I am blind - Andy Warhol, 1976-86
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Resumo | Este trabalho estuda a recepção de telejornal por pessoas com
deficiência visual, com foco no papel da imagem como detentora de sentidos próprios e, não raro, complementares. Afinal, portadora de várias leituras, a imagem fascina
por seu caráter polissêmico que lhe confere riqueza. No caso da televisão, nota-se uma linguagem imagética com regras, ritmos e tempo próprios, especialmente no gênero
telejornalístico. A abordagem teórica alia assuntos como imagem, mídia, deficiência, telejornalismo, diversidade e marginalização. Na parte empírica, seis participantes
integraram um grupo focal, assistindo ao Jornal Nacional, considerado o mais tradicional noticiário televisivo brasileiro. Observou-se a influência que a imagem exerce na
compreensão ou não do conjunto de informações noticiadas, bem como se notou a força da palavra no telejornal. A pesquisa também aponta a necessidade de adaptação da TV
para um atendimento mais justo e inclusivo aos que não veem, por meio da audiodescrição, recurso ainda pouco difundido no Brasil.
Introdução
Portadora de várias leituras, a imagem fascina por seu caráter polissêmico, que lhe confere riqueza. No mundo contemporâneo, observa-se que
a comunicação visual é, por vezes, tida como essencial para o processo civilizatório e a inserção cultural do indivíduo. No caso da televisão, nota-se que esse meio de
comunicação produz uma linguagem imagética com regras, ritmos e tempo próprios. Especialmente no gênero telejornalístico, a união entre mensagens visual e auditiva busca
fazer com que o telespectador apreenda melhor o conteúdo veiculado. Por isso, a adequada compreensão da imagem telejornalística está, muitas vezes, associada ao respaldo
do texto, de modo que a apresentação da imagem se difere por ser multidirecionada, enquanto a leitura da palavra é direcional (no caso das sociedades do Ocidente, da
esquerda para a direita).
No contexto iberoamericano de diversidade, que, por vezes, (super)valoriza o visual, desponta uma parcela significativa da população que ainda é social, cultural e
midiaticamente marginalizada: a audiência formada por pessoas com deficiência visual. Afinal, na sociedade, a falta de visão – sentido pelo qual, geralmente, se obtém a
maior parte das informações – apresenta várias implicações, como em termos de assimilação das regras e normas do ambiente social e a aprendizagem de habilidades
interpessoais capazes de proporcionar uma socialização produtiva e a real inclusão.
Conceituada como a incapacidade de ver diante da perda ou da ausência da percepção dos estímulos visuais, a cegueira atinge cerca de 37 milhões de pessoas no mundo –
aproximadamente 4% da população mundial. Uma inquietante projeção (PASCARETTA JÚNIOR, 2008, p. 39) aponta que o número de cegos deve aumentar para em torno de 75 milhões
até 2020. De acordo com o Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem, no Brasil, aproximadamente 24,6 milhões de
pessoas com alguma deficiência – cerca de 14,5% da população nacional. Os dados também revelam que há 4 milhões de deficientes visuais no País, sendo que, em média, 1,25
milhão desses são totalmente cegos.
Nessa perspectiva, o artigo alia temáticas como diversidade, mídia e deficiência ao analisar a recepção de telejornal nacional por deficientes visuais brasileiros, com
foco no papel da imagem como detentora de sentidos próprios e, não raro, complementares. A abordagem teórica envolve assuntos como telejornalismo, imagem e
marginalização. Na parte prática, apresentam-se análises de grupo focal realizado com seis participantes cegos, que assistiram ao Jornal Nacional (TV Globo), considerado
o mais tradicional noticiário televisivo do Brasil, e, em seguida, responderam a questões propostas. Por fim, expõem-se as principais conclusões, bem como uma alternativa
para a inclusão mais efetiva dessa parte da audiência pela mídia, por meio da audiodescrição.
Parte 1.
Imagem: a linguagem visual inacessível a pessoas cegas
Num mundo povoado de imagens que parecem buscar com avidez por olhares, a própria cultura televisiva é transmitida por meio dessa linguagem, podendo-se comparar as
informações visuais a segredos ou códigos inacessíveis a cegos. Mas, até mesmo para
os videntes (não-cegos), a imagem não se abre a qualquer um, sem que haja o menor conhecimento sobre ela. Esse é o pressuposto de Judith Lazar (1987, p. 127), para quem a
totalidade da mensagem televisual só é recebida se o indivíduo tiver certo conhecimento acerca da imagem e se ele fizer um esforço de percepção e interpretação para o
qual a cultura tradicional não prepara satisfatoriamente: “Uma mensagem visual para ser corretamente recebida, exige uma aprendizagem social e cultural, além das
aquisições intelectuais” (LAZAR, 1987, p. 132). A autora desmantela, assim, o preconceito de que a imagem é um produto vil e vulgar, capaz de ser apreendido num simples
olhar, e ressalta a importância da mesma diante de sua difusão.
