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Terçol Lincx - Serviços de Saúde
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As Conjuntivites
Se ao acordar as pálpebras não desgrudam, unidas como uma persiana que teima em não deixar entrar a luz, se os olhos lacrimejam, enevoados por uma secreção aquosa ou purulenta, o mais certo é ser conjuntivite. Uma inflamação altamente contagiosa.
Nesta altura do ano as conjuntivites estão nas suas «sete quintas». As crianças já regressaram à escola, as mais pequenas ao infantário, partilhando brincadeiras e brinquedos, tocando-se, levando as mãos aos olhos, tocando-se novamente. Não há melhor ambiente para uma conjuntivite. Facilmente se propaga, visível na vermelhidão lacrimejante dos olhos de uma criança após a outra, para desespero de educadoras e pais. É que a conjuntivite é altamente contagiosa e a sua declaração numa criança é, por regra, impeditiva da sua presença no infantário, de modo a resguardar tanto quanto possível o resto da classe.
Apresenta-se de surdina, discreta num olho que parece chorar, num pequeno ponto de pus que se encaixa num recanto. Depois, desenvolve-se quase sempre na calada da noite, mostrando-se subitamente quando, ao acordar, a criança mal consegue despegar as pálpebras, coladas uma à outra por uma secreção mais ou menos transparente e gelatinosa. Quando finalmente se separam revela-se uma espécie de cortina aquosa a cobrir a vermelhidão do olho.
Muitas vezes, essa secreção evolui, ganhando uma tonalidade amarelado e um aspecto purulento, como se os olhos tivessem sido pincelados a pus. E incomoda, incomoda até muito, fazendo com que as crianças levem as mãos aos olhos, esfregando em busca de alívio. Mas com este gesto que é difícil conter em vez de alívio, o que acontece é que a inflamação passa rapidamente de um olho para o outro. Está aberta a porta do contágio, já que as mãos que tocaram nos olhos inflamados tocam depois em objectos que outras crianças vão partilhar. Tocam em pequenos e graúdos, levando também a estes uma doença que é mais frequente nas crianças mas pode «atacar» todas as idades.
A cada um a sua conjuntivite
Este é quadro mais conhecido e de alguma forma transversal a todos os tipos de conjuntivite. São três e distinguem-se consoante a origem da inflamação.
Assim, a conjuntivite pode ser alérgica, resultando de uma reacção dos olhos à poeira, ao pólen, a cosméticos, lentes de contacto, fumo, pêlo de animais e contacto directo com água tratada com cloro.
Pode igualmente ter manifestações sazonais, andando então associada a alergias como a chamada febre dos fenos.
Vírus e
bactérias dividem, no entanto, a maior fatia das responsabilidades, a eles se devendo o carácter infeccioso e contagioso da conjuntivite. A principal diferença consiste na duração do incómodo: se o agente infeccioso é viral, os sintomas podem desaparecer em dois ou três dias; já se for bacteriano, as melhoras demoram mais algum tempo, sendo precisas uma ou duas semanas para que os olhos retomem a boa forma.
Independentemente do agente agressor, tudo começa por um «ataque» à conjuntiva, uma fina membrana que cobre o branco dos olhos (esclera) e cuja função é produzir muco para proteger e lubrificar a superfície ocular. Normalmente, a conjuntiva possui vasos sanguíneos visíveis bem de perto. Ora, quando se dá a agressão, esses vasos dilatam, ficam mais proeminentes, tornando o olho vermelho. A vermelhidão é, aliás, a única forma que a conjuntiva, sendo um tecido simples, tem de reagir aos estímulos. E esse é o primeiro sinal de conjuntivite.
Mas, atenção, por trás de um olho vermelho nem sempre está uma conjuntivite. Muitas outras doenças oculares como o glaucoma - se podem aí esconder, devendo ser pois procurado o conselho de um oftalmologista. Sobretudo se a vermelhidão for acompanhada de outras sintomas como dor forte, elevada sensibilidade à luz ou visão desfocada.
Veja bem onde põe as mãos
As mãos são os principais inimigos dos olhos, falando de conjuntivite é claro. É que são elas o agente do contágio. Perante a sensação de areia nos olhos que acompanha a secreção e a vermelhidão, o gesto mais automático e compreensível é esfregar. Mas, além de ser perigoso, pois pode irritar a conjuntiva, este gesto é o caminho mais rápido para levar a doença a outros olhos.
