, ao lado de diversos especialistas nacionais.
Lubango - O presidente da Associação Regional Sul dos Cegos e Amblíopes de Angola (ARSCAA), na Huíla, Manuel Freitas Lussinga, considerou hoje, segunda-feira, na cidade
do Lubango, que a "bengala branca" é um instrumento indispensável para a locomoção e levantamento da auto-estima da pessoa portadora da deficiência visual.
Em declarações à Angop, no âmbito do Dia Mundial da Bengala Branca, assinalado hoje, o responsável explicou que o aparelho proporciona melhor mobilidade e independência
da pessoa com deficiência visual.
Fez saber que, os deficientes visuais a usarem a bengala tem mais segurança e mobilidade durante a travessia de ruas, subir ou descer escadas ou durante as suas
deslocações no interior de instituições públicas e privadas. Com a bengala, reforçou, os portadores de deficiência visual podem se deslocar de um lado, para outro, assim
como usufruírem dos transportes e balneários públicos sem recorrerem a ajuda de outras pessoa.
A bengala, esclareceu, ajuda o portador de deficiência visual a deslocar-se melhor com base em duas técnicas, nomeadamente, o toque e a cruz, que dão-lhe os pontos de
referência que o auxiliam na identificação dos locais por onde caminha.
Questionado sobre a participação da sociedade civil no apoio a integração da pessoa portadora de deficiência visual na sociedade, o responsável admitiu que este facto
ainda não é o ideal, devido o desconhecimento de algumas pessoas sobre os direitos e regalias dos portadores.
Para inverter o actual cenário, informou que a ARSCAA tem realizado campanhas de sensibilização, palestras e debates públicos no sentido de esclarecer à população sobre
os direitos e deveres das pessoas portadoras da deficiência.
"A pessoa com deficiência visual, pode perfeitamente estar integrados na sociedade como qualquer outra, porque podem ocupar qualquer lugar na sociedade", salientou.
Estudo para adequar correções na vista a cada pessoa: um modelo que permite determinar a correção individualizada e adequada de cada olho humano está a ser desenvolvido
por três cientistas portugueses, que viram o resultado do seu estudo publicado numa revista especializada norte-americana.
O objetivo é conseguir um modelo que permita encontrar uma «solução personalizada para cada doente, indo ao encontro das suas necessidades», disse à agência Lusa a médica
oftalmologista Filomena Ribeiro, um dos elementos da equipa.
São também autores do trabalho, publicado na revista online PLoS ONE, o oftalmologista António Castanheira-Dinis, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e o
físico de Instituto Superior Técnico e especialista em ótica João Dias.
Atualmente, com os métodos existentes, os médicos corrigem - com o recurso a óculos, lentes de contacto ou lentes intra-oculares - deficiências mais comuns na vista como
a miopia, o astigmatismo ou a hipermetropia, mas têm mais dificuldade em conseguir resposta quando se confrontam com as chamadas aberrações óticas, anomalias diversas nos
olhos que distorcem as imagens, explicou Filomena Ribeiro.
O trabalho básico, que a especialista desenvolveu ao longo de quatro anos, consistiu no uso de um programa informático no qual introduziu os dados que foi recolhendo nos
140 pacientes que submeteu a cirurgias aos olhos no Hospital da Luz, em Lisboa, onde desenvolve a atividade clínica.
O resultado aguardado, resultante do desenvolvimento do projeto, é conseguir, com a introdução das deficiências do olho a tratar, que o modelo informático indique qual a
forma de corrigir todos os seus problemas e não apenas alguns, acrescentou Filomena Ribeiro.
Antes da publicação na revista norte-americana, no passado dia 03, o trabalho dos três investigadores portugueses já foi distinguido com um prémio no congresso da
American Society of Cataract and Refractive Surgery (ASCRS), anuncia uma comunicado do Instituto Superior Técnico divulgado hoje.
O Dia Mundial da Visão é assinalado oficialmente na segunda quinta-feira do mês de Outubro, que este ano é no dia 11 de Outubro.
Não existe um tema
específico para o Dia Mundial da Visão, contudo, a erradicação da cegueira evitável é o objectivo sempre presente e o foco central do
VISION 2020, um projecto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB).
Há medicamentos e doenças com impacto na saúde ocular.
Diabetes, doenças reumáticas, depressão. Em comum têm pouco,mas estas doenças sistémicas, à
semelhança de tantas outras, partilham uma característica: o impacto na qualidade da visão.
É para isso que alertam a Sociedade Portuguesa de
Oftalmologia (SPO) e a Ordem dos Médicos, que se juntam para promover, a 11 de Outubro, Dia Mundial da Visão, uma sessão de esclarecimento para médicos de todas
as especialidades sobre o impacto de várias doenças e respectiva medicação na saúde ocular.
Até porque, confirma ao Destak Manuela Carmona,
presidente da SPO, apesar do esforço de sensibilização dos médicos de outras especialidades, subsiste algum desconhecimento. «Vemos muitas vezes doentes
diabéticos com anos de evolução da doença que desconhecem a importância da consulta de oftalmologia anual para despiste da retinopatia diabética», confirma a
especialista.
Embora difícil de quantificar, tendo em conta que quase todas as doenças podem afectar a saúde ocular, «é fácil perceber que o impacto destes problemas em
Portugal é elevado». Mais ainda quando se pensa que há doenças, como a diabetes, cuja incidência tem vindo a aumentar. Ainda assim, Manuela Carmona considera que
o País «tem um número adequado de oftalmologistas para a sua população».
Primeiro a prevenção
A diabetes é, refere ainda a presidente da SPO, «de longe», a doença com maior impacto na saúde ocular. Um impacto cuja melhor
forma de prevenir é através «da consulta regular ao oftalmologista», aconselha. Mas há outras doenças, como a depressão, tratadas com psicotrópicos e
ansiolíticos, medicamentos que, segundo a especialista, «alteram a quantidade e qualidade da lágrima, causando olho seco e problemas de focagem».
Sensibilizar os portugueses é também um dos objectivos do Dia Mundial da Visão, trabalho que a SPO tem levado a cabo, mas que «é contínuo e nunca está acabado»,
admite Manuela Carmona. E aqui cabe também aos médicos de diferentes especialidades um papel importante, já que «podem alertar os doentes para a importância de
avaliações periódicas pelo oftalmologista, especialmente quando o doente é portador de patologia que afecta a visão ou cujo tratamento afecta a saúde ocular».
Uma mulher de 89 anos poderá voltar a ver graças a um tratamento pioneiro. A paciente Virginia Banes teve um microtelescópio com o tamanho aproximado de uma ervilha
implantado no seu olho esquerdo para recuperar de um problema que impedia a sua visão de funcionar correctamente. Segundo a BBC, Banes sofre de Degeneração Macular
Relacionada com a Idade (AMD, na sigla em inglês), uma das principais causas da cegueira em pacientes idosos. Ela foi a primeira numa lista de 50 voluntários a
oferecer-se para o novo tratamento.
«Já consigo ver melhor. As cores são mais vibrantes, bonitas e naturais, e consigo ler letras grandes com os óculos. Não conseguia ler durante os últimos sete anos, e
estou animada para pintar novamente», declarou a paciente, que também é pintora de aguarelas.
«A doença danifica a retina e causa um ponto de cegueira no campo central de visão das pessoas. O implante telescópico restaura a visão ao projectar imagens sobre uma
parte não danificada, possibilitando ver os rostos das pessoas e detalhes de objectos localizados directamente diante delas», diz Mark Mannis, professor titular de
oftalmologia e ciências da visão da universidade americana US Davis, na Califórnia.
Já o médico Richard van Buskirk explicou que o olho esquerdo agora será usado para ver detalhes, enquanto o olho direito será usado para dar a Virginia a noção de visão
periférica. «Eventualmente, o seu cérebro alternará de forma automática, usando a capacidade de cada olho conforme for necessário», disse o pesquisador.
Nos países que se querem civilizados a sociedade organiza-se para garantir aos deficientes, na medida em que isso seja possível, a mesma qualidade de vida, oportunidades
de trabalho e direitos que aos restantes cidadãos. E isso implica custos que, como um todo, assumimos.
O que o Estado português garante aos deficientes é muito pouco. Pouco mais de 200 euros de pensão social de invalidez para quem, em grande parte dos casos, tem de gastar
muitíssimo mais do que isso para garantir o que aos não deficientes sai de borla: a mobilidade e as capacidades físicas essenciais que para a maioria são tão naturais
como respirar. O subsídio de assistência por terceira pessoa - que é dado a quem tenha uma pessoa deficiente a cargo que precise de assistência de pelo menos 30 horas por
semana - é de 88 euros. Dá cerca de cinquenta cêntimos por hora. O subsídio mensal vitalício, também para quem tenha uma pessoa deficiente a cargo com mais de 24 anos,
para supostamente pagar todas as despesas, é de 177 euros. Na realidade, não estamos a falar de subsídios mas sim de esmolas. Dinheiro que não daria para uma pessoa sem
qualquer deficiência sobreviver.
Para além disto, os produtos de apoio - cadeiras de rodas, andarilhos, adaptações dos automóveis, próteses, fraldas, sondas ou algalias - são, em parte, suportados pelo
Estado. Porque se trata de despesas extra que o resto dos cidadãos não têm e que são indispensáveis para que estas pessoas vivam e trabalhem. O orçamento para este apoio
era de 12 milhões de euros anuais. Em PPP's e BPN's são menos do que trocos. E correspondem a 40 António Borges por ano.
Como se não bastasse a ridicularia, o Estado decidiu cortar 30% nesta despesa. Para 8 milhões. Tem uma desculpa: a execução do ano passado foi baixa. Pois foi. Porque o
despacho que a determinou chegou tarde e a más horas. E porque os deficientes se depararam, de forma sistemática, com desumanas recusas na atribuição destes apoios. E há
verbas que deveriam ter sido transferidas para os hospitais em 2011 e nem em 2012 lá chegaram. 6 milhões (metade) ficaram na gaveta apesar de tanta gente precisar deles e
ver esse apoio, que lhes é devido, recusado. Conclusão: se o Estado consegue deixar estes cidadãos sem apoio, mais vale tirar isso do Orçamento.
Quando José Sócrates estava no governo decidiu cortar nos benifícios fiscais dados aos deficientes. Benefícios fiscais mais do que justificados. Porque, repito, para um
deficiente viver com os mesmos direitos que os restantes cidadãos tem de gastar mais dinheiro. Esses custos acrescidos estão quantificados por um estudo do CES da
Universidade de Coimbra. Variam entre os 4.103€ e 25.307€ anuais, dependendo do tipo e grau de incapacidade. Mais do que os rendimentos de muitos destes cidadãos.
Na altura, escrevi sobre o assunto, tendo apoiado a oposição - toda ela -, que se revoltou com esta medida. O PSD apresentou mesmo uma proposta de alteração ao orçamento
de 2009 para repor esses beneficios. Chegado ao poder, esqueceu-se da sua indignação e deixou tudo como estava. Garantido o voto, tudo pode continuar como antes.
Para se manifestarem contra o pornográfico corte que foi feito no ridículo orçamento para apoio aos deficientes e exigir que a maioria que suporta este governo seja
coerente com o que defendeu quando estava na oposição, centenas de deficientes estão em frente à Assembleia da República. Mantive contacto com alguns organizadores e sou
testemunha do enorme esforço logístico e humano que este combate lhes exige. Mas, sendo gente habituada a lutar pelos mais básicos dos direitos, não desistem e só de lá
sairão quando o governo tiver a decência de voltar atrás neste crime. Ainda não tinham chegado a São Bento e já estavam a vencer. O Instituto Nacional para a Reabilitação
anunciava o reforço da verba em cerca de 1 milhão de euros. Faltam os outros três milhões e os benefícios fiscais que lhes foram retirados pelo governo anterior. Que
resistam. E que tenham de todos os cidadãos a solidariedade e apoio ativo que merecem.
Acaba de sair o segundo número da revista mensal gratuita "Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural", com edição
assegurada nos formatos braille, áudio e digital (pdf e word). A revista será facultada, a título gratuito, pela Biblioteca Municipal de Coimbra.
O curso de pós-graduação em "Educação Musical Inclusiva" aparece na Escola Superior de Educação como resposta às inúmeras solicitações de formação de Professores
de Educação Musical do Ensino Básico, virada para as metodologias para a integração de alunos com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de Educação Musical.
Destinatários
- Professores de Educação Musical do Ensino Básico
- Candidatos com inscrição no último ano da licenciatura
Objectivos
Dotar os professores de Educação Musical do Ensino Básico de um conjunto de estratégias e recursos pedagógicos que lhe permitam fazer a gestão do currículo de
Educação Musical numa perspectiva inclusiva, no sentido de promover o acesso de todos os alunos à actividade musical num contexto curricular.
Unidades Curriculares:
Educação Inclusiva
Necessidades Educativas Especiais
Desenvolvimento Curricular
Educação Musical Inclusiva I
Educação Musical Inclusiva II
Introdução à Musicoterapia
Projecto de EMI
Calendário
O curso de Pós-Graduação tem início em 15 de outubro e funcionará em regime pós-laboral, em dois dias da semana, entre as 18h30 e as 23h30, de acordo com o
Calendário Escolar a definir pelo Presidente da ESEC.
Contactos: Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC)
Rua Dom João III - Solum
3030-329 Coimbra, Portugal
Tel.: 239 793 120
Fax: 239 401 461
Web: www.esec.pt
A SIBS implementou em mais de 3000 multibancos, distribuídos pelo território nacional, um sistema que permite a introdução de auscultadores garantindo desta forma
maior privacidade e segurança aos utilizadores com deficiência visual sempre que ativem o sistema sonoro.
Para ativar o sistema sonoro os utilizadores devem inserir os auscultadores, introduzir o seu código PIN e segundos depois premir a tecla cinco.
A SIBS coloca ainda à disposição dos utilizadores um número de telefone - 2178130209 – para onde podem ser reportadas as situações em que o sistema de voz se
encontre inativo ou ainda problemas relacionados com a locução.
Refira-se também que a ACAPO e a SIBS encontram-se a trabalhar em conjunto para melhorar o sistema de acesso por voz às caixas de ATM aumentando o leque de
operações disponíveis e melhorando também o grau de acessibilidade às mesmas.
Não é qualquer pessoa que dá a volta ao mundo em motocicleta. Muito menos sentada atrás do condutor, e num veículo com vinte anos. Se ainda por cima a pessoa é cega,
então a coragem é quase inacreditável. Mas Cathy Birchall aprendeu cedo a resistir.
Nascida com uma doença que a foi cegando lentamente, esta inglesa cresceu à margem das brincadeiras na escola. Os anos passados num instituto especializado atenuaram a
solidão. A universidade agravou-a.
Duas coisas ajudaram. Uma foi Petra, a cadela-guia que finalmente lhe permitiu sair à rua sozinha quando ela não o fazia há seis anos. Outra foi encontrar o homem que se
tornaria o seu primeiro marido. A felicidade durou duas décadas, até ele morrer de cancro.
Venderam a casa para pagar a viagem
Algum tempo depois, Cathy conheceu Bernard Smith, um professor que dava aulas a cegos e se apaixonou por ela. Bernard era há décadas um fanático motociclista. Não
precisou de muito para convencer Cathy a partilhar esse amor.
A ideia da volta ao mundo surgiu - também - como forma de melhorar o conhecimento geral em relação à experiência dos invisuais. Mas o casal não arranjou quem
patrocinasse, pelo que tiveram de avançar sozinhos. Bernard vendeu a casa para financiar a viagem, e partiram numa velha BMW. Ao longo de mais de um ano, atravessando 31
países em cinco continentes, fizeram quase quarenta mil quilómetros. Enfrentaram temperaturas extremas, subiram a montanha de Machu Pichu (Bernard teria de a descer de
costas, para apoiar Cathy se ela caísse), percorreram vales, desertos e cidades que o marido lhe ia descrevendo.
Mais perigoso que tudo, arriscaram a vida nas ruas da Índia, onde carros a velocidade absurda roçavam pela mota, e Cathy ouvia ruídos assustadores. Quando sentia perigo,
avisava Bernard por um intercomunicador.
Um feito histórico
Uma vez regressados, começaram a dar entrevistas e escreveram um livro a contar a história. Cathy tornou-se uma pequena celebridade, atingindo em parte os seus objectivos
de consciencialização pública. Infelizmente, estava em Inglaterra há apenas seis semanas quando descobriu que tinha cancro na mama. É um assunto em que os jornalistas
tocam, e a sua voz escurece. Admite que a situação "evoluiu", que não se encontra propriamente bem, e mais não acrescenta. A conversa torna logo à viagem - um feito
único, tanto quando se sabe. Ao que parece, Cathy foi a primeira a fazê-la naquelas condições. Talvez não a pudesse ter feito noutra altura. A caminho dos sessenta anos,
pôs o seu nome na História.
Os amigos dele estranhavam Quando lhe perguntam por um momento especialmente marcante da viagem, fala do encontro com mulheres indianas que se mudaram para refúgios quando as famílias e os
maridos as rejeitaram por serem cegas.
Também um dia, há muito tempo, amigos de Bernard acharam estranha a sua atracção por uma mulher cega. A resposta dele foi simples: vocês não a conhecem.
Identificados três novos genes
associados ao desenvolvimento de glaucoma
RCM Pharma
07/09/2012
Cientistas de Singapura identificaram três novos genes associados ao desenvolvimento de glaucoma, uma das principais causas de cegueira no mundo, avança o portal Isaúde.
Os resultados podem levar a uma melhor compreensão da doença e a novos tratamentos no futuro, bem como permitir o diagnóstico precoce.
"Isso fornece mais evidências de que factores genéticos têm um papel no desenvolvimento do glaucoma e de uma variação da condição conhecida como glaucoma de ângulo
fechado primário (PACG)", afirma o investigador principal do projecto Aung Tin.
Os cientistas do Singapore Eye Research Institute (SERI) lideraram uma equipa internacional para a realização de um estudo genómico de 1.854 casos de glaucoma e 9.608
controlos de amostras recolhidos na Ásia.
A equipa utilizou a genómica moderna porque ela actua como uma ferramenta que permite dissecar a base de doenças humanas hereditárias comuns.
Eles realizaram experiências de validação em outros 1.917 casos e 8.943 controlos de PACG recolhidos de seis amostras de todo o mundo. Um total de 1.293 da população de
Singapura com PACG e 8.025 controlos foram incluídos neste estudo.
"É muito importante a identificação de três genes que contribuem para o glaucoma de ângulo fechado, uma forma de glaucoma que é particularmente comum em asiáticos. Estes
dados são os primeiros passos essenciais para uma melhor compreensão dos eventos moleculares responsáveis por essa doença que pode levar à cegueira", concluem os
investigadores. As descobertas foram publicadas na revista Nature Genetics.
3.º Seminário Internacional sobre
Deficiência e Reabilitação em Braga
Data: 28 e 29 Setembro 2012 Local: Universidade do Minho, Campus de Gualtar - Braga.
Este evento constitui oportunidade para encontro entre teoria e prática, entre ciência e técnica. Toma as organizações vocacionadas para o tratamento da deficiência
física e mental como contexto e a gestão da qualidade e a reabilitação como objecto.
Está organizado em dois dias específicos: o primeiro, orientado para apresentação de resultados de pesquisas e de reflexões sobre a qualidade e a terapêutica; o segundo,
orientado para a aplicação prática de protocolos terapêuticos.
Avenida Navarro já tem quatro passadeiras podotáteis
que vão facilitar a vida aos invisuais
A Câmara Municipal de Coimbra lançou o concurso para a construção de 70 passadeiras com piso pododátil destinado a facilitar a vida aos invisuais. O preço base do
concurso é de 148 mil euros e o prazo da empreitada de 150 dias.
Passadeiras para invisuais e amblíopes
A Câmara Municipal de Coimbra, com a colaboração e apoio da Acapo, vai proceder a obras, em cerca de 150 passadeiras. Esta medida foi anunciada pelo Vereador das Obras,
Paulo Leitão, no âmbito do lançamento do Plano Local de Acessibilidades - Programa Rampa.
Com intervenções na ordem dos 150 mil euros será permitido a colocação de um piso sensível ao pisar e colocação de leds sinalizadores no pavimento.
Esta intervenção permite, como salientou Barbosa de Melo, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, aos cidadãos invisuais e com mobilidade reduzida “também possam
circular de forma igual aos restantes cidadãos”.
O Prémio António Champalimaud de Visão 2012 reconhece o trabalho de dois grupos de investigação no desenvolvimento de duas inovadoras técnicas de visualização da retina.
O maior prémio do mundo na área da visão, no valor de 1 milhão de euros é atribuído pela Fundação Champalimaud.
Tomografia de Coerência Ótica e Tecnologias de Ótica Adaptativa são os nomes das duas tecnologias cujos investigadores que as desenvolveram foram agora
premiados com o Prémio António Champalimaud de Visão 2012.
A cerimónia de entrega do prémio, que decorreu no anfiteatro ao ar livre virado para o Tejo nas instalações da Fundação Champalimaud, em Pedrouços, Algés, foi presidida
pelo Presidente da República, Cavaco Silva e na qual marcaram presença, para além da Presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, presença obrigatória, o ex.
Presidente Ramalho Eanes, o ex. Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, e Leonor Parreira, Secretária de Estado da Ciência,
entre muitas outras personalidades de grande relevo nacional.
Pelo desenvolvimento da Tomografia de Coerência Ótica os premiados são James G. Fujimoto, David Huang, Carmen A. Puliafito, Joel S. Schuman e Eric
A. Swanson, investigadores de várias Universidades dos EUA.
A Tomografia de Coerência Ótica permite fazer um diagnóstico não invasivo para o paciente, ao mesmo tempo que possibilita aos especialistas visualizarem secções
transversais da estrutura interna dos tecidos vivos da retina.
No fundo, esta tecnologia permite obter imagens in situ, em tempo real e a três dimensões, já que funciona da mesma forma que a captação de imagens por ultrassom só que
utiliza luz em vez de som, através da medição da luz que é redispersa e refletida.
Esta técnica é já genericamente utilizada em todo o mundo, mas no ano 2000, na revista científica Neoplasia, os investigadores agora premiados explicavam que «a
Tomografia de Coerência Ótica pode funcionar como um tipo de biópsia ótica e é uma tecnologia de imagiologia poderosa para diagnóstico médico, porque ao contrário da
histopatologia convencional, que exige a remoção de tecidos e observação ao microscópio, a Tomografia de Coerência Ótica pode fornecer imagens de tecidos in situ e em
tempo real».
Para além disso, explicavam: «a Tomografia de Coerência Ótica pode ser usada onde a biópsia por excisão tradicional é perigosa ou impossível, para reduzir erros de
amostras associados à biópsia de excisão, e para guiar procedimentos de intervenção».
Outro dos vencedores, mas pelo desenvolvimento das Tecnologias de Óptica Adaptativa, é David R. Williams, da Universidade de Rochester, também nos EUA. Esta inovadora
tecnologia permite ver células da retina com grande precisão, ao ponto de conseguir fazer a quantificação dos cones (um tipo de célula fotorreceptores) da retina viva.
Com esta aplicação o investigador abriu as portas a uma melhor compreensão dos vários componentes que constituem a retina, que até então não era possível, e com isso,
para além de melhores diagnósticos, a possibilidade de avanços científicos e melhor compreensão sobre as doenças e envelhecimento que afetam a retina.
Para o desenvolvimento desta tecnologia com aplicações oftalmológicas, o investigador baseou-se nos primeiros desenvolvimentos que astrónomos teriam feito para captar
imagens de aberrações atmosféricas.
Em comunicado a Fundação Champalimaud revela que: «estes métodos vieram revolucionar a prática oftalmológica e os nossos conhecimentos sobre o envelhecimento e patologia
ocular e suas formas de tratamento».
«As propriedades de imagiologia destas duas técnicas, isoladamente, ou possivelmente conjugadas no futuro trazem grandes promessas para uma imagiologia tridimensional à
escala celular que impulsionará novas descobertas científicas e melhores cuidados de saúde», indica a Fundação Champalimaud.
Prémios anteriores:
2007 – Aravind Eye Care System Criado em 1976 com o objectivo de eliminar a cegueira desnecessária, Aravind é a maior e mais produtiva unidade de tratamento de doenças da visão do mundo e está
sediada em Madurai, na Índia. Levando os seus serviços humanitários para as regiões rurais da Índia, as suas estratégias de combate à cegueira venceram distâncias e
ultrapassaram barreiras de pobreza e ignorância, conseguindo criar um sistema auto-sustentado. De Abril de 2006 a Março de 2007 mais de 2,3 milhões de pacientes foram
tratados e mais de 270.444 cirurgias foram realizadas. O Aravind Eye Care System inclui cinco hospitais, o centro de fabrico de produtos oftalmológicos, uma fundação
internacional de investigação e um centro de treino que está a contribuir para revolucionar centenas de programas de tratamento de olhos no mundo em desenvolvimento.
2008 - Jeremy Nathans e King-Wai Yau
Em 2008 o Prémio de Visão António Champalimaud destina-se a reconhecer o mérito e a excelência na investigação científica. Os trabalhos de Jeremy Nathans e King Wai-Yau
representam um enorme progresso no processo de compreensão dos mecanismos da visão. Jeremy Nathans descobriu o código genético dos pigmentos da visão humana, a sua forma
de funcionamento e a o modo como as suas mutações provocam retinopatias. Por seu lado, King Wai-Yau mostrou como é que a absorção de luz por aqueles pigmentos gera
impulsos eléctricos que permitem ver.
2009 - Helen Keller International O Prémio António Champalimaud de Visão 2009 foi atribuído à organização global Helen Keller International (HKI). O prémio foi entregue como reconhecimento pelos
notáveis resultados na prevenção e combate à cegueira nos países em vias de desenvolvimento, e em particular pelos avanços nas últimas décadas no controle da deficiência
de vitamina A – uma das principais causas de morte e cegueira infantil. Pelo seu desempenho, a HKI tem ajudado a preservar a visão e a vida de milhões de pessoas em todo
o mundo e muito especialmente em Moçambique.
2010 - J. Anthony Movshon e William Newsome J. Anthony Movshon e William T. Newsome são investigadores de prestigiadas instituições norte-americanas e têm-se destacado nos últimos trinta anos pelos seus
notáveis trabalhos que influenciaram o modo como a Ciência entende o papel do cérebro na reconstrução de imagens e na forma como os seres humanos percepcionam,
interpretam e actuam.
2011 - African Programme for Onchocerciasis Control (APOC) O Programa Africano de Controle da Oncocercose (APOC), uma das principais causas de cegueira evitável, venceu o Prémio António Champalimaud de Visão 2011, um galardão
que, para os seus responsáveis, homenageia todos os que, diariamente, trabalham no terreno.
Conhecida como a “cegueira dos rios”, a oncocercose é uma doença parasitária transmitida aos humanos pela picada da mosca preta, especialmente junto aos rios e outras
linhas de água. Nos últimos 15 anos, a APOC coordenou mais de uma centena de programas de combate a esta doença.
Seminário Internacional:
A Autorrepresentação das pessoas
com Deficiência Visual
― 15 e 16 Outubro 2012 ―
Que perspetivas existem sobre a autorrepresentação das pessoas com deficiência visual no século XXI?
Que desafios encontram os autorrepresentantes?
Que soluções para uma autorrepresentação mais eficaz?
Estas são algumas das questões que a ACAPO e organizações congéneres do Brasil, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra e Noruega, ao lado ainda de outras figuras nacionais
como Manuel Carvalho da Silva, Bruno Sena Martins ou Paulo Pedroso, vão debater nos dias 15 e 16 de outubro no seminário “Autorrepresentação das pessoas com deficiência
visual no Século XXI”.
Em paralelo, esta será uma ocasião para tornar públicos os primeiros resultados do estudo “A prestação de serviços e a promoção da vida independente”, desenvolvido pela
ACAPO, em parceria com a PPLL Consult, ao abrigo do Programa Operacional de Assistência Técnica, cofinanciado pelo Fundo Social Europeu, e que pretende aferir sobre as
reais necessidades da população com deficiência visual.
O evento, realizado em parceria com a Comissão de Segurança Social e Trabalho, irá ter lugar na Sala do Senado, na Assembleia da República, em Lisboa.
Embora com entrada gratuita, a participação neste evento requer inscrição prévia, a efetuar até 1 de outubro, exclusivamente através do sítio na internet dedicado ao
seminário: http://autorrepresentacao.acapo.pt
onde poderão encontrar também o programa detalhado e outras informações úteis.
A diferença na visão está relacionada com as
hormonas sexuais nos homens e nas mulheres.
Um grupo de investigadores dos Estados Unidos concluiu que os homens conseguem ver melhor pequenos detalhes e respondem mais rapidamente a pequenos estímulos de
movimento, mas as mulheres são melhores a fazer a distinção de cores.
O estudo, feito com 36 mulheres e 16 homens com idades entre os 16 e os 38 anos, todos com visão “normal” foi publicado esta semana na revista Biology of Sex Differences
. A equipa envolvida no projecto concluiu que na visão, tal como nos outros sentidos, há diferenças significativas entre homens e mulheres.
Dito desta forma, não parece muito surpreendente. Aliás, o facto de os homens terem melhor visão espacial e as mulheres uma melhor visão periférica é um assunto que tem
sido amplamente explorado com o recurso ao famoso exemplo das incapacidade do homem em encontrar algo no frigorifico e das dificuldades da mulher atrás de um volante.
Porém, desta vez os investigadores focaram-se na capacidade para distinguir cores e na detecção de pormenores, aptidões que estarão relacionadas com a quantidade de
hormonas sexuais no cérebro.
Os participantes, todos voluntários, realizaram exercícios de visão, durante 15 sessões de uma hora cada. Em cada exercício tinham de descrever o que viam. Os resultados
confirmam que os homens são menos capazes de distinguir cores, mas mais rápidos a responder a estímulos de movimentos de imagem e mais capazes de identificar pormenores.
Esta diferença de visão está relacionada com a quantidade de receptores de hormonas sexuais masculinas (androgénio), no cérebro. A hormona sexual é responsável pelo
desenvolvimento, na fase embrionária, dos neurónios do córtex visual, local onde são processadas as imagens, o que faz com que os homens tenham 25% mais desses neurónios
do que as mulheres. “Tal como se verifica noutros sentidos, como a audição ou o olfacto, há diferenças claras na visão entre homens e mulheres. Os elementos que medimos
são determinados pelo número de neurónios (talamicos) no córtex visual e como esses neurónios são produzidos durante a fase embrionária, pensamos que a testosterona,
tenha um papel importante nestas diferenças” diz Israel Abramov, líder do estudo, citado no comunicado de imprensa da BioMed Central.
Segundo o artigo científico, pode ser razoável concluir que estamos perante diferenças adaptativas e que dependendo das necessidades de cada género, assim foram
desenvolvidas as capacidades. “Os homens, caçadores, teriam de detectar e identificar possíveis predadores ou presas ao longe” lê-se. Já as mulheres estavam atentas a
objectos próximos e quase sempre estáticos, daí conseguirem melhores resultados em identificação das cores.
Deficientes visuais, as quatro bailarinas brasileiras que vão se apresentar na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas de Londres, no próximo domingo; aprenderam a
coreografia que será dançada através do tato.
Os passos não são a única dificuldade enfrentada pelas dançarinas. Reproduzir a sutil gesticulação exigida pelo balet também é um desafio.
- O braço tem que ter uma leveza que eu nunca vi como era. É muito, muito difícil de adquirir - revela Mariana Guimarães.
As bailarinas se guiam pelos comando de voz, palmas, e estalos de dedos da professora Fernanda Bianchini. Duas delas nasceram cegas, as outras perderam a visão durante a
infância.
- Eu entrei em depressão. Comecei a usar a bengala, o que é muito difícil para qualquer adolescente. O balet entrou na minha vida justamente neste momento - conta Gisele
Dantas.
Há 16 anos, o método de ensinar balet para meninas com deficiência visual vem sendo aprimorado por Fernanda, que também é diretora da Associação de Balet para Cegos.
- Na minha primeira aula, fui ensinar um passo. Para ficar mais fácil, eu sugeri que elas imaginassem estar saltando dentro de um balde. Uma delas me perguntou o que era
um balde. Nesse momento, eu percebi que precisava entrar no mundo dos deficientes visuais, entender as suas limitações, para depois apresentar o mundo da dança a eles -
lembra Fernanda.
