Maria Teresa Cavaco

AGENDA DA REUNIÃO
-
Caracterização
do aluno: dados familiares, dados médicos gerais e dados oftalmológicos, referência ao
comportamento do aluno, suas capacidades e limitações.
-
Exposição
sobre as implicações pedagógicas do grau da deficiência: aluno cego ou aluno com visão
reduzida.
-
Estratégias
de ensino, por disciplina, aos professores da turma. [ ANEXO 1 ]
-
Funções do
Professor de Apoio: apoio directo e apoio indirecto.
[ ANEXO 2 ]
-
Referência
à legislação: turma reduzida, aulas suplementares, avaliação, etc.
-
O horário da
Professora de Apoio naquela escola.
-
Troca de
impressões com os Professores.
-
Sensibilização
dos funcionários da escola que vão contactar com o aluno.
-
Sensibilização
dos colegas do aluno logo no início das aulas.
Os Professores de Matemática que têm alunos deficientes
visuais integrados, não devem esquecer que:
-
os
exercícios escritos no quadro devem ser lidos em voz alta;
-
é
preferível um único exercício bem executado, pelo aluno, do princípio ao fim e
devidamente corrigido pelo Professor, do que muitos exercícios por acabar e sem
correcção;
-
os esquemas não podem ser
muito concentrados;
-
o aluno deve treinar cálculo
mental e recorrer a ele;
-
o
Professor deve mandar ler, ao aluno em voz alta, os exercícios por ele efectuados na
aula;
-
cálculos
muito complicados que envolvam muitas objecções e contas demasiado grandes devem ser
evitadas;
-
o
professor deve ter consigo nas aulas a simbologia Matemática Braille, de modo a poder
ajudar o aluno sempre que ele tenha uma dúvida ou um esquecimento;
-
material
de concretização deve estar na posse do Professor de modo a poder servir-se dele quando
a explicação ou compreensão da matéria assim o exigir.
Os Professores de
Línguas Estrangeiras não devem esquecer que:
-
Numa fase de iniciação, o aluno deficiente visual deve estar na posse duma folha, com
o vocabulário escrito que irá ser dado na aula;
-
Os esquemas e as Bandas Desenhadas devem ser exploradas antes da aula e até descritos
em Português;
-
O caderno diário deve ser revisto todas as semanas, para evitar os erros de ortografia
devido à pronúncia estrangeira;
a matéria escrita no quadro deve ser fornecida
ao aluno, antes ou depois da aula;
-
as aulas suplementares são importantes para
preparação das aulas e exploração de material;
Os
Professores de Português e História não devem esquecer que
em situação de
teste as perguntas que impliquem recorrer aos textos para ilustrar as respostas devem ser
evitados, pois isto implica bastante tempo, o que põe os alunos deficientes visuais em
desvantagem. Os mapas, gráficos e esquemas em testes de História, Geografia e outras
disciplinas devem ser evitados, adaptando essas perguntas.
Os
Professores de Ciências da Natureza e Físico Química não devem esquecer que:
-
a
exploração de esquemas, gráficos, manuseamento de material do Laboratório deve ser
feito com o aluno;
-
os esquemas
e mapas muito concentrados não ajudam os alunos;
-
as
observações ao microscópio devem ser fornecidas ao aluno em esquemas ampliados ou
simplesmente descritos por um colega ou pelo próprio professor;
-
na
exibição de um filme ou "slides" recorrer a um colega para explicar o que se
vai desenrolando ou simplesmente o que oferece maior dificuldade de visualização;
-
nas
experiências laboratoriais, recorrer o mais possível à execução directa por parte dos
alunos deficientes visuais;
-
a
observação e exploração directa de modelos a 3D é muito importante para estes alunos,
assim como a sua integração em trabalhos de grupo;
-
nestas
disciplinas muitas perguntas dos testes terão de ser adaptadas. O aluno beneficia da
pergunta que implica resposta directa e não recurso a mapas, esquemas ou consulta de
texto, que envolve o factor mais tempo;
-
em muitos
casos, deve-se tirar uma ou mais perguntas ou dar mais tempo, para o aluno poder fazer o
teste. As perguntas tiradas podem ser feitas na aula.
Os
Professores de Educação Visual, Desenho, Trabalhos Manuais não devem
esquecer que:
-
o
principal para os alunos Deficientes Visuais é o treino do tacto;
-
as cores
fortes e contrastantes são fundamentais para os alunos de Visão reduzida, assim como
colocar uma folha de cartolina de cor debaixo do modelo que o aluno está a trabalhar;
-
os alunos
beneficiam do uso de texturas em vez de cores, principalmente os cegos a quem a cor não
diz nada;
-
o lápis deve ser grosso e
até substituído por caneta de feltro preta, nos cegos o lápis é substituído pela
"carretilha" em cima duma borracha;
-
a
observação directa e a exploração de ambientes deve ser o ponto de partida para
qualquer aluno Deficiente Visual;
Actividades de apoio directo:
Treino
Actividades da Vida Diária - AVD
Locomoção
Treino
Braille
Treino
de teclado e escrita em computador
Treino
Estenografia Braille
Treino
Simbologia Braille (Físico Química, Matemática, Música)
Exploração
de mapas, gráficos, esquemas em relevo
Manuseamento
de material
Exploração
de ambientes conhecidos
Exploração
de ambientes desconhecidos
Acompanhamento
em matérias cuja compreensão seja difícil devido às limitações da deficiência visual
Organização
dos cadernos diários e dos espaços
Acompanhamento
nas visitas de estudo
Providenciar
livros e outro material específico
Acompanhamento
a consultas de oftalmologia juntamente com a família
Estimulação
dos resíduos visuais
Treino
com Auxiliares ópticos de Sub-Visão
Nota: A
exploração da escola (salas de aula, refeitório, casas de banho, recreio, sala de
convívio, bar) deve ser feita com o aluno antes das aulas começarem.
Actividades
de Apoio Indirecto:
contactos
com família e outros serviços
contactos
com os professores acerca da avaliação do aluno, da evolução
de capacidades ou retrocesso.
entrega de
material pedido
adaptação
e transcrição para Braille de testes e fichas
elaboração
de material em relevo
adaptação
de programas, quando necessário, juntamente com os professores
providenciar
a distribuição aos professores de textos de apoio.
ϟ
M.ª Teresa
Cavaco - 5 Janeiro 1993
in Caderno
de Registo do Professor do Apoio à Deficiência Visual
Δ
publicado
por
MJA
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