Cego com o seu cão - Isaak van Ostade, séc. 17
O desenvolvimento da Orientação e Mobilidade de pessoas com
deficiência visual ocorre como em qualquer indivíduo, desde o nascimento. O que vai
caracterizar a diferença é a necessidade das crianças cegas serem estimuladas, o mais cedo
possível, através dos sentidos remanescentes e da manipulação natural que ocorre nos momentos
de troca, banho, alimentação e carinho, devendo portanto, iniciar no colo da mãe e no berço
onde vai adquirindo ricas oportunidades de vivenciar espaços e movimentos. Portanto,
pode-se considerar este momento como o inicio da construção de sua Orientação e Mobilidade.
Nos programas de Intervenção Precoce já deverão ser incluídos
para crianças com deficiência visual alguns procedimentos visando futuramente uma
orientação e mobilidade independente. É importante salientar que nestes primeiros anos
de vida, os pais são os principais mediadores nessa construção e deverão participar ativamente
deste programa.Quando a criança começa a frequentar a escola, novas técnicas
poderão introduzidas gradativamente e serem incorporadas por ela, passando a fazer
parte de seu dia a dia. Nesta fase, o mediador mais direto é o professor especializado, que em
parceria com os pais e professores de classe comum ajudarão a criança a construir as bases
necessárias para sua independência, não apenas na orientação e mobilidade mas também nas atividades
da vida autônoma e social.
Antes de iniciar o programa específico de Orientação e
Mobilidade o professor deverá observar e avaliar de forma sistemática as habilidades e as
dificuldades do aluno para planejar programas que levem à formação de conceitos e a saber o momento
exato de iniciar tal programa e de que forma serão introduzidas as técnicas específicas de
mobilidade.Um dos aspectos importantes a serem considerado, tanto na
observação como na avaliação formal, é a existência ou não de verbalismos
utilizados pela criança com deficiência visual. Um verbalismo é o resultado de conceitos imprecisos ou
vagos resultantes de experiência sensorial insuficiente. Neste caso a criança quando solicitada a
descrever um conceito o faz adequadamente (verbalismo), mas não consegue aplicá-lo na
prática. Por exemplo, se perguntarmos a um aluno até mesmo de escolaridade avançada, o
que são linhas paralelas, ele descreverá corretamente, será capaz até de colocar duas linhas
paralelas sobre a mesa; porém, se pedirmos para que ele ande paralelamente à parede não
conseguirá fazê-lo, pela falta de oportunidade de transferir uma informação teórica para a
prática, não incorporando o conceito.
Conceitos inadequados do espaço físico da escola não
possibilitam ao aluno andar livremente, por não dominar seu tamanho, saber encontrar pontos
de referência, identificar peculiaridades da construção, como escadas, pisos, corredores,
reconhecer formas geométricas dos ambientes o que dificultará a formação de mapa mental da
rota a seguir inteirado com o ambiente.
Para que o aluno com deficiência visual possa se movimentar de
um ponto a outro, é preciso não apenas "ler" ou seguir rotas, mas esta alerta,
orientado em relação ao seu destino, construindo mesmo involuntariamente, um mapa mental em constante
mudança.
TÉCNICAS FORMAIS APLICADAS EM ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE
Segundo o Comité de Competência do Departamento de Educação
dos Estados Unidos, os professores que trabalham com crianças deficientes visuais
necessitam conhecer as habilidades básicas de mobilidade; os conceitos e as técnicas que antecedem
a aprendizagem do uso da bengala-longa. Somente após ter interiorizado os conceitos de
Orientação e Mobilidade é que o aluno estará apto a aprender as técnicas com rapidez e
eficiência.Embora, neste livro, tenha sido concebida uma sequência lógica
sobre o ensino das técnicas de Orientação e Mobilidade, sua organização foi feita
para fins didáticos, o que não implica, em momento algum, que não possam ser alteradas em sua
ordem e até mesmo ensinadas concomitantemente variando de pessoa para pessoa, segundo idade,
condições físicas, e vivências anteriores.
TÉCNICA DO GUIA VIDENTE
É a primeira técnica a ser ensinada e se constitui num dos meios
mais eficientes para familiarizar a criança com os espaços físicos da escola,
principalmente a sala de aula.
O professor ao guiar o aluno de um lado a outro na escola deverá
pedir-lhe que descreva detalhes encontrados no ambiente: cruzamento de corredores,
aberturas de espaços como saguão, portas, texturas dos pisos, inclinações, degraus e outros. Essas
informações poderão servir ao professor como avaliação informal do aluno quanto aos conceitos
e as percepções não visuais ou no caso dos alunos com baixa visão o quanto e como está
enxergando, o que pode identificar e a que distância. A técnica do guia vidente é aceita e empregada universalmente
tanto em ambientes internos ou externos, é utilizada tanto no início do aprendizado
de orientação e mobilidade como em situações posteriores.
E importante destacar que nesta técnica o deficiente visual não
deverá se deixar guiar passivamente, mas sim assumir uma atitude responsável por sua
segurança física, devendo instruir seu guia para que este se constitua numa fonte segura
de informação e proteção.
O aluno deficiente visual deverá esforçar-se para interpretar
corretamente os movimentos corporais e sinais emitidos pelo guia, isto acontecerá após um
período de uso da técnica quando estará apto a captar todas as informações cinestesicamente,
dispensando as informações orais.
Entretanto, durante a caminhada o guia vidente poderá descrever,
relatar e informar pontos de referência que possam interessar, fornecer informações
complementares e úteis sobre os serviços existentes bem como obstáculos encontrados no percurso.
Uma observação importante é que o deficiente visual em ambiente
externo deverá caminhar do lado interno da calçada, protegendo-se de obstáculos
que, quase sempre, são encontrados na parte externa da calçada, como postes, telefone,
caixa de correio, lixeiras e outros.
OBSERVAÇÃO
Todas as técnicas aqui descritas serão apresentadas de forma
esquematizada, com o objetivo de facilitar a compreensão imediata das mesmas, como
também garantir a sua correta utilização e servir de referencial para as adaptações que se
fizerem necessárias.
A finalidade de apresentação destas técnicas é oferecer
subsídios práticos aos professores de classes inclusivas e pais de alunos
deficientes visuais para que possam atuar junto aos mesmos de forma a torná-los mais independentes.
UTILIZAÇÃO DO GUIA VIDENTE
OBJETIVOS GERAIS
-
Funcionar como uma técnica segura e eficiente
de movimentos
-
Proporcionar ao aluno participação ativa e
independente
-
Permitir que o aluno compense as dificuldades
causadas por um mal guia
-
Possibilitar a interpretação dos movimentos do guia através da percepção
cinestésica.
TÉCNICA BÁSICA
O guia vidente entra em contato com o aluno
cego, tocando levemente no seu braço, devendo colocar o seu cotovelo em contato
direto com o braço do aluno
• O aluno localiza o cotovelo do guia, segura
seu braço (logo acima do cotovelo) colocando o polegar do lado externo e os
outros dedos na parte interna do braço de maneira firme e segura.
• O aluno deverá permanecer meio passo atrás do
guia, com o seu ombro na mesma posição que a dele, fornecendo maior proteção e
segurança em termos de reação.
• O aluno cego deverá acompanhar o ritmo da
marcha do guia vidente de forma sincronizada, evitando tornar-se um peso para o
guia.
• O aluno deverá manter seu braço junto ao seu
corpo com o cotovelo flexionado num ângulo de 90°.
