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 Sobre a Deficiência Visual

 

OCLUSÕES VASCULARES DA RETINA
 


 

  1. Oclusões Vasculares da Retina  Vinícius Nascimento
  2. Obstrução da Artéria retiniana  Manual Merck
  3. Obstrução da Veia retiniana Manual Merck
  4. Oclusão da Veia Central da Retina Maurício Maia et al
  5. Obstrução da Artéria Central da Retina Mirelle Benchimol
  6. Oclusão do Ramo da Artéria da Retina Visão Laser
  7. Oclusão da Veia Central & do Ramo da Veia Central da Retina  Instituto de Retina
  8. Oclusão Venosa da Retina: ORVR e OCVR  Novartis
     


Oclusões Vasculares da Retina

Vinícius Nascimento


Oclusão da Veia Central da Retina:

Esta doença ocular ocorre em pacientes acima de 50 anos e usualmente apresentam associação com doenças sistêmicas como hipertensão arterial, diabetes e doença cardiovascular ou doenças oculares, como glaucoma crônico simples. Ao exame oftalmológico, a retina apresenta-se com hemorragias em todos os quadrantes com tortuosidade venosa importante, podendo ter algum grau de hemorragia vítrea e exsudatos algodonosos em quantidade bastante variável. Uma quantidade maior de exsudatos algodonosos denota uma maior isquemia retiniana que é confirmada pela angiofluoresceinografia. Nestes casos, deve-se considerar a panfotocoagulação como forma de prevenção de glaucoma neovascular.

Oclusão da Artéria Central da Retina:
Ocorre mais em homens com idade média de 60 anos e muito frequentemente a apresentação é unilateral, raramente é bilateral. Ocorre mais em pacientes com alguma doença sistêmcia, 2/3 são hipertensos, 25% são diabéticos e outros 20% têm alguma doença valvular cardíaca. A placa ipsilateral de carótida ocorre em 45% dos pacientes. A perda visual é importante e ocorre em segundos, podendo apresentar amaurose fugaz antes do início do quadro à oclusão de artéria central da retina. No exame oftalmológico, apresenta-se com defeito pupilar aferente e uma coloração típica da retina, que é uma opacificação, com a região macular preservando a sua coloração avermelhada, chamada mancha vermelho-cereja. Em 20% dos casos, é possível visualizar o êmbolo. A acuidade visual é bastante baixa, variando de conta dedos a projeção de luz. O tratamento deve ser iniciado de imediato com paracentese da câmara anterior, hipotensores oculares tópicos e/ou sistêmicos, na tentativa de mobilizar o êmbolo, causando um menor dano na retina.

Oclusão do Ramo Venoso da Retina:
Comum ocorrer em pacientes com hipertensão arterial ou algum grau de dislipidemia, acima dos 50 anos. A baixa de acuidade visual é muito variável, dependendo da região afetada da retina. Se a região macular estiver preservada, a visão pode ser até normal (20/20). O quadro oftalmológico do fundo de olho é típico, com hemorragias e edema na região da veia afetada. Se o edema comprometer a região macular, a visão fica bastante baixa, podendo não melhorar mesmo com tratamento de fotocoagulação. Os exsudatos algodonosos podem estar presentes, mas não comumente.

Oclusão do Ramo Arterial da Retina:
Ocorre baixa de visão somente se houver comprometimento macular. A queixa mais frequente quando isto ocorre é baixa de visão associada a defeito de campo visual. Ao exame de fundo de olho, observa-se uma cor mais pálida na região do ramo arterial comprometido. O prognóstico é bom se a mácula não tiver sido comprometida, mas o defeito de campo visual é permanente.


Fonte: Perda Súbita de Visão

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16.Mar.2014
publicado por MJA


 

Obstrução da artéria retiniana

Manual Merck


A artéria retiniana é o maior vaso que fornece sangue à retina. Se estiver entupida, o olho afectado perde subitamente a visão, embora sem dor. A obstrução pode dever-se à aterosclerose, a um coágulo de sangue ou a um glóbulo de gordura (em geral, gordura que escapou da medula óssea depois de uma fractura e chegou como um êmbolo, através da corrente sanguínea). Outra causa importante, em especial nas pessoas de idade, é a inflamação dos vasos sanguíneos da cabeça (arterite temporal). É necessário começar de imediato um tratamento para preservar a visão.
 

