Cada pessoa tem suas próprias características de desenho facial. Assim uma mesma armação de óculos pode ficar muito bem em uma pessoa, harmonizada com suas
características pessoais anatômicas e em outra já não ficar tão bem.
Os óculos devem também estar harmonizados com a personalidade e estilo de cada um, proporcionando ao usuário um visual que esteja em sintonia com a sua identidade
pessoal.
Assim, as dicas abaixo podem auxiliar na escolha de armações apenas no que se refere ao formato facial dos usuários de óculos. Aliando-se as dicas ao gosto pessoal de
cada um podemos encontrar o melhor caminho para um usuário de óculos satisfeito e em harmonia com este acessório.
Rosto oval
É um formato que possibilita inúmeros estilos de armações. Contudo, as armações muito largas podem criar um visual muito alongado. Por isto observe bem este detalhe ao
escolher sua armação de óculos.
Rosto redondo
Para afinar e suavizar os traços do rosto, as armações com linhas retas e semi-retas são as mais usadas. Armações com linhas ovaladas ligeiramente alargadas ou
retangulares podem favorecer este formato de rosto. Contudo, as armações muito largas e redondas não são as mais recomendadas.
Rosto rectangular
As pessoas que possuem queixo e maxilares largos e salientes, podem criar no rosto um efeito de aparência mais “quadrada”. Desta forma, o ideal é evitar armações redondas
, optando por óculos que tenham aros com cantos retangulares. Armações em fio de náilon também são interessantes neste formato facial, pois podem suavizar a aparência.
Pode-se também optar por armações ovaladas descendentes. O ideal é evitar armações quadradas.
Rosto triangular
Testas mais largas com queixos finos podem ficar mais harmonizados com armações estreitas e arredondadas, discretamente ovaladas As bordas da armação podem ser
ligeiramente curvas, equilibrando a parte estreita do rosto.
OUTRAS DICAS:
Se você faz uso de maquiagem o ideal é ir testar armações de óculos estando maquiada, uma vez que poderá observar o "impacto" que cada armação irá exercer sobre sua
maquiagem.
É importante também harmonizar a armação dos óculos com a cor dos olhos, dos cabelos, o tamanho do nariz, o formato faz orelhas e desenho da sombrancelha do usuário, de
forma que concilie e favoreça as características que cada um aprecia em si mesmo.
Conhecendo os seus óculos:
As lentes para óculos podem ser classificadas de acordo com suas características:
Por material de fabricação:
• Inorgânica (mineral) – vidro, cristal
É um material mais resistente a riscos e ranhuras, porém seu peso é maior em relação as lentes fabricadas em acrílico. Tem pouca resistência a impactos, podendo quebrar
com relativa facilidade. Por isto, hoje existem alguns tratamentos de endurecimento químicos ou térmicos que podem melhorar sua resistência
• Orgânica – acrílico, resina plástica, policarbonato
Estas lentes costumam ser mais leves e mais resistentes a impactos quando comparadas as de cristal. Por outro lado, estão mais sujeitas a riscos. Para atenuar essa
deficiência, podem ser submetidas a tratamento anti-riscos diretamente na fábrica ou aplicados em laboratório.
• Policarbonato
As lentes feitas com este material, possuem uma maior resistência, tornando-se uma opção que favorece o uso em crianças e adolescentes que possuem maior atividade física.
Suas bordas podem ser mais finas permitindo o uso de armações tipo “fio de naylon e parafuso.
Por seu valor dióptrico
• Lentes convergentes ou positivas (+)
• Lentes divergentes ou negativas (-)
Por seu foco
Lentes monofocais - um só campo de visão
Lentes bifocais - dois campos de visão
Lentes trifocais - três campos de visão
Lentes multifocais ou progressivas - vários campos de visão
As lentes podem ser ainda:
- esféricas / asféricas (miopia e hipermetropia) e
- cilíndricas (astigmatismo).
Basicamente, os óculos podem ser divididos nas seguintes partes:
Aro: onde as lentes oftálmicas são encaixadas depois de devidamente cortadas e lapidadas
Ponte: parte que une os dois aros e, nas armações de acetato, serve também para apoiar os óculos sobre o nariz
Plaquetas: normalmente são encontradas nas armações de metal e têm a função de apoiar a armação sobre o nariz. As armações que possuem plaquetas permitem um melhor ajuste e
posicionamento dos óculos
Hastes: servem para apoiar e prender os óculos nas orelhas
Charneiras: unem os aros às hastes
Ponteiras: extremidades das hastes que servem para apoiar e prender a armação nas orelhas. Nas armações de metal as ponteiras, normalmente, são revestidas de plástico.
LENTES DE ALTO ÍNDICE (GRAU ELEVADO)
Existe a possibilidade de se confeccionar lentes mais finas e mais leves, independentemente do material ser inorgânico(cristal) ou orgânico(acrílico), podendo com isto
melhorar o resultado estético dos óculos.
Se o usuário de óculos possui um grau elevado e está insatisfeito com a espessura de suas lentes ou com o peso delas, a opção pode ser a confecção de seus óculos em
cristal de alto índice (lentes mais finas) ou acrílica de alto índice (mais leves, porém discretamente mais espessa em relação a de cristal.
LENTES FOTOSSENSÍVEIS OU FOTOCROMÁTICAS
São lentes que, de acordo com a intensidade de raios solares, escurecem ou clareiam. É um tratamento para as lentes dos óculos. No caso das fotocromáticas, as lentes
podem ser de resina ou cristal e o material fotocromático é adicionado a lente pelo próprio fabricante, durante o processo de fabricação.
O tratamento fotossensível podem ser feito em lentes acrílicas ou em policarbonato, onde as lentes passam por um processo onde o material fotossensível é absorvido pela
lente. As lentes com este tratamento possuem proteção UVA e UVB.
TRATAMENTO ANTI-RISCO
No caso das lentes orgânicas (resinas, etc) existe a possibilidade de submeter as lentes a um tratamento especial que reduz a possibilidade de riscos e ranhuras que
auxiliam na proteção dos óculos.
