Joseph
P. Winnick

O desporto abre um vasto
campo de descobertas,
experiências e pesquisas
com relação a quase
todas as ciências
existentes na sociedade.
Reconhecendo a escassez
bibliográfica sobre o
assunto «actividade
desportiva para pessoas
portadoras de
deficiência visual», assim como o reduzido
numero de profissionais
da área, quer seja por
falta de interesse ou de
conhecimento especifico
gerador de estimulo
académico para esse fim,
fomos levados a
reflectir sobre
contribuições simples,
concretas, que
atingissem grande número
de profissionais da
área, expondo-lhes
práticas que pudessem
trazer subsídios que
revelassem a ampla
viabilidade da prática
de actividades motoras
desportivas por parte de
deficientes visuais.
Ao
realizar este trabalho
constatamos, que os
problemas que impedem os
deficientes visuais de
desenvolver actividades
motoras são de ordem
social e cultural e vão
desde o não cumprimento
de normas ou leis que os
amparam, até ao
desconhecimento do valor
e da prática dessas
actividades pelos
próprios deficientes
visuais.
Consciencializar os
deficientes visuais das
suas possibilidades,
revelar aos interessados
os passos por nós
analisados e que podem
ser seguidos para
obtenção de conquistas
no campo da realização e
desenvolvimento de
actividades desportivas
pelos deficientes
visuais, é o que
pretendemos ao
desenvolver este
trabalho. Portanto,
revelar, direccionar e
incentivar a prática de
vivência motora,
enquanto actividade
desportiva, para
deficientes visuais,
caracterizarão nossas
pretensões ao realizar
este trabalho. Nossa
meta é então realizar um
trabalho que auxilie e
incentive aqueles que se
dedicam ou pretendem se
dedicar ao preparo de
deficientes visuais no
campo da actividade
física, através de
actividades motoras
gerais e desportivas,
consciencializando-os ,
e aos próprios
deficientes visuais, da
possibilidade de grandes
conquistas nesse campo.
Num primeiro passo, para
que melhor e compreenda
os apontamentos que
delinearemos no decorrer
deste trabalho, faz-se
necessário, um
entendimento da
deficiência, definindo-a
e classificando-a de
maneira que possamos inter-relacioná-la com o
desenvolvimento da
actividade motora e
certos princípios
indicadores para a sua
aprendizagem. Em seguida
torna-se fundamental
reflectir sobre as
dificuldades comuns
enfrentadas pela pessoa
portadora de deficiência
visual na concepção dos
seus direitos e deveres.
Quando falamos de
pessoas com deficiência
visual incluem-se tanto
as pessoas cegas que não
vêem nada, ou apenas têm
uma ligeira percepção de
luz. Como deficientes
visuais, que seriam os
indivíduos que com a
maior correcção possível
podiam ver ou distinguir
embora com dificuldade,
alguns objectos a uma
distância muito curta.
No que diz respeito aos
direitos e deveres das
pessoas portadoras de
deficiências, a
abordagem actual,
chamada de "autonomia
pessoal" (Barr, 2004),
prima a garantia do
exercício dos direitos
de cada pessoa,
independentemente de
deficiência ou não. Com
esses parâmetros, o
problema reside no
ambiente e na sociedade
em que os recursos de
acessibilidade estão
habilitados. As pessoas
com deficiência visual
são, em primeiro lugar,
as pessoas e, como tal,
sujeito a plena
utilização e usufruição
de educação, emprego,
saúde, lazer, cultura e
desporto.Este grupo de pessoas
dentro do sistema
educacional actual, tem
os mesmos direitos que
qualquer outro estudante
para uma formação
abrangente, é um direito
que protege todos os
estudantes. Todos os
intervenientes no
processo educativo devem
ter como objectivo
permitir a participação
activa destes alunos
nestas aulas. No momento
em que exclui ou reduz a
participação activa da
criança na aula de
Educação Física, está a
ser negada uma fonte de
relacionamento e de
formação, que tem
direito.
1. Conceito de deficiência
Amaral (1996), ao
analisar a definição de
«deficiência» proposta
pela Organização Mundial
de Saúde em 1987,
considera como salto
qualitativo o
desmembramento desse
conceito em três
subconceitos:
deficiência (impairment),
incapacidade (disability)
e desvantagens (handicap).
Segundo a autora ,
«deficiência»
refere-se a uma perda ou
anormalidade de
estrutura ou função;
«incapacidade», à
restrição de actividades
em decorrência de uma
deficiência; e
«desvantagem», à
condição social de
prejuízo resultante de
deficiência e/ou
incapacidade. A autora
aborda, porém, a questão
da deficiência como um
fenómeno global,
distribuído em dois
subfenómenos:
deficiência primária,
que engloba os
subconceitos de
«deficiência» e
«incapacidade» da
Organização Mundial de
Saúde (OMS) e
deficiência secundaria,
relacionada ao
subconceito de
«desvantagem» da OMS.
Amaral considera que as
«deficiências» e «
incapacidades» existem,
não são apenas
socialmente construídas;
exemplos disso são o
olho lesado
(deficiência) e o não
ver (incapacidade), a
medula lesionada
(deficiência) e o não
andar (incapacidade).
Por outro lado, afirma
ela, a ideia de
«desvantagem» se
relaciona
predominantemente às
contingências sociais.
Sustenta, assim, que as
alterações no processo
de desenvolvimento da
pessoa com deficiência
se devem,
principalmente, aos
preconceitos,
estereótipos e estigma,
enfim, aos fenómenos
psicossociais
relacionados à questão
da deficiência e que
podem gerar deficiências
secundárias. Portanto,
estas aparecem como
consequência de um
processo inadequado de
educação e de incentivo
ao desenvolvimento da
pessoa com deficiências
primárias. Isso é
particularmente
observável no caso da
deficiência visual.
