
Dominó para alfabetização em braille
RESUMO:
O presente artigo versa sobre o processo de alfabetização/letramento
envolvendo alunos com deficiência visual e tem por objetivo levar o professor
alfabetizador de alunos deficientes visuais, refletir sobre a importância da
alfabetização e do letramento para as pessoas cegas. A problematização em
questão parte dos seguintes questionamentos: Por que os professores
acreditam que o Braille apenas alfabetiza, e não letra? É possível promover o
letramento do aluno cego? Como promover o letramento destes alunos? A
presente discussão teve como fundamento a reflexão que se subsidia no fato
de que, ainda hoje, grande parte dos alfabetizadores do método Braille acredita
que este se limita ao processo de aprendizagem da leitura e da escrita,
desconsiderandose a leitura de mundo e os conhecimentos prévios do aluno
que aprende. Inicialmente, será feito um resgate da história do Sistema Braille,
bem como seu processo de implantação na França até sua chegada ao Brasil.
Será abordado, também, as características do sistema citado, enfocando seu
funcionamento, além dos materiais utilizados. Em seguida apresentaremos os
conceitos de alfabetização e letramento, dando destaque aos referidos
processos com alunos cegos. Pretendese, portanto, aprofundar as questões
postas com o intuito de superar o pressuposto estabelecido.
Introdução
Discutir a temática que envolve o processo de alfabetização de
alunos com necessidades educativas especiais não tem sido um assunto fácil
de ser abordado, principalmente quando a temática em questão é dirigida ao
deficiente visual e ainda adentra a reflexão e os questionamentos sobre a
utilização do Método Braille – sistema de leitura e escrita para o aluno cego ou
de baixa visão. Deste modo, responder os seguintes questionamentos tornase
fundamental, principalmente quando as indagações são:
-
Por que os professores acreditam que o Braille apenas
alfabetiza o aluno cego, e não letra?
-
É possível promover o letramento do aluno cego?
-
Como promover o letramento destes alunos?
Na tentativa de responder às indagações anteriores é possível
inferir que a presente reflexão justificase, pelo fato de que ainda hoje uma
grande parte dos alfabetizadores do método Braille, acredita que o método
limitase apenas ao processo de aprendizagem da leitura e da escrita,
desconsiderando a leitura de mundo e os conhecimentos prévios do aluno que
aprende.
Partindo deste pressuposto, caberia ao alfabetizador do
Método Braille transmitir incondicionalmente ao aluno cego, seqüências
organizadas de procedimentos metodológicos tais como: exercícios perceptivos
motores, associação de fonemasgrafemas e o desenvolvimento da técnica de
cópia e leitura, desconsiderando a individualidade de cada pessoa, portanto, o
critério de diversidade.
Deste modo, é fundamental que se resignifique concepções
referentes à capacidade de aprendizagem do aluno com deficiência visual,
concebendoo como um ser completo, capacitado para pensar e construir o seu
próprio conhecimento, ainda que em condições que lhe são próprias. Agir desta
forma pressupõe em não tratálo apenas como uma pessoa para ser treinada
e/ou mecanizada, mas sim, percebêlo como alguém capaz de refletir, analisar,
discutir, independente de ter ou não visão.
Vale destacar que, entendemos que uma criança cega ou de
baixa visão, não possui as mesmas etapas de pensamento que uma criança
vidente, como também, reconhecemos que a criança cega ou com baixa visão
possui particularidades próprias de sua deficiência. Deste modo,
reconhecemos que o sistema Braille, além de contribuir, é imprescindível e
necessário para a alfabetização dessas pessoas, mas, indagamos:
-
Existem novas formas de abordagem pedagógica no
processo de alfabetização e letramento dos alunos cegos?
-
Que caminhos enveredar para assegurar a indissociação
entre a alfabetização e o letramento das pessoas cegas ou com baixa visão?
Por reconhecermos que todas as pessoas independentes de
suas condições sociais, econômicas, cognitivas, sensoriais, etc., têm o direito
ao acesso e sucesso no processo de aprendizagem da alfabetização, bem
como do letramento, é que acreditamos que o presente texto contribuirá para o
inicio de uma discussão, com vistas a resignificação da prática educativa
utilizada com a pessoa cega ou com baixa visão.