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16.Mar.2014
publicado por MJA


 

Obstrução da Veia Retiniana

Manual Merck


A veia retiniana é o vaso principal que transporta o sangue a partir da retina. A sua obstrução faz com que as veias mais pequenas da retina se dilatem e se tornem sinuosas. A superfície da retina fica congestionada, incha e pode dar-se uma fuga de sangue na retina. A obstrução da veia retiniana acontece principalmente nas pessoas idosas que sofrem de glaucoma, de diabetes, de tensão arterial alta ou de doenças que tornam o sangue mais espesso, como um número anormalmente elevado de glóbulos vermelhos.

A obstrução da veia retiniana provoca uma perda indolor da visão que acontece de uma forma muito mais lenta do que nos casos de obstrução da artéria retiniana. As alterações permanentes que se observam consistem na formação de vasos sanguíneos novos e anormais na retina e no aparecimento de glaucoma. A angiografia com fluoresceína (um procedimento no qual o médico injecta um corante numa veia, espera que ele chegue à retina e, de seguida, faz fotografias desta última) ajuda a determinar a dimensão do dano e a planificação do tratamento. O tratamento com laser pode ser utilizado para destruir os vasos anormais.
 

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16.Mar.2014
publicado por MJA


 

Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR)

Mauricio Maia, André Maia, Nilva Moraes, Michel Eid Farah, Eduardo Souza, Eduardo Rodrigues, Octaviano Magalhães Jr., Eduardo Dib e Fernando Penha


A. Definição
As doenças venosas oclusivas retinianas - oclusão da veia central da retina (OVCR) e a oclusão de ramo venoso (ORV) - são as desordens vasculares retinianas mais comuns após o diabetes, o que demonstra a sua importância na prática oftalmológica diária. O manejo dessas doenças é baseado em ensaios clínicos realizados no passado cujo objetivo era se verificar a história natural bem como os efeitos da laserterapia nessas anormalidades vasculares. Atualmente, com o advento da tomografia óptica coerente, tem-se a possibilidade de se entender de uma forma objetiva as anormalidades maculares que acontecem nessas desordens vasculares, permitindo assim, a obtenção de dados mais objetivos para auxiliar na indicação de novas modalidades terapêuticas, como a injeção de corticóides intravítreos (triancinolona) bem como a revolucionaria terapia anti-VEGF, além das alternativas cirúrgicas para o manejo da OVCR, cirurgia denominada “neurotomia radial”, cada vez menos utilizada mundialmente.


B. Fisiopatologia
A OVCR ocorre mais frequentemente acima dos 50 anos de idade sendo que a maioria dos pacientes terá uma história de hipertensão arterial sistêmica ou doenças cardiovasculares associadas como o diabetes.

A OVCR ocorre pela formação de um trombo na área da lâmina crivosa, que limita o fluxo venoso de drenagem retiniano. O correto mecanismo fisiopatológico da formação do trombo na OVCR é pouco conhecido, e muitos casos apresentam mal prognóstico; portanto, vários tratamentos têm sido propostos para se tentar modificar a história natural dessa entidade nosológica com grande potencial de diminuição da acuidade visual. Acredita-se que a conformação anatômica alterada da veia central da retina durante sua penetração na cabeça no nervo óptico/anel escleral associado ou não a um processo de aterosclerose, resultam em lesão endotelial local que possa ser facilitada por fatores sistêmicos como a hipertensão arterial sistêmica. A consequência desse processo é a formação de um trombo mural e estase sanguínea local. Opremcak et al. (2001), baseados na hipótese de que a origem da OVCR pudesse estar relacionada com uma compressão vascular ao nível do nervo óptico/anel escleral, semelhante a uma síndrome compartimental, preconizam a realização de uma incisão na região nasal do nervo óptico e retina adjacente, procedimento denominado neurotomia radial (RON), em casos de mal prognóstico. Apesar de conceitualmente interessante, a eficácia de tal técnica cirúrgica é amplamente questionada na literatura.

Independentemente do mecanismo fisiopatológico primário da OVCR, existe a formação de um trombo mural que resulta no aspecto clínico clássico de hemorragia nos quadro quadrantes e, freqüentemente, a formação de um sistema venoso dilatado com tortuosidade venosa na fase aguda e edema macular.


C. História natural da doença
A história típica é de uma diminuição abrupta da acuidade visual. No exame clínico, especialmente em casos isquêmicos, nota-se um defeito pupilar aferente no olho afetado, com midríase desse olho ao teste do reflexo fotomotor ao invés da miose, sinal denominado de “pupila paradoxal” ou “pupila de Marcus Gunn”.


