Ξ  


 SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL

   Siga este site no Facebook.    Siga este site no Twitter    Envie um email à Webmaster do Site

   Notícias 2025
 

Δ



Notícias em arquivo:

2004 | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | 2025 |


 


Levar o Pai Cego pela Mão

Rita Pimenta
Público, 1 de Março de 2025

Um relato ternurento sobre o que vê quem não vê. A caminho da escola, pai e filha, juntos nas suas dificuldades, um é cego e a outra usa óculos que se adivinham bastante graduados, fazem jogos de imaginação.

“Gostamos de jogar aos carros-animais: — Este é um Panda. — Escuta! Um Carocha! — Um Jaguar, um Jaguar! — Pareceu-me ouvir um Seat León. E sonhamos poder sentir um dia um Chevrolet Impala. Ou um Ford Mustang a galope pela cidade!”, descreve a menina.

Passe-se a publicidade às marcas de automóveis e imagine-se cada um deles a deslocar-se na estrada com o animal que lhe corresponde em cima do tejadilho. É o que nos dá a ver a ilustradora Maria Girón em imagens com dinamismo e humor, espelhando os pensamentos que Gonzalo Moure fez nascer nestas duas personagens. Não apenas um espelho, antes uma ampliação.

Assim, sobre o Carocha, além do insecto ortóptero, há um caracol e uma borboleta. Noutro carro, um leão tem a companhia de um macaco e, fora do universo automóvel, um crocodilo desloca-se de skate e dá boleia a um coelho. Numa atmosfera colorida, mas não berrante, vamos sendo surpreendidos com a floresta urbana e a genuína que ambos constroem e exploram. Por isso tantos animais vivem nas páginas do livro. Nesta também.

Diz a filha sobre o pai: “Não pode ver as coisas, mas vê muito mais do que eu e do que qualquer outra pessoa no mundo: — Este senhor que passou por nós está triste. Mas como é que ele sabe? — Cuidado, um candeeiro. E é sempre verdade.” Também lhe diz que o “mar está bonito”. Escuta-o, imagina-o e recorda o Verão: “As ondas a fazer cócegas.

Um livro que nem chega a ser propriamente uma história, é uma descrição de um percurso diário que duas pessoas com deficiência visual transformam num passeio mágico e feliz. “O pai está sempre alegre. Faz tiquetaque com a bengala e, às vezes, canta enquanto acompanha o ritmo com ela: titititi, titititá… E eu também, com as minhas sapatilhas: plasplás, papapaplás.”

Sem dramas nem fado desgraçado

Personagens desta natureza nas mãos de outros autores poderiam resultar num texto dramático ou soturno, à imagem dos “fados da desgraçadinha” que muitos tanto apreciam. Aqui, não. Talvez por isso o livro tenha merecido o Prémio Fundação Cuatrogatos em 2021.

Não é a primeira vez que escritor e ilustradora assinam uma obra em conjunto. Já editada também em Portugal pela Kalandraka, em 2022, Palavras de Caramelo juntaram o chileno e a espanhola. Ele é também jornalista e ela estudou Ilustração e Gravura. As suas duas linguagens e talentos fundem-se com naturalidade. Não sabendo o leitor que se trata de uma dupla, poderia até pensar que estaria perante apenas um autor.

O momento, bonito, da narrativa que sustenta o título: “Chama-me ‘Minha Guia’, mas a verdade é que, embora eu veja um pouco e ele não veja nada, é ele quem me guia, ‘Meu Capitão’.” Antes, a menina já nos tinha feito saber: “A minha mão é pequena na mão do pai.” De mãos dadas, é sempre mais fácil. Mesmo quando se vê.


Minha Guia, Meu Capitão
Texto: Gonzalo Moure
Ilustração: Maria Girón
Tradução: Elisabete Ramos
Edição: Kalandraka
40 págs.

Δ

MJA | 8.Mar.2025



Terapia genética revolucionária devolve visão a crianças cegas de nascença

Por Pedro Zagacho Goncalves  |  24 Fev 2025

Quatro crianças que nasceram com uma forma grave de cegueira devido a uma rara deficiência genética recuperaram parcialmente a visão graças a uma terapia genética inovadora. O tratamento foi desenvolvido por cientistas do UCL Institute of Ophthalmology e administrado no Moorfields Eye Hospital, no Reino Unido, com o apoio da empresa de biotecnologia MeiraGTx.

Os avanços foram publicados a 22 de fevereiro na prestigiada revista científica The Lancet e demonstram o potencial da terapia genética para tratar condições raras e severas de cegueira infantil. Os especialistas esperam que, no futuro, esta abordagem possa ser expandida para outras formas de doenças oculares hereditárias.

Como funciona a nova terapia genética

As crianças tratadas sofrem de uma mutação no gene AIPL1, fundamental para a saúde da retina. A condição, uma forma severa de distrofia retiniana, faz com que as células da retina não funcionem corretamente e acabem por morrer, resultando em cegueira desde o nascimento. Os afetados conseguem apenas distinguir entre claro e escuro.

A terapia inovadora consiste na injeção de cópias saudáveis do gene AIPL1 diretamente na retina, através de uma cirurgia minimamente invasiva. Para permitir que os genes substitutos entrem nas células da retina, são transportados por um vírus modificado, inofensivo para o organismo. Este processo visa restaurar a função celular e prolongar a vida útil das células retinianas, prevenindo a progressão da doença.

Resultados iniciais mostram melhorias significativas

Como esta condição genética é extremamente rara, as primeiras crianças tratadas vieram do estrangeiro. Para garantir a segurança da abordagem, cada criança recebeu o tratamento apenas num dos olhos.

Nos três a quatro anos seguintes à intervenção, os quatro pacientes demonstraram melhorias notáveis na visão do olho tratado. No entanto, o olho não tratado continuou a deteriorar-se, confirmando o impacto positivo da terapia. Estes resultados reforçam a hipótese de que um tratamento precoce pode transformar a vida de crianças com esta condição.

A terapia genética para outro tipo de cegueira hereditária, causada pela mutação RPE65, já está disponível no Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) desde 2020. A esperança dos investigadores é que os avanços agora registados possam abrir caminho para tratamentos semelhantes noutras doenças genéticas da visão.

Impacto transformador e reconhecimento dos especialistas

Os especialistas envolvidos no estudo sublinham o impacto profundo desta descoberta.

