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O Amor é Cego | boneco de Estremoz - irmãs Flores
A visão (vista) é um dos sentidos que permite observar e analisar o meio
ambiente:
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A cegueira quando dá é pela vista.
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A malícia tem vista fraca e memória forte.
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A paciência é boa para a vista.
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Cada um vê mal ou bem, conforme os olhos que tem.
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Doença que não é vista, não é conhecida.
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Entre amigos, a vista basta.
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Longe da vista, longe do coração.
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Mais faz a vista do amo do que as suas mãos.
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Morte não vista é mal crida.
Os órgãos sensoriais da visão são os olhos:
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A juventude é a idade em que os olhos brilham sem ver.
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Dois olhos enxergam mais que um só.
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Graça de olhos tarde envelhece.
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Olho de mãe, olho de falcão.
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Olho de menino, olho de diabinho.
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Olhos que não choram não sabem ver.
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Os mortos aos vivos abrem os olhos.
O mecanismo da visão tem por base os raios luminosos que atingem o globo
ocular:
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A luz que vai adiante é a que alumia.
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A candeia que vai à frente alumia duas vezes.
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A candeia, debaixo do alqueire, não comunica a sua luz.
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À luz da candeia faz tua meia.
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À luz da candeia, não há mulher feia.
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A luz se apaga mais depressa do que se acende.
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A luz, onde está o fogo, aparece.
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Mais vale um raio de Sol que um arrátel de sabão.
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O excesso de luz produz a cegueira.
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O sol quando nasce é para todos.
Para a maioria de nós:
Os ouvidos são mais infiéis que os olhos.
Os olhos dizem muita coisa:
Os olhos não enganam, nem mesmo quando pretendem enganar.
Os olhos são o espelho da alma.
À cor dos olhos são atribuídos significados:
Olho azul em portuguesa é erro da natureza.
Olho azul em raça portuguesa é velhaco com certeza.
Olhos verdes, olhos de traidor.
O movimento dos olhos cronometra o tempo:
Menos tempo gasta um postilhão a andar uma légua, que um preguiçoso a
abrir os olhos.
Num volver de olhos ao mau vento, volta-lhe o capelo.
É através do mecanismo da visão que se forma no cérebro a imagem do que
vemos, assim como dela a forma, a volumetria, a medida, a profundidade,
a textura, o contraste, a luminosidade, o brilho e naturalmente a cor:
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Azul e verde, ranho na parede.
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Das cores a grã; da fruta a maçã.
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Em vendo amarelo, todo me descanelo.
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Gostos e cores não se discutem.
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O azul é o almoço do sol.
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O castanho-escuro corre o mole e o duro.
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O verde é esperança; quem espera sempre alcança.
Os espelhos reflectem a nossa imagem e assim, através deles, a maioria
de nós consegue observar o seu rosto:
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Ao cego não dão cuidado os espelhos.
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Levantou-se a torta e pôs-se ao espelho.
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Para quê cego com espelho?
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Tiraram-me o espelho por feia, e deram-no à cega.
Há dificuldades de visão (astigmatismo, estrabismo, hipermetropia,
miopia) que podem ser corrigidas, através do uso de óculos com lentes
adequadas:
Quatro-olhos vêem mais que dois.
Se não vejo pelos olhos, vejo pelos óculos.
A falta do sentido da visão constitui a cegueira:
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A cegueira quando dá é pela vista.
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A ver vamos como diz o cego.
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A ver vamos, dizia o cego e cada vez via menos.
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Achou o cego um dinheiro.
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Antes cegues que mal vejas.
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Antes torto que cego de vez.
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Bem cego é quem muito vê por aro de peneira.
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Cego é aquele que vê e não quer ver.
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Cego é quem não vê por uma peneira.
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Deus podia ter botado os cegos no mundo, para vigiar os que
vêem.
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É mais cego aquele que não quer ver do que aquele que não vê.
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Janelas fechadas são olhos de cego.
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Louvar-me num cego para julgar das cores.
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Maria, antes com um olho só, do que com um filho.
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Marido, não vejas! Mulher, cega não sejas!
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Na terra dos cegos, quem tem um olho é rei.
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Não há cego que se veja.
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Não pode o cego distinguir cores.
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O ambicioso é um cego a caminhar com pernas de pau.
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O olho do cego é na mão.
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O pior cego é o que não quer ver.
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Os cegos desesperados por si se consolam.
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Quem dá a vista aos outros, cego fica.
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Quem não enxerga por trás de cerca de vara é cego.
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Se o cego guia o cego, correm ambos o risco de cair.
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Sonhava o cego que via.
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Um cego não pode ser guia de outro cego.
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Um cego não pode ser juiz em cores.
Uma boa visão exige cuidados de saúde:
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A palha no olho alheio e não a trave no nosso.
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Cada um vê o argueiro no olho do vizinho, e não vê a tranca no
seu.
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Nada é bom para os olhos.
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O mal do olho cura-se com o cotovelo.
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Quando o nó se faz piolho, com mal anda o olho.
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Quem quiser olho são, ate a mão.
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Sol roxo, água a olho.
Quando dormimos fechamos os olhos:
Se não dorme meu olho, folga meu osso.
A religião não podia deixar de ter múltiplas ligações aos olhos:
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Com o olho e com a fé não zombarei.
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Fui para me benzer e quebrei o olho.
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O amor e a fé nos olhos se vê.
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Quem, por virtude, se abate aos olhos dos homens, eleva-se aos
olhos de Deus.
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Santos da Catalunha, olhos grandes e vista nenhuma.
