

A Dançarina e o Cego (Der Fries der Lauschenden) - esculturas de Ernst Barlach, 1930-35
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RESUMO |
O objetivo do estudo foi verificar a importância da Fisioterapia no DNPM de
crianças com Amaurose (Cegueira total)
Congênita. Trata-se de uma revisão bibliográfica e para a obtenção dos artigos
utilizou-se a biblioteca
virtual da BIREME onde foi pesquisado o indexador LILACS e dados do Ministério
da Saúde. A
Estimulação Precoce (EP) promove o desenvolvimento motor e cognitivo das
crianças com amaurose
congênita, tornando-as o mais próximo possível dos padrões de normalidade,
facilitando a adaptação e
integração social dessas crianças. O presente estudo demonstrou fundamental
importância à intervenção
da Fisioterapia para prevenir os atrasos motores na criança cega.
INTRODUÇÃO
O aumento progressivo da cegueira e deficiência visual no mundo pode ser
atribuído, em
especial, ao crescimento populacional, ao aumento da expectativa de vida, à
escassez de serviços
especializados, às dificuldades de acesso da população à assistência
oftalmológica, às
dificuldades econômicas e à ausência/insuficiência de esforços educativos que
promovam a
adoção de comportamentos preventivos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê
o
acelerado crescimento da cegueira de um a dois milhões de casos por ano,
provavelmente
dobrando o número total de casos até o ano 2020, a não ser que sejam
disponibilizados recursos
suficientes para a prevenção (TEMPORINI e KARA, 2004).
A cegueira total ou simplesmente amaurose significa completa perda da visão e
nem a
percepção luminosa está presente. No jargão oftalmológico, usa-se a expressão
visão zero
(CONSORT e SOUZA, 2007). A deficiência visual (DV) pode ser de origem congênita
ou
adquirida, e o grau de perda pode ser a baixa visão ou a cegueira. A DV de
origem congênita
ocorre ao nascimento, tendo como principais causas a coreorretinite macular,
atrofia ótica,
catarata congênita, retinopatia da prematuridade, glaucoma e retinose pigmentar
(CARDOSO e
ALMEIDA, 2007). A DV impõe restrições ao desenvolvimento seguro e confiante da
criança no
ambiente, interfere no conhecimento do próprio corpo, e na inter-relação entre
as coisas e as
pessoas no ambiente. As crianças que nascem cegas ou perdem a visão muito cedo,
apresentam
necessidades de aprendizagem diferente das demais crianças (MALTA et al., 2006).
No entanto,
isto não significa que a pessoa deficiente visual apresente uma doença, porém,
muitos deficientes
são considerados como improdutivos por um grande segmento da sociedade e muitas
vezes são
isolados (FARIAS e SERVO, 2005).
A visão não é um sentido independente, é ligada fortemente à atividade motora
das
crianças, à postura, habilidades, coordenação da mão, inteligência e à
personalidade global
(NAVARRO et al., 2004). A visão é um dos mais importantes sentidos no
desenvolvimento
físico e cognitivo normal da criança, portanto, o desenvolvimento
neuropsicomotor (DNPM) e a
capacidade de comunicação são prejudicados na criança com deficiência visual
porque gestos e
condutas sociais são aprendidos pelo feedback visual (GRAZIANO e LEONE, 2005).
Nos primeiros anos de vida a integração, a sintetização e a interpretação das
informações
geradas por outros canais perceptivos devem ser amplamente exploradas na criança
deficiente
visual (NAVARRO et al., 1999). Pois um bom desenvolvimento motor repercute na
vida futura
da criança nos aspectos sociais, intelectuais e culturais, e ao ter alguma
dificuldade motora faz
com que a criança se refugie do meio o qual não domina, conseqüentemente
deixando de realizar
ou realizando com pouca freqüência determinadas atividades (OLIVEIRA e OLIVEIRA,
2006).
O desenvolvimento motor tem início ainda na vida intra-uterina, sendo os
movimentos
adquiridos pelo recém nascido nada mais que uma adaptação, modificação e
refinamento de
padrões de movimentos pré-existentes (CONSORT e SOUZA, 2007). O termo
desenvolvimento,
quando aplicado à evolução da criança, significa constante observação no
crescimento das
estruturas somáticas e aumento das possibilidades individuais de agir sobre o
ambiente.