PROTEÇÃO CONTRA RAIOS ULTRAVIOLETAS (UV)
Usar óculos escuros em ambientes abertos, pode ser uma estratégia para proteger os olhos da ação dos raios UV, desde que as lentes dos óculos realmente tenham proteção UV
de boa qualidade.
Usar óculos escuros que não tenham proteção UV, ou que tenham proteção UV de baixa qualidade pode ser pior para os olhos do que ficar sem os óculos. Isto porque, ao
usarmos óculos escuros, as pupilas, se abrem mais, para permitir maior entrada de luz, assim, sem a necessária proteção UV e com a pupila mais aberta, os olhos ficam
ainda mais expostos.
Assim, ao comprar óculos solares, observe as seguintes dicas:
Verifique se há nas lentes o selo de proteção UV. É comum, as falsificações apresentarem os selos nas hastes dos óculos
Verifique se há rebarbas de material de fabricação na armação, especialmente na região do nariz, que podem ser sinais de má qualidade do produto.
Adquira sempre os seus óculos em ópticas especializadas
É importante lembrar que os óculos, para terem proteção UV, não precisam ter lentes escuras. Nos óculos com lentes totalmente sem cor, é possível também ser acrescido o
tratamento UV.
As lentes orgânicas, podem ser submetidas a um tratamento em sua superfície, que bloqueia as radiações UV, que podem ser nocivas aos olhos. No caso das lentes de cristal, policarbonato e materiais de alto índice já costumam incluir esta proteção.
TRATAMENTO ANTI-REFLEXO
Os reflexos causados pelas lentes, podem ser reduzidos através de um tratamento em sua superfície chamado “anti-reflexo”. Este tratamento podem inclusive contribuir para
um melhor efeito estético, tornando as lentes mais “imperceptíveis” e podem auxiliar na redução da fadiga em pessoas que costumam fazer uso constante de computadores.
LENTES PARA A PRÁTICA DE DESPORTO
O policarbonato costuma ser o material de escolha para atividades esportivas em função de seu baixo peso e elevada resistência. Deve-se evitar armações grandes, optando
preferencialmente pelas de tamanho pequeno, bem adaptada ao rosto do usuário, com alta resistência e elástico preso nas hastes, apoiados na cabeça.
LENTES SOLARES POLARIZANTES
Estas lentes são indicadas para motoristas, pescadores, velejadores e outros praticantes de atividades externas . As lentes absorvem a radiação indesejável e reduzem a
quantidade de luz visível, diminuindo significativamente os reflexos.
O AJUSTE DOS ÓCULOS
Os óculos devem ser pré-ajustados, na óptica e pelo óptico, assim que a armação for escolhida e antes que sejam encaminhados ao laboratório para a montagem das lentes.
Depois de prontos, devem ser feitos os ajustes finais. Toda lente oftálmica possui uma curva base para que à distância vértice seja aproximadamente a mesma em qualquer
direção que o olho vire. Assim, os ajustes dos óculos devem levar estes fatores em consideração.
ETAPAS PARA A CONFECÇÃO DO ÓCULOS
1. Consulta com médico oftalmologista para avaliação das condições gerais do olho e da visão e prescrição de correção óptica se necessário.
2. Escolha e ajuste da armação.
3. Escolha da lente levando-se em consideração a ametropia (tipo e valor do grau) e estilo de vida do usuário dos óculos.
4. Medidas de DNP (distância naso-pupilar) e altura da pupila em relação a armação.
5. No laboratório, as lentes são cortadas e lapidadas de acordo com a armação e medidas.
6. Montagem das lentes na armação.
7. Conferência de medidas pelo óptico.
8. Ajuste final.
9. Conferência do óculos na clínica do médico oftalmologista que emitiu a receita
CUIDADOS COM OS ÓCULOS
1. Ir à óptica fazer ajustes nos óculos, sempre que necessário.
2. Manter os óculos sempre limpos.
3. Nunca apoiar os óculos com as lentes para baixo, para que não fiquem riscadas.
4. Procurar remover os óculos do rosto usando as duas mãos, uma em cada haste, para não “entortar”a armação.
5. Procurar guardar sempre os óculos em estojos.
6. No caso de lentes que escurecem na presença de luz, como no sistema Transitions, não lavar as lentes enquanto ainda estiverem escuras. Esperar que elas estejam
totalmente sem cor, para lavá-las, para não danificar o tratamento da lente.
7. Não usar na limpeza das lentes, soluções com alto teor de álcool, pois poderão também danificar os tratamentos das lentes.
As primeiras lentes de contacto utilizadas com êxito foram lentes duras fabricadas em Polimetilmetacrilato (PMMA), um material plástico impermeável à
passagem do oxigénio. Este material teve algum sucesso devido à facilidade com que se torneavam as lentes, ficando finas e com parâmetros facilmente controlados.
É também quimicamente inerte e não se altera com o tempo. Continuam ainda a fabricar-se e a ser usadas nalguns casos.
O PMMA tem, no entanto, duas grandes
desvantagens: O facto de ser impermeável ao oxigénio não ajuda à manutenção da saúde da córnea, já que esta necessita de um determinado nível de oxigenação para
se manter saudável e consequentemente, transparente. A outra desvantagem, é mais facilmente notada. A dureza das lentes de PMMA nunca permitiu a sua aceitação em
grande escala devido ao desconforto que muita gente não chega a superar.
Posteriormente surgiram as lentes hidrófilas (ou hidrofílicas) ou moles
que tornaram possível a adaptação de lentes de contacto a pacientes com maior sensibilidade. O material mais utilizado foi o hidroximetilmetacrilato (HEMA). Estas
lentes têm, segundo o material de que são feitas, uma grande percentagem de água, que pode variar entre 36% até mais de 70% (de H2O). A sua duração é geralmente
menor que a das lentes duras, sendo aconselhável substituí-las ao fim do 2º ano de uso, mesmo que estejam em aparente bom estado.
Desde à alguns anos surgiu
uma nova classe dentro das lentes moles, as lentes descartáveis ou de substituição frequente. Este tipo de lentes devido ao conforto que proporcionam por
terem elevada percentagem de água, tornaram-se bastante populares. Os sistemas descartáveis oferecem uma segurança acrescida, devido a que a lente que está a ser
usada é trocada ao fim de pouco tempo, substituída por uma nova em óptimas condições.