O amor nasce com o próprio acto de visão:
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O amor e a fé nos olhos se vê.
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O amor é cego mas vê muito longe.
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O amor, ainda que cego para ver, é lince para adivinhar.
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A mão na dor e o olho no amor.
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Os olhos da namorada têm luz mais viva do que a do sol.
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Coração de mãe, olhos de mãe.
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O amor nasce da vista e vai ao coração.
Os olhos são sentinelas que nos mantêm alerta em relação às ameaças a
que podemos estar sujeitos:
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Abre um olho para comprar e os dois para vender.
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Ao amigo que não é certo, com um olho fechado e outro aberto.
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Chaves de Faro, prados de Loulé, e criados de S. Brás, olho vivo
e pé atrás.
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Contas na mão e olho no ladrão.
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Mãos na roca, olhos na porta.
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Não fies nem um tostão de quem põe os olhos no chão.
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Não metas em tua casa quem dois olhos haja, senão trigo e
cevada.
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Os que falam com olhos fechados querem ver os outros enganados.
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Quem com mau vizinho há-de vizinhar, com um olho há-de dormir e
com outro vigiar.
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Traze de olho o criado que ronha.
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Um olho no burro, o outro no cigano.
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Um olho no prato, outro no gato.
A mulher marca presença no adagiário da visão:
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A mulher do cego para quem se enfeita?
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A viúva rica com um olho chora e com outro repenica.
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Devemos procurar a mulher antes com os ouvidos que com os olhos.
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Levantou-se a torta e pôs-se ao espelho.
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Mulher honrada não tem ouvidos nem olhos.
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Olho de mãe, olho de falcão.
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Quem não tem mulher, muitos olhos há mister.
Os olhos têm naturalmente a ver com sentimentos:
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A doçura tira nojo e a gordura abre olho.
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A inveja tem os olhos vesgos para o bem, e pulmões de ferro para
apregoar o mal.
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Ao medo sobejam os olhos.
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Aos olhos da inveja, todo o sucesso é crime.
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Facilmente aos olhos se afigura aquilo que se pinta ao desejo.
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Gente baixa só tem olho no interesse.
Com os olhos se chora, produzindo lágrimas, em estados emocionais
alterados: casos de dor, medo, aflição, raiva, tristeza, depressão,
saudade, alegria exagerada, etc.:
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A linguagem das lágrimas, não a entendem os corações de argila.
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As chamas da caridade secam as lágrimas da dor.
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As grandes desventuras não têm lágrimas.
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As lágrimas são o forte das mulheres.
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As lágrimas são, quase sempre, o último sorriso do amor.
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Ás mulheres parece que trazem as lágrimas numa bilha.
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Chorar com um olho e rir com o outro.
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Chorar por um olho azeite e, por outro, vinagre.
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Chorem olhos de teu amigo e ele enterrar-nos-á vivo.
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Fugi do homem orgulhoso, que se envergonha de verter lágrimas.
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Lágrimas abrandam pedras.
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Lágrimas abrandam penas.
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Lágrimas com pão ligeiras são.
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Lágrimas de herdeiros, risos secretos.
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Lágrimas de mulher são tempero de malícia.
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Lágrimas de mulher valem muito e custam-lhe pouco.
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Lágrimas de sermão e chuva de trovoada, cai na terra e não vale
nada.
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Nada seca mais depressa do que as lágrimas.
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Não choram os olhos as perdas das coisas que não cansaram os
braços.
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Não os olhos que choram, senão as mãos que trabalham.
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Os olhos que não têm chorado, não vêem nada.
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Que mil olhos chorem, menos os meus.
Os animais também estão presentes no adagário sobre a visão:
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Aos olhos tem a morte quem a cavalo passa a ponte.
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Cria o corvo, tirar-te-á o olho.
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Em tempo nevado, o olho vale um cavalo.
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Não há coisa encoberta senão olhos de toupeira.
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O cavalo engorda com o olho do dono.
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O olho do amo engorda o cavalo.
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Quem a cavalo passa a ponte, ao olho vê a morte.
Através dos olhos conseguimos percepcionar a beleza:
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A beleza da mulher é uma das suas armas, as lágrimas são outra.
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A beleza depressa se acaba.
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A beleza é frágil; a virtude é eterna.
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A beleza enche os olhos mas não enche a barriga.
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A beleza está nos olhos de quem a vê.
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A beleza exterior inspira amor; a interior inspira estima.
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A beleza não se põe na mesa.
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A beleza não tem senão a profundidade da pele.
Podemos também apreender a boniteza:
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Boniteza não põe mesa.
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Bonito é o que bonito parece.
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Lindos olhos, feio bicho.
Podemos igualmente ter ou não a noção de feiura:
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À luz da candeia, não há mulher feia.
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Nem tudo o que é feio é mau.
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O desejo torna formoso o que é feio.
A acção do olhar precede a alimentação:
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Abre o olho, que assam carne.
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Comer sem beber, cegar e não ver.
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Mau é ter os olhos maiores do que a barriga.
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Os olhos comem primeiro que a boca.
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Os olhos não comem sopas.
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Os olhos também comem.
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Pão com olhos, queijo sem olhos, e vinho que salte aos olhos.
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Adágios, sistematizados por vinte e quatro tópicos. Naturalmente, que
mais uma vez, este trabalho corresponde a uma sinopse que deixa de
parte, variantes e corruptelas.
autor:
Hernâni Matos
in Blog 'Do Tempo da Outra Senhora'
maio de 2011
20.Set.2021
Maria José Alegre
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