O Brasil tem 90 bailarinas com deficiência visual. No entanto, apenas o quarteto formado por Mariana, Gisele, Geiza e Aldenice terá o privilégio de se apresentar para 80
mil pessoas em Londres.
A festa brasileira, na qual o Rio de Janeiro receberá a bandeira paralímpica, terá oito minutos de duração e também contará com shows do grupo Paralamas do Sucesso e do
cantor Carlinhos Brown.
Qualquer pessoa com deficiência pode, independentemente da sua idade, beneficiar do financiamento a 100% dos produtos de apoio de que necessita para estudar, trabalhar ou
ter uma vida mais independente.
Produtos de Apoio, também chamados de Ajudas Técnicas, são, por exemplo:
cadeiras de rodas e andarilhos;
bengalas e relógios falantes, para pessoas cegas;
computadores adaptados a quem vê mal ou tem baixa motricidade;
O SAPA (Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio) é um mecanismo acessível através do Instituto do Emprego e Formação Profissional, para quem está empregado, ou
da Segurança Social para todas as outras pessoas.
Veja de seguida como pode candidatar-se a este benefício. Note que, devido a limitações de orçamento, não
é garantida a aprovação do seu pedido.
Lista de Produtos de Apoio
A lista homologada de produtos de apoio está disponível no sítio web do Instituto Nacional para a Reabilitação.
Clique no link abaixo para aceder à lista homologada:
Para saber quais os produtos de apoio mais indicados para si, precisa de uma avaliação
funcional feita por um médico ou técnico de saúde habilitado para o seu problema. Procure, em primeiro lugar, informar-se junto de uma associação ou centro de
reabilitação.
O seu médico irá emitir uma prescrição dos produtos de apoio indicados para si. Consoante o tipo de produto, poderá obter a prescrição num
centro de saúde, num hospital distrital ou num centro especializado (por exemplo, ampliadores para baixa-visão).
Contactar o Centro Financiador
O próximo passo será contactar o centro financiador, que lhe prestará todos os esclarecimentos sobre o processo de
candidatura.
Se estiver empregado deve contactar o centro de emprego da sua área de residência ou de trabalho, e manifestar a sua intenção de candidatar-se
a produtos de apoio.
Em todos os outros casos (crianças, desempregados, reformados, e outros), o processo é conduzido pela Segurança Social, exceto na
cidade de Lisboa, onde o processo é instruido pela Santa Casa. No final deste email listamos os contactos das diversas entidades.
Obter três orçamentos
Com o objetivo de garantir preços controlados e uma sã concorrência, o SAPA exige a apresentação de três orçamentos de cada
produto de apoio prescrito.
Os centros prescritores possuem habitualmente uma lista de empresas habilitadas a fornecer produtos de apoio. Pode também
contactar as associações e centros de reabilitação para conhecer o mercado e as opções disponíveis.
A
Electrosertec é uma empresa com 22 anos de experiência no fornecimento de produtos de apoio.
O nosso nome é sinónimo de competência, seriedade e atenção ao cliente. Não deixe de nos consultar para o seu pedido de produtos de apoio!
Ligue 219435183
ou escreva para info@electrosertec.pt para obter aconselhamento ou pedir o seu orçamento.
Submeter o seu pedido e aguardar
Na posse da prescrição médica e dos três orçamentos, já pode submeter o seu pedido no centro financiador.
Possivelmente ser-lhe-á pedida mais documentação, e pode juntar as informações que considere relevantes para a sua candidatura.
Depois é aguardar o
desfecho. Infelizmente, apesar da universalidade do SAPA, nem sempre um pedido é aprovado, devido a limitações de orçamento.
No entanto, não deve desistir.
Por vezes é preciso repetir o pedido uma, duas vezes em anos seguidos. A rapidez também conta: quanto mais cedo no ano apresentar o pedido, mais hipóteses tem de
o ver satisfeito.
Os produtos de apoio são essenciais para melhorar a qualidade de vida de quem possui uma deficiência ou incapacidade. Um aluno cego pode
fazer a sua aprendizagem com uma máquina de escrever braille, e mais tarde com um computador falante. Um operador de call center com deficiência motora pode
exercer cabalmente a sua profissão se dispuser de um posto de trabalho devidamente adaptado. Os exemplos são inúmeros.
O número um de "Jardim da Sereia" trata assuntos das áreas da tiflologia (tratado ou estudo sobre a instrução dos cegos) e da cultura.
A Biblioteca Municipal de Coimbra (BMC) publica em Setembro a primeira edição de uma revista mensal gratuita destinada sobretudo a cegos, que será publicada em
digital, braille e áudio.
Publicada simultaneamente nos três formatos, a revista vai tratar assuntos das áreas da tiflologia (tratado ou estudo sobre a instrução dos cegos) e da cultura.
Intitulada "Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural", a publicação visa ser um meio "acessível a pessoas com necessidades especiais",
refere, no editorial do primeiro número, o coordenador do serviço de leitura para deficientes visuais da BMC, José Guerra.
Entre as rubricas da revista figuram "Tiflologia", abordando especificidades relacionadas com as pessoas que têm deficiências visuais, e "Coimbra dos meus
amores", pequenos textos sobre a cidade e que, nesta primeira edição, versa o Parque de Santa Cruz (conhecido por Jardim da Sereia), junto do qual está instalada
a Casa Municipal da Cultura, onde funciona a BMC.
Em "Quando os cegos são a personagem" será publicado um conto ou um excerto cujo protagonista seja um invisual e a rubrica "Livros e Leituras" incluirá recensões
ou informação sobre os audiolivros e as edições em Braille do serviço para deficientes visuais da BMC, disse José Guerra.
"Vai acontecer", com informação breve sobre programação cultural especialmente adequada a pessoas cegas, "Teclas de atalho", acerca de informática adaptada, e
exemplos de boas e de más práticas em termos de igualdade de oportunidades são outras das rubricas da revista, que reserva também um espaço para os leitores e
colaboradores.
O n.º 1 de "Jardim da Sereia" tem arranjo gráfico de M. C. Bastos, locução de Maria José Alegre e sonoplastia de Emanuel Laça.
O sildenafil parece induzir uma dilatação da artéria oftálmica,
que leva sangue para a retina.
Potência ocular Pesquisadores brasileiros estão avaliando o possível efeito benéfico do sildenafil, que é o nome genérico do Viagra, para combater o glaucoma.
A ideia de usar um remédio contra a impotência sexual masculina para tratar a principal causa de cegueira humana surgiu a partir dos relatos informais feitos por
urologistas de vários países ao longo dos anos.
"Alguns pacientes contam que, depois de começar a usar o Viagra, passam a enxergar melhor", conta José Luiz Laus, pesquisador da Unesp de Jaboticabal.
Glaucoma O glaucoma é uma doença silenciosa que, se não tratada, causa lesão do nervo óptico e, como consequência, cegueira irreversível. Em boa parte dos casos, o
problema é precedido do aumento gradual da pressão intraocular, contra o qual a terapia convencional é relativamente bem-sucedida. Mas em muitos outros pacientes,
essa alteração simplesmente não ocorre. Neles, a cegueira se dá após uma crise súbita de hipertensão ocular.
Essa forma fulminante responde por até 50% dos casos da doença entre afrodescendentes. E é também o tipo mais frequente em cachorros.
Corpos cavernosos "Embora ainda não tenhamos terminado as análises estatísticas dos dados, dá para dizer que a droga melhora as condições de oxigenação da retina, porque faz
passar mais sangue por ela", descreve Laus. "Ainda não sabemos o mecanismo pelo qual isso ocorre. A hipótese é que há uma dilatação da artéria oftálmica [que leva
sangue à retina]."
Se assim for, seria um mecanismo parecido com o que a droga produz no corpo cavernoso do pênis, que, mais irrigado por sangue, mantém-se ereto.
Para o pesquisador, não surpreende o fato de que um dia o Viagra possa vir a tratar uma doença oftalmológica, possivelmente na forma de colírio.
"Isso é normal na farmacologia", diz. "O caso clássico é o da aspirina, que foi descoberta como analgésico, mas cujo uso mais importante atualmente é como
anticoagulante sanguíneo, na prevenção de trombose, infarto e acidente vascular."
Polivalência farmacológica
O próprio sildenafil é um exemplo de polivalência farmacológica.
Além da impotência masculina, a droga é usada para tratar hipertensão pulmonar, inclusive em crianças.
Mas, pelo
menos no caso das aplicações sexuais, já existem pesquisas com um Viagra natural, uma
erva
chinesa mais eficaz e que não tem efeitos colaterais.
A gravação de quase meia centena de audiolivros e o atendimento a 600 pedidos é o balanço deste projeto do serviço de leitura para deficientes visuais da Biblioteca
Municipal de Coimbra, com ano e meio de produção.
Intitulado “Livros para os sentidos, sentido para o livro”, o projeto iniciado em janeiro de 2011 já garantiu a gravação digital de perto de meia centena de obras,
sobretudo de ficção, que tiveram 600 pedidos de todo o país, disse hoje à agência Lusa o coordenador do serviço, José Guerra.
“Levantados do Chão” (José Saramago), “Papillon” (Henri Charrière), “Uma viagem à Índia” (Gonçalo M. Tavares), “Zorro, o começo da lenda” (Isabel Allende), “Um amor em
tempo de guerra” (Júlio Magalhães), “A mancha humana” (Philip Roth) ou “O Retorno” (Dulce Maria Cardoso) são alguns dos 44 títulos já disponíveis ou cuja edição se
encontra “praticamente concluída” a partir do pequeno estúdio instalado na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.
Obras de Diana Gabaldon ou a trilogia “Milleniun”, do sueco Stieg Larsson, e várias histórias infantis integram também o leque de obras que as pessoas com deficiência
visual podem pedir, sem encargos, a este serviço da Biblioteca Municipal de Coimbra (BMC) e ouvir no seu leitor de MP3 ou noutro dispositivo.
“Apostamos sobretudo na ficção, também procuramos gravar obras de informação genérica e disponibilizámo-nos também para atender sugestões”, disse José Guerra.
A vice-presidente da Câmara de Coimbra, Maria José Azevedo Santos, que tem o pelouro da Cultura, destacou o papel dos leitores dos livros, várias dezenas de voluntários
de todas as idades, com muitos jovens, e de diversas proveniências sociais, que têm “um papel decisivo no sucesso deste projeto”, pioneiro na região.
Para José Guerra, a disponibilização gratuita dos audiolivros, pedidos à Biblioteca Municipal de Coimbra a partir de vários pontos do país, “veio trazer uma certa
reaproximação e dinâmica” ao serviço que coordena e que publica periodicamente uma ‘newsletter’ com informação sobre os novos títulos.
“As pessoas que não são cegas não podem requisitar os livros, não é possível por causa dos direitos de autor. Talvez devesse ser alargado a outras pessoas, como
disléxicos, acamados. Podíamos prestar um bom serviço”, considerou.
Em 2011 foram gravados 26 livros, começando com “Deixem passar o homem invisível”, de Rui Cardoso Martins, cujo protagonista é cego. Este ano, foram gravados 15 e três
encontram-se praticamente concluídos.
Os audiolivros da BMC, projeto que teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, são uma das vertentes do serviço de leitura para deficientes visuais que, segundo a
página na internet, dispõe de 861 títulos de livros impressos em Braille e um conjunto de 661 títulos de livros em gravação sonora.
Uma equipe internacional de pesquisa liderada por cientistas chineses declarou a descoberta de um novo gene que pode provocar cegueira congênita. A cegueira congênita é uma doença degenerativa da retina hereditária autossômica recessiva. Aproximadamente 70% dos casos são provocados pela mutação de um dos 17 genes
provocadores da doença que já foram descobertos, enquanto a causa dos outros 30% dos casos ainda é desconhecida.
Depois de fazer uma pesquisa dos casos em que a causa da doença ainda é desconhecida, os pesquisadores, sob a liderança de Qi Ming, professor da Universidade de
Zhejiang, concluiu que um gene chamado NMNAT1 é o provocador da doença congênita de olhos.
A equipe de pesquisa é composta de cientistas da China, Estados Unidos, Brasil, Canadá e Austrália.
A mutação do gene NMNAT1 pode causar um tipo de cegueira congênita chamada amaurose congênita de Leber (LCA), disse Qi, acrescentando que a mutação do NMNAT1 também
prejudica os nervos e alguns órgãos do paciente.
Além da equipe de Qi Ming, outras três equipes lideradas respectivamente por Chen Rui, do Colégio de Medicina Baylor em Houston, Josseline Kaplan e Jean-Michel Rozet da
França, e Eric Pierce do Hospital de Olhos e Ouvidos Massachusetts em Boston, também descobriram o gene provocador da doença, e seus artigos foram publicadas em conjunto
com os do grupo de Qi na revista Nature Genetics em 29 de julho. [por Agência Xinhua]
O homem começou a ver bem logo nos primeiros minutos de "Hugo"
Um homem de 67 anos que não tinha visão em profundidade passou a ver a três dimensões após ir ao cinema ver o filme "Hugo", em 3D.
Bruce Bridgeman, um neurocientista da Universidade da Califórnia, curou uma condição que o afetava desde criança com uma ida ao cinema. O homem de 67 anos sofria
de estrabismo e nunca tinha visto o mundo a três dimensões e com profundidade, como seria normal, mas ainda assim decidiu ir ver um filme em 3D.
Segundo a BBC, logo nos primeiros momentos do filme "Hugo", de Martin Scorcese, a visão de Bridgeman mudou, conseguindo então perceber as diferenças de
profundidade nas imagens do ecrã. A alteração nos olhos do neurocientista manteve-se quando este saiu da sala de cinema, e Bridgeman tem, agora, uma visão como
qualquer outra.
"Eu fiquei espantado ao ver um candeeiro a destacar-se em relação ao fundo. Árvores, carros, até as pessoas são mais vívidas do que aquilo que alguma vez conheci"
relatou Bridgeman numa carta publicada pelo blogue de um neurocientista:
O cérebro torna possível a visão a três dimensões pois
envia imagens ligeiramente diferentes para cada olho. É a combinação das duas imagens que faz com que os seres humanos tenham a noção de profundidade.
Uma das teorias é que o cérebro de Bridgeman já tinha capacidade para ver o mundo em 3D, e que as características do filme despertaram essa capacidade. "Hugo" foi
um dos poucos filmes realizados em 3D de raiz.
Segundo o criador da câmera, segurá-la à altura e contra
a testa proporciona o melhor ângulo para captura da imagem.
O conceito pode soar estranho, mas o designer chinês Chueh Lee levou o desafio adiante e criou uma câmera fotográfica para deficientes visuais. A Touch Sight é um
dispositivo que possibilita que deficientes visuais registrem momentos e se recordem deles através de um "monitor" em braile capaz de gerar imagens 3D dos objetos
fotografados, de modo que o usuário possa sentir a foto.
Um monitor em braile permite sentir as imagens 3D
Chueh Lee, da Samsung China, diz que a câmera tem capacidade de armazenar 3 segundos de áudio do ambiente em conjunto com a foto, ajudando a lembrar o momento do
registro. As fotos podem ser compartilhadas com outros aparelhos ou armazenadas nele mesmo.
A câmera grava 3 segundos de áudio no momento
doregistro para facilitar a identificação da imagem
Ainda não há estimativas de lançamento ou preço para o mercado consumidor.
A estimativa foi feita pelo director do Programa Africano de Luta contra a doença, Paul-Samson Lusamba-Dikassa.
Dikassa resumia em Caxito, a sua missão de cerca de uma semana a Angola, durante a qual manteve encontros com as autoridades nacionais, provinciais e municipais das
zonas em risco.
A Oncocercose, também chamada "cegueira dos rios" ou "mal do garimpeiro", é uma doença parasitária crónica causada pelo nematódeo Onchocerca volvulus.
O funcionário sénior da OMS apelou para engajamento das autoridades angolanas para a erradicação da doença no prazo estimado nomeadamente nas zonas endémicas das
províncias do Kuanza-Norte e do Bengo.
“Angola tem condições favoráveis para atingir estas metas”, considerou.
A oncocercose é uma doença terrível que causa a cegueira, lesões na pele das pessoas afectadas.
O medicamento para a prevenção desta doença - mectizan® - é extremamente eficaz e traz benefícios na luta contra muitas outras doenças tropicais negligenciadas.
Menina conduz o pai cego,
vítima da Cegueira dos Rios
O Programa Africano de Luta contra a Oncocercose foi lançado em 1995. Em Angola só arrancou em 2005.
Com uma estimativa de 300 mil cegos e cerca de um milhão de deficientes visuais, a oncocercose é uma das principais causas de cegueira em muitos países africanos.
A oncocercose é endémica em cerca de 30 países da Região Africana, com sérias consequências económicas e sociais.
Em Angola, a oncocercose é endémica em 50 por cento das províncias e em 27% dos municípios (44 em 164).
O país aderiu à estratégia de combate há sete anos e até finais de 2010, a população em risco de oncocercose ou cegueira dos rios era estimada em mais de 1,2 milhões
de pessoas.
A acção envolve mais de 3 mil 240 comunidades ou aldeias.
Angola recebeu nos últimos anos a contribuição financeira da APOC de um milhão 323 mil e 6668 dólares americanos, destinado ao apoio técnico e material.
Emprego: ●
A Procura de Emprego ●
Protecção no Desemprego ●
Divulgue o seu curriculum ●
Pesquise ofertas de emprego ●
Descubra o Centro de Emprego da sua área de residência ●
Documentos de Divulgação Complementares na Área da Reabilitação
Apoios e Incentivos: ●
Informação, avaliação e Orientação para a Qualificação e o Emprego ●
Apoio à Colocação ●
Acompanhamento Pós Colocação ●
Estágio de Inserção para Pessoas com Deficiências e Incapacidades ●
Contrato Emprego-Inserção para pessoas com deficiências e incapacidades ●
Centro de Emprego Protegido ●
Prémio de Mérito ●
Contrato de Emprego Apoiado em entidades empregadoras ●
Financiamento de produtos de apoio (ajudas técnicas)
Formação: ●
Apoio à Qualificação - Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiências e Incapacidades ●
Referencial “O/a formador/a face às pessoas com deficiência e incapacidades: gerir a diversidade ●
Medida de Apoio ao Investimento a Entidades de Reabilitação Profissional
Perguntas Frequentes ●
Apoios à Criação do Próprio Emprego/Empresa ●
Apoios a Pessoas com Deficiência ●
Aquisição de Publicações ●
Candidatura a Emprego ●
Estágios Profissionais ●
Prestações de Desemprego ●
Programas Específicos de Apoio à Inserção ●
Regresso a Portugal ●
Trabalhar na Europa
Na cerimónia de inauguração, Galopim de Carvalho explica
a existência de quartzo no Monte de Santa Luzia e
fala sobre a ideia da criação do Museu
O Museu do Quartzo de Viseu disponibiliza, a partir da próxima semana, uma atividade destinada a pessoas invisuais que se baseia nas propriedades dos minerais.
Segundo a Câmara de Viseu, trata-se de um atelier onde são exploradas propriedades como “a densidade, a clivagem, a fratura, a dureza e o magnetismo” dos minerais.
“Alguns minerais têm também propriedades organoléticas como cheiro, sabor e tato e que poderão ser igualmente testadas”, acrescenta.
Sentir as faces de um cristal de quartzo, o gosto salgado da halite e o cheiro do enxofre são algumas das experiências que podem ser vividas. (Texto:
Agência Lusa)
A Delegação de Coimbra da ACAPO leva a cabo no próximo dia 28 de julho a atividade “Dobra o Papel da Diferença”. Através desta iniciativa, a Delegação prepara-se
para lançar o projeto “Jovem + Cidadão”, traçado para apoiar uma efetiva inclusão social de jovens com deficiência visual.
Durante um dia estão previstas várias ações, a decorrer nas instalações da Delegação e no Jardim Botânico, onde os jovens e as suas famílias podem usufruir de momentos de
esclarecimento, de convívio, mas fundamentalmente abre-se uma janela de oportunidade para a troca de experiências singulares entre todos.
A participação nesta actividade é gratuita, destina-se a jovens com deficiência visual entre os 12 e os 20 anos e suas famílias. Para mais informações contacte a
Delegação de Coimbra da ACAPO através do telefone 239 792 180 ou do e-mail coimbra@acapo.pt.
Programa:
■10h30 - Recepção e visita às instalações da Delegação
■11H00 - Apresentação da ACAPO
■11H30 - Projeto “Jovem + Cidadão”:
- Apresentação dos participantes
- Princípios, objetivos e estrutura do projeto
■12h30 - Almoço
■14h00 - Criação de Origamis no Jardim Botânico
■18h00 - Encerramento da atividade
Lusa com Antena1 - 17 Julho 2012.
O atleta Luís Gonçalves, vice-campeão nos 400 metros T12 (deficiência visual) em Pequim 2008, abandonou hoje a seleção paralímpica para os Jogos Londres 2012, na
sequência de um controlo antidoping positivo, anunciou o Comité Paralímpico de Portugal (CPP).
De acordo com uma nota do CPP, Luís Gonçalves teve "um resultado positivo de controlo antidoping nos Campeonato Europeus de atletismo, que decorreram no passado mês de
junho e foram organizados pelo Comité Paralímpico Internacional (IPC), em Stadskanaal, na Holanda".
Segundo o CPP, "a substância detetada na análise foi a Methylhexaneamine", tendo o atleta, que conquistou dois títulos europeus em Stadskanaal, nos 200 e 400 metros T12,
e uma medalha de prata na estafeta4x100, prescindido do direito à contra-análise a este resultado.
Numa declaração publicada no sítio do CPP na internet, o atleta admite ter tomado pontualmente um suplemento alimentar, por se sentir sonolento e sem reação, que se
esqueceu de mencionar no formulário quando realizou o controlo antidoping.
"No dia anterior à realização da referida análise, tomei o suplemento alimentar "Lipo 6 Black - Nutrex", porque me senti sonolento e sem reação.(...) Como foi uma toma
isolada, quando fui ao controlo antidoping, esqueci-me de a mencionar no formulário", lê-se na nota.
O atleta, de 24 anos, diz desconhecer que o referido suplemento contivesse qualquer substância ilegal e acrescenta: "Apenas tinha a informação de que seria um suplemento
com um efeito semelhante à cafeína".
Luís Gonçalves refere que nunca foi sua intenção adulterar o resultado ou melhorar o rendimento, referindo ainda que o resultado obtido na final dos 400 metros T12 ficou
um segundo acima da sua melhor marca da época.
O processo de Luís Gonçalves, que há quatro anos em Pequim conquistou uma das sete medalhas conseguidas por Portugal, está a ser analisado pelo IPC.
Apesar de ainda não terem sido divulgados todos os nomes dos 15 atletas que vão representar Portugal nos Jogos Paralímpicos Londres2012, Luís Gonçalves já estava
selecionado para integrar a estafeta.
Portugal vai estar representado nos Jogos Paralímpicos, que se disputam de 29 de agosto a 09 de setembro, nas modalidades de atletismo, boccia, natação,
equitação e remo.
O LookTel Money Reader para iPhone é uma app que pode auxiliar pessoas com problemas visuais na identificação e contagem de notas. Basta passar a nota à frente da câmara
do telemovel e o reconhecimento é quase instantâneo. A app está disponível para download na App Store e custa US$ 1.99. Reconhece e conta Dólares americanos, Euros,
Libras Britânicas, Dólares Canadianos e Dólares Australianos.
Disponível para iPhone (4S, 4, 3GS), iPod Touch
(4th Generation), iPad (2 and 3) e Mac OS X
A 14 de Julho de 1999 entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 118/99 de 14 de Abril que introduziu no ordenamento jurídico português regras destinadas a facilitar a missão de
meio auxiliar de locomoção que os cães-guia acompanhantes de deficientes visuais desempenham, colmatando-se assim uma lacuna legislativa que obstava,afinal, ao pleno
cumprimento da missão que os mesmos animais são chamados a desempenhar.
O diploma estabelecia o direito de acessibilidade dos deficientes visuais acompanhados de cães-guia a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público, e, bem
assim, as condições a que estão sujeitos estes animais quando no desempenho da sua missão.
As condições eram alargadas às famílias de acolhimento e aos educadores.
Em 2007 este diploma foi substituído pelo Decreto-Lei n.º 74/2007 de 27 de Março que
alargou esta lei aos cães de assistência, introduziu o processo contraordenacional e mais importante de tudo, impõe a credênciação e acreditação para o exercício
da actividade da educação de cães-guia para cegos em Portugal.
Apesar da existência deste diploma o utilizador, as famílias de acolhimento e os educadores devem ter sempre uma atitude pedagógica e explicar o papel e importância
do Cão-guia.
Com o objetivo de assinalar o “Dia do Cão-guia”, a Associação Beira Aguieira de Apoio ao
Deficiente Visual (ABAADV) vai, à semelhança dos anos anteriores, promover um Arraial Popular procurando juntar todos os Amigos desta Escola (utilizadores de Cão-guia,
candidatos, famílias de acolhimento, sócios, patrocinadores, Instituições, etc.).
O Arraial terá lugar na sede da ABAADV em Mortágua, dia 14 de Julho pelas
18.00 h.
Neste mesmo dia vai realizar-se o IV Triatlo Aventura de Mortágua que terá início no Valongo - Barragem da Aguieira pelas 15.00h. (Ver
www.caesguia.org ) onde encontrará o regulamento e a ficha de inscrição.
ABAADV
Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual
Chão de Vento
3450-333 Mortágua
Portugal
A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) efectuou, hoje (dia 11), a entrega de 115 diplomas do Centro de Novas Oportunidades (CNO) Inclusivo, dos quais 80
a pessoas com deficiência.
O CNO Inclusivo da APCC tem como público-alvo adultos com idade igual ou superior a 18 anos que não possuam o 4.º, 6.º, 9.º ou 12.º ano de escolaridade, ou
qualificação profissional, e que pretendam ver as suas competências reconhecidas e certificadas.
Esta resposta da APCC surgiu em Fevereiro de 2008, através de um protocolo com o Instituto Nacional para a Reabilitação e com a Agência Nacional para a Qualificação,
com o objectivo de assegurar que a população, com deficiência ou incapacidade, tivesse igual acesso no que se refere à possibilidade de promover as suas qualificações
académicas, mediante o reconhecimento de competências.
Único na Região Centro, o CNO Inclusivo da APCC funciona em horário laboral, pós-laboral e ao sábado. Apresenta, ainda, flexibilidade e abertura para desenvolver
processos noutros horários, além dos previstos, através de uma adaptação às especificidades e necessidades de candidatos e instituições.
Leiria, 10 jul (Lusa) - As grandes superfícies devem ser obrigadas legalmente a vender brinquedos adaptados a crianças com deficiência, que representam dez por cento
do universo total de compradores, pediu hoje em Leiria a investigadora académica Célia Sousa.
Na apresentação da 5.ª edição da campanha "Mil brinquedos, Mil sorrisos", que recolhe, adapta e oferece brinquedos a crianças com necessidades especiais, a
coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID), do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) sublinhou ser "o momento dos nossos governantes pensarem
em mudar a legislação", para que "os pais destas crianças tenham direito a comprar brinquedos adaptados em qualquer superfície comercial da sua zona".
No entanto, presente na cerimónia, o responsável do Instituto Nacional de Reabilitação (INR), José Madeira Serôdio, considerou que "não é necessária legislação, só
abertura e sensibilidade" por parte das empresas do setor da distribuição.
Os sistemas de ensino europeus ainda não oferecem um tratamento adequado às crianças com necessidades educativas especiais e aos adultos portadores de deficiência. É
essa a principal conclusão de um relatório publicado hoje pela Comissão Europeia, que alerta para a quantidade de alunos colocados em “instituições segregadas” e para
a frequente falta de apoios dos que se encontram a frequentar o ensino regular.
Entre 28 países, Portugal surge entre os que menos integram as crianças com necessidades educativas especiais em escolas ou classes “segregadas”, o que acontece com
apenas 4775 estudantes, cerca de 0,2% do número total de alunos
“O relatório solicita aos Estados-Membros que redobrem esforços no sentido de desenvolver sistemas de ensino inclusivos e eliminar os obstáculos que limitam a
participação e o sucesso dos grupos vulneráveis na educação, na formação e no emprego”, lê-se num comunicado da comissão.
“Chegou o momento de cumprir os compromissos assumidos. A educação inclusiva não é um complemento opcional; é uma necessidade básica. Temos de colocar os mais
vulneráveis no centro das nossas acções, para garantir uma vida melhor a todos” declarou Androulla Vassiliou, a Comissária Europeia responsável pela Educação,
Cultura, Multilinguismo e Juventude.
Cerca de 45 milhões de cidadãos da UE em idade activa são portadores de deficiência e 15 milhões de crianças têm necessidades educativas especiais. O relatório revela
ainda que estes menores saem frequentemente da escola com poucas ou nenhumas qualificações, para de seguida integrarem uma formação especializada que em alguns casos
limita, em vez de melhorar, as suas perspectivas de emprego.
“O relatório questiona o papel dos sistemas de ensino especial e o facto de poderem agravar o isolamento dos alunos já marginalizados socialmente, reduzindo e não
melhorando as suas oportunidades”, diz a nota. Por isso, os investigadores sugerem que estas crianças sejam integradas nas escolas regulares, desde que se invista
mais no desenvolvimento das suas competências linguística.
Segundo o relatório, as pessoas com deficiência ou necessidades educativas especiais têm maior probabilidade de permanecer desempregadas ou economicamente inactivas,
e mesmo aquelas que obtêm algum sucesso no mercado de trabalho recebem muitas vezes um salário inferior ao dos seus colegas.
Fotografia de Maria Pedro e Robert van Velze
Casa Municipal da Cultura de Coimbra| Galeria Pinho Dinis
De 4 a 27 de Julho de 2012
Dedicada à Oftalmologia, nesta exposição Maria Pedro e Robert van Velze captam o espetacular, guiados pelo saber fazer e
por quererem ver diferente. As imagens são reveladoras das capacidades técnicas que hoje estão ao dispor da Oftalmologia, mas também ilustram os efeitos
devastadores de algumas doenças.
Profissionais ligados ao universo da Oftalmologia, no Centro Cirúrgico de Coimbra, os autores apresentam a seguinte leitura
da exposição:
À primeira impressão pensamos tratar-se de constelações, explosões solares, bordados e rendas, além de inúmeras e intermináveis ramificações,
ou seja, admiráveis imagens captadas algures no universo. Mas não é nada disso, os olhos enganam-nos. Registámos momentos e ficámos rendidos ao mundo fantástico
que está para além daquilo que o olho humano é capaz de alcançar, mas que nos pertence. Partilhamos estes momentos com imagens únicas captadas no interior de
qualquer um de nós.
Há uma partilha que nos obriga a mostrar o que vimos. O extraordinário, o singular e o invulgar chegam-nos em imagens reais que mais
parecem captadas em um qualquer lugar no espaço, com ou sem google earth. Não usámos esse instrumento.
“O Picotado” – Laser em retinopatia diabética – retinografia As marcas, simétricas, são o rasto deixado pelo raio laser, usado no tratamento da retinopatia diabética, a manifestação ocular da diabetes. A glicemia
ou o aumento dos níveis de açúcar no sangue provocam alterações sanguíneas na retina e, em alguns casos, chegam a desenvolver-se vasos anormais. A retinopatia
diabética é a principal causa de cegueira em diabéticos entre os 20 e os 74 anos de idade. O tratamento precoce é a melhor forma de evitar complicações.
“Pizza de massa alta”
– Miopia com endentação de 360 graus – retinografia A imagem que apresentamos é de um doente (com alta miopia) submetido a cirurgia de descolamento de retina. Nesta cirurgia foi aplicada, na parte
exterior do olho, uma banda circular que, ao ser ajustada, empurrou a parede do globo ocular em direção ao centro – endentação. O centro da imagem mostra o polo
posterior da retina, sendo visível o conjunto de alterações encontrado na miopia patológica. As zonas mais claras correspondem a múltiplos focos de atrofia da
retina e da coroide.
Exposição patente de 4 a 27 de Julho
Casa Municipal da Cultura de Coimbra
Horário:
segunda a sexta: 9h00–19h30;
sábado: 11h00–13h00 e 14h00–19h00
O Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de Junho veio, entre outras medidas, baixar o subsídio de doença em 10% do valor que estava anteriormente fixado. O
Diploma majora este subsídio para os agregados familiares com crianças e jovens com deficiência a cargo, mas deixa de fora as próprias pessoas com deficiência e
os agregados familiares com adultos com deficiência.