Este tempo varia conforme a marca e modelo usado, mas pode ser de 7,
15, 30 dias. Como extremo mínimo surgiram ultimamente as lentes descartáveis de substituição diária. Também no extremo oposto podem encontrar-se lentes
para usar durante 3 meses ou mesmo 6 meses, embora neste caso, o termo descartável seja talvez pouco adequado, sendo preferível denominá-las como lentes de
substituição programada.
Supondo existirem razões para o uso de lentes de contacto (acima de tudo necessidade e motivação) e após verificar-se se não
existem razões que impeçam o seu uso, a opção por um determinado tipo de lente de contacto é feita tendo em conta:
a natureza do defeito visual, as
características topográficas da córnea, as características da lágrima, as actividades do paciente, o ambiente que frequenta, a sensibilidade da córnea, habilidade
para o manejo e manutenção das lentes.
VANTAGENS DO USO DE LENTES DE CONTACTO
Quando se coloca em questão o uso de lentes de contacto em oposição ao uso de óculos
devem ter-se em conta as seguintes vantagens das lentes de contacto:
Desnecessário uso de armação, que para muitos é a vantagem mais importante.
Campo visual sem limitações. A visão não se sente limitada como quando se usa um óculo e além disso, as aberrações de imagem quando se olha obliquamente
por um óculo com lentes de potência média-alta são eliminadas porque se observa sempre pelo centro da lente de contacto devido a que esta se move com o olho.
As lentes moles modernas permitem a prática de desportos ou outras actividades movimentadas, sem o perigo de perda das lentes.
As lentes de um óculo podem embaciar, o que obviamente, não acontece com lentes de contacto.
Uma grande variedade de parâmetros permite adaptar lentes de contacto de qualquer graduação, especialmente importante é o seu uso em casos de graduações
muito altas, ou quando a diferença entre os dois olhos é elevada.
Nota: É frequente ouvir pessoas com astigmatismo que pensam que não podem usar lentes de contacto, ou que só podem usar lentes duras. Isto não é verdade, pois
existem lentes moles e até mesmo descartáveis especiais para astigmatismo que resolvem facilmente o problema. Em casos de astigmatismo ligeiro, as lentes normais
também podem dar uma boa visão.
DESVANTAGENS DO USO DE LENTES DE CONTACTO
Exigem manutenção que custa tempo e dinheiro. Note-se que actualmente o tempo
necessário para a sua manutenção é mínimo e quanto ao dinheiro, também não é muito.
Aumenta um pouco a probabilidade de ocorrerem problemas oculares como
conjuntivites ou queratites mas com uma boa higiene, manutenção adequada e vigilância, é difícil o desenvolvimento de um problema ocular grave.
As lentes de
contacto não são adequadas para pessoas que desenvolvem actividade em locais com poeira, gases, ou fumo.
CONSELHOS PARA O UTILIZADOR DE LENTES DE CONTACTO
Lave bem as mãos antes de retirar ou colocar as suas lentes
As unhas compridas são um obstáculo e podem estragar as lentes ou magoar os olhos
Siga a manutenção que lhe foi aconselhada. Por vezes encontramos casos de grande abuso. Atenção: Não use água da torneira (excepto numa emergência porque
é melhor que nada)
Não use soro fisiológico para guardar as lentes durante a noite pois este não tem propriedades desinfectantes, embora possa ser usado para enxaguar.
Verifique antes de colocar a lente se se encontra do lado correcto ou do "avesso" (lentes moles). Todas têm um lado de colocação correcto. Verifique o
bordo da lente colocando-a na ponta do indicador. A lente no lado correcto tem o bordo mais virado mais para cima. Após algumas tentativas não terá muita
dificuldade.
Se por distracção, colocar a lente do "avesso", não há problema de maior pois provavelmente notará que assim é mais incómoda, mais instável e é mais
difícil que fique colocada. Pode cair ao pestanejar.
Não poupe os líquidos de manutenção. Depois de colocar as lentes, deite fora o líquido que ficou no estojo e use líquido novo ao voltar a desinfectar.
Não use uma lente que não esteja em perfeitas condições, caso contrário o olho pode sair afectado.
Se optar pelo uso de lentes de contacto, é melhor cuidar de ter também óculos em condições de serem usados, pois a prática demonstra que no caso de
começar a surgir algum problema, quem tem óculos facilmente tira as lentes de contacto e usa os óculos pelo tempo necessário mas, quem não tem óculos em reserva,
fica completamente dependente das lentes de contacto originando por vezes o agravamento de um problema que seria facilmente resolvido com a interrupção temporária
do uso das lentes de contacto.
AUTO-VIGILÂNCIA
Além das revisões periódicas efectuadas pelo seu oftalmologista ou optometrista, que verificarão a integridade
das lentes, a correcta adaptação destas, a saúde ocular e o resultado visual, deve auto-vigiar-se tendo em conta três pontos:
1. Aspecto dos olhos.
Veja ao espelho se os olhos se os olhos se apresentam com aspecto normal ou se, pelo contrário, estão com aspecto avermelhado apresentando-se os vasos sanguíneos
injectados.
2. A visão. Escolha um alvo a alguma distância e, fechando ou tapando um dos olhos, verifique se o outro olho tem visão normal.
3.
Conforto. As lentes após o desconforto inicial ao serem adaptadas, devem ser usadas sem incómodo ao ponto de se "esquecer" que as está a usar. Algum
incómodo após antes ter usado a lente com conforto, pode ser sinal de algum problema.
Se um ou mais destes pontos não está correcto (bom aspecto, bom conforto e boa visão), algo está mal. Pode ter apenas um corpo estranho debaixo da lente, ou a
lente suja. Tire-a e lave-a bem.
Se após lavar e enxaguar bem a lente, verificar o seu bom estado, e ter a certeza de que a está a colocar do lado correcto,
o problema persiste, será melhor retirar ambas as lentes e consultar o seu adaptador.
FAQ´S SOBRE LENTES DE CONTACTO
Posso dormir com as lentes de contacto?