O professor James Bainbridge, especialista em retina do UCL Institute of Ophthalmology e cirurgião no Moorfields Eye Hospital, destacou: “A deficiência visual em crianças pequenas tem um efeito devastador no seu desenvolvimento. Tratar esta condição na infância com esta nova terapia genética pode transformar a vida dos mais gravemente afetados.”

Por sua vez, o professor Michel Michaelides, também do UCL Institute of Ophthalmology, acrescentou: “Pela primeira vez, temos um tratamento eficaz para a forma mais severa de cegueira infantil. Isto representa uma mudança de paradigma, permitindo tratar a doença nos seus estágios iniciais. Os resultados destas crianças são impressionantes e demonstram o poder da terapia genética para mudar vidas.”

A jornada de uma família: a recuperação de Jace

Entre os beneficiados pela terapia está Jace, uma criança do estado de Connecticut, nos EUA, diagnosticada com uma forma agressiva de amaurose congénita de Leber (Leber Congenital Amaurosis, LCA). Os seus pais aceitaram participar no ensaio clínico para lhe proporcionar uma hipótese de ver pela primeira vez.

A mãe, DJ, recorda a recuperação de Jace logo após a operação: “Assim que saiu da cirurgia, Jace começou a rodopiar, a dançar e a fazer rir as enfermeiras. Algumas semanas depois, já reagia à televisão e ao telemóvel. Em seis meses, conseguia reconhecer e nomear os seus carros favoritos a vários metros de distância. Mas levou tempo para o cérebro processar o que agora conseguia ver.”

Ela também mencionou uma melhoria inesperada: “Crianças com perda de visão têm frequentemente dificuldades em dormir. Agora, ele adormece muito mais facilmente, o que tornou as noites muito mais agradáveis.”

O pai de Jace, Brendan, expressou a sua gratidão pela oportunidade: “Quando nos ofereceram esta hipótese, quisemos dar-lhe tudo o que pudéssemos para que tivesse sucesso na vida. Também compreendemos que esta participação poderia ajudar outras crianças no futuro. A experiência foi incrivelmente positiva e os resultados são simplesmente espetaculares.”

Esperança para o futuro e novas aplicações

A terapia genética foi desenvolvida e fabricada na UCL sob uma licença especial de produção. A MeiraGTx, empresa de biotecnologia envolvida na investigação, assegurou o armazenamento, controlo de qualidade e fornecimento do tratamento.

A administração do tratamento foi realizada no Great Ormond Street Hospital, com as avaliações médicas das crianças a decorrerem no NIHR Moorfields Clinical Research Facility. O NIHR Moorfields Biomedical Research Centre forneceu a infraestrutura necessária para o estudo.

O professor Robin Ali, especialista em terapia genética do UCL Institute of Ophthalmology e do King’s College London Centre for Gene Therapy and Regenerative Medicine, destacou o papel do Reino Unido na investigação médica:

“Este trabalho demonstra a importância das infraestruturas académicas no Reino Unido e da capacidade de produção de terapias avançadas para disponibilizar tratamentos inovadores a pessoas com doenças raras.”

A investigação foi parcialmente financiada pelo National Institute for Health and Care Research (NIHR), pela MeiraGTx e pela Moorfields Eye Charity, organização que apoia financeiramente projetos de inovação médica.

Graças à generosidade de doadores, a Moorfields Eye Charity tem contribuído para expandir este programa de medicina experimental, incluindo o lançamento de novos ensaios clínicos para terapias genéticas.

Os detalhes completos do estudo estão publicados no artigo científico “Gene therapy in children with AIPL1-associated severe retinal dystrophy: an open-label, first-in-human interventional study”, assinado por Michel Michaelides, James Bainbridge e uma equipa de investigadores de instituições britânicas e internacionais. O artigo foi publicado a 22 de fevereiro de 2025 na The Lancet.

Este avanço representa um marco na medicina genética e pode transformar o futuro do tratamento da cegueira hereditária, trazendo esperança a milhares de crianças em todo o mundo.


fonte
: https://executivedigest.sapo.pt/

Δ

MJA | 2.Mar.2025



Como as formigas compensam a perda visual em apenas algumas horas

Techno Science, 21 de fevereiro de 2025

Os animais se distinguem das máquinas por sua incrível resiliência: essa capacidade de superar lesões, deficiências sensoriais ou outras limitações para continuar funcionando. No entanto, os mecanismos que tornam essa resiliência possível ainda são um mistério.

Nos humanos, por exemplo, quando uma pessoa fica cega, ela precisa passar por uma longa fase de reabilitação para reaprender a interagir com o ambiente antes de recuperar sua autonomia. Mas e os animais? Eles podem compensar rapidamente uma deficiência e, se sim, como conseguem?

As formigas apresentam uma capacidade impressionante de adaptação sensorial

Em um estudo publicado na revista PNAS, os cientistas exploraram essa questão nas formigas, esses pequenos insetos muitas vezes subestimados por sua complexidade comportamental. Eles queriam saber se, diante de uma anomalia sensorial, as formigas seriam capazes de superar essa dificuldade e retomar uma atividade normal. Para isso, eles "vendaram temporariamente um olho" de formigas treinadas para reconhecer uma rota em seu ambiente natural. O objetivo era comparar suas reações com as previstas por modelos científicos estabelecidos.

Sem surpresa, as formigas parcialmente cegas mostraram inicialmente uma forte desorientação. Incapazes de reconhecer seu ambiente como antes, elas não conseguiam mais encontrar o caminho ou relembrar suas rotas habituais. No entanto, de forma surpreendente, elas se adaptaram em um tempo recorde. Em apenas algumas horas, essas formigas recuperaram um comportamento funcional. Esse resultado supera amplamente as capacidades previstas pelos modelos atuais, que não possuem os processos de compensação necessários.

Rigidez e flexibilidade: um equilíbrio

Mas como essas formigas conseguiram compensar tão rapidamente? Ao analisar seu comportamento, os cientistas descobriram que elas adotaram uma estratégia notável: elas "começaram do zero". Concretamente, elas voltaram espontaneamente a um estágio comportamental inicial, como se estivessem reaprendendo o ambiente com sua nova condição sensorial. Esse processo de adaptação revela uma plasticidade comportamental insuspeitada, uma capacidade de aprendizado e reorganização muito mais rápida do que a observada em humanos ou do que as máquinas mais avançadas poderiam realizar.