Ao pegar no braço do guia, o deficiente visual
deverá estar atento para não cometer erros que poderão comprometer sua
orientação e adequação social como: segurar muito próximo da axial puxar a roupa
do guia apertar demasiadamente ou pegar frouxamente, o braço do guia o que
poderá constituir-se em perigo na travessia de ruas podendo soltar-se
involuntariamente pendurar-se no braço do guia ocasionando um peso em demasia
ALERTAS
• aluno deverá sempre ser deixado em contato com
um objeto concreto, evitando sentir-se perdido no espaço, e o guia deverá
informar onde ele se encontra
• a parte superior do braço deverá ser mantida
junto ao corpo, principalmente ao fazer curvas, de modo que o aluno obtenha
maior proteção do guia
• as crianças ou pessoas de baixa estatura
poderão usar tanto a cintura como o pulso do guia para compensar a diferença de
altura
• esta técnica, embora de grande utilidade e
eficiência trata-se de um meio de locomoção dependente, pois seus usuários
precisam de outra pessoa para se locomoverem.
TROCA DE LADO
OBJETIVO
Proporcionar ao aluno deficiente visual a
mudança de lado de acordo com o seu interesse, preferência, condições de
segurança e adequação social quando estiver sendo guiado em ambientes internos
ou externos.
PROCEDIMENTOS
• Para a troca de lado o aluno
deverá segurar o braço do guia com as duas mãos
• Soltando uma das mãos o aluno deverá
escorregá-la horizontalmente nas costas do guia até localizar o braço oposto
• Após localizar o outro braço o aluno passará automaticamente para o lado
oposto
ALERTA
• O aluno somente deverá soltar o braço do guia
após ter localizado seu braço oposto.
PASSAGEM ESTREITA
OBJETIVO
• Permitir a passagem do aluno de forma segura
em locais estreitos quando não é possível ao guia e acompanhante se posicionarem
lado a lado (portas, corredores, locais congestionados, entre peças de móveis,
objetos e outros)
PROCEDIMENTOS
• O guia posicionará seu braço estendido para
trás, em diagonal e distante de seu corpo (20cm)
• O aluno se colocará atrás de seu guia,
estendendo seus braços e segurando com as duas mãos o braço do guia,
colocando-se bem atrás do mesmo
Após ultrapassar a passagem estreita ou área
congestionada, o guia e o aluno assumem novamente a posição básica
ALERTA
• O aluno deverá sentir-se livre para mover-se
atrás do guia. No caso de guia desconhecido o aluno deverá perceber
cinestesicamente o movimento e posicionarse de forma segura, protegendo-se.
• O aluno deverá manter seu braço estendido para
não pisar no calcanhar de seu guia
RODAR (CURVAS)
OBJETIVO
• Dar condições ao aluno para interpretar curvas
através do uso de linhas quebradas (ângulo reto)
PROCEDIMENTOS
• Toda curva deve ser feita em ângulo reto e o
aluno deverá posicionar-se de tal forma que possa virar-se no mesmo local que o
guia com segurança.
• Guiar o aluno de forma que ele perceba que
houve mudança na direção, através da percepção cinestésica.
ALERTA
• A curva realizada em linha contínua dificulta
a percepção do aluno quanto a mudança de sua direção.
• Tomar o devido cuidado para que o aluno se
proteja e tenha um comportamento ativo, tendo consciência do percurso percorrido
e da mudança na direção.
• Após tempo de prática esta técnica poderá ser
menos rígida, o aluno terá condições de perceber curvas mesmo que o guia não
utilize "linha quebrada"
SUBIR ESCADAS
OBJETIVO
• Dar condições ao guia e ao aluno deficiente
visual de subirem escadas com segurança, eficiência e elegância
PROCEDIMENTOS
• O guia se aproximará perpendicularmente
(formando a letra T) da borda do primeiro degrau da escada e faz uma pequena
pausa
• O guia iniciará a subida permitindo que o
aluno permaneça um degrau atrás dele
• O guia deverá ir do lado do corrimão para
poder segurar-se e proteger o aluno, caso haja algo inesperado
• No fim da escada o guia fará uma pausa para
indicar o topo da mesma, evitando que o aluno dê um passo em falso
• No topo da escada o nível do braço do guia
indicará o fim da mesma (através da estabilização da altura do braço)
• As sucessivas mudanças da altura do braço e do
corpo do guia, darão ao aluno imediata informação espacial, motora e cinestésica
ALERTAS
• O centro de gravidade do aluno deverá cair nos
calcanhares, permitindo uma posição ereta.
• O aluno deverá ser orientado para não deslizar
seu pé para frente em busca do próximo degrau
• As alunas devem evitar o uso de salto alto
quando estiverem utilizando escadas, uma vez que pode interferir no equilíbrio,
na percepção cinestésica e tátil
• A aluna deverá ser orientada sobre os
acidentes que poderão ocorrer com o uso de salto alto, principalmente no início
do programa, (torcer o pé, escorregar ou cair)
• O guia deverá prestar atenção quanto a sua
aproximação da escada e manter a posição perpendicular, uma vez que, caso ocorra
de forma diagonal, o aluno cego perderá sua referência
DESCER ESCADAS
OBJETIVO
Dar condições ao guia e ao aluno deficiente
visual para descerem escadas com segurança, eficiência e elegância
PROCEDIMENTOS
• O guia vidente se aproximará
perpendicularmente da borda da escada e fará uma pausa, posicionando-se para a
descida
• O aluno deverá estar atento quanto a sua
posição ereta, mantendo o centro de gravidade localizado sobre os calcanhares
• Quando o guia desce o primeiro degrau, o aluno
dará meio passo para perceber cinestesicamente o movimento de descida e
localizar a borda do primeiro degrau
• O guia iniciará a descida permitindo que o
aluno permaneça um degrau atrás dele
• No final da escada o levantamento do braço do
guia permitirá ao aluno perceber que acabou a descida.
ALERTAS
• No caso de escadas espirais o aluno deverá ser
colocado na parte mais larga da mesma deixando a mais estreita para o guia
• O aluno será colocado entre o guia e o
corrimão, permitindo ao guia segurá-lo caso dê um passo em falso
• O corrimão poderá ser necessário para o aluno
quando este apresentar além da cegueira outros comprometimentos, (paralisia
cerebral, deficiência física, distrofias musculares e outros)
(ULTRAPASSAGEM DE) PORTAS
OBJETIVOS
• Dar condições ao guia e ao aluno deficiente
visual para ultrapassarem portas com segurança, eficiência e participação ativa
do aluno.
PROCEDIMENTOS
• O guia deverá fazer uma rotação e informar ao
aluno sobre a posição da porta, ou seja se abre a direita, esquerda, para fora
ou para dentro, permitindo sua participação ativa na passagem.
