
Repasto frugal - Picasso, 1904
CONSEQUÊNCIAS DEVIDO A FALTA DA VISÃO
Tanto as pessoas que são cegas de causa congênita quanto as que adquirem a
cegueira ao longo da vida são privadas de oportunidades relacionadas à sociedade
de
um modo geral. No entanto, a cegueira de forma adquirida força o rompimento da
pessoa com hábitos que já estava adaptado como: comunicação, mobilidade,
trabalho
e lazer (ALMEIDA; ARAÚJO, 2013).
É um processo de adaptação que se torna conflituoso, podendo causar sérias
dificuldades, gerando traumas e exigindo adaptação social, muitas vezes, requer
apoio psicológico. Ademais, quando o indivíduo se torna cego gradualmente, o
dano
psicológico pode ser menos grave, pois há um tempo para a adaptação, mas o apoio
profissional ainda pode ser necessário (FELICETTI et al., 2016).
A seguir, algumas consequências comuns devido a perda da visão de acordo com o
autor (GUEDES; PINTO, 2012):
-
Perda do “campo visual” (olha para algo que não se encontra mais ali –
silêncio visual);
-
Perda da integridade física (o indivíduo sente-se mutilado, está diferente do
que
era anteriormente e diferente dos que o cercam);
-
Perda do contato real com o meio ambiente (perdendo assim um vínculo com a
realidade);
-
Perda das habilidades básicas (capacidade de andar; estando só é observado,
estando com outras pessoas sente-se isolado);
-
Perda das técnicas da vida diária (passa por repetidos fracassos nessas
atividades
que nunca o deixam esquecer que está cego). Por exemplo: comer, beber,
conservarse limpo e arrumado, despir-se à noite e vestir-se pela manhã,
barbear-se, maquiarse, higiene pessoal, distinguir a pasta de dente do creme de
barbear, controlar as
contas, preencher cheques, contar dinheiro, localizar objetos que deixa cair,
comer
em restaurante etc.). Tais perdas obrigam o deficiente visual a depender, em
maior
grau, das outras pessoas, restringindo severamente sua autonomia.
ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA PERANTE A PERDA DA VISÃO
O indivíduo cego apreende o mundo por
meio dos sentidos (tato, olfato, paladar,
audição) e por meio do que lhe é repassado
através da fala de pessoas videntes (que
possuem visão normal). Dito isto, é
justificável quando esses indivíduos se
expressam com falas pouco compreensível ou
não compreensível (DIAS; PEREIRA, 2008).
Segundo Almeida e Araújo (2013), o
indivíduo cego, principalmente quando se é por causa adquirida necessita fazer
ajustes pelo o que lhe é repassado através da verbalização e o que já conhece
por
meio de sua própria percepção. Em suma, a pessoa que possui cegueira tem uma
percepção da realidade diferente da pessoa que tem a visão normal.
O deficiente visual possui o desafio
de executar as tarefas do dia a dia sem o
sentido da visão. Para isso, os demais
sentidos são explorados para que os
auxiliem nas tarefas do dia. O conjunto de
tarefas que são realizadas durante o dia se
chama Atividades da Vida Diária (AVD’s),
são as atividades que as pessoas precisam
realizar e visam o desenvolvimento pessoal
e social e, no caso das pessoas com
cegueira, são atividades que exigem atenção
e concentração (DIAS; PEREIRA, 2008).
Assim sendo, as AVD’s são tarefas básicas de autocuidado que envolvem:
realizar a higiene pessoal, trocar de roupa, organizar a casa, cozinhar e se
alimentar,
por exemplo (LUPETINA et al., 2017).
A cegueira ou baixa visão não deve ser analisada como um obstáculo para a
realização dessas tarefas, a adaptação é adquirida pela prática e, assim, há o
aperfeiçoamento. O importante é que o indivíduo não tenha receio ao pedir ajuda
à
uma pessoa com visão normal quando sentir necessidade (FELICETTI et al., 2016).
Dentre as AVD’s que mais
impactam o cotidiano dos deficientes
visuais, estão as atividades
relacionadas à alimentação. Segundo
o Guia Alimentar para a População
Brasileira (2014), a alimentação
adequada e saudável é um direito
humano básico, deve estar acessível
fisicamente e financeiramente, de
acordo com aspectos sociais e biológicos. É um dos componentes importantes da
qualidade de vida do ser humano que está relacionado diretamente com a saúde.
