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 SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL

 

Olhos Secos

Glândula lacrimal
 

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Olhos secos

Clínica Santa Filomena


Definição
Olhos secos ocorrem quando as suas lágrimas não são capazes de fornecer humidade suficiente aos seus olhos. As lágrimas podem ser inadequadas por muitos motivos. Por exemplo, olhos secos ocorrem se não produzir lágrimas suficientes ou produzir lágrimas de fraca qualidade.

Os olhos secos provocam desconforto. Se tiver olhos secos, os seus olhos podem picar ou arder. Pode ter olhos secos em determinadas situações, como num avião, em divisões com ar condicionado, enquanto anda de mota ou depois de olhar para o ecrã de um computador durante várias horas.

Os tratamentos para os olhos secos podem torná-lo mais confortável. Esses tratamentos podem incluir alterações do estilo de vida e gotas para os olhos. Para casos mais graves de olhos secos, a cirurgia pode ser uma opção.


Sintomas

Os sinais e sintomas que normalmente afectam ambos os olhos podem incluir:

  • Uma sensação de picada, queimadura ou arranhão nos olhos

  • Muco viscoso dentro ou em redor dos olhos

  • Maior irritação nos olhos devido ao fumo ou vento

  • Fadiga ocular

  • Sensibilidade à luz

  • Olhos vermelhos

  • Uma sensação de ter algo dentro dos olhos

  • Dificuldade em utilizar lentes de contacto

  • Períodos de lágrimas excessivas

  • Visão turva, por vezes pior ao final do dia ou depois de tentar focar durante um período prolongado


Quando consultar um médico
Consulte o seu médico se tiver sinais e sintomas prolongados de olhos secos, incluindo olhos vermelhos, irritados, cansados ou com dor. O seu médico pode tomar acções para determinar o que está a incomodar os seus olhos ou orientá-lo para um especialista.


Causas
Olhos secos são causados por uma falta de lágrimas adequadas. As suas lágrimas são uma mistura complexa de água, óleos gordos e muco. Esta mistura ajuda a tornar a superfície dos seus olhos suave e nítida e ajuda a proteger os olhos de infecções.

Para algumas pessoas, a causa de olhos secos é um desequilíbrio na composição das lágrimas. Outras pessoas não produzem lágrimas suficientes para manter os olhos confortavelmente lubrificados. Os problemas nas pestanas, medicamentos e outras causas, como factores ambientais, também podem provocar olhos secos.


Lágrimas de fraca qualidade
A película de lágrimas tem três camadas básicas: óleo, água e muco. Os problemas com qualquer uma destas camadas podem causar sintomas de olhos secos.

  • Óleo. A camada exterior da película de lágrimas, produzida por pequenas glândulas na extremidade das suas pestanas (glândulas acinotarsais) contêm óleos gordos, chamados lípidos. Estes alisam a superfície das lágrimas e abrandam a evaporação da camada intermédia aguada. Se as suas glândulas de óleo não produzirem óleo suficiente, a camada aguada evapora demasiado depressa, o que provoca olhos secos. Olhos secos são comuns em pessoas cujas glândulas acinotarseais estão obstruídas. A disfunção acinotarseal é mais comum em pessoas com inflamação ao longo da extremidade das pestanas (blefarite), rosácea e outros problemas de pele.

  • Água. A camada intermédia é principalmente água com um pouco de sal. Esta camada, produzida pelas glândulas lacrimais, limpa os seus olhos e remove partículas estranhas ou irritantes. Se os seus olhos produzirem quantidades inadequadas de água, o óleo e as camadas mucosas podem tocar-se e provocar uma descarga viscosa.

  • Muco. A camada interior de muco ajuda a espalhar as lágrimas de forma uniforme pela superfície dos seus olhos. Se não tiver muco suficiente para cobrir os seus olhos, podem formar-se pontos brancos na superfície frontal do olho (córnea).


Produção de lágrimas diminuída
Olhos secos podem ocorrer quando não é capaz de produzir lágrimas suficientes. O termo médico para esta condição é ceratoconjutivite sicca (síndrome do olho seco).

Pode não produzir lágrimas suficientes no caso de:

  • Ter mais de 50 anos. A produção de lágrimas tende a diminuir à medida que você envelhece. Olhos secos são comuns em pessoas com mais de 50 anos.

  • É uma mulher na menopausa. A falta de lágrimas é mais comum em mulheres, especialmente depois da menopausa. Isto pode dever-se em parte às alterações hormonais.

