DGEBS

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I. Sinais de Alarme da Visão dos Jovens:
1 - Os que não gostam de ler.
2 - Os que ao lerem saltam uma palavra ou repetem a mesma
palavra.
3 - Os que lêem mais devagar do que o normal.
4 - Os que lêem seguindo a linha com o dedo ou outro indicador.
5 - Os que adquirem uma posição rígida quando olham ao longe.
6 - Os que têm o costume de vocalizar quando lêem em silêncio.
7 - Os que se esquecem do tema lido.
8 - Os que misturam letras e linhas.
9 - Os que lêem mais perto do que o normal.
10 - Os que franzem os olhos ou fazem caretas, ao lerem.
11 - Os que movem muito a cabeça ao lerem.
12 - Os que têm má percepção visual, confundindo o A com o E,
o U com o N.
13 - Os que manifestam fadiga quando trabalham, sobretudo na
visão de perto.
14 - Os que são propensos ao nervoso e à irritabilidade.
15 - Os distraídos e faladores.
16 - Os que se queixam de ver desfocado perto do objecto, porque
o vêem em duplicado.
17 - Os que se queixam de cefaleias, naúseas e enjoos.
18 - Os que enjoam ao andar de automóvel.
19 - Os que adquirem más posições para lerem ou escreverem.
20 - Os que padecem de fotofobia.
21 - Os que entortam os olhos.
22 - Os que têm as pálpebras inchadas ou avermelhadas.
23 - Os que têm os olhos chorosos.
24 - Os que inclinam a cabeça para o lado.
25 - Os que fecham ou tapam um dos olhos de vez em quando.
26 - Os que têm má coordenação oculomotora.
27 - Os que têm dificuldade em escrever, andar de bicicleta ou
de patins, etc.
A Associação Portuguesa de Prevenção Visual
recomenda um exame aos jovens que apresentem um ou mais destes sintomas, que devem ter
como causa um DEFEITO VISUAL.
ϟII. Alguns sinais
reveladores de perturbação visual
Comportamento:
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esfrega muito os olhos;
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fecha ou tapa um dos olhos, sacode a cabeça ou estende-a para a
frente;
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pisca muito os olhos ou fica com eles irritados, quando faz
trabalhos minuciosos;
-
tem dificuldade em ler ou executar outras actividades que
requeiram a utilização dos olhos, para ver ao pé;
-
deixa pender a cabeça sobre o livro ou o caderno;
-
segura os livros muito perto dos olhos;
-
tropeça em pequenos objectos.
Aparência:
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olhos tortos;
-
olhos com inflamações repetidas;
-
palpebras com os bordos vermelhos, com
crostas ou inchados;
Queixas:
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comichão, ardor ou irritação dos olhos;
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não consegue ver bem;
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vertigens;
-
dores de cabeça;
-
enjoos;
-
visão dupla ou turva.
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III. Se é professor de uma criança deficiente visual...
1 - Caminhe com a criança cega pela sala, em linha recta, até
ele ser capaz de andar sozinho. Não o puxe. Deixe-o seguir o seu rumo oferecendo-lhe o
braço. Nas passagens estreitas (onde só cabe uma pessoa), passe adiante e diga-lhe o que
se passa, colocando-o completamente atrás de si.
2 - Dê uma volta completa à sala fazendo-lhe notar os móveis,
o quadro e todas as outras referências, não esquecendo os centros. Quando descrever
objectos ou imagens, faça apelo às experiências que sabe que ele tem, relacionando com
ele próprio em questões de forma e grandeza.
3 - Chame-lhe a atenção, nos percursos da
escola, para as inclinações do terreno, curvas para a direita ou esquerda, subidas,
correntes de ar, diferenças nos pisos, etc. pois são informações muito úteis.
4 - Ponha-o ao corrente, sempre que haja
quaisquer modificações na sala ou em qualquer outro compartimento. Quando retirar alguma
coisa do seu lugar, avise-o.
5 - Ao subir ou descer escadas avise-o,
simplesmente, antes de começar e antes de acabar. Se ele preferir, coloque-lhe a mão
sobre o corrimão.
6 - Para lhe indicar o lugar onde se sentará,
coloque-lhe a mão nas costas da cadeira.
7 - Procure que o aluno tenha uma boa posição
corporal.
8 - Na ida à casa de banho, mostre-lhe onde
está a sanita, o papel, o autoclismo, etc. e dê-lhe oportunidade de saber, exactamente a
sua forma e dimensões e de aprender o percurso até lá.
