Introdução
Nós dependemos do nosso sentido da visão provavelmente mais
do que de qualquer dos outros sentidos - audição, tacto, paladar e olfacto.
Nosso olhos são capazes de captar uma enorme quantidade de informações e uma
grande parte do cérebro é necessária para processá-las e colocá-las em uso.
Esta quantidade de informações enviadas do olho a poderia até ser maior, se não
fosse o processamento e a simplificação efetuados no próprio olho. A retina
sensível à luz, revestindo o fundo do olho, tem suas células nervosas
"ligadas" de tal modo que as imagens visuais são selecionadas e
tomadas nítidas antes de serem passadas para o cérebro.
Isto significa que, embora o olho humano não seja tão
preciso quanto uma câmara moderna, as imagens que ele produz são melhoradas,
de modo que o cérebro recebe uma impressão detalhada do objecto que o olho está
vendo. E quase como a maneira pela qual os computadores podem "limpar"
as imagens vagas dos planetas que estão sendo enviadas das distantes sondas
espaciais.
Ao contrário do cérebro humano, nossos olhos não são
particularmente bem desenvolvidos quando comparados com os de outros animais.
Muitos animais podem ver melhor no escuro do que e aves, como o gavião, têm
uma visão muito mais aguda que a nossa. Elas são capazes de descobrir um mini
rato escondido na grama enquanto estão voando bem alto. Nossa visão é boa,
mas não única, e o ponto mais forte do olho humano é a visão das cores e
nossa habilidade de dizer a que distância está um objecto apenas olhando para
ele.
A estrutura do olho
Os olhos são quase esféricos e, em um adulto, têm
aproximadamente 2,5 cm de diâmetro. Eles estão protegidos em órbitas ósseas,
na parte da frente do crânio, e podem mover-se livremente, mantidos em suas órbitas
através de um complicado conjunto de músculos. O osso do crânio, atrás da
sobrancelha, protege os olhos de batidas.
O globo ocular é unia estrutura oca e macia, que mantém sua forma arredondada graças a um material
gelatinoso e transparente chamado humor vítreo. Na parte da frente do globo
ocular, essa massa gelatinosa é substituída por um liquido transparente
chamado humor aquoso.

Na parte frontal do olho está a córnea transparente
cobrindo a pupila e a íris. A quantidade de luz que entra no olho é controlada
pela íris. Depois a luz passa através do cristalino e a figura ou imagem é
produzida na retina.
Todo o olho, exceto a córnea transparente, é coberto por
uma camada branco-cremosa flexível, chamada esclerótica, que é visível como
o "branco" do olho.
Na parte frontal do olho, a esclerótica está ligada à córnea.
Muito fina e aparentemente delicada, a córnea é realmente muito forte, sendo
constituída de fibras finas e transparentes similares às da esclerótica. A córnea
e o cristalino são as t partes do organismo que não contêm vasos sanguíneos.
Isto quer dizer que a córnea pode ser transplantada para o olho de uma outra
pessoa, porque não há células sanguíneas para provocar rejeição, o que
geralmente acontece com outros tipos de transplantes cirúrgicos.
Atrás das camadas exteriores da esclerótica está a delgada
coróide, contendo finos vasos sanguíneos. Na frente do olho, a coróide
junta-se com a íris.
O olho como uma
maquina fotográfica
O modo como o olho e uma maquina fotográfica ou câmara
trabalham é muito parecido, embora o olho seja muito mais adaptável,
trabalhando continuamente e sob qualquer luz.
Tanto no olho quanto na câmara, a luz entra pela frente,
passando através de uma lente. Em cada caso, a quantidade de luz que alcança a
lente é controlada pela íris, que é uma abertura cujo diâmetro pode variar
para permitir menor ou maior entrada de luz. Os raios de luz passando através
da lente são curvados de tal modo que uma imagem, ou figura, é produzida ou na
retina atrás do olho ou no filme no interior da câmara.
Aqui terminam as semelhanças. Na câmara, a imagem é
gravada em cristais sensíveis à luz existentes no filme, enquanto que, na
retina, a imagem é transformada em minúsculos sinais elétricos que são
passados ao cérebro através dos nervos.
Uma outra diferença entre a câmara e o olho é o modo de
focalizar. Em uma câmara, a lente e mover-se para trás ou para frente para
focalizar a imagem no filme. No olho, a focalização é acompanhada pela mudança
de forma da própria lente (cristalino), o que é possível graças à
flexibilidade do cristalino (lente) do olho humano.
A Íris
A parte do olho que mais aparece é a íris colorida e a
pupila, que parece um buraco preto no centro. A pupila realmente é um buraco no
centro da íris, e pode alargar-se ou estreitar-se quando necessário. Sob luz
forte, a pupila se fecha até chegar ao tamanho de uma cabeça de alfinete,
protegendo a retina do olho de danos. A pupila abre-se em luz fraca, para
permitir que entre no olho tanta luz quanto possível.
A pupila do olho é redonda, mas em muitos animais ela é uma
fenda ou tem unia forma mais complicada.
A abertura e o fechamento da pupila são completamente automáticos,
como a "célula fotoelétrica" em alguns tipos de câmaras. A íris é
composta de dois tipos de fibras musculares. Algumas saem da pupila como os braços
de uma estrela-do-mar. Quando elas diminuem, ou se contraem, distendem a pupila
obrigando-a a dilatar-se., Outras fibras musculares estão arrumadas em forma de
anel ao redor da pupila e provocam seu fechamento quando se contraem.
Instruções para a íris abrir ou fechar a pupila são
enviadas pelo cérebro, que age de acordo com informações recebidas sobre a
quantidade de luz que está chegando na retina.
A íris é colorida de azul ou castanho, ou de alguma combinação
das duas cores. Há padrões e marcas irregulares na coloração, e elas são tão
diferentes como as impressões digitais - não há duas pessoas com íris idênticas.
O cristalino
O cristalino do olho humano é um órgão notável. Ele focaliza
a luz quase tão bem quanto uma lente de vidro, mas é altamente flexível e,
portanto, pode mudar sua forma para focalizar a distâncias variáveis.
Isto permite que o olho enxergue um objecto distante e logo
desloque-se para olhar algo muito mais perto. O cristalino muda sua forma quase
que instantaneamente, para permitir que ambos os objectos possam ser vistos. O
cristalino é muito pequeno, ligeiramente achatado na frente e é muito claro,
com coloração amarelo-pálido.
Ao contrário da lente de vidro, o cristalino é formado por
muitas camadas de células transparentes. Como essas células vivas são macias
e flexíveis, o cristalino é elástico e pode mudar a sua forma facilmente.
Ao redor da borda exterior do cristalino existe um ligamento
fino e resistente, que sustenta o cristalino logo atrás da íris. A borda
externa desses ligamentos está presa a um anel de músculos chiares que estão
presos à esclerótica que cobre o olho.
Quando os músculos ciliares se contraem, como acontece quando
precisamos olhar um objecto próximo, a tensão no ligamento que segura o
cristalino é diminuída, e o cristalino incha e adquire uma forma quase esférica.
Quando os músculos ciliares estão relaxados, o cristalino é mais achatado.
Conforme envelhecemos, o cristalino se torna mais rígido e não
pode mudar sua forma tão facilmente. Isto pode significar que são necessários
óculos para ler. Algumas vezes o cristalino se torna enevoado e esta condição,
chamada catarata, pode eventualmente conduzir à perda da visão. Mas isso pode
ser corrigido por uma operação.
Como os olhos focalizam
Para entender como se forma uma imagem no fundo do olho é
necessário saber como funciona o cristalino.
Os raios de luz entram pela frente do olho e passam através
do cristalino transparente. Em uma lente que é mais grossa no centro do que nas
bordas, como o cristalino do olho, esta luz é curvada em direção ao centro da
lente. Este tipo de lente é chamado de lente convexa e, no olho, é arredondada
na frente e atrás.
Os raios de luz curvados em direção ao centro do cristalino
finalmente o atravessam (veja o diagrama) e produzem uma imagem, que é então
gravada na retina. Em um olho normal, quando olhamos um objecto distante, o
cristalino envia uma imagem nítida e adequadamente focalizada sobre a retina
somente se os músculos ciliares estão relaxados e o cristalino achatado.
A imagem produzida é invertida, mas isso é ajustado no cérebro
de modo que temos uma imagem mental correcta.
Quando olhamos pela primeira vez para um objecto mais próximo,
a luz atinge o olho num ângulo diferente, de modo que, quando passa através do
cristalino, não produz imediatamente uma imagem nítida sobre a retina. Os
raios de luz ainda não estão suficientemente curvados, e a imagem é borrada.
Para corrigir isto, a forma do cristalino é alterada pelos músculos ciliares,
e se toma muito mais arredondada. Isto faz com que a luz que passa pelo
cristalino sofra maior curvamento e restaure a imagem nítida. Esse processo de
visão nítida de objectos próximos ou distantes é chamado de acomodação, e
ocorre muito rapidamente. Você pode testar isso por você mesmo, observando
alternadamente objectos distantes e próximos; você observará uma breve
desfocalização dos objectos conforme você muda o seu olhar.
Visão tridimensional
Quando olhamos um objecto, nossos dois olhos devem mover-se
juntos, de maneira que eles apontem directamente para aquilo que estejamos vendo.
Se o objecto estiver muito distante, os dois olhos apontam
exatamente na mesma direção. Os raios de luz vindos do objecto distante são
quase paralelos, e assim entrarão no olho e encontrarão a retina no ponto em
que produzirão a imagem mais nítida.
Mas os olhos estão separados só 6 cm, assim, quando olhamos
um objecto próximo, eles têm que se voltar para dentro para ver claramente e
ainda permitir que a luz encontre a mesma parte sensível da retina. Este
processo de virar os olhos para ver um objecto próximo é chamado de convergência.
As criancinhas podem "cruzar" seus olhos para enxergar objectos tão próximos
quanto 7,5 cm, mas, para adultos, a menor distância para uma visão clara é de
14 cm.
Ter os olhos colocados bem separados, mas olhando na mesma
direção, nos dá capacidade de dizer a que distância o objecto está de nós.
Esta capacidade é chamada de visão estereoscópica e dá profundidade
"3D" para o "quadro" que vemos.
Sendo separados, cada olho vê uma figura ligeiramente
diferente. Você pode ver isso por você mesmo olhando um objecto próximo e
fechando primeiro um olho e depois o outro.
Quanto mais perto o objecto, maior serão as diferenças
vistas por cada olho. As duas figuras se sobrepõem no centro visual do cérebro,
e, pela determinação das diferenças entre os dois conjuntos de mensagens
enviadas pelos olhos, pode ser interpretada a distância do objecto.
A retina
A retina é a camada interna do fundo do olho, com a forma de
unia xícara. A luz entrando no olho é focalizada pelo cristalino, para
produzir uma imagem de cabeça para baixo (invertida) na retina. A retina pode
detectar esta imagem e transformá-la em uma série de sinais elétricos
codificados, que são passados ao longo dos nervos para o cérebro.