É preciso que as práticas dessas atividades sejam iniciadas o mais
precocemente possível para que as pessoas possam obter autonomia e independência
rapidamente. Familiares e pessoas próximas podem auxiliar conhecendo as
peculiaridades da deficiência visual, e a forma como eles se relacionam e
percebem
o meio, observando a melhor forma de lhes guiarem a lidar com as diversas
atividades
do dia (FELICETTI et al., 2016).
IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL NUTRICIONISTA NA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE
DEFICIENTES VISUAIS
Os deficientes visuais necessitam utilizar os demais sentidos para compensar a
falta ou dificuldade de usar por completo as funções visuais. Portanto, faz-se
necessário que lhes sejam oferecidas todas as oportunidades para que
desenvolvam habilidades através dos demais sentidos sensoriais (COSTA, 2010).
Para isso, é necessário que profissionais capacitados possam tornar essas
pessoas cada vez mais independentes no que tange as tarefas que precisam
realizar
na sociedade em que vivem (COSTA, 2010).
Conforme a Resolução Cfn nº 599, de 25 de Fevereiro de 2018, de acordo
com os Princípios Fundamentais do Conselho Federal de Nutricionistas Código de
Ética e de Conduta do Nutricionista Art. 38: “É dever do nutricionista adequar
condutas e práticas profissionais às necessidades dos indivíduos, coletividades
e
serviços visando à promoção da saúde”. Nesse sentido, de acordo com o presente
artigo o nutricionista pode desenvolver a partir dos conhecimentos adquiridos
sobre
o público alvo e traçar estratégias para a garantia e promoção da saúde
adequada.
Para que esse público tenha resultados positivos em relação as tarefas
relacionadas à alimentação, o profissional nutricionista deve explorar diversos
momentos e situações distintas, fazendo o indivíduo experimentar a identificação
dos sons ao cozinhar, os diferentes odores, sabores e tipos de texturas dos
alimentos. A partir disso, cada pessoa irá desenvolver as habilidades a partir
da própria independência, com dificuldades ou facilidades distintas (LUIZ et
al., 2015; MARQUES, 2016).
As atividades devem ser inseridas de forma gradual, aprimorando as
atividades conforme as próprias habilidades e necessidades. Isso desenvolverá,
com
intervenção adequada, com o auxílio do profissional e familiares, o
reconhecimento
do indivíduo como ser inteiro e capaz de realizar as atividades da vida diária
com
autonomia, se sentindo parte da sociedade em que vive (FELICETTI et al., 2016).
TÉCNICAS NO ATENDIMENTO NUTRICIONAL
O Conselho Federal de Nutricionistas-Resolução Cfn n°380/2005 estabelece
que o profissional deve desenvolver algumas atividades, dentre elas estão:
“orientar
o cliente e/ou familiares/responsáveis, quanto às técnicas higiênicas e
dietéticas,
relativas ao plano de dieta estabelecido e promover educação alimentar e
nutricional”.
É importante o profissional reconhecer o perfil do indivíduo, bem como quais
são as principais dificuldades que possuem sobre o assunto e, principalmente, se
têm o incentivo da família, pois como foi dito, cada indivíduo possui uma
dificuldade
distinta (Res. CFN 417/2008; BRASIL, 2013).
Dado isso, o profissional irá desenvolver essas atividades através da avaliação
nutricional que consiste numa estratégia importante para o rastreamento das
condições de saúde dos indivíduos. Todo profissional nutricionista deve saber
interpretar a avaliação para indicar a melhor referência da situação analisados.
Compreende-se que a avaliação nutricional consiste na análise de dados
antropométricos, bioquímicos, clínicos, consumo alimentar, entre outros (BRASIL,
2013).
No atendimento nutricional, no primeiro contato pessoal algumas situações devem
ser frisadas:
-
Caso a pessoa esteja acompanhada, não deve se referir ao acompanhante, o
deficiente visual consegue ouvir normalmente;
-
Deve-se usar o tom normal de voz. Às vezes, sem perceber, as pessoas aumentam
o tom de voz para falar com os Deficientes Visuais;
-
Se o DV estiver só, ele deve ser conduzido pelo braço ou fazê-lo segurar o
ombro
do guia até o local que irá sentar;
-
Se o DV não estiver atento à conversa, um leve toque no braço da pessoa
auxilia
para evidenciar que está falando com ele;
-
A pessoa deve ser informada caso fique sozinha para que não fale sozinha;
-
Para medir ou pesar a pessoa, assim como com indivíduos de visão normal, deve
ser
especificado o que o profissional irá fazer. Por exemplo, se for pesar, deve ser
guiado até a balança, fazê-lo sentir onde está localizada e ajuda-lo a subir, se
for
usar o adipômetro, explicar-lhe que irá sentir um leve incômodo e dizer
detalhadamente as posições que deve fazer guiando com o toque (PROPPI/UFF 2012).