2. Conceito de Deficiência
Visual
Segundo Veitzman (2000),
muitas doenças oculares
crónicas causam um
deficit visual
permanente e
irreversível, afectando
a qualidade de vida do
paciente. A deficiência
visual abrange uma
situação de diminuição
da visão, mesmo após
tratamento clínico e/ou
cirúrgico e uso de
lentes convencionais.
A
autora faz distinções
entre definições de
vários termos usados na
deficiência visual,
colocando que a baixa
visão equivale a um
comprometimento
importante da função
visual, entretanto não
equivale à cegueira,
termo que só deve ser
usado quando o indivíduo
possui total ausência da
visão. Veitzman (2000)
também estuda, como
Amaral (1996), os
conceitos de
deficiência,
incapacidade e
desvantagem, segundo a
Classificação
Internacional das
Deficiências,
Incapacidades e
Desvantagens, elaborada
pela OMS, que define a
deficiência como toda
perda ou anormalidade de
uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica
ou anatómica. A referida
autora considera a
incapacidade como toda a
restrição ou falta
(devida a uma
deficiência) da
capacidade de realizar
uma actividade na forma
ou na medida em que se
considera normal para um
ser humano. E
desvantagem, para
Veitzman (2000), é uma
situação de menor
prontidão (capacidade)
do individuo, em função
da sua deficiência. A
autora afirma que um
novo paradigma foi
proposto em 1997 pela
OMS, ao representar a
Classificação
Internacional das
Deficiências,
Incapacidades e
Desvantagens com uma
nova conceituação, que
dá ênfase ao apoio,
capacidades, contextos
ambientais e
potencialidades do
individuo, em vez de
enfatizar sua
incapacidade e
limitações. Veitzman
(2000) define a
deficiência visual como
uma « disfunção (impairment)
com alterações
funcionais que incluem
as limitações de
acuidade visual, campo
visual, sensibilidade
aos contrastes e visão
de cores causadas por
uma doença ocular». O
critério usado por
Veitzman (2000) foi o
estabelecido para fins
epidemiológicos, segundo
a OMS, que determina que
a classificação da
funcionalidade da visão
de um individuo será obtida a
partir dos valores de
acuidade visual no
melhor olho, com a
melhor correcção óptica.
A autora afirma ainda
que a OMS classifica a
deficiência visual em
categorias, que
compreendem desde uma
perda visual leve até a
ausência total de visão.
E acrescenta: « A baixa
visão LEVE está
compreendida entre 20/60
a 20/80 pés; a MODERADA,
entre 20/80 e 20/160
pés; a SEVERA, entre
20/200 e 20/400 pés; e a
PROFUNDA entre 20/500 a
20/1000 pés. A cegueira,
para fins
epidemiológicos, está
compreendida na faixa de
acuidade visual inferior
a 20/400.»
3. A Deficiência Visual
― implicações frente à
aprendizagem motoraFaz sentido, para
complementar este
estudo, assegurarmo-nos
de alguns dados que nos
tragam informações
mínimas mas suficientes
e necessárias sobre a
«deficiência visual».
A deficiência, segundo a
Organização Mundial de
Saúde (OMS), define-se
como: «... uma anomalia
da estrutura ou da
aparência do corpo
humano e do
funcionamento de um órgão
ou sistema, seja qual
for sua causa; em
principio, a deficiência
constitui uma perturbação
de tipo orgânico» (in
Melo, 1991). Ora, certas
anomalias no sistema de
visão, resultam em
limitação ou
incapacidade para o
desempenho normal das
pessoas em função das
actividades directas e
indirectas, pois vivemos
num não só de
informações visuais mas
também de estímulos
visuais intensos.
Pode-se, então, definir
a Deficiência Visual
como «... um impedimento
total ou a diminuição da
capacidade visual
decorrente da imperfeição
no órgão ou no sistema
visual» (SE/CENP,
1993). Quanto às formas
de classificação da
Deficiência Visual,
variam conforme o
objectivo a que se
destinam, mas todas se
baseiam em elementos
clínicos. Essa analise é
fundamental para o nosso
trabalho, uma vez que ,
mesmo considerando a
proposta de aprendizagem
desportiva, aqui , num
prisma essencialmente
educacional, percebemos
que a classificação ao
nível educacional e
desportivo possui
interpretações
diferenciadas. Podendo,
considerar a Deficiência
Visual sob três
aspectos: Legal,
Educacional e
Desportivo. Legal: Tem,
principalmente, o
objectivo de oferecer
garantias ao Deficiente
quanto às
possibilidades de
formação, de trabalho,
etc., estabelecendo seus
direitos como cidadão. A
classificação de
deficientes, sob o
aspecto legal, varia de
acordo com a Constituição
do país. Educacional:
Sob o aspecto
educacional, a
classificação dos
Deficientes Visuais está
vinculada, de forma
genérica, à
alfabetização. São,
assim, classificados
como Cegos, aqueles que só poderão
ser alfabetizados
através do sistema
«Braille»; os
Sub-Normais, aqueles em
que o resíduo visual
possibilita a
aprendizagem a tinta.