A retina contém um enorme número de células especiais
chamadas bastonetes e cones. Estas células são sensíveis à luz e são
chamadas de fotorreceptoras. A retina de cada olho contém cerca de 125 milhões
de bastonetes e 7 milhões de cones, colocados bem juntos. Sua posição na
retina não é comum, porque elas estão enterradas bem profundamente, com suas
estruturas sensíveis à luz viradas para trás do globo ocular.
Sobre os bastonetes e cones há um arranjo complicado de
fibras nervosas, ou neurônios, chamados células ganglionares, cada uma delas
em contacto com muitos outros bastonetes e cones. Esses neurônios ligam-se com
outras fibras nervosas, que carregam os sinais do olho para o cérebro. Há
apenas cerca de 800000 dessas fibras nervosas saindo do olho, pois os sinais dos
bastonetes e cones são simplificados e selecionados pelas fibras nervosas
dentro da retina.
A luz alcançando os sensíveis bastonetes e cones tem que
passar através da massa de fibras nervosas e através do corpo dos bastonetes e
cones antes de alcançar as partes sensíveis que provocam a produção de um
sinal elétrico. Os bastonetes e alguns cones estão espalhados por toda a
retina, mas, na sua maioria, os cones estão agrupados na parte central chamada
fóvea. Esta é a parte mais sensível da retina, onde a imagem é
"vista" mais claramente.
Há uma pequena área da retina na qual não há bastonetes
ou cones, e onde as fibras nervosas saem da retina para passar para o nervo óptico.
Há urna covinha na superfície da retina nesse ponto, chamado ponto cego.
Bastonetes e cones
Os bastonetes e cones são células minúsculas de cada uma
das quais sai um cordão fino que vai para uma fibra nervosa. Os bastonetes são
células finas e longas que contêm uma substância chamada púrpura visual, ou
rodopsina. Quando a púrpura visual é exposta à luz, tem lugar uma mudança química
e a cor dos bastonetes desaparece. Esta reacção provoca a produção de um
sinal elétrico, que é passado para a fibra nervosa.
Os bastonetes são muito sensíveis à luz e são importantes
para a visão noturna. Eles respondem à luz branca comum, desse modo tudo o que
é "visto" com os bastonetes é visto em tons de cinza. Em luz muito
brilhante, a púrpura visual toma-se inativa. Ela retoma vagarosamente sua
coloração púrpura usual no escuro, e isto pode levar 30 minutos ou mais. Você
pode ver os resultados indo de um quarto brilhantemente iluminado para a escuridão;
pode levar quase uma hora para o olho acostumar-se com a pouca claridade.
Os cones são responsáveis pela visão das cores. Eles contêm
um dos três produtos químicos diferentes que também são clareados pela luz.
Eles respondem à luz vermelha, amarelo-verde, ou azul-violeta. Todas as outras
cores são "vistas" como uma combinação destas. Os cones são
estimulados apenas pela luz brilhante, e eles também podem determinar detalhes.
Na fóvea, onde uma imagem é vista mais claramente, os cones
estão muito juntos. Aqui, cada fibra nervosa está em contacto com apenas um ou
dois cones. Em todo o restante da retina, onde está posicionada a maioria dos
bastonetes, há cerca de 300 bastonetes ligados a cada fibra nervosa. Isto
significa que o cérebro recebe informações muito mais detalhadas dos cones da
fóvea do que dos bastonetes do resto da retina.
As coisas que vemos
Cada olho produz uma "imagem" separada no cérebro,
e estas são sobrepostas para produzir a imagem completa que nós vemos. Isto é,
o cérebro vê uma imagem na qual a parte do meio é formada de mensagens
recebidas de ambos os olhos. As bordas da imagem são vistas apenas pelo olho
esquerdo ou pelo direito. Isto significa que a parte central é muito clara, e
é estereoscópica. A área inteira é chamada de campo visual.
O campo visual de cada olho é quase redondo, mas uma grande
parte é obscurecida pelo nariz, embora raramente nós percebamos isso. Quando
sobrepostos, o campo visual para os dois olhos tem a forma de óculos.
Devido as células bastonetes e cones que detectam luz não
estarem espalhadas uniformemente através da retina, o campo visual varia para
cores diferentes. Os bastonetes estão espalhados na maior parte da retina, de
modo que o campo visual é maior quando se vê em branco e preto. Os cones que
detectam vermelho, amarelo-verde e azul-violeta estão agrupados de maneira
ligeiramente diferente, então a nossa visão colorida não é tão acurada
quando não estamos olhando directamente para um objecto.
Vemos melhor quando a imagem na retina cai na f onde a
maioria dos cones está agrupado. Nas bordas da retina está espalhada a maioria
dos bastonetes, e estes são geralmente usados para detectar movimentos. Quando
a nossa atenção é atraída por um movimento visto com esta visão periférica,
o olho gira para olhar directamente, e assim a imagem cai na f e pode ser vista
claramente.
Os caminhos do cérebro
A maior parte das actividades do cérebro tem lugar em parte
de sua superfície, em uma área chamada córtex. Uma grande área deste é
destinada a receber e usar as informações vindas dos órgãos dos sentidos, e
destas a maior proporção é para a visão.
As informações visuais alcançam o cérebro através dos
dois nervos ópticos. Onde estes encontram o cérebro, eles se juntam e trocam
algumas das Informações que carregam. A informação do lado esquerdo de cada
retina é então levada para o lado esquerdo do cérebro e a do lado direito de
cada retina para o lado direito do cérebro. Este cruzamento de informações
tem lugar em um ponto chamado de quiasma óptico.
Uma vez dentro do cérebro; a informação visual é levada
através de mais fibras nervosas para o córtex visual, situado na parte de trás
do cérebro. Aqui, todas as informações codificadas são juntadas para formar
uma imagem e as informações de cada olho são comparadas para produzir a visão
estereoscópica.
Quando vemos alguma coisa, à nossa direita, a luz entrando no
olho cai do lado esquerdo da retina, e é processada pelo lado esquerdo do cérebro.
Assim, tudo que está de um lado de nosso olhar é "visto" pelo lado
oposto do cérebro.
A "visão" é o resultado da produção de um padrão
de mini impulsos elétricos na superfície do córtex visual. Se pequenas
quantidades de eletricidade fossem aplicadas na superfície do cérebro, nós
"veríamos" pequenos pontos de luz, cada um correspondendo ao ponto
onde a eletricidade tocou.
Como o olho se move
O olho acomoda-se confortavelmente em sua órbita óssea, mas
pode mover-se livremente para nos permitir olhar ao redor sem mover a cabeça. O
globo ocular repousa em uma camada de gordura e pode girar e mover-se quase em
qualquer direção. Seus movimentos são limitados pelo nervo óptico.
Cada olho é movido por seis músculos que, quando
trabalhando juntos, podem virá-lo em qualquer direção. Eles são pequenas
tiras de
músculos achatadas, ligadas à esclerótica em uma
extremidade e ao revestimento da órbita ocular na outra. Quatro desses músculos
espaçados regularmente são ligados perto da frente do olho. Os outros dois
envolvem o globo ocular como um anel.
Quando os músculos de um lado do olho puxam ou se contraem,
fazem o globo ocular girar em sua direção. Desse modo, o olho pode mover-se em
qualquer direção, 500 para cima, 35° para baixo, 45° para o lado de fora e
50° para dentro em direção ao nariz. O olho gira em direção ao nariz para
permitir a convergência, onde eles se "cruzam" quando olhamos objectos
muito próximos.
Os dois olhos se movem juntos, com instruções do cérebro.
Virar os olhos para acompanhar um objecto em movimento é um processo imensamente
complicado, no qual o cérebro usa a imagem recebida dos olhos para computar a
velocidade do objecto. O cérebro emite instruções precisas para dois ou três
dos seis músculos, dizendo-lhes para se contrair na exata medida para dar o
movimento apropriado.
O olho sem descanso
Nossos olhos nunca estão completamente parados. Os músculos
que controlam seus movimentos contraem-se continuamente de maneira muito leve,
de modo que os olhos deslocam-se incansavelmente, movendo-se apenas em minúscula
quantidade. Não temos consciência desse tremor, mas ele é muito importante.
Se o olho se mantivesse rigidamente fixo, de modo que a
imagem ficasse no mesmo pedaço de bastonetes e cones na retina, a luz clarearia
a púrpura visual e outros produtos químicos dessas células receptoras de luz,
e as manteria claras.
Assim, mais nenhum sinal elétrico poderia ser enviado ao cérebro
até que os bastonetes e cones estivessem recuperados.
Devido a esse contínuo tremor, conjuntos diferentes de
bastonetes e cones são estimulados para produzir um sinal, e o cérebro
transforma todos esses padrões tremulantes em uma imagem clara. Isso também
evita que tenhamos consciência do ponto cego, que, de outro modo, poderíamos
perceber como um ponto escuro.
Embora nosso controle sobre o movimento do olho seja muito
efetivo, leva um certo tempo para mover o olho, e isso pode, algumas vezes, ser
uma desvantagem. Quando lemos, nossos olhos deslocam-se para trás e para a
frente através da página, movendo-se muito rapidamente. Mas a velocidade em
que lemos é limitada pela velocidade e perfeição com a qual o olho pode
localizar e manter a imagem das palavras precisamente na fóvea.
No piscar de um olho
A delicada córnea precisa de proteção cuidadosa para mantê-la
macia e sem arranhaduras. Para isso, ela é mantida úmida e lubrificada pelas lágrimas.
As glândulas lacrimais estão posicionadas acima e do lado de fora de cada olho
e estão continuamente derramando lágrimas, produzindo cerca de 0,5 ml por dia
cada uma.
As lágrimas são espalhadas sobre a córnea pelas pálpebras
quando piscamos. Isto acontece automaticamente a intervalos de 2 a 10 segundos,
embora não estejamos conscientes disso. Há glândulas especiais nas pálpebras
que espalham uma secreção oleosa sobre a córnea, retardando a secagem de sua
superfície.
As lágrimas mantêm a córnea limpa, e também evitam infecções
do olho. O líquido claro contém uma substância chamada lisozima, que destrói
as bactérias e outros organismos produtores de doenças.
As lágrimas são drenadas do olho para um pequeno saco na
sua borda interior. Este saco lacrimal se esvazia toda vez que nós piscamos, em
seguida enche-se outra vez de lágrimas, trabalhando como uma bomba de sucção.
As lágrimas caem na cavidade atrás do nariz, correm para a garganta e são
engolidas.
Os olhos estão bem protegidos pelas pálpebras e cílios. Os
cílios evitam que qualquer coisa raspe o olho, e, sendo muito sensíveis ao
toque, também servem para nos avisar que algo está muito próximo.