• Tanto os movimentos do guia como os do aluno
serão basicamente os mesmos indicados para a passagem estreita, porém menos
exagerados
• Quando o guia se posiciona próximo à porta o
aluno move sua mão livre e com o dorso da mesma faz contato com ela
• O aluno manterá a porta aberta até
ultrapassá-la, fechando ou deixando-a aberta, conforme o caso
• Uma vez ultrapassada a porta, o guia deverá
retornar seu braço a posição anterior, indicando assim, que o obstáculo foi
ultrapassado
• No caso de portas giratórias, o aluno com
deficiência visual deverá manter seu braço livre estendido à frente, à altura da
cintura, com a palma da mão voltada para fora
• A medida que vai ultrapassando a porta, sua
mão deverá correr ao longo da mesma, segurando-a até ultrapassá-la com segurança
• Para abrir portas o guia deverá parar diante
da mesma com o trinco em frente ao centro do corpo do aluno e informar a direção
em que ela abre
• Com sua mão livre o aluno deverá entrar em
contato com a porta e abri-la e ambos deverão ultrapassá-la na posição usual
ALERTAS
• Na ultrapassagem de qualquer tipo de porta é
importante que o guia vá fornecendo informações orais precisas para que o aluno
se posicione corretamente e possa ultrapassá-la com segurança
• Em portas que abrem para dentro e para fora,
do tipo vai e vem, cabe ao guia segurá-la para que a mesma não venha atingir o
aluno
LOCALIZAR CADEIRA E SENTAR-SE
OBJETIVO
Dar condições ao aluno com deficiência visual
para localizar a cadeira, explorar o assento, sentando-se com adequação,
independência e segurança
PROCEDIMENTOS
• O guia conduzirá o aluno a meio passo da
cadeira explicando a posição e a proximidade da mesma, informando se há presença
de mesa ou não
• O aluno estenderá o braço localizando com o
dorso da mão o seu encosto, passando a explorar o assento verificando a
proximidade da mesa, quando houver
• Caso haja mesa, o aluno deverá explorá-la para
saber se está sentado em frente, ao lado etc.
Técnicas quanto à posição das cadeiras
a) aproximação pela frente da cadeira
• após a informação do guia sobre a cadeira, o
aluno deslizará sua perna para frente até fazer contato com a mesma na sua parte
anterior.
• o aluno localizará o encosto da cadeira
segurando-o e com a outra mão fará a limpeza do assento (com o dorso da mão
verifica se não há nada no assento)
• mantendo contato com a cadeira o aluno fará
uma volta de 1802 utilizando seu corpo como eixo, mantendo a parte posterior dos
membros inferiores na altura do assento e sentando-se independentemente
b) aproximação pelo encosto da cadeira
• a aproximação da cadeira ocorre como descrito
anteriormente
• o aluno estende seu braço para frente em
diagonal, para entrar em contato com o encosto da cadeira
• segurando o encosto da cadeira dá a volta até
atingir a frente da mesma a partir dessa etapa, o aluno estará posicionado à
frente da cadeira e deverá proceder da mesma forma que na técnica descrita
anteriormente
c) sentar-se em cadeiras perfiladas (auditórios)
• o guia deverá parar na fileira desejada e
fornecer orientação verbal ao aluno
• o aluno se posicionará ao lado do guia que irá
conduzi-lo entre as cadeiras, andando de lado
• o aluno deverá utilizar a mão livre para
rastrear a parte de trás das cadeiras da frente
• quando atingir o assento desejado, o guia dará
orientação verbal. O aluno utilizará a técnica descrita para sentar-se
ALERTAS
• O propósito de fazer a limpeza no assento tem
duas finalidades: verificar se existe algum objeto sobre o mesmo e adquirir
informações a respeito do seu tipo e tamanho
• O aluno poderá obter informações sobre a
cadeira de forma segura, elegante e mais precisa, quando utiliza corretamente as
técnicas acima mencionadas e não ficar esperando passivamente as descrições do
guia
• O aluno deverá puxar lentamente a cadeira,
quando próxima da mesa, para não bater sua mão
• Se o aluno entrar em uma sala sozinho, deverá
ser orientado para perguntar onde poderá sentar-se.
• Estas técnica necessita de contínuo reforço.
SENTAR-SE À MESA
OBJETIVO
• Permitir ao aluno que se oriente e se
posicione à mesa de forma correta, adequada e elegante
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá aproximar-se da cadeira fazendo
uso das técnicas anteriormente descritas
• Após localização e identificação da cadeira,
segue lateralmente as linhas da mesma com uma das mãos e com a outra entra em
contato com a borda da mesa
• O aluno deverá manter contato com a mesa
enquanto puxa a cadeira
• Verificará o assento e o encosto da cadeira
• Após sentar-se deverá alinhar-se em relação à
mesa, usando a parte dorsal das mãos para perceber a linha da mesa à sua frente
e puxar a cadeira para aproximarse perpendicularmente de forma confortável.
ALERTAS
• O aluno deverá se posicionar de forma que sua
cadeira esteja em linha perpendicular à mesa
• Para a exploração da mesa, a face dorsal da
mão é utilizada para que o aluno não derrube nada que possa estar sobre a mesma,
como copos, alimentos, e outros
• A exploração da mesa com o dorso da mão irá
amenizar o impacto da mesma, caso venha a tocar em qualquer objeto
TÉCNICAS DE AUTO-AJUDA
Estas técnicas possibilitarão ao aluno com
deficiência visual movimentar-se com independência, eficiência e segurança, em
ambientes internos e familiares, em situações onde haja necessidade de utilizar
seu corpo e seus movimentos para se orientar e se locomover.
Para o uso dessas técnicas os alunos
necessitarão de conhecimento de seu corpo, de seus movimentos, da posição das
partes do mesmo, e dominar conceitos relacionados a espaço, tempo, lateralidade
e outros, envolvendo a interpretação cinestésica e a utilização integrada de
todos os sentidos.
Segundo FANJUL (1983) as técnicas de auto-ajuda
deverão ser incluídas o mais precocemente possível, pois se constituirão nas
bases da segurança e confiança na locomoção, tornando-se hábitos indispensáveis
que evitarão que o aluno deficiente visual caminhe agitando os braços de forma
incontrolada. Sem o uso de pontos de referência confiáveis, por não ter
adquirido orientação e domínio do ambiente e conhecimento dos objetos que o
rodeiam, estará exposto constantemente a acidentes, gerando uma relação de
dependência com seus familiars ou pessoas de seu relacionamento, o que irá
bloquear sua independência e levará a uma baixa na sua auto-estima.
TÉCNICA DE PROTEÇÃO SUPERIOR
OBJETIVO
• Proporcionar ao aluno proteção da parte
superior de seu corpo em um ambiente familiar, detectando objetos que estejam
colocados na altura de seu tórax e rosto
PROCEDIMENTOS
• Flexionar o cotovelo formando um ângulo
obtuso, elevando-o até a altura do ombro com a palma da mão voltada para a
frente e os dedos estendidos, levemente flexionadoss
• O antebraço e a mão deverão ficar a uma
distância aproximada de 20 cm do rosto e tórax
ALERTAS
• O braço e os dedos da mão deverão permanecer
levemente flexionados para evitar traumas ao entrar em choque com obstáculos •
Muitos alunos poderão encontrar dificuldades na utilização desta técnica em
conjunto com o uso da bengala
• Esta técnica poderá ser usada simultaneamente
com o rastreamento com a mão (a ser descrita posteriormente)
TÉCNICA DE PROTEÇÃO INFERIOR
OBETIVOS
• Proporcionar ao aluno com deficiência visual
proteção da parte frontal e inferior do tronco, detectando obstáculos na altura
da cintura e órgãos genitais.