D. Prognóstico associado aos exames

Após a obstrução inicial, classicamente realiza-se a angiografia fluoresceínica para auxiliar no entendimento e no manejo desses casos. A angiografia fluoresceínica pode demonstrar os padrões que nos auxiliam a classificar a doença como tipo isquêmica, tipo indeterminada e tipo estase. A eletrorretinografia é o exame padrão-ouro para se definir o estado de isquemia retiniana sendo especialmente útil na forma indeterminada da doença, porém pouco utilizado na prática.

A conduta adequada para o manejo da OVCR depende da correta interpretação dos dados do ensaio clínico “Central Vein Occlusion Study”, que seguiu prospectivamente 725 pacientes com quadro de OVCR e, resumidamente definiu as normatizações gerais para manejo da OVCR.

Sabe-se que os pacientes com OVCR, independentemente do tipo, com frequência desenvolvem edema macular. Modernamente, o OCT tem sido uma arma importante para auxiliar no diagnóstico e manejo do edema macular por nos quantificar as alterações edematosas maculares as quais são potencialmente tratáveis antes que ocorra atrofia do epitélio pigmentar da retina (EPR) subfoveolar por edema macular crônico.

Complicações da OVCR

Tal quadro clínico pode resultar em duas complicações que causam diminuição da acuidade visual que são o edema macular e o glaucoma neovascular.

  1. Edema macular: Ocorre por causa desconhecida e normalmente tem o aspecto cistoide à biomicroscopia de mácula. O Edema macular pode resultar, a longo prazo, em atrofia do epitélio pigmentar da retina com queda irreversível da acuidade visual. A angiografia é o exame mais utilizado para se avaliar esses casos, mas o OCT é o exame padrão-ouro para se detectar edema macular e pode ser muito útil como auxiliar na terapia.

  2. Glaucoma neovascular: Forma-se por isquemia retiniana que pode evoluir para a formação de neovasos de retina e de íris, o que pode resultar em atrofia do nervo óptico ou até mesmo atrofia do globo com perda visual irreversível.


Tratamento da OVCR

F. 1 – Injeção intravítrea de triancinolona
O acetonido de triancinolona tem sido descrito como útil para o manejo de vários tipos de edemas maculares, incluindo a OVCR, baseado na propriedade antiinflamatória da molécula desse corticoesteroide. Muitos autores têm sugerido que a simples injeção intravítrea de 0.1 ml de triancinolona a 40mg/ml possa levar a melhora do edema macular com consequente melhora da acuidade visual dos pacientes portadores de edema macular conseqüente a OVCR, apesar desses estudos não serem controlados. Além disso, recentemente o acetonido de triancinolona tem sido utilizado como auxiliar para facilitar a identificação bem como a remoção da hialóide posterior, demonstrando ausência de efeitos deletérios na retina, mesmo que resquícios de triancinolona permaneçam na cavidade vítrea por longo tempo. Apesar de auxiliar no manejo desses casos, estudos têm demonstrado recorrência do edema macula após 3-6 meses da injeção intravítrea de triancinolona e a ocorrência de glaucoma e catarata, como complicações do tratamento, tem sido reportada em cerca de 20 a 40% dos casos.

F.2 – Injeção intravítrea de triancinolona associado à neurotomia radial
Técnica pouco utilizada atualmente e que consiste na realização da vitrectomia + descolamento da hialoide posterior + incisão da porção nasal do nervo óptico + remoção da membrana limitante interna associado ou não a injeção de triancinolona/anti-VEGF. Técnica pouco utilizada atualmente.

F.3 – Terapia anti-VEGF
A terapia anti-VEGF com bevacizumabe ou ranibizumabe é o tratamento padrão-ouro para manejo do edema macular associado a oclusão de veia central da retina. O estudo CRUISE, demonstrou que a injeção mensal de ranibizumabe por seis meses resulta em melhora significativa de visão com melhora de 15 letras de visão em seis meses de seguimento em 47,7% dos casos. Além disso, 46,9% apresentavam acuidade visual melhor que 20/40, sendo que o apenas 20,8% do grupo controle apresentava tal melhora. Portanto, a terapia intravítrea com anti-VEFG tornou-se o padrão ouro para manejo da oclusão de veia central da retina. Entretanto, múltiplas re-injecões são necessárias. Estudo prospectivo realizado com uso a cada seis semanas de bevacizumabe ate seis meses apos a injeção e, seguindo o critério de recorrência do edema estipulado por cada medico atendente. O estudo mostrou um ganho de 54% dos pacientes ganharam 15 letras em 18 meses apos o tratamento, entretanto Atualmente a utilização do Bevacizumabetornou-se se uma alternativa terapêutica eficaz e mais barata para manejo da OCVR (PACORES).