Perguntas que o profissional pode aplicar nos atendimentos nutricionais:
-
Primeiramente, o profissional deve observar o perfil da pessoa, deve-lhe
perguntar se possui cegueira de causa adquirida ou congênita, pois
geralmente, a pessoa que é DV de causa congênita possui certa independência
em relação as AVD’s, pois se adaptaram as situações desde o nascimento. Já
DV com causa adquirida, dependendo do tempo que ela se tornou deficiente,
precisa se adaptar as situações.
-
O profissional precisa também, investigar se o indivíduo já gosta de cozinhar,
se tem ou já teve algum contato com as atividades que envolvem a
alimentação, se ele se serve ao sentar-se à mesa; se reconhece o alimento
quando está estragado ou quando está maduro, caso contrário, deve-lhe
ressaltar os benefícios de tais práticas, explorar as técnicas de iniciação na
prática alimentar em cada encontro, como cortar, comprar, reconhecer os
alimentos e utilizar o fogão, por exemplo.
-
Se a pessoa consegue reconhecer alimentos através dos sentidos sensoriais,
ou seja, somente ao sentir o cheiro, toque ou sabor, para que o profissional
perceba se a pessoa possui alguma dificuldade.
-
Uma característica importante é saber se a pessoa possui o apoio da família,
se não, investigar o porquê, se teve algum evento que influenciou nesse
acontecimento? Deve-se conversar com as pessoas próximas e lhes explicar
que é importante para o indivíduo realizar essas atividades e que com o apoio
deles, isso se torna mais fácil, além de torná-los independentes.
(BRASIL, 2014; MARQUES, 2016).
É importante ressaltar que o profissional no ambiente do consultório se torna
limitado quanto as realizações das técnicas, pois a maior parte do
desenvolvimento
do indivíduo é no ambiente da cozinha e irá depender dele próprio e do auxílio
de
pessoas próximas para evoluir através da prática e do tempo.~Contudo, algumas técnicas a seguir podem ser utilizadas presencialmente e
serem utilizadas nos consecutivos encontros entre o profissional e o paciente:
-
Deve-se fazê-lo sentir ao toque, manuseando os diversos tipos de medidas
caseiras, como xicaras (de chá e café) e talhes, por exemplo.
(MARQUES, 2016).
-
Separar em saquinhos a quantidade de açúcar e de sal encontrados nos alimentos
ultraprocessados, ex: bolacha recheada, salgadinho de milho e refrigerante. A
estratégia é fazê-lo sentir com o tato e, ao mesmo tempo, lhe explicando sobre
os
malefícios desses alimentos e os benefícios dos alimentos naturais.
-
Mostrar-lhe a diferença do sabor entre os alimentos naturais e os industriais,
ex: fazer o indivíduo saborear um suco de laranja natural e um suco de laranja
industrial. A estratégia é fazê-lo diferenciar os sabores e reconhecê-los
somente
com o sabor e com o odor transmitido, explicando que a diferença dos sabores e
do
odor advém dos corantes e conservantes utilizados nos sucos industriais.
-
O profissional pode levar algumas frutas, que estão de vez, maduras, e passadas
do ponto, (comparar frutas iguais) e fazê-lo descrever quais estados estão. É
importante o profissional apresentar-lhe frutas regionais (BRASIL, 2014;
MARQUES,
2016).
A seguir está uma série de técnicas que o profissional nutricionista pode
trabalhar com o deficiente visual em diversos encontros durante as consultas.
Essas
técnicas evidenciam como utilizar dos sentidos sensoriais para tornar este
público
independente em relação as atividades que envolvem a alimentação saudável.
A audição no ato de cozinhar pode ser
aguçada estimulando o deficiente visual a
distinguir diversos tipos de sons, por exemplo,
os talheres, copos, pratos, torneira aberta,
som de algum alimento sendo frito, chama
acesa do fogão, o barulho do líquido fervendo,
o preparo da pipoca, ponto de preparo do
arroz, som da panela de pressão ou o líquido
enchendo o recipiente (BIZERRA et al., 2012;
MARQUES 2016).
TÉCNICAS PARA AUXILIAR O DEFICIENTE NA PRÁTICA DE COZINHAR:
A utilização dos
sentidos sensoriais na Educação Alimentar e Nutricional
AUDIÇÃO
É de grande valia que o indivíduo seja capaz de encher um copo com
líquido sem derramá-lo, apenas utilizando-se da audição. Oferecer ao deficiente visual a maior variedade possível de
alimentos, para diferenciar os
diversos tipos de tamanhos e
texturas: grosso, fino, pequeno,
grande, liso, rugoso, macio, áspero,
etc.