Conceituada como reprodução de um ser, objeto ou coisa, a imagem tem sua característica apontada pela própria etimologia, uma vez que o verbo latino “imitor” significa
“reproduzir por imitação”. Segundo Iluska Coutinho (In: DUARTE; BARROS, 2006, p. 330), o sentido é o de toda e qualquer visualização gerada pelo ser humano, em forma de
objeto, obra de arte, registro foto-mecânico, construção pictórica – a exemplo de pinturas, desenhos e gravuras –, ou até de pensamento, no caso de imagens mentais. As
mensagens visuais, assim, podem ser compreendidas como produtos comunicacionais, documentais e,ou narrativos.
Biologicamente, o conceito está associado ao dado sensorial do órgão visual e à percepção direta do mundo exterior em seu aspecto luminoso. Entretanto, também se deve
considerar a representação subjetiva do universo – definição esta que se aproxima da realidade dos deficientes visuais e das “imagens acústicas” que por eles podem ser
formadas, como também indica Luciane Toledo (2000, p. 42): “Ainda que a imagem não seja visível, existe em algum lugar da mente, para nos orientar. Há relatos de
deficientes visuais que comprovam a formação de imagens mentais (...). Mesmo não possuindo visão, as imagens estão dentro desses indivíduos.”
Numa abordagem histórica, percebe-se que, com o desenvolvimento da imprensa, a imagem é democratizada. Com o surgimento do cartaz no século XIX, perde seu aspecto
estritamente sagrado e é domesticada. Já com o advento da fotografia, o retrato pintado, que era sinal de êxito social, cede lugar à possibilidade mais ampla de tanto
ricos como pobres poderem eternizar sua imagem. Por sua vez, o prolongamento dinâmico da imagem fixa gera a animada, em 1895, quando os irmãos Lumière construíram o
primeiro aparelho de projeção cinematográfica. Depois do cinema mudo, vem o sonoro, mas foi a partir da descoberta da televisão, em 1926, que a imagem definitivamente
entra mais amplamente nos lares e estende sua influência a diversas
classes sócio-econômicas. “Depois da imagem se deixar capturar, perdeu a sua aura e tornou-se um objeto entre muitos outros” (LAZAR, 1987, p. 142).
Para Jacques Aumont (1995, p. 17), as imagens são artefatos cada vez mais abundantes e importantes na sociedade, constituindo-se em objetos visuais regidos por leis
perceptivas. “A imagem é universal, mas sempre particularizada” (ibidem, p. 131). De fato, não há imagens sem percepção das mesmas. O professor pontua (ibidem, p. 73),
ainda, que a imagem é um objeto cultural e histórico por excelência. Mas convém ressalvar que, como aponta Aumont (ibidem, p. 206), toda imagem é utilizada e compreendida
devido a convenções sociais que se apoiam na existência da linguagem. Inclusive, o autor conclui (ibidem, p. 313) que a civilização contemporânea, por vezes classificada
como sendo a da imagem, ainda continua a ser uma “civilização da linguagem”, apesar de admitir a importância social das imagens, sua multiplicação e intensa circulação,
sua influência e pregnância ideológica.
Entretanto, ressalta-se que, mediante o atual desenvolvimento da TV mais interativa e segmentada, a evolução da Internet e o boom das imagens on line e até via celular, a
era contemporânea é, sim, marcada pelo visual e, muitas vezes, privilegia o imagético enquanto outra linguagem possível, ainda que não seja soberana, nem sempre
totalmente autônoma para a compreensão da mensagem. Por outro lado, deve-se salientar que não existe imagem neutra, tendo em vista que uma ideologia está associada a ela:
“Numa imagem, ao lado do icônico (luz, enquadramento, ângulo, etc.) encontram-se sempre os sinais que dependem de um sistema de valores sociais” (LAZAR, 1987, p. 150).
Logo, é possível reconhecer que a imagem não pode ser generalizada como uma mera reprodução do real, inocente, ingênua.
Conforme destaca a pesquisadora Tania Souza, citada por Coutinho (In: DUARTE; BARROS, 2006, p. 334-335): “(...) uma „imagem não vale mil palavras, ou outro número
qualquer‟. A palavra não pode ser a moeda de troca das imagens. É a visibilidade que permite a existência, a forma material da imagem e não a sua co-relação com o
verbal.” Indubitavelmente, a imagem como “texto” a ser lido é marcada pela existência de diversas formas de significar, sendo que esse conjunto de heterogeneidades da
mensagem visual é o que lhe confere sua identidade e polissemia, numa correlação de operadores discursivos não verbais – como cor, detalhe, ângulo da câmera, elementos da
paisagem, luz e sombra.
Parte 2.