O estudo efectuado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, divulgado em 2010, concluiu que as pessoas com deficiência “têm menores níveis de
educação, menor taxa de empregabilidade, menores rendimentos do trabalho e maiores despesas com a saúde, o que estará na base de um quadro de menor rendimento
global das pessoas com deficiência e dos agregados familiares a que estas pertencem, não suficientemente compensado pelas transferências sociais, mesmo quando o
seu peso é objecto de ponderação”. Este mesmo estudo concluiu que os cidadãos com deficiência têm custos acrescidos que variam entre 6.000 e 27.000 euros anuais.
Numa sociedade que coloca obstáculos sobre obstáculos às pessoas com deficiência, que têm como consequência um imenso desgaste físico e psicológico, com as
decorrentes sequelas ao nível da saúde, espera-se que haja, por parte do Estado, alguma ponderação quando se adoptam medidas que, prejudicando todos os cidadãos,
terão um efeito muito mais pernicioso sobre os que à partida são, a todos os níveis, mais vulneráveis.
Da mesma forma se espera que haja alguma contenção na exigência que é feita aos agregados familiares com adultos com deficiência a cargo, já que as despesas
destes agregados são incomparavelmente superiores às dos que não vivem com esta realidade.
A Associação Portuguesa de Deficientes considera que não é possível exigir mais sacrifícios às pessoas com deficiência. Se em 2010 se comprovou que as
transferências sociais não eram suficientes para minimizar os impactos dos custos acrescidos que têm as pessoas com deficiência, hoje, face ao sucessivo
agravamento das condições económicas das famílias portuguesas, a situação da esmagadora maioria destes cidadãos é de facto desesperada.
Cegueira: aprender a viver
sem uma luz ao fundo do túnel
Pedro Rainho
23 Jun 2012
Mãos negras exploram uma maquete feita em corticite
do teclado de uma Caixa Multibanco
O sotaque acentuado denuncia a proveniência alentejana de Ana Gil mal pronuncia as primeiras palavras. Chegou há menos de dois meses ao centro, depois de sofrer
um derrame cerebral que lhe afectou os nervos ópticos. Aos 42 anos, a funcionária da Câmara Municipal de Sousel perdeu por completo a visão, mas os 25 dias em que
esteve internada no Hospital de São José, em Lisboa, em Dezembro de 2011, deram-lhe tempo para reajustar prioridades. “Nos primeiros dias eu nem sabia se ia
sobreviver. Mas a minha vontade era tanta que perder a visão foi o menos importante”, confessa.
Soube da existência do Centro Nossa Senhora dos Anjos através dos serviços sociais do hospital e candidatou-se à mesma entrevista inicial por que passam
todos os utentes. A conversa serve para avaliar o estado psicológico de cada candidato e determinar se pode ser acompanhado durante alguns meses no espaço. “Para
nós, o mais complicado é lidar com a depressão e o desalento das pessoas, porque isso perturba-as tanto que dificulta a aprendizagem”, confessa o psicólogo
António Feliciano.
Ao cimo da Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão, em Lisboa, o centro dedica-se a dar uma nova esperança a pessoas que, como Ana Gil, perderam aquele que será
o mais importante dos cinco sentidos: a visão. O espaço é o único em Portugal a trabalhar na reabilitação de pessoas com cegueira recém- -adquirida ou com baixa
visão. Abriu portas há exactamente 50 anos e em 2011 a gestão foi transferida da Segurança Social para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Acolhe utentes de
todo o país em regime de internato, com períodos que variam entre os seis meses e um ano. Ao longo desse tempo, os 12 técnicos do centro dão apoio a quem passou
por uma perda súbita e irreparável. Uma perda que exige um luto, mas que não é sinónimo do fim. Ao fundo do túnel pode não haver luz, mas há uma nova oportunidade
para viver.
“A tua realidade agora é outra”, disse Ana Gil a si mesma, ainda no hospital, “e o que ficou para trás ficou. Agora vais ter de encontrar soluções para enfrentar
as coisas.” Nas primeiras semanas, o estado de espírito não se manteve sempre tão positivo, porque reaprender a viver quando se está a meio da vida é duro e a
angústia acaba por ocupar o seu lugar. Mas para a utente mais recente do centro a adaptação à nova realidade foi rápida e em poucos dias ela passou a conhecer os
cantos à casa. Porque é “uma pessoa despachada”, agarrou-se à aprendizagem das tarefas que são para si mais importantes: a informática – porque quer “voltar à
actividade profissional que tinha” – e a mobilidade.
Primeiros passos Ana Gil é acompanhadas nessas áreas por técnicos especializados, como Ana Henriques, professora de Iniciação às Técnicas de Informação e Comunicação (TIC 1.
Em voz alta, a professora dita, palavra a palavra, aquilo que deve ser escrito pelos dois utentes que naquela aula têm a primeira aproximação ao computador.
Sentados em duas secretárias lado a lado, guiam os dedos pelo teclado com a ajuda de duas marcas que assinalam as letras E e J e que servem de referência para
todas as outras. No ar, com a voz de Ana Henriques ressoa uma outra, metálica, que sai das colunas. O software de reconhecimento do ecrã serve de guia para os
alunos e é a única forma de saberem os passos a dar quando estão frente ao ecrã. O computador representa a maior janela para um mundo fora da realidade rotineira.
“Para uma pessoa cega, ter um computador com acesso à internet é estar acompanhada estando sozinha”, explica Arménio Nunes, professor de TIC 2. Ali os utentes
“aprendem tudo o que precisam de saber fazer no correio electrónico, utilizam o Skype e o Messenger e navegam na internet”.
Para quem não esteja no centro, e não frequente acções de formação profissional, Arménio Nunes desenvolveu, há dez anos, o Programa de Apoio em Autonomias de
Tecnologias de Informação e Comunicação. Um projecto que funciona como sistema de ensino à distância. A partir do gabinete, onde também dá aulas, responde
actualmente a dúvidas de 17 alunos, uns do Porto outros dos Açores, e há até quem lhe escreva dos Estados Unidos. Garante que o prazer que tem nesta actividade
vem de quando sente “as pessoas ficar mais contentes, a comunicar e com o amor-próprio a subir”.
Autonomia
A disposição dos alimentos no prato é guiada pelos ponteiros do relógio. A carne vai para as três horas, a salada ou os legumes para as 12 e o arroz ou as massas
ficam entre as oito e as nove. Uma acção simples, como pôr a mesa, exige o mesmo método e rigor que todas as tarefas do quotidiano para quem, como Tânia, não tem
o recurso da visão. Hoje tem 19 anos e chegou a Portugal em Novembro, ao abrigo de um protocolo para a área da saúde entre o Estado português e as antigas
colónias. Os primeiros sinais de que algo não estava bem com os seus olhos apareceram quando era ainda uma criança de sete anos. Entretanto perdeu a quase
totalidade da visão e tenta reaprender a naturalidade das actividades que antes realizava com simples recurso aos olhos. “Encaramos isto como uma escola, mas onde
tem de haver tempo para a interiorização e para a reflexão, porque aceitar que se vai ficar cego para a vida é complicado”, diz Ana Magalhães, directora do centro
desde Março. A reabilitação de cada utente é encarada de forma personalizada, com as suas necessidades e os momentos próprios de evolução, porque “é preciso tempo
para pensar, é preciso dar espaço às pessoas para interiorizar as aprendizagens, algumas delas muito duras”.
Uma das maiores barreiras é a da falta de mobilidade. Alguns utentes chegam ao centro depois de meses limitados aos ambientes mais familiares, deslocando-se entre
o quarto, a sala e a cozinha das suas casas. Readquirir o sentido de orientação, as noções de espaço e o equilíbrio são alguns dos principais momentos de
aprendizagem após a perda da visão. Judite Martins esteve dois anos “presa à casa”, depois de um deslocamento da retina ter encerrado um processo de vários anos,
entre perdas e recuperações da visão. A ex-utente interrompe por momentos a leitura em braille de um conto infantil – técnica que aprendeu no centro – para
recordar os 12 meses que passou em reabilitação: “Fui à luta e aprendi tudo. Se no fim-de-semana tiver dez pessoas em casa”, diz com orgulho, “cozinho para todos
sem precisar da ajuda de ninguém.”
“Há uma reaprendizagem para a vida”, sublinha Sónia Grilo, a mais recente técnica do centro, que faz o acompanhamento das aulas de actividade motora, piscina e
mobilidade. Numa antecâmara da capela transformada em ginásio, a professora utiliza a recriação de um jogo de bowling para treinar a orientação com os utentes.
Colocados numa ponta da sala, lançam pelo chão uma bola especial, com pequenos guizos no interior, tentando acertar com a direcção de onde veio o comando de voz
de Sónia Grilo. Aplicados à vida quotidiana, exercícios como este vão permitir distinguir a proveniência de sons e ajudar a que as pessoas voltem a orientar--se
no espaço.
“Os utentes que passam pelo centro podem sair daqui com um grau de autonomia satisfatório”, assegura o psicólogo António Feliciano. No entanto, há limitações que
nunca serão ultrapassadas, “porque em termos de mobilidade as pessoas podem aprender a movimentar-se e a utilizar os transportes públicos, mas, excepto em casos
excepcionais, ficam limitadas aos mesmos percursos”.
O acompanhamento psicológico é, por isso, essencial para lidar com as frustrações que surgem com o
processo de reabilitação, como o momento em que se começa a usar a bengala. Porque representa para o próprio uma limitação que não existia e porque se perde o
anonimato perante a sociedade, apresentando quem não vê como alguém diferente.
“Para nós o mais complicado é lidar com a depressão e o desalento das pessoas, porque isso perturba-as tanto que dificulta a aprendizagem”, mas “como estão
ocupadas e em contacto com outras, rapidamente surge uma esperança”, explica António Feliciano. Conseguir movimentar-se é um passo fundamental na conquista de
autonomia, mas há outras tarefas do dia-a-dia que têm de ser trabalhadas.
Na aula de Actividades da Vida Quotidiana – Competências Sociais, a aprendizagem
de Tânia vai muito além de pôr a mesa. Ao passar os dedos por uma moeda de dois cêntimos apercebe-se de que há um veio a meio – “parecem duas moedas coladas” –
que a distingue das outras. O truque para as notas é dobrá-las ao meio, enrolá-las em volta do indicador e unir as pontas por cima do dedo. A quantidade de papel
que sobra, em função do tamanho de cada nota, permite perceber o que tem nas mãos. Um processo simples, embora demorado.
Futuro lá fora Foram precisos alguns anos de “reclusão” para que Paulo Almeida se “ambientasse à ideia” e aceitasse a nova fase da vida em que se encontra. Hoje
garante que “quer fazer tudo o que fazia antes de perder a visão”. Prova disso é a exposição de fotografias que apresentou na cerimónia do cinquentenário do
centro dos Anjos e que agora preenche as paredes do refeitório. Imagens captadas nos últimos dois meses, já como utente da instituição.
O prazer da fotografia é uma forma de preparar novos projectos, porque a vida fora do centro vai continuar quando estiver concluída a reabilitação: “Gostava de
fotografar Lisboa da minha perspectiva, a perspectiva de alguém que não vê.” Outro objectivo que gostaria de alcançar seria tirar um curso de massagista, que lhe
permitisse ter uma actividade regular mais tarde, porque “não existem muitas saídas para quem não vê”. “Daquilo que tenho verificado em experiências anteriores, é
muito difícil recolocar as pessoas no mercado de trabalho”, lamenta Ana Magalhães, que tem sentido as dificuldades acentuarem-se nos últimos meses, com o
agravamento da situação económica do país. “Neste momento há um grande vazio no mercado de trabalho”, aponta Sónia Grilo, o que dificulta a motivação dos utentes,
pela falta de perspectivas. “Se nós temos de dar 100% no trabalho, eles têm de dar 5000% para mostrar que nunca falham”, defende a professora. “Depois de se
conseguir renascer é voltar a matar a pessoa”, conclui a professora. “Por outro lado”, lamenta Paulo Almeida, “existem algumas leis no nosso país que não são
cumpridas pelas empresas”, o que torna impossível o acesso a determinados postos de trabalho. “A sociedade trata-nos como uns coitadinhos, mas não me revejo nesse
estatuto” porque “tenho tanto valor como uma pessoa que tenha todas as suas capacidades”, diz.
A par da marginalização profissional, ressalta dos testemunhos a sensação de alguma insensibilidade e incompreensão por parte da sociedade. Depois de se
movimentar pela cozinha do centro, enquanto preparava o almoço para aquele dia – uma das actividades que ali se desenvolvem –, Teresa Rascão observou: “As pessoas
querem ajudar e a primeira coisa que fazem é agarrar-nos no braço. Isso é errado, porque acabam por deixar-nos num espaço que para nós é vazio. Ficamos sem
referências.” A experiência leva-a a defender que “toda a gente devia aprender como se agarra uma pessoa cega e como se deve caminhar em simultâneo com ela”, para
evitar alguns acidentes que acabam por acontecer. Outro problema, destaca Paulo Almeida, são os passeios, que “não estão preparados para pessoas cegas”. Caixas de
electricidade, carros nos locais errados e postes baixos no rebordo dos passeios são outros exemplos daquilo que, para quem não vê, representa um perigo eminente.
Actualmente há 14 pessoas em lista de espera para integrar o Centro Nossa Senhora dos Anjos e Ana Magalhães sublinha a disponibilidade da instituição para
trabalhar com músicos ou estudantes da área que promovam actividades no local, pelo “papel lúdico-terapêutico” que a actividade representa. Para mais tarde está a
ser pensada a abertura de apartamentos para residências individuais, que permitam trabalhar a autonomia dos utentes da instituição.
Luís Gonçalves com o guia Nuno Alpiarça no final da prova
Foto: Estela Silva/Lusa
O feito foi conseguido nos Europeus de atletismo para atletas com deficiência em 400 metros T12 (deficiência visual). Rodolfo Alves conquistou a medalha de prata.
Luís Gonçalves confirmou o estatuto de maior figura de Portugal nos Europeus de atletismo para atletas com deficiência, em Stadskanall, na Holanda, ao conquistar
a primeira medalha de ouro da Seleção Nacional. O campeão mundial e vice-campeão olímpico dos 400 metros T12 (deficiência visual) conquistou o título europeu na
distância, com o tempo de 50,83 segundos. A esta medalha de ouro, juntou-se também a de prata conquistada, na mesma corrida, por Rodolfo Alves, que registou um
tempo de 53,62.
Luís Gonçalves também garantiu o apuramento para a final de 200 metros T12, setor em que também é o campeão do Mundo. Lenine Cunha foi o outro português medalhado
nesta quarta jornada, subindo ao terceiro lugar do pódio da prova de salto em comprimento F20 (deficiência intelectual), com uma marca de 6,58 metros.
Após o quarto dia de competição, a Rússia lidera o quadro de medalhas, com 61 conquistadas, 24 das quais de ouro. Portugal é o 20.º, com seis medalhas, uma de
ouro, duas de prata e três de bronze.
O campeonato europeu é a última grande prova internacional de atletismo antes dos Jogos Paralímpicos de Londres, nos quais Portugal estará representado em cinco
modalidades: atletismo, boccia, equitação, natação e remo.
Vêem ou não vêem? Ouvem ou não ouvem? – essas são as questões, para as quais não há respostas de sim ou não, quando se trata de sonhos. Consegue um
cego sonhar com imagens? Pode um surdo escutar sons nos seus sonhos?
«A igreja de Belide, Condeixa-a-Nova, perto de Coimbra, surge plantada no meio do Rossio lisboeta. Nem o edifício nem a praça aparecem como são hoje – mas como
eram há mais de 40 anos. Sai da estação de comboios do Rossio, atravessa e faz uma paragem gastronómica na Beira-Gare, para umas bifanas e um dedo de conversa com
o Gonçalves e o Filipe, funcionários que reconhece pela voz. Já de estômago confortado, regressa à rua e dobra a esquina, passando ao lado da velha farmácia
Estácio. Surge então à porta da igreja o Ti António Branco, o sacristão da terra, com a sua voz actual, gasta por mais de 80 anos de vida, numa conversa em que
passado e presente se entrelaçam.» E, de repente, acorda. Era o sonho, manta de retalhos visual, de António Pinão, 56 anos, cego há mais de 40.
Este e
outros sonhos foram relatados numa das salas da APEDV – Associação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais –, onde, a pedido do SOL, quatro invisuais, a quem
a cegueira chegou de formas diferentes, em diversos momentos da vida, relataram as suas experiências oníricas. A questão de partida era: como sonha alguém que não
vê? Tem imagens visuais?
Tem. «Tive um casamento de 46 anos, o meu marido morreu com 79 – já era uma pessoa com uma idade um tanto avançada. Mas quando
sonho, ele é sempre jovem, com o fardamento da companhia, um homem garboso como ele era», conta Maria Paula Viegas, 72 anos, que desde pequena sofre de uma
retinopatia pigmentar, doença hereditária.
Sonhar como quem vê
Em miúda, já via muito mal, sentava-se nas carteiras da frente para vislumbrar as letras a giz no grande quadro de ardósia preta.
Na rua, onde gostava de brincar, o berlinde, o salto ao eixo, a bola aquietavam-se com o lusco-fusco – Paula não conseguia discernir nada nessa altura.
Com o avançar dos anos, já não era só a penumbra a sua inimiga: a forte claridade uniu-se à escuridão para lhe complicar ainda mais a vida. Passou a usar óculos
escuros para amenizar o efeito da luz. «Também notava, por exemplo, que, para atravessar a rua, já não via de lado: tinha de virar mesmo a cabeça para um lado e
para o outro – ficamos com uma visão tubular», explica, de olhos bem abertos, virados para a sua interlocutora. Numa primeira impressão, a cegueira de Paula é
quase imperceptível.
A visão continuou a degradar-se. Hoje, vê vultos – e tem de haver um contraste de cor. «Por exemplo, estou a observar a sua cabeça porque apanha a parede branca
atrás». E consegue perceber que nessa cabeça o cabelo é castanho muito escuro? «Não. É escuro? E não consigo ver se tem os olhos abertos ou fechados nem
descortinar as suas feições», remata.
Nos sonhos, tudo muda. «Vejo nitidamente», sorri. «Não sonho muito com cores. Esta doença tira um bocado a realidade das cores. Talvez nos sonhos veja mais a
preto e branco. As cores são enganadoras. Por exemplo, não sei de que cor é a sua camisola mas, para mim, é preta». Na realidade, é violeta.
Sentada à mesma mesa, na APEDV, está Elisa Gaboleiro. Cegou subitamente há sete anos, aos 43. Não vê nada – nem se apercebe da claridade do sol. «Faz-me confusão
porque nos sonhos vejo tão bem… Tudo o que vi, sonho. A face da minha filha, a do meu marido, das pessoas amigas. É como se eu estivesse a ver aquilo tudo. Agora,
posso sonhar consigo – mas nunca verei a sua cara: terá um rosto, mas não o consigo definir, não terá feições, mas verei a sua roupa», esclarece Elisa.
«Tenho um sonho magnífico, em que vou de mota e vejo as paisagens, o Guincho… É a liberdade», conta, de sorriso rasgado.
Paisagens são algo que José João Cabrita, de 53 anos, nunca viu. Cegou aos oito meses, ficando-lhe um «resíduo visual», que lhe permitia distinguir vultos, mas
não formas, e que perdeu por volta dos 12 anos. Hoje não vê nada. E nada é nada – não é preto nem branco. É nada. «Nunca fiquei com a noção das cores – ou seja,
quando sonho, não sonho com cores. As pessoas às vezes dizem ‘Então vês tudo preto?’. Para mim não há cor. E actualmente já não sonho com aquele resíduo que dava
para perceber se estava mais escuro ou mais claro, se estava sol ou não», explica ao SOL José João.
Sonho táctil
Então com o que sonha? «Só com a realidade táctil e com sensações de calor, frio, de estar na água…», enumera. «Não sonho preto. Nem
branco. É ausência de cor, negação da cor. Para quem vê, isto não é fácil de explicar», reconhece. E, de facto, a visão é um sentido tão preponderante e esmagador
no quotidiano de quem vê que se torna praticamente impossível eliminá-lo e tentar entender o que José João explica.
António Pinão – que sonhou com a igreja
da sua terra plantada no meio do Rossio –, o quarto elemento da mesa, procura esclarecer: «Para ver escuro ou branco, é preciso ver. Uma pessoa que vê nunca
consegue, por mais que feche os olhos, ter a noção exacta do que é a cegueira», diz o psicólogo, que já orientou a tese sobre actividade onírica em pessoas cegas
de uma aluna de licenciatura no ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
«Para a pessoa cega, a meia-noite no cimo da serra de Sintra, numa noite nublada, é exactamente o mesmo em termos visuais do que ao meio-dia no Rossio sob um sol
resplandecente», sublinha António.
José João Cabrita retoma o fio à meada. «Só temos a nossa percepção. Quando sonho com um carro, sonho com aquilo que estou a apalpar: tenho de o sentir.
Tacteando, posso sonhar que ele tem duas, três, quatro ou cinco portas. É a realidade que tenho: a imagem táctil. Posso sonhar que estou cheio de frio ou de
calor. Ou que me vão atropelar – e ouço o carro, mas não o vejo».
A galinha que o cego vê
A neurologista Teresa Paiva, fundadora do Centro do Sono, levou a cabo estudos sobre cegos congénitos. Ao SOL, a médica
explica: «Se os sonhos são sobretudo imagéticos e as imagens resultado de uma aprendizagem, sonham ou não com imagens pessoas que nunca as viram? Tentámos
arranjar indicadores biológicos que se passam em indivíduos normais quando vêem uma imagem». Quiseram verificar a ocorrência desses mesmos indicadores nos cegos –
ela existia. «Eles descreviam imagens e cenas nos sonhos, apenas sonhavam um bocadinho menos». E, a pedido dos investigadores, desenharam as imagens que viam nos
sonhos – «a imagem que um cego tem de uma galinha pode não ser a mesma de uma pessoa que vê. Mas a questão é que ambos têm a imagem de uma galinha. É bem mais
complexo e complicado do que nós pensamos», conclui a neurologista.
Para José João, cego desde os oito meses, o que é sonhar com pessoas? «É ouvi-las. E poder tocá-las. Como se estivesse no real. Se eu sonhasse consigo, sonharia
com a sua voz», afirma. E exemplifica: «Já sonhei aqui com o dr. Pinão…».
– Vê lá, não te estiques!, brinca o visado.
– Não há uma imagem, há a sensação de que ele é ligeiramente mais alto e mais forte do que eu, continua.
– É careca, não é careca?, corta Elisa (é, sim, é careca).
– Não, não faço essa imagem. Toco nele, sei mais ou menos como ele é, e é com isso que sonho, não é com olhos nem com cabeça.
– É porque ele tem essa consciência de que sou mais alto e isso aparece-lhe depois, no estado mental inconsciente, intervém António.
– A voz dele vem um pouco mais de cima, explica José João.
Nascido há 56 anos com um glaucoma congénito, que evoluiu para a cegueira total aos 15 anos – aos 12 ainda lia as letras maiores dos jornais –, António Pinão
guarda, no seu «baú das recordações», imagens visuais. «Não tenho, nos sonhos, a noção de cores porque, com a perda da prática da visão, essas imagens
inconscientes também se vão apagando por não serem alimentadas», diz.
E faz um comentário curioso – a palavra ‘azul’ destapa a recordação do azul, que ele consegue imaginar. «Se de repente começasse a ver e olhasse para este casaco
[que traz vestido], eu diria logo ‘é azul-escuro’. Mas se fosse uma dessas cores esquisitas de agora, que não experimentei visualmente, porque há 40 anos não eram
comuns, eu não saberia dizer que cor é». Ao que José João acrescenta: «Se eu agora começasse a ver e olhasse para o casaco do António, não saberia dizer que é
azul-escuro, teriam de me explicar».
A cor é um nome
Só para baralhar um pouco mais, António atira mais uma informação: «A pessoa cega de nascença pode sonhar com cores – mas é só com
nomes, não com a realidade visual, mas por causa do léxico que tem interiorizado». Ou seja, para alguém que nunca viu, o amarelo, o verde, o vermelho são apenas
isso: nomes sem uma existência visual. É como José João dizer que sabe que o céu é azul – e percebe por que razão, física, ele se apresenta dessa cor – mas azul é
cor que, para este homem, não existe.
Já em jeito de fim de conversa, e sabendo que tentar-se-ia perceber como sonham pessoas surdas (ver página seguinte), os dois colegas da APEDV opinam: «Devem ser
sonhos essencialmente visuais, como num filme mudo. Penso que será por aí», arrisca José João. «Não vejo outro caminho», remata António.
Foi lançado, no passado dia 9 de Junho, o primeiro Relatório Mundial sobre Deficiência, produzido conjuntamente pela Organização Mundial de Saúde e pelo Banco Mundial.
De acordo com este relatório, mais de um milhar de milhões de pessoas tem actualmente, no mundo inteiro, alguma forma de deficiência ou incapacidade.
As
pessoas com deficiência têm em geral inferiores condições de saúde, mais baixas aquisições escolares, menores oportunidades económicas e mais elevadas taxas de pobreza do
que as pessoas sem deficiência. Esta situação deve-se, em larga medida, à falta de serviços à sua disposição e aos múltiplos obstáculos com que se deparam no seu
quotidiano.
O relatório apresenta as melhores evidências disponíveis sobre os meios viáveis para superar as barreiras existentes no acesso aos cuidados de saúde, à
reabilitação, à educação, ao emprego e aos serviços de apoio, bem como para criar ambientes favoráveis ao desenvolvimento das pessoas com deficiência ou incapacidade. O
relatório termina com um conjunto concreto de acções recomendadas aos governos e seus parceiros.
Este relatório sobre deficiência, pioneiro a nível mundial, dará
um contributo significativo para a implementação da
Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência. Na zona de intersecção entre a saúde pública, os direitos humanos e o desenvolvimento, o relatório está destinado a tornar-se um recurso
indispensável para os decisores políticos, prestadores de serviços, profissionais e defensores das pessoas com deficiência e suas famílias.
FRAGILE – projecto de dança inclusiva
a nível europeu, que visa a integração
de pessoas cegas e com baixa visão
nas artes performativas
organiza, em Julho, um novo Workshop de Dança Contemporânea/Movimento para Cegos, Bailarinos e Técnicos Normovisuais, orientado pela coreógrafa norueguesa
Kjersti K. Engebrigtsen, coordenadora do Projecto.
NOVOS PARTICIPANTES
> 2 a 6 de Julho das 10h às 12h30 <
Escola de dança Pró-Dança (Santos)
PARTICIPANTES DE WORKSHOPS ANTERIORES
> 3 a 7 de Julho das 16h às 19h <
Escola Superior de Dança (Bairro Alto, workshop dia 3 a 6) &
São Luiz Teatro Municipal (Chiado, apresentação informal dia 7)
PÚBLICO-ALVO
Deficientes visuais (cegos e baixa visão), bailarinos profissionais e/ou estudantes de dança, professores de dança, monitores de instituições ligadas à
deficiência visual, professores do ensino especial, investigadores na área da saúde, músicos e outros interessados.
OBJECTIVO
Procura-se neste workshop a troca de experiências e conhecimentos entre bailarinos profissionais e pessoas com deficiência visual e a exploração de uma nova
linguagem de movimento em conjunto. Através de improvisações e exercícios em conjunto, os grupos irão familiarizar-se com as diferenças através da aproximação ao
movimento de cada um, segundo o método de consciência corporal/dança criado pela formadora. Pretende-se gerar uma percepção ajustada da qualidade de movimento
específica de pessoas com e sem visão.
As aulas de Kjersti baseiam-se na experiência que acumulou a partir da sua própria carreira enquanto bailarina,
professora e coreógrafa desde 1969. O encontro acidental de Kjersti com uma estudante cega em 1987 e a transformação total que se operou no seu corpo e alma como
resultado de um ano de prática de dança inspirou-a a prosseguir este campo especial da dança.
A dado ponto decidiu expandir o seu conhecimento e completou
um grau de Mestrado no Departamento de Educação em Necessidades Especiais da Universidade de Oslo, em 1999. A tese baseava-se num curso de um ano para crianças
cegas e tinha como título: “Poderá a dança ajudar a libertar o corpo e desenvolver a iniciativa em crianças cegas?” Os efeitos da dança e trabalho do movimento
com crianças cegas provou que o conhecimento do corpo, capacidade de controlá-lo e jogar com ele parecia acordar a criança congenitamente cega. Os seus conceitos
base e ferramentas de análise durante o Mestrado foram trabalho de chão e progressiva emancipação do mesmo, variação na expressão corporal e iniciativa. Estes
conceitos são presentemente a base do seu trabalho com pessoas cegas e com visão. Kjersti entende que quando a pessoa cega consegue entrar em contacto com o chão
e começar a confiar na segurança deste suporte, enche-se de ânimo. Introduz depois o contacto e a improvisação. Com conhecimento consolidado também na área da
música, a coreógrafa introduz algumas canções populares (folk), canções de embalar e outras em diferentes línguas. Trabalha individualmente, em pares e em grupos.
O toque e o corpo do par são as ferramentas de composição de um mapa mental do movimento fundamental para a consciência corporal e motivação da iniciativa na
pessoa com deficiência visual.
Descrição do Workshop
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Descarregar ficha de inscrição
aqui.
Evento facebook (para partilhar) aqui.
CONTACTOS
Inscrições, dúvidas, sugestões, agendamento de workshops com Ana Rita Barata - Associação Vo’Arte
Tel: 213932410 | Tlm: 914040471
E-mail: info@voarte.com (Clara Antunes)
Morada: Rua S. Domingos à Lapa, 8N 1200-835 Lisboa
Site: www.fragiledance.com | www.voarte.com
(brevemente)
No próximo dia 27 de Junho (4ª - feira) venha conhecer a nossa sala de exposição! Venha conhecer o trabalho que desenvolvemos nas áreas da
acessibilidade física e digital.
Destinado a profissionais da área da saúde, professores e educadores, familiares, alunos e simples curiosos...
Sem necessidade de marcação ou aviso prévio,
basta aparecer! A equipa está disponível, as portas estão abertas... só faltam vocês!
E se nos relatarem com antecedência um caso específico para o qual gostassem de ter algum aconselhamento do ponto de vista das tecnologias da reabilitação faremos
os possíveis para reunir o máximo de informação possível!Para isso basta escrever-nos um email para info@anditec.pt
ANDITEC - Sala de formação/exposição:
Rua Augusto Macedo, 10 - B, Lisboa.
A primeira edição do Mestrado em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas da UTAD entrou em funcionamento em Setembro de 2011. O
plano de estudos do
mestrado da UTAD foi concebido com opções curriculares destinadas a dois perfis de estudantes distintos: licenciados neste curso e licenciados em outros cursos de
Engenharia ou áreas afins (áreas com componente tecnológica).
A UTAD formou os primeiros licenciados da Europa em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas em Julho de 2010. Actualmente só existem duas Licenciaturas desta
natureza na Europa. A segunda foi criada em 2009 na
Universidade de Coventry (Reino Unido).
Acessibilidade dos estádios para o
Mundial e os Jogos Olímpicos
Gazeta Press
11/06/2012
A
dois anos da Copa do Mundo de 2014, está sendo realizado o Copa for All, primeiro debate brasileiro com foco na acessibilidade
do País tanto no Mundial quanto nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. O evento acontece em São Paulo, entre os dias 11 e 13
de junho, e conta com a presença de arquitetos projetistas das arenas, especialistas em mobilidade urbana e aeroportos, profissionais da área jurídica e
autoridades públicas e lideranças políticas como o deputado Romário.
“Escolhemos o tema porque ainda não conhecemos os projetos de acessibilidade relacionados às arenas, aos hotéis, aos aeroportos e outros equipamentos que estão
sendo preparados para os megaeventos”, destaca Rodrigo Prada, um dos organizadores do encontro.
Um serviço de apoio é recomendado pela FIFA, para que todas as pessoas com deficiência possam ser atendidas. Mapas táteis do estádio, sinalização em Braille e
pisos táteis são itens importantes para quem tem deficiência visual. Para atendimento de pessoas com deficiência auditiva, é importante contar com profissionais
treinados para interpretar a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que apesar de ser utilizada somente no Brasil possui semelhanças com outras línguas
estrangeiras de sinais.
