Aula de Geografia na
Perkins School
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Compreenda que a pessoa cega não vive num mundo escuro e sombrio. Ela percebe
coisas e ambientes e adquire informações através do tato, da audição, do
paladar, do
olfato, dos sentidos cinestésicos e dos sentidos vestibulares.
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Utilize materiais com diferentes texturas na elaboração de material didático e
estimule
todos os sentidos do seu aluno cego, através de diferentes atividades.
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Indique as distâncias dos objetos e coisas em metros, quando houver
necessidade.
Pode dizer, por exemplo: “A estante está a uns 2 metros à sua frente.
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Ao orientar ao seu aluno cego que direções seguir, faça-o do modo mais claro
possível:
diga “à direita”, “à esquerda”, “acima”, “abaixo”, “para
a frente” ou “para trás”,
de acordo
com o caminho que ele necessite percorrer ou voltar-se. Nunca use termos como
“ali”,
“lá”.
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Fale sempre diretamente ao seu aluno cego, e nunca por intermédio de seus
colegas
ou acompanhante. A pessoa cega pode ouvir tão bem, ou melhor, que você. Não
evite
as palavras “veja”, “olhe” e “cego”; use-as sem receio. Todas as pessoas cegas
as
utilizam no seu cotidiano.
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Avise os instrutores, guias e anfitriões, nas atividades de campo, que na
turma há um
aluno cego e pergunte se há possibilidade de o mesmo tatear os objetos em
conhecimento, caso necessário.
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Nunca exclua o aluno cego de participar plenamente das atividades de campo e
sociais, nem procure minimizar tal participação. A cegueira não se constitui em
problema para tais atividades. Permita que o aluno decida como participar.
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Proporcione ao aluno cego a chance de ter sucesso ou de falhar, tal como outra
pessoa que tem visão.
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Busque estratégias diferenciadas para o trabalho com seus alunos, viabilizando
a
imaginação, a criatividade e outros canais de percepção e expressão (tátil,
auditiva,
olfativa, gustativa, cinestésica e vestibular), além da reflexão, da manipulação
e
exploração dos objetos de conhecimento.
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Possibilite diferentes instrumentos de avaliação, tais como: prova em braille,
prova oral,
apresentação de seminários, portfólios também para o aluno cego.
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Permita, durante as aulas, o uso do gravador, da máquina de escrever braille,
de
computador com programas sintetizadores de voz e ledores de texto.
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Promova atividades colaborativas entre os alunos, tais como as que podem ser
desenvolvidas em dupla, que possibilitam ao aluno cego ter, em seu colega, um
escriba e ledor.
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Verbalize todos os procedimentos desenvolvidos, transmitindo com clareza os
conteúdos de forma fácil e audível.
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Desenvolva, sistematicamente, a percepção tátil dos alunos com cegueira, pois
ela é
essencial para que os cegos cheguem a desenvolver a capacidade de organizar,
transferir e abstrair conceitos.
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Dê mais tempo para o aluno cumprir suas tarefas e diminua o número de
exercícios
e/ou textos, caso seja necessário.
Além das ações descritas acima, é muito importante que o (a) docente:
Sempre que for possível, disponibilize ao estudante cego os
textos em formato digital bem como os slides e filmes utilizados
durante a aula para que, através dos recursos de Tecnologia
Assistiva, este estudante tenha mais acessibilidade ao conteúdo
trabalhado.
Solicite à turma a compreensão de que é necessário o respeito da
fala dos colegas, de modo que o estudante com cegueira possa
ouvir, com clareza, a contribuição de todos.
Compreenda que o excesso de ruídos na sala provoca incômodo
ao discente cego, pois o mesmo se utiliza muito da via auditiva
para a apreensão do contexto.
Em atividades de campo, solicite a um estudante que faça a
orientação ao discente de modo a favorecer a sua mobilidade.
Nas aulas práticas utilize a descrição do experimento realizado e,
quando possível, possibilite a exploração tátil-olfativa do material
utilizado, desde que não ofereça riscos à segurança do
estudante.
Quando da utilização de vídeos e/ou documentários, possibilite a
audiodescrição feita pelos pares do estudante cego.
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excerto da obra
"Orientações para atuação pedagógica junto a alunos com
deficiência: intelectual, auditiva, visual, física"
Luzia Guacira dos Santos Silva
Natal: WP
Editora, 2010.
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