Lavar as mãos com frequência é este sim um gesto recomendado. Tal como não partilhar toalhas nem maquilhagem, igualmente veículos fáceis de propagação da conjuntivite.
E mesmo no cuidar dos olhos doentes é preciso ver bem onde se põem as mãos. Na aplicação do colírio habitualmente usado no tratamento é de evitar o contacto dos dedos com o líquido ou a pomada, tal como é de evitar que o próprio medicamento toque nos olhos. Deve-se deixar cair uma gota na zona afectada e fechar os olhos para que se espalhe. Antes e depois desta operação, as mãos devem ser lavadas, sempre em nome da prevenção.
É de facto com colírio que se combatem as conjuntivites, mas o vulgar soro fisiológico também ajuda e muito. Compressas várias vezes ao dia aliviam, ao mesmo tempo que limpam os olhos das irritantes secreções. De qualquer forma o tratamento deve ser feito com moderação, porquanto os olhos são órgãos extremamente sensíveis.
Sinais de infecção
Estão bem identificados os sinais que denunciam uma conjuntivite. São eles:
- pálpebras inchadas e coladas, sobretudo ao acordar
- olhos vermelhos
- sensibilidade à luz
- visão enevoada
- sensação de areia nos olhos
- secreção aquosa ou purulenta
Cuidados básicos
Há algumas regras que, se respeitadas, permitem prevenir o contágio. Quase todas passam pelas mãos:
- lave as mãos com frequência
- não toque nos olhos
- não encoste o frasco do colírio ou a pomada ao olho
- não partilhe toalhas
- não use maquilhagem de outras pessoas
- não use lentes de contacto enquanto durar a inflamação
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Conjuntivite
Dr. Rui Farinha
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva. Conheça algumas formas de prevenir e evitar esta doença.
O que é
A conjuntivite é uma doença em que há inflamação da conjuntiva (membrana mucosa que reveste o globo ocular).
Quais as causas
Existem várias causas de conjuntivite:
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Vírus.
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Alergias (pó, pólen, pêlo de animais e outros alergénios.
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Agentes físicos (vento, pó).
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Agentes químicos (fumo, poluição do ar).
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Bactérias.
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Doenças sistémicas (que afectam vários órgãos).
Quais os sintomas
Os sintomas são vários:
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Olho(s) vermelho(s).
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Sensação de areia nos olhos/prurido (comichão), uni ou bilateral.
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Corrimento ocular aquoso (se conjuntivite viral) ou tipo pus (se conjuntivite bacteriana).
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Visão ligeiramente turva ou enevoada.
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Hipersensibilidade à luz (fotofobia).
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Dor ocular.
A conjuntivite viral e bacteriana podem estar associadas a outras infecções e afectar um ou ambos os olhos. A forma bacteriana pode estar associada a infecção respiratória ou da garganta. Há produção de pus (secreções espessas, amarelo-esverdeadas) e intumescimento das pálpebras que tendem a aderir uma à outra. A conjuntivite alérgica afecta mais frequentemente os dois olhos e dá preferencialmente prurido intenso e lacrimejo.
Como se diagnostica
Basta a observação do médico para se fazer o diagnóstico de conjuntivite. Se a situação for grave, resistente ao tratamento ou recorrente, torna-se necessário colher uma amostra de secreções para análise laboratorial, com o objectivo de se determinar com precisão a causa e implementar uma terapêutica mais dirigida.
Como se desenvolve
A conjuntiva reveste o olho e a parte interna das pálpebras, estando exposta a uma série de agentes agressores (vírus, bactérias, alergénios, vento, poluição). As lágrimas protegem a conjuntiva destes agentes agressores. Por vezes, a agressão é de tal modo intensa que surge inflamação da conjuntiva (conjuntivite). É uma doença incómoda, que habitualmente responde bem ao tratamento e tem um bom prognóstico. O contágio de terceiros é relativamente frequente nas formas infecciosas.
Formas de tratamento
O desconforto provocado pela conjuntivite pode ser aliviado com a colocação de compressas quentes humedecidas, durante 5 minutos, 3 a 4 vezes por dia, no(s) olho(s) afectado(s), com as pálpebras fechadas.
As conjuntivites virais não necessitam de qualquer tratamento específico, desaparecendo ao fim de uma semana. Nas conjuntivites bacterianas, em que há produção de pus, devem-se lavar os olhos com água morna e depois usar um pano para eliminar o pus.