Recentemente, as novas perspectivas teóricas no vasto campo da ciência da
motricidade,
aumentaram nossos conhecimentos sobre o desempenho motor, admitindo-se que as
etapas desse
DNPM têm uma base genética, mas as potencialidades inatas só se desenvolvem na
medida em
que o recém-nascido encontra um ambiente favorável (CAMPOS et al., 2005).
A psicomotricidade surge como um alicerce sensório-perceptivo-motor
indispensável na
contribuição do processo de educação e reeducação psicomotoras, pois atua
diretamente na
organização das sensações, das percepções e nas cognições, visando a sua
utilização em respostas
adaptativas previamente planejadas e programadas, sendo muito importante nos
processos de
aprendizagem de gestos motores das crianças com amaurose (CARDOSO e ALMEIDA,
2007).
A Fisioterapia é uma profissão da área de saúde que presta serviço à população
com o
intuito de desenvolver, manter e restaurar o movimento humano e a capacidade
funcional
promovendo a saúde e a qualidade de vida da criança, do atleta, do trabalhador e
do idoso,
através de técnicas e métodos especializados. Ela pressupõe, entre outros, um
conhecimento profundo na área do desenvolvimento motor do indivíduo (RODRIGUES,
2008). Uma das
principais funções do fisioterapeuta é estimular o DNPM e a visão nos casos de
criança com
baixa visão, além de orientar a família a cada atendimento sobre a melhor
conduta adotada para
esta criança nas atividades de vida diária (NAVARRO et al., 2004).
Através de uma abordagem de pesquisas procurou-se mostrar como a fisioterapia,
utilizando-se de fundamentos da psicomotricidade, dentro dos programas de
estimulação precoce
(EP), pode intervir no processo do desenvolvimento motor da criança portadora de
cegueira
congênita, permitindo que ela se desenvolva da forma mais independente possível
em seu meio
social. É também imprescindível que se tenha profundo conhecimento do
desenvolvimento das
etapas evolutivas da motricidade na criança de visão normal, pois ele é que vai
servir de base
para o estabelecimento dos parâmetros necessários ao estudo comparativo do
desenvolvimento da
criança deficiente visual (RODRIGUES, 2008).
No contexto dos programas de EP, torna-se de fundamental importância a
intervenção
fisioterapêutica na prevenção dos atrasos neuropsicomotores na criança portadora
de Amaurose
Congênita. Tal intervenção, enriquecida por uma abordagem psicomotora, sem
dúvida, atua sobre
a criança de forma global, valorizando os aspectos do desenvolvimento que advêm
da relação que
mantém com o mundo. Não se podem dissociar os planos físicos, psíquico e mental,
pois, é o
desejo que comanda a consciência na execução dos mais variados movimentos,
visando à
satisfação e à plenitude (CONSORT e SOUZA, 2007).
Assim, o presente trabalho teve por objetivo verificar a importância da
Fisioterapia no
desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com Amaurose Congênita.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão bibliográfica, de característica qualitativa do conteúdo
da
literatura pesquisada. A pesquisa bibliográfica compreendeu leitura, seleção e
arquivo dos tópicos
de interesse para o trabalho em pauta, com vistas a conhecer as contribuições
científicas que se
efetuaram sobre o assunto de interesse.
Os artigos foram pesquisados de forma assistemática, coincidindo no período de
1999 a
2011, com o intuito de se investigar o que há de publicação sobre a Amaurose
Congênita
envolvendo aspectos relativos à Desenvolvimento Neuropsicomotor e Fisioterapia.
Para a obtenção dos artigos, utilizou-se a base de dados – BIREME e para a
seleção dos
artigos, foi utilizado o indexador LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências
da Saúde). Também foi utilizada a base de dados do Ministério da Saúde,
disponibilizada pelo
site oficial desse órgão. Optou-se pelo banco de dados LILACS por se tratar de
artigos da
América Latina e, dessa forma, retratarem melhor a nossa realidade. Foi feita
uma revisão
bibliográfica com as palavras-chave: Amaurose Congênita, Desenvolvimento
Neuropsicomotor,
Estimulação Precoce e Fisioterapia. Foram localizados com os descritores
sugeridos apenas vinte
e três trabalhos, sendo artigos e monografias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A visão é o importante sistema sensorial indispensável para o mecanismo do
controle de
estabilidade postural, pois na ausência da visão verificou-se que houve um
aumento muito
significativo da oscilação corporal nos indivíduos que apresentavam amaurose
(BARRETO e
OLIVEIRA, 2005). A visão ajuda o corpo a orientar-se no espaço e indica onde o
pé pode ser
colocado com segurança a fim de conseguir o controle, portanto, a amaurose
influencia
adversamente o contrapeso de uma criança (NAVARRO et al., 2004).