Esses experimentos destacam aspectos inesperados de como as formigas percebem o mundo. Por exemplo, uma formiga que aprendeu uma cena visual com apenas um olho é incapaz de reconhecê-la quando usa os dois olhos. Essa rigidez em seu processamento sensorial contrasta com sua flexibilidade comportamental e levanta questões fundamentais sobre como esses insetos codificam e usam informações visuais.

Esses resultados oferecem uma nova perspectiva sobre os mecanismos de resiliência sensorial e comportamental, com implicações para áreas variadas, como a robótica adaptativa e a medicina de reabilitação. Essa capacidade natural das formigas de compensar rapidamente déficits pode inspirar avanços tecnológicos ou terapêuticos para melhorar a resiliência de sistemas artificiais e biológicos.

Fonte: Adrian / ACNRS INSB

Δ

MJA | 1.Mar.2025


 

ACAPO comemora aniversário com prenda

Noticias de Aveiro, 19 de Fevereiro, 2025

A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) prepara a abertura na cidade de Aveiro de um Centro de Atendimento, Acompanhamento e Reabilitação Social de Pessoas com Deficiência Visual e Incapacidade (CAARPD), que é uma pretensão antiga.

Informação transmitida por Carlos Pereira, presidente da direção, numa nota de imprensa divulagada esta quarta-feira a pretexto da comemorações do 24ª aniversário da delegação de Aveiro, que irá ser assinalado a 22 de fevereiro, sábado, com um almoço convívio.

“Está aprovada a instalação de um CAARPD na delegação do Distrito de Aveiro, com abertura prevista em breve”, refere o dirigente.

O serviço em causa é considerado “fundamental” para o processo de reabilitação e habilitação das pessoas com deficiência visual, tornando tal cuidado “mais próximo e acessível às pessoas cegas ou com baixa visão da região de Aveiro” para assegurar “uma melhor qualidade de vida.”

Por meio de protocolos com o Instituto de Segurança Social, a ACAPO possui em funcionamento, para além dos CAARPD, os Centros de Apoio à Vida Independente (CAVI).
 

Δ

MJA | 22.Fev.2025



"Repúdio". Chega criticado por intervenção sobre alunos com deficiência

Lusa | Notícias ao Minuto
20/02/2025

Além do BE e do PS, o Movimento Cidadão Diferente (MCD) e a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) também repudiaram as declarações.

O Chega encontra-se ‘debaixo de fogo’ pela intervenção do deputado João Tilly que, na quarta-feira, considerou que o “ensino geral é muito mais importante” do que o ensino especial e questionou se Portugal é "um país de alunos com deficiência" ou "um país de alunos normais". Além do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Socialista (PS), que reagiram durante o plenário, também o Movimento Cidadão Diferente (MCD) e a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) repudiaram as declarações, que disseram ter sido “uma vergonha”.

Durante o debate, o BE alertou para a falta de meios financeiros e humanos nas escolas para acompanhar alunos com necessidades especiais, insistindo ser preciso recuperar a carreira dos auxiliares de educação.

Pelo Chega, João Tilly afirmou que é professor há 40 anos e que na sua "escolinha" chegou a ter "quatro professores de matemática, cinco de português e nove de educação especial", criticando que "centenas de professores de todas as áreas" tenham ido "a correr tirar esta especialização".

"A educação ou o ensino, como nós chamamos, especial é importante. Mas, o ensino geral é muito mais importante e esse está esquecido e ignorado. Afinal, nós somos um país de alunos com deficiência ou somos um país de alunos normais? O que é que está a provocar este número incrível de tantos alunos com deficiência cognitiva?", interrogou.

A bloquista Joana Mortágua ripostou que na sua “escolinha só havia alunos ‘normais’, os ‘bons’”, uma vez que os estudantes com necessidades especiais “estavam segregados”.

“Na minha escolinha não havia alunos com autismo, nem alunos no espectro do autismo. Não havia alunos cegos, não havia alunos surdos, não havia alunos em cadeira de rodas, não havia alunos com paralisia cerebral. Na minha escola só havia alunos ‘normais’, os ‘bons’, segundo o senhor deputado João Tilly diz. Sabe porquê? Porque esses alunos estavam segregados em instituições para pessoas que ‘não são normais’. Estavam segregados em guetos onde lhes diziam que eram os ‘maus’ e que as escolas estavam reservadas para os ‘bons alunos’. Porque os alunos com deficiência iam nivelar por baixo”, disse.

Já a socialista Rosário Gambôa apontou que "não há crianças anormais, nem crianças normais", tendo defendido "uma sociedade que integra e que não exclui, que não segrega".

"Para nós, as crianças são crianças. Não há crianças anormais, nem crianças normais. A escola para todos, uma sociedade para todos, uma sociedade que integra e que não exclui, que não segrega. De facto, há muita má memória na História de gente que etiquetou alguém diferente, mesmo crianças, ‘crianças que não eram normais’, que eram deficientes, homossexuais, de outra raça e até criaram campos de extermínio exatamente para essas crianças", afirmou.

Entretanto, o Movimento Cidadão Diferente (MCD) considerou que as declarações de João Tilly demonstram "insensibilidade e desconhecimento da realidade vivida pelos alunos com deficiência e suas famílias", tendo manifestado a sua "profunda indignação".

"Diariamente milhares de estudantes enfrentam obstáculos significativos nas escolas portuguesas, desde a falta de recursos adequados até à ausência de apoio especializado [e as] suas famílias carregam um fardo emocional e financeiro pesado, lutando por uma educação digna e inclusiva", disse Miguel Azevedo, num comunicado enviado à Lusa.

Para o responsável, as declarações do deputado do Chega "desconsideram esta realidade, comprometem os avanços pela igualdade no sistema de ensino e reforçam o estigma".

"Reforçamos a necessidade de políticas públicas inclusivas e apelo ao respeito e empatia por parte dos representantes políticos", acrescentou.

A FENPROF, por seu turno, confessou que as afirmações do “deputado do partido da extrema-direita” não surpreendem, uma vez que “confirmam a natureza de um partido para quem, para além do modelo, tudo o que é diferente não deve merecer atenção”.

“Não surpreende, repete-se, ou não fosse aquele partido o legítimo herdeiro de políticas de segregação pura e dura, do tempo em que se escondia ou, mesmo, eliminava o que era diferente; do tempo em que as pessoas deficientes eram rotuladas em dois grandes grupos: os imbecis e os idiotas. Do tempo em que gente diferente, por deficiência, origem, etnia, orientação sexual ou ideologia era presa, torturada e, muitas vezes, eliminada. Foi uma vergonha, que merece o mais vivo repúdio, ouvir as declarações daquele deputado sobre a deficiência e as insuficiências da escola para promover uma educação efetivamente inclusiva”, lê-se, num comunicado enviado às redações.