- Depende, normalmente não. Embora a maior parte das lentes de contacto não tenha características próprias para que se durma com elas, existem algumas estudadas
para o efeito (lentes de uso prolongado), descartáveis ou não. Se quer a nossa opinião, se não tiver para si muita importância dormir com as lentes (afinal ao
dormir vê-se mal de qualquer maneira), o melhor para os olhos é não o fazer.
Posso fazer desporto com as lentes de contacto?
- Sim, se forem lentes moles pode saltar, correr, fazer o pino ou o que quiser, que as lentes não sairão dos olhos. No desporto, as lentes de contacto são
especialmente vantajosas pois o suor não provoca o seu embaciamento e além disso, proporcionam melhor percepção da profundidade e visão periférica. Se usar lentes
duras, é necessário ter algum cuidado, pois em desportos que exijam movimentos bruscos ou pancadas, estas podem cair.
Tenho "graduação". Posso usar lentes que mudam a cor dos olhos?
- Sim, existem lentes cosméticas com potência óptica para a compensação de defeitos visuais. Também existem sem potência óptica para quem vê bem e apenas quer
variar a cor dos olhos.
Tenho astigmatismo. Posso usar lentes de contacto?
- Claro, como já foi afirmado antes, existem lentes para isso. Tanto duras como moles. Depende de cada caso a opção por um ou outro tipo. São os míopes
aqueles que mais apreciam as lentes de contacto, mas também os astigmatas e o s hipermetropes as podem usar.
As lentes de contacto fazem aumentar a miopia?
- Não, se a miopia estiver em progressão, tanto pode aumentar com lentes de contacto, como sem elas. (ver defeitos visuais miopia). Existe mesmo uma técnica
denominada ortoqueratologia, na qual através do uso de lentes de contacto duras, se procura provocar aplanamento da córnea com a consequente diminuição da miopia.
Este efeito não é permanente, sendo necessário a continuação do uso das lentes para retenção do progresso alcançado.
Qual é o custo das lentes de contacto?
- O custo depende do tipo de lentes e da manutenção que lhes fizer. Se tiver astigmatismo, o custo é mais alto, excepto se optar por lentes duras
(semi-rigidas). No custo global deve também incluir o preço dos produtos para a manutenção das lentes e das revisões periódicas necessárias. De um modo geral,
podemos considerar que usar lentes de contacto fica mais caro que usar óculos mas se estiver habituado a renovar lentes e armação cada 1 ou 2 anos, a diferença
será ligeira.
As lentes de contacto incomodam muito?
- As lentes de contacto modernas permitem, na maior parte dos casos alcançar um conforto total. Após um período inicial de adaptação, que geralmente é curto,
é normal o utilizador deixar de sentir as lentes nos olhos. Atenção: Não sentir as lentes não implica que elas estejam bem nos olhos. Só a adaptação e seguimento
por um optometrista ou oftalmologista, lhe permitem a garantia de usar determinadas lentes de contacto com segurança.
Tenho lentes de contacto azuis e uma amiga tem lentes verdes. Podemos trocar de lentes entre nós?
- Não!! Temos noticias que estão a acontecer casos destes. Não o faça porque arrisca os seus olhos. Além de que existe o perigo de contágio devido a má
esterilização das lentes, deve ter em conta o que é afirmado na chamada de atenção da questão anterior. As lentes de contacto devem ser consideradas "pessoais e
intransmissíveis".
Pode trocar-se um líquido de manutenção por outro?
- Existem no mercado muitas marcas de produtos para a manutenção de lentes de contacto. Estas soluções podem classificar-se por grupos, sendo possível
encontrar-se em cada um deles soluções parecidas de diferentes marcas. Normalmente não há problema em trocar uma por outra desde que tenham propriedades
semelhantes. Se tiver que adquirir uma solução que não conhece certifique-se que é para o seu tipo de lentes e do modo de usar. No caso de sistemas de manutenção
com mais que um produto (por exemplo, liquido para lavar + líquido para desinfectar + antiproteíco), não misture marcas. Use toda a linha do mesmo fabricante para
assegurar a completa compatibilidade.
Lente de contacto é qualquer tipo de lente colocada sobre a
superfície corneana e/ou escleral, para fins ópticos, terapêuticos e/ou
estéticos. As lentes de contacto podem ser consideradas "duras" ou "moles" dependendo do material empregado na fabricação. Além disso, dependendo da
facilidade com que o oxigênio pode atravessar As lentes de contacto, elas podem
ainda ser classificadas como para "USO DIÁRIO" ou "USO PROLONGADO". As lentes de contacto
ditas de "USO PROLONGADO", geralmente são as que podem ser usadas por 24
horas contínuas (ou mais) e também durante o sono.
As lentes de contacto "duras"
São lentes fabricadas com materiais que absorvem pouca ou
nenhuma água quando estão em contacto com a superfície ocular. Essas lentes,
portanto, permanecem sempre rígidas quando em uso. Apesar de rígidas, elas podem
ainda serem classificadas como permeáveis aos gases e não permeáveis aos
gases, dependendo do material com que são fabricadas.
As lentes de contacto
duras não permeáveis aos gases são
lentes fabricadas com matérias com baixa taxa de transmissão aos gases
atmosféricos. O principal exemplar desse grupo são as lentes de PMMA
(polimetilmetacrilato).
As lentes de contacto duras permeáveis aos
gases são lentes que, apesar de rígidas,
possuem alta permeabilidade aos gases atmosféricos, como o oxigênio, por
exemplo. O principal exemplar desse grupo são as lentes fluocarbonadas. Existem
também outros materiais, como as lentes siliconadas, as lentes combinadas de
PMMA + silicone, etc.
As lentes de contacto "moles"
Geralmente são lentes que possuem boa taxa de transmissão aos
gases atmosféricos. Participam deste grupo, As lentes de contacto "hidrofílicas",
também conhecidas como "gelatinosas", e as lentes de elastômero de silicone. As
lentes hidrofílicas são feitas de polihidroxietilmetacrilato, e as de elastômero
de silicone são feitas de polisiloxane. Existem também outros tipos de materiais
usados na fabricação dessas lentes.