As imagens televisiva e telejornalística
Destaca-se que a imagem fixa de uma ilustração e a móvel da TV não são compreendidas da mesma forma, uma vez que a linguagem televisiva destina-se a ser escutada em
grupo, enquanto a leitura icônica num livro, por exemplo, supõe certa intimidade. De acordo com Ciro Marcondes Filho (1988, p. 17), a relação das pessoas é mesmo
diferente com uma fotografia e com a TV: enquanto o receptor pode fixar-se nos detalhes e se aprofundar na cena ao observar uma foto, numa relação intensiva, ele só
percebe detalhes na imagem televisiva se o realizador do programa tiver tal intenção, numa relação extensiva diante da eletronização da imagem na TV.
Segundo Vera Íris Paternostro (1991, p. 17), aliás, o surgimento da TV permitiu a informação na sua forma mais dinâmica e universal: por meio da imagem, contrastando essa
peculiaridade com o rádio. “A possibilidade de se ver, a cores, imagens de um acontecimento, do outro lado do mundo, via satélite, dá dimensão e universalidade àquele
fato” (ibidem, p. 35). A jornalista acentua (idem) que a televisão combina a utilização simultânea de dois sentidos do ser humano, a visão e a audição (como o cinema),
com imediatismo e alcance (semelhante ao rádio), envolvendo e carregando o telespectador para dentro da notícia.
De acordo com Lazar (1987, p. 151), a imagem televisiva é pobre em dados, e o espectador participa na criação da mesma: “A imagem televisiva oferece ao espectador três
milhões de pontos por segundo. Destes numerosos pontos, o espectador só seleciona algumas centenas a cada instante e constrói „a sua imagem‟ a partir desses elementos”
(ibidem, p. 151). Ela observa (ibidem, p. 152), inclusive, que, enquanto a fotografia é um prolongamento visual, a televisão é, antes, um prolongamento do tato, o sentido
que permite mais interações.
Dentre as características da linguagem televisual associadas à imagem, a autora destaca (ibidem, p. 154-155) a economia de palavras, de modo que a TV quase não nomeia
objetos nem fala quando pode mostrar. As longas descrições são, assim, substituídas por distintos movimentos de câmera e enquadramentos: “Pelas expressões da cara e pelos
traços, é possível distinguir facilmente os maus e os bons. Para que falar se toda a gente vê?” (ibidem, p. 154). Mas não, nem toda a gente vê. E é nessa restrição,
vivida pelos cegos, que se estendem as discussões desenvolvidas neste artigo, porque eles também constituem um público quase sempre esquecido pelas emissoras e, mais
especificamente, pelos telejornais de TV aberta.
Justamente na televisão, pela sua capacidade de sincronizar som e imagem, esta é muitas vezes supervalorizada com definições superficiais, como a de que “TV é
imagem”. Abordando tais clichês, Olga Curado defende (2002, p. 11) que o jornalismo não pode aceitar esse jugo, porque ele se assenta sobre o princípio da informação, a
qual nem sempre é visual. Mas, nem por isso, um fato importante deve tornar-se invisível, na opinião da jornalista. “Ao afirmarmos que „TV é imagem‟ nos esquecemos de que
a imagem informativa pressupõe um contexto, ou será o fácil encadeamento de flagrantes. Somos, jornalistas de TV, mais que o olho. Somos corações e mentes” (idem).
Sem dúvidas, apesar da intensa multiplicação de imagens que inspira o conceito de “civilização da imagem”, deve-se relativizar que a TV precisa, sim, da delas, mas
necessita ainda mais da palavra, como salienta Curado (ibidem, p. 173). Ela se preocupa com o fato de que o telejornalismo venha operando num limite que ameaça a missão
de informar devido ao fortalecimento do clichê “império da imagem”: “A imagem na TV não importa, do ponto de vista jornalístico, se não tiver o apoio do texto. É a
palavra que traduz e dá dimensão ao vídeo. (...) Isso não significa que as palavras devam ser abundantes; devem ser precisas” (idem).
Paternostro, ao abordar o texto casado com a imagem no telejornalismo, também relativiza e quebra o mito (1991, p. 49) de imagem como rainha soberana que se impõe a seus
súditos pela simples presença. “Não se faz TV sem imagem, mas a palavra tem o seu lugar. Agora, o desafio do jornalista é aprender a combinar informação visual com
informação auditiva” (idem). A jornalista reconhece que, quando há uma imagem forte de um acontecimento, a mesma leva vantagem sobre o registro verbal, sendo suficiente
para transmitir, simultaneamente, informação e emoção. O ponto-chave, então, parece ser o de evitar a generalização da imagem telejornalística como ingrediente sempre
mais importante; deve-se entendê-la, antes, como um elemento que possibilita a visão de uma realidade externa àquela em que vivem os receptores da teleaudiência.