  • Ter uma condição médica que reduza a sua produção de lágrimas. Olhos secos também estão associados a algumas condições médicas, como diabetes, artrite reumatóide, lúpus, escleroderma, síndrome de Sjogren, distúrbios da tiróide e deficiência em vitamina A.

  • Submeteu-se a uma cirurgia a laser aos olhos. As cirurgias refractivas aos olhos, como laser-assisted in-situ keratomileusis (LASIK) pode provocar uma diminuição na produção de lágrimas e olhos secos. Os sintomas de olhos secos relacionados com estes procedimentos são normalmente temporários.

  • Ter danos na glândula lacrimal. Danos às glândulas lacrimais devidos a inflamação ou radiação podem dificultar a produção de lágrimas.


Problemas nas pestanas
Piscar os olhos espalha uma película fina contínua de lágrimas na superfície dos seus olhos. Se tiver um problema nas pestanas que dificulte piscar os olhos, as lágrimas podem não ser devidamente espalhadas pelos seus olhos ou as suas lágrimas podem evaporar demasiado depressa, provocando olhos secos. Os problemas nas pestanas podem incluir virar das pálpebras para fora (ectropion) ou virar das pálpebras para dentro (entropion)


Medicamentos que provocam olhos secos
Os medicamentos que podem fazer com que os olhos fiquem secos incluem:

  • Alguns medicamentos utilizados para tratar a pressão arterial alta

  • Anti-histamínicos e descongestionantes

  • Terapia de substituição hormonal

  • Determinados anti-depressivos

  • Medicamentos do tipo isotretinoina para o tratamento de acne


Causas adicionais
Outras causas de olhos secos incluem:

  • Vento

  • Ar seco

  • Tarefas que requeiram imensa concentração em que pisque com menos frequência, como trabalhar ao computador, conduzir ou ler.


Diagnóstico
Os testes e procedimentos utilizados para determinar o que lhe está a provocar olhos secos podem incluir:

  • Um exame completo à vista. Um exame à vista que inclui o historial completo da sua saúde em geral e da sua saúde ocular podem ajudar o seu médico a diagnosticar a causa dos olhos secos.

  • Medição do volume de lágrimas. O seu médico pode medir a produção de lágrimas através do teste Schirmer. Neste teste, são colocadas tiras de papel por baixo das suas pálpebras inferiores. Cinco minutos depois o médico mete a quantidade de tira ensopada pelas suas lágrimas.

  • Determinar a qualidade das suas lágrimas. Outros testes utilizam corantes especiais em conta-gotas para determinar a condição da superfície dos seus olhos. O seu médico procura padrões de manchas nas córneas e mede quanto tempo demora antes das suas lágrimas evaporarem.
     

imagem: teste de Schirmmer


Tratamento
Para a maioria das pessoas com sintomas ocasionais ou ligeiros olhos secos, o tratamento envolve conta-gotas de venda livre, como lágrimas artificiais e outros remédios caseiros. Porém, é melhor evitar conta-gotas que reduzam a vermelhidão. Se os seus sintomas de olhos secos forem persistentes e mais graves, as suas opções de tratamento irão depender do que lhe está a provocar olhos secos. Algumas condições que causam olhos secos podem ser invertidas ou controladas. Outros tratamentos podem melhorar a qualidade das suas lágrimas ou impedir que as suas lágrimas sequem demasiado depressa nos seus olhos.


Tratar a causa subjacente de olhos secos
Em alguns casos, o tratamento de um problema de saúde subjacente pode ajudar a inverter o problema de olhos secos. Por exemplo, se um medicamento lhe tiver a provocar olhos secos, o seu médico pode recomendar um medicamento diferente que não provoque esse efeito secundário.

Se tiver uma condição de pestanas, como uma anomalia anatómica ou uma condição que torne difícil fechar os seus olhos por completo quando pisca os olhos, o seu médico pode direccioná-lo para um cirurgião oftalmológico, especializado em cirurgia plástica das pestanas (cirurgião oculoplástico).

Se os seus sinais e sintomas sugerirem uma condição autoimune, como artrite reumatóide ou síndrome de Sjogren, o seu médico pode orientá-lo para um reumatologista para ser avaliado.


Medicamentos
Os medicamentos utilizados para tratar olhos secos incluem:

  • Antibióticos para reduzir a inflamação nas pestanas. Se a inflamação ao longo da extremidade das suas pestanas impedir as glândulas de óleo de segregarem óleo para as suas lágrimas, o seu médico pode recomendar-lhe antibióticos para reduzir a inflamação. Os antibióticos podem ser administrados como gotas ou pomada, ou podem ser tomados em forma de comprimidos.

