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 SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL

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Orientações para Professores de Estudantes Cegos

Luzia Guacira dos Santos Silva


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Aula de Geografia na Perkins School
 
  • Compreenda que a pessoa cega não vive num mundo escuro e sombrio. Ela percebe coisas e ambientes e adquire informações através do tato, da audição, do paladar, do olfato, dos sentidos cinestésicos e dos sentidos vestibulares.

  • Utilize materiais com diferentes texturas na elaboração de material didático e estimule todos os sentidos do seu aluno cego, através de diferentes atividades.

  • Indique as distâncias dos objetos e coisas em metros, quando houver necessidade. Pode dizer, por exemplo: “A estante está a uns 2 metros à sua frente.

  • Ao orientar ao seu aluno cego que direções seguir, faça-o do modo mais claro possível: diga “à direita”, “à esquerda”, “acima”, “abaixo”, “para a frente” ou “para trás”, de acordo com o caminho que ele necessite percorrer ou voltar-se. Nunca use termos como “ali”, “lá”.

  • Fale sempre diretamente ao seu aluno cego, e nunca por intermédio de seus colegas ou acompanhante. A pessoa cega pode ouvir tão bem, ou melhor, que você. Não evite as palavras “veja”, “olhe” e “cego”; use-as sem receio. Todas as pessoas cegas as utilizam no seu cotidiano.

  • Avise os instrutores, guias e anfitriões, nas atividades de campo, que na turma há um aluno cego e pergunte se há possibilidade de o mesmo tatear os objetos em conhecimento, caso necessário.

  • Nunca exclua o aluno cego de participar plenamente das atividades de campo e sociais, nem procure minimizar tal participação. A cegueira não se constitui em problema para tais atividades. Permita que o aluno decida como participar.

  • Proporcione ao aluno cego a chance de ter sucesso ou de falhar, tal como outra pessoa que tem visão.

  • Busque estratégias diferenciadas para o trabalho com seus alunos, viabilizando a imaginação, a criatividade e outros canais de percepção e expressão (tátil, auditiva, olfativa, gustativa, cinestésica e vestibular), além da reflexão, da manipulação e exploração dos objetos de conhecimento.

  • Possibilite diferentes instrumentos de avaliação, tais como: prova em braille, prova oral, apresentação de seminários, portfólios também para o aluno cego.

  • Permita, durante as aulas, o uso do gravador, da máquina de escrever braille, de computador com programas sintetizadores de voz e ledores de texto.

  • Promova atividades colaborativas entre os alunos, tais como as que podem ser desenvolvidas em dupla, que possibilitam ao aluno cego ter, em seu colega, um escriba e ledor.

  • Verbalize todos os procedimentos desenvolvidos, transmitindo com clareza os conteúdos de forma fácil e audível.

  • Desenvolva, sistematicamente, a percepção tátil dos alunos com cegueira, pois ela é essencial para que os cegos cheguem a desenvolver a capacidade de organizar, transferir e abstrair conceitos.

  • Dê mais tempo para o aluno cumprir suas tarefas e diminua o número de exercícios e/ou textos, caso seja necessário.


Além das ações descritas acima, é muito importante que o (a) docente: Sempre que for possível, disponibilize ao estudante cego os textos em formato digital bem como os slides e filmes utilizados durante a aula para que, através dos recursos de Tecnologia Assistiva, este estudante tenha mais acessibilidade ao conteúdo trabalhado.

Solicite à turma a compreensão de que é necessário o respeito da fala dos colegas, de modo que o estudante com cegueira possa ouvir, com clareza, a contribuição de todos.

Compreenda que o excesso de ruídos na sala provoca incômodo ao discente cego, pois o mesmo se utiliza muito da via auditiva para a apreensão do contexto.

Em atividades de campo, solicite a um estudante que faça a orientação ao discente de modo a favorecer a sua mobilidade.

Nas aulas práticas utilize a descrição do experimento realizado e, quando possível, possibilite a exploração tátil-olfativa do material utilizado, desde que não ofereça riscos à segurança do estudante.

Quando da utilização de vídeos e/ou documentários, possibilite a audiodescrição feita pelos pares do estudante cego.

 

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excerto da obra
"Orientações para atuação pedagógica junto a alunos com deficiência: intelectual, auditiva, visual, física"
Luzia Guacira dos Santos Silva
Natal: WP Editora, 2010.
in NUPI 
 

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23.Out.2021
Maria José Alegre