As lentes de contacto cosméticas
São lentes indiciadas quando se deseja modificar a cor ou o
aspecto natural dos olhos, podendo também corrigirem defeitos refracionais ao
mesmo tempo. Como exemplo, podemos citar As lentes de contacto coloridas,
desenhadas, etc.
As lentes de contacto protéticas
São lentes usadas geralmente para fins estéticos. Ex.: após uma
cirurgia onde se retira o conteúdo do globo ocular, pode-se usar uma lente "corneo-escleral" (com o desenho de um olho normal) sobre a esclera do
paciente.
Indicações e contra-indicações
ao uso das lentes de contacto
É importante que se tenha em mente que o único profissional
capaz de fazer uma avaliação correcta com relação às indicações e
contra-indicações ao uso das lentes de contacto, é o seu médico oftalmologista.
Se você está interessado em usar lentes de contacto, fale com ele primeiro. Ele
será a única pessoa capaz de lhe dar todas as explicações e sanar todas as suas
dúvidas com relação ao uso das lentes de contacto.
A "adaptação" de uma lente
de contacto não se restringe apenas às primeiras consultas, nem muito menos aos
primeiros dias quando você começa a usar suas lentes de contacto. A "adaptação"
ao uso de uma lente de contacto é um processo contínuo, que começa no momento em
que você coloca as lentes nos olhos, e estende-se até o dia em que você, por um
motivo qualquer, decida ou não possa mais usar suas lentes. A "adaptação" da
lente de contacto é um acto médico, e sempre deve ser feita sob a supervisão de
seu médico oftalmologista.
Indicações
Vale salientar que a principal indicação para o uso de lentes
de contacto, é a obtenção da melhor acuidade visual, quando esta NÃO PODE SER
CONSEGUIDA ATRAVÉS DO USO DE ÓCULOS.
Indicação Estética
É a que ocorre com mais freqüência, pois a maioria das pessoas
procura o uso das lentes de contacto para fins estéticos. Ou seja, são pessoas
que enxergam bem com seus óculos, mas por um motivo estético, querem optar pelas
lentes de contacto.
Indicações Médicas Ópticas:
Anisometropias: É quando existe uma diferença
grande de grau entre os dois olhos. Dependendo desta diferença, algumas pessoas
não conseguem uma visão confortável mesmo com seus óculos, mas se adaptam melhor
ao uso de lentes de contacto.
Ceratocone: Nestes casos, geralmente estão
indicadas As lentes de contacto rígidas. Vale também lembrar que uma lente de
contacto bem adaptada, não causa nem retarda a progressão do
ceratocone.
Pós-cirúrgicas: Após algumas cirurgias
oftalmológicas, o uso de lentes de contacto pode ser indicado, tanto para
melhorar o resultado pós-cirúrgico, como para proteção das superfícies
oculares.
Nistagmo: O nistagmo, explicado de uma maneira
simples, significa o movimento anormal e involuntário dos olhos, podendo ser
ocasionado por diversas etiologias. Em alguns casos de nistagmo, principalmente
quando acompanhados de erros refrativos, As lentes de contacto podem estar
indicadas.
Aniridia e albinismo ocular: Estas patologias
podem causar grandes transtornos visuais, e, em alguns casos, As lentes de contacto
também podem estar indicadas.
Indicações Médicas Terapêuticas
Em algumas doenças oculares, As lentes de contacto podem ser
indicadas como ajuda no processo terapêutico.
Contra-indicações ao uso das lentes de contacto
De entre as várias contra-indicações ao uso das lentes de contacto, citamos algumas:
Pessoas desmotivadas, não cooperativas;
Pessoas com maus hábitos de higiene;
Qualquer doença ocular que afecte as
superfícies oculares, e nas quais o uso de lente de contacto trará mais
complicações do que benefícios;
Casos de glaucoma não controlado;
Defeitos e/ou doenças palpebrais;
Extrema intolerância psicológica à
aplicação de qualquer medicação ou corpos estranhos oculares;
Doenças
sistémicas que afectem os olhos ou que possam ser exacerbadas com o uso das lentes de contacto;
Infecções oculares agudas ou crónicas;
Diabetes
instável ou descompensado;
Alcoolismo;
Uso de certos medicamentos que
causam "secura" nos olhos;
Pessoas que trabalham em locais com muita
poluição atmosférica e/ou poeira, ou em locais com alto risco de acidentes com
produtos químicos.
Se os óculos tradicionais, lentes de contacto, ou implantes de lentes intraoculares
não lhe oferecem uma visão nítida, pode dizer que a sua acuidade visual, ou nível de
visão é baixo. Não confunda esta condição com cegueira. As pessoas com baixas
acuidades visuais ainda têm uma visão útil, que muitas vezes é melhorada com medidas
adequadas. Quer a sua diminuição visual seja ligeira, quer seja grave, a baixa acuidade
visual geralmente implica uma discrepância entre a visão e as necessidades reais do
doente. O baixa acuidade visual geralmente significa que a sua visão não está em
consonância com as suas necessidades. Uma planificação adequada para melhorar a sua
visão, normalmente começa depois do seu Oftalmologista ter feito todos os possíveis
para o tratar, como uma intervenção cirúrgica, ou determinado tratamento com o qual a
sua visão não tenha revelado melhoras.
Quais são as causas da baixa acuidade visual?
De acordo com as mais conceituadas investigações, são afectadas por baixas acuidades
visuais, pessoas provenientes de todas as faixas etárias sem excepção. Os baixos
níveis de visão podem ocorrer por várias razões entre as quais deficiências
congénitas, doenças hereditárias, diabetes, glaucoma, catarata, e degenerescência
macular relacionada com a idade. A mais comum das causas é precisamente a
degenerescência macular, que é uma doença da retina, que é a camada interna do olho
onde se foca a luz e nos permite ver as imagens. A degenerescência da mácula causa danos
na visão central, embora não cause cegueira absoluta, pois a visão lateral
(periférica) não é afectada.
Existem diferentes tipos de baixa acuidade visual?