PROCEDIMENTOS
• O aluno colocará o braço estendido, em posição
diagonal na frente do corpo, com a mão na linha média (meio do corpo), e a palma
da mão voltada para o seu corpo
• A mão deverá permanecer a uma distância de 20
cm do corpo aproximadamente, o que é suficiente para detectar obstáculos antes
de atingi-los
ALERTAS
• Um aluno alto poderá ter necessidade de
aproximar mais sua mão do corpo, deixando-a mais baixa, desta forma não irá
colidir com possíveis obstáculos, podendo ainda reduzir a velocidade de sua
marcha para se proteger
SEGUIR LINHAS GUIAS
OBJETIVOS
• Favorecer ao aluno a obtenção de uma linha
paralela de direção para localizar objetos de seu interesse e/ou pontos de
referências
• Permitir que o aluno mantenha sua orientação
de forma segura e eficiente através de contato constante com uma superfícies
(parede), facilitando assim, sua localização no espaço
• Permitir a manutenção da marcha na direção
desejada
PROCEDIMENTOS
• O aluno localizará a parede e se posicionará
paralelamente à ela, mantendo uma distância aproximada de 20cm
• O aluno rastreará a parede com o dorso da mão,
utilizando de maneira suave o dedo mínimo e anular em contato com a linha guia,
enquanto que os outros dedos deverão permanecer flexionados.
• O braço e antebraço deverão formar um ângulo
obtuso permitindo que o cotovelo fique levemente flexionado
• O braço deverá permanecer em diagonal na parte
lateral do corpo enquanto a mão que rastrea a parede, deverá posicionar-se
abaixo da cintura, o que permitirá um tempo hábil de reação entre possíveis
obstáculos.
ALERTA
• A mão que está rastreando a parede (móvel,
balcão e outros) deverá permanecer à frente do corpo do aluno (40 cm aproximado)
para antecipar a percepção do obstáculo e realizar os desejos necessários.
• O aluno deverá permanecer 20 cm de distância
da parede para não colidir com objetos que possam estar presentes, ex: extintor,
caixa de eletricidade e outros.
• A técnica deverá ser modificada quando a
parede for muito áspera (rastrear levemente com as unhas)
• O rastreamento de linhas guias pode ser usada
em conjunto com a proteção superior desde que a mesma não passe a ser apenas uma
técnica de proteção.
• Esta técnica poderá ser usada tanto por
principiantes em programa de orientação e mobilidade, como também por aqueles
que têm locomoção independente.
• Deverá ser empregado constantemente por alunos
que têm comprometimento adicionais à cegueira, ex: comprometimento auditivo,
neurológico, físico e mental.
• Esta técnica deverá levar o aluno a localizar
aberturas como portas, corredores e outros.
• Quando as pontas dos dedos ficam
estendidas/esticadas o aluno correrá o risco de que lhes entrem farpas sob as
unhas
• Quando o professor encontrar muita dificuldade
para fazer com que o aluno mantenha os dedos da mão levemente flexionados, basta
colocar um pequeno objetos entre os dedos médio, indicador e polegar, até que o
aluno adquira o hábito de rastrear corretamente.
ENQUADRAMENTO OU ALINHAMENTO
OBJETIVOS
• Possibilitar ao aluno condições para
determinar sua posição em relação a outros objetos e decidir a partir daí, a
tomada de direção desejada
• Permitir que o aluno, a partir do objeto e o
posicionamento de seu corpo, estabeleça a tomada de sua linha de direção
(perpendicular, diagonal ou paralela)
PROCEDIMENTOS
• O aluno alinhará uma parte de seu corpo em
relação a um objeto estável como mesa, porta, parede e outras.
• Empregará uma imagem espacial e projetará uma
linha reta de caminhada que poderá ser perpendicular, diagonal ou paralela, a
partir da linha média do seu corpo.
• Se a linha que irá seguir a região glútea no
alinhamento; caso a linha a seguir seja paralela deverá utilizar a mesma posição
do rastreamento e em diagonal deverá formar com o seu corpo e o objeto um ângulo
obtuso.
• O aluno deve utilizar princípios de
cinesiologia e os princípios anteriores de orientação e mobilidade para
localizar-se.
ALERTAS
• A técnica de enquadramento é utilizada em
situação estática e é um passo anterior a tomada de direção.
• A medida que o aluno vai dominado a técnica
ela poderá deixar de ser tão rigorosa.
• Alguns objetos ou parte do corpo que se
complementam bem são a parte posterior do corpo e a parede, a parte dorsal da
mão e as portas abertas.
• O principal ponto de referência para o
reconhecimento de ambientes internos é a porta.
• É importante estabelecer uma posição correta
no ambiente para determinar o ponto de partida e definir qual a sua posição para
chegar ao ponto pretendido.
• No caso de portas abertas o aluno deverá tocar
lateralmente os batentes com as mãos para alinhar seu corpo dentro desse espaço.
• O enquadramento ainda poderá se feito com os
calcanhares ou parte lateral das pernas (paralelo)
TOMADA DE DIREÇÃO
OBJETIVOS
Permitir ao aluno determinar a linha de direção
através do uso de linhas retas de objetos ou de informações auditivas, de forma
segura e eficiente
ENQUADRAMENTO E TOMADA DE DIREÇÃO EM:
-
Linha Perpendicular
-
Linha Horizontal
-
Diagonal
PROCEDIMENTOS
O aluno empregando à imagem espacial alinha seu
corpo, em movimento, para estabelecer, corrigir linhas de direção e atingir o
seu objetivo.
Poderão ser utilizado objetos fixos (pontos de
referência) ou usar informações auditivas (pistas). O aluno nesta técnica deverá
utilizar os ensinamentos anteriores do programa de orientação e mobilidade.
ALERTA
Esta técnica é diferente da "técnica de
enquadramento" porque ela é aplicada em situações dinâmicas e os planos do corpo
não estão alinhados com os planos do objeto.
Esta técnica deverá se tornar menos rígida a
partir de seu domínio
O aluno utilizará esta técnica mesmo após sua
locomoção independente; quando já estiver utilizando a bengala tomará a direção
de acordo com o som do tráfego, mudança de vento e outros.
LOCALIZAÇÃO DE OBJETOS (CAÍDOS)
OBJETIVOS
• Facilitar de forma segura, eficiente e
adequada a localização e busca sistemática de objetos caídos ou colocados em
algum lugar
• Possibilitar a recuperação, de forma rápida e
dinâmica, de objetos que caíam
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá ser orientado para ficar atento
à pista auditiva fornecida pelo ruído do objeto ao tocar o solo.
• O ruído produzido pelo objeto fornecerá ao
aluno duas pistas simultaneamente: distância e a direção em relação ao aluno
• Quando detectado através do som o lugar exato
em que se encontra o objeto, o aluno procurará ficar de frente e caminhar até
ele, tendo o cuidado de não se distrair e perder a referência de sua posição.
• No ponto onde se encontra o objeto caído o
aluno deverá abaixar-se com o tronco ereto, flexionando as pernas até ficar de
cócoras ou apoiando um dos joelhos no chão.
• O aluno deficiente visual iniciará sua busca
com uma das mãos, executando movimento de "limpeza" de forma sistemática, com o
dorso da mão, os movimentos poderão ser em forma de espiral em círculos
concêntricos do maior para o menor, em linhas paralelas, em diagonais ou em
forma de grade.
ALERTAS
• Objetos que rolam ao cair o aluno deverá
esperar que os mesmos parem para iniciar a sua busca.
• O aluno deverá levantar-se vagarosamente, com
cautela, para não bater a cabeça, principalmente quando se deslocar abaixado.
• O aluno deverá ter conhecimento que alguns
objetos poderão rolar e executar uma trajetória no solo, o que poderá ser
acompanhado auditivamente; é quando a textura do solo possibilitar o abafamento
do som (sombra sonora) a pista será perdida e o aluno terá dificuldades para
encontrá-lo e sua busca será incerta, necessitando, por vezes, de ajuda.