Atualmente, flexibiliza-se o tratamento tanto com ranibizumabe quanto bevacizumabe, realizando-se a injeção intravítrea de 1.25 mg de Avastin ou 0.5 mg de Lucentis para manejo do edema macular consequente a oclusão de veia central da retina sendo recomendado o acompanhamento mensal dos pacientes com exame oftalmológico e OCT e consequente injeção se necessário (edema macular recorrente). Pacientes devem ser orientados que o tratamento necessitará de varias injeções em media de 3-6 injeções/ano para controle da doença.

Resumo
Sabe-se que o prognóstico da OVCR está diretamente relacionado com o tipo da oclusão. Pacientes com OVCR tipo isquêmica têm ao redor de 50% de chance de desenvolvimento de neovasos de íris e glaucoma neovascular e podem evoluir para atrofia do globo ocular, sendo portanto um prognóstico ruim. Casos tipo estase tem a acuidade visual final dependente da acuidade visual inicial. Se visão inicial > 20/50, a visão final é normalmente mantida. Se a visão se encontra entre 20/50 a 20/200, 37% dos pacientes terão visão final pior que 20/200. Se a acuidade visual inicial for pior que 20/200, 80% dos pacientes terão visão final pior que 20/200. Casos de OVCR indeterminado dependem da evolução para tipo isquêmica ou tipo estase.

A aplicação da triancinolona intravítrea para o manejo do edema macular melhora o edema e a acuidade visual melhora após 1-3 semanas da aplicação caso o EPR subfoveolar não esteja atrófico devido a edema crônico. Apesar disso, há casos de recorrência do edema em índice variável (não reportado por ensaios clínicos) e cerca de 30% de chance de formação de glaucoma além de 20-40% de chance de evolução da catarata.

Os resultados da neurotomia radial são controversos e questiona-se se tal técnica melhore a visão de alguns dos pacientes pela neurotomia em si ou pelo descolamento o da hialóide posterior. Foi descrito em uma série de 11 casos de vitrectomia + neurotomia radial+ relação da membrana limitante interna + injeção de triancinolona intravítreo, melhora em 73% dos casos em seis meses de seguimento. Entretanto, recorrências ocorrem e atualmente a técnica esta em desuso com utilização cada vez mais freqüente das injeções intravítreas de anti-VEGF.

A crioterapia é eficaz para manejo do glaucoma neovascular, levando a regressão dos neovasos, porém sempre com acuidade visual incompatível com leitura.

A aplicação da dexametasona intravítrea, OzurdexR – (Allergan, EUA), também e uma alternativa para o manejo do edema macular apos oclusão de veia central da retina com efeitos clínicos semelhante, entretanto com meia vida maior que a triancinolona; alem disso, apresenta menos efeitos colaterais que a triancinolona e em breve estará disponível no Brasil.

A terapia com anti-VEGF intravítreo Avastin (Bevacizumabe 1,25 mg) ou Lucentis (Ranibizumabe 0.5 mg) e o padrão ouro para tratamento do edema macular consequente a oclusão de veia central da retina. O acompanhamento mensal com OCT deve ser realizado mensalmente e se houver piora na espessura macular em mais de 50 micrometros, novas injeções estão indicadas. A panfotocoagulacao a laser esta indicada nos casos de isquemia retiniana severa que já desenvolveram neovasos de íris ou nos casos de dificuldade de seguimento dos pacientes com múltiplas áreas de não perfusão, os quais provavelmente irão desenvolver neovasos de íris e possível glaucoma neovascular.


Fonte do artigo completo: Universo Visual

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16.Mar.2014
publicado por MJA


 

Obstrução da Artéria Central da Retina

Mirelle Benchimol
 

1. Introdução

Em 1859, Von Graefe descreveu um caso de obstrução embólica da artéria central da retina em um paciente com embolia secundária à endocardite. No início do século XX mais de 20 casos tinham sido descritos.