Sim. No entanto, as mais comuns são a redução da visão central, e da visão para a
leitura. A baixa acuidade visual também pode resultar de um decréscimo da visão
periférica, da perda da visão das cores, da incapacidade ou perda de aptidão do olho
para se ajustar à luz, contraste, ou brilho. Os diferentes tipos de baixa acuidade
visual, requerem diferentes espécies de assistência. Por exemplo, as pessoas que nascem
com uma acuidade visual baixa, têm carências diferentes em relação às que desenvolvem
uma acuidade visual baixa, mais tarde com a idade.
Quais são os meios possíveis para
corrigir as baixas acuidades visuais?
Um aparelho que corrige a baixa acuidade visual é um artefacto através do qual se
melhora ou implementa a visão. Não existe um meio que recupere a visão normal em todas
as circunstâncias incondicionalmente e, por isso, são necessários diferentes meios para
diferentes fins. Se possível ensaie o artigo antes de o comprar a fim de comprovar a sua
eficácia, no seu caso particular. Existem dois tipos de meios para corrigir as baixas
acuidades visuais: ópticos e não ópticos.
Ajudas ópticas que corrigem as baixas acuidades visuais
Os artigos de óptica para a correcção de acuidades visuais baixas, são compostos
por lentes, ou combinação de lentes que permitem a ampliação. Não devem ser
confundidos com os óculos tradicionais. Existem cinco espécies de artigos de óptica:
LUPA EM ARMAÇÃO. Lentes de aumento que são mais fortes do que os óculos tradicionais. Quando
se usam, é necessário segurar o material de leitura muito perto, pois de outra forma a
impressão parecerá desfocada. No início poderá ser desconfortável, mas é uma
questão de hábito. Estão indicados para trabalhos de pormenor, ou de precisão, e as
lentes de aumento permitem às mãos a liberdade de não terem que segurar o aparelho.
LUPA DE LEITURA DE MÃO são familiares à maioria das
pessoas. Com estas, consegue segurar o material de leitura à distância normal. Pode
adquiri-las nas ópticas, ou departamentos da especialidade.
LUPA DE LEITURA COM SUPORTE, assenta sobre o material de
leitura. Algumas estão apetrechadas com uma fonte luminosa.
TELESCÓPIOS são utilizados para aumento à distância.
Podem ser manuseados com as mãos para observar objectos distantes, ou montados nas
armações.
CIRCUITO FECHADO DE TELEVISÃO produz uma imagem
ampliada num ecran de TV
com ampliação e contraste ajustáveis, o circuito fechado de TV
[CCTV] é muitas vezes mais fácil de utilizar do que outros
meios/aparelhos.
Artigos/meios não-ópticos para deficiências visuais:
Livros, jornais, e revistas com as letras ampliadas.
A técnica não-óptica mais simples é aproximar o material de leitura. O facto de
segurar o material de leitura muito próximo dos olhos, ou de se colocar a um palmo do
écran de televisão, não causa dano aos olhos, ao contrário do que se pensa.
Qual a importância da luminosidade para
as pessoas com baixas acuidades
visuais?
Uma luminosidade adequada é tão importante como um aparelho para
baixas acuidades visuais. Sem qualquer deficiência, uma pessoa de 60 anos de idade pode
necessitar do dobro da iluminação de que necessitava aos 20 anos, para desempenhar a
mesma tarefa confortavelmente.
Algumas espécies de iluminação:
Coloque a fonte luminosa perto do seu material de leitura, para uma melhor visibilidade.
As lâmpadas de alta voltagem com braços ajustáveis são mais adequadas para este fim.
As viseiras e abas dos chapéus, protegem os olhos do desconforto causado pela luz.
As lentes fotocromáticas são as mais indicadas para controlar o brilho e luminosidade.
Que serviços estão disponíveis para pacientes com baixas acuidades visuais?
Um exame completo aos olhos, efectuado por um oftalmologista é imprescindível. Um
oftalmologista é um médico licenciado e treinado para providenciar um total cuidado com
os olhos, incluindo causas diagnosticadas de baixa acuidade visual, e prescrição de
aparelhos para melhorar acuidades visuais baixas. Depois de determinada a causa da baixa
acuidade visual, o seu oftalmologista pode sugerir um meio (ajuda óptica) que melhore a
baixa acuidade visual, ou encaminhá-lo para outros especialistas.
As Lentes Esclerais são lentes de contato especialmente desenvolvidas para
pessoas portadoras de anomalias na córnea. Elas são indicadas para a correção de aberrações visuais causadas por:
As lentes esclerais mudaram consideravelmente a qualidade de vida de pacientes
portadores de diversos tipos de anomalias na córnea, graças à sua revolucionária
tecnologia de adaptação. Elas corrigem ametropias e diminuem as distorções das
imagens com um conforto inédito aos usuários de lentes de contato.
A lente escleral assemelha-se em tamanho a uma lente gelatinosa, e apoia-se na
parte branca do olho (esclera). Como não há toque na córnea, o conforto é um
diferencial importante deste tipo de lente. Ela é indicada nos mais diversos
tipos de patologias corneanas, como: ceratocone, degeneração marginal pelúcida,
pós-lasik e pós-RK, síndrome do olho seco e pós-ceratoplastia penetrante
(transplante de córnea).
Quando bem adaptadas, as lentes esclerais afastam a necessidade de procedimentos
invasivos na córnea, como o transplante. Converse com seu oftalmologista e saiba
mais!
Nos últimos cinco anos houve um aumento do uso de lentes esclerais rígidas
permeáveis aos gases de grande diâmetro, uma vez que estas lentes são altamente
eficazes na correção de irregularidades da córnea. As lentes esclerais oferecem
conforto e boa acuidade visual, no entanto pouco se sabe sobre os seus efeitos a
longo prazo na saúde ocular. Esta falta de conhecimento é preocupante, porque
estas lentes são muitas vezes adaptadas em córneas já comprometidas. Existe
também uma falta de consenso sobre qual a quantidade ideal de lágrima que deve
existir entre a lente e a córnea. Uma maior espessura de filme lacrimal
pós-lente poderá reduzir a disponibilidade de oxigénio da córnea, levando à
formação de edema corneal.