[...]
Nos dias de hoje as novas tecnologias representam o mais
espantoso contributo para valorizar o Sistema Braille, depois de sua invenção.
A drástica redução de espaço proporcionada pelo Braille eletrônico é exemplo
disso. Um livro em Braille com 2000 páginas de formato A4 pode ficar contido
num só disquete. Uma vez introduzido o texto desse livro no computador, o
utilizador cego tem ao seu alcance toda a informação não gráfica disponível,
que pode ler através de um terminal Braille.
Um outro exemplo é a facilidade de imprimir textos em Braille.
Introduzidos no computador, os textos podem ser submetidos a um programa
de tratamento específico e sair numa impressora Braille.
Apesar de todos os benefícios já referidos ao Sistema Braille,
reconhecese que existe uma tendência para a menor utilização deste sistema
e para a diminuição da sua qualidade. Este fato pode ser observado e
justificado, quando se iniciou o uso dos livros sonoros, porém há outros fatores
que explicam a sua crise.
Entre estes fatores destacamse a reduzida produção de obras
em Braille que, em geral, não atendem às necessidades dos cegos. Outro fator
que deve ser apontado como responsável pela crise do Braille, está nas
dificuldades encontradas no próprio Sistema, que evidenciam um ensino mal
orientado.
Hoje em dia, durante a escolaridade obrigatória, os estudantes
cegos não são motivados para a prática do Braille, nem o conhecem em todas
as suas modalidades. Como conseqüência deste fato os alunos lêem pouco, o
processo de reconhecimento dos caracteres é lento e provoca cansaço (in
http://RevAbr2003_Artigo_1.rtf ).
-
A falta de leitura direta refletese, naturalmente, na escrita, que
é deficiente quanto ao Braille e desconcertante quanto à
ortografia. Os livros sonoros e a informática são muito
importantes para o desenvolvimento cultural dos cegos, mas
nada poderá ou deverá substituir o Braille como sistema base
da sua educação”. (A Educação dos Cegos. in
www.lerparaver.com).
O caminho, a nosso ver não seria a substituição do Braille, mas
sim, adequálo as novas exigências educacionais. Esta reflexão reflete
diretamente ao processo de letramento tão discutido entre os videntes e que
também tem sido uma lacuna no processo de alfabetização das pessoas cegas
ou com baixa visão.
Alfabetização e Letramento: sobre o quê estamos falando?
As décadas de 80/90 trouxeram aos professores, em especial
aos paranaenses com a implementação do Currículo Básico para a Escola
Pública, estudos e discussões acerca da psicogênese da língua escrita,
mostrando que a alfabetização envolve um complexo processo de elaboração
de hipóteses sobre a representação lingüística, indo muito além da apropriação
de um código, fundado na relação entre grafemas e fonemas.
Os apelos do mundo moderno exigem hoje do indivíduo não
mais apenas a capacidade de desenhar letras ou decifrar o código da leitura.
Muito além do conhecimento do sistema da escrita, é poder engajarse em
práticas sociais letradas.
Segundo Soares (1998), foi no contexto das grandes
transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que o
termo letramento surgiu, ampliando o sentido do que tradicionalmente se
conhecia por alfabetização.
Para Kato (1986. p.7):
-
[...] a função da escola, na área da linguagem, é introduzir a
criança no mundo da escrita, tornandoa um cidadão
funcionalmente letrado, isto é, um sujeito capaz de fazer uso da
linguagem escrita para sua necessidade individual de crescer
cognitivamente e para atender às várias demandas de uma
sociedade que prestigia esse tipo de linguagem como um dos
instrumentos de comunicação.