A Obstrução da Artéria Central da Retina (OACR) aguda ocorre em cerca de 1 a cada 10.000 pacientes atendidos em ambulatórios de grandes centros. A idade média de apresentação é de 65 anos, e homens parecem ser mais afetados do que mulheres. Há bilateralidade em 1 a 2%. As principais causas de OACR são a arterite temporal, doença cardíaca embólica e inflamação vascular.

A perda visual na OACR aguda ocorre em período de segundos. Um defeito pupilar aferente mostra-se presente no momento, enquanto que alterações fundoscópicas levam horas para se desenvolverem. A acuidade visual nos pacientes acometidos é muito baixa (conta dedos/visão de vultos), podendo chegar até a ausência de percepção luminosa — esses casos relacionados à lesão concomitante do nervo óptico.

2. Fisiopatologia

A fisiopatologia da OACR ainda é desconhecida, mas os mecanismos são semelhantes às obstruções arteriais em outros locais de nosso corpo.

A hipertensão arterial sistêmica é encontrada em 2/3 dos pacientes com OACR, enquanto que doenças valvulares cardíacas e diabetes mellitos estão presentes em 25% dos pacientes afetados.

Entre outras doenças e fatores predisponentes podemos citar mixoma atrial, endocardite, trombo após infarto do miocárdio, uso de drogas endovenosas, embolia gordurosa, exames invasivos, fatores que alteram a coagulabilidade, algumas doenças do colágeno, trauma e vasculite.

Das alterações oculares envolvidas, podemos citar o aumento da pressão intraocular, drusas de nervo óptico e toxoplasmose.

3. Diagnóstico

Ao exame, o segmento anterior geralmente não se mostra alterado, enquanto que fundoscopicamente podemos observar uma retina mais esbranquiçada. Uma mancha em vermelho-cereja é observada na fovéola, onde a retina se encontra afinada e o epitélio retiniano e coroideano podem ser vistos.

A coloração branca da retina geralmente desaparece num período de 2-6 semanas, deixando vasos com estreitamento, algum grau de atrofia óptica e diminuição de camadas de fibras nervosas.

Em 20 % dos casos de OACR podem ser observados êmbolos no fundo de olho. São as placas de Hollenhorst e pequenas partículas de colesterol. A presença de êmbolos arteriais retinianos vistos no fundo de olho estão relacionados com o aumento da mortalidade, segundo alguns estudos. A principal causa de morte é a doença cardiovascular.

A incidência de rubeosis iridis secundária à OACR ocorre em cerca de 18%, segundo um estudo prospectivo. O início ocorre, em média, nas quatro primeiras semanas após o episódio.

Na angiografia fluoresceínica observamos basicamente uma interrupção do fluxo de contraste na área da oclusão. O leito vascular da coróide demora mais de 10 segundos no tempo arteriovenoso e o enchimento arterial é pobre e, às vezes, segmentado.

O exame de campo visual comumente revela ilhas de visão no campo temporal, mas pode preservar áreas de visão central quando há presença de uma artéria ciliorretiniana remanescente.

A eletrorretinografia tipicamente mostra uma diminuição da amplitude da onda b correspondente à função reduzida das células de Muller ou bipolares e à isquemia das camadas internas da retina.

4. Tratamento

Em pacientes com OACR, deve ser tratada a perda visual ao mesmo tempo em que deve ser investigada a presença de doença sistêmica de base. A OACR é uma emergência oftalmológica que consiste em restabelecer a circulação retiniana, reduzindo a pressão intraocular através de paracentese na câmara anterior, principalmente nas oclusões que ocorreram em menos de 24 horas do acidente vascular.

Na paracentese de câmara anterior, retira-se ao nível do limbo 0,1 a 0,4 ml de aquoso, utilizando-se uma agulha de insulina e anestesia tópica. Deve ser feita massagem no globo ocular durante cerca de 10 a 15 minutos, seguida de relaxamento. Essa manobra súbita de diminuir a pressão intra-ocular faz com que a pressão de perfusão atrás da obstrução empurre o êmbolo obstrutivo.

O uso de uma mistura de oxigénio e dióxido de carbono (durante 10 minutos a cada 2 horas, durante 1 ou 2 dias) deve ser tentado em alguns casos para induzir a vasodilatação retiniana. Alguns autores utilizam a injeção retrobulbar de vasodilatadores, porém ainda há controvérsias quanto a sua utilização.