O organismo recordou que “a educação inclusiva é uma exigência das sociedades democráticas”, pelo que “é necessário que as escolas tenham os recursos (humanos, físicos e materiais) para a sua efetivação”.

“Não têm porque não há o investimento adequado na educação, daí ser indispensável a sociedade continuar a reclamar esse investimento, mas também a denunciar quem, com discurso populista, tenta arrebanhar votos para arrastar o país para caminhos que, a vingarem, poriam em causa os mais elementares princípios e valores da Democracia que Abril restituiu a Portugal”, rematou.
 

Δ

MJA | 21.Fev.2025



AMPLA - Mostra de Cinema Inclusiva

AMPLA - Mostra de Cinema Inclusiva - que começou no passado dia 14 de Fevereiro e que vai continuar a decorrer na próxima sexta e sábado, dias 21 e 22 de Fevereiro, na Culturgest, em Lisboa. A AMPLA é uma mostra de cinema que reúne uma seleção de filmes premiados nos principais festivais em Portugal, entre eles Curtas Vila do Conde, MOTELX, Festival MONSTRA e IndieLisboa.

Para ser o mais inclusiva possível, todos os filmes são exibidos com recursos de acessibilidade, nomeadamente audiodescrição e audiolegendas em português, interpretação em Língua Gestual Portuguesa e Legendas descritivas em português.

Vídeo de divulgação com audiodescrição aqui.

https://www.facebook.com/amplamostra

Δ

MJA | 20.Fev.2025


 

"Nada Sobre Nós" sem Voz

ACAPO | 14 Fevereiro 2025


Ontem, dia 13 de fevereiro, no Parlamento, casa da Democracia, o debate pela promoção da inclusão dos jovens com necessidades educativas específicas no ensino superior, ficou marcado por uma situação, lamentável, que envolveu pessoas com deficiência.

Contrariamente à alegação de que as intervenções, sobre temáticas da deficiência, feitas por pessoas com deficiência, se assumem como uma política de base identitária, o lema "nada sobre nós sem nós", ponto de partida e de chegada da autorrepresentação, relembra a importância de, na conceção de políticas para um determinado grupo, os melhores porta-vozes serem aquelas pessoas que vivem, no dia-a-dia, com a deficiência, isto é, com as desvantagens em que são colocados em resultado da interação entre uma incapacidade e o meio onde escolhem livremente viver e participar.

Apoucar a voz das pessoas com deficiência, com qualquer deficiência, para exporem os problemas que as pessoas com deficiência vivem, bem como as soluções que as pessoas com deficiência concebem para esses problemas, é negar o compromisso assumido por Portugal na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Não é uma questão identitária, pois que a deficiência não é uma característica inerente à pessoa, mas sim uma desvantagem resultante de uma má construção social. Estranhar que uma pessoa com deficiência fale quando a temática é deficiência, é como estranhar que um trabalhador fale quando o assunto é trabalho, que um patrão fale quando o assunto é relativo às empresas, ou que um médico fale quando o assunto é saúde. Estimamos que 10% da população portuguesa tenha algum tipo de deficiência, de acordo com os números dos Censos. No Parlamento, que se conheça, apenas 1% dos deputados são pessoas com deficiência. Por isso, estranhar a intervenção de alguém com deficiência quando o assunto é inclusão de estudantes com necessidades educativas específicas , é querer que o princípio "nada sobre nós sem nós", que Portugal se vinculou, fique sem voz.

Como organização que defende e representa os direitos das pessoas com deficiência visual a nível nacional, não ficaremos sem voz cada vez que estranharem que falemos de nós, porque em nosso nome somos todos e cada um de nós quem mais está habilitado a falar.

A par de tudo o que se passou, e que repudiamos, que este episódio possa servir, pelo menos, para que se faça respeitar, de forma efetiva, a voz, a participação e os direitos de todas as pessoas com deficiência, cidadãos eleitores e eleitos. O respeito pelos direitos humanos não se faz por decreto, faz-se por ação.

Pel’ A Direção Nacional da ACAPO
Rodrigo Santos

Δ

MJA | 14.Fev.2025


 

Câmara de Ourém aprova protocolo que visa incluir pessoas com deficiência visual na comunidade local

Rádio Hertz | 7 Fevereiro, 2025


A Câmara de Ourém aprovou o acordo de cooperação entre a Associação Promotora do Ensino dos Cegos (APEC) e o Município de Ourém, com o objetivo de promover a inclusão das pessoas com deficiência visual na comunidade local. «O protocolo define as condições de colaboração entre as duas entidades, e entre as áreas de atuação previstas estão o levantamento das necessidades da população com deficiência visual, apoio à autonomia, aulas de Braille e informática, bem como ações de sensibilização e acessibilidade», justifica a autarquia oureense em recente publicação. O acordo tem a duração inicial de 12 meses, sendo renovável automaticamente por igual período, acrescenta o mesmo texto.

Δ

MJA | 8.Fev.2025



Cegueira não é uma «limitação intransponível»

Raquel Valente

Diário de Aveiro | Fevereiro 2, 2025

À frente da Direção Nacional da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal há quatro anos, Rodrigo Santos assegura que a cegueira e deficiência visual não devem ser encaradas como «inoperacionais». Entender a incapacidade é «essencial para a concessão de sociedade».

No âmbito do Dia Mundial do Braille, assinalado a 5 de janeiro, o Diário de Aveiro esteve à conversa com Rodrigo Santos, presidente da Direção Nacional da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), sobre a importância desta data para a consciencialização da população sobre os direitos humanos das pessoas cegas e com deficiências visuais. A apoiar cerca de 1.500 pessoas, a ACAPO «gostava de apoiar muitas mais, mas sabemos que existe um conjunto de necessidades em vários domínios que ainda não conseguimos responder», destacou o responsável.

Diário de Aveiro: De acordo com as Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, globalmente, cerca de 1,3 mil milhões de pessoas vivem com alguma forma de distúrbio de visão, sendo que, em Portugal, existem cerca de 620 mil deficientes visuais. Como descreve o atual panorama nacional?