Há, no entanto, casos em
que o resíduo visual é
tão restrito que se
torna necessária a
utilização de
«Braille». De lembrar
que a avaliação clínica
de acuidade visual, não
só serve como factor de
elegibilidade do aluno
ao atendimento
educacional
especializado, como
também possibilita a
determinação de outros
elementos
imprescindíveis para o
ensino, escolha de
estratégias e conteúdo
das aulas. Desportiva:
Tratando-se da
classificação sob o
aspecto desportivo, os
Deficientes Visuais são
classificados em: B-1,
B-2 e B-3 (B = blind = cego
ou deficiente visual),
com fundamento nas
regras da Internacional Blind Sport Associations
IBSA (1993). B-1:
nenhuma percepção de luz
em qualquer dos olhos,
até a percepção de luz,
mas incapacidade de
reconhecer o formato de
uma mão a qualquer distância
ou em qualquer direcção;
B-2: da capacidade de
reconhecer o formato de
uma mão até à acuidade
visual de 2/60 e/ou
campo visual menor que 5
graus. B-3: da acuidade
visual acima de 2/60 até
acuidade visual de 6/60
e/ou campo visual de
mais de 5 graus e menos
de 20 graus.
► Todos os
Deficientes Visuais,
considerando o melhor
olho, com a melhor
correcção, ou seja,
todos os atletas que
utilizam lentes de
contacto ou lentes
correctivas deverão usá-las para
enquadramento nas
classes, quer pretendam
competir usando-as, ou
não.O conhecimento das
classificações
enumeradas anteriormente
é imprescindível, uma
vez que determinará a
potencialidade de cada
Deficiente Visual e as
possibilidades de
progresso nas
actividades motoras
programadas, desde que
se empreguem estratégias
adequadas,
diferenciadas, conforme
a faixa de deficiência
em que se enquadra.
Segundo Hugonnier,
Clayette (1989), a
capacidade visual do
aluno abrange ainda: a
visão binocular, a visão
das cores; a adaptação às diferentes
luminosidades e a
capacidade de
resistência à ofuscação,
além da acuidade visual
(distância) e o campo
visual.A perda de visão
binocular implica em
perda da visão do relevo
e distúrbios na avaliação
das distâncias, o que
pode acarretar um trama
para atiradores,
arremessadores, etc., e
causar grandes
dificuldades para o
exercício de certas
actividades como : subir
degraus, saltar
obstáculos, alcançar
objectos (bolas, bastões
etc.), lançar objectos
em locais pré
determinados.
Importante, nestes
casos, é conhecer as
técnicas que podem levar
aquele que não tem ou
perdeu a visão binocular
a um processo de
adaptação, diante dos
obstáculos que a vida
colocou no seu caminho.
No adulto, segundo Huggonnier-Clayette
(1989), estima-se um
período de 1 a 18 meses
para que haja tal
adaptação. Ainda segundo
o mesmo autor, quanto
mais jovens, mais fácil
será a adaptação.
Exemplo: «um olho foi
perdido desde a infância
ou desde a 1.ª infância:
os distúrbios da visão
do relevo e da distância
estão praticamente
ausentes: a adaptação
produziu-se ao mesmo
tempo em que se
desenvolvia a própria
visão e a inteligência».
O conhecimento de tais
dados é muito importante
alertando-nos sobre a
necessidade de, uma vez
percebida a perda da
visão binocular ou monoftalmia, buscarmos
as melhores formas de
minimizar tal perda.
Também com relação aos
distúrbios da visão das
cores e os acometimentos
do sentido luminoso, é
preciso lembrar que as discromatopsias
congénitas, que vão da
ausência total da visão
das cores aos distúrbios
leves, como a anomalia
tipo Dalton
(daltonismo), necessitam
ser observadas com a
devida atenção, para que
os seus portadores sejam
introduzidos em
actividades concretas
com as suas
deficiências, para que
não se vejam
marginalizados e sintam
progresso no seu
desenvolvimento. Quanto
aos distúrbios do
sentido luminoso,
destacamos o albinismo
(sensibilidade excessiva
à luz) e a cegueira
nocturna (sensibilidade
à baixa luminosidade).
Também para os
portadores dessas
deficiências devem ser
criadas condições que não
os prejudiquem, mas que
lhes permitam o
exercício de actividades
motoras e
consequentemente de
desenvolvimento. Não se deve, por
exemplo, oferecer a um
albino, uma bola muito
clara, num campo muito
claro, sob um dia também
muito claro. Ou levar um
portador de cegueira
nocturna (hemeralopia) a
explorar materiais
escuros em locais de
fraca luminosidade.
Cuidados semelhantes
deverão ser dispensados
aos portadores de hipermetropia forte, em
que o olho é achatado
com base em diâmetros
menores que 3,5cm,
prejudicando a visão de
longe ou mesmo,
tratando-se de crianças,
para ver de perto. Estes
casos exigem também o
emprego de estratégias
especiais, tais como as
que não exigem
lançamentos distantes em
alvos estáticos e de
pouco destaque ou
recepção de materiais em
movimento rápido na
altura do rosto. A mesma
atenção, em suas devidas
proporções, deve ser
dada aos portadores de
miopia ( olho ovalado em
diâmetro maior que 3,5
cm) e o astigmatismo (
deformidade da córnea).
É bom lembrar ainda,
que a acuidade visual
atinge o seu nível de
desenvolvimento máximo
por volta dos quatro ou
cinco anos de idade, o
que nos leva a reflectir
sobre a importância das
actividades motoras
serem experimentadas e
integradas o mais cedo
possível, visto que
várias deficiências
visuais acentuam-se com
a idade. A Educação
Física pode, pois,
através de estratégias
adequadas, exercer um
papel importante no
desenvolvimento dos
deficientes visuais,
aproveitando ao máximo
os resíduos visuais de
que dispõe acrescentando
assim, à ideia de
actuarmos sobre as
potencialidades da
pessoa portadora de
deficiência, como nos
diz José Luiz Rodrigues
(1991). Não podemos
deixar de enfatizar,
entretanto, a importância
das medidas preventivas.
