A corioretinopatia serosa central, também conhecida como retinopatia serosa central, é uma deficiência visual, muitas vezes temporária, geralmente em apenas um olho, que
afecta principalmente os individuos do sexo masculino na faixa etária dos 20 aos 50 anos, mas que também pode afetar as mulheres. Quando a doença está ativa é
caracterizada pelo extravasamento de líquido sob a retina, com propensão a acumular-se sob a mácula central. Este liquido resulta numa visão borrada ou distorcida
(metamorfopsia).
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente começa com um exame de dilatação da retina, seguido de uma confirmação por tomografia de coerência óptica. O exame de retinografia geralmente
apresenta um ou mais pontos fluorescentes com vazamento de fluido. Para um correto diagnóstico da doença é feito um exame onde existe dilatação da retina, o exame
chama-se (angiografia de fluorescência).
Etiologia
A doença ainda não está bem definida: é causada pelo stress e pelos efeitos secundários de alguns medicamentos, como os glicocorticóides. Observou-se também a correlação
durante a gravidez: em tais casos, o distúrbio é encerrado no momento do parto, embora em casos raros, têm sido observadas recidivas.
A corioretinopatia serosa central é uma patologia extremamente comum em indivíduos jovens do sexo masculino podendo originar incapacidade temporária para o trabalho.
Daqui a importância que atribuímos ao estudo desta patologia.
Importância da tomografia de coerência óptica na corioretinopatia serosa central (CRCS)
Material e Métodos:
Avaliamos 5 casos de indivíduos do sexo masculino com idade média de 38,4 anos, com o diagnóstico de CRCS. Foram efectuadas angiografia fluoresceínica
digitalizada e OCT, como métodos de estudo complementares.
Resultados e Conclusão:
A tomografia de coerência óptica mostrou-se em todos os casos analisados como método de diagnóstico com elevada sensibilidade (100%).
Quando
precedido por um exame clinico cuidado e Retinografia permite efectuar o diagnóstico, apresentando uma especificidade elevada.
Daqui se conclui o interesse do OCT no
diagnóstico e follow-up da CRCS, associada à Retinografia e ao exame clinico.
Terapêutica Fotodinâmica no Tratamento da
Coriorretinopatia Serosa Central Crónica
Tatiana Gregório et al.
[Centro de Responsabilidade de Oftalmologia
dos Hospitais da Universidade de Coimbra]
A Coriorretinopatia Serosa Central (CSC) é uma doença idiopática benigna caracterizada por um descolamento seroso da retina neurossensorial (DNS) na região macular
central. Geralmente de sintomatologia unilateral, afecta preferencialmente homens saudáveis, entre os 30 e os 50 anos. A doença é usualmente esporádica e auto-limitada, e
tem sido associada a situações como stress emocional, personalidade tipo A, gravidez e ao uso sistémico de esteroides.
Quando ocorre envolvimento da mácula central, os doentes referem início súbito de diminuição ligeira da acuidade visual (AV), micrópsia, metamorfópsias e escotoma central
ou para-cental. O diagnóstico baseia-se na oftalmoscopia e é confirmado pela
Angiografia Fluoresceínica (AF) e a
Tomografia de Coerência Óptica (OCT).
A Angiografia com Verde de Indocinina (AVI) mostra a presença de áreas de hiperfluorescência multifocal e derrame nos tempos intermédios do exame (5-10 minutos), que
correspondem a hiperpermeabilidade vascular coroideia e capilares coroideus dilatados e dispersão da fluorescência nas fases tardias (20-30 minutos).
Por vezes podem observar-se áreas de hipofluorescência rodeadas por anel hiperfluorescente. O prognóstico visual é geralmente bom, com evolução natural favorável e
recuperação espontânea do DNS e da AV de base. Contudo, numa minoria de doentes, o Descolamento Neurosensorial (DNS) torna-se persistente, recorrente ou multifocal com
descompensação difusa do Epitélio Pigmentar da Retina (EPR), condição que se denomina de CSC Crónica (CSCC). Nestes casos a recuperação funcional pode não ser total e a
perda visual pode tornar-se permanente devido à disfunção macular.
As recorrências são frequentes ocorrendo em cerca de um terço a metade dos doentes após o 1º episódio.
A Fotocoagulação com laser árgon dos locais de derrame angiográfico extrafoveais contribui para a absorção
mais rápida do fluido sub-retiniano (FSR). No entanto, não parece haver redução da taxa de recorrência nem
benefício visual a longo prazo.
Até ao momento, não existe orientação terapêutica comprovadamente eficaz quando a situação evolui para a
cronicidade. A Terapêutica Fotodinâmica (TFD) com verteporfina, tendo sido inicialmente indicada no tratamento da neovascularização coroideia (NVC) secundária a
Degenerescência
Macular da Idade (DMI), está hoje igualmente aprovada na miopia patológica e no síndrome de histoplasmose
ocular.
Vários autores têm publicado resultados anatómicos e funcionais favoráveis no tratamento da CSCC com TFD. [...]
Artigo completo
in Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia,
Vol. 35 - Nº 1 - Janeiro-Março 2011
A retinopatia serosa é considerada uma doença
do mundo moderno, que
tem causa relacionada com o
stress e a ansiedade.
Doença pouco comum, que
afeta a mácula, região
central da retina (lente
do olho). O nome correto
da doença é retinopatia
serosa central e costuma
atrapalhar a visão
repentinamente. Pessoas
sem outras doenças
oculares podem sofrer do
problema.
Em geral, para cada dez
doentes, nove são
homens. A idade mais
comum para surgimento de
problemas é entre 25 e
45 anos. Em mulheres, é
mais comum durante a
gravidez.
Como Surge a Doença
O enfraquecimento de
uma membrana abaixo da
retina – de Bruch – faz
com que escape líquido
dos vasos próximos à
mácula.
O acúmulo de líquidos
faz surgir uma bolha que
eleva a camada mais
superficial da retina,
formando um tipo de
calombo.
A bolha deforma a
superfície da retina,
provocando deslocamento
do foco na região
central da formação da
imagem, onde está a
mácula.
Causa
Apesar de ter causas
desconhecidas, a serosa
tem forte relação com
o stress e a ansiedade.
Acredita-se que o uso de
corticóide inalatório
também provoque a
doença.
Cura
Na maioria dos casos, é
espontânea e os sintomas
regridem entre quatro e
oito semanas. Aproximadamente um terço
dos pacientes apresenta
recorrência do problema.
Se o líquido não for
reabsorvido em poucas
semanas, apenas o laser
resolverá o problema.
Diagnóstico
Feito através de um
exame de fundo do olho e
confirmado por uma
angiofluoresceinografia,
exame no qual são feitas
fotografias do fundo de
olho. O oftalmologista
consegue notar, a partir
de uma injeção de
contraste, a área
invadida pelo líquido
sob a retina.
Tratamento
Anti-inflamatórios
não-hormonais - sem corticóide - ajudam na reabsorção do
líquido extravasado.
Laser
O jato de laser
atravessa o olho e
queima o tecido no ponto
onde está vazando
líquido. Em uma semana,
forma-se uma cicatriz no
ponto de escoamento. A
doença pode reaparecer
em outra região da
retina.