Apesar do tratamento, o prognóstico visual não é bom nos olhos com OACR. Geralmente a acuidade visual no olho afetado fica entre conta dedos e visão de vultos.


Fonte: MedCenter, Médica Oftalmologista da Clínica de Olhos Benchimol

 

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16.Mar.2014.]
publicado por MJA


 

Oclusão do Ramo da Artéria da Retina

Visão Laser


A oclusão de ramo arterial acontece quando a artéria retiniana está entupida. Como esta artéria é a principal responsável por fornecer sangue a retina, o seu entupimento pode causar subitamente a perda de visão. Nestes casos o paciente não sofre nenhum tipo de dor.

A causa desta obstrução pode ser a formação de um coágulo de sangue ou glóbulo de gordura, que pode se formar após uma lesão na medula óssea, quando um êmbolo de gordura se solta e viaja até a artéria retiniana por meio da corrente sanguínea.

Pessoas de mais idade também podem ter este problema por conta de uma inflamação dos vasos sanguíneos da cabeça, também chamada de artrite atemporal.

Sintomas
Neste caso, os principais sintomas são perda súbita e indolor da visão e mecha escura no campo visual.

Causas
A oclusão de ramo arterial da retina ocorre, em sua maioria, em pessoas com problemas cardíacos ou hipertensos e pode afetar a visão central de forma irreversível.

Tem cura?
A doença pode ser controlada, mas não sumirá completamente.

Tratamento
O tratamento é uma forma de controlar a doença e recuperar, parcialmente, a visão perdida. Geralmente, são utilizados laser, injeção intra-ocular e cirurgia para melhorar a situação. Com o tratamento, alguns pacientes evoluem com melhora da visão central, mas permanecem com perda do campo de visão correspondente.

Cirurgia
A cirurgia de correção é a vitrectomia posterior.

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16.Mar.2014
publicado por MJA



Oclusão Venosa da Retina: Oclusão da Veia Central da Retina & Oclusão do Ramo da Veia Central da Retina

Instituto de Retina


Esta entidade é muito observada pelo especialista em retina. Existem dois tipos de oclusão da veia da retina: oclusão de ramo da veia retiniana (ORVR) e oclusão da veia central da retina (OVCR) e é importante a diferenciação destas duas entidades pelo especialista em retina pois o tratamento apresenta-se diferente.

 


Fig. 1. Fundo de olho de oclusão de ramo da veia da retina (ORVR)


O sangue portador de nutrientes e oxigénios que chega ao olho pelas artérias tem que ser drenado pelas veias. ORVR significa que um ramo venoso responsável pela drenagem de determinada regiao da retina foi ocluído. Esta oclusão geralmente ocorre aonde a artéria cruza a veia. Quando ocorre a oclusão, o sangue que chega na retina pela artéria não tem para onde ser drenado pois a veia esta obstruída e sendo assim este começa a extravasar dentro do tecido retiniano gerando hemorragia e “inchaço” do tecido retiniano e assim diminuição da visão. A doença pode afetar tanto indivíduos jovens quanto adultos.

O desenvolvimento desta doença pode estar associada a presença de outras entidades como colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, cigarro, doença cardíaca, doenças inflamatórias e infecciosas, alteração da coagulação e viscosidade sanguínea e glaucoma. Sendo assim, o paciente deve ser encaminhado a médico especialista para investigação destras outras entidades.

O diagnóstico consiste no exame de mapeamento de retina associando a angiografia de retina e se necessário tomografia de coerencia óptica (OCT).

A redução da visão ocorre quando a oclusão leva conseqüências à região central da retina denominada mácula e ou há desenvolvimento de vasos anormais no fundo do olho que causam hemorragias e com isto obscurecimento visual. Alguns pacientes se queixam de aparecimento de “teias de aranha”como sintoma de inicio de sangramento.

O tratamento vai depender do tipo de complicação gerada a macula ou se há sangramento dentro do olho e qual a gravidade deste. Dentre os tipos de tratamento disponíveis temos o que utiliza laser e ou medicação injetada dentro do olho como triancinolona e antiangionênicos como Lucentis e Avastin e ate vitrectomia pars plana.

Embora injeção dentro do olho possa soar doloroso ela é relativamente segura de ser realizada, praticamente indolor e bastante tolerável.

Devido a ORVR ter a capacidade de gerar complicações futuras como inchaço de retina, sangramento dentro do olho e ate descolamento de retina, exames regulares de mapeamento de retina regular deve ser realizado.