9 - Quando escrever no quadro leia alto o que
escrever para que a criança possa tomar notas e acompanhar o raciocínio.
10 - Sempre que possa dispor de modelos, mapas
em relevo, figuras em três dimensões, etc. faça-os observar pelo tacto.
11 - Não se esqueça que a leitura e a escrita
do Braille é mais lenta do que a escrita a tinta.
12 - Os exercícios escritos, excepto os de
matemática e de física, devem ser dactilografados pelos cegos. Lembre-se que uma página
escrita a tinta corresponde a 4 em Braille, pelo que os exercícios devem ser menos
extensos e quase sem gravuras.
13 - Se se trata de uma criança com baixa
visão, coloque-a nas primeiras filas sem que tenha a luz a dar-lhe de frente.
14 - Certas crianças com baixa visão recorrem
à lupa ou necessitam de ampliações. Estas precisam, quando feitas à mão, de ter
letras maiores, com maior espaço entre as palavras e as linhas. Deve escrever-se com
marcador preto sobre papel branco.
15 - Sempre que possível facilite a gravação
das suas aulas, para que o aluno não perturbe com o ruído da máquina, não perca a
atenção e possa retirar, em casa, as notas necessárias ao estudo.
16 - Nunca lhe diga, «ali» «aqui», mas
indique, com precisão, o sítio exacto, usando termos como: à sua esquerda, à sua
frente, atrás de si, em cima, etc. De resto, não necessita de evitar o vocábulo
«ver», nem de usar vocabulário especial para falar com o seu aluno.
17 - Diga sempre o seu nome, quando começar a
conversar ou o encontrar e informe-o quando se vai embora, despedindo-se dele. Ponha-o ao
corrente, sempre que entre alguém estranho à turma.
18 - Fale-lhe dos sentimentos, das situações
e descreva o que acontece para ele não se sentir isolado do mundo.
19 - Descreva, em pormenor, o que pretende que
ele faça.
20 - À hora da refeição diga-lhe o que vai
comer ou informe-o sobre os alimentos disponíveis. Ajude-o a servir-se ou informe-o sobre
o que tem no prato. O conteúdo do prato deve ser explicado por comparação com os
ponteiros de um relógio. Ex.: a salada está nas 9 h, a carne nas 6 h, o arroz nas 12 h,
etc. Se necessário mostre-lhe o lugar do guardanapo ou do copo ou do pão, guiando a sua
mão discretamente até eles. Não encha demasiado o copo ou a chávena, que vão ser
utilizados. É difícil equilibrá-los cheios.
21 - Organize jogos (cabra-cega e outros) de
modo a que as outras crianças possam perceber as dificuldades dos colegas deficientes
visuais.
22 - Deixe as portas ou janelas completamente
abertas ou perfeitamente fechadas - nunca entreabertas.
23 - Não arraste ou empurre o cego.
Ofereça-lhe o seu braço. Ele colocará a mão acima de um dos seus cotovelos e
ser-lhe-á fácil comunicar consigo. Em passagens estreitas movimente ligeiramente o
braço para trás de modo que a pessoa cega se coloque na sua retaguarda.
24 - Não deixe o aluno sem referências no
meio de um espaço ao ar livre ou no meio de uma sala; é mais fácil para ele orientar-se
se estiver perto de uma porta, parede, móvel, etc.
25 - Num automóvel, informe para que lado
está virado e coloque a mão do cego no cimo da porta do carro. Ele procurará o banco
com a outra mão.
26 - Lembre-se que há domínios difíceis ou impossíveis de
experimentar pelos cegos: o que é muito pequeno, ou muito grande, o que se move, o que é
perigosos para a sua integridade, o que é muito quente, o que não se pode contactar
directamente ou ainda as características relacionadas com a percepção visual, cor,
profundidade, perspectiva, etc.
27 - Ajude o aluno a construir uma linguagem baseada no conhecimento
real, através da interacção com pessoas, objectos e ambientes. Dê-lhe também
informações sobre hábitos e atitudes socialmente aceites e que caracterizam a nossa
cultura.
28 - Finalmente, ajude-o a bastar-se a si próprio no que respeita à
arrumação e organização dos seus materiais de trabalho e cadernos escolares. Favoreça
a sua auto-confiança e independência.
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fonte: DIVISÃO DO ENSINO ESPECIAL - DGEBS - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Δ
publicado
por
MJA
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