  • As gotas com receita para controlar a inflamação da córnea. A inflamação na superfície dos seus olhos pode ser controlada por gotas com receita, que contêm o medicamento imunossupressor ciclosporina (Restasis) ou que contêm corticosteróides para controlar a inflamação.

  • Inserções oculares com receita que funcionam como lágrimas artificiais. Para pessoas com sintomas de olhos secos moderados a graves que não podem utilizar lágrimas artificiais, uma opção pode ser uma pequena inserção ocular que parece um grão de arroz transparente. Uma vez por dia, coloca a inserção de celulose hidroxipropil (Lacrisert) entre a pálpebra inferior e o globo ocular. A inserção dissolve-se lentamente, libertando uma substância que é utilizada nas gotas para lubrificar o seu olho.


Tratamentos
Os tratamentos que podem ser utilizados incluem:

1. Fechar as condutas lacrimais para reduzir a perda de lágrimas. O seu médico pode sugerir o tratamento para impedir que as lágrimas saiam do seu olho demasiado depressa. Isto pode ser feito ao fechar parcial ou completamente as condutas lacrimais, o que normalmente serve para drenar as lágrimas. As condutas lacrimais podem ser fechadas com pequenas tampas de silicone (tampas punctais) que conservam as suas lágrimas e as lágrimas artificiais que pode adicionar. As tampas de silicone podem ser removidas ou deixadas nessa posição. Ou as condutas lacrimais podem ser fechadas com um procedimento que utiliza calor. Num procedimento mais permanente, chamado cautério, o seu médico adormece a área com um anestésico e aplica um fio quente que encolhe os tecidos da área de drenagem e provoca a cicatrização, que fecha a conduta lacrimal.

2. Cobrir os seus olhos com uma lente de contacto especial. As pessoas com olhos secos graves podem optar por lentes de contacto especiais. Estas lentes de contacto ajudam a proteger ou defender a superfície dos seus olhos, captando a humidade perto dos olhos de modo a aliviar os sintomas de olhos secos. Pergunte ao seu médico se estas lentes especiais, chamadas lentes de penso ou escudos córneos, são uma opção para si.

3. Desbloquear as glândulas de óleo bloqueadas. Um novo tratamento chamado pulsação térmica LipiFlo ajuda a desobstruir as glândulas de óleo bloqueadas. Durante o tratamento, um dispositivo semelhante a uma taça ocular é colocado em cima do seu olho. O aparelho fornece então uma massagem morna à pálpebra inferior. O procedimento demora menos de 15 minutos e pode ir para casa logo de seguida. Os resultados normalmente são visíveis após alguns dias. Devido a ser um novo tratamento, pode ainda não estar disponível em todos os locais.

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23.Out.2013
publicado por MJA



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Síndrome do olho seco

Dr. António Ramalho


O QUE É O SÍNDROME DE OLHO SECO ?
É uma situação clínica em que existe uma deficiência quantitativa e/ou qualitativa do filme lacrimal précorneano, multifactorial, e que resulta numa hidratação inadequada da córnea .

O QUE É, DE FACTO, O OLHO SECO ?
É a perda ou a redução da capacidade normal dos olhos para produzir lágrimas. É necessário um equilíbrio entre a produção de lágrimas e a sua excreção, seja por drenagem, seja por evaporação. Quando se perde esse equilíbrio, surge a ruptura do filme lacrimal, produzindo áreas secas sobre a córnea e conjuntiva, levando ao aparecimento de lesões e consequente sintomatologia .

O QUE ACONTECE SE NÃO SE DIAGNOSTICAR O OLHO SECO?
Se não for diagnosticado e/ou tratado correctamente poderá levar ao aparecimento de lesões graves na superfície ocular, e em casos mais graves, á perda de visão.

ONDE SÃO PRODUZIDAS AS LÁGRIMAS?
Nas glândulas lacrimais principais e acessórias .

Nas glândulas lacrimais principais, que se localizam na órbita e nas pálpebras, produzem-se as lágrimas reflexas, em resposta a um estímulo (irritação, emoção) . No entanto, estas glândulas não contribuem para a hidratação do globo ocular, o que leva a que, paradoxalmente, as pessoas que sofram de olho seco se possam queixar de chorar muito.

As Glândulas lacrimais acessórias servem para hidratar e nutrir a córnea, facilitando a visão nítida, remover corpos estranhos e microrganismos . São as lágrimas basais.

As lágrimas são produzidas constantemente de modo a que a superfície ocular esteja hidratada .Esta produção poderá ser aumentada, como se disse, consequência de respostas a estímulos externos como trauma, emoções, alergias e poluição atmosférica.

