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Homero e o seu guia Glauco -
William-Adolphe Bouguereau, 1874
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O cego vai sendo
Levado pelo menino
O cego sorri, de
Olhos fechados,
Dentes nítidos:
Como se visse o lago
Azul dentro das
Pedras,
E a mulher que
Passa, de seda
Vermelha
E adereço de prata.
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Como se visse os Bois de chifres Dourados Que atravessam a Rua, flacidamente
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O cego caminha Para onde O menino o leva. Há o Tchar Minar A mesquita. A cidade é igual às Moedas de prata Que passam de Mão em mão.
A mão do cego vai Na mão do menino. Suas barbas são de vento. Seus olhos são do sonho.
Talvez esteja vendo O cavalo do Profeta No meio do Paraíso.
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(valerão nossos olhos lúcidos Essa miragem de secreta delícia?)
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"Cego em Haiderabade"
é um dos POEMAS ESCRITOS NA ÍNDIA de Cecília Meireles [1901-1964]. Em 1953, a escritora foi à Índia para receber o título de Doutor Honoris Causa da
Universidade de Deli. Durante os dois meses que ali passou, Cecília escreveu diversas crónicas e poemas, retratando as suas impressões. Em 1961, foram publicados 59
poemas com o título "Poemas escritos na Índia".
30.Mai.2012
Publicado por
MJA
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