Luís Carlos Bittencourt realça mais (1993) o papel de absoluta primazia da imagem na TV, apesar de admitir que, casada com o texto, ela compõe a unidade referencial
informativa. Segundo o jornalista, a imagem televisiva é informação, e, sem ela, o aparelho não passa de um rádio disfarçado. Nesse sentido, o conteúdo imagético não
precisa ser esteticamente bonito, porque, mesmo feio ou desfocado, o que mais vale é seu impacto informativo excepcional, a exemplo de imagens de um acidente. O
telespectador não precisa, também, de efeitos sonoros, locução tensa e dramatização de situações para que possa visualizar o acontecimento, como ocorre com ouvintes de
rádio. Uma vez que a imagem predomina, Bittencourt acredita que os dados auditivos devem ser utilizados para complementar os visuais.
Marcondes Filho acentua (2002, p. 41-42) a relevância alcançada por montagens, fantasias visuais, editoração eletrônica de imagens, criação de efeitos e mixagens com
cenas de arquivo. “O espetáculo visual torna-se tão importante como o próprio acontecimento que a TV transmite. Há um investimento nas cores, na cenografia, no movimento,
nas curiosidades e na pirotecnia visual, que tornam a TV antes de mais nada um „aparelho onírico‟” (ibidem, p. 42).
Segundo Toledo (2000, p. 45), no telejornal tudo deve encantar pela beleza e compor o show: abertura, música, apresentadores, cenário, vinhetas, formato das reportagens –
é o esquema do espetáculo num ritmo circense, que costuma encerrar com um assunto mais leve e agradável. Ela pondera (ibidem, p. 111), ainda, que, apesar de ser
considerada a “caçula” das imagens da reprodução, a imagem videográfica é capaz de assumir propriedades dos tipos anteriores – pintura, fotografia e cinema. Além de
conjugar efeitos artísticos e estéticos, a imagem televisiva (mais especificamente, a telejornalística) volta-se, muitas vezes, para o factual.
Parte 3.
Marginalização e direitos à informação e à comunicação
Historicamente, na era pré-cristã, constatam-se ações de negligência e maltrato a deficientes visuais, ao passo que, com a difusão do Cristianismo, passou-se a
protegê-los mais e a se compadecer deles. Ao fim do século XX, mais especificamente a partir da década de 1980, observa-se um movimento mais intenso que tende a valorizar
pessoas com deficiência e a integrá-las no meio social. Não obstante, preconceitos com relação aos deficientes visuais vêm gerando, ao longo dos anos, a injusta limitação
de oportunidades, num contexto de absolutização da normalidade em que a deficiência pode ser entendida como estereótipo do desvio.
É interessante mencionar que muitos estereótipos referentes aos deficientes visuais são reproduzidos em personagens literários – o que, na opinião de Luciane Aparecida
Nobre (2007), contribui para consolidar a identidade do sujeito dentro de um parâmetro determinista e excludente. A pedagoga rememora a representação da cegueira na
clássica tragédia grega “Rei Édipo”, de Sófocles (496? - 406 a.C.), na qual o oráculo cego Tirésias
2 é consultado por Édipo, então rei de Tebas, num momento conturbado.
Tirésias é tido como um conhecedor dos fatos ocultos e sinais vindos do céu e do mundo, com o poder de adivinhar e apreender a plena realidade que não se mostrava aos
olhos, apesar (ou por causa) da cegueira. Ela conclui que o simbolismo da deficiência visual, na literatura analisada, por vezes apresenta-se como incapacidade cognitiva
e de autonomia e, em outros casos, indica uma visão sobrenatural e mística que põe o cego num nível superior. “Ambos os enfoques marcam o cego como um ser diferente,
especial, desacreditado para uma vida social normal e participativa” (2007, p. 26).
Na verdade, em muitas ocasiões, a comiseração com relação ao cego – e a pessoas com outras deficiências físicas – consiste mais num pretexto para que a sociedade possa
livrar-se da diferença, por vezes incômoda, e das demandas requeridas pela diversidade. Enquanto isso, persistem inúmeras formas de exclusão por violência física e
simbólica contra deficientes, por vezes considerados inferiores, menos capazes – o que favorece o processo de marginalização. Numa antologia do pesquisador Luiz Beltrão
(2004), verifica-se que, “por si só, a parcela marginalizada da população brasileira não tem condições de emergir do submundo em que vegeta” (2004, p. 61). Para Beltrão,
participação reclama comunicação: “se não ponho em comum as ideias, sentimentos e informações de que disponho e não recebo de volta a reação do outro, jamais
estabelecerei um elo entre mim e minha audiência” (ibidem, p. 62).
Porém, nem sempre, é o que ocorre – meios de comunicação massivos, especialmente na TV aberta, desconhecem, esquecem ou ignoram a existência de pessoas com deficiência
visual do outro lado da tela, também interessadas em obter informações e entretenimento com o máximo nível possível de clareza, compreensão e precisão. No entendimento do
comunicador Juan Bordenave (1992, p. 18), o conceito de marginalidade significa justamente “ficar de fora de alguma coisa, às margens de um processo sem nele intervir.”