“A FIFA reforça as orientações quanto à segurança nos estádios, como procedimentos e equipamentos para evacuação do local em caso de emergência. Porém, a entidade
que organiza o Mundial não especifica, por exemplo, qual o número de lugares destinados a pessoas com deficiência, deixando a critério da legislação do país esta
definição”, completa Prada.
De acordo com o turismólogo e cadeirante Ricardo Shimosakai, um dos palestrantes do evento, o essencial para pessoas com deficiência física em um estádio de
futebol são rampas ou elevadores, dependendo da estrutura arquitetônica, instalações sanitárias, circulação com rotas acessíveis e sinalização adequada, além do
espaço onde a pessoa com deficiência física assistirá ao jogo.
Além dos estádios, toda a infraestrutura das cidades também será pensada sob a ótica da acessibilidade, como a de transportes aéreo e rodoviário, hotelaria,
informação, além da visitação turística nos pontos importante de cada cidade-sede.
Conforme vem sucedendo ao longo dos últimos anos, a Cambridge School, em parceria com a ACAPO, oferece seis cursos intensivos de verão
de inglês, francês e alemão, numa das escolas deste Instituto, presente nas cidades de Almada, Coimbra, Funchal, Lisboa e Porto.
Os cursos decorrem durante 20 dias úteis nos meses de julho (2 a 27), agosto (1 a 29) e setembro (3 a 28), sendo os horários definidos conforme o nível e a escola
frequentada. As aulas irão decorrer de segunda a sexta-feira, no total de duas horas diárias de estudo.
Serão aceites as primeiras seis candidaturas de
associados efetivos, com quotas em dia, que tenham concluído comprovadamente o 12.º ano e que possuam autonomia na leitura e escrita em sala de aula. Será
dada ainda prioridade aos associados que não tenham participado em quaisquer cursos de línguas estrangeiras realizados anteriormente ao abrigo de protocolos
estabelecidos com a ACAPO.
Os associados que pretendam apresentar a sua candidatura deverão contactar Maria do Rosário Cunha, a partir das 10h00 do dia
11 de junho, exclusivamente através do telefone 213 244 528. As inscrições estarão abertas até ao preenchimento total das vagas.
App para iPhone e iPad usa dados
do Foursquare para ajudar cegos
Techtudo.com.br
4 Junho 2012
Para quem duvidava da utilidade do Foursquare, um novo aplicativo que se baseia na tecnologia do site acaba com as desconfianças de qualquer um: ele atua como um
guia para pessoas cegas, integrando o VoiceOver nativo da Apple ao serviço da rede social. Chamado de BlindSquare, o programa lê informações sobre os locais mais
próximos e reproduz possíveis endereços e detalhes por áudio aos usuários com deficiência visual.
Desenvolvido em apenas seis meses, o app é um misto de tecnologia de GPS, realidade aumentada e auxiliar por voz. Segundo o seu
criador, o finlandês Ikka Pirttimaa, o programa é um companheiro e tanto para os cegos. Ele custa US$ 14,99 (cerca de R$ 30) na App Store e, de acordo com os
responsáveis, o alto preço é devido à utilização da tecnologia que traduz o texto para voz.
“O usuário usa o app quando precisa de ajuda. O BlindSquare ajuda a criar um mapa com informações sobre as ruas e os locais próximos, como restaurantes, cafés,
etc. Ele não somente mostra estes detalhes como também lhe ajuda a sentir o que está perto de você”, explica Ikka em entrevista ao site Mashable.
Pirttimaa explica, com uma situação bem prática, para que o BlindSquare pode servir. O desenvolvedor destaca o app como um ótimo auxiliar nos transportes
públicos, nos quais normalmente quem tem deficiência visual para dificuldades de se localizar. “Quando um cego anda de ônibus, muitas vezes não sabe onde descer.
Agora, ele pode ouvir as dicas pelo smartphone e saber exatamente em qual local se encontra”, completa.
O aplicativo está disponível mundialmente, em todos os locais onde funciona o Foursquare. E ele também permite que os cegos façam check-in em seus lugares
favoritos. Para isso, basta agitar o dispositivo móvel quando ouvir o nome da rua onde a pessoa se encontra. Caso você tenha se interessado e esteja pensando em
fazer o download o app, há também um guia disponível na Internet detalhando cada função do programa (em inglês).
Jogos Matemáticos adaptados à baixa
visão e cegueira entre Portugal e o Brasil
Esta iniciativa inédita consiste na realização, através de videoconferência, de torneios de jogos matemáticos adaptados à baixa visão e
cegueira entre crianças e jovens portugueses e brasileiros.
A Dra. Carlota Dias, Mestre em Matemática e Especialista em Educação Especial-Domínio
Visual, desenvolveu, a nível nacional e durante os últimos três anos, os protótipos adaptados dos jogos, coordenou a participação dos alunos com baixa visão e
cegueira no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos e procedeu à sua divulgação junto do Instituto Paranaense de Cegos (IPC), em Curitiba (Brasil). Assim, estes
jogos, que até setembro integraram apenas o Campeonato Nacional, passaram o Atlântico.
Com a divulgação destes jogos específicos, assistiu-se a um eclodir de interesses partilhados pelos alunos da Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de
Matias Aires (ESMA) de Sintra e os alunos do Instituto Paranaense de Cegos. Os torneios foram realizados através de várias sessões de videoconferência entre a
ESMA (Sintra) e o IPC (Curitiba), algo que começou como uma experiência, cresceu e ganhou contornos que não poderiam nunca ser ignorados.
Assim, perante a importância que este projeto alcançou, o Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva será palco, no próximo dia 11 de junho, pelas 16 h30m, do
torneio final dos jogos matemáticos adaptados à baixa visão e cegueira, entre Portugal e Brasil.
Dado o carácter experimental e inovador desta iniciativa
verdadeiramente inclusiva, não podíamos deixar de a divulgar, para que, futuramente, possa ser alargada e implementada em mais escolas e, quem sabe, em mais
países, sempre com um único objectivo: a inclusão de crianças e jovens com baixa visão e cegueira no mundo da matemática e dos jogos.
Madalena Ribeiro - Equipa Acessibilidades
Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Tel: + 351 21 891 71 09 www.cienciaviva.pt www.pavconhecimento.pt
38º 45' 44.9'' N | 9º 05' 43.1'' W
Uma equipa espanhola desenvolveu uma espécie de "óculos" com o objetivo de facilitar a vida de quem tem limitações de visão como é o caso do glaucoma, que afeta
as células da retina. O dispositivo determina a distância a que os objetos estão e o seu contorno, permitindo ao utilizador saber o que o rodeia.
"O sistema
deteta objetos e pessoas que se movem dentro do campo visual e dá todas as informações que alguém sem problemas teria ao seu dispor", explicou Ricardo Vergaz, um
dos responsáveis pela investigação, citado pelo portal Phys.org. De acordo com o especialista, "a informação relativa à profundidade é a que é mais falta àqueles
que necessitam deste tipo de equipamento tecnológico".
Para combater esta dificuldade, os investigadores da Universidade Carlos III de Madrid criaram um algoritmo que permite calcular a distância a que estão os
objetos e informar o utilizador em tempo real através de dois microecrãs. Além disso, o contorno dos elementos é destacado nesses microecrãs, com cores que variam
consoante a distância a que estão.
O equipamento, que ainda está em fase de protótipo, foi desenvolvido com recurso a um dispositivo HMD, um "capacete" de realidade virtual que inclui duas câmaras
às quais foi ligado um pequeno computador. O computador processa as imagens e, no mesmo momento, transmite os dados recolhidos.
Atualmente, a invenção está a ser testada em colaboração com o Instituto de Oftalmologia Aplicada (IOBA) da Universidade de Valladolid, onde estão a ser levados a
cabo ensaios clínicos com vista a apurar a validade e aplicabilidade do dispositivo.
"Depois de testar o equipamento numa amostra representativa de pacientes que poderiam beneficiar dele, o IOBA vai informar-nos dos resultados obtidos no final
deste ano. Isso vai permitir-nos avaliar o seu sucesso e melhorá-lo", adiantou Vergaz, salientando que o objetivo final da equipa é melhorar a ergonomia do
produto, tornando-o confortável para o utilizador.
Segundo os especialistas espanhóis, o sistema poderá ter grande utilidade para quem sofre com patologias que não produzem cegueira total, mas limitam fortemente a
visão. Só em Espanha, há centenas de milhares de pessoas afetadas com este tipo de problema e outras tantas que têm, em maior ou menor grau, probabilidade de vir
a desenvolvê-los.
A Vo'Arte, em parceria com a ACAPO, encontra-se a organizar o 3.º ciclo de workshops de dança/movimento inclusivo, destinado a pessoas com deficiência visual,
bailarinos e técnicos.
Conforme sucedeu no passado, o workshop será orientado pela coreógrafa norueguesa Kjersti Engebrigtsen, tendo por finalidade
despertar os sentidos por meio da dança e proporcionar uma interação entre pessoas com e sem deficiência.
A iniciativa irá decorrer entre os dias 2 e 6
de julho, entre as 10h00 e as 12h30, em local ainda a definir, estando abertas inscrições para nove pessoas com deficiência visual. De referir que os
participantes das sessões anteriores poderão voltar a inscrever-se.
No dia 7 de julho, num evento a ter lugar no Jardim de Inverno do São Luiz Teatro
Municipal, alguns dos participantes dos workshops anteriores farão uma apresentação informal do trabalho desenvolvido, altura em que a coreógrafa ministrará uma
masterclass sobre o projeto, dirigida ao público em geral. Em breve a ACAPO disponibilizará mais informações sobre esta iniciativa através dos canais de
comunicação habituais.
Para obter mais informações contacte o Departamento de Relações Externas a partir do dia 11 de Junho de 2012 através do telefone
213244500 ou do e-mail rp.dn@acapo.pt.
"O Céu nas tuas Mãos"
Astronomia Táctil em Espinho:
Exposição e Sessão de Planetário
A Fundação Navegar, com o apoio da “Ciência Viva” e da “ACAPO”, estreia a 26 de Maio
às 16 horas “O Céu nas Tuas Mãos”, um projeto que visa levar a Astronomia a um público mais alargado, incluindo cegos e pessoas com baixa visão.
É
composto por uma sessão de planetário e uma exposição versando os mais diversos e fascinantes objetos que podemos encontrar no céu noturno.
Toda a
informação transmitida (através de imagem e som)é complementada com um equivalente táctil, de forma a permitir aos visitantes cegos e com baixa visão percecionar
as constelações e objetos presentes na esfera celeste, que de outro modo lhes seriam inacessíveis. A informação, quer sob a forma de uma semiesfera táctil no
planetário, quer através de imagens em relevo na exposição, permite tornar esta atividade acessível a todos, numa experiência original a não perder.
Este é
um projeto da Fundação Navegar em colaboração com a “Ciência Viva”, o “Pavilhão do Conhecimento” e a “ACAPO”. Resulta ainda de uma colaboração internacional entre
a “Associação Astrónomos Sem Fronteiras” e o “Observatório Astronómico de Valência”. As imagens foram adaptadas com base em imagens do Telescópio Espacial Hubble,
Tactile Astronomy, FETTU e muitas outras.
Sessão de Planetário
Planetário do Centro Multimeios de Espinho Em exibição de 26 de Maio a 30 de Setembro 2012
Domingos e Feriados às 16h
A sessão de planetário “O Céu nas tuas Mãos”, adaptada a nível internacional pela “Associação
Astrónomos Sem Fronteiras” e o “Observatório Astronómico de Valência”, é para todos e está agora disponível em português. Composta por uma componente táctil com
uma semiesfera, onde os participantes podem sentir as formas das constelações e acompanhar a história através da componente sonora. Um equivalente visual será
projectado na cúpula do planetário, tornando esta experiência acessível a todos.
Exposição
Foyer do Centro Multimeios de
Espinho
De26 de Maio a 26 de Junho 2012
De Terça a Sexta-Feira das 10h às 22h
Sábados, Domingos e Feriados das 14h às 22h.
A exposição conta com cerca de 20 imagens provenientes de telescópios de todo o mundo. As imagens foram transformadas de forma a destacar
em relevo as diferentes e mais importantes características dos objetos celestes, de outra forma não percecionadas pelo tato.
Conta ainda com uma Lua em
relevo e a 3 dimensões, na qual se pode deslumbrar com as crateras e mares do nosso satélite natural.
Contacto: Madalena Ribeiro
Equipa Acessibilidades
Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Alameda dos Oceanos Lote 2.10.01
1990-223 Lisboa, Portugal
Tel: + 351 21 891 71 09
Sim, leste bem. Este rapaz de 29 anos, nascido na Irlanda do Norte e criado na Catalunha, tornou-se no
primeiro homem reconhecido por um país como organismo cibernético
Neil Harbisson viveu uma “infância confusa”. A sua incapacidade de distinguir as cores suscitou vários diagnósticos, desde o daltonismo a dificuldades de
aprendizagem, até que, aos 11 anos, se percebeu que Neil padecia de acromatopsia, doença que lhe permite ver o mundo apenas a preto e branco.
Em 2003, altura em que frequentava o Dartington College of Arts, decidiu assistir a uma palestra sobre cibernética que transformou a sua vida. Falava-se de
ampliar os sentidos, “perceber por que é que a cor influencia tanto as pessoas” - o que não podia ir mais ao encontro do desejo de Neil Harbisson, de 29 anos.
Do diálogo com o palestrante, Adam Montandon, surgiu a ideia de criar o "eyeborg" – fusão das palavras "eye" (olho) e "cyborg" (organismo cibernético) –,
dispositivo electrónico que abriu caminho à metamorfose cromática na vida de Neil Harbisson. O aparelho, agora na versão simplificada, “tem um sensor, atrás da
cabeça, que recebe as frequências de luz e transforma-as em frequências sonoras”, explica ao P3. A captação da cor fica a cargo de uma câmara, situada acima da
testa e, depois, possibilita que Neil recorra aos "ossos – do crânio – para ouvir as cores”.
Adaptação à vida de "cyborg"
A adaptação ao "eyeborg"
não foi fácil. “Demorei cinco semanas a habituar-me aos sons das cores”, mas, passado algum tempo, “a informação tornou-se percepção e, mais tarde, em sensação”,
conta. Assim, acabaram episódios insólitos do quotidiano, como “precisar de testar ambas as torneiras para ver qual corresponde à água quente e à fria”. Sobraram
outros, nomeadamente quando ouve música electrónica e as suas frequências sonoras se misturam com as emitidas pelas cores, daí a vontade de “pôr o 'eyeborg'
debaixo do couro cabeludo para diferenciar melhor os sons visuais dos sons auditivos.”
O mais mediático de todos os acontecimentos ocorreu em 2004, quando o Reino Unido reconheceu a prótese como parte do seu corpo. À data, Neil Harbisson viu negada
a renovação do passaporte britânico por se apresentar na fotografia com equipamento electrónico. Entretanto, gerou-se um movimento de apoio, com os amigos,
médicos e responsáveis da faculdade a reforçarem que Neil necessitava do "eyeborg" no dia-a-dia.
“Justifiquei que não era equipamento electrónico e que se tinha tornado parte do meu corpo”, uma compensação da sua condição visual. Sim, porque Neil não se lhe
chama deficiência ou doença, mas antes sonocromatismo ou sonocromatopsia. “Deficiência é o que as pessoas sentem, não o que têm. Algumas pessoas são esquerdinas e
sentem-se incapazes porque o mundo é feito para os destros”, justifica.
Para Neil, a associação cultural das cores é bem diferente. “O vermelho é a cor mais pacífica e indiferente, porque tem a frequência mais baixa. A cor mais
violenta é o violeta, por ter a frequência sonora mais alta”, conta.
Além de possibilitar a percepção da cor – e de uma forma mais apurada, pois Neil recebe as três propriedades separadamente: o tom através de uma nota, a luz pelos
olhos e a saturação pelo volume dos sons -, o "eyeborg" alargou o seu potencial de expressão artística.
O dispositivo deu a Neil a hipótese de fundir as
suas grandes paixões: música e artes plásticas. Dedica-se agora à criação de retratos sonoros, composições em que converte as cores da face em música, e Color
Scores, onde transforma as 100 primeiras notas de grandes obras musicais em pinturas. Por isso, “agora não há diferença entre artes e música”.
Para a grande maioria dos brasileiros, pegar o telefone e discar o número que nos interessa é algo muito simples. Você já parou para imaginar, porém, quais são as
dificuldades que dificultam a vida de uma pessoa com deficiência visual?
Exatamente para acabar com este tipo de situação, a Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) deverá apresentar as regras para que sejam lançados celulares com acessibilidade especial.
A decisão partiu da 17.ª Vara Federal Cível de
São Paulo, atendendo ao pedido feito pelo procurador Jéferson Aparecido Dias, segundo o qual não há condições para o uso, por parte de quem sofre com deficiência
visual.
Sem qualquer acordo, Jéferson, que representa a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, conseguiu que a Justiça estipule um prazo de 120
dias para que as regras sejam definidas e, posteriormente, adotadas pelas empresas do setor.
O bastonário dos médicos defendeu hoje que só os interesses comerciais das farmacêuticas justificam que o medicamento Avastin continue sem
aprovação do regulador para uso oftalmológico e diz que isso custa dezenas de milhões de euros.
"Não tem aprovação, porque o laboratório não quer submeter
[o Avastin a] essa aprovação, por uma questão de interesse comercial, prefere vender o medicamento mais caro do que vender o mais barato", declarou à Lusa José
Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos.
Na base da alegada guerra farmacêutica, explicou o bastonário, estão dois medicamentos do mesmo laboratório: o Lucentis, aprovado em Portugal pelo regulador do
medicamento -- o Infarmed - para o tratamento da patologia oftalmológica degenerescência macular da idade (DMI), e o Avastin, aprovado para uso oncológico, e sem
autorização do regulador para uso oftalmológico, mas recorrentemente utilizado pelos médicos para tratamentos aos olhos.
No entanto, explicou o bastonário,
apesar da falta da autorização do regulador, a prescrição do Avastin para tratamentos oftalmológicos suporta-se num parecer da Ordem dos Médicos emitido no ano
passado, com base em avaliações positivas do Consultivo da Política do Medicamento e do Colégio de Oftalmologia, que, por sua vez, se basearam num estudo
científico norte-americano financiado por uma entidade pública, "e não pelo laboratório, que não estava interessado no estudo".
"Não há justificação para
não ser utilizado o Avastin em vez do Lucentis. As duas moléculas mostraram efeitos semelhantes para essas indicações ao fim de dois anos num estudo científico",
referiu o bastonário.
Segundo adianta, isso "seria mais que suficiente para o Avastin ter uma aprovação pelas entidades reguladoras para a utilização em
oftalmologia", mas "o laboratório detentor das duas moléculas não está interessado em obter essa aprovação, porque o Lucentis é muitíssimo mais caro que o Avastin".
A diferença de preços entre o Avastin e o Lucentis "é abissal", diz José Manuel Silva, que estima que por cada dois mil euros gastos com tratamentos com
Lucentis se pode gastar apenas 50 euros se a opção for o Avastin.
Já em dezembro a Lusa tinha noticiado que os médicos do Hospital de São João foram
impedidos de receitar Lucentis por ser mais caro do que o Avastin, receitado para o cancro, mas usado na visão.
Esta orientação hospitalar, a que a Lusa
teve acesso, data de 02 de maio de 2011 e opta por um medicamento que, em 2009, esteve envolvido na polémica do acidente que conduziu à cegueira de seis doentes
no Hospital de Santa Maria, o bevacizumad (substância ativa), cujo nome comercial é Avastin.
O Avastin tem autorização terapêutica na área oncológica, mas é
usado nos serviços oftalmológicos, em uso 'off-label', que significa que é utilizado para uma finalidade para a qual não tem uma autorização formal por parte da
entidade reguladora.
O bastonário dos médicos esclareceu hoje que, apesar da ausência de uma autorização formal por parte do regulador, a utilização
'off-label' é uma "prática corrente, normal e ética" por parte dos médicos.
"A utilização de medicamentos 'off-label' é uma prática comum na medicina, se
não o fizéssemos quase não exercíamos medicina, porque não é possível estudar tudo com os estudos clássicos. Portanto, fazem-se extrapolações de benefícios quando
há fundamentação para isso", adiantou.
MUSEU NACIONAL DE MACHADO DE CASTRO
Largo Dr. José Rodrigues
COIMBRA
18 de Maio 2012
10H00 - Abertura da Feira do Livro
10H30 - Rede de Museus | Reunião preparatória (restrita aos Museus de Coimbra)
11H00 - Visita dramatizada | Projecto ‘Construa pontes não barreiras’ | APPACDM - grupo de expressão dramática ‘Brinkasério’
15H00 - 17H00 - Apresentação ‘Acessibilidades e Inclusão no MNMC | Novos desafios, novas inspirações’
15H00 - Projecto Linguagem gestual
15H30 - ‘EU no musEU’ Projecto com a APDC
16H00 - ‘Construa pontes não barreiras’ Projecto com a APPACDM
16H30 - ‘Tateando o Museu’ Projecto com a ACAPO
17H00 - Momento musical | don’t kill the drummer trio: Voz: Mariana Keating | Guitarra: Alexandre Jesus | Contrabaixo:João Valença
19 de Maio 2012 18H00 - Apontamento Musical| JACC - Contrabaixo: José Miguel, Viola d’arco: João Camões
19H00 - Visita dramatizada ‘ConSentidos no Museu’
21H00 - Teatro de Sombras ‘Criptopórtico de Aeminium’ | 1ª sessão:
21H30 - Teatro de Sombras ‘Criptopórtico de Aeminium’ | 2ª sessão:
22H00 - Museu em Estado de Sítio - Apresentação Combos Jazz Sítio Sons
24H00 - Ceia ‘ConSentidos no Museu’
A Câmara
Municipal de Viana do Castelo e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) assinaram um protocolo para criar um Serviço de Informação e Mediação para Pessoas
com Deficiência, a localizar na Villa Rosa.
O novo serviço pretende fazer o atendimento qualificado dos munícipes com deficiências ou incapacidade e respectivas famílias, bem como dos técnicos de
reabilitação e instituições que desenvolvem qualquer tipo de actividade neste domínio (reabilitação e participação), assegurando-lhes uma informação integrada
sobre os direitos e benefícios e recursos existentes para a resolução dos problemas colocados.
Outras das responsabilidades são proceder ao seu correcto encaminhamento e desenvolver uma função de mediação junto dos serviços públicos e entidades privadas
responsáveis pela resolução dos seus problemas que seja facilitadora da sua intervenção junto destes utentes; desenvolver e valorizar as parcerias locais que
permitam articular soluções de atendimento mais eficazes e recolher informação que permita produzir diagnósticos de caracterização local das pessoas com
deficiência ou incapacidade, identificar os principais problemas existentes e promover soluções adequadas.
Para o presidente da Câmara, o protocolo é um passo importante para optimizar os serviços já prestados aos cidadãos com deficiência, tendo o presidente do INIR
sublinhado que este novo serviço se “apresenta como uma referência local e nacional”, sendo já o 41.º a entrar em funcionamento no país.
Nota do Gabinete de Imprensa da
CM de Viana do Castelo
Concurso para o "Cartaz 3 de Dezembro de 2012
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência"
O Instituto Nacional para a Reabilitação, IP, lançou a 5.ª edição do concurso "Cartaz 3 de Dezembro - Dia
Internacional das Pessoas com Deficiência", no valor de 500 euros.
Este concurso tem por objectivo premiar o trabalho gráfico que melhor represente a
mensagem subjacente à comemoração deste dia, nomeadamente celebrar os direitos humanos das pessoas com deficiência e sensibilizar a sociedade para combater os
preconceitos e os obstáculos que impedem estes cidadãos de exercer os seus direitos e participar activamente em todos os aspectos da vida política, social,
económica, cultural e artística.
Com esta iniciativa pretende-se igualmente envolver todos os cidadãos, de todas as idades, em grupo ou individualmente, na
sensibilização para os direitos da igualdade de oportunidades e não-discriminação das pessoas com deficiência.
O cartaz vencedor servirá para promover a campanha relativa à comemoração, a nível nacional, do dia 3 de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
A entrega dos trabalhos decorre até dia 2 de Julho de 2012.
Investigadores constataram um aumento alarmante dos níveis de miopia em estudantes asiáticos. Num artigo
publicado na revista científica The Lancet, os cientistas observaram que cerca de 90% dos jovens adultos sofre deste problema oftalmológico.A forte pressão para
obter resultados na China, Japão e noutros países asiáticos pode estar a ter custos elevados. Os cientistas verificaram que o excesso de estudo aliado à
falta de exposição solar estão a danificar os olhos de nove em cada 10 estudantes. O mais grave é que um em cada cinco corre o risco de cegueira.
De
acordo com os peritos, jovens adultos necessitam de pelo menos três horas de exposição à luz natural. A teoria é reforçada pelo líder do estudo, Ian Morgan.
Para o especialista, esta situação verifica-se particularmente na Ásia devido à pressão para obter sucesso escolar e os dias dos estudantes são planeados de
forma a minimizar o tempo que despendem no exterior.
Segundo os cientistas, o factor genético, há muito considerado um dos mais importantes para se sofrer
de miopia, não é tão fulcral quanto o ambiental. Destacam a situação de Singapura, um país com vários grupos étnicos e em que todos eles sofrem de elevados níveis
de miopia.
Os autores do estudo consideram que as políticas educacionais deveriam considerar o tempo despendido no exterior como forma de colmatar o
agravamento dos casos de miopia por toda a Ásia.
O aumento do nível de polinização que se tem verificado nos últimos dias levou a um aumento das queixas de sintomas
alérgicos, nomeadamente a nível ocular. As conjuntivites alérgicas, que atingem 30% da população portuguesa, em especial a camada mais jovem, podem ser tratadas
mas sobretudo prevenidas, evitando o contacto com os elementos que provocam a alergia (alergénios).
Ana Paula Sousa, oftalmologista e membro da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) explica que «a conjuntivite alérgica é uma doença inflamatória da
superfície ocular externa, muitas vezes recorrente, que se manifesta através de prurido e sensação de ardor nos olhos, lacrimejo, olhos vermelhos, fotofobia e
edema (inchaço) da conjuntiva e das pálpebras».
A conjuntivite pode também ter origem infecciosa, quando é provocada por vírus ou bactérias mas distingue-se da patologia alérgica porque, segundo a especialista,
na primeira predominam as secreções mucopurulentas ou sero-mucosas, contrastando com a lágrima límpida das conjuntivites alérgicas.
Além disso a alergia manifesta-se nos dois olhos, enquanto a conjuntivite infecciosa pode manifestar-se num dos olhos, estado normalmente associada a sintomas de
infecção respiratória alta e a inflamação do gânglio pré-auricular ou submandibular.
A oftalmologista realça ainda que a conjuntivite alérgica é muitas vezes acompanhada de sintomas nasais de rinite (rinoconjuntivite alérgica) e manifesta-se em
cerca de 70% dos doentes com rinite alérgica. Os seus sintomas agravam-se nesta altura do ano em que há uma grande quantidade de pólenes no ar (gramíneas,
oliveira e parietária, que são os mais comuns entre nós), caso se trate de conjuntivite alérgica com carácter sazonal.
Na sua forma com carácter persistente (perene), a conjuntivite alérgica está relacionada com outro tipo de alergénios, como os ácaros do pó da casa e os epitélios
de animais domésticos (gato e cão).
Para tratar a conjuntivite alérgica são utilizados anti-histamínicos tópicos de acção rápida e dupla, eficazes no alívio imediato dos sintomas e previnem a
libertação de mediadores inflamatórios. Os corticosteróides tópicos são também eficazes, mas a sua utilização deve ponderada e essencialmente monitorizada por
oftalmologista, explica Ana Paula Sousa.
Mas, segundo a especialista, «tal como acontece com outras manifestações alérgicas deve prevenir-se o desencadear ou o agravamento da alergia ocular evitando a
exposição aos alergénios».
Assim, na época polínica, que no nosso país se estende de Março a Julho (dependendo do alergénio em causa), deve evitar-se andar ao ar livre nas primeiras horas
da manhã, altura em que há maior polinização, em dias ventosos, quentes e secos e em espaços relvado.
Outra medida aconselhável será o uso de óculos
escuros, com 100% de filtro UV. Nas situações de conjuntivites alérgicas na sua forma perene é fundamental evitar a acumulação de pó em casa e a proliferação de
ácaros domésticos, cujo crescimento é facilitado pelo calor e pela humidade.
A ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal – apresenta o projeto CASA – Connosco Aprenda a Ser Autónomo – vencedor de
uma menção honrosa da 1.ª edição do Prémio BPI Capacitar.
O evento terá lugar no próximo dia 10 de Maio, quinta-feira, e contará com as presenças de representantes da Câmara Municipal da Amadora e do Instituto Nacional
para Reabilitação e da Vice-presidente da Direção Nacional da ACAPO, Graça Gerardo e do Presidente da Delegação de Lisboa da ACAPO, João Moniz.
O projeto CASA constitui-se como um Centro de Recursos Integrado que vai funcionar num apartamento, localizado no Concelho da Amadora (Damaia), cujas respostas,
nomeadamente o treino de atividades da vida diária (AVD's) e estimulação sensorial, serão desenvolvidas com o objetivo de minimizar o impacto da perda de visão.
Esta estrutura, onde irá atuar uma equipa multidisciplinar constituída por técnicos das áreas de serviço social, psicologia, orientação e mobilidade, braille ou
desporto, foi projetada a pensar num grupo heterógeno de pessoas com deficiência visual (adquirida ou congénita) de todas as faixas etárias e estratos sociais e
suas famílias.
A par dos já inaugurados Centros de AVD’s de Coimbra e Viseu, o projeto CASA da Delegação de Lisboa da ACAPO visa apoiar o processo de habilitação e reabilitação
dos utentes com deficiência visual promovendo a sua autonomia e empowerment e consequentemente a sua plena integração e participação na sociedade.
Contratação e integração de
trabalhadores sujeitos a regime especial
Cláudia Torres e Alzira Duarte
Embora a Lei
preveja a não discriminação de trabalhadores com deficiência ou com capacidade de trabalho reduzida, estas são frequentemente confrontadas com barreiras
limitativas à sua integração
Ao falar-se em barreiras facilmente se evocam limitações e obstáculos físicos, mas existem outras barreiras, igualmente, limitativas para o indivíduo e talvez
mais difíceis de corrigir como é o caso, por exemplo, de barreiras culturais e de estereótipos motivadores de condutas discriminatórias e de preconceitos.
Neste âmbito, embora a Lei preveja a não discriminação, nomeadamente, de trabalhadores com deficiência ou com capacidade de trabalho reduzida, estas pessoas são,
frequentemente, confrontadas com barreiras limitativas da sua plena integração na sociedade.
Nos termos da Lei [Lei n.º 38/2004, de 18 de Agosto, que define as bases gerais do regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da
pessoa com deficiência], poder-se-á considerar "pessoa com deficiência aquela que, por motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de funções ou de
estruturas do corpo, incluindo as funções psicológicas, apresente dificuldades específicas susceptíveis de, em conjugação com os factores do meio, lhe limitar ou
dificultar a actividade e a participação em condições de igualdade com as demais pessoas".
Embora o Código do Trabalho [Aprovado pela Lei n.º 07/2009, de 12 de Fevereiro, com a redacção dada pela declaração de rectificação n.º 21/2009, de 18 de Março,
pela Lei n.º 105/2009, de 14 de Setembro e pela Lei n.º 53/2011, de 14 de Outubro] estabeleça regimes específicos para o trabalhador com deficiência e para o
trabalhador com capacidade reduzida sem distinguir estes dois conceitos de forma clara e remetendo para legislação complementar, a verdade é que existem
pressupostos e princípios comuns que reclamam reflexão.
Muitas vezes, por falha de informação ou algum mal-entendido, a integração de pessoas com deficiência ou com capacidade reduzida no mercado de trabalho é
entendida como um acto de complacência ou mero cumprimento de deveres legalmente impostos, como é o caso, por exemplo, do dever estabelecido na Lei n.º 38/2004,
de 18 de Agosto que determina que as empresas do sector privado devem, tendo em conta a sua dimensão, contratar pessoas com deficiência, mediante contrato de
trabalho ou de prestação de serviço, em número até 2% do total de trabalhadores. Existem regras específicas previstas neste diploma legal para o sector público. A
tendência é, assim, para esquecer as verdadeiras capacidades e necessidades do indivíduo.
Apesar das potenciais limitações que a sua condição impõe, estes indivíduos estando em idade activa reúnem, frequentemente, condições mais do que suficientes para
integrarem o mercado de trabalho. [...]