Piscar é uma reacção automática que ocorre quando qualquer
coisa é trazida de repente para perto do olho. Acontece muito rapidamente, em
geral antes que tenhamos consciência do perigo. E uma reacção defensiva do
corpo, chamada reflexo.
Olhando para
dentro de seu próprio olho
Quase todas as partes do nosso corpo são supridas com
sangue, que fornece oxigênio e alimento e remove os resíduos produzidos no
corpo. A retina não é uma excepção, e toda a sua superfície é coberta com
uma complicada rede de finos vasos sanguíneos. O pigmento vermelho do sangue é
opaco à luz, de modo que nós esperaríamos que os vasos ramificados lançassem
uma "sombra", evitando que a luz chegasse aos bastonetes e cones que
ficam atrás deles.
De fato, embora esses vasos sanguíneos lancem sombras, o cérebro
as ignora. Mas você pode ver a complicada rede de vasos sanguíneos em seu próprio
olho, com a ajuda de uma pequena lanterna. Segure a lanterna em sua mão direita
e encoste-a levemente na extremidade externa da pálpebra superior de seu olho
direito fechado. Agora, mova a ponta da lanterna em um pequeno círculo. Depois
de alguns segundos, você começará a "ver".
Conforme a imagem se desenvolver, logo se tornará muito
clara, parecendo com uma árvore nodosa. Quando você roda a lanterna, os ramos
se movem. Segure a lanterna parada e a imagem desaparece. Esta imagem é a
sombra dos vasos sanguíneos na retina.
O cérebro cancela qualquer imagem que permanece na retina
por um longo tempo, ignorando qualquer coisa que possa dar uma imagem falsa do
mundo que vemos. O cérebro ignora a sombra dos vasos sanguíneos na retina
porque eles estão normalmente parados, estando firmemente fixados na retina.
Movendo a luz em círculos, nós damos unia falsa impressão de movimento dos
vasos sanguíneos, e eles são "notados".
Problemas dos olhos
Por causa de sua estrutura e do modo pelo qual trabalha, o
olho é capaz de corrigir pequenos erros de focalização. O cristalino pode
mudar a sua forma para trazer a imagem bem focalizada, e algumas vezes as dores
de cabeça amolantes são os únicos sinais de que os olhos estão tendo muito
trabalho para corrigir esses erros e manter a visão trabalhando bem.
Algumas vezes o olho se desenvolve incorretamente. Como o
olho aumenta de tamanho conforme crescemos, um defeito pode tomar-se evidente
apenas gradualmente.
A miopia, visão curta, é um defeito muito comum desse tipo.
Ela é causada pela distorção do globo ocular, que se torna muito comprido no
sentido da frente para trás, ou também quando o cristalino é muito redondo.
Em qualquer caso, o resultado é que a imagem de objectos distantes é formada
muito longe na frente da retina, de maneira que a imagem caindo na retina está
fora de foco. objectos próximos podem ser vistos claramente, onde os raios de
luz são normalmente bem curvados, mas o olho não pode acomodar-se o suficiente
para focalizar objectos distantes.
Na hipermetropia, ou vista longa, o olho é muito curto ou o
cristalino é muito achatado. Nesse caso, a imagem é formada atrás da retina.
Uma pessoa com hipermetropia pode ver objectos distantes bastante claramente, mas
não pode focalizar qualquer coisa próxima. Um problema semelhante se
desenvolve quando envelhecemos e o cristalino toma-se mais rígido, tomando-se
fixo em sua posição achatada.
A luz entrando no olho começa a curvar-se conforme passa
através da superfície curvada da córnea. Se a córnea ou o cristalino não são
perfeitamente redondos, isso afeta o modo como a luz é curvada, de modo que a
imagem é borrada ou distorcida. Esta condição é chamada de astigmatismo.
Corrigindo a visão
Quase todos os tipos de problemas dos olhos causados pela
forma defeituosa, ou do globo ocular ou do cristalino, podem ser corrigidos pelo
uso de óculos. Óculos apropriados curvam a luz que entra no olho de tal modo
que a imagem correcta é restaurada.
Na miopia são necessárias lentes côncavas. Este tipo é
mais fino no meio do que nas bordas. Seu efeito é curvar a luz para fora do seu
centro. Por causa disso, a luz atinge o cristalino em ângulo diferente, e pode
ser focalizada para produzir uma imagem no lugar apropriado na retina.
Na hipermetropia, onde o cristalino é muito chato para
curvar suficientemente a luz, os óculos são de lentes convexas, ou redondas,
que aumentam a força de curvatura do cristalino do olho e corrigem a imagem.
Do mesmo modo, o astigmatismo é corrigido com lentes
apropriadas que são curvadas de tal modo que cancelam a curvatura errada da
superfície da córnea.
Quando o cristalino perde a sua flexibilidade e não pode
acomodar-se para a visão de perto ou de longe, é necessário, algumas vezes, o
uso de lentes especiais chamadas de bifocais. Estas são feitas de tal modo que,
quando os olhos olham directo para a frente, os objectos distantes podem ser
vistos claramente. Quando os olhos são baixados, como para ler, eles olham
através de uma área especial da lente, de modo que os objectos próximos podem
ser vistos claramente.
As lentes de contacto agem da mesma forma que os óculos,
exceto que elas são colocadas directamente sobre a córnea. Elas são muito
pequenas e finas, feitas de plástico transparente. Alguns tipos são de plástico
rígido, enquanto que outras são de material elástico e macio.
Daltonismo
O mecanismo pelo qual vemos as cores é extremamente
complicado. Envolve três tipos diferentes de cones da retina. Os sinais que
eles geram têm que ser classificados no cérebro para decidir exatamente que
cor e forma estamos vendo. Um pequeno erro nesse mecanismo pode levar a uma
forma de daltonismo. E muito raro o daltonismo completo, onde nós só poderíamos
ver em branco e preto.
Em vez disso, nosso reconhecimento de cores é distorcido.
Pode ser muito pequeno, ou bem sério, como em pessoas que não podem distinguir
o vermelho do verde. Isto é, obviam desvantajoso do que ser incapaz de
distinguir o amarelo do laranja, ou alguma outra forma branda de daltonismo.
O daltonismo é uma condição hereditária, geralmente
afetando os Inícions. Na Europa e América do Norte, ele afeta cerca de 8% da
população, e é muito menos comum em alguns grupos étnicos, tais com os
esquimós.
Você poderia pensar que o daltonismo é um problema sério e
preocupante, mas muitas pessoas que têm esse defeito visual são quase
inconscientes dele, a menos que se submetam a um teste especial para revelá-lo.
Até motoristas, que são cegos para o vermelho-verde, raramente cometem erros
quando cruzam os sinais de trafego, que eles reconhecem devido à posição das
luzes mais do que suas cores verdadeiras.
Experiência e visão
O que nós vemos não é apenas uma imagem na superfície do
cérebro. A imagem que vemos é adaptada, alterada e "melhorada" pelo
cérebro até que possamos entendê-la completamente.
Quando olhamos para alguém de pé, muito próximo, nosso cérebro
nos diz que a pessoa não é realmente um gigante, mas do mesmo tamanho que alguém
de pé mais longe, que nos pareceria muito pequena. Sabemos disso por experiência.
Como o cérebro sempre tenta fazer sentido do que vemos, é
facilmente enganado por figuras que não se encaixam em nossas experiências prévias.
Nós esperamos que uma escada seja uma escada, de modo que, se o artista a torna
algo diferente, o olho (ou o cérebro) recusa-se a aceitar isso. Nestas gravuras
intrigantes, o cérebro luta para forçar os desenhos impossíveis a se
encaixarem em padrões mais familiares. Algumas vezes, a estrutura e o
funcionamento
do olho podem ser postos em uso para criar um efeito
deliberado. Quando olhamos um filme, constituído de uma série de imagens, cada
uma apenas um pouco diferente, o olho não responde suficientemente rápido para
detectar as pequenas diferenças em cada imagem, o que, de outra maneira, faria
os movimentos parecerem tremidos. O cérebro vê o filme todo como um movimento
suave e contínuo.
Cores que confundem
O olho e o cérebro parecem associar as cores em pares, tais
como azul e amarelo ou vermelho e verde. De alguma maneira, as cores agem como
opostas. Se você olhar fixamente, por 30 segundos, uma mancha de vermelho
brilhante, e depois fechar seus olhos, você "verá" a mancha em verde
por alguns segundos, antes de desaparecer. O mesmo efeito terá lugar com o azul
e amarelo. Esses pares são chamados de cores complementares.
Ao contrário de algumas outras cores, as cores
complementares não se misturam eficientemente. E fácil visualizar um
azul-esverdeado ou um amarelo-avermelhado, mas é impossível imaginar um
verde-avermelhado ou um amarelo-azulado.
O olho não tem esses problemas quando as cores são
quebradas em pedaços muito pequenos. As ilustrações coloridas deste livro são
formadas de milhares de minúsculos pontos de apenas 3 cores - vermelho, azul e
amarelo - junto com o preto.
Eles são fundidos pelo olho para formar cores e texturas
uniformes que o cérebro aceita. O padrão pode ser alargado para tamanhos muito
maiores e ainda será reconhecível, mas apenas se os olhos se estreitarem de
modo que as bordas dos pontos fiquem borradas.
Mais do que ser visível
O que vemos não é a mesma coisa que pensamos que vemos. Se
fosse possível registrar os impulsos nervosos saídos da retina, para produzir
uma imagem electrónica sem a ajuda do cérebro, eles produziriam pontos de luz
desiguais e confusos. O cérebro pode dar sentido a essa massa de informação
visual, e construir uma imagem reconhecível.
Por exemplo, o cérebro ajusta as cores das coisas que nós
vemos, sem termos consciência disso. Uma maçã ainda aparece com a mesma cor
quando a vemos sob luz solar brilhante, ou na luz amarelada do anoitecer. As
fotografias coloridas mostram que o que realmente aparece é bem diferente. O cérebro
apenas falha no ajuste quando uma luz colorida muito brilhante incide sobre a maçã,
como a iluminação a vapor de sódio.
Estes contínuos ajustamentos e alterações significam que a
parte consciente do cérebro é freqüentemente iludida, como as fotos coloridas
podem provar. E é esta tentativa de interpretação de imagens visuais que pode
pregar algumas peças ao olho, causadas por ilusões visuais (ilusões ópticas),
tais como as mostradas nesta página, O cérebro tenta forçar alguma ordem em
formas que podem ter varias interpretações diferentes.
in O Olho e a Visão - série "O Corpo
Humano" - GEOCITIES
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Doenças mais comuns da vista
O que esperar do
aconselhamento farmacêutico
Mário Beja Santos
Os olhos, esses órgãos tão sensíveis e vulneráveis
O olho é um órgão extremamente sensível, protegido por várias estruturas
que Ihe permitem manter a integridade e defender-se contra uma série de
agressões ambientais. Dos principais elementos protectores destacam-se as
pálpebras, as pestanas e as lágrimas, que se constituem como uma barreira à
infecção, às poeiras e outras agressões.