Rodrigo Santos: Atualmente, esses valores estão acima dos mencionados, uma vez que, nos últimos Censos, realizados em 2021, está descrito que existem cerca de 900 mil pessoas que declararam ter alguma dificuldade visual. No entanto, não podemos afirmar um número concreto porque há mui­to tempo que não existe uma operação estatística que apure com rigor quantas pessoas é que correspondem à associação do que é ter cegueira ou baixa visão (abaixo dos 30 por cento).

Em termos do panorama, o primeiro obstáculo é não termos a noção exata da realidade da população que tem algum tipo de deficiência visual. Isto acontece por duas razões: o facto das próprias pessoas não se aperceberem da defici­ência e o estigma da sociedade que se faz sentir presente, isto é, ainda existe quem encare a deficiência visual como inoperacional. Para a maior parte das pessoas, deixar de ver é encarado como uma tragédia ou fatalidade, o que gera negação e traz uma armadilha grande, no sentido de não estarem alertas para a deficiência, pois acreditam que esta é profundamente incapacitante quan­do, na realidade, não é. A principal limitação também decorre da perceção da deficiência como uma limitação quase intransponível, o que não é verdade. Se for feito um esforço da própria pessoa e da sociedade, a limitação é sempre ultrapassável.

Diário de Aveiro: A procura de ajuda na ACA­PO surge numa fase inicial ou avançada da cegueira?

Rodrigo Santos: Quando se trata de cegueira, as pessoas chegam numa fase inicial, mas se falarmos em baixa visão, a procura de ajuda chega mais tarde, quando a pessoa sente a dificuldade visual como inultrapassável. Tendo em conta estes factos, existe um maior esforço na introdução da reabilitação funcional que permita maximizar durante mais tempo o uso da visão.
 

Δ

MJA | 8.Fev.2025


 

BE Açores propõe voto em braile e reforço da paridade nas listas para parlamento regional

Acoriano Oriental
Lusa - AO Online | 28-01-2025

O BE/Açores apresentou uma proposta para “tornar mais inclusiva” a Lei Eleitoral para o parlamento dos Açores, que inclui voto em braile e o reforço da paridade entre homens e mulheres nas listas

A proposta apresentada pelo líder do BE açoriano e deputado único no parlamento regional, António Lima, tem como objetivo “permitir às pessoas com deficiência visual a leitura do boletim de voto em braile e também reforçar o equilíbrio entre o número de homens e mulheres nas listas de candidatos através do reforço da paridade”.

Segundo um comunicado do partido, a proposta foi anunciada após uma reunião com a delegação dos Açores da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e pretende introduzir na Lei Eleitoral dos Açores estes dois aspetos de inclusão que já estão garantidos para outros atos eleitorais em Portugal.

O deputado António Lima, citado na nota de imprensa, explica que a utilização de uma matriz do boletim de voto em braile permite que o exercício do voto por parte das pessoas com deficiência visual “seja exercido de forma independente e secreta”, sem a necessidade de um acompanhante na cabine de voto.

“Esta preocupação foi transmitida pela ACAPO em plena campanha nas últimas eleições regionais”, disse, indicando que o BE apresenta a proposta para dar resposta a uma questão que considera “muito pertinente”.

Sobre a paridade entre homens e mulheres nas listas, António Lima lembrou que foi o BE, em 2013, “que deu o passo para colocar na Lei Eleitoral do parlamento dos Açores uma regra para promover um maior equilíbrio nas listas dos partidos”.

Na altura, lembra o partido, foi definida uma presença mínima de 33,3% de cada sexo, mas atualmente a legislação nacional já prevê, para todos os atos eleitorais nacionais, uma representação mínima de 40% de cada sexo.

“Está na hora de dar mais um passo no sentido da igualdade, estabelecendo a paridade de 40% também na Lei Eleitoral para o parlamento dos Açores”, vincou o deputado do BE/Açores.

António Lima acredita que as alterações propostas “serão consensuais no parlamento dos Açores” e também na Assembleia da República.

“A luta pela igualdade é muitas vezes difícil, mas é sempre uma luta que vale a pena”, concluiu.

Δ

MJA | 29.Jan.2025


 

Procurar casa e ter uma deficiência: “A senhoria teve medo que explodisse a cozinha”

Ana Torres
Público, 14 Janeiro 2025

A discriminação no acesso à habitação e as poucas casas adaptadas são mais um entrave à vida independente. “Infelizmente, arrendar casa a uma pessoa cega ainda é considerado ser ‘mente aberta’.”

Quando decidiu mudar de cidade e começar uma segunda licenciatura em Lisboa, Maria Sá nunca imaginou que procurar um quarto fosse tão complicado. Tudo porque os senhorios não acreditavam que, por ser cega, a jovem de 22 anos podia viver sozinha e cuidar da casa.

O percurso que Maria fez em Escolas de Referência para a Educação de Alunos Cegos e com Baixa Visão deu-lhe competências que lhe permitem ter uma vida independente e autónoma — algo em que os senhorios com quem se cruzou pareceram não acreditar.

Tentou por quatro vezes arrendar um quarto. Logo na primeira tentativa, mediada por outra pessoa, recebeu um não. O motivo: “A senhoria tem medo, porque diz que a casa não está adaptada” e Maria podia “explodir a cozinha por causa do fogão”.

Numa outra tentativa, Maria escolheu não dar conhecimento prévio ao senhorio acerca da sua deficiência. No dia da visita, a jovem não estava disponível e os pais viajaram de Viana do Castelo até Lisboa para conhecerem a casa. O pai acabou por informar o gestor de propriedades que os recebeu acerca da cegueira da filha e este garantiu que “ia falar com o senhorio, mas em princípio ficaria com o quarto”, explica Maria.

No entanto, o entusiasmo durou pouco: no dia seguinte, receberam uma chamada do senhorio, que não queria arrendar o quarto, pois “a casa não estava adaptada” e “tinha receio”, apesar de terem deixado claro que tal não seria necessário para que Maria pudesse lá viver.

Foi à quarta tentativa que encontrou casa em Lisboa, chegando ao fim “uma fase de imensa ansiedade” na sua vida. A jovem reconhece a abertura da actual senhoria, mas deixa claro que “infelizmente, hoje em dia, arrendar casa a uma pessoa cega ainda é considerado ser ‘mente aberta’”.

“Quero uma vida autónoma e não consigo”

O problema do acesso à habitação para pessoas com deficiência agrava-se substancialmente quando estão em causa deficiências que requerem adaptações estruturais nas casas, sejam elas compradas ou arrendadas.