Sabe-se que: «... com
relação às regiões em
desenvolvimento, as
estimativas da cegueira
infantil é de uma para
três mil crianças, e de
uma para quinhentas
quando se trata de visão
Sub Normal. Calcula-se
que os dados estimados
poderiam ser reduzidos
pelo menos à metade, se
fossem conhecidas as
causas e tomadas as
medidas preventivas
eficientes.» (SE/CENP,
1993). Portanto, este
desenvolvimento do
Deficiente Visual deve
ser continuo, o que não
implica que será
crescente. É exemplo
lembramos que mesmo fora
de qualquer estado patológico como cita
Huggonnier-Clayette
(1989), «... a acuidade
visual diminui com a
idade, para atingir
fisiologicamente 6/10 em
torno dos oitenta anos»,
percentagem
oftalmológica esta mais
reduzida que o de uma
criança de 4 anos com
dentro dos padrões
considerados normais
(8/10), segundo o mesmo
autor. Porém, uma pessoa
com oitenta anos
normalmente possui um
melhor aproveitamento da
visão do que aquela
criança, retrato das
experiências adquiridas
e resguardadas pelos
outros resíduos visuais.
Experiência semelhante,
espera-se daqueles
alunos que perderam a
capacidade visual de
forma intensa e procuram
dar continuidade ao seu
desenvolvimento motor, o
que pode ser observado
pelo deslocamento seguro
desses alunos
Deficientes Visuais em
ginásios, escolas,
academias, ruas ou
vários locais a que,
inclusive, não
necessariamente estejam
habituados.
4. A Educação Física para
Deficientes Visuais
Grande parte das pessoas
com problemas visuais
têm tendência a não
desenvolver habilidades
essenciais à vida em
razão do comprometimento
na capacidade da visão,
afectando principalmente
as áreas de orientação e
mobilidade. É
importante lembrar que o
trauma da cegueira causa
inicialmente um
desequilíbrio emocional,
levando o indivíduo a
uma perda da consciência
corporal. Dentro do
processo de
desenvolvimento motor, a
«locomoção» segundo Cruickshank & Johnson
apud Seabra (1995, p.
08), «representa uma
das mais sérias
restrições impostas aos
deficientes visuais na
sua capacidade de mover
-se livremente no
espaço». A Educação
Física é uma das
disciplinas, que possui
condições de reverter
esta situação. De acordo
com Almeida (1995):
«A
Educação Física pode,
pois, através de
estratégias adequadas,
exercer papel importante
no desenvolvimento dos
deficientes visuais,
aproveitando ao máximo
os resíduos visuais de
que dispõe acrescentando
assim, à ideia de
actuarmos sobre as
dificuldades e também
sobre as potencialidades
da Pessoa Portadora de
Deficiência Visual.»
Almeida (1995, p 14).
A
Educação Física não só
pode, como deve
apresentar a estas
pessoas, o significado
de cada movimento, os
músculos e articulações
trabalhados e toda a
beleza contida em cada
gesto e em cada passo
dado. Devemos
mostrar-lhes que os seus
corpos presentes no
mundo são sensíveis e
inteligentes, sendo
estes capazes de
sobreviverem a todas as
dificuldades e
preconceitos impostos
por uma sociedade que
ainda não «visualiza»
as suas potencialidades.
Para Sacks (1995), a
pessoa cega pode
construir uma identidade
baseada no seu
«problema» fazendo uma
vida como qualquer outro
indivíduo na sociedade.
Para ele «... os cegos
podem, à sua maneira,
construir um mundo
completo e suficiente,
ter uma "identidade cega" completa e nenhum
sentimento de
incapacidade ou
inadequação, e que o "problema" da sua
cegueira e o desejo de
curá-la, por
conseguinte, é nosso e
não deles». A orientação
funcional da educação
motora tem como
objectivo principal,
fazer do corpo um
instrumento perfeito de
adaptação do indivíduo
ao seu meio físico e
social, não podendo
desconsiderar jamais as
condições de organização
do meio ambiente em que
vivem. Conforme
estabelece Locke e
Lambdin apontados por
Almeida (1995),: «o
confronto ― cooperação
entre aluno e meio,
conforme a sincronia das
conquistas, poderá
possibilitar espaços
para uma maior
participação do aluno e
inclusive maior
autonomia quanto ao seu
desenvolvimento motor».
Para Merleau-Ponty
(1971, p 241) falar de
percepção é falar do
corpo como ele afirma
«meu corpo é a textura
comum de todos os
objectos e ele é, pelo
menos em relação ao
mundo percebido o
instrumento geral de
minha compreensão. O
mundo percebido é o
conjunto dos caminhos de
meu corpo». O
deficiente visual mais
do que qualquer
indivíduo compreende o
mundo ao seu redor
através de seu corpo.
Com os ajustes
necessários e a
estimulação adequada é
possível criar uma
metodologia de ensino
para inúmeras
actividades desportivas
destinadas às pessoas
com deficiência visual.Winnick (2004, p. 182),
cita uma frase de um
atleta chamado Tim
Willis que resume com
propriedade o que
estamos à procura com
este trabalho: «Não ver
não significa falta de
visão». Com base nisto,
percebemos que o grande
desafio dos professores
está no planeamento
adequado e coerente na
forma de ensinar, para
que as pessoas cegas e
com baixa visão possam
participar activamente
nas aulas de Educação
Física e em outras
práticas possíveis como
os desportos na
natureza.De acordo com Winnick
(2004), as actividades
de aventura como ele
costuma chamar voltada
para pessoas com
deficiência, teve início
por volta de 1971 e
apresentou um
crescimento considerável
nos últimos 30 anos.