O próprio facto de a pupila variar de dimensão (dilata-se em ambiente
escuro e contrai-se em ambientes muito iluminados) constitui uma protecção à
entrada das radiações, algumas das quais poderão ser muito prejudiciais (caso
das ultravioletas, e por isso se recomenda nos períodos em que elas são mais
intensas que as pessoas usem óculos escuros).
O que são os "males menores" da vista
As afecções dos olhos revestem-se de diferente gravidade,
sendo, na maioria dos casos, recomendada a consulta médica, de preferência ao
oftalmologista. Casos há em que é possível tentar alívio, considerando a
fraca gravidade da situação. A respeito desses "males menores"
convém saber dialogar com o seu farmacêutico. Vejamos alguns exemplos.
Temos problemas nas pálpebras e internos. Começando pelas
pálpebras, temos o "olho negro". Este, na maioria dos casos, não
provoca lesões internas do globo ocular e pode ser aliviado através da
aplicação de compressas frias embebidas em soro fisiológico ou água.
Contrariamente ao que se deve fazer em hematomas noutros pontos do corpo, no
olho nunca se aplica gelo.
Chama-se a atenção de que nem todo o soro fisiológico
existente no mercado se pode aplicar nos olhos. De facto, existem alguns
produtos que se apresentam com este nome mas que não estão esterilizados
(isentos de bactérias) e a que podem ter sido adicionados desinfectantes. A
aplicação de um soro fisiológico não estéril pode promover o
desenvolvimento de conjuntivites (infecções) e os desinfectantes são
irritantes, causando processos inflamatórios e dolorosos nos olhos. Assim
sendo, o soro fisiológico para aplicar nos olhos deve ser pedido na farmácia,
explicando a finalidade, e, antes de aplicar-se, importa ver o rótulo onde deve
constar expressamente tal informação.
Outra situação frequente é a inflamação das pálpebras,
também designada por «blefarite». Aqui, as pálpebras aparecem inchadas,
avermelhadas, podendo provocar comichão e descamação. Esta situação requer
limpeza frequente com compressas embebidas em soro fisiológico.
Há também a considerar a dermatite de contacto, que pode
ser causada pelo contacto com sabões, maquilhagem ou outras substancias
estranhas que eventualmente podem estar relacionadas com a actividade
profissional. Neste caso, as manifestações podem ser semelhantes à blefarite,
e o alívio é obtido com a aplicação de compressas frias juntamente com um
tratamento com antialérgicos, sob a forma de comprimidos.
O conhecido "terçol
ou treçolho" pode formar-se externa ou
internamente na pálpebra, e surge como um nódulo mole, com inchaço da
pálpebra. Pode ser aliviado com a aplicação de compressas quentes, durante
cinco a dez minutos, três a quatro vezes ao dia.
Passando para a superfície ocular, é frequente o chamado
"olho vermelho", que corresponde a uma congestão de vasos sanguíneos
da conjuntiva, podendo ser provocado por inúmeros factores, como o fumo,
poluição ou poeiras. Esta situação é aliviada com a
aplicação de compressas frias ou colírios (soluções oculares especiais) de
vasoconstritores. Sabe-se que este tipo de colírios é procurado abusivamente
por algumas pessoas que os encaram como um produto de cosmética, pois a sua
aplicação torna a córnea branca e limpa de qualquer vaso sanguíneo visível.
Recomenda-se vivamente que esta prática seja abandonada, pois quanto mais
frequente for a aplicação destes produtos maior será a possibilidade de a
córnea se tornar congestionada e vermelha. A aplicação deste colírio só
deve ser feita em situações que a justifiquem.
Situações que requerem intervenção médica
Apesar de poderem ser ligeiras, há outras situações que, de modo geral,
recomendam uma ida ao médico. Por exemplo, a entrada de corpos estranhos nos
olhos que não possam ser removidos rapidamente ou com facilidade através da
lavagem com água corrente e abundante, mas também as queimaduras químicas,
térmicas ou oculares, em que, numa primeira fase, é recomendável uma lavagem
durante algum tempo, sendo prudente uma consulta médica posterior.
As conjuntivites são frequentemente infecções (por bactérias, vírus, Clamídia, etc.) mas podem ter origem alérgica. Estas situações requerem
tratamento médico, pois tem que se identificar o agente causal conforme os
sintomas apresentados. Uma conjuntivite alérgica provoca comichão intensa e
algum lacrimejo, ao passo que uma conjuntivite por bactérias pode apresentar exsudado com pus, sendo mínima a
comichão, podendo haver algum lacrimejo. Uma conjuntivite por
vírus provoca geralmente intenso lacrimejo mas não tem praticamente
exsudado. É comum a todas as conjuntivites a congestão da córnea (isto é,
da conjuntiva), manifestando-se pela vermelhidão dos olhos. O tratamento
faz-se em função da causa da conjuntivite. Daí a necessidade da consulta médica.
Há, no entanto, algumas medidas para evitar contágio que podem
ser tomadas, caso da utilização de toalhas e almofadas individuais,
a não aplicação de cosméticos e lavar as mãos com frequência
(particularmente depois de tocar nos olhos). O alívio dos sintomas
consegue-se pela aplicação das chamadas «lágrimas
artificiais», tantas vezes ao dia quantas necessárias.
A manutenção do olho
seco não tratado pode prejudicar seriamente os olhos. Não é raro que pessoas que passam muitas
horas a trabalhar ao computador se esqueçam de pestanejar, o que vai diminuir a
lubrificação dos
olhos, tornando-os secos e induzindo problemas de gravidade variável. Uma
medida que por vezes se recomenda é a colocação do ecrã do computador a um
nível ligeiramente mais baixo dos olhos, evitando-se assim que o utilizador abra em demasia os olhos para
fitar o ecrã. Claro que também deve saber que há tendência a
pestanejar quando fita o ecrã, pelo que deve aprender a modificar os seus hábitos.
Obviamente que existem muitas outras afecções oculares, mas
que requerem exclusiva intervenção médica.
Medicamentos para os olhos
De um modo geral, as doenças que afectam os olhos têm que
ser tratadas com medicamentos aplicados na vista. Sendo estes órgãos muito
sensíveis, os medicamentos têm que obedecer a particularidades muito
próprias.
Para que sejam efectivos, a aplicação destes medicamentos
requer cuidados específicos, dos quais se destaca a colocação de gotas ou de
pomada numa bolsa que se forma com a pálpebra inferior. Cada embalagem de
medicamentos só pode ser usada por uma pessoa. Depois da aplicação, os olhos
devem-se manter fechados por uns instantes porque o pestanejar elimina a maior
parte do produto. A aplicação das pomadas é recomendada à noite (estas
permanecem mais tempo em contacto com os olhos e são mais eficazes).
Uma embalagem de medicamento, depois de aberta, mantém a
validade por três a quatro semanas, independentemente do prazo de validade
constante na rotulagem (que se refere ao medicamento antes de aberto). Antes e
depois da aplicação destes medicamentos, devem-se lavar as mãos. As pomadas
oculares e alguns colírios podem alterar a visão, pelo que é arriscada a
condução ou a utilização de maquinaria de precisão.
Aconselhamento farmacêutico
- Não insista junto do seu farmacêutico para que este lhe dispense
medicamentos para os olhos que requeiram receita médica.
- Quando o seu farmacêutico refere a aplicação de compressas de água morna
ou fria, está excluído o uso de algodão, porque este deixa fios nos olhos.
- Peça sempre para lhe explicarem a técnica correcta de
aplicação dos colírios e pomadas oftálmicas.
- A gota não cai de cima, deve aplicar-se junto ao olho,
sem que lhe toque, entrando numa bolsa que é formada pela pálpebra inferior
junto do canto interior do olho com a ajuda do dedo indicador, mantendo o olho
fechado durante algum tempo.
- Não partilhe as embalagens ou conta-gotas.
- Entregue na sua farmácia as embalagens, mesmo contendo
sobras, no final da duração do tratamento.
- O soro fisiológico que usa deverá ter a indicação
expressa no rótulo de que pode ser aplicado nos olhos ("uso
oftálmico").
- As embalagens dos medicamentos devem ser mantidas bem
fechadas.
- Não deve utilizar medicamentos cujo aspecto apareça
alterado (darem sinais de turvação ou mudança de cor).
- Use sempre os medicamentos prescritos, com informação
do médico, e os não prescritos com aconselhamento farmacêutico.
Mário Beja Santos
in
Revista " Farmácia Saúde" n.º 109 - Outubro 2005
colaboração da Prof.ª Maria Augusta
Soares, Directora Cientifica da
Associação Nacional das Farmácias.
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Pressão intra-ocular elevada
Mil Opticas
O que é a pressão intra-ocular elevada?
Uma pressão intra-ocular
(PIO) elevada é uma situação em que a pressão do fluido no globo ocular é
superior ao valor normal. Isto é o caso quando a pressão intra-ocular excede o valor normal de 21mm Hgs causas reais que estão na origem desta obstrução dos canais. A designação pressão
intra-ocular elevada é utilizada para diferenciar este distúrbio do glaucoma. Um glaucoma é uma doença
grave do olho, que pode conduzir a uma lesão do nervo óptico e a uma diminuição da visão. No
caso de um aumento da pressão intra-ocular, não se verifica qualquer diminuição da visão nem lesões no nervo óptico.
O que causa a pressão intra-ocular elevada?
Um aumento da pressão intra-ocular pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, torna-se mais evidente a
partir dos 40 anos, bem como em pessoas com história familiar de pressão intra-ocular elevada e/ou glaucoma,
bem como em afro-americanos. As pessoas extremamente míopes ou diabéticas possuem igualmente uma
tendência para um aumento excessivo da pressão intra-ocular.
Sintomas
Um aumento da pressão intra-ocular caracteriza-se por uma
quase ausência de sintomas. No entanto, o oftalmologista consegue descobrir facilmente esta doença ocular. Daí
que seja importante submeter-se em intervalos periódicos a um exame oftalmológico.
Diagnóstico
O oftalmologista pode medir a pressão intra-ocular através de
um processo simples e com a ajuda de um instrumento designado por tonómetro. Este exame também é chamado
frequentemente por teste a impulso de ar. Neste exame, costuma usar-se um tonómetro livre de contacto, o
qual gera um impulso de ar que faz deformar a córnea. O oftalmologista mede então o tempo que a
córnea necessita para voltar ao seu estado original. Os tonómetros modernos medem a pressão
intra-ocular através do contacto directo com a córnea ligeiramente anestesiada.
Tratamento
O tratamento da pressão intra-ocular elevada é feita através de uma
vigilância regular e, no caso de necessidade, uma medicação adequada para reduzir a pressão e
prevenir possíveis lesões oculares. O aumento da pressão intra-ocular não precisa, forçosamente, de conduzir ao
aparecimento do glaucoma. No entanto, as pessoas que sofrem de uma pressão intra-ocular elevada correm um risco elevado de adoecer com um glaucoma, razão pela qual é importante consultar periodicamente
um oftalmologista.