Prismas são lentes que podem ser utilizadas em vários casos na clínica
optométrica e oftálmica. Lentes prismáticas são sistemas óticos que dispersam e
desviam tanto a luz, (para a base), como as imagens (para o ápice). Elas são
utilizados normalmente para desviar a luz e/ou a imagem de várias formas,
conforme a necessidade de pessoas acometidas por transtornos neurológicos que
afetam a visão, das mais variadas origens. Sua utilização depende da magnitude
da compensação exigida em cada caso ou situação.
Entre as características mais importantes das lentes prismáticas é a
determinação da potência do desvio (necessário para corrigir o transtorno do
paciente) e a direção da base do prisma que poderá ajustar a visão da pessoa
acometida do transtorno.
Os prismas são tipicamente feitos de vidro, mas também podem ser fabricados de
outros materiais transparentes com boa qualidade óptica. São confeccionados por
laboratórios que fabricam lentes oftálmicas. Devem ser solicitadas por encomenda
acompanhado da prescrição óptica, onde deve constar a correção da ametropia + o
valor do prisma e respectiva base.
Como é uma lente com prisma
O prisma é um sólido geométrico estudado na geometria espacial. Ele possui
sempre duas bases paralelas, formadas por polígonos e as suas faces laterais são
sempre paralelogramos. O prisma recebe um nome de acordo com o formato da sua
base.
Em óptica oftálmica, é utilizado o prisma de base triangular que tem por
finalidade ajustar as imagens de pessoas portadoras de anomalias da visão
binocular. De maneira especial servem como uma das ferramentas para corrigir
diplopias.
O que é efeito prismático? Em óculos, seja miopia, hipermetropia ou astigmatismo, qualquer erro na
centralização das lentes, por DNP incorreta, tanto na horizontal e pior ainda na
vertical, acaba por provocar um efeito prismático. Essa condição pode causar uma
situação indesejável ao usuário dos óculos, visto que, um objeto observado a
certa distância é deslocado para um local diferente do real e pode ocasionar
deformação dos objetos, o que provoca desconforto e má qualidade de visão,
trazendo como consequência, dificuldade na adaptação dos óculos. É muito
frequente o cliente vir ao consultório com queixa de seus novos óculos. Ao medir
as dioptrias, estas estão corretas. Mas as DNPs estão fora das medidas da
prescrição do cliente, provocando um efeito prismático indesejável. A solução
será trocar as lentes com a DNP correta.
Como prescrever lentes prismáticas? A prescrição e a montagem de lente com prisma obedecem à orientação da base do
prisma. Significa que a posição do prisma será conforme à orientação da
"base do prisma" que deve constar na prescrição óptica como: Base "superior",
"inferior", "temporal" ou "nasal". Também pode constar a "direção do
desvio" encontrado no exame quando foi conseguida a imagem única com os dois
olhos abertos.
Em caso de prisma de dioptria elevada, será necessário ao profissional o uso do
DIAL de 360º. Assim se torna possível dividir o prisma entre os dois olhos,
quando necessário, para proporcionar uma espessura menor. Como exemplo, em um
paciente, além das lentes que estarão corrigindo a ametropia, foi necessário
adicionar 16Δ com a base do prisma à 10º no OE (assim se resolveu uma diplopia
nefasta). Com estas lentes, a pessoa (que tinha diplopia) conseguiu ver uma
imagem única binocular. Contudo, como uma lente de 16Δ tem uma espessura
impraticável para ser colocada em óculos, a prescrição pode ser dividido entre
os dois olhos, que ficará assim:
OD 8Δ com base à 190º |
OE 8Δ com base à 10º
Fica claro que o dial utilizado para definir o eixo da base do prisma no olho
contralateral, foi com um DIAL de 360º. Para determinar a base do prisma do olho
contralateral, deve-se somar ao eixo obtido no primeiro olho (neste caso a Base
ficou à 10º) e deve ser somado + 180º para a base do outro olho, (que ficou à
190º).
Esta correção também pode ser designada como "prismas gêmeos" pois as lentes
possuem a mesma potência em AO e estão voltadas para a mesma direção de eixo da
base do prisma.
Qual a função na visão? As lentes prismáticas têm várias finalidades na clínica optométrica. O prisma
pode ser um tratamento poderoso para muitas condições e vários pacientes podem
obter vantagem, especificamente aqueles que sofrem de astenopia ou diplopia
constante ou intermitente. Mesmo prismas com dioptria pequena, 0.50Δ ou 1Δ podem
resolver transtornos que outras lentes não resolvem.
Embora prescrever com sucesso, às vezes possa parecer uma tarefa demorada e
assustadora, o estudo e o preparo técnico científico, ajudam a incorporar novos
conhecimentos para o uso de prismas, sobretudo para condições de transtornos da
visão binocular.
Na prática diária o optometrista poderá obter bons resultados. A imagem dupla da
qual muitas pessoas se queixam, pode ser solucionada com uma correção acertada
com prismas em óculos adicionadas às lentes para corrigir as ametropias.
Identificando candidatos para terapia com prismas. Um dos aspectos mais importantes na prescrição de prisma com sucesso é saber
quando e quais pacientes se beneficiarão com uma correção com lentes
prismáticas. O primeiro obstáculo é garantir que o paciente se sinta confortável
com o uso de óculos prismáticos.
Pequenas quantidades de prisma vertical podem ser necessários em pacientes que
apresentem um desvio vertical acima de 2Δ que pode ser encontrada pelo Teste de
Torrignton com facilidade. Esta condição compromete a visão e requer auxílio
óptico com prisma para conseguir uma visão única. É muito importante executar os
testes de adaptação prismática: solicitar que o paciente ande com os óculos,
desça escada e permaneça com os óculos por algum tempo para observar seu
comportamento.
Embora o uso do prisma pareça um requisito muito básico, pode representar um
obstáculo se não for feito de forma adequada, dentro de critério técnico e com
conhecimento de detalhes. Caso contrário, melhor não usar correção prismática de
forma alguma, pois se a prescrição não for correta, pode causar mais prejuízo do
que benefício ao paciente.
Educar os usuários sobre os benefícios do uso do prisma é fundamental para
ajudá-los a aceitar a correção quando necessário.