Para Almeida (2002) crianças cegas que não foram expostas às vivências
cotidianas com
a presença da visão de forma a garantir a construção do conhecimento, podem
apresentar
dificuldades na formulação de conceitos e desenvolver-se mais lentamente,
comparada ao
desenvolvimento de crianças videntes (ALMEIDA, 2002).
Os estudos de Barreto e Oliveira (2005) correlacionam à deficiência visual com
alterações na função de equilíbrio, o qual tende a tornar-se insuficiente na
presença de
comprometimento visual. Um comprometimento do sistema de equilíbrio pode reduzir
a
estabilidade, resultando em aumento da oscilação corporal e/ou alteração da
estratégia de
movimento ((BARRETO e OLIVEIRA, 2005).
Bortolaia, Forti e Barela (2003) verificaram em seus estudos que quando há
redução da
informação visual, o sistema de controle postural parece não conseguir um
relacionamento
coerente e estável entre informação sensorial e ação motora, e consequentemente,
o DNPM é
prejudicado (BORTOLAIA et al., 2003). Tais fatores levam as crianças a
apresentarem maior suscetibilidade a atrasos ou a distúrbios no seu
desenvolvimento motor, sensorial e emocional
(MARTINEZ et al., 2007).
Rodrigues (2008) sugere que a criança cega deve ser estimulada a usar suas mãos
para
recuperar imediatamente objetos que caem, pois suas mãos serão instrumentos
úteis e necessários
para explorar o ambiente, reconhecer as qualidades dos objetos e principalmente
para proteção
contra obstáculos que se interpõem no ambiente (RODRIGUES, 2008). A criança com
amaurose
é tão dependente do tato que fica difícil projetar imagens mentais além da
periferia de seu
alcance. Ao manipular uma bola, a “imagem” (esquema mental) memoriza suas
características
físicas (ex. redonda e cheia) e também as relações sociais que podem ser
desenvolvidas com
aquele objeto, como formas de brincar, chutar, pegar etc. Por isso, a criança
cega não terá
dificuldades para aprender se lhe for propiciado estimulação em tempo e forma
adequada através
de um ambiente rico em experiências onde ela possa trabalhar seus canais de
comunicação,
favorecendo desse modo seu desenvolvimento como um todo (FARIAS, 2004).
Portanto,
desenvolver um tato ativo nestas crianças é fundamental (FIGUEIRA, 2011).
Além do tato, outro sentido importante de reconhecimento do meio para a criança
cega é
a audição, apesar de não compensar a ausência da visão. Ela dá um sentido de
distância de alguns
objetos que para a criança cega é um sentido subjetivo, por isso deve ser
educada desde as
primeiras horas de vida para que adquira objetividade, localização e noção de
distância
(FIGUEIRA, 2011).
O DV necessita de intervenções eficientes, imediatas e contínuas que venham
contribuir
para o seu desenvolvimento, através da promoção de atividades que estimulem e
facilitem o
desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras, viabilizando a aquisição
da crescente
independência nas suas ações e permitindo a descoberta de si, do outro e do
ambiente em que está
inserido (CARDOSO e ALMEIDA, 2007). É importante e imprescindível para os
deficientes
visuais a orientação adequada desde o momento em que a limitação ou perda seja
detectada, isto
é, proporcionar estimulação o mais precocemente possível (SILVA, 1992).
O fisioterapeuta é um profissional capacitado para desenvolver nestas crianças
uma
maior independência nas atividades de vida diária, e precisa de noções e
conhecimentos claros
sobre DNPM, para poder avaliar o lactente ou a criança, sabendo identificar as
características
individuais do desempenho e as capacidades e respostas esperadas diante de
certos estímulos que podem ser apresentados em determinada idade (BORTOLAIA et
al., 2003). Para o fisioterapeuta
é primordial o conhecimento do processo normal do desenvolvimento da criança,
para desta
forma, detectar os padrões de anormalidade e intervir com a terapêutica mais
adequada
(FIGUEIRA, 2011).