-
Fazer com que o indivíduo perceba
as várias sensações térmicas:
quente, frio, morno, gelado e temperatura ambiente, podendo colocar a mão da
pessoa em copos com água nessas temperaturas para sentir.
-
Quando o deficiente visual realiza as atividades de manipulação de alimento,
necessita utilizar constantemente esse sentindo não só na manipulação inicial
(cortar
e temperar), mas também para saber a posição do alimento na cocção e se está no
ponto certo de preparo, ou seja, em alguns casos, o indivíduo precisa tocar no
alimento em processo de cocção.
-
Proporcionar condições para que possa identificar a consistência de alimentos
crus
e cozidos, das frutas e legumes antes e após o amadurecimento (quando a fruta ou
legume estiver mole, ou seja, o dedo afunda no alimento com muita facilidade,
indica
que está passado do ponto).
-
A mão livre pode reconhecer a borda do copo para que o líquido seja servido no
centro.
A pessoa deve começar a colocar o próprio café, açúcar e leite na própria
xícara,
bem como cortar o próprio pão, passar a manteiga ou geleia na torrada (essas
situações fazem o indivíduo obter maior noção de medidas caseira, por exemplo).
TATO
-
Ao cortar uma fruta, legume ou
verdura é necessário o
acompanhante auxiliar o deficiente
visual no ato de cortar. É importante
ensiná-lo a usar o dedo maior como
referência para não cortar os outros
dedos e também para saber o
tamanho do corte (com a mão deve
guiar o deficiente e cortar junto até
a pessoa adquirir segurança ao
cortar sozinha). Os cortes devem ser
feitos lentamente.
-
Para descascar os alimentos é importante a pessoa sentir a textura do alimento
antes e depois para identificar se está totalmente descascado (ex: a batata e a
cenoura possuem a superfície áspera quando está na forma natural, porém
descascadas, tornam-se lisas), (MAGALHÃES, 2014; MARQUES 2016).
OLFATO
Segundo Marques (2016), o olfato auxilia no
reconhecimento do alimento, bem como é um
aliado para identificar em que ponto está a
preparação (se está queimado, cozido ou cru,
por exemplo).
-
O indivíduo deve ser capaz de identificar
vários alimentos pelo cheiro (odor).
Exemplos: odores fortes e mais suaves de
alimentos: frutas, carnes, café, cebola, alho,
etc. Bem como identificar alimentos com
odores naturais e passados do ponto, como
mostra a figura ao lado).
-
Deve-se ter cuidado com o vapor ao aproximar o rosto do alimento no fogo para
evitar queimaduras.
Dica: uma técnica interessante que o nutricionista pode utilizar no
atendimento é apresentar ao indivíduo dois alimentos da mesma origem,
um ultraprocessado e outro in natura, ex: suco de laranja. O suco
ultraprocessado possui o cheiro mais intenso, a partir disso, pode-se
ressaltar que essa característica advém dos conservantes e corantes
contidos nesse alimento, ressaltando também, os malefícios à saúde.
Como o sentido do olfato satura-se rapidamente, deve-se ter o cuidado
de não realizar exercícios muito prolongados.
PALADAR
Permitir que a pessoa experimente
alimentos com os principais sabores:
amargo, doce, azedo, salgado, picante, não
havendo necessidade de deglutí-los. Cada
indivíduo tem um gosto preferencial, mas
é importante que a pessoa consiga
identificá-los.
-
Na manipulação do alimento, esse sentido
também é essencial, assim como para
pessoas com visão normal, os deficientes
visuais necessitam utilizar o paladar para
sentir o gosto do alimento ao ser adicionado os temperos e para saber o ponto
que o
alimento está (cru ou cozido).
-
Para as preparações com líquido, como suco, o paladar auxilia a saber se o
mesmo
se encontra amargo ou doce (MAGALHÃES, 2014; MARQUES, 2016).
TÉCNICAS PARA AUXILIAR O DEFICIENTE VISUAL NO AMBIENTE DA COZINHA
Os mantimentos e utensílios devem ser guardados sempre no mesmo lugar
e sempre nas mesmas ordens; Ingredientes devem ser posicionados e
deixados em sequência na bancada e se possível, também podem ser
identificados com a escrita em braile (MARQUES, 2016).
Para usar o fogão é preciso estender as mãos à frente para detectar,
através do calor, a “boca” acesa, em conjunto com a audição para ouvir o
barulho da chama acesa (MARQUES, 2016).