QUAL É A FUNÇÃO DO PESTANEJO?
- Normalmente o pestanejo espalha uniformemente a lágrima pela superfície ocular como uma fina película, o filme lacrimal, o qual ao fim de alguns segundos se rompe, sendo refeito normalmente com um novo pestanejo.

Pestanejamos em média 15 vezes por minuto.

O pestanejo leva a que as lágrimas vão fazer a cobertura da superfície da córnea, hidratando-a , protegendo-a e nutrindo o olho .Além disso possibilita uma visão nítida e sem distorções .


QUAIS SÃO AS QUEIXAS MAIS FREQUENTES DO OLHO SECO?

- ardor
- irritação
- sensação corpo estranho ou areia nos olhos
- lacrimejo excessivo (sintoma que confunde!)
- fotofobia ( sensibilidade aumentada á luz )
- visão desfocada
- olhos vermelhos
- desconforto após ler, ver televisão ou trabalhar com computador)
- existência de secreção mucosa nos olhos

QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DAS LÁGRIMAS ?

  • Hidratação da superfície ocular, nomeadamente da córnea e conjuntiva .

  • Metabolismo ( transporte de oxigénio, CO2 e nutrientes )

  • Funcionamento do centro óptico .

  • Defesa e Protecção dos olhos contra partículas e bactérias do meio ambiente .

  • Lubrificação para os movimentos das pálpebras .

QUAL É A VIA DAS LÁGRIMAS ?
As lágrimas são secretadas pelas glândulas lacrimais principais e acessórias. Drenadas no fundo de saco conjuntival e posteriormente eliminadas nas fossas nasais pelas vias lacrimais excretoras.

O QUE É O FILME LACRIMAL ?
É uma estrutura importante para assegurar a integridade da superfície da córnea e conjuntiva .

É composto por 3 camadas :
- camada lipídica ( a mais anterior )
- camada aquosa ( intermédia )
- camada mucosa ( intimamente ligada ao epitélio da córnea e conjuntiva bulbar )

A camada lipídica é secretada pelas glândulas de Meibomius . Tem como função retardar a evaporação da camada aquosa (intermédia), estabilizando deste modo o filme lacrimal .

A camada aquosa ocupa a quase totalidade da espessura do filme lacrimal (98% da espessura). E transporta oxigénio para o epitélio da córnea ,contém lisosima e beta-lisina ( função bactericida ) e imunoglobulinas ( principalmente IG A, que impede a aderência das bactérias á superfície corneana ). Esta camada tem também um papel importante na manutenção da nitidez das imagens .

A camada mucosa é uma camada que adere á superfície do epitélio corneano, fazendo com que as lágrimas de distribuam de forma homogénea na superfície corneana entre os pestanejos .

O SINDROME DO OLHO SECO É COMUM ?
É certamente uma das causas mais importantes de desconforto ocular no idoso .

Estima-se que numa população acima de 65 anos de idade, entre 15-40 % da população esteja afectada por esta patologia .


QUAIS SÃO AS CAUSAS DE OLHO SECO ?
Podem existir doenças sistémicas, mas a grande maioria não apresenta essas patologias. Entre as situações quotidianas mais capazes de desencadear olho seco salientam-se :

  • Actividades que exijam uma maior concentração, como ler, usar computadores, conduzir, ver televisão, ou seja, sempre que é requerida uma maior atenção, a qual se reflecte numa diminuição do ritmo de pestanejo.

  • Ver televisão acima da posição dos olhos, provoca uma maior abertura palpebral, levando a uma maior evaporação das lágrimas .

  • Condições ambientais, como o vento e o ar condicionado, as quais levam a uma maior evaporação das lágrimas.

  • O olho seco ocorre mais frequentemente no Outono e Inverno, devido à baixa humidade do ar .

  • Mulheres pós-menopausa por alterações hormonais

  • A idade (com o avançar da idade a produção de lágrimas diminui. Por exemplo, aos 65 anos de idade, produz-se menos 60% de lágrimas do que aos 18 anos de idade).

  • Causas sistémicas : Artrite reumatóide, Lúpus eritematoso disseminado, esclerodermia, poliartrite nodosa, sarcoidose, Parkinson, diabetes mellitus, doença tiroideia )

  • Anomalias das pálpebras e do epitélio corneano .

  • Fármacos que diminuem a produção lágrimas ( antihistaminicos, tranquilizantes, descongestionantes, antidepressivos, anticonceptivos orais, anestésicos, beta-bloqueantes ).