Assim, de forma a potenciar a contratação de pessoa com deficiência por tempo indeterminado (ou seja através de contrato de trabalho sem termo), prevê-se uma
redução da taxa contributiva a pagar à Segurança Social por esse trabalhador. Porém, tal redução apenas se aplica se se tratar de trabalhador com capacidade para
o trabalho inferior a 80% da capacidade normal exigida a um trabalhador não deficiente no desempenho das mesmas funções.
O empregador terá de ter a sua situação contributiva regularizada para poder ter direito à redução da taxa contributiva, isto é para poder passar a pagar 11,9%
sobre as remunerações do trabalhador enquanto durar o contrato de trabalho. Por sua vez, o trabalhador passará a pagar 11%, valor entregue pelo empregador. Tais
montantes perfazem uma taxa contributiva no valor total de 22,9%.
A redução da taxa contributiva não é automática, encontrando-se sujeita à apresentação de pedido prévio nesse sentido e entrega de vários documentos à Segurança
Social, nomeadamente declaração médica comprovativa de situação de deficiência e cópia autenticada do contrato de trabalho sem termo.
Resulta evidente do exposto a necessidade de uma maior consciencialização de direitos e deveres recíprocos e que trabalhadores com deficiência ou com capacidade
de trabalho reduzida não poderão ser objecto de tratamento menos favorável do que os demais trabalhadores de uma qualquer organização apesar das especificidades
legalmente estabelecidas, como por exemplo a possibilidade de dispensa da prestação de trabalho em determinados horários sempre que a mesma se revele prejudicial
à segurança ou saúde de trabalhador com deficiência.
TOME NOTA
Os recursos humanos devem estar especialmente atentos ao apoio na colocação e pós-colocação de trabalhadores.
Uma correcta integração de trabalhadores com deficiência ou com capacidade de trabalho reduzida vai para além dos deveres do empregador em
facilitar o emprego e proporcionar adequadas condições de trabalho.
Em todas as relações deverá imperar o princípio da proporcionalidade e adequação.
Redução da taxa contributiva a pagar à Segurança Social por trabalhador com capacidade para o trabalho inferior a 80% da capacidade normal
exigida.
Fátima, Santarém, 30 abr 2012 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima vai oferecer, pelo sétimo ano consecutivo, uma semana de descanso a pais de pessoas com deficiência, que
podem deixar os seus filhos entregues aos cuidados da instituição católica.
“A atividade visa proporcionar um momento de quebra de rotina e de descanso aos pais que cuidam dos seus filhos com deficiência em suas casas ao longo de todo o ano”,
assinala uma nota do Santuário, enviada à Agência ECCLESIA.
Este ano, devido ao “grande número de famílias” que se inscreveu para participar em 2011, a iniciativa foi alargada, decorrendo entre 1 de agosto e 2 de setembro,
ao longo de quatro turnos semanais divididos por escalões etários.
A instituição conta com a colaboração de um grupo de voluntários, coordenados pelo Movimento da Mensagem de Fátima, e as principais atividades realizam-se no Centro de
Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto, instituição dos Silenciosos Operários da Cruz.
À semelhança dos anos anteriores, o Santuário aceita que os pais que assim o desejem possam acompanhar os seus filhos neste período em Fátima.
As inscrições (mmf@fatima.pt) para participação estão abertas e têm como prazo limite o dia 30 de junho.
Fátima acolhe até terça-feira a ‘Peregrinação Fé e Luz 40 anos’, iniciativa que assinala o aniversário do movimento ecuménico dedicado ao cuidado de pessoas com
deficiência intelectual, familiares e amigos, em especial jovens.
O movimento internacional Fé e Luz nasceu na Páscoa de 1971, após uma peregrinação a Lourdes (França), organizada por Jean Vanier e Marie Hélène Mathieu, em resposta ao
apelo de um casal, pais de duas crianças com deficiência intelectual.
Habitar a Escuridão:
ensaio fotográfico sobre a cegueira
Quarta, 02 Maio 2012
Depois de ter estado no Centro Português de Fotografia, no Porto, a exposição Habitar a Escuridão, da autoria de Marco Antonio Cruz, desce
até Lisboa. Este ensaio fotográfico sobre a cegueira no México inaugura hoje às 19h00, na Fundação Champalimaud.
A exposição é composta por 50 fotografias a preto e branco, captadas entre 1977 e 2005, sobre numerosos casos de cegueira, conjugando o testemunho da vida quotidiana dos
invisuais no México com a grande sensibilidade social e artística de um dos maiores fotógrafos documentais do país.
Organizada pela Embaixada do México e pela Casa da América Latina, a exposição Habitar a Escuridão pode ser visitada até 23 de Maio, todos os dias úteis das 08h00 às
20h00
Amanhã, quinta-feira, às 18h30, Marco Antonio Cruz dá uma conferência aberta sobre "a importância da fotografia na vida quotidiana, como documento gráfico intemporal para
a memória das sociedades e seu valor histórico".
No dia 4 de Maio, também às 18h30, o público pode assistir a uma sessão de conversas em torno da exposição, com a participação do autor e de vários outros convidados.
Vídeo - 6 min. - produção de livros
e revistas em braille no ISM
Teresa Mesquita tem 46 anos e há 23 que dedica os dias de trabalho à produção de livros em Braille. No dia do livro, Teresa levou o JPN numa visita guiada pelo
Instituto São Manuel, o único sítio em Portugal onde se editam publicações em Braille. Unindo equipamentos clássicos às novas tecnologias, o instituto produz
livros e revistas, tanto de forma artesanal como de forma informatizada.
Com duas revistas próprias produzidas de forma artesanal, a Poliedro e a Rosa dos Ventos, a instituição mantém um público fiel e estas obras só chegam às mãos dos
leitores através de subscrições e pedidos especiais. De todos os livros é enviada ainda uma cópia para todas as bibliotecas do país, já que nas livrarias não se
encontram livros em Braille.
Apesar de não ter a "sensibilidade" que uma pessoa cega tem para ler os símbolos, Teresa confessa que "não foi difícil" adaptar-se ao Braille. Agora, demora cerca
de quatro dias para produzir uma revista de 50 páginas, enquanto dois dias mal chegam para a edição de um único capítulo de um livro. É um trabalho moroso, mas
que Teresa e a sua equipa fazem com dedicação.
Da tradução à impressão, Bernardino, Paulo, Henrique e Elisabete recolhem folhas, cortam papel, revêem, agrafam edições, manipulam impressoras e desenvolvem um
número imenso de atividades que só a experiência lhes permite realizar com destreza. Teresa, que diz que "escrever em Braille é como tocar piano", por causa da
coordenação exigida, acredita que a "essência do Braille está na produção de livros à maneira antiga" e considera que o seu trabalho "não podia ser mais
cativante", já que está a fazer "algo útil" que a "educa" e é "bom para toda a gente".
Os cegos também leem cada vez menos
Apesar de já terem editado cerca de 12 livros desde setembro do ano passado, Teresa diz que os pedidos têm diminuído. Enquanto as revistas chegam aos mil
exemplares por mês, muitos cegos preferem os livros áudio, que muitas vezes podem descarregar da Internet gratuitamente, aos livros em Braille. Para além da
facilidade em adquiri-los, os livros áudio permitem ao leitor fazer qualquer coisa enquanto os ouve. "É muito mais fácil", diz Teresa, "mas os que começaram a ler
já não param. Ganharam o gosto pela leitura". "A camada mais jovem é que não lê tanto. Por isso, também dá muitos erros. Um cego precisa de ler para conhecer as
palavras", afirma. Até hoje, a saga Harry Potter foi uma das mais vendidas do instituto.
O advogado cego Chen Guangcheng, conhecido ativista chinês dos direitos humanos, conseguiu fugir da prisão domiciliária em que
estava há mais de um ano e meio e dirigiu hoje uma mensagem por Internet ao primeiro-ministro da China.
Chen confirmou a sua fuga, que causou sensação na China, escolhendo um meio inédito para se dirigir diretamente ao chefe do
Governo, tendo como testemunha a vasta comunidade dos internautas.
Um militante dos direitos humanos, Bob Fu, indicou à
agência noticiosa francesa AFP que Chen se encontra num local "100 por cento seguro" em Pequim, mas não pode confirmar os
rumores de que o ativista está na embaixada dos Estados Unidos.
"Ele conseguiu sair no dia 22 de abril e os seus
amigos foram alertados e levaram-no para um lugar mais seguro, fora da sua província de Shandong (leste)", disse Bob Fu, que
reside nos Estados Unidos.
A fuga de Chen Guangcheng e a sua mensagem ao primeiro-ministro representam um embaraço para
o Governo chinês. O chefe do executivo, Wen Jiabao, em visita à Europa, recebe na próxima semana a secretária de Estado
norte-americana, Hillary Clinton, que por diversas vezes levantou o caso de Chen.
"Caro primeiro-ministro Wen, consegui
finalmente escapar, posso provar os rumores que circulam na Internet e que os abusos que sofri são reais", diz o ativista num
vídeo visível no "site" de partilha YouTube.
Chen pede ao chefe do governo que a sua família seja poupada e indica os
nomes de responsáveis locais que maltrataram a sua mulher, a sua filha, a sua mãe e ele próprio desde o final de 2010.
O advogado pede ainda a Wen Jiabao para punir os criminosos e a corrupção "de acordo com a lei".
Chen, que ficou cego
após uma doença infantil, foi libertado da prisão em setembro de 2010 depois de passar mais de quatro anos em reclusão. Foi
então colocado em prisão domiciliária na sua casa de Dongshigu, em Shandong.
Denominado "advogado de pés descalços",
lutou contra as práticas abusivas de esterilização de milhares de mulheres e de abortos tardios e forçados no âmbito da
política do filho único.
Todos os que tentaram aproximar-se de Chen desde 2010, amigos ou jornalistas chineses e
estrangeiros, foram forçados a recuar, por vezes depois de terem sido agredidos por dezenas de homens que impediam o acesso à
sua casa. [Lusa]
Congresso internacional no Vaticano
aborda a Deficiência Visual
Rádio Vaticano
26 de abril de
2012
O Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde promove, nos dias 4 e 5 de maio, um Congresso internacional de estudo sobre o deficiente
visual, intitulado "Rabbúni! Que eu possa ver novamente" (Mc 10, 51).
Este congresso se realiza no âmbito da Fundação "O Bom Samaritano", instituída em
setembro de 2004 pelo Beato João Paulo II, com a finalidade de apoiar economicamente os enfermos mais necessitados, em especial os doentes de AIDS.
O evento
será uma ocasião de aprofundamento sobre temas de prevenção e tratamento da cegueira, segundo as novas perspectivas de estudo e de pesquisa, tendo em conta também
a experiência de métodos tradicionais.
Além disso, será uma ocasião para promover sobretudo o aspecto pastoral em favor dos deficientes visuais, mas também
para encorajar organismos nacionais e internacionais, eclesiais e institucionais, a alcançar um dos objetivos prioritários na luta à cegueira: o acesso
universal e gratuito aos tratamentos.
Na programação do congresso, estão previstas uma análise de como o deficiente visual está representado nas
Sagradas Escrituras e a contribuição de especialistas neste campo médico, com as novidades na prevenção, tratamento e reabilitação.
Outro aspecto importante
do evento será reservado à pastoral e aos projetos eclesiais, com testemunhos provenientes dos cinco continentes. Do Brasil, participará o Bispo de Limeira (SP),
Dom Vilson Dias de Oliveira, que integrará uma mesa-redonda no sábado, dia 5, sobre o empenho eclesial a serviço dos deficientes visuais.
O Instituto Nacional de Reabilitação, I.P., no âmbito das suas competências, realiza em 2012, mais uma edição do
prémio de Inovação Tecnológica Engenheiro Jaime Filipe com o objectivo de:
• Promover o desenvolvimento de projectos de investigação inovadores, de prevenção e promoção de autonomia das pessoas com deficiência, que incluam medidas,
propostas e soluções que facilitem a realização dos actos da sua vida diária pessoal e social.
• Estimular a concepção e desenvolvimento de equipamentos, instrumentos, utensílios, tecnologias e metodologias que facilitem, optimizem e prolonguem as
capacidades físicas, cognitivas e sociais e sejam garante de uma maior qualidade de vida.
• Sensibilizar a sociedade, em geral, e os sectores nacionais do design, da indústria e da economia, em particular, para a área da prevenção da incapacidade, para
a necessidade de concepção, produção e comercialização de produtos, equipamentos ou adaptações que assegurem a funcionalidade, a inclusão e a participação das
pessoas com deficiência.
• Estimular a criatividade nas áreas tecnológica e de design, podendo ser consideradas neste âmbito, as tecnologias de informação e comunicação, metodologias de
distribuição de serviços, design universal, acessibilidades e outras que contribuam efectivamente, para a promoção da funcionalidade e da participação social das
pessoas com deficiência.
Este Prémio homenageia uma personalidade de grande dedicação e actuação na defesa do exercício de cidadania e integração social das pessoas com deficiências ou
incapacidade.
Podem candidatar-se ao Prémio pessoas individuais, com mais de 18 anos, residentes em território nacional e pessoas colectivas (empresas e outras entidades),
sedeadas em território nacional.
O período de candidatura decorre do 1.º dia útil do mês de Abril até ao último dia útil do mês de Junho.
O Prémio é constituído por uma importância pecuniária de 5.000,00 euros a atribuir a um único vencedor.
O prémio será entregue na cerimónia de comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 3 de Dezembro.
Consulte ou faça o download do Regulamento
e da Ficha de candidatura abaixo:
Roma (RV) – A União Italiana
dos Deficientes Visuais está colocando em prática uma iniciativa que pretende facilitar o acesso à cultura às pessoas portadoras de deficiência visual. Consiste
principalmente em visitas a museus e outros locais culturais, favorecendo 500 pessoas de idade entre 13 e 35 anos.
Em março deste ano, foi realizada uma Convenção para o financiamento deste projeto, que tem duração de 18 meses e é intitulado “Turismo Cultural para Deficientes
Auditivos”. Os locais a serem visitados fazem parte da região do Lácio, da Campania e da Toscana. O acompanhamento será feito por guias e pessoas preparadas para
atender às necessidades especiais dos que participam dessa iniciativa.
Os locais foram escolhidos em base a critérios como acessibilidade e disponibilidade dos responsáveis pelas estruturas. A Instituição pretende levar o projeto ao
Ministério da Educação e dos Bens Ambientais e Culturais para uma possível colaboração com escolas e instituições culturais. (ED)
Maria Cavaco Silva juntou-se hoje aos cerca de 20 voluntários da Biblioteca Nacional que dão a voz e transformam em áudio, livros procurados por deficientes
visuais, com a leitura de uma obra de Sophia de Mello Breyner Andresen.
"Aproveitei para fazer também um pequeno voluntariado lendo um conto lindíssimo de
Sophia, que é uma das minhas escritoras preferidas, e estou encantada com a maneira como isto funciona e como isto é um polo de replicação para o resto do país e
para as pessoas que podem levar o livro para casa", afirmou a primeira-dama, depois da leitura de "A casa do mar", da autora de "Contos Exemplares".
"Desde o princípio que tenho dedicado o meu voluntariado à deficiência - e não é tanto uma gota, já há uma onda em relação a muitos aspetos, há uma diferença
enorme entre a maneira como os problemas da deficiência eram vividos, quando era uma menina pequena", continuou.
A mulher do Presidente da República sublinhou mesmo que "há uma abertura e uma abordagem completamente diferentes à deficiência; as pessoas estão muito mais
programadas para entender a deficiência e para trazer a deficiência para a rua, que era uma coisa que não se fazia no meu tempo".
De acordo com Carlos Ferreira, "o serviço de leitura para deficientes visuais da Biblioteca Nacional existe desde 1969 e possui um acervo riquíssimo tanto em
braille como em livros sonoros.
"Temos cerca de 7000 títulos em Braille, dos quais 4000 da área da música. Quanto a áudio-livros, temos cerca de 1900 livros em registo analógico e cerca de 300
em formato digital", explica o responsável pela Área de Deficientes Visuais da Biblioteca.
A preocupação este ano, diz, é a salvaguarda de todo o património em formato áudio, porque muitos dos 1900 livros estão gravados em fita magnética, ainda em
bobine ou em cassetes, que têm uma tendência para se degradar muito rapidamente.
Desde o início de abril, a Biblioteca Nacional garante aos seus leitores deficientes visuais, o empréstimo de livros áudio do seu acervo, independentemente do
formato em que está - analógico ou digital.
"Os livros em Braille são extremamente volumosos. Um livro pequeno em tinta, quando transposto para Braille, é uma enormidade. Um livro A5, com cerca de 100
páginas, quando transposto para Braille vai ocupar cerca de 400 páginas em tamanho A4. Não é propriamente um livro transportável", explica Carlos Ferreira.
Por isso, a Biblioteca Nacional conta com cerca de mil leitores que funcionam por empréstimo. Metade utiliza, quase em exclusividade, o sistema Braille, os outros
500 utilizam o sistema áudio e o sistema eletrónico.
"Os formatos alternativos são sempre poucos para as necessidades dos nossos leitores, que têm de
socorrer-se dos formatos que existem, de forma a poder ter acesso aos livros que pretendem ler", realça o responsável.
Financiamento às ajudas técnicas para
deficientes deve ser aumentado este ano
Lusa
A Associação Portuguesa de Deficientes considera que
actual orçamento “condena milhares de cidadãos” a não
poderem ter uma vida activa e produtiva. Daniel Rocha
O presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação disse, neste domingo, que o Governo deve reforçar ainda este ano o valor do financiamento às ajudas técnicas aos
cidadãos deficientes, elevando assim os 8,3 milhões de euros inicialmente orçamentados.
“Face às situações que se têm verificado em anos anteriores é necessário reforçar”, disse à agência Lusa José Serôdio, responsável pelo Instituto Nacional para a
Reabilitação, que justificou o valor inicialmente destinado ao financiamento da aquisição de material como cadeiras de rodas, próteses ou aparelhos auditivos com o
efectivamente “usado no ano passado neste sistema”.
Num despacho publicado em Diário da República a 9 de Março é definido que o valor para financiamento de ajudas técnicas durante o ano de 2012 é de 8,301 milhões de euros,
menos 31,7% do que os 12,154 milhões de 2011.
Um valor que a Associação Portuguesa de Deficientes considerou que “condena milhares de cidadãos” a não poderem ter uma vida activa e produtiva. Já então o Ministério da
Solidariedade e Segurança Social (MSSS) afirmou que os 8,3 milhões de euros “podem vir a ser reforçados, caso se justifique e venha a ser devidamente fundamentado pelas
entidades”.
O presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação confirmou agora que isso deverá mesmo acontecer: “Assim que haja, da parte das entidades ou dos utentes, a
indicação de que quando se deslocam aos sistemas financiadores a verba está esgotada, iremos analisar a possibilidade de reforçar a verba”, afirmou.
No entanto, o responsável recusou avançar em quanto pode ser aumentado o fundo às ajudas técnicas, afirmando que será feito no montante “que eventualmente venha a ser
necessário para que todas as pessoas possam ter acesso a um apoio nas ajudas técnicas este ano”. “Por isso, não posso dizer se será muito mais ou não”, indicou.
Questionado sobre se garante que estes cidadãos não vão ter a sua vida mais dificultada pela falta de financiamento, José Serôdio disse “esperar que não”, garantindo que
é intenção do Governo que “não haja pessoas com necessidade de algum apoio e que não haja financiamento para o efeito”.
O responsável adiantou ainda que o instituto a que preside está a trabalhar no sentido de uma “maior fiscalização” a estas ajudas e que será criada uma comissão que “irá
analisar se, em certos casos, o produto atribuído podia ser substituído por outro similar com valor inferior”.
Esta comissão está prevista no despacho que está a ser ultimado e que vai definir os procedimentos da atribuição destas ajudas, o qual deverá ser publicado ainda este mês
na segunda série do Diário da República.
A Lusa noticiou hoje que o PS questionou o Governo sobre o motivo por que reduziu o orçamento de 2012 para as ajudas técnicas e produtos de apoio na área da deficiência,
assim como quais foram os orçamentos atribuídos a cada entidade financiadora de produtos de apoio em 2011, qual a sua execução financeira e como se justifica a baixa
execução invocada pelo Governo.
Parece um ato simples preencher uma declaração de IRS. No entanto há anos, desde a sua obrigatoriedade, que deficientes visuais não conseguem fazer este ato simples. Por
culpa do Governo.
A culpa é a falta de acessibilidade do Portal das Finanças bem como outros sites do governo que não dispõem de acessibilidade web para que pessoas com necessidades
especiais os consultem e utilizem. A acessibilidade significa tornar um website “legível” para diversos dispositivos e ferramentas de ajuda à navegação na Web, onde se
incluem ampliadores de ecrã e leitores de ecrã no caso dos deficientes visuais.
Falámos com António Silva, um dos fundadores do Lerparaver um portal que há mais de 10 anos se foca na temática da deficiência visual e também criador do seu projeto com
uma década sobre rádio, A Minha Rádio.
Quando o Tugaleaks lhe perguntou como preenchia a declaração, a resposta foi inevitavelmente dispendiosa: “O que faço é pagar a uma contabilista para me preencher a
declaração. O mesmo acontece com a entrega do IVA, tendo essa dificuldade desde que passei a ser obrigado a entregar a declaração via Web. Todos os trimestres é uma luta,
porque, tal como na declaração do IRS, a plataforma é totalmente inacessível.”
António Silva trabalha também com recibos verdes e o IVA tem que ser apresentado de três em três meses. Ou seja, este cidadão está perante uma despesa adicional uma vez
que o Governo Português e os órgãos responsáveis pelas finanças não criaram condições de ele exercer uma actividade “obrigatória” sem recorrer a terceiros.
Sobre acessibilidade, António Silva ainda comenta:
“Na realidade, a “inteligência” dos leitores de ecrã tem possibilitado passar por cima de uma boa parte destas inacessibilidades, tornando estes sites, digamos,
trabalháveis. Mas, e penso que este é também um ponto importante a considerar, para além dos problemas de acessibilidade, há a referir os problemas de usabilidade. Aí a
situação é abaixo de zero. São confusos, estruturados de forma pouco intuitiva, com demasiado conteúdo e nem sempre com links explícitos…
Aqui não há inteligência artificial que resolva a pouca inteligência humana de quem constrói estas estruturas.”
Se formos olhar para a legislação que pode “obrigar” o Governo a fazer alterações nos seus website, encontramos suporte legal no Decreto-lei 46/20006 de 28 de Agosto que
claramente indica no artigo 4 como Prática Discriminatória “O impedimento ou a limitação ao acesso e exercício normal de uma actividade económica”.
Se o Portal das Finanças não permite tratar da “economia”, do que se pode lá tratar?
Existem ainda pelo mesmo Decreto-lei vários exemplos de enquadramento desta situação.
No entanto, uma coisa é certa: em 2012 em plena era da informação, um cidadão e provavelmente muitos outros têm que recorrer e provavelmente pagar a terceiros para fazer
algo que deviam conseguir fazer, discriminando-os pela sua deficiência e limitando a sua independência.
Deficiência visual: como ajudar - Técnicas de Guia
Acção de Sensibilização em Viana do Castelo
Data: 26 de Abril 2012
Local: Biblioteca Municipal de Viana do Castelo
Horário: 9h30 às 12h30
Formadoras: Alice Sobreiro e Sara Almeida (ACAPO)
Inscrições e informações através do e-mail: psicologa@cm-viana-castelo.pt. (Este endereço de e-mail está
protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar)
Participação gratuita mas com inscrições limitadas até ao dia 20 de
Abril
Paulo Futre está concentrado na demonstração de Goalball que se vai realizar no dia 28 de Abril a partir das 18h no Pavilhão da Ajuda, em Lisboa.
Futre, o atleta, apresentador, orador, motivador, veste agora a pele de jogador de Goalball abraçando esta causa com o objectivo de divulgar esta modalidade.
Ao contrário do Futebol, o Goalball não é uma modalidade tão popular por ser dedicada a atletas com deficiência visual. No entanto, cada vez mais atletas praticam a
modalidade, pois mesmo aqueles que não possuem deficiência visual podem praticar a modalidade.
A ANDDVIS convidou o Paulo Futre a participar numa demonstração da modalidade, juntamente com alguns dos nossos atletas, numa experiência que acreditamos será marcante
para ambas as partes.
O objectivo desta demonstração é divulgar o Goalball, assim como as dificuldades que o mesmo enfrenta diariamente.
No final do evento, haverá a oportunidade para a comunicação social interagir com o ex-futebolista Paulo Futre quanto a esta experiência e quanto ao Goalball.
O Goalball é um importante agente facilitador da integração social dos atletas com deficiência visual e ainda contribui para o seu desenvolvimento ao nível da orientação
e mobilidade individual.
Para João Pereira, jogador da seleção nacional de goalball, esta modalidade mudou a sua vida: “como atleta de goalball sinto que a minha mobilidade, concentração, audição
e orientação ficaram muito mais apuradas, o que significa uma vida mais segura. Sendo também uma modalidade inclusa pois pode ser praticada por todos, posso dizer que o
goalball veio trazer-me melhor qualidade de vida em todos os sentidos. Venham conhecer este desporto e garantidamente não vão ficar sem querer experimentar”.
Este evento tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.
Programa 18:00h - Recepção aos jornalistas
18:30h - Sessão de abertura:
Discurso e boas-vindas pela Direcção da ANDDVIS;
Discurso de Paulo Futre, explicando os motivos pelos quais aceitou o convite da ANDDVIS
18:45h - Início da actividade, com a explicação das principais regras e procedimentos do Goalball ao convidado (Paulo Futre)
19:00h - Realização de uma partida de demonstração entre elementos de várias equipas do campeonato nacional de goalball (com a inclusão de Paulo Futre)
19:30h - Sessão de encerramento:
Discurso de Paulo Futre, com as primeiras impressões sobre a experiência de experimentar o goalball
Discurso de encerramento pela Direcção da ANDDVIS
Espaço a perguntas da comunicação social
20:00h - Final da actividade
Para mais informações consultar o website da ANDDVIS em www.anddvis.org.pt
Panasonic lança linha de
televisores adaptados para cegos
05/04/2012
Lerparaver
Primeiro Dispositivo Que Transforma Texto Em Fala
Nos Televisores Chega Às Prateleiras Do Reino Unido
A Panasonic, fabricante de eletrônicos, colocou um dispositivo que transforma texto em fala em 30 de seus modelos de televisores, dispositivo esse que foi desenhado
especificamente para ajudar usuários cegos e com baixa visão, fazendo com que sejam os primeiros aparelhos com tais características disponíveis no mercado britânico.
Depois de ativar a função texto para fala, ela estará disponível para uma grande variedade de tarefas nos televisores, tais como: dizer o número do canal e o nome de um
programa ao mudar de canal, o horário que um programa começa e termina, e se recursos de acessibilidade como a audiodescrição estão disponíveis nesse ou naquele programa.
A assistência texto para fala é prestada em conexão a uma rede Wi-Fi através da televisão, e os usuários poderão também navegar por um guia eletrônico de programação de
TV para ouvir a lista de programas, informações sobre horários e uma sinopse de cada programa.
Nigel Prankard, gerente do IPTV e do Centro de Soluções Digitais da Panasonic, disse que um custo menor de implementação da função texto para fala nos últimos tempos
tinha permitido à empresa oferecer esse dispositivo.
"Se vocês nos pedissem para introduzir esse recurso em nossas televisões dois anos atrás, o custo extra teria sido significativo, mas com a expansão das atividades no
mundo de TI, os custos de implementação da função texto para fala diminuiram, permitindo que nós colocássemos isso nos aparelhos de televisão sem repassar o custo para os
consumidores", disse Prankard.
A Panasonic trabalhou com o Royal National Institute of Blind People para construir a função texto para fala, fazendo testes com os usuários com um protótipo, antes de
recolher feedbacks e fazer melhorias no desenho do produto final.
Prankard disse que espera melhorar ainda mais a funcionalidade do dispositivo e acrescentar novos recursos se houver um feedback positivo sobre os modelos iniciais,
possivelmente olhando para como o dispositivo texto para fala poderia trabalhar com TVs conectadas à Internet. "O consórcio W3C (World Wide Web Consortium) vem tentando
estabelecer regras para acessibilidade na web; dessa forma nós precisamos, também, pensar em como as TVs podem se adequar a esses requisitos (acessibilidade na web), se
nós dermos a elas toda a capacidade de ir para websites", ele disse.
A Associação Tiflos vem por este meio dar a conhecer um projecto pioneiro e revolucionário a todas as pessoas com deficiência visual.
Para poderem constatar e acederem a este fantástico projecto, basta entrarem na página: www.tiflos.com.pt
conhecendo então a Tifloteca. Para isso, apenas terá que fazer o seu registo on-line e a partir dai será tudo automatizado. Dentro da Tifloteca encontrará uma biblioteca
extremamente organizada e intuitiva, nomeadamente por categoria, idioma, autores e onde poderá ainda ou não optar por uma pesquisa rápida e/ou criteriosa.
Criamos também um link denominado, os 20 mais solicitados, onde no top 3 de romance estão os seguintes livros:
As Formigas;
Ensaio sobre a Cegueira;
Os ossos também falam.
Alem disso a Tifloteca criou a sua mascote denominada Bukus, um ancião sábio que vos receberá de braços abertos e com um sorriso acolhedor sempre pronto a
ajudar-vos. Estes são alguns dos condimentos da nossa biblioteca On-Line. Para saberem mais, o ideal será mesmo aderirem a este projecto empreendedor.
Mais,
informamos que já temos 7 mil livros na Tifloteca, em 7 idiomas.
Juntos seremos uma grande família de procura e partilha de conhecimento.
As dificuldades e desafios enfrentados por deficientes quando o assunto é o namoro são tema de uma série transmitida pela televisão britânica esta semana. Em diversos
relatos, deficientes físicos e mentais contam as barreiras que têm de superar para conquistar uma vida amorosa bem-sucedida.
Adrian Higginbotham, de 37 anos, conta que para ele, que é cego, as dificuldades começam no primeiro contacto, o ponto de partida para qualquer relacionamento.
Adrian Higginbotham
«Não se pode entrar numa sala de modo casual e dar aquela olhada. Não se pode sorrir para alguém que já se viu duas vezes anteriormente a passar pela rua», diz
Higginbotham.
Com um título provocante, o programa «The Undateables» (que
poderia ser traduzido como «Os Inamoráveis») conta histórias como a de Higginbotham e tornou-se alvo de discussões acaloradas nas redes sociais principalmente por causa
do título.
vídeo-clips da série The Undateables | 3 de Abril
no Channel 4
O programa mostra ainda uma agência de namoros especializada em pessoas com dificuldade de aprendizagem, a «Stars in the Sky», que assegura que os seus clientes chegam
seguros ao local do encontro e ajuda-os a encontrar «a pessoa certa».
A agência diz já ter organizado mais de 180 encontros desde 2005, com um saldo de um casamento, uma união entre pessoas do mesmo sexo, três noivados e 15 relacionamentos
sérios.
O programa mostra que, apesar de muitos deficientes estarem casados e felizes ou não terem dificuldades para namorar, outros enfrentam uma gama variada de reacções e, às
vezes, atitudes estranhas, principalmente quando o par não sofre de deficiência.
Lisa Jenkins, de 38 anos, relata a sua experiência num encontro com um amigo de um amigo que não sabia que ela tinha paralisia cerebral.
«Entramos num bar e ele imediatamente desceu os degraus diante de nós. Eu tentei descer, mas simplesmente não consegui. Não havia corrimão», conta.
Quando o seu acompanhante perguntou se algo estava errado, Jenkins teve de contar sobre a sua paralisia cerebral.
«Eu podia ver a mudança no seu rosto. Ele ficou instantaneamente menos atraído por mim», diz.
«Eu já tive homens que se sentiam atraídos por mim, mas achavam que havia algo de errado com eles por isso.»
Jenkins conta que já chegou a ouvir de um potencial pretendente que «sempre teve interesse por sexo bizarro».
Numa sondagem feita em 2008 pelo jornal britânico The Observer, 70% dos entrevistados disseram que não fariam sexo com um deficiente.
Shannon Murray, uma modelo na casa dos 30 anos, há 20 numa cadeira de rodas, conta que, quando era adolescente, alguns rapazes lhe ofereciam uma bebida e em seguida
perguntavam se ela ainda podia fazer sexo.