Há que se considerar, ainda, que os aprendizados de leitura e
escrita, embora paralelos, são diferentes, seja do ponto de vista lingüístico,
psicológico ou social. A leitura, na visão de Soares (2008, p.31):
-
[...] inclui, entre outras habilidades, a habilidade de decodificar
símbolos escritos; a habilidade de captar o sentido de um texto
escrito; a capacidade de interpretar seqüências de idéias ou
acontecimentos, analogias, comparações, linguagem figurada,
relações complexas, anáfora, e ainda habilidades de fazer
predições iniciais sobre o significado do texto, de construir o
significado combinando conhecimentos prévios com as
informações do texto, de controlar a compreensão e modificar
predições iniciais, quando necessário, de refletir sobre a
importância do que foi lido, tirando conclusões e fazendo
avaliações.
Já em relação à escrita, a autora afirma:
-
[...] as habilidades e conhecimentos de escrita estendemse
desde a habilidade de simplesmente transcrever sons até a
capacidade de comunicarse adequadamente com um leitor em
potencial. E, tal como foi afirmado com relação à leitura,
também aqui não são categorias polares, mas
complementares: escrever é um processo de relacionamento
entre unidades sonoras e símbolos escritos, e é também um
processo de expressão de idéias e de organização do
pensamento sob forma escrita (SOARES, 2008, p. 31).
Com isso, fica claro que o ponto de partida e de chegada do
processo de alfabetização escolar é o texto falado ou escrito, pela
possibilidade
do seu uso efetivo nas diversas situações e nos seus diferentes fins. Numa
ação pedagógica que tem como prioridade o uso social da língua, o letramento
só pode acontecer por meio de práticas significativas permeadas pela
oralidade, nas quais a língua e o texto sejam relacionados em toda a sua
funcionalidade e expressividade: as práticas de leitura, da produção e da
análise lingüística (BAGNO, 2008).
Neste contexto podese inferir que a alfabetização e o
letramento não são processos independentes, mas sim, são indissociáveis. A
alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de
leitura e escrita, isto é, através de atividades de letramento e este, por sua
vez, só pode desenvolverse no contexto da e por meio da aprendizagem das
relações somgrafia, isto é, em dependência da alfabetização.
Portanto, não se trata da escola escolher ou optar entre estes
dois processos. Assim, é importante ficar claro para os alfabetizadores que os
dois processos não podem estar separados, têm que acontecer ao mesmo
tempo.
Desta forma, a escola precisa superar a visão conservadora de
que a alfabetização está restrita às habilidades de leitura e escrita; precisa
ter
como meta conciliar as duas aprendizagens da língua escrita: do letramento,
por meio do convívio da criança com a cultura escrita – o que tem início muito
antes de sua entrada na escola – da interação com diferentes gêneros textuais,
da sua participação em atos reais de leitura e escrita; e da alfabetização, por
meio da identificação das relações fonemagrafema, do conhecimento do
sistema de escrita e do desenvolvimento das habilidades de codificação e
decodificação.
A criança, ao chegar à escola, já faz uso da linguagem na
modalidade oral para solicitar, perguntar, responder e argumentar em situações
reais de interação. O que ela precisa aprender a partir daí é fazer uso da
linguagem na sua modalidade escrita para interagir com o interlocutor que não
está presente. Para isso é necessário expôla a situações reais de escrita e
desafiála constantemente a escrever. A criança precisa compreender que um
texto cumpre a sua função quando consegue aproximar a intenção de dizer
com o que de fato se diz/escreve e a interpretação/compreensão de que
ouve/lê. Por isso o domínio do código escrito é tão importante quanto a
mensagem que se quer veicular.
Logo, é fundamental o papel do professor, porque ele é o
mediador entre o aluno e a escrita, e neste ponto, em especial, Klein (2002)
analisa as considerações teóricas presentes nos discursos equivocados dos
alfabetizadores, bem como, as propostas de encaminhamento metodológico
delas derivadas, no que diz respeito à aquisição da escrita, uma vez que o
fracasso escolar tem tomado o problema da alfabetização como o seu ponto
crucial.
É o professor, enquanto usuário da escrita, que mostrará ao
aluno que tudo que se diz – oralmente ou por escrito – dizse para alguém,
expressa algo, tem um sentido. É no interior desse processo de aprendizagem
do uso social da linguagem que o aluno deve se apropriar do sistema de escrita
(BAGNO, 2002, p. 56).
