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Como professor, a sua prioridade é garantir que todos os seus alunos tenham
oportunidades iguais de acesso aos materiais de educação e de concluírem seu
curso. Para ensinar alunos com deficiência visual — sejam eles cegos ou com
visão subnormal —, é preciso adaptar suas estratégias de lecionar, permitindo o
uso de auxílios visuais e tecnologias de assistência, criando assim um ambiente
de aprendizagem seguro.
1.1 Descreva os materiais visuais.

Ao lecionar para alunos cegos ou com visão subnormal, é importante explicar de
forma bem clara todos os materiais visuais utilizados na aula. Por exemplo, se
está ilustrando uma questão com uma imagem, descreva-a com clareza. Diga algo
como "Coloquei uma imagem da Rainha Elisabete I no quadro para ilustrar como ela
era retratada na época. Ela está usando um vestido longo com muitos bordados
detalhados que demonstram o poder e a riqueza dela".[1]
Acostume-se também a ditar o que está escrevendo no quadro. Assim, os alunos que
conseguem não enxergar o quatro também podem acompanhar o material e fazer
anotações.
1.2 Dê sempre instruções orais

Não entregue um papel impresso com as instruções de uma tarefa ou trabalho, já
que os alunos com deficiência visual podem não conseguir enxergar as palavras e
saber o que é esperado deles. Em vez disso, sempre passe instruções orais de
todas as atividades.[2]
1.3 Peça aos alunos que batam palmas quando quiserem fazer uma pergunta.

É comum que as salas de aula dependam apenas de sinais
visuais para chamar a atenção do professor; por exemplo, os alunos costumam
levantar a mão quando precisam tirar dúvidas ou fazer comentários no meio da
aula. Nessas situações, os alunos com deficiências visuais podem não perceber
que alguém levantou a mão. Peça para que todos se adaptem à situação e emitam
sinais sonoros nesses casos. Por exemplo, pode pedir para que seus alunos batam palma duas vezes quando
quiserem tirar uma dúvida.
1.4 Providencie possibilidades de aprendizagem táteis.

Ao ensinar uma aula com alunos cegos ou com visão subnormal,
tente incorporar experiências táteis sempre que possível. Por exemplo, em vez de
falar sobre pedras ou mostrar imagens de diferentes tipos de pedras, é uma boa
ideia ter exemplos físicos na sala de aula para que os alunos toquem e
manuseiem.[3]
Esse tipo de experiência pode funcionar com alimentos, conchas, propriedades de
matérias, etc.
Assim, você incentiva os alunos a explorar e aprender sem depender apenas da
visão.
1.5 Chame todos os alunos pelo nome.

Aqueles que têm maior dificuldade para ver podem não
saber necessariamente quem está falando. Portanto, chame sempre os alunos
pelo nome quando pedir a alguém para tirar uma dúvida ou responder a uma
pergunta. Assim, o aluno com deficiência visual aprenderá a identificar os
colegas pela voz.[4]
1.6 Dê tempo extra para que os alunos cegos ou com visão subnormal concluam
as tarefas.

É possível que esses alunos precisem de um tempo a mais, pois ler em braile ou
usar um auxílio eletrônico demora mais do que a leitura tradicional.
Apesar de ser bom dar um tempo justo para que os alunos façam os trabalhos, não
deixe que eles usem a visão como desculpa para atrasar as entregas. Defina
prazos e seja rígido.
1.7 Trate todos os seus alunos da mesma forma.

Por mais que seja preciso fazer
acomodações ao seu estilo profissional e à estrutura da sala de aula para
acomodar os alunos com necessidades especiais, eles ainda devem seguir o mesmo
padrão de comportamento e aprendizagem. Ou seja, as regras da sala de aula se
aplicam a todos os alunos. Nada de oferecer tratamento especial aos alunos com
deficiências visuais.
1.8 Respeite o currículo.

Ao ensinar uma turma com alunos cegos ou com visão subnormal, pode ser preciso
adaptar o conteúdo e a forma de lecionar de acordo com as necessidades dos
presentes. Por exemplo, se dá aulas de artes, é uma boa ideia investir mais em
experiências táteis, como escultura, em vez dos desenhos e pinturas
tradicionais.
Procure na internet mais recursos focados no ensino específico de alunos
com cegueira ou visão subnormal.
2.1 Grave as aulas.
A forma mais fácil e barata de melhorar o ambiente de aprendizagem para alunos
cegos ou com visão subnormal é gravar todas as matérias. Assim, eles poderão
ouvir as instruções e explicações várias vezes, caso necessário, para compreender
o material.
Para facilitar as coisas, deixe que os alunos gravem as aulas com aplicativos de
smartphones gratuitos. Outra opção, caso a escola esteja disposta a investir no ensino desses alunos,
seria comprar um microfone e um gravador de áudio para que você possa gravar as
aulas em boa qualidade e enviar os arquivos para os alunos.
2.2 Disponibilize livros didáticos e materiais em braile.