O programa discute também a era dos encontros pela Internet e um novo dilema que surgiu: um deficiente deve revelar a sua condição imediatamente ou esperar que as pessoas
o conheçam melhor antes de contar sobre a sua deficiência.
Murray - que tem sempre no seu telefone uma lista de bares e restaurantes com acesso fácil para cadeiras de rodas, com medo de parecer pouco independente num primeiro
encontro - diz que já fez os dois.
Ela conta que em apenas uma ocasião um pretendente resolveu abandonar a relação após descobrir que ela era deficiente.
Murray diz que tentou também a abordagem oposta, colocando num site de relacionamento uma foto em que a sua cadeira de rodas era bem visível e uma frase bem-humorada,
dizendo que, se o interesse da pessoa era escalar o Everest, ela não poderia ir junto, mas ficaria no campo base e tentaria manter a tenda aquecida.
«Esperava que, revelando a minha deficiência assim, no início, geraria menos interesse, mas acabei por receber mais respostas do que quando escondia a cadeira. Fiquei
entre as cinco mulheres que receberam mais atenção no site naquela semana», conta.
Fisco. Atestados de incapacidade
definitiva não têm de ser substituídos
Marta F. Reis
29 Mar 2012
O
Secretário dos Assuntos Fiscais resolveu ontem o problema e deu instruções à Autoridade Aduaneira.
Primeiro foi a Saúde a resolver a questão a médio prazo, agora as Finanças dão um passo maior. Os atestados médicos de incapacidade permanente não vão precisar de ser
actualizados para o novo modelo, em vigor desde 2009. Em despacho, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais determinou ontem que os atestados emitidos ao abrigo da
anterior legislação e que certifiquem incapacidades definitivas, não susceptíveis de variação futura, se mantêm válidos. Já os atestados antigos de incapacidade
temporária vão continuar a ser aceites pelo fisco enquanto estiverem válidos. Na altura da reavaliação, os cidadãos convocarão nova junta médica e terão o novo modelo.
Fonte oficial do Ministério das Finanças adiantou ao i que já foram dadas instruções aos serviços da
Autoridade Tributária e Aduaneira para procederem de acordo com o despacho do secretário de Estado, que ontem regressou de uma visita oficial a Angola.
Na terça-feira a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) e a Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM) denunciaram dificuldades na entrega das
declarações de IRS, dado que as repartições e mesmo algumas entregas através do site das Finanças estavam a pedir a apresentação de atestados de incapacidade e a recusar
os documentos que ainda não foram emitidos com o novo modelo de apresentação, em vigor desde Dezembro de 2009. A ACAPO tinha recebido mais de 100 queixas só relacionadas
com o IRS. Já a TEM tinha alertado as Finanças para o problema no final de Fevereiro: tinha sido contactada por alguns associados que temeram ser penalizados no pagamento
do imposto de circulação automóvel – o grau de incapacidade igual ou superior a 60% confere isenção – se não entregassem atestados já com o novo modelo. Fonte das
Finanças sublinhou ontem que, como a apresentação do atestado na entrega do IRS não é obrigatória, não constitui motivo de recusa do recebimento.
Para as duas associações, a questão essencial era perceber o que se passaria com os chamados atestados vitalícios, para pessoas com incapacidade
definitiva não sujeita a variação, sobretudo cegos e paraplégicos.
Na Saúde essa questão fica agora em aberto: as últimas instruções da Administração Central do Sistema de Saúde são que até Dezembro de 2013 se mantêm válidos os atestados
antigos (os permanentes e os temporários válidos). Até lá, os cidadãos deverão convocar nova junta médica para substituir o atestado. Ontem o “Público” avançou que o
governo está a estudar a isenção da taxa de 50 euros por convocação de junta médica no caso de reavaliações de incapacidade.
A Coleção Adélia, terá o seu segundo volume, “Adélia Esquecida”, lançado no dia 31 de março de 2012, em São Paulo. A edição possibilita que crianças com ou sem
deficiência visual leiam o mesmo livro. Os livros utilizam uma nova técnica de impressão desenvolvida pela editora WG Produtos chamada de Braille.BR®.
Para além das bélissimas ilustrações, o livro tem texturas diferenciadas com relevos e aromas, que permitem percepções diversas à todas as crianças, com ou sem
deficiência. Todos os elementos gráficos do livro foram trabalhados de forma a enriquecê-lo nos três aspectos da percepção humana: visual, tátil e olfativa. O texto da
Coleção Adélia é de Lia Zatz, as ilustrações são de Luise Weiss e o design gráfico de Wanda Gomes.
Lançamento do livro “Adélia Esquecida”
Dia 31 de março de 2012 - às 16h00
Livraria da Vila – São Paulo (SP)
Rua Fradique Coutinho, 915 – Pinheiros
Mais informações: (11) 3814-5811
O automóvel é equipado com um sistema de radares e lasers para conhecer a sua localização, sem ajuda do motorista e durante o teste o copiloto de Mahan usava um computador portátil que estava
conectado ao veículo.
A Google explicou no YouTube que a condução com Steve Mahan foi realizada em "uma rota cuidadosamente programada" e que a experiência foi "um experimento técnico" que
ofereceu "um olhar promissor sobre o que a tecnologia autônoma pode um dia conseguir se for obtida uma tecnologia rigorosa e com os padrões de segurança".
A empresa anunciou seu projeto de automóvel com condução automática em 2010 e criou um protótipo capaz de ser guiado com o uso de seus mapas que foi testado com sucesso
esse ano na Califórnia.
O automóvel percorreu o estado americano de ponta a ponta e rodou mais de 225 mil quilômetros sem motorista ao volante, embora sempre sob supervisão e em situações de
circulação propícias, segundo informou a empresa, que não deu detalhes sobre quando aconteceu o experimento com Steve Mahan.
A Google acredita que os veículos não tripulados podem ajudar a reduzir os acidentes de trânsito e a realizar uma condução mais eficiente do ponto de vista energético.
A Biblioteca Sonora do Porto completou 40 anos. A iniciativa que foi pioneira inspirou-se na experiência da “Students Tape Library” do Royal National Institute for the
Blind, do Reino Unido.
Este serviço representa há quatro décadas o principal apoio de leitura às pessoas portadoras de deficiência visual e tem proporcionado a várias gerações de cegos e
amblíopes o acesso a livros gravados, alguns dos quais já disponibilizados em linha no catálogo coletivo das bibliotecas municipais do Porto.
A história da Biblioteca Sonora do Porto é mostrada numa exposição documental patente no claustro da Biblioteca Municipal do Porto até 30 de Abril.
Estudo inédito sobre as pessoas
com deficiência visual
A ACAPO, em parceria com a empresa de consultadoria e estudos de mercado, PPLL Consult, encontra-se a desenvolver o estudo “A prestação de
serviços e a promoção da vida independente”.
Através deste estudo, selecionado ao abrigo do Programa Operacional de Assistência Técnica (POAT), e co-financiado pelo Fundo Social Europeu, a ACAPO pretende analisar em
profundidade a perceção que os seus associados e utentes têm da qualidade e relevância dos serviços prestados pela Instituição e em consequência aferir sobre as suas
reais necessidades.
Numa primeira fase, estes objetivos serão alcançados através da aplicação de um inquérito a uma amostra constituída por 3000 cidadãos com deficiência visual, nos quais se
incluem associados e utentes da ACAPO.
Os inquéritos serão realizados pelos técnicos da Instituição, telefónica e presencialmente em nove delegações da ACAPO, a saber: Algarve, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa,
Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Porto.
Os interessados em participar neste estudo inédito, através do preenchimento de um inquérito deverão contatar Direção Nacional da ACAPO através do telefone 213244500 ou
do e-mail dn@acapo.pt . Agradecemos a sua colaboração!
A Rodoviária de Lisboa vai avançar para a segunda fase do projecto multimédia e distribuir comandos de activação sonora para os utilizadores com deficiência visual.
À
disposição dos passageiros, e a fim de promover a inclusão de pessoas que encontram limitações no acesso à informação disponibilizada em suportes visuais, vão ser
entregues cerca de 500 comandos em troca de uma caução de cinco euros.
Para activar os comandos basta aproximá-los do painel informativo e accionar o sistema sonoro e visual que, em tempo real, vai disponibilizar informações ocasionais e
gerais, como a previsão das chegadas dos autocarros às paragens, percursos e respectivos destinos.
Para António Corrêa de Sampaio, presidente da Rodoviária de Lisboa, «esta é mais uma forma de estar mais perto dos passageiros, de responder às suas necessidades reais e
de facultar uma informação sem barreiras igual e acessível a todos».
Já Carlos Lopes, presidente da Direcção Nacional da ACAPO, salienta o facto de o «sistema ter sido pensado desde início como um produto acessível a todos», felicitando a
Rodoviária de Lisboa por ter sabido «envolver, na fase final de testes do produto, as pessoas com deficiência visual, que a ACAPO representa, tomando sempre em linha de
conta os contributos transmitidos».
Os comandos vão estar disponíveis nas lojas da Rodoviária de Lisboa e na Delegação de Lisboa da ACAPO, com informação básica sobre a sua utilização, em suporte braille e
caracteres ampliados.
O Hospital Municipal do Bungo, província do Uíge, vai ser transformado em unidade de referência para o tratamento de casos de oftalmologia, reportou a RNA.
O facto foi anunciado quarta-feira, pelo director provincial da Saúde no Uíge, Bens Moco Henrique durante o acto de assinatura de um protocolo de cooperação entre a
província do Uíge e a Associação de Cegos e Ambliopes da Noruega.
“O acordo consiste em implementar no Uíge um projecto para a prevenção da cegueira, tratamento médico e cirúrgico das doenças dos olhos e apoio a todas as associações que
possuem portadores da cegueira”, afirmou.
A decisão de reduzir em quase 4 milhões de euros em 2012 – menos 31,74% - a verba disponibilizada para a concessão de ajudas técnicas é intolerável do ponto de vista
social. Significa condenar milhares de cidadãos a não poderem deslocar-se, ouvir, ler, em resumo a ter uma vida activa e produtiva, porque não vão ter acesso, por exemplo
a cadeiras de rodas, próteses auditivas ou software de leitura.
O Governo sabe que a esmagadora maioria dos cidadãos com deficiência não tem condições económicas para adquirir equipamentos e produtos que são essenciais para
corrigir/minimizar as consequências da deficiência e, mesmo detendo este conhecimento, não tem pejo em arruinar a qualidade de vida de milhares de cidadãos que deles
dependem inteiramente.
O Governo sabe que ter ou não ter uma ajuda técnica pode ser a diferença entre ter que ficar em casa ou poder sair, com todas as consequências que isso implica na vida
quotidiana, incluindo a possibilidade de ter uma vida produtiva ou ficar reduzido à inactividade e à pobreza.
O Governo sabe, mesmo tendo afirmado que em 2011 a totalidade da verba não foi utilizada, que nos anos transactos muitas centenas de pessoas com deficiência viram adiada
a disponibilização de ajudas técnicas por terem esgotado as verbas das entidades prescritoras. Esta é uma situação recorrente que prejudica seriamente muitos cidadãos,
colocados em longas listas de espera por equipamentos que são vitais para o seu dia-a-dia. Face a este panorama, esperar-se-ia o aumento do orçamento para esta área e não
esta brutal redução.
Esta decisão é, por conseguinte, socialmente inclassificável. O povo português tem vindo a conhecer os desperdícios imensos, os pagamentos indevidos, os privilégios de
alguns sectores. Não é pois admissível que se pretenda poupar em áreas vitais como a atribuição de ajudas técnicas.
ACAPO de Lisboa promove
cursos de formação profissional
de Março a Julho de 2012
Pretende melhorar as suas qualificações? Quer aumentar as suas competências, ajustando-se às atuais exigências do mercado de trabalho?
Conheça então a oferta formativa do Departamento de Apoio ao Emprego e Formação Profissional (DAEFP) de Lisboa da ACAPO a decorrer nos meses de março a julho de 2012,
destinada a pessoas com deficiência visual, empregadas ou em situação de desemprego.
Pela frequência nestas acções os formandos beneficiam de:
pagamento das despesas de transporte em todos os cursos, em montante equivalente ao custo das viagens realizadas em transporte colectivo, mediante apresentação de
comprovativo;
subsídio de refeição nos dias em que o período de formação seja igual ou superior a três horas, no que respeita aos cursos com duração igual ou superior a 240 horas;
atribuição de uma Bolsa de Formação ou Profissionalização, calculada de acordo com o rendimento mensal do agregado familiar, nos cursos com duração de 2900 horas.
Oferta formativa disponível de
Cursos de Formação Profissional
para pessoas com deficiência visual
Calendário de: Março a Julho de 2012
Curso de Assistente Administrativo/a – Percursos até 2900 horas Início a 2 de abril de 2012 – segunda a sexta-feira das 9h00 às 17H00 Nota: Este curso é dirigido exclusivamente a pessoas que se encontrem em situação de desemprego.
Utilização de Leitores de ecrã - 30 horas 14 de março a 18 de abril 2012 – quarta e sexta-feira das 14h00 às 17h00
Utilização de Equipamentos Tiflotécnicos em Word - 30 horas 2 a 23 de maio 2012 – segunda, quarta e sexta-feira das 14h00 às 17h00
Utilização de Equipamentos Tiflotécnicos em Internet & Correio Electrónico - 30 horas 17 de março a 26 de Maio 2012 – sábado das 09h30 às 12h30
Utilização de Equipamentos Tiflotécnicos em Excel - 30 horas 1 de junho a 11 de julho 2012 – quarta e sexta-feira das 14h00 às 17h00
Braille – 75 horas 13 de março a 21 de junho 2012 – Terça, quinta e sexta – feira das 14h00 às 16h00
Braille (Reciclagem) - 30 horas 04 a 27 de julho 2012 – Segunda, quarta e sexta-feira das 14h às 17h
Técnicas de Procura de Emprego – 30 horas 06 a 29 de junho 2012 - Segunda, quarta e sexta-feira das 14h00 às 17h00
Desenvolvimento de Competências de Autonomia para a Empregabilidade – 240 horas 2 de maio a 21 de junho 2012 – de Segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h00
Orientação e Mobilidade - 45 horas Formação individualizada a acordar horário e período de realização.
Orientação e Mobilidade (Reciclagem) - 15 horas Formação individualizada a acordar horário e período de realização.
Nota: Estes cursos são financiados pelo Governo de República Portuguesa, MTSS (Ministério do Trabalho e Segurança Social, IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) e
credenciados pela DGERT (Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho)
Para obter mais informações ou efetuar a sua inscrição contate o Departamento de Apoio ao Emprego e Formação Profissional da ACAPO através do telefone 218371072 ou
e-mail: formacao@acapo.pt.
A União Europeia de Cegos, com o patrocínio das empresas Onkyo Corporation e da Braille Mainichi, volta a lançar o desafio a todos os cidadãos europeus utilizadores de
Braille: refletir sobre a importância deste sistema de leitura e escrita.
Se nos anos anteriores os concorrentes evidenciaram de que forma o Braille mudou as suas vidas, para a edição de 2012 a organização elegeu uma temática mais abrangente e
desafia os participantes a dissertar sobre o sistema de leitura e escrita Braille enquanto meio impulsionador de participação política, económica, cultural, familiar e
social da pessoa com deficiência visual. “O Braille na era da tecnologia”, “A utilização do Braille em todas as idades”, “O Braille nas votações democráticas” são alguns
exemplos de temáticas que podem ser abordadas na edição deste ano do concurso de ensaios Onkyo Braille.
Os trabalhos devem respeitar um limite de 1000 palavras (10% de tolerância) e ser remetidos
até ao dia 30 de abril, obrigatoriamente em língua portuguesa, e opcionalmente
em língua inglesa para o endereço postal:
Avenida D. Carlos I, nº 126, 9.º andar
1200-651 Lisboa
com o assunto “Concurso Onkyo Braille”. De referir que cada candidato não pode submeter mais do que um trabalho a apreciação.
Os trabalhos pré-selecionados por um júri nacional serão enviados ao painel de jurados da
União Europeia de Cegos responsável pela seleção final e pela atribuição dos
prémios.
Na 6.ª edição do concurso serão atribuídos sete prémios, a saber:
Prémio Otsuki (Primeiro Prémio): 2.000 dólares;
Prémio de Trabalho Excelente (Categoria Sénior - a partir
dos 25 anos): 1.000 dólares;
Prémio de Trabalho Excelente (Categoria Júnior – até 25
anos): 1.000 dólares;
Dois Prémios de Trabalho Bom (Categoria Sénior): 500
dólares
cada; e
Dois Prémios de Trabalho Bom (Categoria Júnior): 500
dólares cada.
«Não deixe que o glaucoma escureça a sua vida»
é o lema da Semana Mundial do Glaucoma em 2012
― de 11 a 17 de Março ―
Em Portugal há cerca de 150 mil pessoas que sofrem de Glaucoma. Hoje em todo o mundo inicia-se uma semana para alertar para os perigos desta doença que continua a
ser uma das principais causas da cegueira. O oftalmologista António Figueiredo explicou à TSF a importância de alertar para os perigos esta doença.
«É uma
doença oftalmológica muito importante e uma das duas principais causas de cegueira não reversível na maior parte do mundo», consistindo «na morte da células do
nervo ótico, que transmite a visão do olho para o cérebro de uma forma progressiva e irreversível», explica.
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia vai
aproveitar esta semana para alertar para a necessidade de uma vigilância regular para que a doença possa ser detetada precocemente evitando a perda de visão.
Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia vai realizar, nos dias 16 e 17 de Março, a Reunião de Glaucoma.
Além das conferências, o
programa inclui também um curso de cirurgia de glaucoma no adulto, simpósios satélite, a mesa redonda «Perfusão ocular no glaucoma» e a sessão interactiva
«Reunião de Consensos - Em que estamos de acordo?». Serão ainda apresentados e discutidos os resultados preliminares de um inquérito nacional sobre glaucoma.
Apresentamos aqui o Guia de Boas Práticas para Jornalistas elaborado pela equipa do programa
"Consigo" (INR e RTP) com o objectivo de auxiliar os profissionais da comunicação social a lidarem
com as questões da deficiência.
O documento desenvolve-se à volta das seguintes questões:
Aspectos básicos a ter em conta
Mitos em torno da deficiência
A Deficiência nos Media – Indicações para Jornalistas
a) informação relevante
b) como veicular a deficiência
c) como lidar com a pessoa com deficiência
d) como falar sobre a deficiência
Pode dizer-se que as mulheres com deficiência vivem muitas vezes situações de grande ambivalência. Por um lado são mulheres - com tudo o que isso implica - e
por outro têm uma deficiência que habitualmente é vista como uma coisa menor.
Estas mulheres são vistas como menores por serem mulheres e como menores por terem uma deficiência. E portanto, sofrem todas as agressões que as outras mulheres sofrem, agravado pelo facto de terem uma deficiência.
Quando falamos de deficiência podemos falar também de diferentes etnias e aí podemos dizer que, quando são discriminadas - nem sempre o são é preciso dizê-lo são vítimas de
múltiplas discriminações, dependendo também do meio social em que estão inseridas e da educação que recebem.
Resultado: existe no seio da comunidade da mulher com deficiência uma grande disparidade de situações, análogo ao fosso entre pobres e ricos. Por um lado, há mulheres com muito baixas habilitações
(apenas 1% são escolarizadas) e por outro há cada vez mais mulheres a conseguir estudar e ter uma
vida autónoma.
A APD detectou recentemente na procura activa de emprego mulheres maioritariamente com baixas habilitações literárias, acima da faixa etária dos 40 anos das quais 6 são deficientes auditivas, 4 deficientes
intelectuais, 34 com deficiência motora, 3 com deficiência visual, 1 com doença mental e outras 5 mulheres em situações várias.
Por este panorama se vê que as mulheres com deficiência motora são maioritárias pois, apesar disso, ainda são dos grupos de mulheres que melhor conseguem participar na vida activa.
Tudo isto é agravado pela actual situação económica que Portugal atravessa e pelo novo acordo de concertação social que foi assinado pelo governo e alguns sindicatos, facilitador de despedimentos onde as mulheres (e no caso as mulheres com
deficiência) serão as primeiras a ser despedidas ou dispensadas. Salvo, se forem mulheres com altas habilitações (mulheres com carreira académica), ou emprego
assegurado.
Em seguida, com mais sucesso vêm as mulheres com deficiência visual, depois as mulheres com deficiência auditiva (devido à questão da comunicação) e
por último as mulheres com deficiência mental ou doença mental, o que é também muito incapacitante.
É de realçar que, ao contrário de Portugal, nos países anglo-saxónicos se encontram muito mais mulheres com deficiência com sucesso
académico, uma vez que as barreiras arquitectónicas são menores: há muito maior acessibilidade para os cidadãos com deficiência motora. É o caso de de Jackie Leach Scully, uma surda profunda inglesa com um vasto currículo académico e de
participação no movimento dos cidadãos com deficiência, autora de vários livros entre eles o “Disability Bioethics: moral bodies, moral difference”.
Como essa autora defende, os corpos das mulheres com deficiência são essencialmente corpos
morais, ou seja, corpos atingidos pela (má) ética, como é o caso das mulheres que são esterilizadas à força ou são vítimas de operações plásticas como aconteceu nos Estados Unidos onde uma família fez uma operação plástica a uma
menina com síndrome de Down, para lhe retirar “os traços da deficiência” São casos extremos mas estas coisas acontecem devido ao enorme estigma que existe em
relação à deficiência - em particular a deficiência mental - e normalmente as famílias fazem-no por razões parentais e institucionais.
Finalmente, estas mulheres geralmente não têm modelos, como as que não têm uma deficiência, e têm de descobrir por si só as potencialidades do seu corpo.
O Som das
Histórias:
na Rádio Regional do
Centro,
quartas-feiras | às
17h30
Fruto de uma parceria
entre o município de
Coimbra e a Rádio
Regional do Centro (
96.2 FM ), vai
para o ar, naquela
estação radiofónica, a
partir de hoje - dia 7
às 17h30 - o programa
O Som das Histórias,
um espaço dedicado a
contos breves, ou
lendas, gravados a
pensar nos mais
pequenitos e em todos
quantos ainda não
perderam a capacidade de
sonhar com o mundo da
fantasia.
De periodicidade
semanal, às
quartas-feiras, O
Som das Histórias é um
programa da
responsabilidade do
serviço de leitura para
deficientes visuais da
Biblioteca Municipal de
Coimbra, que partilhará
com os ouvintes o
resultado do trabalho
feito por voluntários
que se disponibilizam
para traduzir a escrita
em a linguagem oral.
O Som das Histórias
permite que os
deficientes visuais
possam também usufruir
destas obras em formato
podcast, já que além de
as escutar via rádio, as
histórias estarão
disponíveis no site
www.radioregionalcentro.com
onde poderão ser
descarregados os
ficheiros mp3.
O Som das Histórias é um
espaço da total
responsabilidade do
Serviço de leitura para
deficientes visuais da
Biblioteca Municipal de
Coimbra.
No âmbito do projeto europeu Fragile, a
Associação Vo'arte, em parceria com a
ACAPO vai promover em Lisboa na semana de 12 a 16 de março um workshop
dança/movimento inclusivo, destinado a pessoas com deficiência visual,
bailarinos e técnicos.
O workshop, orientado pela coreógrafa norueguesa Kjersti Engebrigtsen, tem por
finalidade despertar sentidos através da dança, numa interação entre pessoas com
e sem deficiência. O workshop vai decorrer entre as 14h00 e as 16h30 nos
estúdios da Companhia Nacional de Bailado – Rua Vítor Cordon, 20 (Chiado -
próximo do metro Baixa-Chiado). Neste workshop procura-se a troca de
experiências e conhecimentos entre bailarinos profissionais e pessoas com
deficiência visual e também a exploração em conjunto de uma nova linguagem de
movimento.
As aulas de Kjersti baseiam-se na experiência que acumulou a partir da sua
própria carreira enquanto bailarina, professora e coreógrafa desde 1969,
trabalhando e estudando a área do movimento na deficiência visual desde os anos
80.
Através destes workshops que irão decorrer em Lisboa, e posteriormente noutros
pontos do país, serão escolhidos 3 a 4 bailarinos que, de janeiro a abril de
2013, irão participar numa futura performance internacional. A participação será
remunerada e incluirá apresentações fora de Portugal.
As inscrições poderão efetuar-se mediante o preenchimento de um formulário,
disponível abaixo para download, que deverá ser remetido para a Direção Nacional
da ACAPO para o e-mail
rp.dn@acapo.pt até ao próximo dia 5 de março.
Em alternativa poderão inscrever-se ou obter mais informações junto da
Associação Vo'Arte, pelo telefone 213932410 ou do telemóvel 914040471 ou
enviando um e-mail para
info@voarte.com, referindo o assunto “Inscrição Workshop
Fragile”. Este projeto é apoiado pela União Europeia - Programa Cultura.
A equipa de acessibilidades do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva
vem, por este meio, apresentar uma actividade desenvolvida em ambiente
laboratorial, que permite aos alunos investigarem se o regime alimentar de
uma coruja da cidade é o mesmo de uma coruja do campo e descobrir porque é
que pode ser tão importante avaliar o que andam as nossas corujas a comer.
Mas afinal, o que comem as corujas?
Para saber mais sobre esta e outras actividades, siga
este
link.
Esta actividade é direccionada, sobretudo, a alunos do 2.º e 3.º ciclos do
ensino básico e integra-se na nossa programação semanal especialmente
preparada para escolas.
A equipa de acessibilidades informa que esta, tal como outras actividades
laboratoriais, está preparada para ser desenvolvida com alunos com
deficiência visual. Também os jovens cegos e com baixa visão poderão tactear
e sentir o que come a dona coruja.
Para a realização deste tipo de actividades inclusivas, lembramos que é
necessária uma marcação prévia, bastando, para isso, contactar a nossa
equipa pelo telefone 218917109 ou pelo e-mail
acesso@cienciaviva.pt
.
Aproveitamos também para lembrar as nossas exposições e restantes
actividades de laboratório ou na "cozinha é um laboratório", também elas
acessíveis a pessoas cegas e com baixa visão. Não deixem de nos visitar com
a escola, entre amigos ou com a família.
O Provedor de Justiça pediu aos Ministérios da Saúde e da Solidariedade que
criem uma nova tabela de avaliação de incapacidades, defendendo que a actual é
desadequada, porque foi criada para medir deficiências decorrentes de acidentes
de trabalho e doenças profissionais, avança a agência Lusa.
De acordo com informação da Provedoria de Justiça, o Provedor de Justiça tomou a
iniciativa de estudar o regime de avaliação de incapacidades das pessoas com
deficiência para efeitos de acesso a medidas e benefícios estabelecidos na lei,
em particular a aplicação da Tabela Nacional de Incapacidades (TNI) por
Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais para o cálculo e fixação do grau
de incapacidade.
“O Provedor de Justiça concluiu que a TNI, enquanto tabela especificamente
concebida para medir incapacidades decorrentes de acidentes de trabalho e
doenças profissionais, não é o instrumento adequado para a avaliação das pessoas
com deficiência, nos termos e para os efeitos previstos no decreto-lei nº202/96,
de 23 de Outubro”.
Da análise feita pelo Provedor de Justiça, o decreto-lei que estabelece o regime
jurídico e que determina que a avaliação seja feita com recurso à TNI, determina
também que as normas de adaptação foram criadas para “suprir transitoriamente a
inexistência de normas específicas”.
A Provedoria aponta igualmente que, apesar do decreto-lei 352/2007 ter sido
aprovado “com o objectivo de corrigir a situação de a TNI ser incorrectamente
aplicada como tabela de referência noutros domínios do direito em que a
avaliação de incapacidades se pode suscitar”, a verdade é que o diploma “apenas
criou uma outra tabela direccionada para a reparação do dano em direito civil”.
Acrescenta ainda que, tendo como exemplo os ordenamentos jurídicos com os quais
Portugal mais se identifica, Espanha e França, “a avaliação da incapacidade para
atribuição e reconhecimento de certos direitos e benefícios é feita com recurso
a tabelas próprias”.
Contactado pela Agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de
Deficientes (APD) disse concordar em absoluto com a sugestão do Provedor de
Justiça.
“Quando foi feita a actualização [da TNI] há uns anos atrás, houve aquilo que
nós identificámos como uma grande pressão das seguradoras para que se baixasse
consideravelmente os coeficientes de incapacidade e isso traduziu-se em que
qualquer cidadão com deficiência que tenha sido sujeito a uma nova avaliação e
não obstante terem mais idade e isso significar menor qualidade de vida e
maiores incapacidades, ainda assim passarem de 80% para 70% ou de 70% para 55%”,
apontou Humberto Santos.
De acordo com o presidente da APD, muitas pessoas perderam assim as compensações
fiscais face a uma tabela “que está claramente vocacionada para as questões
relacionadas com acidentes de trabalho e doenças profissionais”.
Por outro lado, em relação aos doentes crónicos disse haver “incongruências de
monta”, referindo que há casos que “não têm qualquer cobertura, não são
consideradas”, em termos da actual TNI.
“Por exemplo o lúpus, as doenças do foro reumatológico ou a esclerose múltipla.
Há uma panóplia de doenças que, à luz da actual Tabela Nacional de
Incapacidades, não têm qualquer possibilidade de serem avaliadas ou consideradas
e isto é de uma injustiça colossal, considerando que a maior parte dos cidadãos
afectados com este tipo de patologias têm depois um dia a dia muito pouco
recomendável”, criticou.
Humberto Santos concorda com o Provedor de Justiça e entende que os cidadãos com
deficiência precisam de uma tabela que “tenha em consideração a relação com o
meio”, com base na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde, o que não se verifica com o actual instrumento legal.
De acordo com a Provedoria de Justiça, da parte do Ministério da Saúde o assunto
foi encaminhado para a Direcção-geral de Saúde, enquanto do Ministério da
Solidariedade e Segurança Social ainda não houve qualquer resposta.
A menos de um mês de
iniciar a sua
participação no
Campeonato de Portugal
de TT de 2012, Nuno
Matos abraça um desafio
lançado pela Associação
de Cegos e Amblíopes de
Portugal.
Nuno Matos viaja até
Coimbra no próximo
domingo para abraçar um
desafio inédito e
solidário: dar a
conhecer as sensações de
um carro de competição a
um grupo de 25 invisuais
seleccionados pela ACAPO
– Associação dos Cegos e
Amblíopes de Portugal,
num “codrive” que
promete ser uma
experiência inesquecível
para piloto e
participantes.
Como transmitir a uma
pessoa com deficiência
visual o ambiente e as
sensações vividas por um
piloto e respectivo
navegador durante uma
prova de todo-o-terreno?
A resposta não se
adivinha fácil e
seguramente que nunca
ilustrará toda a
realidade vivenciada por
uma equipa em plena
competição. É nesse
contexto que surge a
experiência “TT para
quem não vê”, uma
iniciativa da ACAPO e
que foi abraçada por
Nuno Matos desde a
primeira hora.
“Nem sequer pensei duas
vezes quando me
contactaram pela
primeira vez. Na
verdade, mal sabia ainda
em que moldes iria
consistir esta acção e
já tinha manifestado a
minha total
disponibilidade para
ajudar no que fosse
preciso”, referiu Nuno
Matos. “Na verdade, é um
orgulho poder
associar-me a esta
iniciativa e
proporcionar a cada uma
destas pessoas as
diferentes sensações que
experimentamos num carro
de competição e,
particularmente, numa
prova de
todo-o-terreno”,
explicou Nuno Matos, sem
esconder a sua aprofunda
admiração por todos
aqueles que têm de viver
diariamente com esta
incapacidade.
“Bastará fechar os olhos
por momentos e pensar na
dificuldade que teríamos
em realizar qualquer
tarefa quotidiana, por
mais simples que ela
possa parecer.
Imagine-se, então, sair
à rua e cumprir um
pequeno percurso repleto
de obstáculos? Enfim,
são questões sensíveis
como esta que não podem
ser esquecidas e
ignoradas. De facto,
todos podemos e devemos
contribuir para a
melhoria da qualidade de
vida destas pessoas”,
salientou o piloto,
dando como exemplo o
trabalho que tem vindo a
ser desenvolvido pela
ACAPO ao nível da
mobilidade nas ruas das
nossas cidades.