Nesta época já se
acreditava que tais
actividades poderiam
estimular «o
desenvolvimento de
confiança individual e
colectiva, cooperação,
confiança, coragem,
independência e
competência ». Winnick
(2004 p.472).
Porém os
desportos oferecidos
quase sempre não
ofereciam grandes
dificuldades em termos
de sistematização. Os
que envolviam um risco
aparente como os que são
realizados em altura,
eram considerados pela
maioria dos professores
como desportos não
ortodoxos para grupos
especiais. Hoje sabemos
que é possível oferecer
actividades de aventura
para pessoas com
deficiência visual
através de programas
estruturados com base
nas ferramentas
pedagógicas que a
Educação Física dispõe.
5. Desporto para
Deficientes Visuais
Em Portugal , a
Associação Nacional de
Desporto para
Deficientes Visuais é
uma associação sem fins
lucrativos e desenvolve
a sua actividade no âmbito
do desporto para
deficientes visuais.
A ANDDVIS possui âmbito
nacional e representa os
clubes desportivos nela
filiados que integrem
praticantes desportivos
com deficiência visual,
bem como praticantes
desportivos filiados a
título individual.
A
associação tem por
objecto fomentar,
promover e desenvolver o
desporto para
deficientes visuais.
O
papel do profissional de
Educação Física é
fundamental na integração
destas pessoas, mas só
mais recentemente os
professores se têm
preocupado com
actividades físicas
adaptadas para este
público e, não menos
importante, com a
concepção da inclusão
social e maior divulgação
e popularização do
desporto. Os deficientes
ou portadores de
necessidades especiais,
como indivíduos, têm as
mesmas necessidades
básicas de uma pessoa
dita "normal". Mesmo com
uma aparência física
diferente dos outros,
eles também querem ter
sucesso, reconhecimento,
aprovação, e serem
desejados. Conforme
Freitas e Cidade (1997)
e Duarte e Lima (2003),
os deficientes ficam
excluídas de uma
participação activa na
sociedade, em razão de
obstáculos físicos:
portas demasiadamente
estreitas para
permitirem a passagem de
uma cadeira de rodas;
escadas e degraus
inacessíveis em
edifícios, autocarros,
comboios e aviões;
telefones e
interruptores de luz
colocados fora do seu
alcance, instalações
sanitárias que não podem
utilizar. Também se vêem
excluídas por outros
tipos de barreiras, como
por exemplo, na
comunicação oral, quando
não se leva em conta as
necessidades das pessoas
portadoras de
deficiências auditivas,
ou na informação
escrita, quando se
ignoram as necessidades
dos deficientes visuais.
Estas barreiras são o
resultado da ignorância
e da indiferença;
existem, embora muitas
delas pudessem ser
evitadas, com poucos
gastos, mediante um
planeamento cuidadoso.
Embora em alguns países
existam leis especiais e
tenham sido realizadas
campanhas de educação do
público visando a
eliminação de tais
barreiras, o problema
continua a ser crucial.
Soler (2005) afirma que
o desporto traz muitos
benefícios,
proporcionando o
desenvolvimento global
destas pessoas, tornando
possível reconhecer suas
habilidades e
integrá-los na
sociedade, uma vez que
isso proporciona elevação
da auto-estima. O
convívio com outras
pessoas que enfrentam as
mesmas dificuldades traz
para os deficientes a
superação das suas
dificuldades (físicas e
psicológicas), a
melhoria dos seus
relacionamentos
amorosos, costuma ser
difícil ou até
impossível que as
pessoas deficientes
mantenham
relacionamentos
estreitos e íntimos com
as outras pessoas
"deficientes" e ficam
à
margem do casamento e da
paternidade, mesmo que
não haja razão nenhuma
para isso. Segundo Admas
(1985), os efeitos
sociais e psicológicos
que acompanham alguns
deficientes podem criar
maiores problemas do que
propriamente a
incapacidade física.
Através da prática
desportiva tem-se
observado uma melhoria
significativa da
socialização do
deficiente e motivação
necessária para
participarem na
comunidade com mais
ímpeto para produzir,
trabalhar e assumir
papeis de liderança na
comunidade. Segundo Soler (2005), os
desportos servem para
aumentar o sentimento de
autonomia. Os jogos
servem para explorar o
mundo que o rodeia,
reforça a convivência, o
alto grau de liberdade
faz com que os
relacionamentos fiquem
mais saudáveis por esse
motivo deve-se tentar
criar jogos de encontro
e não de confronto. O
equilíbrio corpo e alma
actuam como um circuito
auto-regulável de
tensões e relaxamento,
produz normasvalores e
atitudes, possibilita as
fantasias, induz a novas
experiências, torna as
pessoas mais livres.
Cada pessoa tem o
direito de escolher a
actividade que melhor se
adapta, atendendo às
suas expectativas e
objectivos. Com os
deficientes não deve ser
diferente, porém deve se
observar sempre as suas
limitações a fim de
minimizar as limitações
ou dificuldades impostas
por sua deficiência.
A pessoa deficiente só
deve participar numa
actividade motora se
houver interesse da sua
parte (factor
intrínseco) e se as
condições de factores
externos forem a seu
favor (factores
extrínsecos). Por vezes
é difícil, respeitar
este «slogan» de
«Desporto para todos»,
visto que, nem todas as
localidades possuem
condições, tanto a nível
financeiro como humano
para disponibilizar
igualdade no que diz
respeito á prática de
desporto.