Erro pior ainda é, para ele, culpar os marginalizados por sua condição de excluídos, por estarem “naquela situação de déficit” (ibidem, p. 19). Realmente, sem comunicação
não pode existir a participação.
Como o próprio Beltrão preconizava (2004, p. 94), professores, pesquisadores e profissionais da comunicação têm a tarefa de “aprender e difundir o pensamento e as
aspirações das parcelas marginalizadas, sem acesso aos poderosos meios de comunicação a serviço de elites privilegiadas”. O pesquisador defendia que o discurso dessas
camadas populacionais não deve continuar a ser considerado como fato curioso e colorido ou como expressão do seu conformismo e de sua vida cultural vegetativa.
Penso que deveremos procurar nele as raízes da sua participação necessária em um programa desenvolvimentista, que a todos beneficie, e não de um processo que lhes é
imposto de cima, como se não passassem de insignificantes peças da
engrenagem social, que devem permanecer alienadas e silenciosas, sem hora e sem vez (...). (BELTRÃO, 2004, p. 95, grifo meu).
É conveniente ponderar que vários países, inclusive o Brasil, têm visto crescer a mobilização para que se inclua na pauta das nações o reconhecimento da comunicação como
um direito humano, exatamente “por se tratar de um processo social fundamental, uma necessidade humana básica, o fundamento de todas as relações e organizações sociais”,
conforme asseveram os professores José Marques de Melo e Luciano Sathler (2005, p. 7). Eles lembram (ibidem, p. 8) que “Informação é diferente de Comunicação”, sendo que
a primeira é classificada pelos pesquisadores como uma fonte de poder. Com base nesse pressuposto, percebe-se que “o domínio dos seus meios de produção, controle e
disseminação pode aprofundar a desigualdade da distribuição dos poderes numa sociedade já marcada por disparidades iníquas” (idem).
Afinal, “os meios de comunicação de massa substituíram as praças públicas na definição do espaço coletivo da política no mundo contemporâneo”, como realça Bernardo
Kucinski. (1998, p. 16). O jornalista e cientista política comenta (ibidem, p. 28), ainda, que cabe à TV brasileira, especialmente ao sistema Globo, o papel de
popularização da agenda nacional de discussões, já que, num País de cultura ainda predominantemente oral, é a TV que massifica a agenda, por meio dos recursos de
sincronia, unificação da linguagem e emoção. “Para isso, servem todos os programas e formatos, desde o Jornal Nacional até as novelas” (idem). Segundo ele (ibidem, p.
28-29), o sistema Globo, na qualidade de um dos maiores conglomerados de mídia do planeta, é a única rede com domínio hegemônico da audiência numa sociedade de grande
porte e oficialmente democrática.
Realmente, o direito à comunicação aponta para além do que só defende o acesso à informação, ao envolver a possibilidade de o cidadão participar mais ativamente na troca
de mensagens e também emitir conteúdo. Certamente, ambos os direitos são importantes como efetivadores de um regime democrático. Porém, no caso de telespectadores com
deficiência visual, nem mesmo o direito à informação é plena e adequadamente garantido, ao se notar que, em telejornais, há informações relevantes sendo transmitidas
somente pela imagem, o que desfavorece e exclui essa parcela do público quanto ao entendimento mais profundo do material veiculado. Se assim é, mais ainda é protelado o
direito à comunicação voltado para cegos.
Parte 4.
Grupo focal com cegos: resultados sobre a imagem telejornalística
O produto telejornalístico aplicado nesta análise é o Jornal Nacional (JN), lançado em 1º de setembro de 1969, como o primeiro telejornal brasileiro de exibição
simultânea, em rede e ao vivo. Atualmente, a TV Globo continua sendo a maior rede de televisão do Brasil, estando entre as quatro maiores redes televisivas do mundo.
Dentro da programação da emissora, o JN celebrou, em 2009, seus 40 anos como o telejornal de maior audiência do país. A edição do JN analisada é a de 28 de outubro
daquele ano 3, com apresentação dos apresentadores oficiais, William Bonner e Fátima Bernardes.
Tal edição está exatamente dentro da média de tempo de duração e de quantidade de temas apontados por Bonner (2009, p. 22): cerca de 33 minutos (sem os intervalos
comerciais) e 25 assuntos abordados. O JN exibido dividiu-se em quatro blocos. Quanto ao formato das matérias, o telejornal apresentou 11 matérias de rua em videoteipe
(VT), seis notas cobertas (dadas em estúdio, com respaldo de imagens), seis notas secas (também em estúdio, mas sem imagens) e seis notas-pé (dadas em estúdio após
algumas matérias), além da previsão do tempo. Nesse dia, não houve link ao vivo com nenhum repórter, nem charge ou comentaristas.