A Oclusão da veia central da retina (OVCR) - Fig. 2 - é a oclusão da parte final da veia da retina, localizada no nervo óptico, que drena o sangue da retina. Os fatores sistêmicos para a oclusão de ramo mencionados acima também são fatores de risco para oclusão de veia central da retina. Sendo assim, é recomendado que ampla solicitação de exames laboratoriais com intuito de detecção destas doenças, principalmente se a oclusão for nos dois olhos.



Fig. 2. Fundo de olho de oclusão da veia central da retina (OVCR)


Existem duas formas de oclusão: a isquêmica e a não isquêmica a depender do grau de obstrução da veia. A diferenciação entre as duas formas é de extrema importância porque pode apresentar gravidade de evolução diferente já que a forma isquêmica tem evolução mais grave porque pode gerar neovascularização e ate predispor o desenvolvimento de glaucoma. Nestes casos o tratamento a laser é fundamental. Pacientes com o episódio de acontecimento recente devem ser acompanhados freqüentemente com o objetivo de detecção precoce e tratamento desta complicação.

O aparecimento de edema de macula e também de não perfusão também pode acontecer na oclusão de veia central causando perda visual grave.

Os exames complementares que podem ajudar no diagnóstico e tratamento desta entidade são a angiografia, campo visual, eletroretinografia e tomografia de coerência óptica.

O tratamento desta doenca envolve desde a aplicação de laser até uso de medicamentos intraoculares como triancinolona e antiangiogênicos como Avastin e Lucentis e cirurgia de Vitrectomia pars plana a depender dos resultados dos exames clínicos e complementares.

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16.Mar.2014
publicado por MJA



OCLUSÃO VENOSA DA RETINA

Novartis
 

  • Oclusão Venosa Retina: O que é

  • Diagnóstico da Oclusão Venosa Retina

  • Convivendo com a Oclusão Venosa Retina
    >> Oclusão de Ramo da Veia Retiniana
    >> Oclusão da Veia Central da Retina

  • Dicas para conviver com a Oclusão Venosa da Retina


O QUE É

Oclusão de Veia da Retina (OVR) significa um bloqueio ou obstrução de uma ou várias veias na retina. Existem dois tipos de OVR dependendo de qual tipo de veia foi ocluída:

  • Oclusão de ramo da veia da retina (ORVR): oclusão de uma ou mais ramificações da veia central da retina

  • Oclusão da veia central da retina (OVCR): oclusão da veia central da retina


CAUSAS
A OVR ocorre quando veias da retina são obstruídas (ocluídas), geralmente por um coágulo sanguíneo (trombo). Outras causas são doenças das paredes dos vasos sanguíneos, com acúmulo de gordura (por exemplo, aterosclerose) ou pressão anormal nas veias retinianas, especialmente na parte em que cruzam para o fundo do olho.


DIAGNÓSTICO
Normalmente o seu oftalmologista especialista em retina pode detectar a presença de OVR a partir da descrição de seus sintomas, de seu histórico médico e de um exame básico do olho que poderá incluir um exame da retina.

Quando você consultou um oftalmologista especialista em retina, ele pode ter realizado um exame denominado angiofluoresceinografia. Esse é um exame indolor que usa um corante fluorescente para mostrar o local e o tamanho dos vazamentos em sua retina. Esse teste usa um microscópio especializado anexado a uma câmera para fotografar a superfície interna do olho, inclusive a retina.

Outras técnicas diagnósticas incluem a retinografia e a tomografia de coerência óptica (OCT). Tais técnicas também usam equipamentos especializados que examinam a fotografia do fundo do olho e, no caso da OCT, visualizam a espessura da retina.

POR QUE ISSO ACONTECEU COMIGO?
Não existe uma única causa para a OVR, mas alguns fatores de risco já foram identificados:

  • Ser idoso

  • Ter pressão arterial elevada

  • Ter níveis anormais de lipídeos (gorduras) no sangue

  • Ter diabetes

  • Ter glaucoma

  • Ter problemas com a coagulação do sangue


CONVIVENDO COM A OCLUSÃO VENOSA RETINA - COMO A MINHA VISÃO SERÁ AFETADA?
Isso dependerá de diversos fatores, incluindo o tipo e o local da oclusão:

  • De repente, e sem aviso, perdi a visão em um olho

  • Tudo numa parte da minha visão, de repente, ficou borrado

  • Não houve sinal ou dor!