Pacientes com distúrbios de visão binocular não estrábicos, como insuficiência
de divergência, esoforia básica e heteroforia vertical, e sobretudo pacientes
que sofreram traumas cerebrais, desde um AVC ou qualquer pancada na cabeça,
todos podem se beneficiar do tratamento com prisma. Particularmente prisma de
alívio ou que elimine a diplopia. Enquanto outros, incluindo aqueles com excesso
de convergência, insuficiência de convergência, excesso de divergência ou
exoforia básica, todos são melhor gerenciados com outras modalidades de
tratamento, como terapia visual ou simplesmente uma correta prescrição de lentes
em óculos.
Uma opção para pacientes que necessitam de correção com prisma é prescrever esta
modalidade para aliviar a diplopia e astenopia e, ao mesmo tempo, indicar o
paciente para fazer "terapia de visual" para tentar diminuir ou eliminar a
quantidade de prisma necessária.
É importante saber que a prescrição prismática é um tratamento terapêutico.
Significa que o uso da correção pode ser paliativa e deverá ser usado apenas
durante algum tempo. Mesmo porque, após o uso por determinado tempo, o paciente
pode retornar a consulta e não ter mais a necessidade dos prismas ou pode
precisar de prismas com outro valor dióptrico.
Para que servem as lentes prismáticas?
Lesão Cerebral De acordo com o web site da
Brain Injury Association
| Associação de Lesão Cerebral, uma lesão cerebral traumática ou (TBI em inglês)
define-se como:
"Uma lesão no cérebro, que não é de natureza degenerativa ou congênita, mas
causada por uma força física externa, (trauma ou pancada), pode produzir um
estado de consciência diminuído ou alterado, levando a um resultado de
impedimento das capacidades cognitivas, com dificuldade no funcionamento
emocional e do comportamento. Os indivíduos com lesão cerebral experimentam com
freqüência problemas como perdas sensoriais tanto da visão (diplopia) como da
audição (zumbido).
Crianças com lesão cerebral traumática enfrentam problemas nas áreas de
comunicação, na aquisição de novas informações, orientação espacial, atenção e
concentração, finalizar trabalhos, controle olho-mão, dificuldade em lidar com
os sentimentos, problema na integração social e conversação social.
Síndrome de Visão Pós Trauma (SVPT) Os problemas sensoriais são comuns depois de uma lesão cerebral traumática.
Mesmo pequenas pancadas podem causar transtornos que aparecem durante o
transcorrer da vida. Pacientes nesta situação enfrentam problemas com sua visão
que são conhecidos como o Post Trauma Vision Síndrome (PTVS sigla em inglês da
Síndrome de Visão Pós Trauma).
Mais da metade das pessoas que tenham sofrido lesão cerebral têm problemas de
visão, tais como visão dupla ou embaçada, assim como dificuldades no campo
visual. A visão dupla ou embaçada pode melhorar durante os primeiros seis meses
pós trauma, com ganho de campo visual, porém é mais comum que as anormalidades
persistam e necessitem de ajuda com lentes. (Mira, Tucker, & Tyler, 1992)
A visão binocular é a que nos permite mesclar as duas imagens vistas por cada um
dos olhos, permitindo ver uma só imagem. Os problemas a longo prazo com a visão
binocular são comuns:
Estrabismo: desalinhamento do olho causado por um desequilíbrio muscular;
Disfunção óculo motora: problemas com o movimento do olho.
Convergência: desorganização dos movimentos simultâneos de ambos os olhos,
diferentes entre si no esforço para manter uma só imagem de um objeto conforme
este se aproxima.
Anormalidades de acomodação: problemas para focalizar objetos e produzir uma
imagem clara conforme os objetos se movem para mais próximo.
Visão dupla: perceber duas imagens de um só objeto.
SUPRESSÃO. Quando estas condições se apresentam desde o nascimento, o cérebro se adapta
suprimindo a visão de um dos olhos.
Contudo, na Síndrome de Visão pós-Trauma, a condição ocorre de maneira repentina
ou abrupta. O cérebro não tem a oportunidade de se adaptar gradualmente e a
perda visual persiste.
No caso de tratamento optométrico, o profissional indicado deve ser um
Optometrista Comportamental ou Neuroptometrista.
A visão dupla interfere em particular com a percepção de profundidade,
localização de objetos e a capacidade de relacionar a informação visual com as
experiências cinestésicas, proprioceptivas e vestibulares. Estes termos são
explicados a seguir:
Cinestésico: tem a ver com a sensação consciente da posição das articulações, do
movimento, do espaço e da posição no espaço.
Proprioceptiva: tem a ver com saber a posição ou relação das partes do corpo nas
posições paradas (estáticas) sem a necessidade de ver ou tocar seu braço.
Vestibular: tem a ver com o sistema reflexo do cérebro que coordena os
movimentos do olho com os da cabeça, para que uma pessoa possa manter os olhos
fixos num objeto conforme move sua cabeça. O sistema vestibular nos ajuda a
preservar o equilíbrio.
Devido à visão dupla, que ocorre em pacientes com SVPT, eles se vêem atrofiados,
sem equilíbrio, o que dificulta a coordenação e os movimentos. (Padula, Shapiro,
& Jasin, 1988) .
Muitas pessoas com uma lesão cerebral posterior a um trauma, experimentam
diversas anormalidades visuais e perceptivas. São comuns os problemas com a
organização espacial. Algumas pessoas podem desenvolver uma postura anormal de
cabeça (torcicolo), junto com um crescimento elevado dos tecidos musculares em
partes do corpo, particularmente nas áreas da cabeça, do pescoço e dos ombros.
Isto acontece porque a pessoa tratará de corrigir ou melhorar sua postura e
funcionamento visual, sacudindo ou sustentando a cabeça em uma posição que não é
a natural (pescoço torto). (Padula, Shapiro, & Jasin, 1988). Todas estas
situações são passíveis de correção com uso de prismas adicionado à correção da
ametropia. Portanto, vale o sacrifício de estudar e consolidar conhecimentos que
permitam indicar correções prismáticas com eficiência e segurança.