De acordo com os dados recolhidos nos Censos de 2021, a incapacidade de andar ou subir escadas é a mais prevalente em Portugal, afectando cerca de 6% da população com cinco anos ou mais. Das que vivem em casas familiares (e não em alojamentos colectivos, como lares ou instituições), quase 70% vivem em habitações sem acessibilidade para pessoas que utilizam cadeira de rodas de forma autónoma.  [...]
 

Ler + aqui: https://www.publico.pt/2025/01/14

Δ

MJA | 15.Jan.2025


 

Taça da Liga para todos: audiodescrição ajuda pessoas com deficiência visual

SIC Notícias | 09 jan.2025


Nos jogos da Taça da Liga há um sistema que facilita o acompanhamento do jogos pelos cegos no estádio. Espalhados em vários pontos do Estádio Municipal de Leiria, os adeptos com deficiência visual recebem os rádios para acompanharem em tempo real a áudio-descrição de cada movimento que não podem ver.

“Conseguimos ter a perceção real do que está a acontecer no campo. É diferente de um relato normal”, diz Leonel Soares, adepto invisual.

A emoção do golo é a mais forte, mas nestas bancadas há ouvidos sempre atentos a cada vibração do jogo. Uma diferença em que cada pormenor conta para que a experiência possa ser vivida mais intensidade.

Um futebol que, para já, ainda só está acessível em poucos estádios do país.

Δ

MJA | 13.Jan.2025


 

Dia Mundial do Braille: A WOOK apresenta portefólio com mais de 800 títulos de livros em braille

CNC - Centro Nacional de Cultura  | 3.Jan.2024


A WOOK é a única livraria em Portugal a disponibilizar livros em braille, com um catálogo diversificado para leitores de todas as idades e interesses.

O acesso à leitura e a democratização da cultura é um direito universal. Assim, para assinalar o Dia Mundial do Braille, que se celebra no dia 4 de janeiro (sábado), a WOOK, em parceria com o Centro Professor Albuquerque e Castro da Santa Casa da Misericórdia do Porto, destaca o seu compromisso com a inclusão e o acesso à leitura. Desta forma, a maior livraria online em Portugal disponibiliza o maior catálogo de livros em braille no país, com mais de 800 títulos, garantindo que milhares de pessoas com deficiência visual tenham acesso à cultura e ao conhecimento.

Mas esta ação vai mais longe, o valor das vendas reverte integralmente para a Santa Casa da Misericórdia do Porto, responsável pela edição das obras. “Esta parceria, estabelecida em 2022, reflete o compromisso com a responsabilidade social e a promoção de uma sociedade mais inclusiva. Este compromisso e colaboração demonstra que, com pequenos gestos, é possível criar um impacto duradouro e positivo na vida de milhares de pessoas”, sublinha Rui Aragão, Diretor da WOOK.

Em 2024, foram vendidas mais de 67 referências distintas de livros em braille, com destaque para O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, uma obra intemporal que continua a cativar leitores de todas as idades. O catálogo em braille, amplamente diversificado, inclui autores contemporâneos como José Saramago e Elena Ferrante, clássicos como Luís de Camões e Jane Austen, e obras infantojuvenis de autores como Enid Blyton e J.K. Rowling. Este acervo, cuidadosamente selecionado, garante que leitores de diferentes idades e interesses possam encontrar títulos que respondam às suas necessidades e preferências.

“Acreditamos que a leitura é um direito universal e esta parceria permite-nos dar um contributo significativo para a democratização do acesso à cultura. O impacto deste trabalho vai muito além dos números – está na possibilidade de transformar vidas e de garantir que todos, independentemente das suas limitações, possam usufruir do prazer da leitura,” finaliza Rui Aragão.


O Braille é um sistema de escrita e leitura tátil desenvolvido para pessoas cegas ou com deficiência visual. Criado por Louis Braille no início do século XIX, utiliza uma combinação de pontos em relevo organizados em células de seis pontos. Cada célula pode representar letras, números, símbolos de pontuação ou sinais musicais. A leitura é feita passando os dedos sobre os pontos em relevo. O sistema é versátil, permitindo representar qualquer idioma, matemática e música. É uma ferramenta essencial para a inclusão e independência das pessoas com deficiência visual, promovendo o acesso à educação, cultura e comunicação. [SAPO]
 

Δ

MJA | 4.Jan.2025


 

Exposição «Braille – Pontos que iluminam mundos»

INR | 27.12.2014


O Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) organiza a exposição «Braille – Pontos que Iluminam Mundos», que terá lugar no Instituto Nacional para a Reabilitação, no Auditório Orlando Monteiro, localizado na Av. Conde de Valbom, 63 em Lisboa. A exposição poderá ser visitada de 7 a 10 de janeiro de 2025, entre as 10h00 e as 17h00.

Nesta mostra, que celebra os 200 anos da criação do Sistema Braille e o Dia Mundial do Braille, celebrado a 4 de janeiro, destacamos materiais e equipamentos promotores da inclusão das pessoas cegas e com baixa visão em áreas como a educação, saúde, trabalho, cultura, participação cívica, orientação e mobilidade, desporto e lazer.

Na exposição, pode conhecer a história de Louis Braille e o contexto que deu origem ao seu sistema revolucionário, bem como a sua evolução e adoção em todo o mundo.

A exposição conta com uma versão virtual, que inclui objetos históricos, documentos interativos e depoimentos de pessoas que utilizam o Braille no seu dia-a-dia. Esta exposição digital, além de complementar a exposição física, incide sobre a forma como as tecnologias atuais estão a integrar o Braille, ampliando as possibilidades de comunicação e participação.

Ao longo de 2025, será promovido um programa de atividades dirigido a públicos de todas as idades, em particular crianças e jovens, com o objetivo de fomentar a reflexão e promover o conhecimento do Braille.

Junte-se a nós nesta viagem ao mundo do Braille e descubra como pequenos pontos podem iluminar o caminho para a inclusão e a acessibilidade.
 

Δ

MJA | 3.Jan.2025



APP Acessibilidade 360: Inclusão e Facilidade no Acesso aos Serviços Públicos

INR | 30.12.2024


A APP Acessibilidade 360 foi criada para facilitar o acesso aos serviços públicos, tendo em conta as necessidades específicas de mobilidade de cada pessoa. Além disso, a aplicação identifica se cada serviço dispõe de condições de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, auditiva, intelectual ou motora, promovendo a inclusão de forma abrangente.