• O aluno deverá ser orientado para flexionar
seus joelhos corretamente, descer e subir no mesmo eixo vertical para maior
segurança.
Poderá utilizar esta técnica com a proteção
superior, para garantir uma descida e uma busca livre de obstáculos, a qual
poderá deixar de ser usada no momento em que se certifique de que espaço a sua
frente está livre.
• O aluno deverá estar consciente que é muito
difícil localizar objetos esféricos, que realizam trajetórias irregulares e
difícil de serem seguidos auditivamente, a não ser que caiam em superfícies que
dificultem o objeto de rolar (carpetes, emborrachados e outros).
FAMILIARIZAÇÃO DE AMBIENTES
OBJETIVOS
• Oferecer ao aluno condições de obter
informações acerca de um ambiente desconhecido, de forma segura e eficiente
• Favorecer a familiarização sistemática do
ambiente estabelecendo relacionamento da porta com os objetos
PROCEDIMENTOS
• O aluno fará o enquadramento com a porta
principal, que é o ponto de referência dominante, para a familiarização de
ambientes
• O aluno determinará aproximadamente o tamanho
do ambiente interno, utilizando a ecolocalização
PROCEDIMENTOS DO PERÍMETRO
• O aluno estabelece um ponto de partida
(preferencialmente a porta como ponto de referência) e utilizando-se da linha
guia, percorre o perímetro do ambiente interno
• Em conjunto com o rastreamento poderá ser usada a proteção superior
PROCEDIMENTOS DE FAMILIARIZAÇÃO PARCIAL
• Após enquadramento na porta, o aluno seguirá
linhas, guias em uma das paredes e voltará à porta
• O aluno irá progressivamente ampliando a
exploração do ambiente sempre retornando ao ponto inicial de referência (porta)
• O aluno determinará o relacionamento dos
objetos existentes no ambiente em relação à porta, através dos seguintes
procedimentos:
Ir da porta a um objeto (por ex. mesa da
professora) retornando à porta
Ir da porta à mesa da professora e à sua
carteira retornando pelo mesmo caminho
Ir da porta à mesa da professora e à sua
carteira, retornando diretamente à porta, utilizando trajeto alternativo
incluir gradativamente todos os objetos que compõem a sala de aula
No final o aluno deverá ser capaz de relacionar
todos os objetos do ambiente interno em relação à porta
O aluno deverá utilizar os ensinamentos
anteriores de mobilidade para a sua movimentação na sala de aula como
enquadramento, proteção superior, proteção inferior e outros.
ALERTAS
• A porta deverá sempre ser o ponto de
referência para a orientação do aluno em ambientes internos
• As técnicas usadas poderão variar de acordo
com o ambiente e as habilidades individuais do aluno
• Deve-se permitir que o aluno tenha a
iniciativa e criatividade para a exploração do ambiente, estabelecendo projetos
alternativos
• Quando o aluno encontrar muita dificuldade, a
familiarização poderá ser feita com a ajuda de um guia vidente
• Esta técnica deverá ser utilizada mesmo após
aquisição de independência na orientação e mobilidade.
TÉCNICAS COM 0 USO DA BENGALA LONGA OU TÉCNICAS
DE HOOVER
Estas técnicas têm como objetivo habilitar a
pessoa com deficiência visual para locomoverse com segurança, eficiência e
independência em ambientes internos e externos, utilizando a bengala longa.
O primeiro-tenente e médico oftalmologista do
Valley Forge Hospital, Dr. Richard Hoover, observando os ex-combatentes cegos
dos programas de reabilitação concluiu que "as pessoas cegas em meu país se
mouem miseravelmente", a partir de suas observações constituiu uma equipe e se
propôs a estudar o problema e procurar alternativas que pudessem mudar este
quadro.
Em 1950, após estudos relacionados a
problemática da cegueira e a mecânica da marcha, criou uma bengala mais longa e
mais leve que as tradicionais de apoio, para ser utilizada como uma extensão do
dedo indicador, para sondar através da percepão tátil-cinestésica o espaço à
frente, detectando a natureza e condições do piso, existência de obstáculos,
depressões, aclives, declives, localizar pontos de referência e proteger a parte
inferior do corpo de colisões.
A bengala criada por Hoover, media
aproximadamente, l,42m de comprimento, por l,2cm de diâmetro e pesando 186g, com
a extremidade inferior arredondada para facilitar o deslizamento no contato com
o solo. Criou e desenvolveu um sistema de exploração tátil e cinestésica por
extensão, estruturando um programa de Orientação e Mobilidade em três etapas;
utilização do guia vidente, técnicas de auto-ajuda e técnicas para utilização da
bengala longa.
Hoje, o comprimento da bengala para a pessoa com
deficiência visual é determinado pela estatura, tipo físico, extensão do passo;
costuma-se tomar com referência de medida uma linha vertical que vai da
extremidade do osso externo (boca do estômago) até o solo. Essa técnica foi
organizada através de umm sequência progressiva de dificuldades, iniciando-se em
ambientes internos e conhecidos, passando para uma fase residencial, de
movimento e trânsito tranquilo, evoluindo para áreas comerciais e mais
movimentadas.
Em se tratando de estudantes, deverá ser
iniciada pelos corredores, sala de aula, banheiros, refeitório e parte
administrativa passando para o pátio e posteriormente para os arredores onde a
escola está inserida.
A bengala longa poderá ser utilizada desde a
infância até a idade em que a pessoa tenha condições de se locomover sozinha. O
uso da mesma é recomendável também para crianças pequenas dependendo de algumas
condições relacionadas à idade, interesse, necessidade, maturidade,
responsabilidade e domínio de competências e habilidades que favoreçam o
processo evolutivo dos programas de Orientação e Mobilidade.
TÉCNICA DIAGONAL DA BENGALA (seguir linhas
guias)
OBJETIVO
• Proporcionar ao aluno condições para andar
independentemente e com segurança em ambientes familiares
• Garantir que a pessoa mantenha em sua
caminhada a linha de direção desejada
• Facilitar a locomoção em áreas congestionadas
• Permitir a utilização da técnica em companhia
do guia vidente
PROCEDIMENTOS
• Para esta técnica o aluno deverá segurar a
bengala com a mão entre o cabo e o corpo da mesma
• Deverá flexionar seu braço até que sua mão
fique aproximadamente na altura da cintura, fazendo uma rotação do antebraço,
permitindo que a palma da mão fique voltada para a frente
• O cotovelo e o pulso deverão estar estendidos
• O polegar deverá ficar paralelamente ao redor
do cabo direcionado para a ponta
• O dedo indicador deverá ficar paralelo e
superior ao cabo direcionado para a ponta, seguindo o sentido da bengala
• Os outros dedos ficarão flexionados segurando
o cabo
• A bengala deverá cruzar diagonalmente à frente
do corpo desde a mão que a segura até a ponta (ponteira), que deverá estar a
2,5cm além do plano lateral do ombro oposto
• A bengala deverá ficar disposta de forma que o
seu cabo também ultrapasse a 2,5cm do ombro, do lado da mão que a segura
• A ponteira da bengala deverá estar anterior ao
cabo através de um leve desvio, mantendo-a em contato com o solo
• A bengala deverá ser mantida na mão oposta a
parede, sobre o solo e em contato com a parede
• A bengala poderá ser segurada por qualquer uma
das mãos, porém deverá ser mantida naquela oposta à parede a ser rastreada
ALERTAS
• Esta técnica poderá ser modificada com o uso
do guia vidente (a bengala deverá ficar um pouco mais vertical, levemente
erguida, não tocando o solo evitando desta maneira que o guia tropece na mesma)
• Esta técnica também poderá ser modificada para
subir e descer escadas (para subir a ponteira deverá ficar um pouco mais elevada
para tocar as bordas dos degraus à frente e para descer deverá permanecer a uns
2cm acima do degrau sem tocar no mesmo)
• Conforme a textura do piso e característica do
ambiente, a ponta poderá deslizar no solo ou mantê-la levemente suspensa (2cm),
tocar o chão a cada três ou quarto passos.
