Armanda Zenhas
À tradicional ideia de "inteligência", contrapõe-se
hoje em dia a ideia de inteligências múltiplas. Gardner, psicólogo
norte-americano, refere que, havendo sete inteligências distintas, todos
nascemos com todos esses tipos de inteligência. Estes desenvolvem-se ao longo
da vida, através da aprendizagem, das experiências, da escolaridade, das
oportunidades, das influências. Em função desse desenvolvimento, cada pessoa
acaba por possuir áreas mais fortes e outras mais fracas.
Ao longo de uma sequência de artigos, temos vindo a apresentar as sete inteligências
definidas por Gardner: inteligência linguística, inteligência lógico-matemática,
inteligência visual-espacial, inteligência corporal- quinestésica, inteligência
musical, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal. Cabe agora a
vez à inteligência visual-espacial.
Características da Inteligência visual-espacial:
Esta inteligência desenvolve-se a
partir de um apuramento das percepções sensoriomotoras, que permitem uma boa
discriminação das cores, das formas, das texturas, das dimensões e das relações
espaciais. Os indivíduos com este tipo de inteligência têm também um bom domínio
da coordenação óculo-manual e da coordenação motora, pelo que conseguem
recriar as suas experiências visuais sob diferentes formas, incluindo vários
tipos de arte. Trata-se de pessoas que frequentemente pensam com imagens e que
se lembram facilmente das imagens visuais, dos pormenores do que observam e das
relações entre as coisas no espaço. Vários profissionais fazem grande uso deste tipo de inteligência. Entre eles
contam-se os escultores, os pintores, os arquitectos e os jardineiros.
Como podem os professores/educadores ajudar os alunos/crianças/jovens no
desenvolvimento desta inteligência:
-
Mostrando filmes e outros materiais audiovisuais sobre as matérias
abordadas nas aulas.
-
Utilizando posters, desenhos, pinturas, ilustrações e outras
formas visuais de exploração de temas nas aulas.
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Ensinando técnicas de estudo visuais, como, por exemplo, a utilização
de sublinhados coloridos ou a elaboração de mapas de ideias, gráficos ou
esquemas.
-
Propondo a criação de um dicionário ilustrado nas línguas
estrangeiras, para as áreas vocabulares que vão sendo trabalhadas.
-
Levando-os a analisarem o que rodeia um texto antes de iniciarem a sua
leitura (título, subtítulos, imagens, gráficos, etc.) e a preverem o seu
conteúdo, visualizando mentalmente imagens relativas a ele e aos
conhecimentos prévios que têm sobre o assunto.
Tendo em conta que a inteligência pode ser ensinada, treinada e desenvolvida
e que tal depende, entre outros factores, da existência de oportunidades e de
experiências, a responsabilidade da escola e de todos os educadores é grande.
Considerando ainda a existência de diferentes tipos de inteligência, a eles
cabe a promoção de experiências de aprendizagem diversificadas que
proporcionem às crianças e aos jovens verdadeiras oportunidades para o
desenvolvimento da(s) sua(s) inteligência(s). Esperamos ter contribuído para
facilitar essa tarefa com as sugestões que demos.
Bibliografia:
-
Chapman, C. (1993). If the shoe fits... How to develop multiple
intelligences in the classroom. Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.
-
Chapman, C. & Freeman, L. (1997). Multiple intelligences: Centers and
projects. Palatine, Illinois: IRI/Skylight, Inc.
-
Gardner, H. (1993). Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences. London:
Fontana Press.
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Zenhas, A., Silva, C., Januário, C., Malafaya, C., & Portugal, I. (2002). Ensinar
a estudar - Aprender a estudar (4.ª ed.). Porto: Porto Editora.
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Armanda Zenhas
[Mestre em Educação - área de especialização em Formação
Psicológica
de Professores, pela Universidade do Minho - e co-autora
de livros na área da educação.]
Fonte:
Educare.pt
- 11-1-2006
Δ
publicado
por
MJA
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