Disponível para download na Google Play e na Apple Store, esta aplicação fornece informações detalhadas para garantir que todos os cidadãos possam aceder aos serviços públicos de forma simples e sem obstáculos.

Com a Acessibilidade 360, pode:

  • Localizar e consultar a disponibilidade de lugares de estacionamento reservados a pessoas com deficiência, garantindo maior conforto e segurança;

  • Identificar percursos acessíveis desde os lugares de estacionamento ou paragens de transportes públicos até ao edifício pretendido, com detalhes sobre as condições de acessibilidade do percurso;

  • Navegar dentro dos edifícios, desde a entrada até ao serviço desejado, com indicação clara dos pontos de acesso e das condições de acessibilidade em cada etapa do percurso;

  • Verificar se os serviços dispõem de condições de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora, promovendo a inclusão de forma abrangente.

A aplicação abrange uma vasta gama de serviços públicos, como:

· Lojas do Cidadão;
· Hospitais e Centros de Saúde;
· Serviços de Emprego;
· Repartições de Finanças;
· Câmaras Municipais;
· Serviços de Segurança Social;
· Escolas e Universidades;
· Espaços culturais.

Um compromisso com a inclusão.

A APP Acessibilidade 360 é uma ferramenta indispensável para promover a inclusão, tornando o acesso aos serviços públicos mais simples, seguro e eficiente para todas as pessoas, independentemente das suas necessidades de mobilidade ou deficiência.

Faça o download agora e descubra como esta aplicação pode transformar a sua experiência de acesso aos serviços públicos!
 

Δ

MJA | 3.Jan.2025



Inteligência artificial pode ser fator de mudança para estudantes com deficiência

Euronews 


As escolas ainda estão a aprender a utilizar a inteligência artificial para ajudar os alunos com deficiência. As escolas estão a debater-se com a forma de utilizar a inteligência artificial (IA) para ajudar os alunos com deficiências visuais, da fala, da linguagem e auditivas em tarefas que são fáceis para os outros.

Nos EUA, colocar a tecnologia mais recente nas mãos dos alunos com deficiência é uma prioridade para o departamento de educação, que disse às escolas que devem considerar se os alunos precisam de ferramentas como a conversão de texto em voz e dispositivos de comunicação alternativos.

Existe a preocupação de garantir que os alunos que as utilizam - incluindo os portadores de deficiência - continuam a aprender. A IA pode ser utilizada para resumir pensamentos num esboço, decompor passagens complexas ou mesmo traduzir Shakespeare para inglês. As vozes geradas por computador também podem ajudar os alunos com deficiência visual ou disléxicos a ler.

Resolver um problema com IA
Ben Snyder, um estudante de 14 anos de Larchmont, Nova Iorque, a quem foi recentemente diagnosticada uma dificuldade de aprendizagem, tem vindo a utilizar cada vez mais a IA para ajudar nos trabalhos de casa. "Por vezes, em matemática, os meus professores explicam-me um problema, mas não faz sentido nenhum. Por isso, se eu inserir esse problema na IA, ela dá-me várias formas diferentes de explicar como fazer isso", explicou o jovem.

Ben gosta de um programa chamado 'Question AI'. Pediu ao programa para o ajudar a escrever um esboço para um relatório de um livro - uma tarefa que completou em 15 minutos e que, de outra forma, teria demorado uma hora e meia devido às suas dificuldades com a escrita e a organização. Contudo, considera que utilizar a IA para escrever todo o relatório ultrapassa os limites. "Isso é fazer batota", disse Ben.

As escolas têm tentado equilibrar os benefícios da tecnologia com os riscos que esta acarreta de forma a garantir que os alunos continuam a melhorar as suas competências. Há quem diga, no entanto, que a tecnologia de IA pode nivelar as capacidades entre alunos.

"Vai haver pessoas que vão utilizar algumas destas ferramentas de forma nefasta. Isso vai sempre acontecer", disse Paul Sanft, diretor de um centro sediado no Minnesota onde as famílias podem experimentar diferentes ferramentas de tecnologia de assistência e pedir dispositivos emprestados. "Mas não creio que essa seja a maior preocupação das pessoas com deficiência, que estão apenas a tentar fazer algo que não podiam fazer antes", acrescentou.

Euronews 26/12/2024

Δ

MJA | 2.Jan.2025



Câmara de Vagos promove reflexão sobre integração profissional de pessoas cegas

Afonso Ré Lau | JB


No dia 13 de dezembro, o município de Vagos assinalou o 'Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual' com um debate sobre a integração profissional de pessoas cegas ou com baixa visão. Esta sessão, que decorreu no Museu do Brincar, contou com o testemunho de uma pessoa com deficiência visual que é telefonista na Universidade de Aveiro e a participação da Escola de Cães-Guia de Mortágua, da equipa técnica da CASDSC – Comissão de Apoio Social e Desenvolvimento de Santa Catarina –, de uma representante da delegação da ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal – no distrito de Coimbra, da Associação Alma Sã e de membros – humanos e caninos – da Equipa Cinotécnica da GNR.

Já depois de se terem posto à prova, esforçando-se por se orientarem sem recurso à visão, num trajeto entre o edifício da câmara municipal e o Museu do Brincar, cerca de uma dezena de pessoas aceitou o desafio de vendar os olhos e explorar aquele espaço museológico, tentando percorrer os circuitos propostos com o apoio de um guia não vendado e, a partir do toque, identificar os brinquedos expostos.

No decorrer desta “experiência de imersão sensorial, tátil e auditiva”, que tinha por objetivo proporcionar a “pessoas normovisuais” – sem qualquer limitação relacionada com a visão –, ainda que por breves instantes e num ambiente controlado, a aproximação possível à realidade de uma pessoa cega, os participantes confessaram ter experimentado “a vulnerabilidade de quem vive privado de visão” e sentido “a aflição de ter de depender de ajudas externas”.

“Foi uma experiência desafiante e angustiante”, reconheceu Susana Gravato, vereadora da câmara de Vagos responsável pelo pelouro da ação social. A autarca, que fez questão de ser uma das pessoas a participar neste exercício com os olhos vendados, reconheceu que “ainda há muito para fazer” no concelho no que respeita às acessibilidades para pessoas cegas e amblíopes, por exemplo, a “alteração de passeios antigos na vila” e a “melhoria da sinalização de algumas obras”.

