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 SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL

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Desenho Universal

Helena Napoleon Degreas

Pessoa em cadeira de rodas sobe uma rampa com inclinação adequada e cruza-se com uma pessoa sem deficiência, que usa a mesma rampa; ao fundo, outra pessoa desce escadas.
Desenho Universal in Bengala Legal


Desde a década de 60, países como Japão, Suécia e EUA vêm discutindo maneiras de reduzir as barreiras arquitectónicas enfrentadas por pessoas com deficiência. Hoje, quase meio século depois, as discussões concentram-se na concepção de produtos, meios de comunicação e ambientes que possam ser utilizados por todas as pessoas, qualquer que seja a idade, estatura ou capacidade, o maior tempo possível e sem a necessidade de adaptação ou auxílio.

O conceito livre de barreiras acabou evoluindo para o conceito de desenho universal, adoptado inicialmente pelos EUA. Entende-se por universal em seu acesso todo o produto que torna possível a realização ou ainda prática das actividades e tarefas quotidianas de todo ser humano. Na verdade, o desenho universal busca a inclusão das pessoas nos diversos segmentos sociais que compõem as nossas vidas por meio da facilitação de uso de produtos/meios/espaços consolidando assim, os pressupostos existentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Os 7 princípios de Desenho Universal são mundialmente adoptados para qualquer programa de acessibilidade plena.


São eles:

1. Uso Igualitário e equiparável – equiparação nas possibilidades de uso.
São espaços, objectos e produtos que podem ser utilizados por pessoas com diferentes capacidades ou ainda por qualquer grupo de utilizadores. Seu design é comercializável para pessoas com habilidades diferenciadas. ex.: torneira com alavanca para pessoa com deficiência ou portas com sensores que se abrem sem exigir força física ou alcance das mãos de usuários de alturas variadas.

2. Adaptável – Uso Flexível.
Design de produtos que atendem pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adaptáveis a qualquer uso. ex.: Tesoura que se adapta a destros e canhotos.

3. Óbvio – Uso Simples e Intuitivo.
O design do objecto/produto/espaço é facilmente compreendido por qualquer usuário independente de sua experiência, conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração.

4. Conhecido – Informação de Fácil Percepção.
O design comunica facilmente as informações necessárias para seu rápido entendimento e uso independente de suas capacidades intelectuais, cognitivas, sensoriais ou condições ambientais. ex.: Utilizar diferentes maneiras de comunicação, tais como símbolos, letras em relevo, braille e sinalização auditiva.

5. Seguro – Tolerante ao Erro.
O design do produto/objecto/espaço minimiza o risco e as consequências advindas de acções acidentais ou não intencionais. ex.: Elevadores com sensores em diversas alturas que permitam às pessoas entrarem sem riscos de a porta ser fechada no meio do procedimento e escadas e rampas com corrimão.

6. Sem Esforço – Baixo Esforço Físico.
Para ser usado eficientemente, com conforto e o mínimo de esforço e cansaço. ex.: elevador de escada  (Veja + em http://www.surimex.com.br/)

7. Abrangente – Dimensão e Espaço para Aproximação, Interacção e Uso.
O design oferece dimensões e espaços apropriados para a interacção, o acesso, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, baixa/alta estatura, etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebé, etc.). ex.: Vila Dignidade.


O Desenho universal assume-se, assim, como instrumento privilegiado para a concretização da acessibilidade e, por extensão, de promoção da inclusão social.


Ao projectar, lembre-se:

  • as portas devem ter um vão livre maior ou igual a 0.80cm (caso contrário, uma pessoa em cadeira de rodas, não passa)

  • usar pisos antiderrapantes em especial nas áreas molhadas como banheiros, lavandarias, cozinhas e áreas de serviço. Varandas, também.

  • as tomadas precisam ser colocadas em pontos mais altos.

  • as maçanetas devem ser de alavanca e as fechaduras, se possível, devem ser instaladas acima delas, para facilitar a sua visualização.

  • as torneiras recomendadas são monocomando ou misturadores com dois volantes com 1/4 de volta.

  • evitar o uso de degraus substituindo-os por rampas com declives correctos e corrimãos.

  • sanitários adequados (linha Deca, Celite para acessibilidade)

  • bancadas, mesas, pias, armários, gaveteiros em alturas adequadas.

  • boa iluminação incluindo degraus de escadas.

  • corredores e circulações largos

  • móveis e demais objectos com cantos arredondados.


Alguns vídeos:


Dicas para uma casa acessível:




Uma rampa creativa:




Inclusão e Acessibilidade:


música: lanterna dos Afogados do Paralamas http://blip.fm/~kauf3



Recomendações para leitura:

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Fonte: Helena Degreas: educação em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo, 2010 

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20.Nov.2011
publicado por MJA