O facto de um aumento da pressão intra-ocular se caracterizar por uma ausência de sintomas evidencia ainda mais a importância de um exame oftalmológico regular.
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[28-Nov-11]
Actualizado por
MJA
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Gravidez e visão
Augusto Magalhães
Que cuidados deve ter uma grávida com a visão durante a gravidez?
A mulher grávida deve antes de mais ter os cuidados gerais compatíveis com uma vida saudável. Estes incluem uma dieta cuidada, um bom equilíbrio entre um exercício físico
adequado e o repouso e abstinência de fumo, álcool ou drogas. Deve ainda fazer os necessários suplementos vitamínicos e de oligoelementos, por ex. de acido fólico, ferro
e cálcio.
Uma gravidez deve ser planeada; os cuidados gerais de saúde devem iniciar-se antes de engravidar. É fundamental verificar o estado de saúde geral antes de engravidar ou
obter um bom equilíbrio nos casos em que existem patologias capazes de piorar com a gravidez.
As alterações do metabolismo geral, do perfil hormonal e da circulação na mulher grávida são capazes de afectar o funcionamento do seu aparelho visual. Para além das
alterações fisiológicas que ocorrem durante a gravidez, existem algumas doenças com repercussão visual que frequentemente se agravam neste período. Essas patologias (ex.
diabetes e alguns tipos de tumores) devem ser rastreadas e/ou compensadas antes de engravidar.
É verdade que uma mulher que use óculos vê a sua graduação alterada com a gestação? Não pode mudar de lentes enquanto está grávida?
A ideia mais generalizada é de que a miopia aumenta durante a gravidez. O aumento da espessura e da curvatura da córnea, e o aumento da curvatura do cristalino poderão em
alguns casos levar a um desvio refractivo no sentido de aumentar uma miopia pré-existente.
Contudo é necessário dizer que a maioria dos estudos efectuados não demonstrou até ao momento que a gravidez seja um factor de risco para aumentar o erro refractivo.
Contudo manda o bom senso que sempre que possível se deva protelar a mudança de lentes para evitar o risco de nova mudança a curto prazo.
Relativamente a lentes de contacto a situação é diferente. Na gravidez há uma diminuição da sensibilidade da córnea, há aumento da sua espessura e algum edema por
retenção de líquidos, pelo que um risco acrescido de intolerância às lentes de contacto mesmo em utilizadoras de longa data pelo que nunca se deve introduzir ou mudar
lentes de contacto durante a gravidez
Devido às alterações que ocorrem na córnea também a cirurgia refractiva com laser está contra indicada.
Quando uma mulher engravida, recomenda-se uma consulta no oftalmologista logo que possível?
Numa mulher jovem e saudável e sem factores de risco não é necessário.
Essa consulta e uma vigilância regular justifica-se quando existam patologias com envolvimento visual susceptíveis de serem agravadas durante a gravidez, como por ex. a
diabetes ou alguns tipos de tumores, nomeadamente os tumores da hipófise, os meningiomas ou os melanomas coroideus. Justifica-se também uma consulta imediata perante o
aparecimento de outras doenças capazes de envolver o aparelho visual, como acontece na eclampsia, pré-eclampsia ou nas doenças vasculares oclusivas.
Quais os riscos que a gravidez pode trazer para a visão? Quais os problemas mais frequentes?
São três os tipos de alterações que podem acontecer no aparelho visual durante a gravidez:
1. Alterações (fisiológicas) relacionadas com a gravidez:
- diminuição da sensibilidade e aumento da espessura da córnea por edema.
- diminuição da tensão ocular
- alterações pigmentares peliculares (“cloasma”)
- alterações do campo visual
- alterações transitórias na focagem (acomodação)
São alterações transitórias sem qualquer repercussão na visão.
2. Doenças com envolvimento ocular relacionadas com a gravidez:
- eclampsia e pré-eclampsia
- doenças vasculares oclusivas
Podem ter repercussões visuais que vão desde queixas ligeiras até perdas graves de visão. A recuperação pode ser completa ou podem persistir sequelas graves com défice
visual grave. Após o parto há sempre melhoria rápida das lesões.
3. Doenças pré-existentes com envolvimento ocular, susceptíveis de se agravar com a gravidez:
- diabetes
- tumores: hipófise, meningeomas, melanomas
As complicações visuais melhoram após a gravidez mas podem persistir sequelas com perda visual de gravidade muito variável.
Existem formas de prevenção desses mesmos riscos?
Os cuidados e a prevenção devem começar antes do inicio da gravidez. Todas as mulheres devem efectuar um “checkup” completo antes de engravidar. Devem certificar-se de que
estão de boa saúde e de que não têm doenças ou alterações susceptíveis de se complicarem durante a gravidez. Se existirem alterações desse tipo e mesmo assim decidir
engravidar deve garantir um bom controle dessas alterações antes e durante a gravidez.
Este controle é particularmente importante nas grávidas diabéticas. O controle da glicemia é o factor mais importante no prognostico das alterações visuais e sistémicas
da grávida e do feto. A diabética deve ter os filhos o mais cedo possível: o tempo de evolução da diabetes é o principal factor de risco para a presença, gravidade e
progressão da retinopatia diabética.
Todas as diabéticas devem ter um exame oftalmológico inicial no primeiro trimestre; o “follow-up” depende da evolução da doença sistémica e ocular durante a gravidez. No
mínimo, nos casos em que não há retinopatia diabética deve fazer-se um exame oftalmológico no primeiro trimestre e um novo exame no terceiro trimestre para monitorizar
qualquer alteração.
Nas doentes com alterações graves de retinopatia, nomeadamente com neovascularizaçao da retina, o parto deve ser efectuado por cesariana para evitar o risco de hemorragia
durante o esforço do parto.
Que conselhos dá às mulheres grávidas para não virem a desenvolver problemas de visão durante a gestação?
Alimentação saudável que deve incluir suplementos vitamínicos e oligoelementos, exercício moderado, bom controle metabólico e ponderal, rastreio e vigilância de
alterações ou doenças sistémicas capazes de agravar e/ou provocar alterações oculares durante a gravidez.
Quem já tem problemas de visão antes de engravidar, deve fazer uma vigilância adequada? De quanto em quanto tempo?
Os cuidados de vigilância nestes casos devem ser sempre personalizados. A vigilância deve ser adequada à patologia em causa, à sua gravidade e à sua evolução.
Por outro lado patologias diferentes podem ter momentos críticos para a respectiva vigilância. Algumas patologias podem agravar-se durante a gravidez como por ex. a
retinopatia diabética, a doença de Graves ou alguns tipos de tumores. Mas há também doenças como o glaucoma ou doenças inflamatórias (uveites) do globo ocular que podem
melhorar durante a gravidez, mas que se agravam após o parto: nestes casos é necessária uma maior vigilância após o parto.
Um referência particular para as grávidas com miopias elevadas em que há frequentemente o receio de complicações oculares durante um parto normal; não há razão para tal
receio uma vez que não há qualquer risco adicional para a visão.
E depois da gravidez, quais os cuidados que a mulher deve ter?
São necessários cuidados sobretudo se houve alguma complicação visual durante a gravidez; a maioria das alterações visuais revertem após o parto mas em situações de maior
gravidade podem persistir sequelas que importa identificar e tratar.
Outro tipo de cuidados deve ser dirigido para doenças que por vezes melhoram na gravidez e se podem agravar após o parto. É o que acontece por vezes com o glaucoma e com
alguns tipos de uveite; por ex. nas grávidas com espondilite anquilosante é muito importante a vigilância nos primeiros meses após o parto, uma vez que cerca de 20%
desenvolvem nesse período um episódio de uveite.
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Actualizado por
MJA
[19-Dez-12]
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A Visão e o Computador
ClinoTávora
Com a presença cada vez maior da informática no quotidiano, no trabalho ou nas horas de lazer, muitos utentes apresentam queixas de desconforto ocular provocado pela excessiva exposição ao computador. Como a fixação do olhar na tela por períodos prolongados provoca esforço intenso, as queixas mais comuns referem-se a cansaço visual, ardor, dores de cabeça, sensação de olho seco, visão turva ou mesmo dupla e dificuldade de concentração, especialmente quando a iluminação e a postura estão incorrectas. Esses sintomas ocorrem mais frequentemente nos utilizadores que necessitam de lentes de contacto.
No entanto, algumas atitudes simples podem ser adoptadas no escritório ou em casa para minimizar o desconforto causado pelo uso constante do computador. O primeiro passo é agendar uma consulta no oftalmologista para investigar ou excluir a possibilidade de problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Aos usuários de computadores que necessitam de óculos, é recomendado o uso de lentes fotocromáticas, dotadas de tratamento anti-reflexo e filtros UV.
Já os adeptos das lentes de contacto, visando evitar a ocorrência do olho seco provocado pela diminuição do pestanejar ao fixar demoradamente a tela, podem utilizar soluções humidificantes, como colírios de lágrimas artificiais, que reduzem o incómodo e mal estar.
Outro cuidado essencial é verificar a correcta iluminação do local onde o computador está instalado. O ideal é usar luz indirecta e fechar as cortinas do ambiente de modo a quebrar a incidência da luz diurna, evitando, assim, reflexos na tela. O monitor também deve ser regulado para diminuir a fadiga visual, com ajuste das funções de brilho e contraste.
Uma medida interessante é a instalação de filtros anti ofuscantes, que reduzem o desconforto. Além disso, é importante conservar o monitor a uma distância pouco maior do que a utilizada na leitura: cerca de 35 a 50 centímetros dos olhos, em linha recta. O aparelho deve ser mantido sempre limpo, pois o acumular de poeira deteriora a imagem.

Períodos de descanso também auxiliam
os utilizadores do computador.
Pausas curtas e constantes são mais benéficas do que o repouso prolongado. A recomendação médica é uma pausa de cinco minutos para cada hora de trabalho, relaxando e fechando os olhos durante alguns instantes. Ao mesmo tempo, é importante mudar de posição com frequência para reduzir a fadiga muscular.
Observadas todas estas medidas, é possível ter conforto e segurança durante o trabalho e as horas de lazer. É essencial prestar sempre atenção aos sintomas oculares e procurar um oftalmologista sempre que necessário para manter a saúde visual sob controle. Apesar dessas recomendações, é importante destacar que as radiações emitidas pelos computadores são de baixa intensidade e ainda não existem evidências de danos à visão.
Fonte:
CLINO TÁVORA
http://www.medicosdeportugal.iol.pt/
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Astenopia
Dr. Queiroz Neto
Se o computador é parte de seu trabalho - e de sua vida -
a melhor opção é
aprender a proteger seus olhos.
A astenopia ou o cansaço visual que, muitas vezes é referido como dor de cabeça,
ardência ou embaralhamento das letras, dificulta a continuidade da
actividade. Diante
disso, fica claro que seria razoável fazer pequenas pausas de 10 minutos a cada hora
de trabalho, diante do computador.