Para identificar as bordas das panelas é preciso usar uma colher. As
panelas do fogão devem estar sempre na mesma posição (MARQUES,
2016).
Alguns deficientes visuais possuem dificuldade para saber qual “boca” de fogão
estão ligando. Para isso, há uma técnica simples que pode ajudá-los - basta
cortar
alguns papéis de material resistente (E.V.A, por exemplo), em figuras que a
pessoa
consiga identificar ao toque, como quadrado, triângulo, círculo e retângulo. Em
seguida, deve-se colar na lateral do fogão em direção as respectivas “bocas” de
cada
botão (BRASIL, 2014; MAGALHÃES, 2014; MARQUES, 2016).
Veja o exemplo a seguir: O papel de E.V.A deve ser
colocado na lateral e embaixo
dos respectivos botões que
ascendem a “boca”. do fogão.
COMO FAZER COMPRAS DE ALIMENTOS FORA DE CASA
Na hora da compra de alimentos no
mercado é necessário que a pessoa vá com
um acompanhante, mas se a pessoa estiver
só, é preciso que seja disponibilizado um
funcionário no estabelecimento para
auxiliá-lo na escolha dos alimentos. Nesse
sentido, a pessoa escolhida para guiar
possui grande significância, pois o
acompanhante deve detalhar o máximo
possível do produto para a pessoa com
deficiência visual.
Poucos produtos que são conservados em caixas possuem a escrita em braile. Porém
existe o aplicativo chamado: “desrotulando” criado por nutricionistas e
fundamentado no Guia Alimentar que scaneia o rótulo dos produtos
industrializados e realiza uma breve avaliação sobre os componentes do alimento,
destacando os pontos positivos e negativos encontrados como: aditivos, corantes,
quantidade de açúcar adicionado e gordura, por exemplo. No final, é lançado uma
nota que pode variar de 0 a 100 com classificação de muito ruim a excelente.
Já nas compras de alimentos naturais é preciso que a pessoa utilize os
sentidos tato e olfato para saber a qualidade do mesmo. Por isso, é necessário
que
seja trabalhado com o indivíduo como ele pode reconhecer os alimentos.
O acompanhante deve ouvir atentamente o que a pessoa deseja como o tipo,
quantidade, tamanho, cheiro e marca dos alimentos. No final das compras deve ser
levado para o início da fila (CROITOR et al., 2010).
1ᵒ Enviar as orientações via e-mail para o paciente fazer a leitura através do
dispositivo eletrônico (celular ou outro meio de tecnologia) que contém o
aplicativo
para leitura em voz alta.
2ᵒ Se o paciente não possuir acesso ao dispositivo eletrônico, pedir que o
familiar ou
pessoa mais próxima o auxilie a fazer a leitura.
OBS: Desde que o nutricionista realize em consulta presencial a avaliação e o
diagnóstico de seus pacientes, bem como ao encaminhar plano alimentar/orientação
nutricional por meio digital, o profissional deve encontrar formas, presenciais
ou não,
de garantir que o que está sendo proposto será compreendido pelo paciente.
Curiosidade
Se o deficiente visual dispuser de um aparelho eletrônico,
pode utilizar o “TalkBack”, ele é pré-instalado no aparelho. Um recurso de
acessibilidade que ajuda pessoas com deficiência visual a selecionarem as
opções presentes em menus do smartphone sendo um suporte de voz para quem
tem baixa ou perda total de visão que pode ser útil para leitura. O
nutricionista dispõe de duas maneiras para repassar a
orientação nutricional para o paciente.
Considerações Finais
Assim sendo, espera-se que com este manual nutricional, o
profissional nutricionista possa usufruir dos conhecimentos aqui
adquiridos e utilizá-los para um atendimento nutricional qualificado,
podendo ser adaptado conforme a área de atuação do profissional,
contribuindo para a maior capacidade de autonomia e segurança
alimentar e nutricional para a promoção e manutenção da saúde das
pessoas com deficiência visual.
CONCLUSÃO
Durante as pesquisas percebeuse que existem poucas publicações acerca do tema
abordado, bem como achados de estudos com publicações mais antigas. Desse modo,
o
tema é relevante no sentido de propor uma nova inteligibilidade ao conhecimento
em
questão. Ademais, pretendese também, que os assuntos abordados possam colaborar
para
futuras pesquisas científicas acerca do tema proposto.
ϟ
excerto de
ELABORAÇÃO DE UM MANUAL TÉCNICO NUTRICIONAL PARA O
ATENDIMENTO DE INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
RENATA KAROLINE DA SILVA MEIRELES
Belém 2019
fonte:
https://bdm.ufpa.br:8443/
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