O médico poderá prescrever um antibiótico para aplicação local no olho(s) afectado(s). Os antibióticos servem apenas para tratar conjuntivites bacterianas. Nas conjuntivites alérgicas não se devem esfregar os olhos e devem-se usar
compressas frias para aliviar o prurido e a sensação de desconforto. Neste caso, o médico pode prescrever medicamentos que actuem sobre a alergia (vasoconstritores, anti-histamínicos tópicos ou outros).
Formas de prevenção
Existem algumas medidas simples que o doente pode adoptar no sentido de prevenir o agravamento e a disseminação da doença:
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Não pôr as mãos nos olhos.
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Lavar as mãos antes e depois de lavar os olhos.
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Lavar as mãos antes e depois de aplicar os medicamentos nos olhos.
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As toalhas de rosto e as de banho, bem como as fronhas devem ser mudadas diariamente e não devem ser usadas por outras pessoas.
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Usar e cuidar adequadamente das lentes de contacto.
Doenças comuns - como diferenciar
Várias são as doenças que têm de ser distinguidas da conjuntivite:
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queratites (inflamação da córnea);
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irites (inflamações da íris);
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coroidites (inflamações da coroideia);
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blefarites (inflamações das pálpebras);
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dacriocistites (inflamações das glândulas lacrimais).
Algumas destas doenças são mais graves do que a conjuntivite e só o médico está apto a distinguir cada uma destas doenças.
Outras designações:
Olho(s) vermelho(s).
Quando consultar o médico especialista
A conjuntivite não necessita de tratamento extenso e, na generalidade dos casos, não está associada a situações de emergência. Porém é uma situação incómoda, que exige um diagnóstico diferencial com várias outras situações, é altamente contagiosa e, ocasionalmente, pode originar complicações corneanas, devendo o doente dirigir-se imediatamente ao médico logo que os sintomas surjam para ser efectuado o respectivo diagnóstico e tratamento.
Pessoas mais predispostas
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Crianças (devido à alta contagiosidade das conjuntivites virais e ao facto delas desrespeitarem com maior facilidade as medidas de higiene necessárias para prevenir a disseminação desta doença).
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Doentes alérgicos.
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Doentes com doenças sistémicas.
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A Blefarite
A blefarite é uma inflamação comum e persistente das pálpebras. Produz sintomas tais como irritação, prurido e, em alguns casos, olho vermelho. Esta condição afeta frequentemente as pessoas que tem tendência a apresentar pele oleosa, caspa e secura ocular. A blefarite pode começar na infância, causando granulação nas pálpebras e continuar por toda a vida como uma afecção crônica, ou iniciar mais tardiamente na vida.

A superfície da pele normal contém bactérias e, em certas pessoas, tais bactérias estão presentes na pele da base dos cílios. A irritação resultante, às vezes associada com a actividade excessiva das glândulas sebáceas vizinhas, produz escamas parecidas com caspa e partículas que se formam ao longo dos cílios e pálpebras.
Em algumas ocasiões, as escamas ou as bactérias produzem somente irritação e prurido leves, porém em outras podem causar ardência e sensação de areia nos olhos. A blefarite pode conduzir a complicações mais graves, como inflamação dos tecidos oculares, em especial a córnea.
Como se trata a blefarite ?
A blefarite pode não ser curável, porém é possível controlá-la mediante algumas medidas diárias:
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Pelo menos duas vezes ao dia, aplique compressas mornas sobre as pálpebras fechadas durante dois a três minutos. Este procedimento descola as escamas e detritos, além de solubilizar as secreções oleosas das glândulas sebáceas tarsais, prevenindo assim o aparecimento de calázio, que é um tipo de inflamação da glândula sebácea palpebral.
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Utilizando a ponta do seu dedo envolta em um pano fino ou uma haste de algodão ( cotonete ), esfregue com delicadeza a base dos cílios aproximadamente 15 segundos em cada pálpebra.
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Se o médico prescreveu pomada com antibiótico, aplique uma pequena quantidade na base dos cílios, preferencialmente na hora de dormir.
Estas simples medidas higiênicas diárias reduzirão ao mínimo a necessidade de medicações adicionais que alguns pacientes requerem para controlar os seus sintomas:
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Lágrimas artificiais. Devem ser aplicadas para aliviar os sintomas de olho seco.