"É cada vez maior o número de pacientes que reclamam dos sintomas
da secura e ardência dos olhos. Informa o
oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier. Segundo ele, geralmente
esses pacientes passam mais de 10 horas, diariamente, em frente do computador. Essa
síndrome, que não é nova, mas que cresce sem parar, acontece devido à redução do
número de vezes que as pessoas piscam os olhos, o que pode causar secura e trazer
doenças oftalmológicas graves.
De acordo com o Dr. Queiroz Neto, ainda não há comprovação cientifica de que os raios
X ultravioleta e os campos magnéticos emitidos pelos monitores afectem a saúde dos olhos.
"Entretanto, dependendo das condições e do tempo de permanência frente à tela,
pode ocorrer desconforto visual", afirma.
Posição do computador, regulação e projecção
de iluminação adequadas
protegem a visão.
Muitos dos problemas oculares relacionados com uso intenso do computador
dizem respeito a projectos de iluminação mal feitos. O oftalmologista orienta para que
não se coloque o computador nem de costas nem de frente para a janela, pois a luz da rua
atrás do monitor prejudica pelo ofuscamento que causa, ao passo que, vindo da frente,
provoca sombras e reflexos na tela, causando desconforto e prejudicando o desempenho.
Outra recomendação é contra a iluminação artificial intensa mal posicionado ou muito
próximo do aparelho, causando os mesmos problemas da janela.
"O excesso de luminosidade leva à contracção das pupilas, gerando
cansaço visual. Por isso, a tela deve de ser regulada para o máximo de contraste, não
de intensidade luminosa", recomenda o médico, que acrescenta que a distância ideal
é de 60 centímetros entre os olhos e o computador".
O médico também ensina que o monitor de fundo escuro facilita a identificação das
letras exigindo menos esforço que os de fundo claro. Além disso, o monitor deve estar
posicionado abaixo do nível dos olhos, nunca acima.
De acordo com as orientações do oftalmologista, outra forma de proteger
os olhos do trabalho intenso em frente às telas de computador é modificar um pouco os
hábitos. "É importante estabelecer intervalos de cinco minutos (fechar os olhos e
olhar para o infinito) a cada meia hora, pois é incorreto permanecer muitas horas frente
de um computador, mesmo quando a tarefa precisa ser concluída", argumenta.
Ele ensina, ainda, que os trabalhadores de informática ou mesmo aqueles
que ficam muito tempo em frente ao monitor por entretenimento passem a piscar mais:
"Piscar voluntariamente é fundamental, pois devido à atenção que o trabalho
exige, o pestanejamento, que em situações normais acontece cerca de vinte vezes por
minuto, cai para seis ou sete vezes, gerando vermelhidão, ardor e sensação de
areia", diz.
Além disso, lente de contacto, ar condicionado e computador são incompatíveis. Melhor
optar pelos óculos e também utilizar colírio de lágrima artificial. "Todo o sintoma
deste desconforto ocular, por mais simples que possa parecer, deve fazer com que a pessoa
procure um oftalmologista", sugere.
Entrevista com o Dr. Queiroz Neto
Revista Absoluta ano II - 18
Out.2003
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Ergoftalmologia: a visão, o trabalho e as novas tecnologias
Dr. Fernando Paulo Maia
A Ergoftalmologia é uma área da ciência que estuda o sistema de trabalho,
propondo o melhor relacionamento entre o trabalho e a visão. O objetivo
principal é a prevenção e a diminuição de desconforto e doenças oculares
relacionados com o trabalho, visando máxima eficácia com máxima eficiência da função
visual.
Esta área da ciência traz um maior entendimento sobre queixas de nossos
pacientes que não apresentam correlação clínica, mas que têm a sua causa no
ambiente de trabalho. Com a popularização das novas tecnologias, como os tablets
e os smartphones, os médicos oftalmologistas vêm recebendo pacientes com queixas
comuns. A pessoa começa a ter sensação de corpo estranho, fotofobia,
intolerância à luz e olhos vermelhos. Vários pacientes apresentam disfunções na
visão devido ao uso do computador.
Problemas como esse podem ser classificados como “astenopia ocupacional”, que se
caracterizam por distúrbios oculares, irritativos ou funcionais, apresentados
quando o aparelho visual tenta se superar através de mecanismos estressantes,
excedendo sua própria capacidade fisiológica, e caracterizada por sintomas
multiformes (superfície ocular, refração, motilidade ocular). Entre os sintomas
oculares encontram-se ardência, lacrimejamento, algia periorbital, hiperemia
conjuntival. Já os visuais incluem visão ofuscada, diplopia e cansaço visual
durante a leitura. As condições de iluminação de interiores, natural ou
artificial, desenvolvem uma relação essencial no desenvolvimento da “astenopia
ocupacional”.
O uso prolongado do computador pode causar, ainda, um cansaço visual conhecido
como Síndrome do Uso do Computador. Os sintomas incluem olhos irritados,
vermelhos, coceira, olhos secos ou lacrimejamento, fadiga, sensibilidade á luz,
sensação de peso nas pálpebras ou da fronte e dificuldade em conseguir foco.
Outros sintomas são enxaquecas, dores lombares e espasmos musculares.
A visão não foi criada para encarar uma tela de computador durante muitas horas.
Os monitores são compostos por pixels, nos quais o olho não consegue foco,
resultando em tensão da musculatura ocular. Há ainda uma diminuição na
frequência de piscar, o que provoca olhos secos e doloridos. Qualquer pessoa que
passa pelo menos duas horas por dia num computador está em risco de
desenvolver essa síndrome.
AS CAUSAS DESTES SINTOMAS SÃO UMA COMBINAÇÃO DOS SEGUINTES FATORES:
- Problemas visuais (miopia, hipermetropia, presbiopia);
- Condições inadequadas de uso (iluminação, posição, etc.);
- Hábito de uso do computador impróprio (horas de uso, sem descanso).
MEDIDAS PREVENTIVAS QUE PODEM REDUZIR O CANSAÇO VISUAL:
- Posicionar o monitor a uma distância de 50 a 60 cm dos olhos;
- O topo do monitor deve estar na altura dos olhos;
- Sala do computador bem iluminada;
- Minimizar reflexos na tela;
- Filtro anti-reflexo na tela do computador;
- Descansos periódicos;
- Uso de óculos quando necessários (óculos têm grau adaptado pelo oftalmologista
para a distância do monitor).
LUZ AZUL
Uma das causas da degeneração macular, a luz azul está presente no espectro
luminoso, dentro de uma faixa de 380 a 520 mm. A exposição a ela causa lesões
nas células melanocíticas do epitélio pigmentar da retina, dependendo do tempo
de exposição e intensidade.
A prevalência de a degeneração macular senil é menor que 2% até os 55 anos,
entre 10 e 12% entre 55 e 65 anos, e maior que 30% acima de 75 anos. A
incidência, entretanto, está aumentando. Estudos revelam que ela triplicará nos
próximos 25 anos, levando-se em conta uma vida média de 75 anos.
A luz azul está presente nas lâmpadas de
halogénio metálicas, cujo uso tem sido
muito difundido devido à maior durabilidade e baixo custo.
Dr. Fernando Paulo Maia – Médico Oftalmologista
Lotten Eyes
fonte:
Portal dos olhos
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9.Jul.2020
Actualizado por
MJA
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Visão:
Mitos e Verdades
Quem usa óculos vê pior à noite?
Os míopes vêem menos à noite, mesmo com óculos. As células dos olhos do míope têm mais dificuldade de adaptação à escuridão.
Óculos viciam?
A ideia de que quem começa a usar óculos não consegue mais viver sem eles é, de certa forma, verdadeira. Mas não porque causem dependência. Muitas pessoas passam boa parte da vida sem saber que vêem mal. Quando descobrem e corrigem o
problema, elas se dão conta do quanto é mais confortável ver com nitidez. É por isso que passam a ter dificuldades em ficar sem óculos.
Deixar de usar óculos piora a visão?
O uso de óculos não interfere na evolução de problemas como miopia e astigmatismo. O que ocorrem são incómodos da dificuldade para ver, como lacrimejamento, vermelhidão nos olhos e dor de cabeça. Em outra palavras, usar ou não usar
óculos não irá fazer o grau aumentar ou diminuir, mas usando, certamente, irá ter uma qualidade visual bem melhor.
Óculos escuros protegem os olhos?
Sim, porém é importante que as lentes sejam de boa qualidade para filtrar os raios ultravioletas e infravermelhos. Lentes que só escurecem e não possuem filtros, são muito prejudiciais, pois as pupilas se dilatam e a quantidade de raios
que penetram no olho é muito maior, podendo provocar doenças como a catarata.
Óculos comprados em vendedores ambulantes fazem mal à visão?
Por causa da má qualidade, óculos comprados na rua distorcem as imagens, o que provoca dores de cabeça e nos olhos. Esses sintomas passam assim que os óculos são retirados. A visão não fica comprometida, mas podem ocorrer problemas
decorrentes da falta de filtro contra os raios do sol, como inflamação e descamação da córnea. Por outro lado, eles podem ser úteis em situações de emergência, tais como quando estamos em viagem e perdemos os óculos.
Quem usa óculos não pode doar a córnea?
Miopia, Hipermetropia, ou mesmo Astigmatismo - que ocorre devido a um defeito na curvatura da córnea - não são, de forma alguma, contra-indicação para doação. Na hora do transplante, o cirurgião pode fazer as correcções que forem
necessárias.
Filhos de pais míopes ou hipermétropes também terão que usar óculos?
As deficiências visuais podem, de facto, fazer parte da herança genética de uma pessoa. Mas isso não quer dizer que a característica será passada directamente de pai para filho. Uma criança cujos pais tenham miopia, hipermetropia ou
astigmatismo pode nascer com os olhos normais, mas a chance de virem a ter problemas é maior.
Quem lê demais fica com a vista cansada?
Ler nunca fez mal a ninguém. A vista cansada, chamada tecnicamente de presbiopia, é resultado do processo natural de envelhecimento. Com o tempo, o cristalino vai perdendo a capacidade de foco. E isso independentemente da exigência dos olhos.
Exercícios para os olhos fazem a miopia regredir?
Não há "fisioterapia" para corrigir a dificuldade de ver. Existem, porém, exercícios para casos de estrabismo.
Ler dentro de veículos em movimento causa descolamento
de retina?
Ler em movimento pode causar tontura ou náusea por desequilíbrio do labirinto, mas não causa descolamento de retina. Caso não haja mal-estar pode-se ler à vontade sem receio ou risco algum.
Ler no escuro é prejudicial?
A iluminação deficiente faz com que os olhos se cansem mais depressa, uma vez que para termos boa visão é necessário que haja contraste entre as letras e o papel, o que não ocorre com pouca claridade, porém, não lesa os olhos.