Instituições integradoras
“A integração profissional de uma pessoa cega ou amblíope só acontece quando acreditam nela. Esse é o maior desafio”, introduziu Jorge Anjos – é cego, trabalha como telefonista na Universidade de Aveiro e é presidente da delegação da ACAPO no distrito de Aveiro. Jorge está consciente que, “num primeiro contacto, a tendência é olhar para a incapacidade em vez de se perceber a capacidade que a pessoa pode ter” e que isso, não raras vezes, faz com que “os deficientes visuais desanimem rapidamente”, acabando por preferir “viver de subsídios” ao invés de continuarem a expor-se a situações de discriminação. “Se as entidades não acreditarem no trabalho de uma pessoa com deficiência visual, fecham-se na sua concha e não nos dão oportunidades. Para podermos demonstrar o que valemos, têm de nos abrir as portas”.

Uma tese corroborada por Lurdes Martins, formadora na delegação da ACAPO no distrito de Coimbra: “a deficiência assusta mais quem não a tem”. “As pessoas cegas conseguem cuidar de uma casa, educar os filhos e ser profissionais de excelência, desempenhando as funções que lhe são confiadas com competência equiparável a pessoas normovisuais”, assegura a formadora de Braille que é mãe de uma jovem de 18 anos sem qualquer problema de visão. Habituada a participar – por via da ACAPO – em diversas ações de esclarecimento e sensibilização para com a realidade das pessoas com deficiência visual junto de escolas, empresas e autarquias, Lurdes Martins sublinhou a responsabilidade destas instituições na integração de pessoas cegas, dando-lhes oportunidade de exercerem um ofício.

O papel do cão-guia
Esta tertúlia no Museu do Brincar serviu também para os participantes compreenderem melhor a importância que um cão-guia pode ter na autonomia de uma pessoa com deficiência visual. “Os cães são treinados para poderem atuar em todo o país – a escola de Mortágua é a única instituição em Portugal a treinar cães-guia –, aprendendo a lidar com situações reais como contornar e evitar obstáculos e acatar ordens de orientação”, explica Marta Ferreira, educadora da Escola de Cães-Guia de Mortágua, que participou nesta sessão na companhia de Hazel, uma Labrador Retriever em formação. “Contrariamente às bengalas, que obrigam as pessoas a irem de encontro aos obstáculos para, depois, os poderem ultrapassar, o cão permite que as deslocações sejam mais rápidas e seguras. Além disso, há uma maior aproximação social da comunidade. As pessoas deixam de olhar para a deficiência e passam a focar-se no cão.”

Na Escola de Cães-Guia de Mortágua, cada animal é educado de maneira a otimizar todo o seu potencial, mas depois é preciso saber atribuí-lo à pessoa certa. “Temos de conhecer a pessoa que está à espera de um cão-guia, para podermos fazer o emparelhamento mais adequado”, aclara a educadora, descrevendo uma “relação de confiança, afeto e liderança” semelhante à que existe, no contexto da Equipa Cinotécnica da GNR, entre guarda e cão.

Também na CASDSC, IPSS de Santa Catarina que se dedica à intervenção junto de pessoas com deficiência e doença mental, dispondo para isso de um conjunto de serviços inovadores (entre os quais, terapias assistidas por animais, como a cinoterapia), o cão é tido como uma autêntica “ferramenta viva”. Alexandre Pires, handler na equipa técnica daquela instituição, retratou a forma como os animais são integrados em processos de tratamento, facilitando o desenvolvimento de atividades lúdicas e de aprendizagem. “Eles são agentes de motivação para os utentes, ajudando-os a atingir objetivos terapêuticos”, reitera.

Δ

MJA | 1.Jan.2025


 

Santa Casa integra a nova Aliança para a Deficiência Visual

SCML | 17-12-2024


Através do Lar Branco Rodrigues e do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, a Misericórdia de Lisboa vai trabalhar com outras 12 instituições em prol da participação na sociedade das pessoas cegas e com baixa visão.
Ação social, Saúde

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi uma das 13 instituições que se juntaram para a criação da Aliança para a Deficiência Visual (ADV), uma plataforma de cooperação pioneira que tem como meta uma ação mais concertada para a qualificação das práticas e a participação igualitária das pessoas cegas e com baixa visão na sociedade.

A assinatura da carta de compromisso decorreu na passada sexta-feira, 13 de dezembro, no auditório do Instituto Nacional para a Reabilitação, e da parte da Santa Casa estiveram representados o Lar Branco Rodrigues e o Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos (CRNS Anjos).

Isabel Pargana, diretora do CRNS Anjos, explica que, “envolvendo diferentes organizações com características, atribuições, competências, visões e missões distintas, todas da área da deficiência visual, espera-se a criação de um espaço de aproximação, de cooperação e de trabalho, em prol das pessoas com deficiência visual e das suas famílias, assim como dos técnicos que contribuem nas diferentes respostas existentes”.

Lista das 13 instituições envolvidas:

AADVDB – Associação de Apoio aos Deficientes Visuais do Distrito de Braga
AAICA – Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes
Associação Bengala Mágica – Associação de Pais, Amigos e Familiares de Crianças, Jovens e Adultos Cegos e com Baixa Visão
Associação Cabra Cega
ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
ANDDVIS – Associação Nacional de Desporto para Deficiência Visual
ANIP – Associação Nacional de Intervenção Precoce
APEDV – Associação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais
ARP – Associação de Retinopatia de Portugal
FNSE – Fundação Nossa Senhora da Esperança
FRMS – Fundação Raquel e Martin Sain
Íris Inclusiva – Associação de Cegos e Amblíopes
SCML – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
 

Δ

MJA | 1.Jan.2025


 

Congresso Internacional para o Sistema Braille: 200 Anos Braille - a 3 e 4 de janeiro de 2025

INR / ACAPO

Nos dias 3 e 4 de janeiro de 2025, no Salão Nobre da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Congresso 200 Anos do Braille!

Marque já na agenda e não perca o Congresso que marca o início das comemorações dos 200 anos do sistema de leitura e escrita criado por Louis Braille.

Junte-se a nós, na cidade do Porto, para debater as principais temáticas relacionadas com o Braille e qual o futuro deste sistema que permite às pessoas cegas ler e escrever de forma autónoma.
 

Temas:
● O Panorama do ensino e do uso do sistema Braille a nível mundial
● Didática do Braille
● O Braille nas novas tecnologias
● Autonomia e Difusão do Braille
● Políticas Públicas e Conclusões

Mais informações aqui.

Δ

MJA | 28.Dez.2024



Notícias em arquivo:

2004 | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | 2025 |