Muitos pacientes melhoram sem tratamento. Você deve discutir esse assunto com seu oftalmologista especialista em retina. Certifique-se de consultar regularmente seu médico.


COMO OCORRE A OCLUSÃO VENOSA RETINA (OVR)
O dano à retina é causado por uma veia bloqueada que estimula a produção de um mensageiro químico denominado de VEGF (pronuncia-se “vê-e-gê-efe” e que significa fator de crescimento endotelial vascular), na tentativa de estimular a produção de novos vasos para continuar a levar sangue e oxigênio a aquela região do olho que era atendida por aquela veia bloqueada. O aumento nos níveis de VEGF causa a formação de vasos sanguíneos novos e anormais. Esse processo é denominado neovascularização.

Esses vasos recém formados são frágeis e muitas vezes vazam sangue e fluidos na retina e na mácula, podendo levar à morte das células fotoreceptoras (responsáveis pela visão) causando uma perda visual central.

O acúmulo desse líquido ira causar um edema na região da mácula causando uma dificuldade visual que se não for tratada adequadamente, poderá evoluir para uma cegueira permanente.

O Edema macular é uma consequência comum da OVR e é o fator mais significativo a influenciar a perda da visão central.


1. OCLUSÃO DE RAMO DA VEIA RETINIANA
De modo geral, a ORVR tem um bom prognóstico. Na maioria das pessoas com ORVR, a visão melhora sozinha, sem tratamento ainda que esse processo possa ser lento, chegando a levar algumas semanas ou meses. Quanto melhor estiver sua visão após o surgimento da condição, melhor será sua visão. No entanto, cerca de 1 em 5 pessoas experimentam uma piora na visão ao longo do tempo.

Essa doença tem tratamento e sua melhora poderá ser mais rápida e eficaz se você receber o tratamento adequado o mais rápido possível. Converse com o seu médico.

  • Faça verificações oculares regulares de forma que seu médico possa monitorar suas circunstâncias específicas e certifique-se de que você esteja obtendo o máximo de benefícios do tratamento.

  • Caso note alguma mudança, você deverá voltar a seu médico ou especialista o mais rápido possível. Não ignore nenhuma mudança – ela pode não desaparecer ou melhorar sozinha.


2. OCLUSÃO DA VEIA CENTRAL DA RETINA
De modo geral, a OCVR é uma condição mais grave que a ORVR. Sua visão pode melhorar sozinha, mas isso não acontece com tanta frequência quanto com a ORVR e muitas vezes, pode não retornar a ser como era antes da oclusão.

Cerca de 1 a 3 pessoas experimentarão uma piora na visão ao longo do tempo.

Essa doença tem tratamento e sua melhora poderá ser mais rápida e eficaz se você receber o tratamento adequado o mais rápido possível. Converse com o seu médico.

  • Faça verificações oculares regulares de forma que seu médico possa monitorar suas circunstâncias específicas e certifique-se de que você esteja obtendo o máximo de benefícios do tratamento.

  • Caso note alguma mudança em sua visão, você deverá voltar ao seu médico ou especialista o mais rápido possível. Não ignore nenhuma mudança – ela pode não desaparecer ou melhorar sozinha.


DICAS PARA CONVIVER COM A OCLUSÃO VENOSA RETINA | COMO POSSO IMPEDIR QUE AS COISAS PIOREM?

É impossível prever se ou quando sua condição poderá piorar, mas existem coisas que você pode fazer para ajudar a impedir que isso aconteça.

  • Conseguir ajuda médica o mais rápido possível: O tratamento precoce ajuda a retardar o progresso da condição.

  • Monitorar sua visão – execute testes oculares regulares

  • Melhorar seu estilo de vida e dieta

  • Consultar seu médico regularmente – não falte às consultas


MELHORE O SEU ESTILO DE VIDA
Estudos demonstraram que a melhoria da dieta e do estilo de vida pode ajudar a impedir que sua condição piore, por se concentrar nas causas do forramento dos vasos sanguíneos (aterosclerose) que leva ao bloqueio das veias retinianas.

Ingerir uma dieta saudável significa incluir:

  • Antioxidantes: encontrados, por exemplo, no chá verde

  • Muitas verduras: especialmente as verduras de folhas verdes

  • Muitas frutas cítricas frescas e cenouras

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31.Out.2014
publicado por MJA