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Corticoesteróides oculares. Podem ser utilizadas por um breve período de tempo para reduzir a inflamação.
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Pomada com antibiótico ou comprimidos antibióticos. Podem ser empregados para reduzir a quantidade de bactérias nas pálpebras.
Na blefarite, as pálpebras superior e inferior estão recobertas por detritos oleosos e bactérias em torno da base nos cílios. O paciente refere irritação ocular e em certos casos, inflamação do olho. A limpeza regular e completa da borda palpebral contribui para o controle da blefarite.
colaretes |
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escamas |
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conjuntivite |
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úlceras |
As enfermidades do olho podem manifestar-se a qualquer idade. Muitas delas não causam sintomas até que tenham produzido lesão. Por isso exames médicos realizados regularmente por um oftalmologista são muito importantes, já que muitos casos de cegueira são preveníveis quando são diagnosticadas e tratadas a tempo.
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A Uveíte e o seu tratamento
A uveíte é a inflamação da úvea, a camada central do olho. A úvea consiste na íris, no coróide e no corpo ciliar. O coróide está
"entalado" entre a retine e a parte branca do olho (esclerótica) e fornece fluxo sanguíneo às camadas mais profundas da retina. O tipo mais comum de uveíte é uma
inflamação da íris chamada irite (uveíte anterior).
Infecções, lesões e doenças auto-imunes poderão estar associadas ao desenvolvimento da uveíte, no entanto, a causa exacta permanece desconhecida.
A uveíte pode ser grave, levando a perda de visão permanente. O diagnóstico e o tratamento precoces são importantes para prevenir complicações da uveíte.
Sintomas
Os sinais, sintomas e características da uveíte incluem:
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Vermelhidão nos olhos
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Dores nos olhos
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Sensibilidade à luz
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Visão turva
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Pontos escuros e flutuantes no seu campo de visão (flutuadores)
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Visão fraca
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Área esbranquiçada (hipopion) dentro do olho na parte frontal inferior da área colorida do olho (íris)
O local da uveíte varia e é descrito através do local onde ocorrer no olho.
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A uveíte anterior afecta a parte frontal do olho (também chamada de irite).
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A uveíte posterior afecta a parte traseira do olho (também chamada de coroidite).
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A uveíte intermédia afecta o corpo ciliar (também chamada de ciclite).
A panuveíte ocorre quando todas as camadas da úvea estão inflamadas.
Em qualquer um destes problemas, o material gelatinosos no centro do seu olho (vítreo) também pode ficar inflamado e infiltrado com células inflamatórias.
Os sintomas poderão ocorrer de repente e piorarem rapidamente, no entanto, em alguns casos, os sintomas desenvolvem-se gradualmente. Os sintomas poderão ser notados em um
ou nos dois olhos.
Quando consultar um médico
Contacte o seu médico se achar que poderá ter sintomas de uveíte. O seu médico poderá encaminhá-lo/a para um especialista (oftalmologista). Se tiver uma dor significativa
nos olhos e novos problemas de visão, procure ajuda médica rapidamente.
Causas
Por vezes, a causa específica da uveíte não é clara. No entanto, em algumas pessoas, a uveíte está associada a:
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Doenças auto-imunes, como por exemplo doença de Behcet, sarcoidose ou espondilite anquilosante.
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Doenças inflamatórias, como por exemplo doença de Crohn ou colite ulcerativa.
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Infecções como por exemplo doença da arranhadura de gato, herpes, sífilis, toxoplasmose, tuberculose ou vírus da febre do Vale do Nilo.
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Lesões oculares
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Certos cancros, como por exemplo linfoma, que podem afectar, directa ou indirectamente, o olho.
Diagnóstico
Quando visita um oftalmologista, o seu médico irá provavelmente realizar um exame completo e reunir o seu historial de saúde.
Se o oftalmologista suspeitar de uma doença subjacente como sendo a causa da sua uveíte, poderá ser reencaminhado para outro médico para a realização de um exame médico
geral e análises. Por vezes é difícil encontrar a causa específica para a uveíte. No entanto, o seu médico irá tentar determinar se a sua uveíte tem uma causa infecciosa
ou advém de outra doença.
Tratamento
Se a uveíte for causada por uma doença subjacente, o tratamento centrar-se-á nessa mesma doença. O objectivo do tratamento é reduzir a inflamação no seu olho.