O fisioterapeuta também contribui tanto para a formação dos profissionais de
educação
infantil quanto para melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas escolas
especiais e
creches. Além das áreas tradicionais já ocupadas, constata-se a relevância da
sua participação na
área educacional. Tendo como papel avaliar o desenvolvimento infantil e elaborar
junto às
orientadoras pedagógicas, práticas que possibilitem o desenvolvimento global das
crianças
(MASTROIANNI, et al., 2010).
Os métodos de tratamento utilizados dependem de cada profissional e do paciente.
A
estimulação da adequação motora deve ser feita dentro da estimulação precoce
independente do
atraso que a criança possua e a orientação social é dada pelo próprio
fisioterapeuta ou profissional
envolvido na estimulação das crianças em todas as instituições. Quem prescreve a
alta
fisioterapêutica do paciente é também o fisioterapeuta, que ocorre após ser
realizada a
reabilitação ou inserção desta criança ao meio social. Esse fato confirma a
necessidade do
fisioterapeuta realizar a estimulação precoce, e não de outro profissional sem a
mesma formação
(NAVARRO et al., 1999).
Cabem ao fisioterapeuta as seguintes
funções dentro de uma equipe de estimulação
precoce, segundo Perez e Perez (1996):
-
participação no processo de triagem das crianças vulneráveis ou com
transtornos motores,
utilizando técnicas específicas para detecção dessas deficiências.
-
análise dos antecedentes da criança, relativos ao desenvolvimento motor e
seus possíveis
distúrbios, obtidos das informações dos familiares e exames específicos que
permitam esclarecer
o diagnóstico.
-
avaliação do desenvolvimento físico, muscular e articular e também de
transtornos
evidenciados no equilíbrio, postura, mobilidade e movimentos menores, dirigidos
e espontâneos
entre outros aspectos básicos da área motora.
-
integrações das informações procedentes da história clínica e dos exames
realizados, para
incorporá-los à avaliação dos outros profissionais e, desta forma, chegar ao
conhecimento global
da criança e formular o diagnóstico interdisciplinar.
-
proposição de diretrizes para a elaboração dos planos de tratamento quanto ao
funcionamento
muscular e articular e ao desenvolvimento motor em geral.
-
aconselhamento aos familiares quanto à orientação a ser seguida no lar para
favorecer e
continuar o programa de intervenção ou inserção.
Siaulys (2005) diz que a brincadeira é a vida da criança, uma forma gostosa para
ela movimentarse
e ser independente. Brincando, a criança desenvolve os sentidos, adquire
habilidades para usar
as mãos e o corpo, reconhecem objetos e suas características, textura, forma,
tamanho, cor e som.
Brincando, a criança entra em contato com o ambiente, relaciona-se com o outro,
desenvolve o
físico, a mente, a auto-estima, a efetividade, torna-se ativa e curiosa. Ela
sugere que a criança
faça uso de brinquedos que possam:
1. compreender e identificar os sons. (ex. Guizo pé-mão: um par de pulseiras ou
tornozeleiras
de tecido na cor vermelha e outro azul, onde estão presos três guizos, ao
movimentar gera um
som);
2. conhecer e entender seu corpo e o ambiente (ex. Tateando: é um tapete
confeccionado em
tecido colorido, macio, acolchoado, retangular medindo 130x90cm. No tapete estão
presos
elásticos de 15 cm de comprimento com objetos diferentes como argola, pente,
esponja, escova,
caneca, urso de pelúcia etc.);
3. despertar a curiosidade e o prazer de ver e buscar. (ex. Ciranda de Cores: é
um painel
circular, feito de tecido macio, acolchoado e colorido, em volta há 12 bolsos
nas cores, azul,
verde, vermelho, amarelo e em cada bolso há um objeto de uso comum ou brinquedo
com o qual
a criança pode interagir);
4. melhorar a eficiência visual (ex. Tapete de Alto Contraste: tapetinho feito
de tecido macio e
acolchoado, em cores preto e branco e em alto relevo, possui quadrados com
desenhos e formas
como listas, círculos, bolas, xadrez etc.);
5. desenvolver habilidade para encaixe e pinça (ex. Formas e Números: prancheta
retangular de
material leve e macio de cor branca, medindo 47,5cm x 28 cm, sobre a prancheta
há 9 orifícios
onde se encaixam pinos de 12 cm dispostos em três carreiras horizontais, existe
número próximos de cada pino em braille e em tinta. Também acompanha 45 placas
de nove formas : retângulo,
oval, hexagonal, quadrado, círculo, estrela, coração, losango, triângulo.,
possuindo 1 orifício
central);
6. aprender a usar o relógio. (ex. Relógio de madeira: medindo 20x20cm, os
ponteiros são
emborrachados e são móveis, e os números são escritos em Braille);
7. dentre outros objetivos: desenvolver o tato para reconhecer texturas, formas,
temperatura,
grandeza, peso, consistência e materiais de que são feitos os objetos;
8. reconhecer os objetos do ambiente, seu nome, uso e função;
9. adquirir independência e autonomia para movimentar-se e realizar as
atividades cotidianas;
10. iniciar o aprendizado de conceitos matemáticos;
11. desenvolver o prazer da leitura com livros interativos;
12. iniciar pela brincadeira o aprendizado da língua inglesa.