• A parte baixa do corpo ficará desprotegida com
esta técnica
• Esta técnica não detecta depressão do solo
OBSERVAÇÕES
Os erros comuns na utilização desta técnica são:
• Mover a mão muito longe da linha média do
corpo, colocando-a muito além do ombro oposto
• Levantar muito a ponta da bengala no caso do
rastreamento (pois sempre que possível, ela deverá estar deslizando no solo)
• Deixar a mão abaixo da cintura
• Manter a ponta da bengala no mesmo plano ou
posterior ao cabo
COLOCAÇÃO DA BENGALA LONGA
OBJETIVOS
• Orientar a pessoa com deficiência visual para
colocar a bengala em locais que possa pegar com facilidade e que não venha a
atrapalhar a circulação de outras pessoas
PROCEDIMENTOS
• A bengala poderá ser colocada em locais
acessíveis tais como:
• Diagonalmente embaixo da cadeira
• Num canto junto a móveis ou paredes,
verticalmente
• Quando a pessoa estiver em pé, poderá mantê-la
verticalmente junto ao seu corpo
• Quando sentada poderá colocá-la em diagonal,
entre suas pernas e apoiada em um dos ombros
• No chão em posição paralela, contra a parede.
ALERTAS
• No caso da bengala ser dobrável ela poderá ser
colocada no bolso de trás, na bolsa ou presa ao cinto
• Poderá ainda permanecer no colo ou colocada
sobre a mesa
• A pessoa com deficiência precisa utilizar as
referências espaciais para saber se o local onde foi colocada a bengala não se
constitua em obstáculo para outras pessoas que circulam no ambiente.
TÉCNICA PARA DETECÇÃO E EXPLORAÇÃO DE OBJETOS
OBJETIVOS
• Dar condições para que a pessoa com
deficiência visual obtenha informações do ambiente, exploração e identificação
de objetos encontrados, de forma segura, eficiente e de forma correta
PROCEDIMENTOS
• O aluno ao entrar em contato com algum objeto
através da bengala, deverá aproximar-se do mesmo e colocar a bengala na posição
vertical em contato com o objeto
• Esta posição dará condições ao aluno de
explorar o objeto, dando informações sobre a altura e tamanho do mesmo
• Se a bengala permanecer totalmente em contato
com o objeto, indicará que o mesmo é alto e pode ser explorado na posição de pé
• Se a bengala tocar um objeto a uma altura mais
baixa, o aluno deverá colocar-se ao lado do mesmo deslizando a sua mão ao longo
do comprimento da bengala até encontrá-lo, flexionando o joelho, usando a
proteção superior, se necessário
• Quando os objetos são extremamente baixos, a
exploração poderá ser feita com a ponta da bengala ao invés de curvar-se até ele
ALERTA
• Esta técnica só deverá ser usada pelo aluno se
necessária, porque quando o ambiente não for conhecido poderá colocar em risco
sua orientação e segurança (caixa de eletricidade não lacrada, fios
desencapados, objetos sobrepostos e outros)
TÉCNICA PARA LOCALIZAÇÃO DE PORTAS FECHADAS E
TRINCOS
OBJETIVO
• Capacitar o aluno para localizar portas
fechadas e trincos, através do uso da bengala de forma eficiente, segura e
adequada.
• Dar condições ao aluno para proteger seus
dedos evitando que fiquem presos na porta ou dobradiça
PROCEDIMENTOS
• O aluno ao entrar em contato com a porta
através da ponta da bengala, deverá manter o contato e colocar a bengala na
posição vertical
• Ele mantém a bengala verticalmente
movimentando-a lateralmente para a esquerda e para a direita, até localizar os
batentes e o trinco da porta
• O aluno deverá movimentar a sua mão livre para
baixo ao longo da bengala até encontrar o trinco, abre a porta e a ultrapassa
utilizando a técnica diagonal
• Ultrapassando a porta, o aluno deverá fechá-la
e prosseguir sua caminhada usando a técnica de toque.
ALERTAS
Quando o aluno localiza a dobradiça da porta
automaticamente saberá que o trinco está posicionado do lado oposto e a porta
também se abrirá em direção a ele
Se o trinco não for localizado o aluno deverá
investigar que tipo de porta está à sua frente (de correr, vai-e-vem, abertura
central).
TÉCNICA DO TOQUE
OBJETIVO
• Capacitar o aluno para locomover-se
independentemente em todos os tipos de ambientes, tanto internos como externos,
familiares ou desconhecidos, de forma segura, eficiente e adequada
• Proporcionar, através desta técnica, o máximo
de proteção e informação do ambiente, no que se refere a diferentes objetos que
possam ser encontrados do solo até a linha da cintura
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá flexionar levemente o braço,
até que sua mão fique na altura a cintura, colocando-o na parte mediana do
corpo, estendendo posteriormente o cotovelo para obter a máxima proteção
• A ponta da bengala deverá ser colocada mais
para frente em relação ao cabo, que deverá permanecer mais próximo do corpo do
aluno, enquanto a ponta, para frente, mais distante de seus pés (correndo
diagonalmente da mão para o solo)
• A mão do aluno deverá ser mantida num
prolongamento natural do antebraço, de forma cômoda e anatómica, sem provocar
tensão no pulso. O dorso da mão deverá ficar para fora, deixando bem visíveis o
polegar e o indicador
• O cabo da bengala deverá ser segurado com
firmeza, de forma que fique bem acomodado na palma da mão, com o polegar e o
dedo médio formando um anel em torno do cabo, os dedos anular e mínimo ajudarão
no apoio da bengala
• O dedo indicador por ser o mais enervado e
mais sensível, se constitui no melhor transmissor das sensações e vibrações
recebidas pela bengala de forma tátil e cinestésica, transformando-a (a bengala)
em um verdadeiro prolongamento do dedo indicador
• O dedo indicador deverá ficar paralelo ao
longo da bengala, entre o cabo e o seu corpo, apontando em direção à ponta da
bengala
• O pulso deverá ser flexionado levemente para
baixo, de forma a facilitar a movimentação da bengala, em arco, da direita para
a esquerda
• A bengala deverá tocar os dois pontos do solo
(direita e esquerda), ultrapassando
2,5 cm aproximadamente de cada lado do ombro do
aluno, para sua maior segurança e proteção
• O aluno deverá fazer a "limpeza" do solo
desenhando um " z", iniciado distante de seu pé e finalizando junto a ele,
verificando se existem depressões ou obstáculos para que possa iniciar sua
caminhada seguramente
• O aluno deverá iniciar a caminhada, realizando
à sua frente com a ponta da bengala o desenho de um arco simetricamente com a
parte mediana de seu corpo
• Quando o aluno dá um passo, a ponta de sua
bengala deverá tocar o solo do lado oposto ao pé que foi à frente, e assim
sucessivamente
• A bengala deverá tocar levemente o solo (sem
batê-la), num ritmo sincronizado com o seu passo. O toque da bengala no solo foi
o que deu origem ao nome da técnica.
