Deficiência Visual
Deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos, com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clínico ou
cirúrgico. De entre os deficientes visuais, podemos distinguir os portadores de cegueira e os de visão subnormal.
Características da criança com deficiência visual
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A criança deficiente visual é aquela que difere da média, a tal ponto que irá necessitar de professores especializados, adaptações curriculares e/ou materiais adicionais de ensino, para ajudá-la a atingir um nível de desenvolvimento
proporcional às suas capacidades;
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Os alunos com deficiência visual não constituem um grupo homogéneo;
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Os portadores de deficiência visual apresentam uma variação de perdas que se poderão manifestar em diferentes graus de acuidade visual;
Adaptações educacionais para os deficientes visuais
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A educação da criança deficiente visual pode processar-se por meio de programas diferentes, desenvolvidos em classes especiais ou na classe comum, recebendo apoio do professor especializado;
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As crianças necessitam de uma boa educação geral, somada a um tipo de educação compatível com seus requisitos especiais, fazendo ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio.
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A educação do deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, métodos e técnicas específicas de trabalho, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares;
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A tendência actual da educação especial é manter na escola comum o maior número possível de crianças com necessidades educativas especiais;
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Cabe à sociedade a responsabilidade de prover os auxílios necessários para que a criança se capacite e possa integrar-se no grupo social.
Princípios da educação do deficiente visual
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Individualização
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Concretização
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Ensino Unificado
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Estímulo Adicional
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Auto-Actividade
Estimulação dos sentidos:
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Estimulação visual
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Estimulação do tacto
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Estimulação auditiva
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Estimulação do olfacto e do paladar
Estimulação visual
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Motivar a criança a alcançar, tocar, manipular e reconhecer o objecto;
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Ensinar a “olhar” para o rosto de quem fala;
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Ajustar uma área onde a criança possa brincar em segurança e onde os objectos estejam ao alcance dos seus braços;
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O educador pode usar fita-cola de diferentes cores para contrastarem com os objectos da criança, de modo a torná-los mais visíveis.
Estimulação do tacto
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Discriminar diferentes texturas;
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Experimentar materiais com formas e feitios com contornos nítidos e cores vivas;
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Distinguir a temperatura dos líquidos e sólidos;
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Mostrar como pode manipular o objecto.
Estimulação auditiva
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Ouvir barulhos ambientais, gravadores, rádios…;
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Identificar sons simples;
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Distinguir timbres e volumes dos sons;
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Discriminar a diferença entre duas frases quase iguais;
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Desenvolver a memória auditiva selectiva.
Estimulação do olfacto e do paladar
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Provar e cheirar diferentes comidas (salgadas, doces e amargas);
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Cheirar vinagre, perfumes, detergentes, sabonetes e outros líquidos com cheiros fortes.
Programa pré-escolar
Quando em idade pré-escolar, a criança deficiente visual necessita que se dê importância à “rapidez,” para que atinja o mesmo nível que os colegas normo-visuais.
Para tal é particularmente importante que ela desenvolva:
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capacidades motoras ;
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capacidades da linguagem;
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capacidades discriminativas e perceptivas .
Entrada para a escola
À entrada para a escola a criança com deficiência visual deve:
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Compreender o seu corpo;
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Ter a lateralidade desenvolvida;
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Estar desenvolvido no tacto;
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Estar desenvolvido auditivamente
Reabilitação
A Reabilitação é essencial no processo de inserção na sociedade, dado que a redução ou a privação da capacidade de ver traz consequências para a vida do indivíduo, tanto no nível pessoal como no funcional, colocando-o, na maioria das vezes,
à margem do processo social, segurança psicológica e nas habilidades básicas;
Sala de recursos
Estas salas podem estabelecer uma alternativa de qualidade se tivermos em conta determinadas características, tais como:
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necessidade de um apoio individualizado;
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necessidade de um currículo com objectivos funcionais;
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ambientes estruturados e securizantes;
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equipamentos e materiais específicos;
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problemas de saúde graves;
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necessidade de gestão de tempos específicos.
Currículo escolar e a deficiência visual
Os programas educativos direccionados para os deficientes visuais devem ir ao encontro das mesmas áreas e actividades que se encontram nos programas regulares (sendo feitas adaptações consoante as necessidades e dificuldades dos alunos).
O reforço pedagógico e a coordenação técnico-docente
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Ajuste do tempo ao seu ritmo de trabalho;
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Planificação de Actividades;
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Adaptação do Processo de Avaliação.
Orientação e movimentação da criança com deficiência visual no espaço
Processo prolongado e sequenciado que deve começar o mais cedo possível. As técnicas mais utilizadas são:
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Guia normovisual;
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Uso da bengala;
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Cão Guia;
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Etc.
A aprendizagem da criança com deficiência visual
A capacidade de aprendizagem de uma criança não está directamente relacionada com o seu grau de visão; Depende do momento em que a criança perdeu a visão.
Adaptação do espaço
-> Serão necessárias adaptações no espaço se a dificuldade de visão for acrescida de outras;
-> Conhecer o ambiente escolar;
-> Na sala de aula é necessário:
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Comunicação Oral;
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Condições de iluminação;
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Organização do espaço e dos materiais;
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Estratégias e recursos.
Avaliação clínica
A Equipa deve ser constituída por:
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Professor do Ensino regular;
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Serviços Especializados de A.E.;
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Oftalmologista;
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Ortoptista;
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Técnico de Reabilitação;
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Psicólogo;
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Técnico de Serviço Social;
Avaliação funcional
-> Consiste em avaliar os aspectos funcionais da visão e as suas implicações educacionais;
-> Ocorre em contextos naturais e implica recolha de elementos relativos à forma como a pessoa utiliza a sua visão em ambientes com condições diferentes;
Avaliação
A avaliação deve ter em conta:
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Idade do início das dificuldades visuais;
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Modo de progressão da perda de visão - lento ou abrupto;
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Causa dessas dificuldades: sistémica (ex. diabetes), ou confinada ao olho;
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Se a patologia é hereditária, congénita, ou adquirida (antes dos 5 anos ou após este período);
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Se o prognóstico é estacionário ou evolutivo.
A avaliação para ser eficaz deve:
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Utilizar formas de comunicação que a criança/jovem compreenda;
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Incluir objectos e materiais familiares interessantes;
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Apresentar esses materiais e objectos de forma contextualizada, baseada numa aprendizagem significativa e estruturada;
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Organizar e provocar situações de aprendizagem estruturada mediante a utilização de objectos e materiais, apresentados em contextos naturais
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2.Set.2011
publicado
por
MJA
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