  • Pós operatório de cirurgia de refracção ocular .

  • Lentes de contacto (podem levar a uma maior secura ocular ou ao agravamento duma situação pré-existente).

  • Permanência em altitudes elevadas .

  • Fumo de cigarro . Poluição do ar .

  • Clima seco , com vento.

  • Queimaduras químicas


COMO SE DIAGNOSTICA O OLHO SECO ?
Exame completo do doente e estes específicos ( B.U.T., teste Shirmmer e Rosa bengala)

Ou seja, observação e orientação terapêutica pelo Oftalmologista.

QUAL É O TRATAMENTO DO OLHO SECO ?
É paliativo ! Verificação das patologias sistémicas e correcção dos factores apontados como predisponentes .

  • Lágrimas artificiais, preferencialmente sem conservantes. Sob a forma de colírios ou gel, em casos mais graves .

  • Oclusão dos pontos lacrimais ( em casos mais graves ).
     

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23.Out.2013
publicado por MJA



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Olho Seco

Direcção Geral de Saúde - Portugal


O “Olho Seco” resulta da deficiente lubrificação da superfície ocular externa. Pode ser devido a uma produção de lágrima em quantidade insuficiente ou quando a qualidade dos componentes do filme lacrimal é inadequada.

A função do rebordo palpebral é, também, fundamental para a uniformização da película lacrimal, através do pestanejar (função de “limpa pára-brisas”).


Função das Lágrimas

  • Nutrição, humidificação, lubrificação e limpeza

  • Protecção: bacteriostática e imunológica

  • Refractiva

A produção basal do filme lacrimal depende essencialmente de células da conjuntiva e da glândula lacrimal.

O filme lacrimal é composto por três camadas: lipídica, aquosa e mucóide. A camada mais externa, lipídica, previne a evaporação. A camada intermédia, aquosa, é fundamentalmente a responsável pela nutrição da córnea. A camada interna, mucóide, dá estabilidade ao filme lacrimal.

Além da nutrição e lubrificação, as lágrimas protegem a superfície ocular contra infecções e outras agressões do olho como poeiras, fumos e partículas aéreas, promovendo em continuidade a lavagem da superfície ocular. Contribuem também para a estabilidade de uma superfície corneana, regular, proporcionando uma melhor refracção. A sua eficaz função de limpeza, de humidificação e lubrificação são importantes para o conforto ocular.


Sintomas do Olho Seco
Os sintomas frequentes de "olho seco" são:

  • Desconforto Ocular

  • Ardor

  • Prurido

  • Sensação de corpo estranho (areia) nos olhos

A deficiente função lacrimal pode conduzir, pelo sofrimento córneo-conjuntival a:

  • Olhos vermelhos e dolorosos

  • Fotofobia (dificuldade em suportar a luz)

  • Pequenas úlceras de córnea (queratites)

O olho seco pode, paradoxalmente, conduzir ao lacrimejo e epífora por excesso de produção do componente aquoso da glândula lacrimal. Um olho seco pode confundir-se com outras situações, tais como conjuntivites, queratites e alergias oculares. Pode manifestar-se como uma “conjuntivite crónica”.


Causas do Olho Seco

Existem diferentes factores que podem ser causa de olho seco, seja por diminuição da produção de lágrimas, da sua qualidade ou por excessiva evaporação, como:

  • Idade: Com a idade, a produção de lágrimas diminui. Aos 65 anos, a produção lacrimal é cerca de 60% inferior da que existe aos 18 anos.

  • Doenças Imunológicas: Um olho seco está frequentemente associado a doenças como: artrite, alergia, Lupus, Síndrome de Sjogren e outras doenças da pele, das mucosas e imunológicas.

  • Meio Ambiente: Condições ambientais, de ar seco, fumos e vento podem desencadear ou agravar a situação de olho seco.

  • Iatrogénico: Alguns medicamentos, como: os anti-histamínicos, anti-depressivos, anti-hipertensivos, podem contribuir para a diminuição da produção lacrimal e seus componentes.


Diagnóstico de Olho Seco
Faz-se por diversos testes, não invasivos nem dolorosos, que medem a quantidade de produção de lágrimas e que avaliam a sua qualidade.

Um destes testes é o teste de Schirmer que, utilizando uma tira de papel de filtro especial, mede a quantidade de lágrimas. O BUT (break up time – tempo de rotura), que exige equipamento específico de oftalmologia e utilizando-se um corante natural (fluoresceína), permite medir o tempo de rotura do filme lacrimal e é portanto um teste que avalia a qualidade da lágrima (estabilidade).