ALERTAS
No uso desta técnica poderão ocorrer alguns
erros que são relativamente comuns, principalmente no início do programa, mas
passíveis de correção, tais como:
a) Fora do passo
• Quando o aluno errar o passo ele poderá parar
e começar novamente e de forma correta
• O aluno poderá fingir que está chutando a
bengala para o lado oposto a cada passo e desta forma habituar-se a sincronia do
mesmo
• O aluno poderá ainda, usar um duplo toque em
um dos lados para corrigir a técnica.
b) A mão poderá sair fora do centro ou das altura correta
• O aluno poderá usar um ponto de referência
pessoal para manter sua mão na parte mediana do corpo, como uma fivela de seu
cinto, um botão etc.
c) Bengala pulando ou arco muito grande ou pequeno
• O aluno poderá tornar o toque muito leve na
extremidade da ponta da bengala, para a correção ele poderá levantar o seu pulso
abaixando dessa forma a ponta
da bengala, permitindo um toque mais firme
• O aluno poderá desenhar arcos maiores que os
desejáveis perdendo desta forma o controle do espaço por onde deve caminhar,
velocidade reduzida na marcha e aumento da possibilidade de tropeçar e chocar-se
com obstáculos. Para corrigir este defeito poderão ser colocados dois objetos no
solo, um de cada lado, servindo como referência para o tamanho exato do arco
(tijolo, madeira), até que o aluno se conscientize e mecanize o tamanho correto
do mesmo.
• Quando o aluno realiza um arco menor que o
ideal, fará uma cobertura de proteção inadequada expondo-se a situações de
perigo, não detectando possíveis obstáculos em sua linha de direção lateral.
d) Mover o braço todo em detrimento do movimento do pulso
• Quando o aluno movimenta o braço ao invés do
pulso, deverá ser orientado no sentido de movimentar a bengala através da
posição correta do dedo indicador.
Outra correção que poderá ser feita é colocar
uma pulseira feita com papel cartão (4 cm de largura aproximadamente) e pedir ao
aluno que observe o
movimentar do pulso que deverá tocar sua mão na
pulseira em ambos os lados.
• Outra alternativa que poderá ser utilizada
para esta correção é através da percepção proprioceptiva do aluno quando é
orientado a segurar levemente seu pulso com a outra mão, com o dedo indicador
estendido sobre a sua mão o que lhe dará oportunidade de perceber e interpretar
o movimento correto.
e) Assimetria do arco
• Quando o aluno executa o arco de forma
assimétrica poderá ficar parado e exercitar o movimento da bengala de forma
simétrica, tendo como referência dois objetos, colocados à sua frente, um de
cada lado
• O professor deverá ficar atento à posição da
mão e fazer as correções cabíveis
• O professor poderá andar de costas, de frente
para aluno, percebendo desta forma a simetria do arco, a posição da mão,
reforçando verbalmente o que está correto, orientando as correções necessárias
OBSERVAÇÕES
• O professor deverá inicialmente introduzir
esta técnica em ambientes conhecidos e de forma gradativa e sistemática
• O aluno deverá receber orientação quanto a
cada detalhe da técnica; exemplo: posição da mão, braço, arco e outros
• As correções deverão ser feitas obedecendo a
uma sequência progressiva e de um só detalhe por vez, ou seja nunca corrigir no
mesmo dia a simetria do arco, sincrônia pé e bengala, forma de segurar a bengala
e outros.
• O aluno não deverá avançar no programa
enquanto não tiver pleno domínio de fases anteriores.
LOCALIZAÇÃO DE ABERTURAS COM A TÉCNICA DO TOQUE
OBJETIVOS
• Permitir ao aluno que localize aberturas
fazendo uso da técnica do toque, de forma segura e independente
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá caminhar próximo à parede
(paralelo), segurando mais abaixo no corpo da bengala diminuindo o tamanho da
mesma, para facilitar a localização da abertura
• A bengala deverá tocar alternadamente na
parede e no solo, sendo esta uma alternativa da técnica do toque
• O aluno deverá evitar que a bengala repique
seu toque na parede, para se proteger
ALERTAS
• O aluno deverá ser cauteloso para não permitir
que a sua mão saia da linha media do corpo, deverá movimentar apenas o pulso
evitando mexer o braço todo, o que poderá dificultar a sua orientação
• O aluno poderá ter a tendência de se afastar
da parede, não caminhando paralelamente a ela, o que resultará em perda de
informações essenciais e empobrecimento da técnica.
TÉCNICA DE DESCER A ESCADA COM BENGALA
OBJETIVOS
• Oferecer condições ao aluno para descer
escadas usando a bengala com segurança, eficiência e independência
PROCEDIMENTOS
a) Técnica Principal
• O aluno deverá se aproximar da escada em ritmo
normal de marcha usando a técnica do toque
• Quando a ponta da bengala tocar no primeiro
degrau o aluno deverá fazer uma exploração com a mesma "varredura" no sentido
horizontal, para ter certeza de que ele se encontra na posição perpendicular à
escada.
• O aluno deverá colocar a sua
bengala,verticalmente no primeiro degrau, encaminhando-se para o início da
escada e verificando com a bengala a altura do degrau e a largura da escada .
• O aluno deverá colocar a bengala em diagonal,
cruzando o corpo, mantendo sua mão ao lado e com o cotovelo ligeiramente
flexionado
• A ponta da bengala deverá permanecer,
aproximadamente 2,5 cm acima da borda do segundo degrau, de acordo com a altura
do indivíduo
O aluno deverá descer a escada com o peso de seu
corpo centralizado sobre os calcanhares até que a ponta da bengala deslize sobre
o solo, indicando o término da mesma, fazendo uma rápida "limpeza " para
prosseguir sua caminhada com segurança.
A técnica acima descrita permite que o aluno
desça escadas com facilidade e segurança, no entanto ele poderá fazer uso de
duas alternativas:
b) A técnica alternada número um e número dois, permitem ao aluno entrar em
contato com escadas irregulares
• O aluno deverá se aproximar e explorar a
escada como na técnica anterior
• O aluno deverá descer as escadas mantendo a
ponta da bengala em constante contato com a borda de cada degrau
• Quando o aluno atingir o final da escada, a
bengala deslizará no solo.
c) A técnica alternada número dois
• Esta alternativa oferece ao aluno uma forma
segura para descer, principalmente em se tratando de pessoas mais idosas ou que
apresentam alterações motoras ou neurológicas adicionais à deficiência visual
• O aluno deverá localizar a borda de cada
degrau e trazer a bengala para trás, podendo descer um degrau de cada vez e
apoiar-se no corrimão, caso tenha necessidade
• Esta técnica é indicada para alunos
extremamente medrosos uma vez que mantém constante contato com o degrau,
dando-lhe maior segurança.
ALERTAS
Poderá ser necessário ajustar o tamanho da
bengala sobre a borda do degrau, dependendo do comprimento do braço do aluno
(segurando na bengala mais abaixo)
Embora o uso do corrimão não seja encorajado,
alguns casos especiais (deficiencies adicionais) poderão necessitar dos mesmos
O corrimão deverá ser usado nas escadas em
espiral.