6. Desportos na Natureza ou
Desportos de Aventura
Os desportos de aventura
surgem espontaneamente
por volta da década de
60 e desenvolvem-se dos
anos 70 em diante, em
grande parte devido a
novos valores sociais
que surgiam na época em
uma sociedade
pós-moderna. Pode-se
dizer que os desportos
na natureza surgiram na
ruptura das práticas
desportivas
convencionais,
provenientes de
modalidades olímpicas.
Na actualidade, os
desportos na natureza
têm desempenhado um
papel tanto social como
educacional e têm
proporcionado algumas
mudanças como:
-
Ocupação
do tempo livre numa
sociedade
tecnologicamente
desenvolvida e
consequentemente cada
vez mais stressante;
-
Revitalização de áreas
rurais, antes em
completa decadência;
-
O
despertar de interesses
políticos e financeiros
em todo o mundo, levando
à criação de leis que
regulamentam o acesso e
utilização dos variados
ambientes.
O «tempo
livre» é uma expressão
dos tempos modernos, que
reflecte claramente o
modo de vida das pessoas
que tentam encontrar
lacunas nas suas vidas
em busca de algo que se
distancie das
responsabilidades
quotidianas. Estas
pessoas têm vindo a
descobrir nos desportos
na natureza, formas
rápidas de sentir novas
sensações que aliviam de
certo modo os sintomas
do stress físico.A prática desportiva na
natureza leva os seres
humanos a contemplar a
fauna, a flora, além de
proporcionar uma
aproximação com o meio
ambiente e criação de
novos vínculos sociais.
Deste modo, a
convivência na natureza
através das práticas
desportivas é o principal fio
condutor que contribui
para que as pessoas em
situação de deficiência
possam não só sentir-se
realizadas, mas sim
perceber o quanto o
desporto desenvolve
aptidões, estímulos,
sensações e emoções.
Conforme já ressaltou Munster (2004) a prática
de desportos na natureza
não é estabelecida em
função do grau a que
estão submetidas as
pessoas em situação de
deficiência, porém essas
actividades devem primar
pelas características
individuais de cada
pessoa e, portanto, de
cada deficiente
envolvido nessa prática.
Neste contexto, cabe
considerar que os
limites inerentes às
práticas desportivas são
superados pelas pessoas
com deficiências, quando
comentamos: «sempre que
se encara o
desconhecido, ampliase
os seus limites».
Assim, ao caracterizar a
vivência nesta prática
social tive a certeza de
que um dos maiores
desafios dos deficientes
é superar obstáculos,
vencer barreiras,
através da aventura, dos
desportos de aventura:
-
Percorrer trilhas pelas
matas;
-
Participar de Rafting (descida de rios
de corredeiras em botes
insufláveis, onde é
possível descer quedas
de água com altura média
entre 50 cm a 3,5m);
-
Realizar a tirolesa.
A relação homem-natureza
pode se dar a partir do
momento que se concebe o
desporto como um
importante componente de
convivência harmoniosa,
capaz de estreitar distâncias,
aproximar seres, romper
limites. A inclusão sócio-educacional das
pessoas em situação de
deficiência nas práticas
sociais que envolvem a
participação nos
desportos na natureza,
devem respeitar
princípios básicos no
que tange a adequação
e/ou adaptação do local
onde as práticas
desportivas vão ocorrer.
Em se tratando do
deficiente, por exemplo,
monitores, estagiários,
professores, etc. devem
observar o ambiente no
que se refere o espaço
físico, bem como as
actividades que vão ser
realizadas. Segundo
Munster (2004) daí a
importância de ter os
seguintes cuidados:
-
a.
ao local onde se
desenvolverá a
actividade: todo
equipamento possui
dimensões próprias e
adaptar-se a esse ou
aquele espaço, requer
tempo. Enquanto o aluno
vidente reconhece e
domina o ambiente por
meio do contacto visual, o portador de
deficiência visual
necessita interagir com
o espaço, percorrendo-o
em todas as dimensões
possíveis;
-
b. aos locais
que cercam o espaço da
actividade: tais como os
acessos de chegada e
saída, balneários,
bebedouros, escadarias
etc. Faz-se necessário
perceber que o local de
«trabalho» não se
resume apenas ao local
de «actuação directa»
reservado para o
desenvolvimento motor do
aluno, ou seja, uma vez
que o aluno com
deficiência visual tem
como pontos de
referência também as
informações auditivas, é
importante que ele tenha
uma dimensão do espaço
de «influência
indirecta» em que irá
actuar;
-
c. à disposição
dos materiais e
obstáculos comuns e
inerentes ao local de
trabalho: o educador
deve analisar as
diferentes
possibilidades de
utilização do espaço
físico e verificar as
condições de segurança
do mesmo, observando se
existem obstáculos
desnecessários ou
indesejáveis que
necessitem ser removidos
ou que exijam protecção,
na tentativa de prevenir
possíveis acidentes. O
aluno deverá ser
informado de toda e
qualquer alteração que
venha a ocorrer na
disposição dos
equipamentos ou
materiais no espaço
físico;
-
d. aos locais
que antecedem ou sucedem
o espaço onde será
desenvolvida a
actividade: tal como o
caminho a ser percorrido
durante o deslocamento.
7. Modalidades Desportivas
praticadas por
deficientes visuais
Existe uma variedade de
desportos praticados por
atletas deficientes
visuais e cegos,
nacional e
internacionalmente.