O olho seco é acompanhado frequentemente por "boca seca", por disfunção das glândulas salivares, semelhantes funcionalmente às glândulas lacrimais.


Tratamento do Olho Seco

Faz-se essencialmente utilizando substitutos da lágrima, lágrimas artificiais, de que existem diversos no mercado.

Não esquecer as patologias sistémicas e os intervenientes ambientais e iatrogénicos  que podem estar na origem das queixas.

 

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23.Out.2013
publicado por MJA



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Síndrome de Sjögren

Manual MSD


A Síndrome de Sjögren é uma perturbação inflamatória crónica caracterizada por uma secura excessiva dos olhos, da boca e de outras membranas mucosas. Esta síndrome está frequentemente associada a outros sintomas mais característicos da artrite reumatóide ou do lúpus eritematoso sistémico. A síndrome de Sjögren é considerada como uma doença auto-imune, embora se desconheça a sua causa. É menos frequente que a artrite reumatóide e a sua incidência é maior nas mulheres que nos homens.

Os glóbulos brancos infiltram-se nas glândulas que segregam líquido (como as salivares da boca e as glândulas lacrimais dos olhos), o que provoca secura da boca e dos olhos (sintomas clássicos desta síndrome). A síndrome de Sjögren também pode secar as membranas mucosas que revestem o tracto gastrointestinal, a traqueia, a vulva e a vagina.


Sintomas

Em alguns casos, só secam a boca e os olhos (complexo seco, síndrome seca). A secura dos olhos pode lesar gravemente a córnea; a falta de lágrimas pode causar lesões permanentes no olho. A insuficiência salivar pode entorpecer o gosto e o olfacto, dificultar a comida e a deglutição e causar cáries.

Noutras pessoas são afectados muitos órgãos. A secura da traqueia e dos pulmões pode torná-los mais susceptíveis à infecção, provocando pneumonias. O invólucro do coração pode inflamar-se (pericardite). Os nervos podem sofrer lesões, especialmente os da cara. O fígado, o pâncreas, o baço, os rins e os gânglios linfáticos podem ser afectados. Pode verificar-se uma artrite, que surge em quase um terço das pessoas, afectando as mesmas articulações que a artrite reumatóide; mas a artrite provocada pela síndrome de Sjögren tende a ser mais leve e, em geral, não é destrutiva. O linfoma, um cancro do sistema linfático, é 44 vezes mais frequente nas pessoas que sofrem da síndrome de Sjögren do que no resto da população.


Diagnóstico

É provável que uma pessoa com secura da boca e dos olhos e uma inflamação articular sofra da síndrome de Sjögren. O médico pode efectuar vários exames para diagnosticar a doença.

Mede-se a quantidade de lágrimas produzidas, colocando uma fita de papel de filtro sob cada pálpebra inferior e observando a porção da fita que se molha (prova de Schirmer). O indivíduo que tem a síndrome de Sjögren pode produzir menos de um terço da quantidade normal. O oftalmologista controlará as possíveis lesões na superfície do olho.

Podem realizar-se muitas provas sofisticadas para avaliar a secreção da glândula salivar. O médico pode solicitar uma gamagrafia ou efectuar uma biopsia das glândulas salivares. As análises de sangue podem detectar anticorpos anormais como os anti-SSB, um anticorpo altamente específico da síndrome de Sjögren.

As pessoas que sofrem desta síndrome apresentam muitas vezes anticorpos mais característicos da artrite reumatóide (factor reumatóide) ou do lúpus (anticorpos antinucleares). A velocidade de sedimentação é elevada em 7 de cada 10 pessoas, e 1 de cada 3 tem um défice de glóbulos vermelhos (anemia) ou de certos tipos de glóbulos brancos.


Prognóstico e tratamento

O prognóstico depende da capacidade dos anticorpos para lesar os órgãos vitais. Em ocasiões raras verifica-se a morte por pneumonia, insuficiência renal ou linfoma.

Não se dispõe de cura para a síndrome de Sjögren, mas os sintomas podem ser aliviados: a secura dos olhos pode ser tratada com gotas de lágrimas artificiais (Ver secção 20, capítulo 221); uma boca seca humedece-se sorvendo líquidos continuamente, mascando pastilha elástica sem açúcar ou mediante o bochecho com um colutório.