Inspirado por algumas
iniciativas realizadas
pela ACAPO, o próprio
Nuno Matos predispôs-se
a vivenciar uma
experiência inédita ao
volante do seu Astra
Proto, procurando
realizar um pequeno
percurso de olhos
vendados, tendo como
único auxílio as notas e
indicações transmitidas
pelo seu habitual
navegador, Filipe Serra.
“Acho que será a melhor
forma de perceber as
limitações que estas
pessoas experimentam no
dia-a-dia e também uma
experiência fundamental
para o “codrive” que vou
depois proporcionar a
cada um dos
participantes nesta
acção”, admitiu o mais
jovem português de
sempre a conquistar um
título mundial de
todo-o-terreno e que, no
próximo domingo, fará
uma curiosa e inédita
dupla com o atleta
paraolímpico português
mais medalhado de
sempre.
Com efeito, entre os 25
participantes desta
experiência estará
precisamente Carlos
Lopes, o actual
presidente da ACAPO e um
dos mais mediáticos
exemplos de como é
possível superar as
adversidades. Programada
para a manhã do próximo
domingo, dia 26 de
Fevereiro, a experiência
“TT para quem não vê”
terá lugar na cidade de
Coimbra, estando a
concentração marcada
para as 9:00 no Parque
da Eco-Via, Vale das
Flores.
O percurso
desenvolver-se-á ao
longo de sensivelmente 3
quilómetros, nos
terrenos entre a Estação
Elevatória de águas da
Boa Vista e a ponte de
Ceira (em frente à
Urbanização Zen). Além
da própria ACAPO, apoiam
esta iniciativa a Câmara
Municipal de Coimbra, o
Turismo de Coimbra, a
Auto Industrial e o P.A.
Total/Cepsa Sta. Clara -
Coimbra.
Data: 08.03.2012 - das
17.30 h às 19.30 h
Local: Auditório da
Esc. Sec. Padre
Alberto Neto em Queluz
O Centro de Recursos de
Tecnologia de Informaçao
e Comunicação de Sintra,
em parceria com a Câmara
Municipal de Sintra e
diversas Associações,
entre as quais a ACAPO,
promovem, no âmbito da
Educação Especial,
vários Seminários
intitulados "Formação
para a comunidade –
Educação Especial” a
decorrer entre os dias
29 de Fevereiro e 21 de
Março de 2012, em
Queluz, no auditório da
Escola Secundária Padre
Alberto Neto.
Este ciclo de formações
dirige-se à comunidade
em geral, no que se
incluem especialmente os
pais/encarregados de
educação, diretores de
turma, docentes do
ensino regular de
diferentes áreas
disciplinares, técnicos,
assistentes operacionais
e todos aqueles que
manifestem interesse na
área da educação
especial, encontrando-se
a sua dinamização, a
cargo de especialistas
em cada um dos temas,
nomeadamente professores
de educação especial de
referência e associações
com intervenção ao nível
nacional.
O Seminário sobre "A
inclusão do aluno cego
na comunicada escolar"
que se realiza no dia 2
de Março tem como orador
o técnico da ACAPO,
Peter Colwell e terá
como conteúdos: o perfil
do aluno cego,
pré-requisitos para a
inclusão, a autonomia
pessoal e social na
escola e na famíla -
orientação e mobilidade,
atividades de vida
diária, aprendizagem -
estratégias a ter em
conta".
Não falte. A inscrição é
gratuita. Mais
informações sobre este e
os restantes seminários
AQUI.
Discriminação, dificuldades de adaptação ou absentismo não são problemas tão graves como dizem ideias preconcebidas. Mas são essas ideias que impedem uma maior integração.
Algumas ideias preconcebidas sobre a vida laboral, a produtividade e a progressão na carreira das pessoas com deficiências ou incapacidade (PCDI) chocam com a realidade observada pelos próprios trabalhadores e pelas chefias das empresas onde trabalham, pelo menos nas organizações com mais de 100 trabalhadores. Esta é uma das conclusões do estudo “O emprego das pessoas com deficiências ou incapacidade – Uma abordagem pela igualdade”, do Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP) do Ministério da Segurança Social, agora divulgado pelo governo a pedido do grupo parlamentar do PSD.
Com o objectivo de “caracterizar o acesso e a participação das pessoas com deficiências ou incapacidade no mercado de trabalho em Portugal Continental, nomeadamente nas empresas com 100 ou mais trabalhadores”, o estudo começa por lembrar que, “dadas as características da amostra”, esta só é representativa para o universo das grandes empresas, “não sendo pois possível serem inferidos resultados para o total das empresas/organizações, até porque a maioria do sector empresarial português é constituído por PME”.
O trabalho estabelece de início o retrato das PCDI e da evolução da sua empregabilidade, que entre 1998 e 2008 cresceu 26%, contra o crescimento de 7,7% na empregabilidade geral. Neste crescimento salienta-se o salto dado pelas mulheres (+75,6%), “alterando substancialmente a relação de masculinidade observada em 1998, que passou de 70,2% (H) e 29,8% (M) para 58,3 % e 41,7% em 2008”.
Nas 202 empresas estudadas, com um total de 146,7 mil trabalhadores, 1720 tinham alguma deficiência ou incapacidade reconhecida, diz o GEP. Entre estes, 14,4% tinha o nível de bacharel, licenciatura ou mestrado/doutoramento, “observando-se assim uma evolução considerável por comparação com o estudo de 1993”. A esmagadora maioria (95%) dos funcionários tinham ainda contrato de trabalho permanente ou sem termo, “facto que aponta para estabilidade no emprego”.
mitos vs. realidade
Alguns dos pontos focados no estudo são as medidas e os programas de incentivo ao emprego de PCDI, tendo sido dado como comprovado pelo GEP que, apesar de as medidas serem “considerados importantes pelos empregadores, na maioria dos casos não foram decisivas na contratação (61,4%”. Ainda assim, “cerca de 28% das empresas / organizações inquiridas beneficiaram de incentivos públicos à contratação”.
Outra constatação reside no “processo de integração” destes trabalhadores, “que decorreu sem problemas na quase totalidade das situações (90,1%), facto que desmistifica o preconceito em relação à capacidade de integração profissional das PCDI”. Também o nível de absentismo destes trabalhadores “não é superior ao dos demais colaboradores”, salienta o GEP, que lembra: “No que respeita ao desempenho profissional dos trabalhadores com deficiências ou incapacidade, os estudos são unânimes em considerá-los tão produtivos como os demais.” O facto também é verificado neste estudo: “Os dados obtidos na investigação comprovam que 89,6% das entidades empregadores se consideram satisfeitas (66,3%) ou muito satisfeitas (23,3%) com o desempenho destes funcionários”, tendo 86,7% das empresas considerado os trabalhadores “produtivos ou muito produtivos”.
O problema dos mitos
Todo este conjunto de conclusões permite ao GEP avançar que “os bons resultados obtidos nas competências avaliadas contribuirá certamente para contrariar ideias preconcebidas em alguns sectores de que contratar pessoas com deficiência ou incapacidade é sobretudo um acto de responsabilidade social da empresa”.
Mas se as conclusões são positivas, também levantam preocupações, já que contrastam com a visão “negativa da situação laboral das pessoas com deficiências ou incapacidade em Portugal”. No âmbito do estudo foi perguntado às 202 empresas se, e sem recorrer à sua própria experiência, achavam que estes trabalhadores eram considerados “pelos empresários menos produtivos do que as pessoas sem deficiências ou incapacidade”. Mais de 60% responderam que sim. A ideia pode estar a impedir uma maior integração destes trabalhadores no mercado.
Outra conclusão do GEP está relacionada com os problemas de integração dos PCDI. “Os dados parecem comprovar a teoria que afirma que o problema de inclusão profissional das PCDI não reside na pessoa e na sua incapacidade, mas sobretudo em factores exógenos, como as condições físicas e tecnológicas de alguns contextos, situação que poderá ser melhorada num futuro próximo”, isto se as organizações recorrerem “com mais frequência às medidas e incentivos públicos”.
AÇORES: A Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos abriu um concurso destinado à apresentação de candidaturas para a aquisição de equipamentos e software na área das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para cidadãos portadores de deficiência.
Este concurso abrange pessoas com deficiência motora, mental, visual e auditiva e a multideficiência profunda.
Esta medida visa facilitar o acesso às TIC a cidadãos portadores de deficiência, bem como promover a utilização das TIC como ferramentas auxiliares da integração educacional, social e profissional.
Com esta iniciativa, Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos pretende combater a info-exclusão, promovendo a igualdade de oportunidades no acesso às TIC, a satisfação de necessidades pessoais e sociais e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos portadores de deficiência.
O apoio a conceder prevê colmatar despesas com a aquisição e instalação de computador, impressora e periféricos, adaptadores e componentes informáticos específicos para apoio aos tipos de deficiência definidos em edital, assim como despesas com a aquisição e instalação de software básico para a utilização dos equipamentos propostos e de software específico.
As candidaturas deverão ser apresentadas na Direção Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações
até às 24h do dia 9 de Março
2012.
Henry Xavier não enxerga
os jogadores ou as
jogadas, mas tem
uma
mente aguçada que
imagina tudo através do
que ouve.
Não foge do
plantão: dois fones de
ouvido e sempre
preparado.
A cada dia, o futebol é
visto por mais ângulos.
As transmissões possuem
tecnologia de alta
definição e são dezenas
de câmeras para trazer
ao telespectador os
mínimos detalhes de cada
jogada. Agora, imagine
fechar essa janela e
acompanhar o futebol só
pelos sons da torcida ou
pela voz do narrador.
Essa é a realidade do
radialista da 98
FM, Henry Xavier,
apaixonado por futebol e
profissional da
comunicação há 11 anos.
A sua deficiência visual
não o impede de fazer o
que mais gosta e, pelo
contrário, o obriga a
desenvolver uma
criatividade que o
auxilia no trabalho.
- Você imagina o campo e
com o tempo passa ter
noção de onde está cada
jogador, onde se colocam
dentro de campo. Muitas
das vezes, tudo que você
imagina é o que você
está pensando.
No trabalho, Henry é
recebido como qualquer
outra funcionário. Ajuda
na produção dos
programas, grava
entrevistas e, quando é
chamado, entra no ar ao
vivo.
- Vejo todas as funções
que ele faz como uma
coisa natural, como o
uso do computador que,
claro, é adaptado, mas
não vejo como algo
diferente – argumenta o
comentarista Guilherme
de Paula.
Não tem que ficar se
lamentando. Tem que
chegar e trabalhar.
Mostrar que se pode
fazer"
Através de um programa
especial, o computador
diz tudo que está na
tela e Henry vai
transformando para a
linguagem do braile.
Xavier também não foge
da correria dos dias de
jogos, onde precisa
desempenhar mais do que
uma função ao mesmo
tempo.
- Dia de jogo fico com
dois, três fones de
ouvido ouvindo a 98 FM,
uma rádio de fora e o
computador. O plantão
tem sempre que estar
preparado, quando o
narrador chama para
passar a informação
pedida.
E os elogios vêm de
todos pela sua
capacidade.
- Quando conheci o Henry
e, sabendo que é
deficiente visual, foi
um motivo a mais para
saber que ele é muito
bom. Ele tem facilidade
em muitas coisas, tem
uma memoria
privilegiada.
Receber elogios não muda
a característica do
radialista, que também
demonstra que a sua
deficiência não é motivo
para ser considerado
diferente ou motivo de
pena.
- As pessoas passam a
ver de outra forma. Não
tem que ficar se
lamentando. Tem que
chegar e trabalhar.
Mostrar que se pode
fazer.
Novos avanços na terapia genética
da Amaurose Congénita de Leber
AFP
9 Fevereiro 2012
WASHINGTON — Investigadores americanos informaram esta quarta-feira sobre novos avanços através da terapia genética para restaurar a visão num tipo raro de cegueira hereditária.
A terapia, testada inicialmente em apenas um dos olhos de 12 pessoas, funcionou bem ao ser repetida no outro olho de três dos pacientes, dando um sinal de que o tratamento é seguro, eficaz e não será rejeitado pelo corpo.
"Nossa preocupação era que o primeiro tratamento (no primeiro olho) poderia causar uma reação do sistema imunológico similar a uma vacina que poderia levar o sistema imunológico do indivíduo a agir contra a exposição repetida do tratamento"
explicou o autor principal do estudo, Jean Bennett, professor de oftalmologia da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Apesar dos riscos, três pacientes do estudo inicial se mostraram de acordo para receber a terapia no olho que não tinha sido tratado.
As três pessoas conseguiram ver melhor em um ambiente pouco iluminado e dois foram capazes de navegar diante de obstáculos em situações de pouca luz. Não foram reportados efeitos colaterais.
O estudo foi publicado na edição desta quarta-feira da revista Science Translational Medicine.
O tratamento revolucionário se dirige contra a amaurose congénita de Leber, doença provocada por falhas em 13 genes que compromete a capacidade de captar luz das células da retina. Esta doença causa perda severa da visão e movimentos anormais do olho na infância do paciente e provoca cegueira total aos 20 ou 30 anos.
Bennett e a sua equipa testaram um novo método inserindo um gene corrector num vírus de resfriado desativado. O vírus modificado foi injetado no globo ocular, infectando as células doentes, trabalhando como um cavalo de Tróia para depositar DNA correto na retina.
Nenhum dos 12 pacientes recuperou a visão normal, mas todos eles experimentaram melhora em pelo menos 100 vezes na resposta da pupila à luz. Seis dos 12 recuperaram a visão até o ponto de não serem mais classificados como cegos.
Mais pesquisas são necessárias antes de confirmar que o tratamento contra a cegueira hereditária é considerado seguro.
Objetivo foi detectar dificuldades de pessoas com deficiência.
Quarenta calceteiros (operários responsáveis pela colocação de calçadas) e mestres de obras das empresas que trabalham no Anel Viário percorreram calçadas da cidade usando cadeiras de rodas e bengalas para deficientes visuais. A prática, realizada nesta quarta-feira (8), faz parte de um curso de sensibilização sobre a importância da acessibilidade para pessoas com deficiência.
“Este curso mostra aos trabalhadores das empreiteiras como é importante executar bem o serviço, cujo resultado vai influenciar e facilitar a vida de quem tem dificuldade de locomoção”, disse o secretário municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Irajá de Brito Vaz.
A ideia do curso surgiu após uma inspeção da Prefeitura nos quase 30 quilômetros de calçadas do anel Viário que estão em fase de conclusão. Depois verificar alguns pontos de ajustes, os técnicos das Secretarias Municipais de Obras e dos Direitos das Pessoas com Deficiências montaram o curso.
“Agora as empresas que fizerem calçadas para Prefeitura terão que fazer este curso para seus operários”, disse o secretário municipal de Obras Públicas, Mario Tookuni.
O curso teve palestras sobre as características de pessoas com deficiência e suas dificuldades. Depois os operários vivenciaram como é andar e levar uma pessoa na cadeira de rodas. Os participantes tiveram ainda os olhos vendados andaram com uma bengala para cegos, procurando perceber a importância das pistas tácteis para os deficientes.
O encarregado de obras da empresa Obetacem, Elmar Pazinato, disse que o curso ajudou a entender a importância de uma calçada bem feita. “Agora sei o que cobrar na hora de pedir uma calçada de qualidade. Percebi como é importante que as nossas calçadas sejam bem feitas, porque isto vai influenciar na vida dos deficientes”, disse.
Mesma opinião teve o calceteiro Sidnei Santana, da empresa Marc Engenharia. “A gente tinha uma ideia que a calçada era importante. Agora, depois do curso, percebi que meu trabalho ajuda uma pessoa a sair de casa e passear sem tropeçar e se machucar por causa de uma rampa mal feita”, afirmou.
Recrutamento de «testers» para integrarem
a Bolsa de Acessibilidades Web
ACAPO
7 Fev. 2012
A Direção Nacional deliberou abrir novo período de recrutamento de
testers para integrarem a Bolsa de Acessibilidades Web. Os interessados em candidatar-se deverão possuir os seguintes requisitos:
12.º ano de escolaridade ou formação profissional equivalente;
Experiência e conhecimentos avançados em leitores de ecrã;
Conhecimentos das regras WCAG 1.0 e 2.0 e outras normas que possam ser aplicáveis;
Valoriza-se:
Experiência em concepção e construção de sítios e aplicações para a WEB;
Noções complementares de acessibilidade e usabilidade na web.
Os interessados em candidatar-se à presente bolsa, deverão fazer chegar à direção nacional da ACAPO uma carta de apresentação bem como o respectivo curriculum vitae atualizado, até ao dia 29 de Fevereiro de 2012.
Contactos:
Direção Nacional da ACAPO
a/c: Bolsa de Acessibilidades Web
Av. D. Carlos I, 126-9º 1200-651 Lisboa
E-mail:
inscricao@acapo.pt
O Estado português desconhece o número de pessoas deficientes que exercem funções nas instituições públicas e não divulga a quota de emprego obrigatória nos concursos públicos. Contudo, o Governo refuta que as situações irregulares deverão ser denunciadas também pelos parceiros sociais.
Bettencourt Picanço, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), disse à Lusa que o Estado «não tem nenhuma ideia» de quantas pessoas com deficiência trabalham para si porque «falta informação sistematizada quanto aos recursos humanos».
Idália Maria Serrão, secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação em declarações à Lusa não conseguiu precisar o número mas lembrou que um estudo do Instituto Nacional de Administração realizado em 2008 apontava para cerca de três mil pessoas. Idália Maria Serrão admitiu: «sabemos que este número será bastante inferior aos cinco por cento que decorrem da legislação» que entrou em vigor em 2001.
De acordo com a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, em 2008, dos 690 lugares colocados a concurso, 74 foram reservados para pessoas com deficiência.
Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública aponta o dedo ao Governo afirmando que «os concursos não estão a ter isso em conta, pelo menos aqueles de que temos conhecimento não têm a quota de cinco por cento para deficientes e neste momento o Governo está a incorrer numa ilegalidade».
Humberto Santos, presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD) afirmou: «na altura fizemos parte do grupo de trabalho e o nosso objectivo era que a quota de emprego na administração pública fosse um instrumento de visibilidade das pessoas com deficiência e das suas competências, mas este efeito saiu totalmente ao lado porque nada foi feito.»
Idália Maria Serrão aponta que «nos últimos concursos as candidaturas de pessoas com deficiência foram inferiores aos lugares» e explica que «em 2007 foram colocados a concurso 667 lugares, desses foram reservados 101 para pessoas com deficiência, o que representa 15 por cento, e depois apareceram 29 pessoas.»
A secretária de Estado refere ainda que as queixas têm diminuído. Em 2007 houve 119 reclamações, em 2008 foram 74 e em 2009 as queixas foram 47.
As áreas de onde provêem as maiores queixas das pessoas com deficiência são o mercado imobiliário, o acesso ao crédito à habitação, o acesso a contratos de seguros, a educação e questões laborais.
A Criança com
Deficiência Visual:
conhecer para intervir
Acção de Formação da ANIP
a 23 de Março de 2012
em Coimbra
Conhecer mais para
intervir melhor...
A
visão é, de todos os
sentidos, o que nos
fornece uma maior
quantidade de
informações num
menor espaço de
tempo e com mais
pormenores
relativamente ao
ambiente que nos
rodeia (Barraga,
1985).
É um
canal privilegiado
de acesso ao mundo,
constituindo a base
de uma parte
significativa das
aprendizagens
humanas. Através da
visão, as crianças
desenvolvem-se e
aprendem
naturalmente, sem
que tenham de ser
ensinadas,
unicamente pelo
facto de observarem,
explorarem e
interagirem com o
mundo... (Alunos
cegos e com baixa
visão, DGIDC).
A
existência de um
défice sensorial da
visão,
independentemente da
sua natureza,
constitui por si só
uma “barreira à
aprendizagem”,
exigindo, por isso,
um esforço
concertado por parte
de professores e
educadores, pais e
demais agentes
significativos...
(Fernanda Ladeira,
Compreender a baixa
visão, p. 11.)
O
modo como se
desenvolvem as
crianças com
ausência ou
limitação da visão
vai depender em
grande parte dos
estímulos que
recebem no contexto
familiar e social,
que lhes vão dar
real acesso à
informação e
permitir trocas com
o meio. (A criança
diferente, 1987).
Formadoras:
Viviana Ferreira:
Psicóloga da equipa
técnica do CAFAP -
CAIPDV
Fátima Lopes: Docente de
Educação Especial na
área da Deficiência
Visual
Conteúdos:
1. A importância da
visão no desenvolvimento
pessoal e social da
criança
2. Deficiência visual:
baixa visão e cegueira
3. Desenvolvimento da
criança com deficiência
visual
4. Avaliação e
intervenção na criança
com deficiência visual
5. Estudo de casos:
adaptação de materiais e
de atividades
Destinatários:
Educadores,
Professores, Psicólogos,
Terapeutas, Técnicos de
Serviço Social, Pais e
Familiares de crianças
com DV, Profissionais a
trabalhar na área da
Intervenção Precoce e da
Deficiência Visual.
Objetivos:
No final da ação de
formação, os formandos
deverão:
1. Ter noções básicas de
deficiência visual;
2. Conhecer as
implicações de
deficiência visual no
desenvolvimento da
criança;
3. Conhecer estratégias
de desenvolvimento da
criança com deficiência
visual.
Local:
Sala Polivalente do
IPJ - Coimbra
Rua Pedro Monteiro, 73
(Junto ao Jardim da
Sereia)
3000-329 COIMBRA
Organização e
Secretariado:
Associação Nacional
de Intervenção Precoce
Departamento de Formação
Av. Afonso Romão -
Hospital Pediátrico
(Piso 0)
3000-602 COIMBRA
Tel: 239 483 288 | Fax:
239 481 309
email:
anip.forma@mail.telepac.pt
Web:
www.anip.net
“Isso não são alíquotas verdadeiras. Foi para a reportagem fotográfica.” Sónia Baptista, a técnica de diagnóstico e terapêutica que esta quinta-feira começou a ser julgada, junto com o colega farmacêutico Hugo Dourado, pelo crime de ofensa à integridade, tentava explicar ao colectivo de juízes, observando imagens no processo, como era possível, numa seringa com a largura do dedo mindinho, escrever o nome do medicamento, a data de elaboração da seringa, a dosagem, as condições de preparação e o prazo de estabilidade, avança o i-online.
A questão foi uma das muitas levantadas esta quinta-feira sobre os procedimentos de segurança no Hospital de Santa Maria, no arranque do julgamento do caso que levou à cegueira de seis doentes em Julho de 2009.
Alíquota foi provavelmente a palavra mais repetida durante a audiência, quatro horas para Hugo Dourado e uma hora, já ao final da tarde, para Sónia Baptista, que voltará a depor no próximo dia 9. A alíquota é o resto de um medicamento que vem em ampolas demasiado grandes para usar de uma só vez, e fica guardado numa seringa, como com o Avastin, o medicamento no centro deste caso. Este fármaco é usado em tratamentos oncológicos, mas nos últimos anos começou também a ser utilizado em tratamentos oftalmológicos, por exemplo, para a degeneração macular da idade, por ser idêntico a um outro medicamento específico para esta doença, mas que sai cerca de 40 vezes mais caro por dose. Perante o colectivo de juízes, os dois arguidos negaram que, à data dos factos, existisse um manual de procedimentos na unidade de preparação de citotóxicos, a valência da unidade de produção de estéreis onde trabalhavam e de onde saíram as seringas para o bloco operatório.
Manuais de procedimento
A questão surge do facto de o processo incluir dois alegados manuais de procedimentos para esta valência, o primeiro entregue logo na semana a seguir ao incidente, com a inscrição “em actualização”, e o outro entregue em Setembro do mesmo ano à PJ, com a data de 2007.
Hugo Dourado, hoje com 31 anos, disse não existir qualquer manual e que todas as instruções eram comunicadas “verbalmente” pela coordenadora da unidade, Regina Lourenço, arrolada como testemunha no processo.
Os dois manuais no processo são os mesmos e foram elaborados pelo farmacêutico e outra colega, a pedido de Regina Duarte, “à pressa”, para que houvesse algo para entregar à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde. Sónia Baptista, hoje com 26 anos e quem preparou as seringas que viriam a ser administradas aos seis doentes, confirmou a ausência de manual, explicando aos juízes que aprendeu os procedimentos com as colegas e adiantando que as instruções partiam de Regina Lourenço e que algumas coisas “não faziam sentido”. É o caso da que se segue: um mês antes do incidente, segundo os depoimentos de esta quinta-feira, Regina Lourenço terá comunicado que, dali para a frente, as tais seringas com sobras de ampolas de medicamentos, entre eles o Avastin, passariam a ir logo pelas 8h da manhã para a sala onde se fazem as preparações, deixando de ser verificadas primeiro na sala de apoio e depois na chamada “sala limpa”.
Estas alíquotas passaram a ser levadas todas no mesmo tabuleiro, independentemente de terem fármacos diferentes e de alguns precisarem de estar no frigorífico. No caso concreto do Avastin, a informação na seringa especificava que devia ser conservado a uma temperatura de 2 a 8 graus. Todos os dias estaria pelo menos dez horas à temperatura ambiente, caso a seringa não ultrapasse o “prazo de validade”, cerca de 48 horas após a elaboração da alíquota.
Sónia Baptista só teve uma hora para depor, mas Hugo Dourado teve oportunidade de expressar a sua visão sobre o caso: sustenta que foi precoce concluir que terá havido uma troca de medicamentos quando há indícios que poderiam fundamentar contaminação microbiológica do preparado (as análises a três dos seis doentes revelaram a presença de bactérias Streptococcus pneumoniae). Por outro lado, acredita que as perícias legais para determinar se o telefonema anónimo que denunciou uma sabotagem das seringas com cavalinha não podem ser consideradas conclusivas, porque não despistaram todos os elementos deste fármaco.
A defesa questionou a ausência no processo de um relatório do Infarmed, que só terá sido remetido ao Ministério Público em Janeiro de 2010, um mês depois da acusação, e que acredita ser “crucial” para o caso. Apresentou ainda prova de que o relatório que a coordenadora e o gestor do medicamento do Hospital de Santa Maria, com o aval da anterior administração desta unidade, remeteram às unidades não podia na realidade ter sido elaborado em 2007, como se diz na folha de rosto. Neste relatório é referido o sistema de gestão de stocks, Formed, que só foi instalado no hospital em Julho de 2009.
Os olhos, nas suas múltiplas funções e capacidades, constituem, na espécie humana, o
mecanismo mais excelente e privilegiado do cérebro para a avaliação do meio exterior.
Ver, o poder ver, o poder retirar das capacidades funcionais do “aparelho visual” por
menor que seja o contributo do componente ocular, não tem discussão. Merece todo o nosso empenho, até aos
limites indizíveis da “devoção cega”, do querer e da paixão científica e humana consoladora. O que se
progrediu nos campos tecnológicos e pedagógicos no tema da reabilitação de funções visuais reduzidas ou
mesmo perdidas, desde os tempos pioneiros de esplendor criativo do nosso inesquecível Engenheiro Técnico Jaime
Magalhães Filipe, é um mundo de deslumbramento. Permitir ao cérebro humano através dos mais
diversos meios elaborar sobre o mundo exterior e interior, fornecendo-lhe algo de semelhante ao
que o sistema visual lhe proporciona em condições normais, é um desafio para todo o investigador
cientista, técnico ou pedagogo que saiba e goste de transpor obstáculos.
É para tentar
responder a esse desafio
que aqui nos encontramos
junto ao grandioso Farol
orientador da Barra de
Aveiro. Não viremos as
costas ao chamamento.
Professor Doutor Ferraz
de Oliveira
O que é o CPRV2012? O Congresso
Português de
Reabilitação Visual
(CPRV2012) é um
congresso organizado por
pessoas que trabalham,
investigam ou têm forte
interesse pela
reabilitação visual. Se
partilha dos mesmos
interesses, este
congresso dirige-se a
si.
Os três vectores deste
evento são:
Reunião e
valorização dos
profissionais e recursos
existentes em Portugal;
Formação e
desenvolvimento
contínuo;
Preparação dos
recursos para a
organização de eventos
nacionais regulares e/ou
eventos internacionais.
Para atingir estes
objectivos a organização
preparou um evento
multidisciplinar repleto
de palestras sobre os
temas mais actuais
proferidas por
personalidades de
referência. Tivemos a
cuidado de criar espaços
de discussão e de
sociabilização para
promover a troca de
experiências e o
estabelecimento de
colaborações.
ORADORES CONFIRMADOS
Professora
Eliana Sampaio
Arquiteto Carlos
Mourão Pereira
Professor
Francisco Ambrosio
Dr.ª Diana
Brandão
Dr Serafim
Queirós
Professor
António Filipe
Macedo
Professor Miguel
Castelo-Branco
Dr.ª Viviane
Ferreira
Dr.ª Luisa
Santana Silva
Professora
Leonor Moniz Pereira
Dr.ª Ana
Cristina Guerreiro
Espadinha
contactos:
Laboratório de
Reabilitação Visual da
Universidade do Minho
a/c Prof. António Filipe
Macedo
Departamento de Física
Campus de Gualtar
―
4710-057 Braga
email:
cprv2012@gmail.com
url:
www.uminho.uminho.pt
telefone: 962 630 492
A ACAPO está a organizar
o Congresso de Design
Inclusivo, que terá
lugar em Lisboa nos dias
28 e 29 de junho.
O evento tem por
objetivo conhecer
trabalhos desenvolvidos
neste campo e promover a
troca de saberes entre
projetistas, gestores de
espaço, académicos e
serviços públicos, bem
como de pessoas com
mobilidade reduzida.
Os interessados deverão
apresentar resumos de
estudos, produtos e
processos nos campos da
Acessibilidade e Design
Inclusivo até ao dia 5
de Abril.
ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
Av. D. Carlos I, n.º 126 9.º andar - 1200-651 Lisboa
Tel.: 21 324 45 00 | Fax: 21 324 45 01
E-mail:
neia@acapo.pt
Web:
http://www.acapo.pt
Tecnologias de Apoio para Baixa Visão e Cegueira
Workshop - Centro de Recursos TIC Faro
Jaime Ribeiro
No dia
8 de Fevereiro 2012, no auditório da Escola EB2,3 Dr. José de Jesus Neves Júnior, entre as 14h30 e 17h00, realizar-se-á o workshop "Tecnologias de Apoio para Baixa Visão e Cegueira" promovido por este Centro de Recursos TIC para a Educação Especial, em parceria com a
Ataraxia, destinado a Docentes de Educação Especial, Terapeutas, Docentes do Ensino Regular, Encarregados de Educação e Assistentes Operacionais.
Informações e inscrições para
crticfaro@gmail.com. Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar
Respostas para pessoas surdocegas
na Casa Pia de Lisboa
Leonardo Rafael Conceição
Director Executivo do Centro de Educação e Desenvolvimento (CED)
António Aurélio da Costa Ferreira – Casa Pia de Lisboa
A Casa Pia de Lisboa, através do Centro de Educação e Desenvolvimento (CED) António Aurélio da Costa Ferreira, tem vindo a disponibilizar - às pessoas surdocegas - um conjunto de respostas específicas e respostas especializadas de apoio à participação social e comunitária. No domínio das respostas específicas o CED no âmbito da Educação, Reabilitação e Inserção apoia 30 pessoas surdocegas visando promover a sua autonomia, qualidade de vida e inserção social.
Enquanto serviço especializado de apoio à participação social e comunitária são disponibilizadas as seguintes respostas:
Apoio especializado a pessoas surdocegas adultas nas suas comunidades e espaços de vida, suas famílias e organizações locais, visando a manutenção da inserção social, profissional e comunitária, designadamente das pessoas que adquiriram surdocegueira na vida adulta. Neste âmbito são apoiadas cerca de 45 pessoas adultas a nível nacional.
Atendimento avaliação e encaminhamento de pessoas com deficiência sensorial e problemas graves de comunicação que necessitem de intervenções específicas e especializadas visando melhorar a sua atividade, participação e inserção social. Esta resposta destina-se a crianças jovens e adultos que, inseridas nas suas comunidades, necessitem de apoio complementar especializado.
Informação sobre os produtos de apoio (Ajudas Técnicas) necessários à sua funcionalidade e participação, promover a sua utilização e apoiar o acesso à informação, disponibilizando-a sempre que necessário em suporte e formato acessível.
Estimulação sensorial e cognitiva visando potenciar o desenvolvimento utilizando, designadamente a sala de snoozleen.