Alguns são reconhecidos
pela International Blind
Sport Federation (IBSA),
entidade que rege o
desporto
internacionalmente, o
qual no nosso país é
gerido pela Associação
Nacional de Desporto
para Deficientes Visuais
(ANDDVIS). Os desportos
considerados para
olímpicos de verão e
reconhecidos pela IBSA
são: Goalball,
Atletismo, Ciclismo,
Judo, Natação, Hipismo.
E apesar de ser
reconhecido pela IBSA,
mas sem constar do
Programa Para olímpico,
está o Futsal.
Além
desses, há outros
desportos praticados por
deficientes visuais e cegos que não são reconhecidos pela IBSA.: Basquete, Voleibol, Vela, Esqui Aquático,
Showdown (adaptação do ténis de mesa), Patinagem, Canoagem, Remo, Corrida de Orientação, Montanhismo,
Xadrez, Rapel, Lutas (olímpica e greco-romana) e uma variedade de desportos de Inverno.
Foi inventado, em 1946
pelo austríaco Hanz Lorenzen e pelo alemão Sett Reindle, com o intuito de ajudar na reabilitação de
veteranos de guerra que ficaram cegos. Sua estreia em Jogos Para-Olímpicos ocorreu em Toronto, Canadá, em
1976.
O Goalball é disputado em uma quadra que mede 9 metros de largura e 18 metros de comprimento, ou seja, a
mesma dimensão de uma quadra de voleibol, com traves que cobrem todo o fundo da quadra. Cada equipe é composta por
três atletas titulares e três reservas.
As diferentes
áreas de um campo de Goalball
área de Equipa
|
área de Lançamento
|
área Neutra
|
área Neutra
|
área de Lançamento
|
área de Equipa
|
O Goalball é um desporto
criado e praticado
exclusivamente por
atletas portadores de
deficiência visual que
participam na mesma
classe, segundo as
normas de classificação
da International Blind
Sports Federation (IBSA),
como B1, B2 e B3,
separados por sexo
masculino e feminino.
No
desenvolvimento do jogo
só podem ser feitos
arremessos rasteiros com
a bola, cuja medida é de
76 cm de diâmetro e
peso de 1,250 Kg. A cor
é semelhante à bola de
basquetebol, entretanto
há furos que permitem a
emissão de sons
produzidos pelos guizos
que ficam na sua parte
interna.
A emissão dos referidos
sons tem como função dar
uma melhor noção aos
atletas da trajectória
da bola durante o jogo,
tanto no ataque como na
defesa. Vale salientar
que os espectadores
devem permanecer em
silêncio absoluto para
que os atletas tenham
uma melhor concentração
durante o jogo. Ao
fazerem os arremessos,
os jogadores
posicionam-se de pé e,
geralmente, ficam
agachados, ajoelhados ou
deitados para executar a
defesa buscando, através
de deslocamentos
laterais, ocupar a maior
área possível da quadra.
Por ser considerado o
desporto de base, visto
que envolve e desenvolve
os movimentos naturais
do homem, como correr,
saltar,
arremessar/lançar, serve
de base para os outros
desportos. Entretanto
que o referido desporto
é parte fundamental para
o bom desenvolvimento da
aptidão física e social.
A ― CORRIDAS:
-
100m
-
200m
-
400m
-
800m
-
1500m
-
3000m
-
5000m
-
10000m
-
Maratona
Estafetas:
B - SALTOS:
-
No sentido horizontal:
Distância e triplo
-
No
sentido vertical: Altura
C - ARREMESSOS:
D ― LANÇAMENTOS:
E ― PROVAS COMBINADAS
A prova de estafetas 4 x
100 e 4 x 400m também
são disputados com a
finalidade de
desenvolver o espírito
de equipa entre os
participantes, pois o
Atletismo é considerado
um desporto individual.
Nesta modalidade os
atletas devem pertencer
às categorias B1, B2 e
B3 do sexo masculino e
feminino, individual ou
por equipa. As regras
são praticamente iguais
as regras do ciclismo
convencional, com
algumas modificações.
A
segurança, a
classificação dos
atletas, além das
adaptações das máquinas,
são algumas das
especificidades da
modalidade. O atleta
compete em bicicleta
«tandem» (com dois
assentos) e com um guia,
todos os competidores
vão sentados no banco de
trás, na condição de co-piloto.Podem participar como
piloto (guia) todos os
ciclistas de qualquer
categoria. A única
condição é que não tenha
sido convocado pela sua
federação nacional para
nenhum campeonato
internacional nos três
anos anteriores à
prova. As provas são de
estrada, contra relógio
e velódromo (figura em
baixo).
Modalidade reservada aos
atletas portadores de
deficiência visual em
todos os pesos e classes: B1, B2 e B3.
As regras são as mesmas da Federação Internacional
de Judo, com algumas adaptações. Por exemplo, no início da luta os atletas são colocados
próximo um do outro e o árbitro induz-lhes a realizarem um leve contacto para terem uma
orientação espacial da distância que os separa.
Também não há
punição para a
ultrapassagem da área de
combate no tatame e as
advertências são feitas
por meios audíveis. As
competições se dividem
em sete categorias de
peso. A principal
adaptação feita para
essa modalidade é a
diferença de textura do
tatame que indica os
limites da área de
competição.
Modalidade Para olímpica
desde 1996, nos Jogos de
Atlanta, o desporto
equestre vem se
afirmando
definitivamente no mundo
para desportivo.
Após
classificação e
qualificação realizada
pela comissão técnica
oficial, são admitidos
para essa modalidade
todos que apresentam
deficit parcial ou total
de algum órgão
sensorial, função
reduzida ou ausência de
membros, amputações,
limitação de função do
tronco. O adestramento é
uma modalidade
compatível com todas as
idades, habilidades e
estágios de equitação e,
por esse motivo,
considerado desporto
arte. A beleza deste
desporto está no
incentivo, aprendizagem
e experimentação, que fazem aguçar os sentidos e levam o indivíduo a melhorar a sua postura, propriocepção e
sensibilidade.