O tratamento da uveíte poderá incluir:
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Medicação anti-inflamatória. O seu médica poderá receitar medicação anti-inflamatória, como por exemplo corticosteróide para tratar a sua uveíte. Esta medicação poderá
ser administrada em gotas. Ou, poderá ser administrada em comprimidos corticosteróides ou uma injecção no olho. Para pessoas com dificuldades em tratar a uveíte
posterior, a implementação de um dispositivo no olho poderá ser a opção correcta. Este dispositivo liberta medicação corticosteróide para o seu olho durante 2 anos e
meio.
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Medicação anti-viral ou antibiótico. Se a uveíte for causada por uma infecção, antibióticos, medicação anti-viral ou outros medicamentos poderá ser administrada com ou
sem corticosteróides para controlar a infecção.
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Imunossupressores ou medicação para destruir células (citotóxica). Os agentes citotóxicos ou imunossupressores poderão ser necessários se a sua uveíte não responder bem
aos corticosteróides ou se tornar grave o suficiente que ameace a sua visão.
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Cirurgia. Vitrectomia - cirurgia para remover algum do material gelatinoso do seu olho (vítreo), poderá ser necessário para diagnóstico e gestão da sua uveíte. Uma
pequena amostra do vítreo poderá ajudar a identificar uma causa específica para a inflamação do olho, como por exemplo um vírus, bactérias ou linfoma. O procedimento
poderá também ser utilizado para remover tecido cicatrizado que se tenha desenvolvido no vítreo.
A parte do seu olho afectada pela uveíte, na frente (anterior) ou na traseira (posterior) na úvea, poderá determinar quão rápido irá o seu olho curar-se. A uveíte que
afecta a parte traseira do seu olho tende a curar-se mais devagar do que a uveíte na parte da frente do olho. A inflamação grave demora mais a desaparecer do que uma
inflamação mais suave.
A uveíte pode voltar. Marque uma consulta com o seu médico se qualquer um dos sintomas voltar após um tratamento bem sucedido.
Actualizado por
MJA
15-Fev-14
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Uveíte:
irite, ciclite, coroidite e coriorretinite
A uveíte é uma inflamação da camada média do olho, que pode adoptar diferentes formas:
irite, ciclite e coroidite.
Tipos e causas
Visto que a úvea é formada por várias partes - íris, corpo ciliar e coróide - é possível distinguir vários tipos de uveítes.
Na uveíte anterior, a inflamação afecta a íris, denominando-se irite, e também, ocasionalmente, o corpo ciliar, designando-se ciclite. O problema pode ser originado por
traumatismos oculares, corpos estranhos que penetrem rio olho, patologias do cristalino, processos infecciosos locais ou gerais (sarampo, varicela, rubéola, gonorreia,
tuberculose, sífilis, etc.), patologias reumáticas ou problemas alérgicos, existindo uma elevada proporção de casos de origem desconhecida.
Dado que a uveíte posterior afecta a coróide, o problema costuma designar-se coroidite e, nos casos em que a inflamação se estende à retina, são denominados
coriorretinite. Embora a origem do problema seja, na maioria dos casos, desconhecida, por vezes, pode estar relacionada com doenças parasitárias, como a toxoplasmose.
Manifestações
A uveíte anterior manifesta-se tipicamente através de uma alteração da cor da íris, que adopta uma tonalidade mais cinzenta, e uma contracção persistente da pupila, que
ocasionalmente manifesta uma forma irregular, associada à vermelhidão do olho, dor, lacrimejar, intolerância à luz (fotofobia) e diminuição da acuidade visual. Embora a
doença costume ter uma evolução aguda e desapareça ao fim de poucos dias ou semanas, em alguns casos, pode adoptar uma evolução crónica e persistir durante meses, ao
longo dos quais o problema pode complicar-se e desenvolver uma reacção cicatricial que deforme a íris e altere a normal circulação e drenagem do humor aquoso, originando
um perigoso glaucoma secundário. Caso a inflamação se estenda ao cristalino, podem formar-se opacidades, ou seja, cataratas que alteram a visão.