Após acompanharem a edição ao vivo do JN, foram iniciadas as discussões do grupo focal com os seis cegos participantes do estudo: Maria Luzia Ferreira Carias (12 anos,
estudante da Educação Especial e cega de nascença); Carlos Cristiano da Silva Paradello (16 anos, estudante do Ensino Fundamental, deficiente visual desde os 8, quando
teve hemorragia e deslocamento de retina); Carlos Alberto Pereira (34 anos, com Ensino Fundamental e cego de nascença); José Luiz de Souza e Silva (41 anos, deficiente
visual desde que nasceu, graduado em História); Rosani Romualda Giovannoni Martins (43 anos, funcionária pública, jornalista e historiadora, com cegueira total adquirida
por glaucoma aos 16 anos de idade); e Dilma Rosa de Jesus (47 anos, historiadora, cega desde os 14 anos, devido à doença hereditária retinose pigmentar). Eles são
atendidos pela Associação dos Cegos em Juiz de Fora, sendo todos internos, à exceção de Rosani, que não mora nem dorme na entidade sem fins lucrativos fundada em 1939.
Rosani apontou, como problemas no JN, a falta de descrição de imagens relevantes e a introdução de fontes sem sua prévia apresentação oral. Em todo o jornal, houve 28
sonoras (entrevistas), sendo que quase a metade delas (13 pessoas) não teve
nenhum tipo de identificação verbal, de modo que, muitas vezes, o cego não fica sabendo o nome e o cargo de quem está falando.
Carlos observou que as matérias de rua são mais difíceis de serem entendidas pelo cego do que as notícias de estúdio, anunciadas pelos próprios âncoras e capazes de
proporcionar maior identificação com os cegos, na opinião dele. “Quando é áudio e vídeo, você não entende. Eu gosto mais do jornal em estúdio”, revelou. Outros
participantes concordaram, como José Luiz, assinalando que as matérias de estúdio são apoiadas basicamente no áudio e, portanto, no sentido da audição. Rosani explicou:
“a gente tem a sensação de que está ouvindo rádio.” A jornalista insinuou, ainda, que notícias de rua, mais baseadas nas imagens, geram certa frustração no espectador
cego: “Você ouve aqueles barulhos, dá uma vontade de saber o que está sendo passado”, lamentou. Sobre isso, Dilma complementou: “Dá ansiedade. A gente fica querendo saber
o que está passando, ver claramente”.
O fato de não poder ver as imagens atrapalha a entender as notícias? Dilma explicou que, “na parte da leitura” – texto do repórter –, não é difícil entender os fatos, mas
que, quando determinado assunto precisa exibir alguma imagem, isso atrapalha os cegos a compreenderem a notícia. Outros participantes foram mais categóricos ao
responderem que sim, a ausência de imagens prejudica o entendimento das notícias telejornalísticas. Carlos, por exemplo, explicou: “Eu quero ver o que está passando ali.
Por exemplo, se tiver um destaque: „um caminhão tombou carregado de alguma coisa‟, aí falou sobre aquilo ali, mas eu queria ver a dimensão.”
Posteriormente, foram destacados alguns momentos do telejornal, como o da previsão do tempo, no qual a jornalista Rosana Jatobá apresentava dois mapas com cores
diferentes: azul e laranja, representando, respectivamente, áreas úmidas e secas. Rosani fez uma crítica ao modo de apresentação da previsão meteorológica:
Nós passamos pela escola e temos acesso a mapa do Brasil. Então, se eles [jornalistas] falarem “da região que vai do Rio Grande do Sul até tal lugar”, a gente vai
entender [...]. Agora, o tal de “área clara e área escura”, que eles fiquem com eles, com quem enxerga, que nós vamos continuar do mesmo jeito [sem compreender].
Outra crítica dela referiu-se ao boletim econômico do JN, pouco explicativo na opinião de Rosani. Bonner comenta (2009, p. 22), inclusive, que uma das exceções à regra de
que tudo o que se informa na TV precisa ser dito em alto e bom som são, justamente, alguns números “que podem surgir na tela de TV sem que necessariamente sejam
enunciados (o apresentador anuncia que o dólar subiu – e você vê, na telinha que
se abre ao lado dele, o índice de variação percentual e a cotação da moeda)” (2009, p. 22, grifo meu). Essa declaração expressa, claramente, que não, o telejornal em
geral não se lembra de que também há telespectadores cegos na audiência – ou, se lembra, não busca atender e incluir esse público.
Além disso, a notícia que denunciou o nome de uma empresa, que trocava irregularmente as etiquetas de alimentos, não o fez verbalmente – a marca foi mostrada só com o
recurso da imagem, com um caminhão contendo o nome “Frigosantos” estacionado. Como disse Rosani, há imagens que mereciam ser descritas, e essa reportagem é um exemplo –
quem é cego ficou privado da informação. Não se trata de ser redundante, mas de ser mais claro, não só para deficientes visuais, mas, no caso, também para analfabetos,
por exemplo, pois era um assunto de interesse público.