O professor deverá permanecer em frente e abaixo
do aluno durante a instrução inicial, evitando assim a possibilidade de quedas;
o professor nunca deverá colocar os dois pés em um mesmo degrau para manter uma
posição de segurança, tanto dele como do aluno
Tantos as mulheres como os homens não deverão
usar saltos altos enquanto não dominarem plenamente esta técnica
Esta técnica deverá ser revista continuamente
para que o procedimento seja realizado de forma segura e eficaz
TÉCNICA DE SUBIR ESCADAS COM A BENGALA
OBJETIVOS
• Capacitar o aluno para subir escadas com a
bengala de forma independente, segura, eficiente e adequada
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá se aproximar da escada em
passos normais, utilizando-se da técnica do toque
• Quando a bengala fizer contato com a escada
ele deverá abaixar sua mão ao longo do corpo da bengala e andar em direção à
mesma, fazendo a "varredura", explorando a largura da escada e altura dos
degraus
• O aluno deverá fazer seu enquadramento,
formando uma linha perpendicular entre seus pés e o primeiro degrau, mantendo a
bengala em diagonal cruzando seu corpo para iniciar a subida
• A ponta da bengala deverá fazer contado com
cada degrau, a medida que sobe, devendo manter seu corpo ligeiramente inclinado
para a frente
• Quando a ponta da bengala não mais tocar o
degrau o aluno deverá subir mais dois até atingir o topo da escada, pois a
bengala estará sempre dois degraus acima dele.
• Ao atingir o topo da escada o aluno deverá
fazer a varredura e continuar a sua caminhada
ALERTAS
• O aluno poderá escolher a posição e a maneira
de segurar a bengala, garantindo assim sua proteção e comodidade.(vertical ou
diagonal)
• Se o aluno optar pela forma vertical deverá
com a ponta da bengala localizar o primeiro degrau, colocando-a na borda do
mesmo, segurar no corpo da bengala na posição de um lápis, adaptando sua altura
e dando início a subida.
• O aluno poderá usar a técnica de toque e
deslize para aproximar-se da escada, em ambiente conhecido onde ele sabe de sua
existência e proximidade
• O professor deverá permanecer atrás do aluno
quando estiver subindo
FAMILIARIZAÇÃO DE TRANSPORTE (CARRO)
OBJETIVO
Dar condições ao aluno para que conheça as parte
principais de um carro e possa entrar e sair do mesmo com segurança e de forma
adequada.
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá estabelecer uma relação com o
carro, conhecendo as partes principais do mesmo para estabelecer sua posição
(faróis dianteiros, indicará a frente do carro e as lanternas traseiras a parte
de trás, as portas a parte lateral.
• Com a bengala em uma das mãos, longe do carro,
usando a técnica do toque ele deverá seguir linhas guias ao longo do carro,
deslizando sua mão na parte superior do veículo, fazendo reconhecimento do
mesmo.
• Ao localizar a janela saberá que está na
direção da porta, deverá localizar o trinco e abrir amplamente a porta, mas de
forma cautelosa para não bater em si próprio, em outras pessoas ou objetos.
• Após abrir a porta, deverá localizar a beirada
do teto do carro para saber o quanto deverá abaixar-se para não bater sua
cabeça. Deverá virar-se colocando-se paralelamente ao veiculo, introduzindo
primeiro a perna que se encontra ao lado do assento, evitando entrar de frente,
limpa o banco e senta-se puxando a porta e fechando-a firmemente.
ALERTAS
O aluno deverá estar seguro que dobrou sua
bengala e que a mesma não esteja atrapalhando o motorista ou outro passageiro,
principalmente no caso das bengalas inteiriças
Para o aluno sair do veículo deverá utilizar o
processo inverso
Cuidado especial deverá ser dado para abrir e
fechar as portas evitando assim que o aluno ou outras pessoas prendam seus
dedos.
ANEXO
Orientação e Mobilidade - Sugestões de Avaliação Questionário de Avaliação Inicial (adolescentes e adultos)
Prof.ª Mª Ivete de Masi
(adaptada de
«Orientation and Mobility» de W. Scheffer)
Nome:
Idade:
Diagnóstico Oftalmológico
Data:
Profissional:
1 - Você sabe o que é Orientação e Mobilidade? (se o aluno não souber, o
professor deve explicar)
2 - Você tem algum problema para ouvir? Em caso positivo perguntar:
a) você tem dificuldade para ouvir quando está andando?
b) você usa aparelho auditivo?
c) desde quando você o usa?
d) você recebeu algum treinamento para usá-lo?
3 - Você tem alguma outra deficiência, além da cegueira?
4 - Você teve alguma instrução prévia em Orientação e Mobilidade? Em caso
positivo perguntar:
a) onde você recebeu orientação?
b) quem foi o professor? (para solicitar relatório)
c) quando você recebeu essas orientações?
d) o que você aprendeu com ele?
5 - Há quanto tempo você mora nesse lugar?
6 - Que tipo de coisas você faz que estejam ligadas à O.M.?
7 - O que você gostaria de fazer e que não faz atualmente em Orientação e
Mobilidade?8 - Você pode me informar como é a sua vizinhança? (bairro)
rural
exclusivamente residencial
residencial e comercial
urbana
outras
9 - Você pode me descrever como é a sua vizinhança? (bairro)
10 - Você compreende como é o bairro onde está a sua casa? Em caso negativo
perguntar:a) Por que isso acontece?
ninguém está disponível para ajudar
o bairro é inseguro
não há interesse em sair
não há lugares aonde ir
a família/amigos desencorajam você
muita ocupação impedem de sair
outros
b) Até onde você pode ir em seu bairro?
c) Você tem interesse em sair mais de casa?
d) Aonde você gostaria de ir ou de conhecer?
11 - Quais formas que você usa para andar no seu bairro?
Sem auxílio óptico
Usando a visão residual e auxílios ópticos
Guia vidente
Montado num carrinho
Usando a bengala longa
Outros
12 - Quais as dificuldades que você tem em usar algum dos métodos acima para
andar?13 - Você atravessa as ruas do seu bairro?
14 - Como são controladas as ruas de seu bairro?
Sinal de parada
Semáforos
Controlado por policial
Auxílio de policiais para a travessia
Não tem controle de semáforos
Outros
15 - Como você sabe quando é seguro atravessar:
Em cruzamentos com semáforos?
Em cruzamentos sem controle de semáforos?
16 - Quais as dificuldades que você tem em cruzar as ruas?
17 - Você usa a bengala para ajudá-lo a andar ou para fazer identificação de
obstáculos?18 - Que tipo de bengala você usa?
19 - Para que você usa a bengala?
20 - Você tem algum problema para usar a bengala?
tamanho inadequado (grande ou pequena)
a bengala não fornece as informações suficiente
a bengala não oferece a proteção necessária
a bengala não oferece apoio
outros
21 - Que problemas você tem com a bengala?
22 - Como você se sente usando a bengala?
23 - Você fica incomodado com:
luzes brilhantes
escuridão
pouca luz
24 - Em que tipos de lugar você faz compras de forma independente?
25 - Com R$ 5,00 você pode comprar algo que custa R$ 3,98?
26 - Você anda em outros lugares além do seu bairro? Em caso positivo, onde?
27 - Você usa transportes coletivos de forma independente?
28 - Você considera importante alcançar seu objetivo sendo independente em
mobilidade
ϟ
Nely Garcia é
professora na
Faculdade de Educação da Universidade de S. Paulo, Brasil, onde se doutorou em 2000. É especialista em Orientação e
Mobilidade.
[excerto] Capítulo 4
da obra
'ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE - CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA A INCLUSÃO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA VISUAL'. Coordenadora: Maria Glória Batista da Mota.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - BRASÍLIA, 2003
Δ
18-Mai-2008
publicado
por
MJA
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