Os medicamentos que reduzem a quantidade de saliva, como os descongestionantes e os anti-histamínicos, devem ser evitados já que podem piorar a secura. A pilocarpina ajuda a estimular a produção de saliva se as glândulas salivares não estiverem gravemente lesadas. Uma cuidadosa higiene dentária e visitas frequentes ao dentista minimizam a cáries e perda dos dentes. A dor e o inchaço das glândulas salivares tratam-se com analgésicos. A aspirina e o repouso constituem, em muitos casos, um tratamento suficiente para os sintomas articulares, já que são geralmente ligeiros. Os corticosteróides (como a prednisona) administrados por via oral são muito eficazes quando os sintomas resultantes da lesão dos órgãos internos são acentuados.
 

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11.Mar.2018
publicado por MJA



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Xeroftalmia

Prof. Doutor Manuel Monteiro Pereira

nutrição limpa equilibrada da alimentação, alimento rico na vitamina a - vitamina a - fotografias e filmes do acervo


O que é a xeroftalmia?

A xeroftalmia ou queratomalacia é uma doença que é caracterizada pela deficiente qualidade ou quantidade de produção de lágrimas. Como consequência, a córnea não é lubrificada corretamente, ficando seca (olho seco). A xeroftalmia também é conhecida como olho seco, queratomalacia, queratite xerótica ou ceratoconjuntivite seca.

As lágrimas têm uma composição bioquímica constituída por uma mistura complexa de proteínas e outros componentes que são fundamentais para a saúde e conforto dos olhos. As lágrimas têm a função de fornecer nutrientes e de humedecer as células da córnea (a estrutura transparente na parte anterior do olho), lubrificando e protegendo das infeções a superfície exposta do olho.

A xeroftalmia é uma doença ocular na qual ocorre a degeneração da conjuntiva e da córnea, que fica com um aspeto seco, enrugado e atrofiado. A córnea fica opaca e as glândulas lacrimais obstruídas, o que impede a secreção lacrimal que tem como função a lubrificação do globo ocular.

A progressão da xeroftalmia pode conduzir a doenças mais graves como é o caso da falcotomia e da ceratomalacia (a córnea fica muito seca e é perfurada pelo aparecimento de úlceras).


Diagnóstico

O diagnóstico de xeroftalmia é efetuado através da utilização do teste de Schirmer. Este teste permite avaliar a quantidade e a qualidade de lágrimas produzidas. O diagnóstico de xeroftalmia é realizado, maioritariamente, em crianças, idosos e pessoas subnutridas e em regiões de subdesenvolvimento.


Causas

As causas da xeroftalmia podem estar relacionadas com aspetos ambientais, nomeadamente, uma prolongada exposição ao ar condicionado, ao fumo de tabaco, clima seco, poluição e contaminação ambiental.

O mau uso ou uso continuado de lentes de contato, assim como o excesso de uso de cosméticos, maquilhagem nos olhos podem também ser apontadas como causas da xeroftalmia, pois alteram o funcionamento das glândulas lacrimais.

A idade também é apontada como causa de xeroftalmia, na medida em que com o avançar da idade o nosso organismo vai diminuindo a produção de lágrimas, o que provoca a secura da córnea.

Apesar de ser menos frequente, a administração diária de certos medicamentos, especificamente, descongestionantes, anti-histamínicos, tranquilizantes, antidepressivos, anticoncecionais, diuréticos, anestésicos e fármacos usados na hipertensão arterial, podem ser as causas de surgimento da xeroftalmia.

O uso prolongado do computador e outros dispositivos eletrónicos podem também estar relacionados com o olho seco e vista cansada.


Sintomas

Na xeroftalmia verificam-se os seguintes sinais e sintomas: desconforto ocular, que pode ser descrito como secura, ardor, sensação de areia ou prurido; vista cansada, comichão ocular, sensibilidade à luz (fotofobia) ou visão turva.

A superfície da córnea fica seca e podem surgir úlceras de córnea e infeções bacterianas, as glândulas lacrimais e a conjuntiva ficam afetadas provocando uma disfunção no sistema lacrimal, afetando assim a normal produção de lágrimas.

Um sintoma muito recorrente da xeroftalmia é a dificuldade de visão noturna (hemeralopia), a chamada cegueira noturna, ou seja, o doente não apresenta uma boa adaptação visual em ambientes pouco iluminados.

O aparecimento de manchas brancas acinzentadas - manchas de Bitot, manchas ovais, triangulares ou de formato irregular com concentração de queratina localizadas superficialmente na conjuntiva, é também um dos sinais mais recorrentes desta patologia.

Pode ainda verificar-se perda de brilho ocular e um aspeto granular. Raramente ou em casos de extrema gravidade pode ocorrer a ulceração da córnea que pode progredir e originar a necrose e destruição do globo ocular, provocando cegueira irreversível (ceratomalacia).