A “nova proposta” pressupõe a superação, tanto dos métodos
tradicionais de alfabetização, como do método construtivista, considerando
suas limitações. Tal proposta direciona para uma prática pedagógica que leve
em consideração três grandes eixos: o domínio do sistema gráfico, a aquisição
da leitura e da escrita e, sobretudo, a compreensão da função social da escrita
(PARANÁ/SEED, 2005).
Ao considerarmos estes três eixos fundamentais para o processo de
alfabetização e letramento, estamos reconhecendo o valor da sua efetivação
para todos, independente das condições de cada aluno.
Logo, é preciso definir e ao mesmo tempo compreender de que
forma se processa a alfabetização e letramento do aluno cego ou de baixa
visão, quando este ingressa na escola, ou ainda, qual é o método utilizado.
A alfabetização e o letramento do aluno cego
Antes mesmo de tratarmos do processo de alfabetização do aluno
cego, é preciso que se entenda que este aluno, assim como qualquer outro,
necessita de certa maturação e encaminhamentos adequados, tais como: o
conhecimento do próprio corpo e as relações espaçostemporais, uma vez que
são fundamentais no desenvolvimento de sua orientação e mobilidade.
No entanto, para a aprendizagem da leitura e escrita pelo sistema
Braille é imprescindível a aquisição de uma motricidade fina associada ao
desenvolvimento perceptivotátil. Desta forma, a fim de adquirir estas
competências, indicase na ausência do sentido da visão, propiciar atividades
de estimulação multissensorial que auxiliem no desenvolvimento dos
esquemas sensóriosmotoresperceptivos e da cognição do aluno cego.
No campo cognitivo, a criança constrói conceitos e noções a partir
de suas experiências com os objetos e pessoas com que interage. Nuernberg
(2008) enfatiza a perspectiva de Vygotsky que o “desenvolvimento e
aprendizagem são processos mútuos: quanto maior a aprendizagem, maior o
desenvolvimento. O processo de aprendizagem ocorre quando há situações de
aprendizagem que o provoquem”.
Conforme apresentamos anteriormente neste trabalho, o Sistema
Braille é uma forma tradicional para a alfabetização da pessoa cega, já que
apresenta a mesma estrutura encontrada nas cartilhas, não só na seqüência do
aprendizado das letras, como também no ensino das palavras, de acordo com
as combinações silábicas possíveis, conforme as letras vão sendo
apresentadas, produzindose, dessa maneira, textos estereotipados.
Com relação a esse tipo de elaboração da escrita, bem define
Klein (2002, p.130):
-
é importante destacar que, na escola tradicional, tal método
funcionava exatamente porque a relação conteúdo/forma
estava dada socialmente, ou seja, a compreensão social da
escrita era um fato real, em face da freqüência de atos
significativos de escrita no universo da maioria das crianças
que freqüentavam a escola. Essa incidência de atos reais de
escrita, por parte das pessoas que rodeavam o aprendiz,
determinavalhe a aprendizagem – anterior à sua freqüência à
escola – da relação entre o código e o conteúdo. Dada a
ocorrência dessa aprendizagem, à escola era facultada a
possibilidade de restringirse ao estudo do código – porque
este já estava, então, para aquele aluno, pleno de significado –
de tal forma que a aprendizagem das relações mais
corriqueiras permitia ao aluno deriválas, por analogia, para
outras situações da língua. Penso ser possível, portanto,
defender a idéia de que em face da configuração do uso social
da escrita naquele momento, tal metodologia não consistiu em
nenhum absurdo, sendo perfeitamente suficiente e adequada naquelas
circunstâncias. Hoje, dada a mudança que se verifica
no uso social da escrita, e dada a mudança que se verifica na
clientela escolar, passa a ser necessário um outro enfoque no
processo de alfabetização.
Se considerarmos que o sistema Braille é o único método para a
alfabetização da pessoa cega, que outros encaminhamentos poderemos
propiciar para que essa alfabetização ocorra paralelamente ao seu letramento?