Perguntou-se, também, que imagens os participantes acreditavam que o telejornal havia exibido na matéria sobre conflitos no Paquistão, na qual foi citado que um
carro-bomba explodira. Dilma deduziu: “Eu imagino que pedaço do carro voou pra um lado e pro outro, eles devem ter mostrado essa cena.” Cristiano também inferiu: “Eu acho
que, em guerras assim, mostram os pedaços dos carros pegando fogo, algum sangue espalhado no chão, alguns corpos cobertos por lençóis.” Uma interação ocorreu neste
momento, quando Rosani pediu permissão para dirigir uma pergunta ao estudante: “Mas você imagina esses corpos cobertos por lençóis porque você tem memória visual disso ou
porque você fantasia isso na hora?” Cristiano respondeu-lhe: “É porque eu já cheguei a ver, eu tenho memória visual.” Para Rosani, o JN deve ter mostrado um monte de
corpos estendidos no chão: “uma confusão, eu imagino uma imagem horrível, que a televisão é terrível pra mim, eu imagino o pior. Sangue... eu vejo só isso na hora.”
Observa-se que tanto Rosani quanto Cristiano não são cegos de nascença, tendo certa memória visual, a qual pode permitir-lhes imaginar cenas mais específicas, mais
detalhadas e ricas em elementos.
Outra questão discutida foi: a ausência da imagem atrai ou dispersa mais? José Luiz opinou que quem é cego dispersa-se mais. Rosani concordou, dizendo que a imagem
“prende mais” a atenção. Por fim, Carlos acrescentou que a falta da visão pode reforçar o sono e a distração na hora de acompanhar notícias pela TV.
Por fim, para que as informações do JN fossem mais acessíveis aos cegos, Carlos defendeu que seria preciso mudar algo nas imagens: “Adaptar alguma coisa pro cego poder
entender melhor. Não é só o vidente que está assistindo ao jornal, o cego também está ouvindo. [...] Podia programar uma coisa melhor pra gente.” Rosani
prontamente concordou. “Eu acho que tem imagens que mereciam ser descritas. Elas podem ser muito fundamentais pra que a gente dimensione melhor as notícias.” A jornalista
também lembrou que, naquela edição, o JN chegou a falar que a notícia estava disponível no site, sem enunciar tal endereço eletrônico. Dilma confirmou que não gosta das
notícias do modo como são, “porque você vê mais complicações do que soluções.”
Conclusões
No trabalho empírico, observou-se que a imagem tanto pode atrair quanto distrair, dependendo do interesse do receptor e do modo como o emissor a apresenta. Verificou-se
que ela transmite, por vezes, informações adicionais, mas, no geral, a recepção do telejornal pareceu estar mais ancorada na força da palavra, ou seja, o texto pode
informar mais que a imagem no noticiário de TV, enquanto a imagem pode atrair mais, por si mesma, e ser interpretada conforme o caminho pelo qual o texto do repórter
conduzirá o entendimento da audiência. Portanto, a imagem não deve ser supervalorizada, mas também não é dispensável – sua ausência faz falta no pleno entendimento do
fato televisionado, à medida que pode conter informações adicionais, complementares, inacessíveis a pessoas com deficiência visual.
Sem dúvidas, é possível que os telejornais em geral sejam mais bem compreendidos pelos cegos. Não se defende aqui que todas as imagens fossem descritas no JN, até porque
a própria característica da TV e, em especial, do formato telejornalístico preconiza o ritmo dinâmico e a relação harmônica entre áudio e vídeo. O que se sustenta é que
há imagens que mereciam ser mais bem explicitadas, não apenas para contemplar o público formado por cegos, mas, também, o que é composto por videntes que, por vezes, não
percebem toda a carga de informações importantes que determinadas imagens podem veicular. Também não se sugere que o JN e os demais telejornais devessem pronunciar o nome
e profissão de todas as fontes, já que os créditos têm essa função auxiliar, até devido ao tempo limitado do telejornal.