A uveíte posterior, sobretudo quando o problema se estende à retina, caracteriza-se pelo desenvolvimento de alterações da vista, tais como visão manchada, distorção do
tamanho e forma dos objectos, surgimento de pontos escuros que se movem no campo visual ("moscas voadoras") e incómodo devido à luz. O problema pode ter, igualmente, uma
evolução aguda, curada ao fim de alguns dias, ou uma evolução crónica, com meses de duração, existindo o perigo de surgirem complicações como o descolamento da retina,
cataratas, glaucoma secundário ou, o que ainda é mais perigoso, cicatrizações na retina que provoquem uma perda de visão permanente e irreversível.
Informações adicionais
Tratamento
O tratamento da uveíte anterior passa por repouso absoluto do olho, pela aplicação de colírios que mantenham a pupila dilatada (midriáticos) e limitem a mobilidade do
músculo ciliar (cicloplégicos) e a administração de analgésicos para a dor. Caso se determine a origem do problema, deve-se adoptar as medidas adequadas para proceder ao
seu tratamento, ou seja, antibióticos em caso de infecção bacteriana, anti-inflamatórios do tipo corticóides para uma inflamação e anti-histamínicos para uma reacção
alérgica, entre outros.
O tratamento da uveíte posterior consiste na utilização de corticóides, muitas vezes em doses elevadas e administrados por via sistémica, sobretudo para atenuar a
inflamação da retina e prevenir a formação de cicatrizes, associada ao tratamento do factor causador, se detectado, mediante o recurso a medicamentos antiparasitários, em
caso de toxoplasmose.
15-Fev-14
Actualizado por
MJA
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Terçol
O que é
O terçol é um pequeno furúnculo ou infecção bacteriana em uma das glândulas da pálpebra. Quando infectadas, as glândulas sebáceas localizadas nas pálpebras superior e inferior ficam inchadas e dolorosas. Inicialmente o terçol é pequeno, mas pode transformar-se em ferida avermelhada e bastante dolorosa. A seguir, o terçol inicial se torna um ponto amarelo de pus. Geralmente o pus drena sozinho. Jamais, fure ou esprema o terçol.
Dicas de autocuidado
Você pode aliviar o desconforto provocado pelo terçol seguindo os seguintes passos:
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Aplique compressas húmidas e mornas (não muito quentes) na área afectada por 5 a 10 minutos, três a quatro vezes ao dia.
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Evite expor seus olhos a locais com muita poeira ou sujeira.
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Não mexa nem esprema a região afectada, mesmo que a tentação seja grande.
Geralmente o terçol responde bem às medidas acima, dispensando atendimento médico.
Contudo:
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O terçol está dificultando ou atrapalhando a visão? Consulte o oftalmologista.
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A região inchada e vermelha não drenou nem diminuiu após 2 dias? Consulte o oftalmologista.
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Vários terçóis apareceram simultaneamente ou têm ocorrido repentinamente? Consulte o oftalmologista.
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Terçolho
O terçolho é uma inflamação das glândulas presentes no olho (sebáceas ou
sudoríparas) provocada, geralmente, por uma bactéria. É um problema comum que se
caracteriza pelo aparecimento de um edema, interno ou externo, na zona da
pálpebra ou junto às pestanas.
Numa fase inicial pode apenas manifestar-se através do aparecimento de uma
vermelhidão na pálpebra, mas ao evoluir forma-se um abcesso ou nódulo. O olho
pode lacrimejar, tornar-se sensível à luz, sentir prurido e sensação de corpo
estranho.
O terçolho não é considerado um problema grave, mas recomenda-se a observação
médica para permitir um diagnóstico e tratamento adequados. O tratamento médico,
quando existe, consiste na aplicação de pomada antibiótica na zona afetada, mas
normalmente, a doença desparece por si só, não necessitando de tratamento.
11.Ago.21
publicado por
MJA
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Microorganismos
causadores
das infecções dos olhos
1. Infecções dos olhos
As infecções dos olhos
podem dividir-se segundo
os microorganismos que
causam a infecção. Na
maior parte dos casos,
tratam-se de bactérias, clamídias ou vírus.
Muito raramente, as
infecções oculares
afectam apenas uma parte
do olho. Mais frequente
são infecções
simultâneas da
conjuntiva e da córnea.
Os agentes infecciosos
também podem alastrar
por todo o olho e
provocar infecções no
interior do olho, que
são muito difíceis de
tratar.
2.