Já vimos também anteriormente que qualquer criança ao chegar
à escola faz uso da linguagem oral e se expressa com razoável tranqüilidade.
Cabe ao professor responsável pela alfabetização da criança cega propiciar um
“ambiente alfabetizador”, não visual pelas razões óbvias, mas da mesma
maneira que numa classe de ensino comum.
Ao se referir à qualidade em alfabetização, assim conclui
SOARES (2008, p. 5354):
-
[...] em primeiro lugar, tem de buscar, primordialmente, uma
determinação das propriedades, atributos, condições do
alfabetismo que, devem caracterizar a alfabetização, ou a
criança alfabetizada. Ou seja, uma determinação da “coisa” de
que estamos falando, que estamos buscando, quando falamos
em qualidade da alfabetização, quando buscamos qualidade em
alfabetização. Em segundo lugar, podese concluir que uma
discussão sobre a qualidade da alfabetização tem de conduzir,
fundamentalmente, a uma tomada de posição em relação à
universalização ou particularização das propriedades, atributos,
condições que devem constituir a alfabetização: serão os
mesmos para todos? Serão diferenciados segundo o contexto
de cada grupo? Uma e outra conclusão propõem questões que
são essencialmente ideológicas e políticas, e apenas
secundariamente são questões técnicas; ao constituir a “coisa”
que para nós será a qualidade da alfabetização, determinandolhe as propriedades,
os atributos, as condições, estaremos
constituindo um objeto marcado historicamente, socialmente,
culturalmente – portanto, estaremos agindo ideologicamente e
politicamente; e ao decidir se a todos será dado o mesmo, ou a
cada um, segundo as características de seu contexto de vida,
estaremos nos aproximando ou nos afastando da justiça social –
portanto, e novamente, estaremos agindo ideologicamente e
politicamente.
Promover a aquisição do letramento e da alfabetização com
qualidade é um dever de todo educador e um direito de todo educando. Para que
isso ocorra é preciso que a escola atenda as necessidades de seus
alunos, principalmente quando a sua necessidade é a cegueira.
Conclusão
Sabemos que o desafio está posto, como também
compreendemos que o fato do aluno cego não ler convencionalmente como os
alunos videntes, ele também pode ser alfabetizado. Este fato é que vêm
justificar a necessidade de haver um ambiente alfabetizador adaptado as
necessidades e a forma de apropriação da alfabetização e do letramento pelo
aluno cego.
Deste modo, é preciso que desde cedo a criança cega seja
levada a compreender que os objetos, com seus respectivos nomes podem ser
escritos, mesmo que ainda não conheça o sistema Braille. Para isso é
necessário que tudo que exista de concreto na sala de aula esteja rotulado em
Braille.
O manuseio de livros infantis, a audição de histórias e a sua
interpretação oral após, o professor como escriba daquilo que o aluno fala e o
contato posterior com essa escrita são formas de ir mostrando o uso social da
aprendizagem da língua.
Independente a quem estejamos nos referindo, alunos com
deficiência visual ou vidente, o trabalho de alfabetização/letramento deve ser
direcionado para um ensino que permita a esses alunos compreender, desde o
início, a função social da escrita e dela façam uso efetivo, constituindose
como
leitores e escritores. Assim, o ensino da língua deve ser conduzido de maneira
a levar o aluno a adequar o uso da linguagem a diferentes situações e
contextos sociais. Cabe à escola, portanto, levar o aluno ao domínio da
variedade padrão da língua, não para se adaptar às exigências da sociedade
dominante, mas para que se aproprie de um instrumento de luta e de
participação social e política, uma vez que queremos a emancipação de todos
independente das suas condições.
ϟ
excerto de:
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DO EDUCANDO CEGO OU DE BAIXA
VISÃO: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA
Maria Aparecida Santos Maruch | Professora da rede
pública estadual do Paraná. Especialista na área da deficiência visual.
Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional/PDE2008. email: mmaruch@hotmail.com
Marlizete Cristina Bonafini Steinle | Docente do curso
de Pedagogia da Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus FAFICOP. Mestre
em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. email:
marlizete@sercomtel.com.br.
fonte:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2348-6.pdf
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