A dimensão do campo é a
mesma que se utiliza para o Futsal convencional, acrescenta-se apenas uma banda lateral de um
metro e vinte de altura (parede que impede a bola de sair pela lateral).
Vale salientar que a IBSA recomenda que os jogos oficiais devam
ser em recintos descobertos para evitar o eco.
Dentro da bola, devem conter guizos ou
outro material que emita som para facilitar a orientação dos atletas.
O guarda-redes possui
visão normal e por essa razão sua área de actuação é restrita: dois metros à frente e cinco metros de largura,
um metro lateral de cada poste da baliza e dois metros à frente.
Havendo qualquer actuação
fora dessa área é
marcada a penalidade
máxima.
Constitui-se numa
modalidade de desporto
das mais completas, sob o ponto de vista do desenvolvimento motor. A natação não é uma
actividade destinada apenas a promover alegria e prazer, ela é também encarada como
importante factor de equilíbrio no exercício de outras actividades de trabalho, razão pela
qual para sua prática, não existem limites nem limitados.
Para dar
maior equilíbrio às competições, existe um sistema de classificação funcional B1, B2 e B3.
Todas as classificações se realizam a partir do melhor olho com a melhor correcção possível.
As provas são em quatro estilos:
peito, costas, livre e borboleta.
As regras são as mesmas da Federação Internacional de Natação Amadora e as adaptações são feitas na
largada, viragem e chegada dos atletas.
Os nadadores cegos recebem aviso do árbitro por meio de uma varinha com
ponta de espuma ao se
aproximarem das bordas
da piscina. Os nadadores
B1 devem nadar com
óculos do tipo
«blackout». Estas são
as provas que compõem o
programa de natação para
competições Nacionais e
Internacionais,
Masculina e Feminina:
-
50m livres
-
100m livres
-
200m livres
-
400m livres
-
100m costa
-
200m costa
-
100m peito
-
200m peito
-
100m borboleta
-
200m
borboleta
-
200m medley
-
400m medley
-
Est: 4x50m
livre
-
Est: 4x100m livres
-
Est: 4x50m medley
-
Est:
4x100m medley
É considerado o desporto rei entre os cegos, pelo grande número de praticantes e pelo alto nível alcançado nas
competições nacionais e internacionais.
As competições de xadrez são regulamentadas pela Federação Internacional de Xadrez complementadas
e adaptadas quando um ou dois jogadores são cegos.
Dentre as adaptações, uma das mais
conhecidas é a permissão
dada aos jogadores para
poder tocarem suas peças
e as dos adversário,
para uma melhor
orientação e elaboração
da jogada. Outra
adaptação são os furos no
tabuleiro e pinos nas
peças.
Ao realizar este
trabalho, ficamos a
conhecer melhor a
Educação Física Adaptada
e o Desporto Adaptado,
em especial para grupos
com necessidades
especiais visuais.
Ao
longo deste trabalho,
demonstramos a importância
de uma análise crítica
dos critérios
terminológicos,
conceituais e das
classificações
existentes na organização
das actividades para
pessoas cegas ou com
baixa visão. Alguns
autores como Munster
apud Almeida (2002),
destacam a necessidade
de adequação das
actividades motoras às
pessoas com deficiência
em especial as de baixa
visão que costumam ser
menos ou mal
estimuladas. A
Motricidade Humana que é
um termo criado por
Cunha, (1991) levou-nos
a reflectir sobre o
verdadeiro papel da
Educação Física na
sociedade moderna. Não
podemos mais imaginar o
ser humano em partes
separadas de um todo. Se
assim fosse, as pessoas
que têm algum tipo de
deficiência e por se
tratar da falta de algum
membro ou ineficiência
de algum órgão sensorial
não deveriam fazer
qualquer tipo de
actividade física ou
intelectual. Felizmente
não somos como uma
máquina repleta de
engrenagens que quando
uma delas falha,
compromete
definitivamente seu
funcionamento. Felizmente a Educação
Física e o Desporto
Adaptado que conhecemos
hoje não segue esta
linha de pensamento. Não
separamos mais corpo e
mente, mas trabalhamos
com a infinita
complexidade e
pluralidade dos seres
humanos. Este trabalho
não seria possível se
fosse imaginado somente
em partes. Foi
necessário compreender o
conjunto para que tudo
funcionasse de maneira
harmoniosa.
-
ALMEIDA, José Júlio
Gavião de. Metodologia
Aplicada ao deficiente
visual. In curso de
capacitação de
professores
multiplicadores em
educação física
adaptada. Brasília:
Ministério da Educação,2002
-
MELO, C. P. Pessoas
deficientes: algumas
coisas que é preciso
saber. São Paulo:
Conselho Estadual para
Assuntos da Pessoa
Deficiente, 1986.
-
MUNSTER, Mey de Abreu
Van. Apud ALMEIDA, José
Júlio Gavião:
Metodologia aplicada ao
deficiente visual. In
Curso de professores
multiplicadores em
educação física
adaptada. Brasília:
Ministério da educação,
2002.
-
SACKS, Oliver W.
Um antropólogo em Marte:
sete histórias
paradoxais. Tradução
Bernardo Carvalho. São
Paulo: Companhia das
Letras, 1995.
-
VEIZMAN,S.,
Visão subnormal. Rio de
Janeiro: Cultura Médica,
2000.
ϟ

Δ
11.Dez.2011
publicado
por
MJA
|