A xeroftalmia pode ser um sintoma de outro distúrbio ocular, nomeadamente, inflamação das pálpebras e a ceratite, de doenças como o hipotiroidismo e doenças autoimunes, como por exemplo, a artrite reumatóide, o lúpus eritematoso sistêmico, a sarcoidose e a síndrome de Sjögren.


A Xeroftalmia tem cura?

A xeroftalmia é uma doença ocular que tem cura desde que seja diagnosticada e tratada de forma correta e atempada. A sua recuperação é mais eficaz quando o diagnóstico é realizado precocemente.


Tratamento

O tratamento da xeroftalmia deve passar primeiramente por corrigir a falta de vitamina A, promovendo uma dieta rica em vitamina A e através da administração de suplementos vitamínicos. No caso dos suplementos é crucial ter em consideração o peso do paciente, na medida em que as quantidades elevadas de vitamina A também podem ser tóxicas.

No tratamento da xeroftalmia, o médico oftalmologista pode prescrever gotas ou pomadas de antibióticos para tratar as infeções oculares, caso elas existam. A administração de lágrimas artificiais pode, igualmente, ser eficaz no tratamento da xeroftalmia. Em casos mais graves pode ser necessário o uso de medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores tópicos.

No caso da síndrome do olho seco, em que existe uma incorreta drenagem das lágrimas, podemos recorrer à cirurgia (ou operação) de modo a ocluir a via lacrimal.


Como prevenir?

A prevenção da xeroftalmia passa necessariamente pela proteção dos olhos contra os agressores externos, como o vento, a poeira, o fumo, etc.. Deve, assim, evitar-se a exposição ao ar condicionado, aquecedores e ambientes com fumo.

Os utilizadores de lentes de contacto devem evitar o uso continuado e proceder a uma correta higienização das lentes. Podem também ser usadas lágrimas artificiais para se proceder à lubrificação dos olhos.

O doente nunca se deve automedicar, na medida em que alguns medicamentos podem interferir com bom funcionamento do sistema lacrimal.

A alimentação deve também ser um aspeto valorizado na prevenção da xeroftalmia. Devemos fazer uma alimentação saudável e equilibrada, sendo importante incluir na dieta alimentos ricos em vitamina A, como por exemplo, cenoura, abóbora, pimento vermelho e amarelo, pêssegos, manga, brócolos, espinafre, escarola, salsa, leite, entre outros.


fonte: https://www.saudebemestar.pt/

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11.Mar.2018
publicado por MJA



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Novas abordagens terapêuticas:
Tratamento do olho seco com Soro Autólogo

Dr. Rufino Silva
 

O tratamento clássico do olho seco com o recurso às múltiplas formulações de lágrimas lubrificantes e de conforto que existem no mercado pode ser tratado nos casos mais resistentes com plasma enriquecido com factores de crescimento (PRGF – acrónimo da expressão inglesa).

O plasma enriquecido com factores de crescimento é obtido a partir do sangue do doente do qual se obtêm colírios cuja aplicação se processa habitualmente 2 vezes ao dia.

A partir de uma colheita, obtém-se geralmente a quantidade de plasma activado suficiente para um tratamento com a duração de 3 meses findo o qual uma alta percentagem de doentes deixa de sentir necessidade de recorrer às lágrimas artificiais ou, a sua utilização, passa a ser esporádica.

O plasma enriquecido com factores de crescimentos é obtido a partir do sangue do doente após um processo laboratorial rápido e é utilizado (com diversas fórmulas de preparação) em múltiplas patologias como o tratamento do olho seco, tratamento estético das rugas, tratamento de úlceras tróficas graves da córnea, etc além de múltiplas aplicações em áreas da medicina como ortopedia, traumatologia, estomatologia, cirurgia vascular, etc.

No caso do tratamento do olho seco, grave ou moderado, a sua aplicação consegue em altíssima percentagem de casos eliminar durante períodos que podem ultrapassar o ano, o uso de qualquer tratamento ou tornar muito menos frequente a dependência de lágrimas artificiais. O seu efeito deve-se à capacidade de regeneração dos tecidos (neste caso o epitélio da córnea) que evita as erosões e micro úlceras, produzidas pela secura e que são a causa do incómodo ou mesmo dôr referida pelos doentes.

O aparecimento dos colírios preparados a partir do soro do doente (soro autólogo) com enriquecimento das plaquetas, permitiu evitar em mais de 80 % dos casos a necessidade do recurso às lágrimas artificiais ou, fazer com que a dependência destas gotas seja muito menor.

 

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29.Mai.2017
publicado por MJA