Bactérias
Entre as bactérias patogénicas mais comuns
nos humanos salientam-se os pneumococos, os
estafilococos e os estreptococos. Estes
organismos causam uma conjuntivite que, na
maioria, ocorre em ambos os olhos e que se
caracteriza por uma secreção amarelenta e
purulenta. Quando afectam a córnea, as
bactérias podem causar ulceração (úlcera da
córnea). Os principais sintomas que ajudam o
oftalmologista a reconhecer uma infecção
da córnea são um estado de irritação agudo do
olho, acompanhado de fotofobia e dor, bem
como um infiltrado na córnea.
A forma de ulceração
mais perigosa é a úlcera serpiginosa da córnea.
Enquanto que uma córnea saudável constitui uma
barreira adequada aos microrganismos, bastam
já pequenos defeitos no epitélio, tal como é o caso de lentes de
contacto sujas ou usadas durante períodos
prolongados, para que os micro-organismos
causadores de doenças possam penetrar na
córnea.
A úlcera da córnea, uma vez que se desenvolve
rapidamente, pode dar origem a perfuração da
córnea e afectar outras partes do olho.
A úlcera da córnea bacteriana constitui
sempre um estado de emergência. O tratamento
consiste na aplicação local de antibióticos em
alta concentração através de gotas
oftálmicas, que muitas vezes têm de ser
administradas várias vezes à hora.
Particular atenção
merecem as infecções bacterianas nos
recém-nascidos. Uma conjuntivite purulenta,
na maior parte dos casos de origem gonócica,
torna sempre necessário um tratamento por um médico especialista. As
pálpebras dos recém-nascidos ficam fortemente inchadas e
caracterizam-se por acumulação de pus. As infecções adquiridas
pelos bebés durante o nascimento podem evitar-se pelo uso de uma profilaxia segundo o método de Credé. Trata-se de gotas oftálmicas que se
administram nos olhos dos recém-nascidos logo
depois do nascimento, para matar, pelo menos,
uma parte do espectro de micro-organismos patogénicos.
3.
Clamídias
A queratoconjuntivite por clamídia (infecção
da córnea e da conjuntiva) é provocada pela Chlamydia
trochomatis. Na Índia, em África e em certos países mediterrâneos, estes agentes
infecciosos são a mais importante causa da cegueira. Nestes casos, a via de infecção ocorre
directamente do tracto urogenital para o olho ou através de piscinas mal desinfectadas (conjuntivite da
piscina).
Nos adultos, esta infecção caracteriza-se
por uma erupção de vesículas e bolhas grandes localizadas na pálpebra superior. A prova é feita através de
um teste de imunofluorescência.
No tratamento deste tipo de infecção ocular usam-se gotas oftálmicas ou pomadas antibióticas. Devido ao risco de
transmissão ocultogenital, é sempre necessário realizar a um tratamento sistemático com antibióticos,
acompanhado de um co-tratamento do companheiro sexual.
4.
Vírus
Os adenovírus são particularmente perigosos devido à sua alta infecciosidade.
Normalmente, a infecção só afecta um olho, caracterizando-se por inchaço e vermelhidão
súbitos. É produzida primeiro uma secreção
aquosa que se torna
depois viscosa. O doente tem uma forte sensação
de prurido e de corpo estranho.
Passada mais ou menos uma semana, a
infecção passa também para o outro olho e, após 2 semanas, os sintomas voltam a desaparecer. Não existe um tratamento específico para as infecções virais dos olhos. O importante é evitar possíveis disseminações. Para tal, basta muitas vezes dar a mão a outra pessoa ou
partilhar a toalha. Daí que seja imprescindível proceder a uma desinfecção cuidadosa das mãos.
Uma infecção causada por
herpes símplex, normalmente, só afecta a córnea. Neste caso, distingue-se
entre a queratite dendriforme superficial e a queratite discoiforme profunda. Os sintomas da queratite
dendriforme são edemas e opacidades na córnea. A infecção é quase sempre
unilateral, e o doente tem uma forte sensação de corpo estranho e dor. No tratamento da queratite dendriforme utilizam-se medicamentos antivíricos (Aciclovir).
A queratite disciforme,
na maior parte dos
casos, ocorre como
complicação de uma
queratite superficial.
Os sintomas incluem
manchas opacas
disciformes na córnea
que podem interferir com
a visão. O tratamento
consiste igualmente na
aplicação de pomadas
antivíricas acompanhadas
de corticosteróides.
28-Nov-11
Actualizado por
MJA
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