Figueira (2011) enfatiza que a assistência fisioterápica à criança cega se
justifica por ser
o fisioterapeuta portador de conhecimentos técnicos e científicos sobre o DNPM e
das
implicações que a ausência da visão pode acarretar a esta criança. Este
profissional está apto a
diagnosticar e intervir de forma adequada, com intuito de prevenir a instalação
de alterações
motoras na criança deficiente visual (FIGUEIRA, 2011).
O programa de Estimulação Precoce possibilita a integração da criança com
deficiência
visual na família, na escola e na comunidade, favorecendo a sua interação com
crianças e adultos
(GIL, 2010). A Estimulação Precoce promove também o desenvolvimento motor e
cognitivo das
crianças com amaurose congênita, tornando-as o mais próximo possível dos padrões
de
normalidade, facilitando a adaptação e integração social dessas crianças.
Torna-se assim de
fundamental importância na intervenção da Fisioterapia para prevenir os atrasos
motores na
criança cega. A participação da família revelou também ser fator fundamental
nesse processo,
porque cria as condições necessárias à execução do programa e favorece
resultados mais efetivos
para o desenvolvimento global da criança (RODRIGUES e MACÁRIO, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo descreveu as principais teorias que fundamentam o desenvolvimento
motor
normal e mostrou a importância da estimulação precoce, através de revisão da
literatura. Concluiu-se que o desenvolvimento é fruto de contínua troca entre os
estímulos ambientais e as
respostas orgânicas. O desenvolvimento neuropsicomotor da criança é aspecto
importante do
desenvolvimento infantil.
É indiscutível a importância da estimulação precoce, por usar do meio ambiente
desafio
que exige e estimula o intelecto da criança, oferecendo situações que despertam
o desejo de agir,
ou reagir sobre os estímulos que lhe são oferecidos.
Uma equipe interdisciplinar onde cada profissional atua em sua área trabalhando
a
criança como um todo, deve ter plena consciência do valor da atividade motora no
processo de
desenvolvimento, assim como também da importância de poder detectar e intervir
precocemente
em presença de qualquer alteração desta atividade. Também o envolvimento da
família é de
extrema importância nos programas de intervenção precoce. Os pais devem
participar ativamente
durante todo o processo para assegurar a eficácia do plano individual e sua
continuidade no lar, e
também devem receber orientação individual em função das condições particulares
de seu filho.
Sendo assim, o Fisioterapeuta portador de conhecimentos científicos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor está apto a diagnosticar e intervir de forma
adequada, com
intuito de prevenir a instalação de alterações motoras na criança deficiente
visual.
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ϟ
A CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA PARA CRIANÇAS COM AMAUROSE CONGÊNITA autores:
1 Diana Ramos Manso, Fisioterapeuta formada pela Universidade de Cuiabá (UNIC).
2 Viviane Martins Mana Salício, Docente do Curso de Fisioterapia da Univ, de Cuiabá (UNIC). Mestre em
Saúde Coletiva
pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
3 Suseli de Freitas Pinheiro, Docente do Curso de Fisioterapia da UNIC e UNIVAG – Centro Universitário.
Mestre em
Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
4 Walkiria Shimoya-Bittencourt, Docente do Centro de Estudos em Formação Integral (CEAFi). Docente do Curso de
Fisioterapia
da UNIC e UNIVAG – Centro Universitário. Doutora em Ciências pela Univ.
Federal de São
Paulo (UNIFESP). 5 Marcos Adriano Salício, Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Univ. de Várzea Grande
(UNIVAG).
Doutorando em Ciências Médicas pela Univ. Federal de Mato Grosso (UFMT). in Connection Line n. 10 (2013)
Δ
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