Reconhecimento, Validação e Certificação Competências para pessoas com deficiências sensoriais, limitações de atividade e restrições de participação (surdas, cegas ou com baixa visão e surdocegas), assegurando que todas as pessoas maiores de 18 anos tenham possibilidade de elevar os seus níveis de qualificação, com vista à obtenção de uma certificação de nível básico ou secundário.
Apoio familiar, destinada a apoiar pais e familiares de pessoas surdocegas quer no domínio da organização dos espaços familiares de molde a que promovam a autonomia da pessoa surdocega quer através do funcionamento de grupos de suporte e apoio ou dotando os familiares de adequados códigos e modos de comunicação.
Residência de Apoio ou acolhimento destinada a acolher crianças, jovens e adultos surdocegos que necessitem de frequentar estruturas de acolhimento especializado afastadas da sua residência habitual, ou que, por comprovadas necessidades familiares precisem de resposta substitutiva da família.
Uma resposta nacional às pessoas surdocegas, considerando as suas diferentes características e necessidades de apoio, é ainda claramente insuficiente e sobretudo desarticulada. As pessoas surdocegas, para além da Casa Pia de Lisboa, vão encontrando respostas no âmbito do Ministério da Educação, no contexto das respostas existentes para a multideficiência, e em algumas organizações locais da área da deficiência e da reabilitação e do apoio social.
Urge, por isso, definir um modelo de intervenção articulado que potencie as várias sinergias existentes a nível nacional de modo a desenvolver e implementar um conjunto de resposta de qualidade para as pessoas surdocegas no contexto das mais recentes orientações internacionais sobre a deficiência e a reabilitação, designadamente a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e os princípios subjacentes à Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde das Nações Unidas.
A Disabled Divers International (DDI) escolheu Portugal para realizar o seu I Encontro Internacional, reconhecendo o trabalho da representação portuguesa que num ano conseguir formar 35 instrutores de mergulho e 4 mergulhadores portadores de deficiência. Para a realização do encontro Portugal recebe o fundador e presidente da DDI que irá apresentar o trabalho da DDI em conjunto com a Deptherapy Foundation nos Estados Unidos com o rigor científico conferido pela Universidade John Hopkins.
O Encontro realizar-se-á em Tavira no próximo dia 27 de Janeiro, sendo que o programa se estende a sábado com a realização de Batismos de Mergulho na Piscina Municipal de Tavira, das 10h às 13h.
Sete mulheres deficientes visuais exibem as mãos, decoradas com henna, momentos antes de uma
cerimónia de casamento coletiva em Andh Kanya Prakash Gruh, Ahmedabad, Índia.
Navegar na Internet não é tarefa fácil para quem tem deficiências visuais. Também o acesso à Cultura nem sempre é
simples quando se fala de cidadãos cegos ou amblíopes. Para facilitar o acesso a obras literárias por parte deste tipo de utilizadores, a
Biblioteca Pública Municipal do Porto resolveu colocar on-line a
Biblioteca Sonora Digital.
Lançada no final do ano passado, a Biblioteca Sonora Digital é um novo serviço on-line,
disponível através do site do Catálogo Público de Acesso em Linha das Bibliotecas Municipais
do Porto, exclusivo para cidadãos com deficiências visuais. Neste site, estes cibernautas podem aceder
a um repositório electrónico que inclui diversas obras em formato áudio livro existentes no acervo da
Biblioteca Sonora da Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP).
Segundo explicou ao iGOV o responsável da Biblioteca Sonora da BPMP, Júlio Costa, este projecto foi lançado com
o intuito de contribuir «para a modernização do serviço existente nesta área (Biblioteca Sonora), facilidade de
pesquisa e acesso aos conteúdos por parte do público-alvo, redução de custos de contexto,
preservação de conteúdos áudio e fomentar a inclusão nas bibliotecas municipais».
A iniciativa pode ser considerada como um passo em frente da Biblioteca Sonora, um serviço da BMPB criado
em 1972 destinado a ser uma alternativa de acesso a documentos e obras literárias, que passaram a estar
disponíveis também em formato áudio, para que quem não pudesse ler não ficasse sem acesso a esses conteúdos. Tal como na altura a Biblioteca Sonora foi
considerada pioneira no país, também hoje a Biblioteca Sonora Digital é vista por Júlio Costa da mesma
forma, ao afirmar que «esta valência de disponibilização de livros falados em suporte eletrónico,
designadamente na integração com o sistema integrado de gestão das bibliotecas, é, tanto quanto sabemos, pioneira em bibliotecas públicas
portuguesas, constituindo mais um passo na interação com os utilizadores e garantindo bibliotecas municipais inclusivas».
Cerca de 500 obras disponíveis até Março
Baseado em SQL e num Sistema Integrado de Gestão de Bibliotecas Horizon, módulos Horizon Information Portal e
Arquivo Digital, este serviço on-line permite aos utilizadores registados fazerem o download de «algumas
dezenas de obras em suporte digital», revelou na altura da apresentação do projecto a autarquia portuense. Com actualizações
semanais em curso, a meta traçada pela instituição é ter na Biblioteca Sonora Digital cerca de 500 obras até ao final de Março, o correspondente a mais de 2.500 horas de gravações.
Segundo Júlio Costa, durante o processo de implementação ainda surgiram algumas dificuldades, nomedamente «as decorrentes do
pioneirismo e inovação da solução desenvolvida e adoptada, designadamente no que concerne à articulação
com o SIGB Horizon», explica.
Mesmo com esses percalços iniciais, para o responsável pela Biblioteca Sonora já é possível apontar alguns
aspectos positivos deste projecto, desde a «comodidade e facilidade de acesso remoto a
conteúdos áudio digital/livros falados em modo transacional» à «redução da chamada pegada ecológica,
evitando a repetição de trabalhos e custos (administrativos, de gravação e duplicação de
suportes, portes de correio, etc.) e reforço da coesão e inclusão proporcionando a cidadãos deficientes
visuais o acesso e fruição de leitura gravada», sublinha.
Quanto ao futuro do serviço, ainda há algum trabalho pela frente e os próximos passos já foram definidos, revela
o responsável: «várias funcionalidades e aperfeiçoamentos complementares estão ainda em estudo, tendo
sido já equacionada uma evolução futura no sentido da implementação das Directivas para a
acessibilidade do conteúdo Web - 2.0 do
W3C».
Projecto:Biblioteca Sonora Digital Entidade: Câmara Municipal do Porto
Responsável pelo projecto:Pelouro do Conhecimento e Coesão Social - Direcção Municipal de Cultura /
Departamento Municipal de Bibliotecas; Direcção Municipal de Sistemas de Informação / Departamento Municipal de Desenvolvimento de Aplicações
Tempo de Implementação: Dezembro de 2011 Tipo de Desenvolvimento: Interno e Externo (aquisição de serviços)
Parceiros de desenvolvimento: Novabase, S.A.
Contactos - Tel: 225 193 480;
E-mail:
bpmp@cm-porto.pt
O surgimento do glaucoma, uma doença que atinge o nervo óptico e pode ocasionar a cegueira, pode estar
associado a problemas na glândula tiróide. A conclusão é de um estudo realizado nos Estados Unidos.
No caso do hipertiroidismo, que se caracteriza pela hiperfunção da glândula tiróide, a doença leva a
inflamação da musculatura ocular. Isso pode ocasionar a expansão de tecidos e partes moles do olho e a
órbita pode não conseguir se acomodar a esta situação.
No caso do hipotiroidismo, causado pela deficiência dos hormônios produzidos pela glândula tiróide, há o acúmulo de
substâncias chamadas mucopolissacárides. Elas são responsáveis em carregar a água do interior das células para o compartimento fora delas, causando um edema.
De acordo com o estudo, a ligação entre o glaucoma e os distúrbios da tiróide pode ser causados pelos depósitos
químicos nos vasos sanguíneos que irrigam o olho, causando um aumento da pressão dentro do globo ocular.
O novo
portal do Governo
não cumpre os requisitos para ser usado por pessoas com necessidades especiais de acessibilidade, contrariando as regras
que orientam a criação de sites do Estado.
Entre as falhas encontradas pelos especialistas ouvidos pelo PÚBLICO, estão vídeos sem legendas e
sem um texto explicativo, pouco contraste de cores, uma navegação impraticável para quem só usa o
teclado e a ausência de identificação das línguas (o português e o inglês), dificultando a tarefa dos leitores de
ecrã usados por quem tem problemas de visão.
“O conteúdo não é completamente inacessível senão em casos pontuais, mas está apresentado de uma forma que torna pouco prática a leitura por parte de cidadãos com necessidades especiais”,
explica Bruno Figueiredo, director da empresa Ideias e Imagens, que faz consultoria nesta área. “Os principais cidadãos
afectados são os invisuais, pessoas com deficiências auditivas e pessoas com deficiências motoras nos membros superiores”.
O portal foi lançado na segunda-feira e agrega as páginas de todos os ministérios, uma medida que, afirmaram então os
responsáveis, permite poupar “centenas de milhares de euros por ano”. Foi criado, por ajuste directo após
consulta de mercado, pela empresa Grand Union, uma firma inglesa com subsidiária em Portugal e escritórios em Oeiras. Custou 75 mil euros.
Confrontado com as falhas encontradas, o Ministério Adjunto e dos Assuntos Parlamentares não respondeu em tempo
útil.
Bruno Figueiredo chama também a atenção para o facto de o site “não cumprir as regras de acessibilidade que o
próprio Governo estipulou”, através da resolução do Conselho de Ministros 155/2007, assinada pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates.
A resolução define que as “formas de organização e apresentação dos sítios da Internet do Governo e
dos serviços e organismos públicos da administração central sejam escolhidas de forma a permitirem ou facilitarem o seu acesso
pelos cidadãos com necessidades especiais”. O documento define ainda as regras internacionais
que devem ser aplicadas. “Para a observância das regras”, afirma Figueiredo, “existem falhas em quase todos os
parâmetros”.
Também Francisco Godinho, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e especialista em
acessibilidade, nota falhas: a ausência de uma mapa do site (uma lista de links que
permite uma navegação fácil), a má colocação de alguns links e o pouco contraste dos tons de cinzento usados.
Ressalvando ter feito apenas uma avaliação breve das novas páginas, afirma que os serviços
informáticos do Estado tinham “ bastante cuidado neste portal” e que a remodelação agora
feita por uma empresa privada é “provavelmente” um retrocesso em termos de acessibilidade. Para além disso, como o portal passou a agregar todos os ministérios, “os erros propagam-se”.
O líder do Departamento de Usabilidade e Qualidade do portal Sapo, Ivo Gomes, faz também uma avaliação
negativa e enumera problemas. Um deles é a navegação com o teclado, tarefa “quase impossível”. Quem navega
só com as teclas normalmente percorre os links de forma sequencial até ao link desejado - mas o site
não assinala os links à medida que vão sendo seleccionados. “Faltou claramente alguém que fizesse uma validação
manual [do cumprimento dos requisitos de acessibildiade] ou pelo menos um teste com duas
ou três pessoas com algum tipo de necessidade especial”.
Este é o teclado mais espectacular que já vi. Duas teclas que
fazem o mesmo que as 101 teclas de um teclado de computador.
Se não o tivesse testado, iria dizer que era mentira.
O Type in Braille é o teclado braille mais fantástico que eu já vi até hoje. Há quem fique admirado com o reduzido número de teclas que uma máquina braille tem - geralmente 6, mais o espaço, mais uma para mudar de linha e ainda mais uma para andar um carácter para trás (ver máquina Perkins, na figura abaixo). O teclado "Type in Braille" tem ... duas teclas. Duas teclas! Uauuu!!
O facto do "Type in Braille" ter apenas duas teclas e ser manuseável apenas com uma mão, impressiona, mas o que é, para mim, fabuloso é mesmo o método usado para se obter todos os caracteres possíveis e, apesar de se tratar de um teclado touch screen, eu diria que só uma pessoa cega poderá tirar partido dele.
Ainda mais importante do que introduzir informação num iPhone com um teclado touch screen braille é pensar que podemos usar este mesmo método noutros dispositivos, tais como: ATMs, máquinas de pagamento, máquinas de venda de bilhetes, etc, etc.
Como escrever no teclado Type in Braille
aviso: o parágrafo que se segue só é compreensível para quem sabe braille
Uma célula braille é composta por 3 linhas de 2 colunas de pontos cada. O teclado Type in Braille introduz uma linha de cada vez e cada uma das 2 teclas corresponde respectivamente aos pontos dà coluna da esquerda e da direita. Assim, para formarmos um carácter braille são precisas 3 toques. Há 3 tipos de toques básicos possíveis: tocar apenas na tecla da esquerda, tocar apenas na tecla da direita, tocar nas duas em simultâneo. Confuso? Na prática acaba por ser simples, intuitivo e eficaz. Vejamos a letra "o" que é formada pelos pontos 135. No Type in Braille fica "tecla esquerda, tecla direita, tecla esquerda". Imagine agora a letra "r" que é formada pelos pontos 1235. No Type in Braille seria introduzido da seguinte forma: tecla esquerda, tecla esquerda e direita em simultâneo, tecla esquerda.
E assim sucessivamente para os 63 combinações que o braille permite. Já agora o espaço em branco é introduzido "pincelando" o dedo da esquerda para a direita. E sinais compostos também são possíveis de introduzir. Por exemplo "A" ("a" maiúsculo) que em braille corresponde aos pontos 461 será introduzido no Type in Braille com a sequência: tecla direita, toque com 3 dedos, tecla direita, tecla esquerda, "pincelar" para a direita. Ui.. Ui!!
Parece estranho mas garanto que é intuitivo! Introduzi aqui dois gestos novos: o toque com 3 dedos em simultâneo faz com que nenhum dos pontos dessa linha fique activo; o pincelar para a direita logo após a introdução do ponto 1 significa que esse carácter não tem mais pontos na célula como é o caso da letra "a".
Quem sabe um dia, não haverá um fabricante que use este teclado num dispositivo que imprima logo em papel braille. Garanto-vos que é um método de escrita bem mais revolucionário e "simples" que a escrita em pauta braille.
Para terminar, mais um conselho relativo aos dedos a usar para escrever em iPhone e iPad com este teclado. No caso do iPhone, as pessoas cegas devem usar os dedos "anelar" e "indicador" da mão esquerda (isto se pegarem no iPhone com a mão direita). No caso do iPad aconselho a usarem o dedo "mínimo" e o "indicador" da mão esquerda.
A aplicação encontra-se na AppStore disponível em Type in Braille. O preço é de 3,99 euros. A ajuda em inglês do Type in Braille pode ser consultada online.
Ano: 2010
Numa qualquer escola de Espanha
Uma criança cega precisa de escrever uma redacção sobre as cores das flores. O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. A tradução para o português foi feita para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.
Os cidadãos portadores de deficiência não têm de ir a junta médica ou pagar 50 euros para renovar o atestado de
incapacidade permanente ou definitiva, que isenta do pagamento de taxas moderadoras, garantiu ao Expresso a Administração Central do Sistema de Saúde .
O problema foi levantado pela Associação Portuguesa de Deficientes (APD) que tem recebido queixas de
associados a quem foi pedido para irem a junta médica, ficando obrigados ao pagamento de 50 euros, de modo a renovarem o atestado.
"Tratou-se de uma confusão em alguns centros de saúde", disse ao Expresso Patrícia
Henriques, do gabinete de imprensa da ACSS.
Humberto Santos, presidente da APD, admite que seja um mal entendido, mas sublinha que a tutela devia ter
clarificado a situação. "Enviámos ontem um ofício a questionar os Ministérios da Saúde e
da Segurança Social, mas ainda não obtivemos resposta."
Os cidadãos com capacidade igual ou superior a 60% estão
isentos do pagamento de taxas moderadoras.
Desde 1 de janeiro que, para essa isenção, é necessário que o atestado de incapacidade seja passado de acordo
com o modelo aprovado em 2009.
Têm direito a um subsídio - na compra de equipamentos descodificadores para Televisão Digital Terrestre (TDT) - três grupos carenciados:
- as pessoas que recebem rendimento social de inserção,
- os pensionistas com reformas até 500 euros e
- as pessoas com grau de deficiência de 60%.
Em Espanha o perímetro de apoios foi muito mais alargado, abrangendo, por exemplo,
cidadãos com mais de 80 anos.
Para pedir a comparticipação, é preciso preencher um formulário em
www.tdt.telecom.pt e enviar todos os documentos comprovativos para uma morada disponível nesse site.
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) decidiu suspender de imediato as cirurgias oftalmológicas
em seis clínicas por não cumprirem os critérios de qualidade e de segurança.
Em comunicado, a ERS anunciou que quatro dessas clínicas situam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo:
a Clinialba, a Clínica Dr. Ruy Puga, a Asmeci e a Cliortodôntica.
Há ainda uma outra na zona Norte, a Oftalmocenter, e uma última no Algarve, a Medci.
A ERS deu ainda indicações a outros 18 estabelecimentos para corrigirem as falhas detectadas.
Esta fiscalização surgiu na sequência de um estudo para caracterizar e avaliar os estabelecimentos que praticam cirúrgia
oftalmológica em Portugal. No total foram idenficados 149 estabelecimentos, 119 passaram no teste.
Contactado pela TSF, Olívio Dias, o director da Cliortodôntica, na qual funciona o Instituto de Oftalmologia de Algés, já explicou as falhas que foram detectadas.
«Parece-me que as leis foram alteradas com regulamentos especiais para dotar os blocos operatórios com
condições especiais de ar condicionado e que eu não tinha, mas concordo que a cirurgia
oftalmológica tem algum risco, aqui trabalhamos há 17 anos mas nunca tivemos nenhum problema»,
salientou.
A clínica tem agora três meses para regularizar a situação e só depois pode voltar a realizar cirúrgias.
Por seu turno, Eurico Castro Alves, responsável por esta fiscalização, disse que, apesar de tudo, ficou
satisfeito com os resultados desta inspecção.
Cientistas encontram células-tronco atrás da retina do olho, que têm potencial para tratar
doenças visuais. Descoberta pode ajudar no combate à cegueira.
Cientistas norte-americanos descobriram que uma finíssima camada de células, atrás da retina do olho, tem potencial
para tratar doenças que levam à cegueira. O anúncio foi feito por uma equipe do Instituto de Células - Tronco
Neurais, em Ressenler, no Estado de Nova York.
Conhecida como epitélio pigmentar da retina, essa camada guarda um grupo especial de células-tronco, que pode
se transformar em coisas tão variadas quanto gordura e neurônios.
No futuro, de acordo com o trabalho, ela poderia servir como reservatório de células-tronco para
muitas outras terapias - incluindo problemas do sistema nervoso.
Ao contrário de algumas outras fontes de células-tronco, a possibilidade de coleta ou sua capacidade de
diferenciação não se alteram com a idade dos pacientes.
De acordo com a líder do estudo, Sally Temple, essas células poderiam ser retiradas até de um
paciente de 99 anos de idade.
O controle do equilíbrio é um grande problema para os idosos com baixa visão. Os benefícios do Tai Chi para o controle de equilíbrio, para a força muscular e para a prevenção de quedas foi demonstrado com as pessoas mais velhas que conseguem ver e este estudo procurou explorar se as pessoas idosas com dificuldades visuais também poderiam obter estes benefícios. Pesquisadores do Centre for East-meets-West in Reabilitation Sciences, The Hong Kong Polytechnic University conceberam e realizaram um estudo de 16 semanas em casa de cuidado residenciais, envolvendo quarenta pessoas com idade superior a 70 anos. Após a intervenção, os participantes do Tai Chi demonstrarm melhorias significativas na propriocepção do joelho (consciência sobre a posição dos membros) e em suas relações visuais e na taxa vestibular (capacidade de equilíbrio) em comparação com um grupo controle.
Aos moradores da casa de cuidado no grupo de Tai Chi era ensinada uma rotina modificada de 8 formas de Tai Chi de estilo Yang e eles a praticaram em sessões de 90 minutos, três vezes por semana durante 16 semanas. O estilo enfatizou a mudança de peso multi-direcional, a rotação da cabeça e do tronco, e a consciência do alinhamento do corpo. Dicas verbais e a orientação física foram dadas. Os residentes no grupo de controle participaram de uma atividade musical de percussão, aprendendo a tocar o djembe, um instrumento de percussão.
Os participantes foram avaliados pré e pós-intervenção por meio de três testes: 1) reposicionamento passivo da articulação do joelho para testar a propriocepção do joelho, 2) a força concêntrica isocinética dos extensores do joelho e dos flexores e 3) um teste de organização sensorial para quantificar a capacidade de um indivíduo para manter o equilíbrio em uma variedade de complexas condições sensoriais.
A prática do Tai Chi requer consciência da posição do corpo e dos movimentos das extremidades, o que pode melhorar a propriocepção articular. O movimento repetido da cabeça é um dos elementos importantes no Tai Chi, e isso pode ajudar a estimular o sistema vestibular para melhorar o controle do equilíbrio. Resultados deste estudo estão de acordo com os de um estudo prévio de Li, Xu, & Hong que relatou que a propriocepção articular do joelho das pessoas com visão normal pode ser melhorada dentro de 16 semanas de treinamento de Tai Chi. Este estudo estende os resultados para os idosos que são deficientes visuais.
Tsang disse que “Nós sabemos que o exercício regular traz benefícios fisiológicos e psicológicos para todos os idosos, mas os idosos que são deficientes visuais são menos fisicamente ativos do que aqueles que enxergam normalmente e isso pode levar à redução no funcionamento físico e no bem-estar. Nosso estudo mostra que o Tai Chi pode ser uma forma adequada de exercícios para pessoas com deficiência visual e de fato ajuda com a melhoria do seu controle do equilíbrio. Seria interessante estender este estudo para envolver as pessoas mais velhas que moram na comunidade, que tendem a ser mais independentes e poderiam se beneficiar de maneira diferente do treinamento”.
Estudo da Universidade de Coimbra confirma que falta de acuidade visual provocada por droga dura
24h. Já se sabia, segundo diferentes especialistas, que o ecstasy – droga psicotrópica do grupo
das anfetaminas, essencialmente composta pelo fármaco NDMA
(Methylenedioxymethamphetamine)
– provoca toxicidade no cérebro, mas a ciência desconhecia se afectava a visão, especialmente a
função da retina, “tendo em conta que esta membrana do globo ocular faz parte do sistema nervoso central, ou
seja, é um apêndice do cérebro”, tal como frisou o investigador Francisco Ambrósio.
Um estudo pioneiro a nível mundial, desenvolvido por uma equipa do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem, da Faculdade de Medicina da Universidade
de Coimbra (UC), confirmou, em modelo animal (rato), que a droga pode de facto alterar a percepção e
acuidade visual durante, pelo menos, 24 horas. O trabalho, coordenado por Francisco Ambrósio,
desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, foi publicado na revista
científica americana, «PloS
One».
“O objectivo foi perceber se o consumo de pastilhas que contêm este fármaco [NDMA – substância que provoca
euforia e excitação] poderá ter repercussões na visão e de que forma; por isso, testámos os efeitos administrando
uma dose única, mas elevada em ratos”, explicou o coordenador do grupo ao «Ciência Hoje».
Para avaliar a falta de acuidade visual, o estudo da equipa de investigação, onde João Martins é o primeiro
autor, baseou os seus resultados recorrendo a eletrorretinogramas (como uma espécie de encefalograma para o
cérebro), que tem a função de avaliar a resposta da retina a estímulos luminosos e analisar a sua fisiologia. “Verificaram-se alterações nas amplitudes das ondas (A
e B) e durante algum tempo [24 horas] – o que significa que os foto-receptores (células da retina responsáveis
pela recepção e formação) foram afectados, assim como a sua função”, sublinhou o coordenador da investigação.
Dose única
Francisco Ambrósio
explicou também que “este estudo é importante para perceber que efeitos poderá provocar o consumo
continuado de ecstasy na fisiologia da retina”, mas acrescenta que apesar de “no final de sete dias” já “não se
verificarem sinais das alterações” provocadas pela droga, tratou apenas de uma dose única e a longo prazo os
efeitos podem subsistir.
Por isso, os investigadores pretendem "mimetizar, também em modelo animal, o uso continuado de ecstasy
segundo dois paradigmas: o consumidor jovem que vai passar uma semana de férias em grupo e toma
diariamente ecstasy, e o consumidor jovem de fim-de-semana. O objectivo consiste em avaliar as alterações causadas na fisiologia
da retina”, avançou o comunicado.
Sabe-se, no entanto, que os danos que o ecstasy provoca no cérebro, podem ser irreversíveis e, por isso, “é bem
possível que haja repercussões na visão”, segundo concluiu o especialista.
O Museu Nacional Machado de Castro, em parceria com a Delegação de Coimbra da ACAPO, vai inaugurar no próximo dia 4 de Janeiro de 2012, Dia Mundial do Braille, uma maqueta do Criptopórtico Romano de Aeminium, acessível a pessoas com deficiência visual. A cerimónia de inauguração terá lugar no Museu Nacional Machado de Castro, pelas 14h30.
Programa:
14h30 – Sessão de abertura: Intervenção da Presidente da Delegação de Coimbra da ACAPO (Rosa Esteves) e da Diretora do Museu Nacional Machado de Castro (Ana Alcoforado)
14h45 – Atuação do pianista Jorge Gonçalves (associado da ACAPO e professor de música na escola de música “Sítio de Sons”) e da cantora Susana China (professora de canto na Escola de Música “Sítio de Sons”)
15h15 – Início da
visita guiada ao Criptopórtico Romano de Aeminium (já com exploração tátil, da nova maqueta acessível, por parte e associados da ACAPO presentes no local)
17h00 – Encerramento
Museu Nacional Machado e Castro
Rua: Lg. Dr. José Rodrigues
3000-236 Coimbra
Biblioteca Municipal da Mealhada
assinala
Dia Mundial do Braille
A Biblioteca Municipal da Mealhada vai assinalar o Dia Mundial do Braille com “uma reflexão sobre a perceção do mundo através dos nossos sentidos”, no próximo dia 4 de janeiro, quarta-feira. O espaço “vai contar com a presença de um convidado especial para nos ajudar nesta descoberta sensorial de tudo o que nos rodeia”, a partir das 10h 30m. A atividade está sujeita a marcação prévia através do número de telefone 231201681 e/ou do email
info@bm-mealhada.info.
"O Dia Mundial do Braille é uma efeméride que pretende sensibilizar para os problemas dos cidadãos invisuais e para a responsabilidade que nos envolve, a todos, nesta problemática", lê-se num comunicado da Câmara da Mealhada que acrescenta: "Ou seja, procura-se alcançar a união de esforços para que se eliminem a discriminação e as diversas barreiras que os invisuais encontram no quotidiano".
1. Curso de Iniciação à Grafia Braille para a Língua Portuguesa
Destinatários:
Profissionais de instituições ou serviços públicos e privados ou cidadãos comuns que pretendam enriquecer os seus conhecimentos no
âmbito do Braille.
Objectivo geral: Proporcionar aos formandos conhecimentos sobre o Braille enquanto sistema de leitura e escrita das pessoas
cegas.
Conteúdos:
Tipos de deficiência visual: Cego, Baixa Visão, Surdo-cego.
O acesso à cultura e informação por pessoas com deficiência da visão: A escola de Valentin
Hauy, A Sonografia de Barbier, O Sistema Braille
A Célula Braille: Localização e identificação dos pontos
A Máquina Braille: Colocar a folha, Marginar, Identificação das teclas, Colocação
dos dedos nas teclas correspondentes
O Cubarítmo: Reconhecimento dos cubos, Distribuição dos cubos ao efectuar operações de
somar, subtrair, multiplicar e dividir
Simbologia Braille: O alfabeto, Vogais acentuadas, Sinais exclusivos do Sistema Braille, Sinais de
pontuação, Formatação de texto
Grafia matemática básica: Algarismos, Sinais de operações (multiplicar, dividir, somar, subtrair
e igual), Numeração romana, Sinal de percentagem, Sinal de grau, Unidades de medida (metro, litro,
quilo), Unidades de tempo, Representação de moedas (euro, dólar), Representação de datas
Leitura de Braille Integral
A Pauta e a Régua Braille: Colocação da folha na pauta e na régua, Mudança de linha na
pauta e na régua;
Duração:
42 horas
Datas e Horário:
Braga:
4 de Fevereiro a 14 de Abril (segundas, quartas e sextas-feiras) das 14h00 às 17h00 Lisboa:
17 de Janeiro e 6 de Março (terças e quintas-feiras) das 17h00 às 20h30 Porto:
4 de Fevereiro a 14 de Abril (sábados) das 09h30 às 13h30
Local:
Instalações dos Departamentos de Apoio ao Emprego e Formação Profissional da ACAPO
2. Técnicas de orientação e mobilidade das pessoas com deficiência visual
Destinatários Profissionais de instituições ou serviços públicos e privados ou cidadãos comuns que pretendam enriquecer os
seus conhecimentos no âmbito da Orientação e Mobilidade.
Objectivo geral
Proporcionar aos formandos conhecimentos de Orientação e Mobilidade como área promotora e facilitadora
da autonomia na deslocação das pessoas com deficiência visual.
Conteúdos
Mitos sobre a deficiência visual
O Papel da Orientação e Mobilidade na autonomia e independência da pessoa com deficiência Visual
Técnicas específicas de Orientação e Mobilidade: Técnicas de Guia | Técnicas de Protecção | Técnicas de Bengala
Recurso aos Pontos de referência
Deslocação em Espaços públicos e Privados: Áreas movimentadas | Espaços Comerciais |
Elevadores, escadas, etc. | Transportes públicos | Adaptações específicas para pessoas com Deficiência Visual
Duração:
14 horas
Datas e Horário:
Braga:
9 a 23 de Janeiro (segundas, quartas e sextas-feiras) das 15h00 às 17h00 Coimbra:
10 e 17 de Março das 09h30 às 17h30 – com pausa entre as 13h00 e as 14h00 Lisboa:
21 e 28 de Janeiro das 09h00 às 14h00 e 4 de Fevereiro das 09h00 às 13h00 Porto:
02,04,07, 11 e 13 de Abril das 14h00 às 17h00
Local:
Instalações dos Departamentos de Apoio ao Emprego e Formação Profissional da ACAPO
Destinatários:
Profissionais de instituições ou serviços públicos e privados, estudantes na área das TIC ou cidadãos comuns
que pretendam enriquecer os seus conhecimentos no âmbito da adaptação das TIC para pessoas com deficiência visual.
Objectivo geral Proporcionar aos formandos conhecimentos sobre os equipamentos necessários, tanto ao
nível do software com do hardware, que possibilitam que uma pessoa com deficiência visual possa utilizar o
computador no acesso a comunicação e informação.
Conteúdos
Informações gerais sobre equipamentos específicos: Leitores de ecrã | Sintetizadores de voz |
Linhas Braille | Ampliadores de ecrã | OCR | Impressoras Braille
Utilização do teclado: Correcto posicionamento dos dedos | Técnicas de digitação
Utilização do sistema operativo Windows com recurso a meios tiflotécnicos: Comandos de navegação do
sistema operativo Windows | Teclas de atalho do sistema operativo Windows | Optimização da aparência
do sistema operativo para a sua utilização com recursos tiflotécnicos
Leitores de Ecrã e Sintetizadores de Voz: Noções gerais sobre leitores de ecrã e
sintetizadores de voz | Utilização do Braille para o acesso às TIC's | Configurações e comandos
específicos do leitor de ecrã para as aplicações incluídas no pacote Microsoft Office | Comandos e configurações
específicas para o browser Microsoft Internet Explorer e correio electrónico
Ampliadores de ecrã: Noções gerais sobre o software de ampliação | Comandos e Configurações
específicas para MS Word | Comandos e configurações específicas para o browser Microsoft Internet Explorer e Correio Electrónico
Programa de OCR: Apresentação do OCR e as suas funcionalidades | Os vários tipos de digitalização |
Digitalizar documentos em formato de imagem ou PDF | Configuração do OCR para a utilização com o leitor de ecrã |
Configurações gerais do OCR
Duração: 30 horas
Datas e Horário:
Braga: 4 a 25 de Junho (segundas, quartas e sextas-feiras) das 14h00 às 17h00 Coimbra:
29 de Fevereiro a 28 de Março (quartas-feiras) das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00 Lisboa:
17 de Janeiro a 16 de Fevereiro (terças e quintas-feiras) das 17h30 às 20h30 Porto:
1 de Junho a 3 de Julho (terças e sextas-feiras) das 17h00 às 20h00
Local: Instalações dos Departamentos de Apoio ao Emprego e Formação Profissional da ACAPO