Ver televisão de perto pode prejudicar a visão?
Ver televisão a menos de 3 metros de distância pode provocar cansaço ocular por forçar a acomodação e a convergência, mas não traz prejuízo para a visão. Outro aspecto interessante é ver TV sempre com o local iluminado.
Passar muito tempo na frente do computador piora a
visão?
O computador não compromete a visão, mas pode deixar os olhos secos, já que se pisca com menor frequência. Menos lubrificados, os olhos tornam-se menos protegidos e a visão fica embaçada com mais facilidade. Por isso, deve-se fazer uma
pausa a cada 50 minutos. Ler + aqui.
As lentes de contacto não corrigem a visão tão bem
quanto os óculos?
Ao contrário: as lentes podem ser melhores que os óculos, principalmente em altos graus de miopia. Além disso, por aderirem à córnea, dão um campo de visão maior.
Lentes de contacto estacionam a miopia?
Não estacionam a miopia, pois se assim fosse os oftalmologistas receitariam lentes de contacto para crianças míopes quando elas ainda apresentassem graus insignificantes, ou seja, cortariam o mal pela raiz. O que ocorre, na realidade, é
que a época em que se costuma prescrever as lentes geralmente coincide com a idade em que a miopia estaciona naturalmente, após os 20 anos.
Não se deve dormir nem ir à praia com lentes de contato?
Existem lentes permeáveis ao oxigénio, que podem continuar nos olhos durante o sono. Mas quanto menos ficarem nos olhos, menor o risco de infecção. O melhor é evitar dormir com elas. Também não há problema em ir à praia com lentes de contacto, desde que não as perca, mergulhando de olhos abertos.
Uma lente de contacto pode ir para dentro do olho?
Não. Não há nenhuma comunicação anatómica entre a face externa da córnea e a esclera (onde se alojam as lentes) e o interior do globo ocular.
A cirurgia de miopia elimina sempre o uso de óculos?
O objectivo da cirurgia da miopia é minimizar ao máximo o uso de óculos ou lentes de contacto buscando a redução ou eliminação total do grau. A possibilidade de “zerar” o grau é de aproximadamente 96%, mas não devemos gerar
“falsas expectativas” garantindo que isto ocorrerá em todos os casos.
A miopia pode voltar após a cirurgia a laser?
Caso a cirurgia tenha sido realizada quando o grau já estiver estabilizado, a possibilidade da miopia voltar é praticamente inexistente. Se continuar progredindo é porque progrediria mesmo que o paciente não tivesse sido submetido à
cirurgia. Outra possibilidade de surgir miopia novamente é o uso abusivo de computadores de maneira inadequada.
Pacientes que vêem pouco devido a doenças oculares
devem evitar esforçar visual?
Não. De um modo geral nenhuma patologia ocular limita o uso da visão ou faz com que a pessoa deva diminuir o uso dos olhos, excepto se ela própria apresentar sintomas de cansaço ou outros.
Criança que brinca de entortar os olhos pode ficar vesga?
De jeito nenhum. Os músculos dos olhos das crianças são suficientemente fortes para lhes permitir olhar na direcção que quiser. O estrabismo, ou seja, o desvio da direcção dos olhos, é um defeito congénito: a criança já nasce com ele,
podendo manifestar-se já no nascimento ou até aos 5 anos de idade.
Limão clareia os olhos?
Não, o limão é totalmente contra indicado para uso ocular, pois pode provocar grande irritação, podendo ocasionar até úlceras de córnea, uma vez que seu suco é bastante ácido.
Anel aquecido trata o terçol?
O terçol é uma irritação caracterizada por um inchaço na região da pálpebra, provocada pela obstrução de uma glândula produtora de gordura ou por infecção bacteriana. O tratamento baseia-se na aplicação de compressas mornas. O calor do
anel aquecido teoricamente pode até fazer o mesmo efeito que as compressas, mas não é um método muito prático e como é de metal pode até queimar as pálpebras.
Leite materno cura conjuntivite de recém nascidos?
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, película que reveste o olho, que pode ter origem alérgica, viral ou bacteriana. O tratamento visa combater o agente causal e evidentemente o leite materno não é indicado nestes casos. Uma
conjuntivite não tratada adequadamente pode até vir a comprometer a visão. Com bebés, o cuidado deve ser ainda maior. Jamais pingue qualquer substância sem consultar o seu médico.
Diabetes pode causar cegueira?
A diabetes agride os olhos provocando catarata, predispondo ao glaucoma e pode causar cegueira devido a hemorragias na retina. O exame do fundo de olho é fundamental para detectar alterações da diabetes e orientará quanto a aplicação
de laser, cuja finalidade é prevenir complicações futuras tais como as hemorragias, que quando não tratadas podem levar á cegueira. Uma dieta rigorosa e o acompanhamento clínico são essenciais, pois a diabetes ainda não tem cura e o
tratamento busca apenas o seu controle.
A visão da criança.
O recém-nascido nos primeiros 60 dias vê apenas vultos sem cores ou forma. Em torno dos 3 meses começa a surgir a visão de cores e formas, que atingem uma boa qualidade com 9 meses de vida. A partir daí a criança vai desenvolvendo a visão
até alcançar uma visão completa aos 5-6 anos de idade. Por isso, a infância é uma fase importante do desenvolvimento, pois é nela que muitas doenças podem ser detectadas e tratadas. Sabemos que se uma doença ocular que prejudique a visão
não for corrigida até àquela idade, com certeza deixará sequelas visuais, causando restrições desde leves a importantes à vida adulta.
Fonte: Dr. Queiroz Neto
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Actualizado por
MJA
[22-Jul-11]
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O que esperar de uma
visita ao oftalmologista

Por ocasião da consulta
oftalmológica, o
oftalmologista
verificará não só quão
bem você vê, mas
identificará, também,
problemas oftalmológicos
potenciais, como o
glaucoma e a degeneração
macular os quais podem
causar perda da visão se
não forem detectados e
tratados a tempo.
Pessoas com mais de 35
anos devem fazer um
exame oftalmológico
completo a cada dois
anos. Os que têm mais de
65 anos e parentes de
sangue com glaucoma,
diabetes e retinopatia
diabética devem
consultar anualmente
o oftalmologista.
Embora cada oftalmologista tenha o seu próprio sistema de trabalho, a maioria dos testes de visão são parecidos.
Uma consulta
oftalmológica de rotina,
geralmente, inclui os
seguintes testes e
exames:
1. Teste de acuidade
visual ou de refracção:
O médico verifica a ocorrência de miopia, hipermetropia e astigmatismo
e mede o erro refrativo do olho. Enquanto você olha para tabelas com desenhos ou letras, o médico medirá sua acuidade visual de forma
precisa e, se necessário, determinará o uso de lentes correctivas.
2. Visão binocular e coordenação dos músculos do olho:
O médico moverá uma luz a fim de
identificar alguma
fraqueza dos músculos
oculares ou movimentos
involuntário dos olhos, bem como a sua capacidade de os movimentar em diferentes
ângulos e
direcções. Avaliará também a sua
visão binocular, isto é,
se os dois olhos
funcionam em conjunto
adequadamente. O bom
funcionamento dos olhos
em conjunto é importante
para a correcta percepção
de profundidade,
coordenação dos músculos
oculares e capacidade
para mudar o foco de
perto para longe.
3. Teste do campo visual:
O médico moverá um objecto nos limites do seu campo
visual,
para medição da sua visão
periférica. Este teste
ajuda no diagnóstico de
doenças dos olhos e de
problemas neurológicos.
4. Reacção da pupila à luz:
O médico direccionará uma luz brilhante no seu olho e observará a reacção da pupila.
5. Interior e fundo do olho:
Após dilatar suas pupilas (utilizando um colírio e diminuindo as luzes do ambiente), o médico utilizará um instrumento especial chamado oftalmoscópio para ver o fundo
do olho. É aí que os sinais de várias doenças oculares aparecem primeiro. Este
teste possibilita que o
oftalmologista avalie as
respostas da pupila,
nervo óptico, retina,
córnea e cristalino.
6. Pressão intra-ocular:
O médico lançará um sopro de ar no seu globo ocular, utilizando um instrumento chamado tonómetro. Este procedimento mede a pressão intra-ocular [PIO], isto é, a pressão do líquido do olho. A pressão
intra-ocular elevada
pode ser um indicador precoce de
glaucoma e outras doenças.
7. Saúde e funcionamento da pálpebra:
O médico examinará a parte interna e externa de sua pálpebra.
8. Teste de cores:
O médico pedirá que você descreva as figuras de uma série de ilustrações criadas a partir de inúmeros pontos ou círculos coloridos. Isso testa a sua capacidade de diferenciar cores.
Fonte:
Bausch & Lomb
e
OftalmoCare, 2011
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[23-Out-11]
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MJA
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Entenda a prescrição dos seus óculos
Óptica 24
Os defeitos da visãoA miopia
A miopia é um defeito que afecta essencialmente a visão dos objectos afastados. A imagem dos objectos observados forma-se diante da retina e o míope vê mal de longe e
bem de perto. Para o míope, quanto maior for a miopia, menor é a distância de visão nítida.
A miopia é corrigida com uma lente negativa (divergente ou côncava). A
lente negativa é espessa no bordo e fina no centro. O princípio consiste em fazer convergir a imagem do objecto afastado para a retina e restituir uma visão nítida até ao
infinito.
A hipermetropia
A hipermetropia é um defeito visual que afecta essencialmente a percepção dos objectos que se encontram próximos. A imagem dos objectos observados não se forma na
retina, mas ligeiramente atrás. Ocorre, em seguida, um defeito de focalização que torna desfocada a percepção dos objectos próximos. Em caso de hipermetropia reduzida, a
pessoa vê correctamente ao perto, mas este esforço pode provocar cansaço ocular.
A hipermetropia é corrigida com uma lente positiva (convergente ou convexa). A lente positiva é mais espessa no centro do que no bordo. O princípio consiste em colocar a
imagem do objecto na retina.
O astigmatismo
O astigmatismo é um defeito de visão relativamente frequente. Deve-se, geralmente, à curva da córnea, cuja forma é ligeiramente oval em vez de redonda. O astigmata
tem uma visão imprecisa, tanto de longe como de perto. O astigmatismo pode estar associado à miopia, à hipermetropia ou à presbiopia.
O astigmatismo é corrigido com lentes cilíndricas ou tóricas. A espessura da lente varia conforme a graduação.
A presbiopia
A presbiopia não é um defeito visual, mas uma evolução natural da visão. A presbiopia surge a partir dos quarenta anos e é inevitável. Este fenômeno deve-se ao
envelhecimento do cristalino, que provoca uma perda da capacidade acomodativa (dificuldades de focalização) do olho. Traduz-se por uma dificuldade crescente em ver de
perto.
Há vários tipos de lentes para corrigir a presbiopia:
- Lentes simples de leitura: corrige apenas a visão ao perto, a cerca de 40 cm. Para ver de longe, deve tirar os óculos ou olhar por cima das lentes.