Então, o ideal, conforme acentuado por cegos como Luiz Carlos e Rosani, seria, de fato, disponibilizar a opção da audiodescrição, pela narrativa oral, sucinta e objetiva
com as informações relevantes de cenas, cenários e imagens, que poderia ser transmitida, no caso de atrações televisivas, pelo programa secundário de áudio (SAP). Esse
recurso, utilizado desde 1995 em outros países (como Alemanha e Reino Unido), pode ser ouvido apenas por aqueles que necessitarem dele, não causando transtorno aos demais
espectadores. Com a audiodescrição, não apenas cegos seriam beneficiados,
mas, também, analfabetos, pessoas com dislexia ou com dificuldades cognitivas que as impedem de ler o texto escrito no vídeo. Para a implementação do recurso, estima-se
que o custo seria baixo, envolvendo basicamente a formação de locutores.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chegou a elaborar um projeto de norma de acessibilidade na televisão que prevê a utilização do SAP para assegurar o
recurso aos cegos, além de o Decreto Federal 5296/2004 definir, em seu artigo 52, que “caberá ao Poder Público incentivar a oferta de aparelhos de televisão equipados com
recursos tecnológicos que permitam sua utilização de modo a garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva ou visual”. Entre tais
recursos de inclusão, estão: circuito de decodificação de legenda oculta; recurso para SAP; entradas para fones de ouvido com ou sem fio. Entretanto, uma portaria do
Ministério das Comunicações, que dava prazo para as TVs abertas das cidades com mais de 1 milhão de habitantes inserirem duas horas de programas audiodescritos por dia na
programação, foi derrubada em 15 de outubro de 2008, sendo que a discussão entre engenheiros de emissores televisivas e técnicos do Ministério perpassava a viabilidade
técnica da implementação da audiodescrição na TV aberta e a disponibilidade de profissionais capacitados no mercado.
Ressalta-se que a ampliação dos recursos de acessibilidade para pessoas com limitações sensoriais é importante para sua real inclusão social e cultural. Tanto é que os
próprios cegos expuseram suas dificuldades em acompanhar o telejornal. Realmente, a audiência formada por cegos não possui, por parte da televisão aberta atual, uma
programação inclusiva, nem uma que ao menos tenta ser. A mídia televisiva, em especial o formato de telejornal, acaba contribuindo, de certa forma, para a chamada
produção social da marginalidade, à medida que não busca promover ações de inclusão desse público. Por fim, pontua-se que a ideia semântica de deficiência, doença e
anormalidade aponta para a construção social sobre a noção de eficiência e normalidade em certa sociedade, num dado momento histórico, de modo que certos mecanismos de
exclusão dos deficientes não são necessariamente perenes – antes, podem e devem ser revertidos, em prol de uma sociedade de fato mais democrática e cidadã.
Referências
Livros
-
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BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: teoria e metodologia. São Bernardo do Campo: UMESP, 2004.
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BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação. 7 ed. São Paulo: Brasilense, 1992.
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CURADO, Olga. A notícia na TV: o dia-a-dia de quem faz telejornalismo. São Paulo: Alegro, 2002.
-
DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (Orgs.) Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
-
LAZAR, Judith. Escola, comunicação, televisão. Portugal: Rés, 1987.
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MACHADO, Marcello Pereira. Duas janelas abertas: uma análise sobre a recepção de telejornal por cegos. 2009. 190 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Comunicação Social) – Faculdade de Comunicação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.
-
MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão: a vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna, 1988.
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MARCONDES FILHO, Ciro. Comunicação e Jornalismo: a saga dos cães perdidos. 2. ed. São Paulo: Hacker, 2002.
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MARQUES, Luciana Pacheco; MARQUES, Carlos Alberto (Orgs.) (Re)significando o outro. Juiz de Fora: UFJF, 2008.
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PASCARETTA JÚNIOR, Vicente. A cegueira na humanidade: do mecanismo da visão à catarata. Recife: Liceu, 2008.
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PATERNOSTRO, Vera Iris. O texto na TV: manual de telejornalismo. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
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TOLEDO, Luciane Andréia. A imagem no telejornalismo: uma tele-visão de mundo. 2001. 156 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Social) – Faculdade de
Comunicação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2001.
Capítulos de livros
-
KUCINSKI, Bernardo. Mídia da exclusão. In: KUCINSKI, Bernardo. A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1998.
-
MELO, José Marques de; SATHLER, Luciano. Apresentação. In: MELO, José Marques de; SATHLER, Luciano (Orgs.). Direitos à comunicação na sociedade da informação. São
Bernardo do Campo: UMESP, 2005.
Artigos de periódicos
NOBRE, Luciane Aparecida. Personagens cegas na literatura brasileira: estereótipo e símbolo. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro: DDI, dez. 2007/mar. 2008, n.38,
pp.18-27.
Notas
1 Marcello Machado. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF-MG). Email: marcelloacesso@yahoo.com.br.
2 Segundo a mitologia grega, Tirésias foi um adivinho tebano que teria sido transformado em cego pela deusa Hera, por ter dado a ela uma resposta que a desagradou durante
uma discussão. Em compensação, Zeus teria dado a ele o privilégio de viver muitas existências e de ter o dom da profecia.
3 Esse trabalho prático (grupo focal), realizado no segundo semestre de 2009, deu origem, na ocasião, ao trabalho de conclusão de curso do autor (MACHADO, 2009),
orientado pelo professor Ms. Álvaro Americano.
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Fonte: CONFIBERCOM - Confederación Iberoamericana de Asociaciones Científicas y Académicas de la Comunicación
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7.Jan.2013
publicado
por
MJA
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