Assim que descobrir que tem um aluno com deficiência visual em sua turma,
solicite livros e materiais em braile. Use também um software de tradução para
braile para converter os materiais que for criar para os alunos.[5]
A compra de softwares de tradução é cara. Converse com a escola para ver como
pode fazer para custear isso. Esse processo costuma ser demorado, portanto, planeie sempre com
antecedência.
2.3 Permita o uso de leitores de écrã e scanners

Os alunos cegos ou com visão subnormal podem ser muito beneficiados com o uso
desses acessórios eletrônicos, que convertem documentos em voz falada. Assim,
aqueles que não puderem enxergar os materiais escritos apresentados ainda
conseguirão ter acesso às informações. A máquina vai ler em voz alta os
materiais automaticamente.
Esses aparelhos podem ser comprados na internet com certa facilidade.
Também é possível usar aplicativos de leitura de texto para celulares e
dispositivos móveis.[6]
2.4 Encoraje o uso de ampliação

Os alunos com visão subnormal podem usar ampliadores para aumentar as imagens e
textos nos livros e apostilas, facilitando a leitura de todo o material. Esses
aparelhos são simples de usar e variam, tanto em preço quanto eficácia.[7]
Lupas portáteis, que ampliam a imagem em 2,5x, são a opção mais barata e
prática.
Já os ampliadores eletrónicos podem aumentar uma imagem em até 15x o tamanho
original, mas essa é uma opção mais cara e complicada de usar.
2.5 Escreva com contraste no quadro.

Os alunos com visão subnormal precisam que os materiais escritos no quadro tenha
alto contraste para facilitar a limpeza. Se o quadro for negro, dê preferência a
gizes brancos; se for um quadro branco, dê preferência para canetas pretas.
Escreva sempre com letras grandes para facilitar a leitura.[8]
Evite o uso de cores, limitando-o apenas a itens grandes, como títulos.
3.1 Sente os alunos com visão reduzida na fila da
frente.

Para que todos os seus alunos tenham oportunidades iguais de aprendizagem, é bom
colocar os cegos e com visão subnormal mais próximos do quadro e de você. Assim,
você permite que eles ouçam melhor o que você está dizendo.[9]
3.2 Leve a iluminação e o brilho em consideração.

Os alunos com deficiências visuais normalmente têm sensibilidade à luz, e
sentá-los longe das janelas e de outras fontes de reflexo pode ser bastante
benéfico. Controle a entrada de luz natural na sala com cortinas e persianas, e
distribua a iluminação artificial pelo local de forma a maximizar o enxergar de
todos.[10]
3.3 Aumente o espaço entre as fileiras de alunos.

É importante deixar espaço entre as carteiras, as mesas, os armários e até mesmo
as prateleiras, facilitando assim a navegação dos alunos cegos pela sala de
aula, sem que eles trombem com as coisas e se machuquem.[11]
Mantenha as portas de armários e gavetas sempre fechadas. É importante também
que as cadeiras fiquem bem encaixadas sobre as carteiras. Se as coisas ficarem
fora do lugar, isso pode acabar prejudicando os alunos com visão reduzida.
3.4 Seja consistente na organização da sala de aula.

Prepare o layout da sala no começo do ano letivo e
conserve-o-o pelo resto do ano.
Assim, os alunos com deficiência visual vão memorizar a disposição das coisas e
conseguirão navegar pela sala sem problemas. Caso mude os objetos de lugar, você
pode acabar confundindo os estudantes e aumentando o stress deles no ambiente
de aprendizagem.[12]
3.5 Explique com clareza onde se situam os materiais da sala de aula.

Pode ser preciso dar instruções extras ao explicar onde ficam os materiais para
os alunos. Por exemplo, se há um apontador de lápis comunitário ao lado da
lousa, dê instruções bem claras para os alunos sobre como chegar até ao utensílio
a partir do assento deles.[13] Por exemplo, você poderia dizer: "O apontador está
à frente da sua mesa, dois
passos à esquerda da lousa."
As instruções verbais vão ajudar consideravelmente os alunos com visão reduzida
ou cegueira a navegar pelo espaço.
Se possível, encontre-se com os pais dos alunos antes do primeiro dia de aula
para conseguir entender qual a deficiência visual deles e definir melhor as
metas de aprendizagem para o ano letivo.[14]
Converse com a coordenação da escola para obter recursos extras e planos letivos
que possam ser utilizados com os alunos com deficiências visuais.
REFERÊNCIAS
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