- Lentes de meia distância: permitem ver nítidamente ao perto e um campo de visão mais alargado. São em geral solicitadas pelos técnicos de informática.
- Lentes multifocais: a este nível falamos de lentes progressivas.
Elementos da prescrição
Esfera (abrev. Esf.)
A esfera é expressa em dioptrias. A esfera caracteriza o grau de miopia, se for precedida pelo sinal «-», e a hipermetropia, se for precedida pelo sinal «+».
Cilindro (abrev. Cil.)
O cilindro é expresso em dioptrias. Corrige o astigmatismo. A indicação do cilindro nem sempre é obrigatória, mas apenas em caso de deformação da córnea. Se seleccionar
um cilindro, é obrigatório indicar o valor do eixo. O valor do cilindro encontra-se geralmente na prescrição em segunda posição, à esquerda, e pode ter sinal positivo ou
negativo.
Eixo (abrev. E)
O valor do eixo (E) é importante para a escolha das lentes. Com o valor do eixo, indica-se o do cilindro das lentes. O valor do eixo indica o ângulo de orientação das
lentes na armação, onde se encontram as partes espessas ou mais finas. Este valor situa-se entre 0 e 180 e não tem sinal, nem positivo nem negativo, mas pode ser indicado
em graus, por exemplo, 178°. Este valor é-lhe fornecido pelo seu oftalmologista ou optometrista. O valor do eixo é identificado na prescrição por um «E». Este valor
encontra-se, geralmente, na sua prescrição, na terceira posição, à direita. Só é necessário indicar o valor do eixo se dispuser também do valor do cilindro. O valor de
eixo é sempre indicado em graus (°). Não pode ser inferior a 0 nem superior a 180. Existem sempre dois valores – um para o olho direito e outro para o olho esquerdo.
Prisma
Os prismas são utilizados em oftalmologia para corrigir as anomalias de convergência ocular (Forias), podendo, eventualmente, provocar uma diplopia (visão dupla do
mesmo objecto). Atenção, se o campo «prisma» constar da sua prescrição, trata-se, neste caso, de uma deficiência do ângulo de visão, que necessita uma adaptação
específica aos seus olhos.
Dioptrias (abrev. Dp)
A dioptria é uma unidade de medida da potência das lentes para fazer convergir a imagem para a retina. A dioptria é igual ao inverso da distância focal, medida em metros.
A distância focal é a distância requerida para ver um objecto com nitidez.
Por exemplo, um míope com -1 dioptria pode ver distintamente sem óculos objectos até à distância de um metro, mas se estes estiverem situados mais longe, serão
menos perceptíveis. Precisa de uma lente de -1 dioptria para ver com nitidez. Um míope com -2 dioptrias só consegue ver os objectos com nitidez se estes estiverem
situados até 50 cm. Necessitará de uma lente de -2 dioptrias (distância focal 0,5 m. Dioptria = inverso da distância focal = 1 dividido por 0,5 m = 2).
Ao invés, um hipermétrope que precise de uma lente de +1 dioptria pode ver nítidamente os objectos situados a mais de um metro, mas os que estiverem situados mais
perto são percepcionado de forma mais desfocada. Um hipermetrope com +2 dioptrias pode ver bem os objectos situados a mais de 50 cm, mas não os que estiverem mais
próximos.
Distância pupilar (abrev. DP)
A distância pupilar (DP) é a distância entre as pupilas, medida em milímetros (mm). Tanto pode ser indicada a distância total de, por exemplo, 65 mm como os valores
individuais para cada olho, D32,5 mm E32,5 mm (32,5 mm + 32,5 mm = 65 mm). Encontrará esta distância na prescrição sob a rubrica DP (Distância Pupilar). Atenção, esta
medida é importante para a confecção dos seus óculos. Ela permite-nos centrar as suas lentes. Um exemplo para a compreensão das indicações que constam na prescrição dos
seus óculos: se encontrar a indicação «DP: 30/34», isso significa uma distância de 30 mm para o olho direito e 34 mm para o olho esquerdo. (DP total corresponde, por
conseguinte, neste caso, a 64 mm).
ver também
Compreender uma prescrição para lentes.
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[23-Out-11]
Actualizado por
MJA
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DICAS PARA A VIDA DIÁRIA DE PESSOAS COM BAIXA VISÃO
Novartis

ILUMINAÇÃO
• Ilumine as áreas de risco, por exemplo, escadas
• Mantenha uma fonte de luz à sua frente, iluminando o que estiver a fazer
• Tente manter todas as divisões da casa igualmente iluminados
• Cubra as superfícies reflectoras – os reflexos podem causar ofuscamento
USANDO UMA LUPA
• Mantenha uma lupa bem em frente ao seu olho
• Traga o seu material de leitura até aos seus olhos
• Mova o papel, não a lupa
• Uma lupa fixa não foi feita para se pegar ou segurar
ORGANIZE SUA CASA
• Organizar a sua casa é a maior ajuda que pode dar a si próprio
• Use caixas e divisórias nas gavetas para guardar coisas como carteiras ou bolsas, chaves, meias, etc.
• Sacos limpos feitos de plástico transparente e com fecho são bons para armazenar coisas como medicamentos
• Etiquete as gavetas e similares com etiquetas brancas e lisas com grandes letras pretas
• Amarre faixas de borracha ao redor de garrafas e recipientes que não possam ser distinguidos pelo tacto
• Cole pedaços de velcro (em tamanhos e quantidades diferentes) para ajudar a distinguir itens que não possam ser distinguidos pelo tacto
COZINHA
• Organize sua cozinha de modo a que você saiba que alimentos estão em cada prateleira
• Etiquete portas, frigorífico e prateleiras com cartões de papel branco e letras grandes
• Certifique-se de que você e os outros guardam tudo no lugar correcto
COMPUTADOR
• Ajuste o monitor para obter fontes maiores e um maior contraste
• Faça-o no painel de controle do computador
• Instale um software de voz que leia os textos e que descreva o que acontece num vídeo
• Configure o computador para fazer um som cada vez que algo seja ligado ou desligado
• Você pode ter uma lupa, que poderá usar para ver as pequenas partes do ecrã
• Altere a largura do cursor
• Você pode desactivar animações e remover os planos de fundo para ver as coisas com maior clareza
Δ
Actualizado por
MJA
[15-Abr-15]
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Glossário
Acomodação: a capacidade do olho em ajustar a forma de seu
cristalino, de maneira a focalizar claramente os objectos tanto de perto quanto
de longe.
Astigmatismo: defeito visual que resulta de uma falha de
curvatura da córnea.
Bastonetes: células cilíndricas e finas da retina, que
respondem à luz, mas não podem distinguir cores. São muito sensíveis e
proporcionam a visão em áreas de pouca luz.
Bifocal: óculos fabricados com duas partes em cada lente, de
modo que unia pessoa com falta de acomodação visual possa enxergar os objectos
de longe e de perto.
Campo visual: a área que vemos enxergar sem mover os olhos.
Catarata: defeito visual causado pelo embaçamento do
cristalino.
Células ganglionares: células nervosas da retina que
transformam as mensagens dos bastonetes e cones para as fibras nervosas que
passam-nas para o cérebro.
Cones: células receptoras de luz com a extremidade em ponta.
Os cones registram a cor e a luz brilhante e são importantes para enxergar
detalhes.
Convergência: tendência dos dois olhos em apontar levemente
para o interior quando eles enxergam um objecto. A convergência é mais marcante
quando o objecto move-se para mais perto do olho.
Cores complementares: cores opostas. Imagens residuais são
geralmente de uma cor que é complementar à cor que está sendo vista.
Córneas: cobertura transparente da frente do globo ocular.
Córtex: parte da superfície do cérebro onde a informação
recebida é classificada e atuada.
Cristalino: estrutura transparente e arredondada que focaliza
a imagem sobre a retina. O cristalino dos olhos difere das lentes dos óculos
pois é flexível. Portanto, capaz de focalizar objectos de perto e de longe.
Daltonismo: defeito visual no qual o reconhecimento de certas
cores é distorcido. Há muitos tipos diferentes de daltonismo, mas o mais comum
é o verde-vermelho.
Esclerótica: a cobertura branco-leitosa da maior parte do
globo ocular. Ela é grossa e flexível, dando ao olho sua forma arredondada.
Fotorreceptores: bastonetes e cones. Células da retina sensíveis
à luz.
Fóvea: pequena área da retina, na qual as células cônicas
estão cerradamente agrupadas. Os olhos movem-se de modo que o centro da imagem
que nós enxergamos é focalizada na fóvea.
Hipermetropia ou visão longa: defeito visual no qual o olho
não pode focalizar claramente os objectos que estão perto.
Humor aquoso: liquido fino e transparente que preenche a
parte anterior do olho.
Humor vítreo: material gelatinoso, claro, que preenche o
globo ocular atrás do cristalino. A luz passa livremente através do humor vítreo.
Íris: tela muscular em forma de anel na parte anterior do
olho, que se abre e fecha para regular a quantidade de luz que alcança o
cristalino. A íris é a parte colorida do olho, geralmente azul ou castanha.
Lisozima: um agente desinfetante natural produzido pela lágrima.
Ele mata os microrganismos que, de outra maneira, poderiam crescer na córnea.
Membrana coróide: camada entre a retina e a esclerótica que
supre o olho de sangue.
Miopia, ou visão curta: defeito visual no qual o olho não
pode focalizar claramente os objectos distantes.
Músculos ciliares: anel de pequenos músculos que mudam a
forma do cristalino permitindo a focalização.
Nervo óptico: feixe de fibras nervosas que leva os sinais de
cada olho para o cérebro.
Ponto cego: área onde as fibras nervosas e os vasos sanguíneos
saem da retina. Não contém células sensíveis à luz e, portanto, é
"cego".
Pupila: pequeno buraco no meio da íris. Ela se abre e fecha
mantendo a quantidade apropriada de luz que entra no olho.
Quiasma óptico: o ponto no qual os dois nervos ópticos
juntam-se e as fibras nervosas das metades centrais da retina se cruzam, indo
para lados opostos do cérebro.
Retina: revestimento interno da parte traseira do olho, na
qual estão localizados os bastonetes e os cones.
Rodopsina: pigmento púrpura contido nos bastonetes, que é
clareado pela luz, provocando na célula a produção de um sinal elétrico.
Também é chamado de púrpura visual.
Visão estereoscópica: capacidade de detectar a profundidade
daquilo que enxergamos devido à interpretação levemente diferente das imagens
recebidas de cada olho. Também é chamada de visão binocular.
Visão periférica: a capacidade de se perceber os objectos
quando não estamos olhando directamente para eles. A visão periférica usa a célula
cônica das bordas do campo visual e é, portanto, menos sensível do que a visão
normal, quando a luz cai na fóvea.
Fonte: GEOCITIES
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Actualizado por
MJA
[Dez-2012]